8
Oficina de Percussão Corporal - Professores e Arte Educadores Realizada no Sesc Bauru: dias 9, 17 e 23 de setembro 2014 Essa oficina se utiliza do corpo como base da música e como principal ferramenta para a interação do som e movimento. Além de explorar inúmeros sons produzidos pelo corpo, ensina e/ou esclarece os princípios básicos da teoria rítmica usando apenas o corpo e a voz e conscientiza a relação que existe entre corpo e ritmo através dos movimentos corporais do dia a dia vinculados ao movimento espacial. Através da vivência de jogos que exploram a coordenação, lateralidade, percepção, atenção, independência, improvisação e criação, o aluno se envolve com a música de uma forma dinâmica e aprende a se relacionar em grupo. Esta apostila o objetivo de guiar esse trabalho. Os jogos descritos a seguir, são exemplos que podem ser adaptados dentro das áreas de pesquisa e atuação do professor. Dani Zulu Musicalizar através do corpo é conhecer e respeitar a si próprio. Ao perceber o corpo rítmico, o participante passa a vivenciar, experimentar e sentir diferentes possibilidades do ritmo em seu próprio corpo fazendo com que o aprendizado seja mais palpável e concreto deixando de ser somente intelectual. ...........................................................................................................................................Dani Zulu 1

Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

Embed Size (px)

DESCRIPTION

barbatuques

Citation preview

Page 1: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

Oficina de Percussão Corporal - Professores e Arte EducadoresRealizada no Sesc Bauru: dias 9, 17 e 23 de setembro 2014

Essa oficina se utiliza do corpo como base da música e como principal ferramenta para a interação do som e movimento.

Além de explorar inúmeros sons produzidos pelo corpo, ensina e/ou esclarece os princípios básicos da teoria rítmica usando apenas o corpo e a voz e conscientiza a relação que existe entre corpo e ritmo através dos movimentos corporais do dia a dia vinculados ao movimento espacial. Através da vivência de jogos que exploram a coordenação, lateralidade, percepção, atenção, independência, improvisação e criação, o aluno se envolve com a música de uma forma dinâmica e aprende a se relacionar em grupo. Esta apostila o objetivo de guiar esse trabalho. Os jogos descritos a seguir, são exemplos que podem ser adaptados dentro das áreas de pesquisa e atuação do professor.

Dani Zulu

Musicalizar através do corpo é conhecer e respeitar a si próprio. Ao perceber o corpo rítmico, o participante passa a vivenciar, experimentar e sentir diferentes possibilidades do ritmo em seu próprio corpo fazendo com que o aprendizado seja mais palpável e concreto deixando de ser somente intelectual.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 1

Page 2: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

APRESENTAÇÃO: JOGO DOS NOMES (atenção, concentração e coordenação): é um jogo divertido em que um aluno se apresenta ao outro de forma dinâmica. 1. Em roda, o aluno 1 inicia o jogo falando seu nome para o aluno 2 que se encontra ao seu lado direito. O aluno 2 para a 3, o 3 para o 4 e assim por diante até chegar novamente até o aluno 1. 2. Fazer a mesma dinâmica rodando para o lado esquerdo. 3. Agora o aluno 1 olha para sua direita e fala o nome do aluno 2. O aluno 2 da 3, o 3 do 4 e assim por diante. 4. Fazer a mesma dinâmica rodando para o lado esquerdo. 5. Fazer a mesma dinâmica mas deixar rodar livremente, variando os sentidos da roda.

6. Agora o aluno 1 olha para sua direita e fala o nome do seu amigo que está a sua esquerda.

7. Fazer a mesma dinâmica rodando para o lado esquerdo.

8. Um desafio a mais é ora marcar o pulso, ora variar andamentos em todas as dinâmicas.

AQUECIMENTO

Abaixo envio uma sugestão de aquecimento que pode ser aplicado em diferentes públicos. O importante nesse momento, é liberar as tensōes e acordar o corpo e suas articulaçōes:

1. Pedir para os alunos se espreguiçarem em todos os planos (alto-em pé, médio e baixo-no chão). Fazer os movimentos que o corpo pede;

2. Em roda, o professor inicia o aquecimento de cada parte do corpo separadamente. Assim que passar por todas, une tudo; ...........................................................................................................................................Dani Zulu 2

Page 3: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

3. O professor sugere uma parte do corpo (mãos, pernas, quadril, cabeça, etc) que servirá de guia para o aluno se movimentar pelo espaço;

4. Em seguida, acrescentar o desequilíbrio ao movimento;

5. Por fim, pedir para os alunos desacelerarem o movimento aos poucos até ficarem totalmente imóveis, fechar os olhos e sugerir que sintam o movimento que ainda fica ativo: o movimento interno do corpo.

FLECHA: atenção, prontidão e som associado à visão (tanto focal como periférica).

1. Em roda, um aluno inicia o exercício batendo uma palma com a intenção de transmiti-la à outro aluno qualquer da roda através do olhar. 2. O aluno que recebeu a “flecha” por sua vez passa a palma adiante pra outra pessoa da roda, sempre associando o foco do olhar ao movimento e ao som da palma. OBS: Durante o exercício se alguém falar “Turnicutico” todos trocam de lugar na roda e o exercício continua normalmente. O resultado é uma troca de informações constantes na roda, que desperta a atenção dos alunos trazendo-os para um estado de prontidão. Esse exercício pode ser executado de diversas formas. 1. Flecha Livre: sem um tempo pré-definido. Ótimo para entender a proposta básica do jogo. 2. Flecha no Tempo: o professor sugere um pulso que será marcado com os pés.A flecha será passada de uma pessoa para a outra ao mesmo tempo que os pés batem no chão.

3. Transição para Flecha no Contra Tempo: Nesse mesmo pulso caminham pelo espaço sem fazer a flecha. Ao comando do professor, fazem: 4 passos, 4 palmas / 3 passos, 3 palmas / 2 passos, 2 palmas / 1 passo, 1 palma – enquanto dão os passos, não batem palmas e vice-versa. Voltam para roda executando o exercício (1 passo, 1 palma). Quando todos chegam em seus lugares, a palma se transformará na “Flecha no Contra Tempo”.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 3

Page 4: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

OBS: o professor pode trocar alguns momentos de palmas por: silêncio, solo de palmas, sons com a voz, etc. Ex: 4 passos, 4 tempos de silêncio.

4. Flecha frase ritmica:o professor sugere uma frase ritmica simples e cada flecha representará um tempo dessa frase, por exemplo:

1 2 3 4 pa pa silêncio pa

Dica: usar a pausa (silêncio) na frase, facilita o jogo.

COORDENAÇÃO:

1. Andando pelo espaço:

-PALMAS e PÉS no tempo – alternar com pé solando.-PALMA e PÉS no tempo - alternar com o pé colcheias (2 palmas para cada tempo);

2. Inversão de pulso com frase rítmica simples:

-PÉ no tempo....frase no PALMA / PALMA no tempo .... frase no PÉ;

Frase Ritmica (ex):

1 2 3 4Pa PaPa Pa pausa

PERCEPÇÃO: memória e atenção

Cantar frases com TUM e PÁ e reproduzir com PÉ e PALMA.

Dica: o professor pode fazer o exercício de percepção com qualquer som corporal. O importante é associar o som da voz com o som a ser tocado no corpo. Ex: Tum é pé, Pá é palma, Tchi é estalo, etc.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 4

Page 5: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

MOSTRA DE TIMBRES DO CORPO: sentados em roda o professor apresenta os timbres do corpo.

Palmas (concha, estrela, estalada, costas da mão, pingo) - fazer a chuva;

Bocas (lábio, bochecha e palma boca (poc poc));

Estalos de língua;

Texturas (sopros, ventos, assobios);

Percussão Vocal (tum, tchi, ta, etc);

Peito/Estalo.

Levantar fazendo rulos e passando por todos os sons aprendidos;

Esse é um ótimo momento para uma audição de músicas do Barbatuques ou de grupos que trabalham com percussão corporal. Pedir para os alunos identificarem os sons produzidos pelo corpo nas gravaçōes e comentarem qual som ouviram, o que acharam interessante, se tiveram alguma inspiração, etc...

MEMORIZAÇÃO DOS SONS

SIGA O MESTRE: memória, atenção e percepção.

1. Em roda, o professor convida um aluno para sair da sala.

2. Em seguida, escolhe um aluno que está sentado na roda para ser o mestre. Este começa a fazer um dos sons aprendidos e todos o imitam.

3. O aluno que está fora da sala entra no meio da roda e tenta descobrir quem é o mestre.

OBS: O mestre fica variando os sons para dificultar que o aluno que está no meio da roda o descubra. Assim que o mestre for descoberto irá para fora da sala e o jogo continua com outro aluno da roda fazendo o papel do mestre.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 5

Page 6: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

MOSTRA DE RITMOS: o professor apresenta os timbres do corpo.Funk simples (peito/estalo/palma/estalo)

Samba (peito/estalo/estalo/peito)

1. Praticar os ritmos todos juntos.

2. O professor divide os alunos em 2 grupos e passa o funk simples” para o grupo 1 e o “samba” para o grupo 2.

3. O grupo 1 executará uma ou mais vezes seu ritmo e o grupo 2 fará o mesmo logo em seguida, durante a pausa do primeiro grupo seguindo o comando do professor.

4. Por fim, o professor inverte o ritmo dos grupos aplica a mesma dinâmica.

JOGOS:

ECOS: composição, memorização, escuta e percepção. Em roda, um por vez cria uma pequena frase musical, rítmica e/ou melódica e o grupo repete em seguida a frase proposta. OBS: Pode ser feito tanto dentro de uma métrica estabelecida como sem métrica. É importante o professor pedir para os alunos criarem as frases variando os timbres do corpo.

REFRÃO E IMPROVISO: criação, escuta, olhar e sintonia do trabalho em grupo.

1. O professor sugere um ritmo simples usando (pés e palmas) e todos o executam em uníssono.

2. No mesmo tempo de duração do ritmo é proposta uma pausa onde um aluno por vez, na ordem da roda, preencherá essa pausa com um solo individual. OBS: importante o professor falar para os alunos experimentarem a maior quantidade de sons aprendidos nesse momento.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 6

Page 7: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

3. Assim que todos solarem, o professor pede para o grupo caminhar pelo espaço fazendo o ritmo e nos momentos de solo escolhe o aluno. OBS: importante o professor pedir para o grupo ficar parado em todos os momentos de solo.

ENGRENAGEM COM REGÊNCIA:

Um aluno faz um som curto associado a um movimento, ex: canta pa e levanta o braço.

Em seguida, o próximo aluno cria outro som associado a outro movimento que se encaixa com o do primeiro aluno, como se fosse a engrenagem de uma máquina de fábrica;

E assim vai até todos estarem fazendo diferentes sons e movimentos que se encaixam;

O professor pode brincar cm essa máquina usando a regência, ora deixando o som audível e o corpo parado, ora o corpo em movimento sem nenhum som.

CARROSSEL: regência, composição, percepção. 1. O professor divide os alunos em 2 ou 3 grupos e a partir do silêncio, cria um som para cada. Os alunos do grupo imitam o professor/regente até ele pedir para silenciar ou mudar de som. Em seguida, escolhe alguém do próprio grupo para substituí-lo. 2. O objetivo desse jogo é criar uma única música em grupo. Cada grupo terá um regente que, ouvindo os outros grupos, vai propor diferentes sons, ritmos, melodias, etc. 3. Depois de (todos ou alguns) alunos terem experimentado o papel de regente, o professor chama para si a regência geral e finaliza a música.

...........................................................................................................................................Dani Zulu 7

Page 8: Of Percussa-o Corporal - SESC BAURU

SEQUÊNCIA MINIMAL: improvisação, composição, escuta e percepção. 1. Em roda, um aluno inicia um estímulo musical buscando após alguma experimentação torná-lo repetitivo e cíclico. O aluno seguinte buscará criar uma outra frase musical, também repetitiva, que complemente ou dialogue com essa frase inicial. Nessa seqüência todos os integrantes da roda vão somando, um por vez, uma nova frase produzindo sons que se relacionam. 2. Assim que todos estiverem tocando, o professor começa a regência 1: musical. 3. Depois de um tempo, o professor pede (através da regência) para os alunos criarem um movimento, também cíclico, para o som que estão fazendo sem sair do lugar. 4. Assim que todos estiverem tocando e se movimentando, o professor começa a regência 2: ora movimento, ora som.

CONTÁGIO LIVRE: improvisação, composição e escuta.

1. Os alunos caminham aleatoriamente pela sala e, ao sinal do professor, param e sentam no chão;

2. De olhos fechados e partindo do silêncio total, começam a emitir sons livres, criar climas, músicas, texturas, etc...

3. O jogo pode terminar com o silêncio natural do grupo, ou com a interferência do professor que silencia um aluno por vez.

Dicas: Crie histórias com seus alunos usando os sons corporais e efeitos vocais como sonoplastia. Recomenda-se gravar para audição posterior junto aos alunos. É possível criar com o corpo ambiente sonoros diversos estimulando o imaginário do aluno e incentivando-o a pesquisar e reconhecer diferentes timbres. Ex de temas: feira, floresta, praia, sala de aula, cidade, etc.

Dúvidas: [email protected]. Divirtam-se e boas aulas!

...........................................................................................................................................Dani Zulu 8