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PODER JUDICIÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTECORREGEOORIA GERAL DA
JUSTiÇA
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Ofício n2 3529/11-CGJ/RN Natal, 06 de outubro de 2011.
A Sua Excelência o SenhorJUdau.-da ~ (5~SESED - Secretário da
Segurança Pública e da Defesa Social do Estado do RioGrande do
Norte
Assunto: Sistema carcerário.
Senhor Secretário,,
Servimo-nos do presente para registrar, mais uma vez,
apreocupação desta Corregedoria Geral da Justiça, do Tribunal de
Justiça/RN,com o atual quadro de calamidade pública do sistema
carcerário sobadministração dessa Secretaria de Estado do Interior
e Justiça, bem comoquanto aos presidiários que estão sob custódia
nas delegacias de polícia enos quartéis da Polícia Militar, órgãos
da Secretaria de Segurança Pública eda Defesa Social.
Registramos, por bem da verdade, que temos encontrado amelhor
boa vontade nas pessoas de Vv. Sras., bem como dos seussubordinados
hierárquicos, com a compreensão e colaboração do delegadogeral de
Polícia Civil e, sem distinção, do Comandante da Polícia
Militar,todos empenhados em minimizar os problemas de superlotação
epermanente agressão aos direitos humanos dos presidiários.
Mas V. Sras. sabem, como os demais protagonistas
envolvidosdireta e indiretamente na solução ou minoração deste
problema, que não seencontra, até presente data e de forma pública
e consistente, nenhum
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planejamento para, pelo menos, minimizar a situação de
calamidade oraocorrente, a não ser a tentativa de conclusão de
iniciativas que se arrastamdesde ano passado, como a abertura do
novo pavilhão de Alcaçuz e aampliação da DEPROV, que resolverão em
parte e por pouco tempo oproblema que se agiganta e assume situação
explosiva.
Enfatizamos que o Poder Judiciário tem despendido esforçossem
precedentes no sentido de determinar a soltura de centenas
deapenados provisórios e definitivos, dentro dos limites da lei a
que estájungido, com ininterruptas e continuadas correições, com
exame de todosos processos em execução, de todos os
estabelecimentos penais do Estadono decorrer deste ano em curso,
tendo como meta efetivar o direito dopreso ao relaxamento da prisão
e/ou à progressão do regime, o que tem,como consequência imediata,
a abertura de centenas de novas vagas.
Os juizes que compõem o GAEP (Grupo de Apoio à ExecuçãoPenal),
integrado por 13 magistrados, verificarão até final do ano cerca
de170 estabelecimentos prisionais e revisarão cerca de 6.000
processospenais. Dentro dos limites humanos e orçamentários atuais
do PoderJudiciário, este trabalho é recorde no Estado.
Ao par disto, no entanto, verifica-se, por notório, que falta
aoPoder Executivo efetiva disposição, sensibilidade e planejamento
para ummelhor encaminhamento da questão, que embora não seja de
hoje, se faznecessário enfrentá-Ia com o melhor do que se dispõe,
inclusive buscando-se recursos federais, como têm conseguido outros
Estados. Hoje a situaçãochega a perigoso extremo, nas palavras dos
responsáveis diretos pelo setor.
Por fim, como têm externado tais autoridades do
sistemapeni~enciário e das polícias civil e militar, repetidas à
exaustãopublicamente, há possibilidade de fatos graves ocorrerem em
curto espaçode tempo, em face de superlotação e ausência de mínimas
condições dedi nidade humana, para o que se espera que estejam bem
delimitadas, para
entual apuração, as responsabilidades pessoais e institucionais
em tornoa questão.
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Rogamos a Deus, entretanto, que possíveis fatos graves
nãoaconteçam, estando esta Corregedoria e os Juízes diretamente
envolvidos àdisposição para soluções que requeiram decisões
administrativas ejurisdicionais do Judiciário Estadual.
Solicitamos de V. Sras., afinal, que informem, com
brevidadepossível, quais e em que prazo providências estão sendo
adotadas (ou emcurso), em curto, médio e longo prazos, ou foram
diligenciadas das demaisautoridades do Executivo, sem o que não é
possível acalmar os ânimos dospresos, bem como permitir que os
policiais civis e militares hoje ocupadosem atribuições estanhas às
suas funções voltem às originárias atribuições,salientando-se que é
dever de todos informar publicamente as providênciaseventualmente
tomadas para dar mais tranquilidade à população potiguar,em face do
grave problema ora exposto.
Atenciosamente,
Desembargador/
Corlegedor Geral da Justiça/
//II,
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