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16 de Outubro de 2008 OE 2009 PROPOSTA DE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2009

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16 de Outubro de 2008

OE 2009PROPOSTA DE ORÇAMENTO DO

ESTADO PARA 2009

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PROPOSTA DE ORÇAMENTO DO

ESTADO PARA 2009

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A proposta de Orçamento do Estado para o ano de 2009 foi apresentada à Assembleia da República, revelando significativas alterações fiscais. Pelo presente documento damos a conhecer as principais alterações em discussão.

IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (IRS)

RENDIMENTO TRABALHO DEPENDENTE

- As importâncias suportadas pelas entidades patronais com a aquisição de passes a favor dos seus trabalhadores, deixam de ser consideradas rendimento tributável desde que a aquisição seja de carácter geral.

REINVESTIMENTO MAIS-VALIAS DE HABITAÇÃO

PRÓPRIA PERMANENTE

- Na tributação das mais-valias decorrentes da alienação de imóveis, altera-se de 24 para 36 meses o prazo para reinvestimento das mais-valias realizadas na aquisição de propriedade para outro imóvel, de terreno para construção de imóvel, ou em obras de construção, ampliação ou melhoramento de outro imóvel.

- Altera-se de 12 para 24 meses o período considerado para o reinvestimento das mais-valias realizadas mediante a aquisição de um imóvel previamente à alienação que originou as mais-valias.

- Clarificação de que a não tributação das pensões e indemnizações pagas em virtude de lesão corporal, doença ou morte, abrange as sofridas no cumprimento de serviço militar.

REGIME DA TRANSPARÊNCIA FISCAL

- As pessoas singulares que sejam sócios ou membros das entidades sujeitas ao regime da transparência fiscal (como sejam as sociedades de profissionais), serão tributados pelas importâncias que sejam pagas a título de adiantamento por conta dos lucros, quando o seu montante for superior aos lucros da sociedade do ano em causa. Nos anos subsequentes efectuar-se-ão os ajustamentos necessários para evitar a dupla tributação destes montantes.

- Os sócios de uma sociedade de profissionais sujeita ao regime da transparência fiscal que lhe prestem serviços, deixam de poder optar pela tributação de acordo com a

categoria de rendimentos de trabalho dependente (Categoria A).

DEDUÇÃO DE PERDAS

- Sempre que a determinação do rendimento for efectuada com recurso à avaliação indirecta, não haverá lugar à dedução do resultado negativo apurado em qualquer categoria de rendimentos, não obstante a sua dedução nos anos seguintes, dentro do prazo legal.

TAXAS DE IMPOSTO

- As taxas de IRS mantém-se inalteradas, contudo, os limites dos escalões serão aumentados em 2,5%, passando o primeiro escalão a ter o limite de €4.755. Esta actualização dos escalões de IRS segue a taxa de inflação prevista e fica aquém dos aumentos salariais previstos para a função pública, pelo que poderá não se traduzir numa baixa efectiva de tributação.

-Também os escalões de remuneração anual para efeitos de retenção na fonte são actualizados na mesma proporção.

DEVOLUÇÃO DE IRS RETIDO A RESIDENTES NA UE

- Os sujeitos passivos não residentes em Portugal, mas residentes em qualquer Estado-Membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu poderão, verificados determinados pressupostos, solicitar a devolução total ou parcial do imposto retido, sobre rendimentos de prestação de serviços, na parte que exceda o imposto que seria devido por um residente.

DEDUÇÕES À COLECTA

- É actualizado o limite máximo das deduções à colecta com bens médicos em €2.

- É actualizado o limite máximo de dedução das importâncias despendidas com prémios de seguros de acidentes pessoais e seguros de vida em cerca de €2 por pessoa.

- Consagra-se a possibilidade de deduzir à colecta 30% do valor gasto na aquisição de veículos sujeitos a matrícula exclusivamente eléctricos ou movidos a

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energias renováveis não combustíveis, com o limite máximo de €796.

OBRIGAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

- Os profissionais com competência para autenticar documentos passam a ter a obrigação de comunicar a autenticação de documentos que titulem actos ou contratos sujeitos a registo predial, susceptíveis de gerar rendimentos sujeitos a IRS.

SUJEITOS PASSIVOS COM DEFICIÊNCIA

- Os rendimentos brutos de cada uma das categorias A, B e H (trabalho dependente, independente e pensões) auferidos, durante 2009, por sujeitos passivos com deficiência apenas serão considerados em 90%. Os 10% excluídos de tributação não poderão contudo exceder €2.500 por categoria.

REGIME OPCIONAL PARA RESIDENTES NOUTRO

ESTADO-MEMBRO DA UNIÃO EUROPEIA OU ESPAÇO

ECONÓMICO EUROPEU

- É criado um novo regime opcional para não residentes, segundo o qual estes poderão optar pela tributação como residentes, quando sejam titulares de rendimentos das categorias A, B e H, que representem pelo menos 90% da totalidade dos rendimentos totais relativos ao ano em causa.

AQUISIÇÃO DE COMPUTADORES PARA USO PESSOAL

- É alargado o benefício fiscal relativo à aquisição de computadores para uso pessoal: a dedução à colecta para efeitos de IRS aplicável aos montantes despendidos com a aquisição destes produtos passará a ser aplicável não apenas uma vez, mas antes uma vez por cada membro do agregado familiar do sujeito passivo que frequente um nível de ensino durante os anos de 2009 a 2011, desde que estejam preenchidas as condições anteriormente exigíveis (i.e., que a taxa normal aplicável ao sujeito passivo seja inferior a 42 %; que o equipamento tenha sido adquirido no estado de novo; e que a factura de aquisição contenha o número de identificação fiscal do adquirente e a menção “uso pessoal”).

AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA

REGIME ESPECIAL DE RESIDENTES NÃO HABITUAIS

É prevista uma autorização legislativa para a criação de um regime fiscal para residentes não habituais em IRS. Este novo regime tem o objectivo de atrair profissionais estrangeiros de elevada especialização que desenvolvam actividades com elevado valor acrescentado, com carácter científico, artítico ou técnico, sujeitando-os a um regime tributável mais favorável.

IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLECTIVAS (IRC)

RENDIMENTOS DE CAPITAIS ADMINISTRADOS PELAS

INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA SOCIAL.

- Para além dos fundos de capitalização, passam também a estar isentos em sede de IRC os rendimentos de capitais administrados pelas instituições de segurança social.

PROVISÕES PARA RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICA E

AMBIENTAL

- Entre as provisões fiscalmente dedutíveis passam a estar incluídas as constituídas por empresas das indústrias de tratamento e eliminação de resíduos e, em ambos os casos, passa a ser exigido que se destinem a fazer face a encargos com a recuperação paisagística e ambiental dos locais afectos à exploração que sejam obrigatórios.

- Estabelece-se ainda um regime transitório, nos termos do qual passa a ser possível a dedução fiscal do saldo destas provisões apurado a 31 de Dezembro de 2008, mediante requerimento a apresentar no prazo de 120 dias a partir da publicação do OE.

REALIZAÇÕES DE UTILIDADE SOCIAL

- As contribuições suplementares para fundos de pensões e equiparáveis destinadas à cobertura de responsabilidades com pensões que resultem da aplicação do novo Plano de Contas para as Empresas de Seguros, passam a ser consideradas como custo de acordo com um plano de amortização de prestações

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uniformes anuais, por um período transitório de cinco anos contado a partir do exercício de 2008, deixando assim de concorrer para os limites de deduções de realizações de utilidade social fixadas pelos n.º 2 e 3 do artigo 40.º CIRC.

- Passam a ser dedutíveis neste âmbito os custos suportados com a aquisição de passes sociais em benefício do pessoal da empresa, verificados os requisitos exigidos.

TAXA DE IRC

- É introduzido um novo escalão de IRC, passando a ser aplicada a taxa de 12,5% aos primeiros €12.500 de matéria colectável e 25% ao remanescente.

- A aplicação desta taxa pode ser afastada em determinadas circunstâncias previstas em norma especial anti-abuso.

DIRECTIVA JUROS E ROYALTIES

- Nos termos já impostos pelo direito comunitário, deixou de ser aplicável o regime anti-abuso de subcapitalização aos pagamentos de juros e royalties entre entidades residentes na comunidade europeia.

DEVOLUÇÃO DE IRC RETIDO A ENTIDADES

RESIDENTES NA UE

- As entidades residentes em território da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu (desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal) que prestem serviços sujeitos a retenção na fonte em Portugal, podem solicitar a devolução total ou parcial do imposto retido e pago na parte em que seja superior ao que resultaria da aplicação das taxas previstas para os residentes.

PAGAMENTOS POR CONTA

- Os pagamentos por conta passam a corresponder a 70% do imposto liquidado no exercício anterior para os contribuintes cujos rendimentos não excederam €498.797,90 e a 90% para os restantes casos.

DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO MOD 22 IRC

- Em caso de decisão administrativa ou sentença superveniente (com base na qual seja possível reduzir o imposto pago em sede de autoliquidação) o prazo para

apresentação de declaração de substituição conta-se desde o conhecimento da mesma. O prazo de caducidade é o prazo para apresentação acrescido de um ano.

OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS

- Os programas e equipamentos informáticos de facturação passam a depender de prévia certificação pela DGCI, nos termos a definir por Portaria.

SUSPENSÃO DO REGIME SIMPLIFICADO

- A partir de 1 de Janeiro de 2009 deixa de ser permitido aos sujeitos passivos optarem pelo regime simplificado de determinação do lucro tributável. As entidades que à data estejam abrangidas por esse regime poderão optar entre renunciar ao mesmo ou mantê-lo até ao final dos três exercícios a que o mesmo se aplica.

- Neste âmbito, foi igualmente prevista uma autorização legislativa para o governo criar um novo regime simplificado de tributação, com base no qual os sujeitos passivos de pequena dimensão ficaram sujeitos a tributação de acordo com regras simplificadas com base na normalização contabilística que lhes for aplicável.

OPÇÃO PELO REGIME GERAL DE TRIBUTAÇÃO

- Os sujeitos passivos residentes ou com estabelecimento estável em Portugal sujeitos a taxas especiais ou reduzidas podem optar pela aplicação das taxas gerais. Tal opção é feita através da declaração periódica de rendimentos.

BENEFÍCIOS FISCAIS AO SISTEMA FINANCEIRO E AO

MERCADO DE CAPITAIS

Passam a estar isentos de IRC os ganhos obtidos por instituições financeiras não residentes decorrentes não apenas das operações de swap, como também resultantes das operações cambiais a prazo realizadas com instituições de crédito residentes (sem prejuízo de tal isenção não ser aplicável aos ganhos imputáveis a estabelecimento estável daquelas instituições sitos em território português). Esta isenção também será aplicável relativamente às operações da mesma natureza efectuadas com o Estado.

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AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS

O Governo fica autorizado a:

i) alterar o CIRC e a legislação complementar de modo a que tais regras fiquem conformes com as normas internacionais de contabilidade e normativos contabilísticos nacionais que as adoptam;

ii) criar um novo regime simplificado, conforme referido supra.

IMPOSTO DO SELO (IS)

TRIBUTAÇÃO DAS TRANSMISSÕES GRATUITAS DE

IMÓVEIS

- É reduzido o âmbito objectivo de isenção de imposto do selo sobre as transmissões gratuitas, passando a estar sujeitas a tributação à taxa de 0,8% as transmissões gratuitas de imóveis.

ISENÇÃO DAS TRANSMISSÕES GRATUITAS: UNIDOS DE

FACTO

- Os unidos de facto passam a beneficiar da isenção do imposto do selo sobre transmissões gratuitas (doação e sucessão).

LIQUIDAÇÃO DE IMPOSTO E RESPONSABILIDADE DAS

PESSOAS COM CAPACIDADE PARA AUTENTICAR

DOCUMENTOS

- O Imposto do Selo passará a ser liquidado pelas entidades ou profissionais que autentiquem documentos particulares, nomeadamente quanto a contratos e documentos que lhes sejam apresentados para qualquer efeito legal, por exemplo, para reconhecimento de assinaturas apostas.

- Estas entidades passarão a ser solidariamente responsáveis pelo pagamento do imposto nos casos em que o documento particular autenticado substitua escritura pública, como é o caso de constituição de sociedades, aumento de capital, alteração de estatutos, etc.

- Estes documentos particulares realizados em substituição de escrituras públicas, passam a estar sujeitos, adicionalmente, a €25 de imposto do selo.

LIQUIDAÇÃO DO IMPOSTO PELA AQUISIÇÃO DE

IMÓVEIS

- Na aquisição onerosa ou gratuita de imóveis, o sujeito passivo do imposto passa a ser o adquirente. Por outro lado, estas liquidações de imposto passam a seguir as regras do IMT. Isto significa que o imposto do selo deixará de ser liquidado pelo notário aquando da realização da escritura pública para ser liquidado pelo sujeito passivo perante a administração fiscal em momento prévio.

NÃO SUJEIÇÃO

- Algumas situações deixam de estar sujeitas a imposto do selo, das quais destacamos:

i) Registo de marcas e patentes;

ii) Operações de reestruturação de empresas, entre as quais a constituição e o aumento do capital resultante da entrega por uma ou mais sociedades de capitais da totalidade do respectivo património ou de um ou vários ramos da sua actividade a uma ou mais sociedades de capitais em vias de constituição ou já existentes e algumas operações de permuta de partes sociais.

IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS (IMI)

TERRENOS PARA CONSTRUÇÃO

- Passam a ser considerados como terrenos para construção os terrenos em que apenas tenha sido admitida comunicação prévia ou informação prévia favorável de operação de loteamento ou de construção. Esta alteração tem forte impacto a nível da tributação da em sede de IMI, IMT, IRC e IRS, porquanto a (i) consideração como prédio para construção obriga à entrega da Modelo 1 do IMI e à consequente avaliação como prédio urbano com efeitos em sede de IMT, IRC e IRS (ii) a taxa aplicável deixa de ser 5% para ser 6,5%.

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SEGUNDA AVALIAÇÃO

- No que diz respeito ao regime aplicável à segunda avaliação do imóvel, existem algumas alterações relevantes:

i) a Câmara Municipal passa a ter legitimidade para requerer a referida avaliação, tendo a Direcção-Geral dos Impostos o dever de comunicar o resultado da avaliação directa;

ii) cria-se uma taxa a pagar pela avaliação, a fixar entre 5 e 20 unidades de conta (€480 a €1.920), existindo a possibilidade de devolução, caso se confirme que o valor patrimonial estava distorcido; e, por último,

iii) a possibilidade de requerer segunda avaliação caso o valor patrimonial seja 15% superior ou inferior ao valor de mercado.

PRÉDIOS EM RUÍNAS

- Os prédios em ruínas serão sujeitos a tributação agravada, sendo as taxas elevadas ao triplo.

- Cabe às Câmaras Municipais a identificação e consequente comunicação à Direcção-Geral dos Impostos de quais o imóveis em ruínas.

AMPLIAÇÃO DE IMÓVEIS

Na avaliação de imóveis ampliados, passa a ser tida em consideração a idade de cada parte do imóvel e não apenas a data da sua construção inicial, o que originará o aumento do valor tributário de imóveis ampliados.

IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS

TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS (IMT)

PARTILHA DE BENS COMUNS DO CASAL

- Deixa de estar sujeita a IMT a aquisição de imóvel em excesso da quota-parte em processo de partilhas, desde que a partilha resulte da dissolução de casamento que não tenha sido celebrado sob o regime de separação de bens.

ACTUALIZAÇÃO DAS TAXAS

- Os escalões de IMT são actualizados, passando a estar isentas as aquisições de prédio urbano ou fracção autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente à habitação própria e permanente até ao limite de €89.700,00.

RESPONSABILIDADE PELO IMPOSTO

- O regime das obrigações de cooperação dos notários e de outras entidades que intervenham na transmissão de imóveis sofreu algumas alterações, sendo a mais importante o facto de serem solidariamente responsáveis com o sujeito passivo pelo pagamento do imposto, desde que tenham colaborado na falta de liquidação ou arrecadação de imposto ou não tenham exigido o documento comprovativo do pagamento/isenção (artigo 49.º n.º 6).

IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA)

TAXA REDUZIDA

- Passam a ser tributados a 5%:

i) a aquisição dos assentos próprios para o transporte de crianças em veículos automóveis;

ii) as prestações de serviços de manutenção e reparação de próteses, equipamentos e aparelhos para cidadãos portadores de deficiência;

iii) as empreitadas de bens imóveis em que são donos da obra as autarquias locais, empresas municipais, desde que as referidas obras sejam directamente contratadas com o empreiteiro;

iv) as empreitadas de reabilitação urbana, realizadas em imóveis ou espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana de interesse público;

vi) as empreitadas de reabilitação de imóveis que sejam directamente contratadas pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, ou às empreitadas realizadas ao abrigo de programas apoiados por este Instituto.

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REGULARIZAÇÕES DE IVA EM CRÉDITOS INCOBRÁVEIS

- Passa a ser possível regularizar o IVA em créditos incobráveis de valores superiores a €750,00 e inferiores a €8.000,00, quando o devedor, sendo uma pessoa singular ou sujeito passivo que realize exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, passe a constar da lista on-line de execuções extintas com pagamento parcial ou por inexistência de bens penhoráveis.

- Este regime não se aplica em situações em que devedor já constasse, no momento da realização da operação, da referida lista

RENÚNCIA À ISENÇÃO DO IVA NA SUBLOCAÇÃO DE

IMÓVEIS

- É permitida a renúncia à isenção de IVA na sublocação de bens imóveis destinados a fins industriais.

ISENÇÃO DE IMPOSTO NAS TRANSMISSÕES GRATUITAS

EFECTUADAS JUNTO DE IPSS’S E ONG’S

- As transmissões gratuitas de bens para posterior distribuição a pessoas carenciadas, efectuadas a instituições particulares de solidariedade social e a organizações não governamentais passarão a estar isentas de IVA.

ISENÇÃO DO IVA E DOS IEC NA IMPORTAÇÃO DE

MERCADORIAS TRANSPORTADAS EM BAGAGEM DE

VIAJANTES PROVENIENTES DE PAÍSES OU TERRITÓRIOS TERCEIROS

- É transposta a directiva relativa à isenção de IVA e de IECs na importação de mercadorias transportadas em bagagem de viajantes provenientes de países ou territórios terceiros

AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS NO ÂMBITO DO IVA

i) Eliminação da aplicação da taxa reduzida de IVA nas portagens das pontes sobre o Tejo na zona de Lisboa e adopção de medidas correctivas;

ii) Revogação do regime especial de tributação em IVA de combustíveis gasosos;

iii) Transposição do “Pacote IVA”, designadamente com alteração das regras de localização das prestações de serviços;

iv) Transposição da Directiva n.º 2008/9/CE que define as modalidades de reembolso do IVA a sujeitos passivos não estabelecidos no Estado membro de reembolso mas estabelecidos noutro Estado Membro, bem como ajustamentos nos procedimentos de reembolso aos sujeitos passivos estabelecidos fora da U.E.

OUTRAS DISPOSIÇÕES RELEVANTES

FUNDOS E SOCIEDADES DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO PARA ARRENDAMENTO HABITACIONAL

(FIIAH E SIIAH)

- São criados fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional, dotados de um regime fiscal especialmente favorável:

i) Isenção de IRC dos rendimentos obtidos pelos FIIAH e SIIAH constituídos entre 01.01.2009 e 31.12.2014;

ii) Isenção de IRS e de IRC sobre os rendimentos de unidades de participação nos FIIAH;

iii) Isenção de IRS sobre as mais-valias resultantes da transmissão para os FIIAH e SIIAH de imóveis destinados à habitação própria decorrentes da conversão do direito de propriedade num direito de arrendamento. Esta isenção caduca caso cesse o contrato de arrendamento ou não seja exercido o direito de opção de compra;

iv) Possibilidade de dedução à colecta, por parte dos arrendatários dos imóveis dos fundos de investimento, das importâncias suportadas por estes em resultado da conversão do direito de propriedade num direito de arrendamento;

v) Isenção de IMI quanto aos prédios urbanos destinados ao arrendamento para habitação permanente que integrem o património destas entidades, enquanto se mantiverem na sua carteira;

vi) Isenção de IMT das aquisições de prédios urbanos ou de fracções autónomas destinados exclusivamente a arrendamento para habitação permanente;

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vii) Isenção de IMT em caso de exercício da opção de compra nos casos de conversão de direito de propriedade em arrendamento;

viii) Isenção de imposto do selo, nomeadamente quanto aos actos relacionados com a transmissão dos respectivos imóveis, desde que estes sejam destinados à habitação permanente e cuja transmissão ocorra por força da conversão do direito de propriedade em direito de arrendamento;

ix) Isenção de taxas de supervisão das suas entidades gestoras.

INCENTIVOS À REABILITAÇÃO URBANA

- São criados múltiplos incentivos relativos à reabilitação humana, nomeadamente:

i) Fundos de investimento imobiliário: Isenção de IRC quanto aos rendimentos obtidos pelos fundos de investimento imobiliário que se constituam entre 01.01.2008 a 31.12.2012, e em que pelo menos 75% do seu activo seja constituído por bens imóveis sujeitos a acções de reabilitação. Em contrapartida, as pessoas singulares que aufiram rendimentos fora de actividade comercial, industrial ou agrícola passam a estar sujeitos a tributação à taxa de 10% sobre os rendimentos das unidades de participação destes fundos e sobre mais-valias;

ii) Tributação à taxa de 5% sobre mais-valias e restantes rendimentos prediais (incluindo arrendamento) em sede de IRS;

iii) Dedução à colecta de IRS, até ao limite de €500,00, de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação destes imóveis, bem como de imóveis arrendados passíveis de actualização faseada nos termos do artigo 27.º e seguintes do NRAU.

iv) Isenção de IMI por um período de cinco anos a contar da conclusão da reabilitação;

v) Isenção de IMT relativamente à primeira transmissão onerosa destes imóveis, desde que sejam destinados exclusivamente à habitação própria e permanente.

As isenções de IMI e IMT dependem de deliberação da assembleia municipal.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS E DE

MERCADORIAS

- É criado um sistema de tributação mais favorável às mais valias resultantes da transmissão onerosa de determinados veículos de transporte profissional de pessoas e mercadorias, bem como uma majoração nos custos dos combustíveis utilizados por estes veículos.

- Estes benefícios são aplicáveis até Dezembro de 2012, podendo, designadamente, ser cumuláveis com benefícios fiscais à interioridade.

AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS

- O Governo é autorizado a proceder à revisão do regime dos benefícios fiscais dos investimentos de natureza contratual.

IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS (ISV)

- Prorrogação regime transitório de tributação com base exclusiva na cilindrada até 1 de Janeiro de 2010 (ie, sem consideração dos níveis de emissão de dióxido de carbono).

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO

- Actualização das taxas de imposto.

VEÍCULOS EM FIM DE VIDA

- Para a atribuição deste incentivo passa a ser contabilizado o nível de emissões de dióxido de carbono.

- Ampliação do prazo de vigência do incentivo até 31 de Dezembro de 2009.

LEI GERAL TRIBUTÁRIA, PROCEDIMENTO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

INFORMAÇÕES VINCULATIVAS

- O regime de informações vinculativas vai ser objecto de alterações relevantes. Por um lado, o pedido de informação vinculativa passa a ser apresentado por via

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electrónica segundo o modelo oficial a aprovar, devendo a Administração Fiscal deve responder pela mesma via num prazo de 90 dias (em vez dos actuais seis meses).

- Caso a Administração Fiscal não responda no prazo de 90 dias e o contribuinte actue com base numa interpretação plausível e de boa fé, não poderá ser responsabilizado por quaisquer coimas, juros e outros acréscimos legais. Adicionalmente, não poderá haver lugar à aplicação de quaisquer disposições anti-abuso que incidam sobre os mesmos factos.

- Nos casos em que pedidos de informação vinculativa sejam apreciados no mesmo sentido em três ocasiões ou tal seja previsível, o entendimento expresso pela Administração Fiscal deve ser convertido em circulares administrativas.

- As informações vinculativas actualmente existentes caducam no dia 1 de Janeiro de 2013, salvo se o contribuinte solicitar a sua renovação.

INFORMAÇÕES VINCULATIVAS URGENTES

- É introduzida a figura da informação vinculativa urgente. Esta deve ver o seu carácter urgente reconhecido pela Administração Fiscal em quinze dias, encontra-se sujeita ao pagamento de uma taxa a fixar entre 25 e 100 unidades de conta (actualmente €2.400 e €9.600) e deve ser respondida no prazo de 60 dias. Caso não haja resposta neste prazo, a proposta de enquadramento jurídico-tributário apresentada será considerada tacitamente aceite pela Administração Fiscal, embora com efeitos apenas para os actos e factos identificados no pedido e no período de tributação respectivo. Este último aspecto só deverá produzir efeitos a partir de 1 de Setembro de 2009.

SIGILO BANCÁRIO

- A Administração Fiscal passa a ter acesso a toda a informação e documentação bancária, sem dependência do consentimento do contribuinte e sem sua audição prévia nas situações em que se verificam divergências não justificadas de, pelo menos, um terço entre os rendimentos declarados e o acréscimo de património ou o consumo evidenciados e aquelas em que existam manifestações de fortuna e outros acréscimos patrimoniais não justificados.

GARANTIAS

- Foi ainda clarificada a fórmula de calculo de garantia a prestar para efeitos de suspensão do processo de execução fiscal, passando os juros a serem contabilizados unicamente até à data do pedido (e não necessariamente pelo período máximo de 5 anos) e as custas a serem consideradas na sua totalidade.

PROCEDIMENTO DE CORRECÇÃO DE ERROS DA

ADMINISTRAÇÃO FISCAL

- É criado um procedimento simplificado e desformalizado de corrigir os erros materiais ou manifestos da Administração Fiscal no âmbito do procedimento tributário ou do processo de execução fiscal, cujo prazo de interposição é de 10 dias e de decisão de 15 dias.

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO

- As orientações genéricas e as informações vinculativas adoptadas pela Administração Fiscal passam a ter que ser publicadas no prazo de 30 dias (em vez dos seis meses actualmente estipulados para as orientações genéricas). Toda a informação disponibilizada pela Administração Fiscal passará a sê-lo por meios electrónicos, incluindo a disponibilização dos códigos e demais legislação tributária actualizada.

ISENÇÃO IMPOSTO DO SELO SOBRE GARANTIAS

- Fica isenta de imposto do selo a constituição em 2009 de garantias a favor do Estado ou das instituições de Segurança Social, no âmbito da aplicação do artigo 196.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário ou do Decreto-Lei n.º 124/96, de 10 de Agosto.

DESDOBRAMENTO DE TRIBUNAIS TRIBUTÁRIOS

- Fica o Governo autorizado a desdobrar os tribunais tributários até três níveis de especialização quando o volume processual o justifique (juízos de grande instâncias, juízos de média instância e juízos de pequena instância), a criar tribunais tributários de primeira instância com competência territorial alargada (especificada em função do valor da acção ou da matéria) e a criar gabinetes de assessoria técnica aos magistrados.

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INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS (RGIT)

ABUSO DE CONFIANÇA E CONTRA-ORDENAÇÃO

O crime de abuso de confiança fiscal passa a verificar-se apenas quanto o montante não entregue seja superior a € 7.500.

As faltas de entrega de montantes inferiores passam a ser punidos como contra-ordenação.

CONCURSO DE CONTRA-ORDENAÇÕES

Em caso de concurso de contra-ordenações, a coima aplicável passa a ter um limite máximo (o dobro do limite máximo mais elevado das contra-ordenações em causa) e um limite mínimo (não pode ser inferior à mais elevada das coimas concretamente aplicadas).

CONTRABANDO DE MERCADORIAS SUSCEPTÍVEIS DE INFLIGIR A PENA DE MORTE OU TORTURA

É tipificado um novo crime aduaneiro, o crime de contrabando de mercadorias que, na prática, só podem ser utilizadas para aplicar a pena de morte, infligir tortura ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Este tipo de mercadorias é sempre declarado perdido a favor do Estado.

VIOLAÇÃO DE GARANTIAS ADUANEIRAS

O crime de violação de garantias aduaneiras passa também a incluir como sujeitos o declarante aduaneiro e como resultado a alienação ou oneração das mercadorias apreendidas.

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