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André Luiz dos Santos Rocha¹ Samile OliveiraSantos² ¹Instituto Federal Baiano (IF Baiano) - Campus Santa Inês, e-mail: [email protected], ²Instituto Federal Baiano (IF Baiano)- Campus Santa Inês, e- mail: [email protected] Ocupação da Avenida Beira Rio na cidade de Mutuípe-Ba provoca impactos ambientais no rio Jiquriçá INTRODUÇÃO Uma das perspectivas sobre o futuro da humanidade diz que, assim como o homem já luta por petróleo, haverá o dia em que também travará embates pela água. Segundo as estimativas do Fórum Mundial sobre a Água, realizado no México, já em 2025, 3 bilhões de pessoas irão viver em países com conflito por falta de água. Chegar a essa conta não foi muito difícil,desde 1950, o uso da água multiplicou-se três vezes e são inúmeros os procedimentos em que é necessário o uso deste recurso. Entretanto, mesmo a Terra sendo conhecida como o Planeta Água, tendo 2/3 de sua superfície coberta por ela, apenas 1% de sua vastidão azul é disponível para o consumo humano. Os impactos ambientais são decorrentes de ações antrópicas, e correspondem às alterações das propriedades físicas, químicas ou biológicas dos elementos naturais, implicando ainda em prejuízos a saúde do homem, à sociedade e aos recursos naturais renováveis. Por isso, não só a identificação dos principais impactos ambientais é importante, mas, sobretudo, as medidas mitigadoras possíveis de serem aplicadas na área. Por essas questões da falta d’água doce no planeta, falta de saneamento básico e degradação do meio ambiente que se devem preservar os recursos naturais existentes,o rioJiquiriáestá dentro desta temática, devemoscuidar, preservar e fazer sua manutenção constantemente,para que as futuras gerações não venham sofrer com afalta de água potável, sendo assim, não se pode ser um mero espectador e ficarsó observando a morte lenta do mesmo, por esses motivos julga-se a proposta de escrever esse artigo.

Ocupação da Avenida Beira Rio na cidade de Mutuípe-Ba ... · ... a fauna e flora e os recursos hídricos. ... Bacia Hidrográfica do Rio Jiquriçá. ... sempre foi um forte elemento

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André Luiz dos Santos Rocha¹ Samile OliveiraSantos²

¹Instituto Federal Baiano (IF Baiano) - Campus Santa Inês, e-mail: [email protected],²Instituto Federal Baiano (IF Baiano)- Campus Santa Inês, e-mail: [email protected]

Ocupação da Avenida Beira Rio na cidade de Mutuípe-Ba provoca impactos ambientais no rio Jiquriçá

INTRODUÇÃO

Uma das perspectivas sobre o futuro da humanidade diz que, assim como o homem já

luta por petróleo, haverá o dia em que também travará embates pela água. Segundo as

estimativas do Fórum Mundial sobre a Água, realizado no México, já em 2025, 3

bilhões de pessoas irão viver em países com conflito por falta de água. Chegar a essa

conta não foi muito difícil,desde 1950, o uso da água multiplicou-se três vezes e são

inúmeros os procedimentos em que é necessário o uso deste recurso. Entretanto, mesmo

a Terra sendo conhecida como o Planeta Água, tendo 2/3 de sua superfície coberta por

ela, apenas 1% de sua vastidão azul é disponível para o consumo humano.

Os impactos ambientais são decorrentes de ações antrópicas, e correspondem às

alterações das propriedades físicas, químicas ou biológicas dos elementos naturais,

implicando ainda em prejuízos a saúde do homem, à sociedade e aos recursos naturais

renováveis. Por isso, não só a identificação dos principais impactos ambientais é

importante, mas, sobretudo, as medidas mitigadoras possíveis de serem aplicadas na

área.

Por essas questões da falta d’água doce no planeta, falta de saneamento básico e

degradação do meio ambiente que se devem preservar os recursos naturais existentes,o

rioJiquiriáestá dentro desta temática, devemoscuidar, preservar e fazer sua manutenção

constantemente,para que as futuras gerações não venham sofrer com afalta de água

potável, sendo assim, não se pode ser um mero espectador e ficarsó observando a morte

lenta do mesmo, por esses motivos julga-se a proposta de escrever esse artigo.

Os estudos e pesquisa de campo in loco,estãolocalizados nas proximidades do comércio

local, situado na Avenida Beira Rio, observa-se visualmente a degradação através de

dejetos, resíduos sólidos e criação de animais as margens do rio, provocando poluição,

erosão, assoreamento, mau cheiro, comprometendo a fauna e a flora aquática eextinção

de mata ciliar,sendo que as margens de rios são consideradas por lei Áreas de Proteção

Permanente (APPs), não se pode alterar essa vegetação nem tão pouco ocupar essas

áreas, tem que preserva-las.

Este artigo tem relevância acadêmica, social e cientifica, contribuindo para uma maior

compreensão da sociedade quanto à importância do rio Jiquiriçá para as pessoas que

utilizam das suas águas constantemente. Academicamente e cientificamente o artigo

complementa a quantidade de material escrito sobre o rio e a cidade de Mutuípe, a

população desta forma poderá se apropriar do processo de urbanização da Avenida

Beira Rio e como esse processo contribui para a degradação do rio.

Os objetivos deste artigo são analisar as degradações e danos ambientais do rio Jiquiriçá

geradas pela urbanização do comércio local da cidade de Mutuípe – BA, conhecer de

que forma as empresas degradam o rio e seu entorno e explicar as diferentes tipologias

de degradação.

O projeto tem como justificativa a situação atual do rio Jiquiriçá na cidade de Mutuípe-

Ba, que vem sofrendo impactos ambientais de grande magnitude, sobre o solo, a

vegetação, a fauna e flora e os recursos hídricos. Suas águas, outrora abundantes,

parecem desaparecer a cada dia, deixando a região mais seca e menos exuberante, uma

vez que, o rio abastece todo o território de identidade vale do Jiquiriçá.

Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: dados

bibliográficos (incluindo consultas à Internet, livros e publicações referentes ao assunto

e à área em estudo, destacando aspectos regionais e temáticos), material fotográfico,

atividades de campo e um questionário respondido pelos proprietários de empresas do

entorno do rio.

Este artigo está divido em introdução, uma abordagem sucinta da problemática do tema

a ser tratado, algumas características do local especifico a ser estudado, um

levantamento geral da área de estudo, o desenvolvimento contará com a expansão do

tema, de forma mais detalhada, caracterizando algumas empresas existentes e de que

forma elas estão degradando o rio e seu entorno, e por fim os resultados obtidos, através

dos objetivos e metodologias desenvolvidas.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A Bacia do rio Jiquiriçá, situada a aproximadamente 150 km a sudeste da capital, no

Estado da Bahia, ocupa uma área de 6.900 km², tendo como limites a norte e oestea

Bacia do rio Paraguaçu e a sul a Bacia do rio de Contas. A delimitação do espaço físico-

territorial adotada pela prática em análise não se restringiu apenas aos limites físicos da

bacia hidrográfica; considerou integralmente todos os Municípios que têm partes de

suas terras incluídas, (Figura 1). Ao todo são 25 Municípios: Amargosa, Brejões,

Cravolândia, Elísio Medrado, Iaçu, Irajuba, Itaquara, Itatim, Itiruçu, Jaguaquara,

Jaguaripe, Jiquiriçá, Lafaiete Coutinho, Lage, Lagedo do Tabocal, Maracás, Milagres,

Mutuípe, Nova Itarana, Planaltino, Santa Inês, Santa Terezinha, São Miguel das Matas,

Ubaíra e Valença.

O Vale do Jiquiriçá ocupa quatro regiões fitoclimáticas distintas, desde o clima ameno do litoral Atlântico até os rigores do semiárido, o que determina uma paisagem bem diversificada, seja natural ou decorrente da ação humana, com altitudes que atingem 1.000m em contraste com as baixadas litorâneas, com culturas agrícolas praieiras (dendê e coco-da-baía) e o sertão castigado pelas estiagens. Sua variedade fitoclimática e de relevo se reflete na própria organização e dinamismo de sua vida social e econômica, na ocupação dos espaços, no desenho de seus aparatos produtivos e nas formas de gerar e partilhar suas riquezas, (CIVJ 2002).

Figura 1 –

Mapa da

Bacia

Hidrográfica

do Rio

Jiquriçá.

Fonte: CIVJ - Consórcio intermunicipal Valedo Jiquiriçá.

O rio Jiquiriçá, com apenas 275 km de extensão, tem importante significado para sua

região, constituindo-se ainda hoje no seu principal elo cultural e de desenvolvimento

econômico. No passado, foi às suas margens que os tropeiros formaram os primeiros

povoados, correspondendo aos centros urbanos de hoje. No plano simbólico, o rio

sempre foi um forte elemento de referência para as populações que foram para lá

atraídas por suas riquezas naturais e pela fertilidade de seu solo.

MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente foram realizados levantamentos bibliográficos relacionados ao assunto

degradações ambientais (livros, artigos, internet etc.) com ênfase em rios.A

identificação dos tipos e fontes de poluição e das áreas em processo de degradação na

bacia do rio Jiquiriçá nas áreas referentes ao entorno do comercio da Avenida Beira Rio

do município de Mutuípe, foram observadas a partir de visitas in loco semanais, durante

o mês de maio de 2013, registradas através de fotografias.

A identificação dos diversos usos dos recursos hídricos do município foi feita a partir de

conversas com os moradores da área, bem como autoridades locais e através do

significativo conhecimento da região. Em seguida realizou-se visualmente um

levantamento dos principais contribuintes do processo de degradação e agravantes desse

ecossistema.

Foram aplicadosdois questionários na cidade de Mutuípe em duas empresas

heterogêneas (ramos distintos), no período de 05 a 06 de Maio de 2013, com as

respostas obtidas foi possível notar que não a 100% de negligencia das empresas

existentes no entorno do rio, no que desrespeita a degradação ambiental do mesmo, a

empresa responsável pela ligação da rede de esgoto não esta cumprindo seu papel

corretamente e nem as políticas públicas municipais.

RESULTADOS E DISCURSÕES

A partir do estudo, foi possível verificar, na área do Rio Jiquiriçá na sede urbana do

município de Mutuípe, alguns principais tipos de impactos/ problemas ambientais que

estão contribuindo para a degradação do mesmo e das suas margens: deposição de lixo

nas margens, lançamento de esgoto doméstico que atinge as águas superficiais e

subterrâneas, exploração agropecuária, empreendimentos comerciais, erosões marcantes

decorrentes da retirada da vegetação nativa e o processo de eutrofização contribuindo

para a proliferação de macrófitas.

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO

O processo de urbanização e emancipação da cidade de Mutuípeteve inicio em 1920,

onde foi desencadeado um movimento pela emancipação política-administrativa do

povoado de mutum, como passou a ser conhecido na região. Tanto que em 26 de julho

de 1926 foi aprovada, na Câmara Estadual, a Lei n° 1882, criando o município de

Mutuípe, instalado a 12 de outubro do mesmo ano.

Segundo o quadro da divisão territorial vigente em 1° de julho de 1955, o município de

Mutuípe é composto de um único distrito.

O município de Mutuípe pertencia ao termo de Jiquriçá, da Comarca de Ubaíra, até 2 de

julho de 1949, quando, por força da lei n° 175, foi criada a Comarca de Mutuípe, que

compreende o Município de mesmo nome.

O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e consequente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas.

Ao longo da história do país, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades (PAZ; FARIAS, 2008, p. 287).

A partir da sua emancipação a cidade começou a esboçar aspectos urbanos, pois no

início da década de 50 as pessoas já deram início às construções de casas e comércios na

cidade, instalavam-se ali pessoas de outras cidades em busca de terrenos para a

produção agrícola e pecuária.

Segundo moradores residentes na cidade de Mutuípe há 40 anos, relatam que, em 1984,

à prefeita da época, a senhora Clélia Rebolças, chamada por populares por “dona

Clélia” desapropriou o Senhor João Ribeiro que era dono de toda área onde hoje se

encontra a Avenida Beira Rio nas margens do rio Jiquiriçá.

Houve a desapropriação dapequena hidrelétrica existente na cidade, desativada por

conta de uma forte enchente que terminou por destruir a mesma na década de 60 no

entorno do rio Jiquiriçá, na época a prefeita fez à venda de todos os lotes de forma

ilegal, pois as terras não eram da prefeitura,e após a venda dos lotes se iniciou o

processo de urbanização da Avenida de forma desordenada e sem nenhum planejamento

urbano.

A avenida se localiza no entorno do rio e no início da ocupação as pessoas não tinham

conhecimento do prejuízo futuro que poderia desencadear, no período da urbanização,

mas contundente a prefeita tentou de forma plausível retirar algumas construções que

estavam muito próximas das margens do rio, mas por interesses políticos não teve como

conter as obras.

No termino do mandato da prefeita Clélia assumiu seu sucessor, o então prefeito eleito

da época Gilberto dos Santos Rocha, conhecido por todos como “Béu Rocha”, no ano

de 1996, pouco tempo depois de eleito utilizou alguns lotes não vendidos para persuadir

as pessoas, doando os terrenos, assim por interesses políticos garantiria sua suposta

reeleição.Essa doação causou polêmica por parte das outras pessoas que ao contrario

destas pagaram para ter direitos a essa terra e assim continuou a crescente ocupação

desta área.

Já com a ocupação de quase todo o terreno, os novos proprietários deram continuação às

construções e no ano de 1997, a família do verdadeiro proprietário das terras entrou com

uma ação judicial para tentar reaver o valor de sua propriedade, mas o processo se

estendeu ao longo dos anos sendo sempre arquivado.No ano de 2013 o advogado da

família conseguiu junto à justiça uma precatória, obrigando a prefeitura a indenizar a

família.

Alguns moradores afirmam que antes das construções no entorno do rio as

pessoastomavam banho em qualquer ponto do rio, este era muito bonito e todos

utilizavam suas águas para beber e brincar, pois não apresentava perigo algumà saúde

humana da população mutuipense.

A saúde humana tem ligação direta com a saúde das florestas, uma vez que a

degradação ambiental tem graves impactos prejudiciais à saúde dos seres humanos.

Esses podem ser percebidos pela poluição na qualidade do ar, na qualidade da água, e

até mesmo no clima global. Entretanto, a proteção do meio ambiente pode reverter esse

quadro e propiciar benefícios para a saúde.

EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA E CONSTRUÇÕES PREDIAIS

No tocante à exploração agropecuária, é uma ocupação que vem contribuindo para o

aumentoda poluição das águas do rioJiquiriçá, bem como do solo. Além das áreas

urbanizadas, a cidade apresenta áreas com características tipicamente rurais, nas

proximidades do entorno do rio, onde existem baías de cavalo.

A criaçãode animais domésticos bem como a presença de estábulos, pocilgas e granjas é

considerada poluidora, pois seus detritos podem conter microrganismos patogênicos que

contribuem para a poluição da água que entra em contato com os mesmos, modificando

sua qualidade, inclusive contribuindo para uma elevada Demanda Bioquímica de

Oxigênio – DBO, causando um aumento dos sólidos suspensos nas águas contaminadas

com estes resíduos. Os resíduos da criação de suínos, por exemplo, englobam as fezes,

urinas, água desperdiçada pelos bebedouros e utilizada na higienização, resíduos da

ração, pelos, poeira, entre outros.

As construções prediais muito próximas às margens (Figura 2) dos rios provocam a

descontinuidade da paisagem natural e são potencialmente geradoras de resíduos que

são dispostos inadequadamente. Para as áreas que margeiam os rios o correto é que haja

vegetação, preferencialmente nativa, para evitar carreamento de sedimentos e

consequentemente assoreamentodos mesmos, ou seja, não devem ser ocupadas.

Figura 2: Falta de planejamento urbano e presença de vegetação

indesejada(macrófitas)

Fonte: André Luiz dos Santos Rocha – 2013.

EMISSÃO DE EFLUENTES

A cidade conta com rede de esgoto, presente na Avenida Beira Rio, mas os lixos

domésticos e das empresas do entorno não tem como destino final o centro de

tratamento do município, e sim o leito do rio e suas margens.

O saneamento básico está intimamente relacionado às condições de saúde da população,

é mais do que simplesmente garantir acesso aos serviços, instalações ou estruturas que

citam a lei, envolve, também, medidas de educação da população em geral e

conservação ambiental.

AEmpresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA) cobra por prestar serviços de

coleta de esgoto e tratamento de água no estado da Bahia, em Mutuípe essa taxa é paga

por uma parcela da população. Segundo o próprio gerente da EMBASA de Mutuípe, o

serviço da rede de esgoto não contempla todos os moradores, principalmente os que

moram na Avenida Beira Rio, justifica ele que por falta de recursos financeiros não é

possível à construção de estações elevatórias, de tratamento, emissários, rede e ligações

domiciliares, mas que já esta viabilizando verba para possíveis construções.

No entanto, espera-se que tais procedimentos não fiquem apenas no campo das ideias,

pois a situação é gravíssima e demanda empenho das autoridades locais, estaduais e

federais e da sociedade geral para a resolução do problema.

A crescente eutrofização dos ambientes aquáticos tem sido produzida principalmente por atividades humanas, causando um enriquecimento artificial desses ecossistemas. As principais fontes desse enriquecimento têm sido identificadas como as descargas de esgotos domésticos e industrial dos centros urbanos e a poluição difusa originada nas regiões agricultáveis. Embora a intensidade e diversidade dessas atividades variem de acordo com a população na bacia de drenagem e organização econômica e social da região, todas elas geram impactos e deterioração da qualidade da água, assim como interferem na quantidade da água disponível. (BRAGA et. al, 2006, p. 206).

Pode ser observado de forma clara um incremento na reprodução primária e

consequentemente um aumento da proliferação desse vegetal no rio, e ocorre quando as

características ambientais são favoráveis, ambientes estes são encontrados no rio

Jiquiriçá, tem como características grandes descargas de dejetos, resíduos sólidos e

produtos químicos dos comércios do entorno, as magrófitas se proliferam de forma

desordenada e acelerada, comprometendo o ecossistema aquático, pois com o aumento

da biomassa que é diretamente proporcional ao déficit de oxigênio, que por sua vez

favorece a formação de H2S (ácido sulfídrico) que por sua vez diminui o pH (potencial

de hidrogênio), causando um desequilíbrio no ecossistema, ou seja, é impossível a

prática da pesca nesses locais, é possível notar peixes dentro d’água, mas não são

saudáveis para o consumo humano, pois, o consumo destes peixes podem provocar

doenças graves e irreversíveis.

Os vastos recursos hídricos do Brasil têm grande significado ecológicos, econômico e social. O gerenciamento, conservação e gerenciamento desses sistemas são de importância fundamental para o reflexo na economia, na área social e nos usos dos sistemas aquáticos. Esse gerenciamento é muito complexo, depende de uma forte base de dados e de desenvolvimento de mecanismos de transferência do conhecimento cientifico básico para a aplicação. Como há grandes diferenças geomorfológicas, ecológicas e antropológicas nas varias latitudes do Brasil, essa ação torna-se evidentemente mais complexa, pois depende de uma base local ou regional de dados e informações cientificas compatíveis, com os sistemas regionais. (BRAGA; et. al, 2006, p. 206).

No entanto este não é um problema apenas do município de Mutuípe, e sim de vários

municípios brasileiros. Tais problemas existem porque os municípios, de um modo

geral, ou não apresentam sistema de esgotamento sanitário ou quando existem não são

adequados e/ou suficientes.

Está prevista no Código Florestal (alterado pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24

de agosto de 2001) nos arts. 2º, 3º e 4º. Ela tem a função de “preservar os recursos

hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna

e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (art. 1º, § 2º,

II). Portanto, a APP é uma faixa de vegetação a ser mantida em torno de corpos d’água,

em encostas íngremes e em outros tipos de ecossistemas frágeis, destinada à

preservação da biodiversidade, à proteção do solo e da água e ao controle de enchentes e

de deslizamentos de terra. Tem, assim, função ecológica e de segurança pública,

imagens em anexos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O proposito deste trabalho foi o de apresentar os impactos ambientais encontrados no

entorno do Rio Jiquiriçá, ocasionado processo de urbanização do comercio local, visto

que água é um recurso indispensável para a existência da vida humana. Este rio abastece

todas as pessoas do território de identidade Vale do Jiquiriçá, sendo assim, é

preocupante seu estado atual uma vez que há décadas foi tão exuberante e de águas

limpas.

Os impactos ambientais nesse ecossistema também foram identificados pela ocorrência

da falta de esgotamento sanitário e construções de empreendimentos nas margens do

rio. Observou-se a proliferação de macrófitas pelo processo de eutrofização, o que

necessita de estudos investigativos mais detalhados para avaliar as dimensões dos

impactos.

Este estudo abre possibilidades para novas pesquisas quali-quantitativas, que

contribuam para um diagnóstico satisfatório da região.

E por fim, este artigo teve como um levantamento superficial o estado que se encontra o

rio Jiquriçá, posteriormente pretende-se dar continuidade de forma profunda sobre a

temática abortada, pois não se despõe de muitos recursos atualmente, mas existem

interesses para sancionar a problemática com ações mitigadoras.Nosso futuro depende

de nossas ações hoje.

REFERÊNCIAS

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REBLÇAS, Aldo da Cunha; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José Galiza. Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação/ organizadores Aldo da Cunha Rebouças, Benedito Braga, José Galiza Tundisi. – 3. ed. – São Paulo: Escrituras Editora, 2006.

Taxa De Esgoto Em Mutuípe Será Mantida, Diz Secretário Da SEDUR. Disponível em: http://almeidanoticias.com/2013/02/26/taxa-de-esgoto-em-mutuipe-sera-mantida-diz-secretario-da-sedur/ Acesso em: 20 de nov. de 2013.

BRASIL.LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965. Revogado pela Lei nº 12.651, de 2012. Novo Código Florestal.Brasília, 15 de setembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm Acesso em: 10 de dez. de 2013

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL VALE DO JIQUIRIÇÁ. Disponível em: www.civj.com.br Acesso em: 10 de out. de 2013.

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