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OFICINA DA PESQUISA ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE Prof. Msc. Carlos José Giudice dos Santos [email protected] www.oficinadapesquisa.com.br

OFICINA DA PESQUISA · grande batalha pela posse da valiosa beberagem. Um dos titãs, Rahu, conseguiu roubar um pouco, mas foi ... de conformação espiritual do mundo”. As religiões

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OFICINA DA PESQUISA

ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Prof. Msc. Carlos José Giudice dos Santos

[email protected]

www.oficinadapesquisa.com.br

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Objetivo Geral da Disciplina:

Propiciar ao aluno condições para que possa se

construir como sujeito autônomo, capaz de agir

e decidir de forma responsável dentro do

ambiente social, na perspectiva pessoal e

coletiva.

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Ementa da Disciplina

Formação da moral ocidental. Formação da

política ocidental. A explicação sociológica da

vida coletiva. A construção da sociedade global.

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Objetivos Específicos • Promover a reflexão filosófica (por meio de questionamentos e

formulação de argumentos) a partir da análise do momento históricoatual com seus problemas e desafios humanos e sociais.

• Ler textos de diferentes estruturas e registros e elaborar porescrito o que foi apropriado de modo reflexivo.

• Participar do confronto de posições por meio de um debate, comtomada, defesa e mudança de posições em função da exposição deargumentos.

• Buscar a construção de uma visão interdisciplinar sobre os conteúdosespecíficos das diferentes áreas.

• Desenvolver um trabalho de responsabilidade com a formação doacadêmico como ser humano, na perspectiva da melhoria da vidapessoal e social.

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Introdução ao ConhecimentoAo contrário dos animais, que já nascem com um instinto quelhes permite sobreviver no meio ambiente, o homem nascetotalmente dependente. Entretanto, o homem possui umacapacidade de aprender muito além de qualquer outro animal.Por causa desta característica, é o único animal capaz de criarconhecimento. Algumas perguntas se fazem necessárias:

• O que é conhecimento?

• Existem tipos diferentes de conhecimento?

• Quais tipos de conhecimento devo utilizar ao longo da vida?

A resposta para essas e outras perguntas serão respondidasnos próximos slides.

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Áreas do conhecimento [1]Se você for visitar uma aldeia de índios no meio da matae perguntar para uma criança indígena de seis anos oque é uma árvore, provavelmente essa criança vai lhefalar nomes de mais de trinta tipos de árvoresdiferentes, mostrando e diferenciando cada uma delas.Além disso, vai especificar a utilidade que essas árvorespossuem para a sua comunidade. Se essa mesmapergunta for feita a uma criança urbana, uma respostapossível será um desenho básico com raiz, caule, folhase frutos, especificando que se trata de um ser vivopertencente ao reino dos vegetais.

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Áreas do conhecimento [2]O que se percebe na situação descrita anteriormente éque estamos diante de dois tipos diferentes deconhecimento: o primeiro, eminentemente prático,diretamente relacionado à sobrevivência, passado degeração em geração pela tradição oral; o segundo,teórico, sistematizado, com o objetivo de informar,passado por intermédio de livros, revistas,documentários de televisão e até mesmo um professor,quando a criança consegue prestar atenção. A partirdessa situação, coloco um desafio ao leitor: qual dosdois tipos de conhecimento pode ser consideradomelhor?

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Áreas do conhecimento [3]A pergunta anterior é muito interessante para um fórumde discussão. Antes que o caro leitor sinta-se tentado arespondê-la, devemos ter em mente que todo e qualquerconhecimento é válido. Para ilustrar a importância de todoe qualquer tipo de conhecimento, pense no exemplo aseguir:

Um raizeiro (pessoa que vende raízes de plantas) possuium conhecimento prático de ervas que pode ser muito útil.O chá de camomila como relaxante, o chá de boldo paraproblemas de fígado e o chá de erva-baleeira como anti-inflamatório são alguns exemplos que demonstram autilidade prática desse tipo de conhecimento informal.

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Áreas do conhecimento [4]Invariavelmente, muitos dos princípios ativos pesquisadosnessas plantas medicinais acabam virando fármacos(remédios) avalizados pela medicina (conhecimento formal).

Ao longo da história da humanidade, iremos distinguir quatrotipos ou quatro grandes áreas do conhecimento: oconhecimento popular ou senso comum, o conhecimentoreligioso, o conhecimento filosófico e o conhecimentocientífico. Veremos também que não existe um conhecimentoque seja melhor do que outro; eles são diferentes, comcaracterísticas próprias e cada um deles, dentro de seuescopo, possui o mesmo objetivo: responder às nossasperguntas.

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Áreas do conhecimento [5]Entretanto, podemos falar de uma área do conhecimentomais adequada à resolução de determinadas dúvidas. Nestesentido, o conhecimento científico é o mais utilizado emcursos superiores de todas as áreas.

Vamos conhecer agora um pouco de cada área doconhecimento.

Áreas do conhecimento

• Conhecimento popular• Conhecimento religioso• Conhecimento filosófico• Conhecimento científico

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [1]É um conhecimento que existe desde a época dos homensdas cavernas. É um conhecimento passado de geração emgeração, e que, de certa forma, deu origem a todos osoutros tipos de conhecimento. A grande maioria dos fatos donosso cotidiano atual tiveram origem no senso comum, emuitas vezes, por mero acaso.

A descoberta do fogo, por exemplo, foi um dos maioressaltos tecnológicos experimentados pelos homens daquelaépoca. O homem deve ter conhecido o fogo por acaso, mas apartir do momento que dominou a arte fazer o fogo, passou ater, pela primeira vez, uma possibilidade de dominar anatureza. Chassot (2004) acredita que a cocção de alimentosfoi uma provável consequência da descoberta do fogo.

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [2]

Cozinhar alimentos exigiu a utilização de utensíliosimpermeáveis e resistentes ao fogo (cerâmicas). A partirdessa necessidade, foram surgindo outras utilizações, quelevaram aos processos de fermentação de sucos vegetais,curtição de peles, tingimento e vitrificação. Existe apossibilidade de que até mesmo a metalurgia tenhasurgido por puro acaso. Veja o relato a seguir:

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [3]

Por volta de 4000 a.C., o homem usava metais.Inicialmente usava o ouro e o cobre apenas no fabricode objetos de adorno, por serem esses metaisencontrados livres na natureza. A disponibilidade decobre aumentou muito quando foi descoberto que sepodia obtê-lo, sem muita dificuldade, a partir doaquecimento de pedras azuladas. Foi talvez umacontecimento acidental que deu origem à metalurgia,quando humanos surpreenderam-se ao ver bolasbrilhantes de cobre, quando faziam fogo em um terrenoonde havia malaquita ou azurita (minérios de cobre).(CHASSOT, 2004, p. 18)

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [4]A época certa de se semear e colher determinados tipos decereais é também um exemplo de conhecimento muitoantigo, que foi passado de geração em geração. Muitoscamponeses de nossos dias, mesmo iletrados e desprovidosde outros conhecimentos, sabem o momento certo dasemeadura, a época da colheita, a necessidade da utilizaçãode adubos e os tipos de solos adequados para diferentesculturas (MARCONI e LAKATOS, 2008).

Todos esses conhecimentos, quando devidamentecomprovados, foram sistematizados e apropriados pelaciência. Entretanto, existem certas práticas derivadas doconhecimento popular que foram passadas de geração emgeração, mas que não possuem respaldo científico.

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [5]Por exemplo, as superstições: não comer mangas à noitee nem mistura-las com leite; não deixar o noivo ver suaamada vestida de noiva antes do casamento; não passardebaixo de escadas; colocar uma vassoura virada atrásda porta para espantar uma visita chata e outras coisasdo tipo.Os ditos populares, expressões do conhecimentopopular, não ferem a credibilidade do senso comum, poisnão é imputado a esse tipo de conhecimento aobrigatoriedade de se verificar a sua validade demaneira sistematizada.

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [6]Devemos lembrar que uma dona de casa, ao fazercompras, escolhe produtos analisando qualidade e preço,no intuito de atender às suas expectativas de custo-benefício. Ela escolhe as frutas e verduras da estação,abundantes e portanto, mais baratas, em detrimento defrutas e verduras de fora da estação, escassas e, porconseguinte, mais caras. O cardápio semanal é montadode maneira balanceada, utilizando uma ginástica mentalde tal modo que ela possa cumprir com o seu objetivo dealimentar a família sem exceder o orçamento. Oconhecimento utilizado aqui, nesse caso, é o sensocomum.

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [7]Um pedreiro que constrói a sua casa não sabe calcularmatematicamente a resistência de uma viga.Entretanto, o seu conhecimento prático é capaz de lhedar uma boa noção da quantidade de ferragem, areia ecimento necessárias para fazer uma laje que forneçauma abrigo seguro para a sua família. Mais uma vez, oconhecimento utilizado aqui é prático, derivado daexperiência, sem verificação formal. Ele sabe quefunciona, mas não porque e em que condições funciona.Vamos ver mais um exemplo?

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Conhecimento Popular ou Senso Comum [8]Muitas pessoas não saem de casa sem ler o horóscopo.Acreditam piamente que os conselhos estampados emuma folha de jornal possuem algum poder de conduçãode seu destino. Em suma, acreditam em um tipo deconhecimento não sistematizado e sem preocupação coma questão da verificabilidade formal, ou seja, típico doconhecimento popular ou senso comum.Apesar destas características, o conhecimento popularé importante por ser a origem das demais áreas doconhecimento.

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Conhecimento Religioso [1]O conhecimento religioso talvez seja tão antigo quantoo conhecimento popular. Faz parte da característicahumana buscar explicações para suas dúvidas. Porexemplo, ter a noção de que a fumaça indica a presençade fogo na mata admite uma explicação natural. Emoutras palavras, se existe fumaça, com certeza há algoqueimando.Entretanto, pode ter havido muitos casos em que ohomem antigo deve ter se perguntado sobre o porquê dedeterminado fenômeno (por exemplo, o que é, e porqueocorre um eclipse lunar) e não tenha conseguido umaexplicação natural.

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Conhecimento Religioso [2]Assim, surgia então uma explicação sobrenatural, ummito, que teria a função de tranquilizar o homem,porque esse mito forneceria a explicação necessáriapara a sua dúvida. Eis aqui a explicação para o eclipselunar segundo um mito da Índia, vários séculos antes deCristo:

A primeira coisa a surgir na superfície do mar foi umafumaça negra e venenosa, chamada Kalakuta, o VérticeNegro, a saber, a mais alta concentração do poder demorte. Bebam-me, disse Kalakuta; e a operação não pôdeprosseguir até que encontrasse alguém capaz de sorvê-la.Xiva, que se sentava alheio e distante, foi aproximado.(continua...)

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Conhecimento Religioso [3]De forma magnificente, relaxou de sua posição deprofunda meditação interna e seguiu para o local onde erabatido o Oceano Lácteo. Tomando a mistura de mortenuma xícara, engoliu-a de um golpe e, graças ao seu poderde iogue, manteve-a na garganta.Sua garganta ficou azul, razão porque Xiva é chamado dePescoço Azul, ou Nilakantha.Tendo prosseguido o processo de bater o oceano cósmico,começaram a surgir, das inesgotáveis profundezas,formas preciosas de poder concentrado. Apareceram asApsaras (ninfas); Lakshmi, a deusa da fortuna; o cavalobranco como leite conhecido por Uchchaihshravas(Relincho Alto); (continua...)

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Conhecimento Religioso [4]... a pérola de gemas, Kaustubha; e outros objetos, emnúmero de treze. O último a aparecer foi o habilidosomédico dos deuses, Dhanvantari, trazendo nas mãos a lua,a xícara do néctar da vida. Nesse momento, começou umagrande batalha pela posse da valiosa beberagem. Um dostitãs, Rahu, conseguiu roubar um pouco, mas foidecapitado antes de o licor passar pela sua garganta; seucorpo feneceu, mas a cabeça permaneceu imortal. E hoje asua cabeça procura a lua, eternamente, por todo o céu,tentando alcançá-la outra vez. Quando o consegue, axícara passa facilmente por sua boca e volta a sair pelasua garganta; eis porque temos eclipses da lua(CAMPBELL, 1989, p.168).

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Conhecimento Religioso [5]Desde a mais remota antiguidade, o homem percebia que anatureza era regulada por ciclos: o ciclo do dia e da noite, ociclo das marés (alta e baixa), os ciclos da lua (cheia,minguante, nova e crescente) e o ciclo das estações.Entretanto, o homem não sabia o porquê desses ciclos.

E, muito pior, quando acontecia algo anormal dentro de um cicloesperado, ou um evento da natureza que ele não tinha comoprever (uma inundação, um terremoto, uma erupção de vulcãoetc), a explicação para esses acontecimentos inexplicáveis eratambém inexplicável. Nesse contexto, surgem os deuses,senhores dos acontecimentos, como responsáveis por essesfenômenos naturais. Para haver controle da situação, é precisoangariar a simpatia ou aplacar a ira de um desses deuses comsacrifícios, muitas vezes humanos.

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Conhecimento Religioso [6]Peguemos como exemplo o ciclo das estações. Como dizem aslendas de antigos gregos, milhares de anos antes de Cristo,existia uma deusa de nome Deméter (para os gregos) ouCeres (nome dado mais tarde pelos romanos) que é aresponsável pela alimentação do homem. É a deusa daagricultura, filha de Cronos (ou Saturno para os romanos), odeus do tempo, e irmã de Zeus (Júpiter para os romanos), orei dos deuses, o chefe do Olimpo, a morada dos imortais.No mundo daquele tempo era primavera todo o tempo. Ohomem tinha fartura de alimentos durante todo o ano graçasà bondosa deusa Deméter. Acontece que Deméter tinha umafilha lindíssima chamada Perséfone (Prosérpina para osromanos), que despertou a paixão de seu tio, o deus Hades(ou Plutão), o senhor das profundezas, morada dos mortos,também conhecidas como Tártaro.

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Conhecimento Religioso [7]Hades, encantado com a beleza de Perséfone, usa de umestratagema para faze-la sua rainha: convida-a para umpasseio em seu reino, e oferece a ela um fruto (uma romã).O que Perséfone não sabe é que todo aquele que come umfruto do tártaro é obrigado a viver no tártaro, sob pena deseu corpo fenecer. Assim, ela teve que aceitar a corte deseu tio, e se tornou esposa de Hades.Deméter ficou inconformada com aquilo que ela consideravacomo um rapto de sua filha por parte de seu irmão. Diantede sua tristeza, abandonou os homens à própria sorte e omundo se converteu em um inverno constante(provavelmente, a era glacial). Zeus, preocupado com odestino dos seres humanos, procura o seu irmão Hades e fazum acordo: Perséfone passaria metade de cada ano ao ladoda sua mãe (Deméter) e a outra metade ao lado do marido(Hades).

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Conhecimento Religioso [8]Assim, quando Perséfone subia das profundezas para seencontrar com a mãe, a alegria de Deméter transparecia soba forma da estação primavera e verão; quando Perséfoneretornava às profundezas, a tristeza de Deméter dava inícioao outono, seguido do inverno. Eis aqui o motivo do ciclo dasquatro estações (CAMPBELL, 1990; CAMPBELL, 1993).É importante ressaltar que mito e religião não são a mesmacoisa, embora todas as religiões tenham os mitos comoorigem. De modo geral, todas as religiões estão baseadas emhomens extraordinários, que, de alguma forma, possuemligações com o inexplicável, com o sobrenatural, realizandofeitos notáveis em nome de Deus ou como um Deus (porexemplo, Buda, Moisés, Davi, Cristo e Maomé).Pode-se dizer que as religiões são uma evolução dos mitos,que passam pelo crivo da luz do pensamento racional.

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Conhecimento Religioso [9]Na visão de Cassirer (1925 apud FERNANDES, 2004), omito é uma religião rudimentar, “[...] a forma mais primitivade conformação espiritual do mundo”. As religiõesdiferenciam-se dos mitos por vários fatores. Dois dessesfatores são listados aqui: o homem não tem um papel passivodiante do sobrenatural, e as manifestações do inexplicável(mitos) são apenas representações simbólicas, ou metáforas.Assim é importante perceber que o mito, em si, não é umamentira; é antes uma metáfora que tenta explicar a nossarealidade (CAMPBELL, 2003). Acontece que muitas pessoasnão sabem ao certo o que é uma metáfora. Se alguém falaque outra pessoa é bondosa como um anjo, isso é umacomparação, e não uma metáfora; metáfora seria dizer: “Talpessoa é um anjo!”.

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Conhecimento Religioso [10]Quando se toma essa metáfora (que é uma representaçãosimbólica) como fato (verdadeiro e real), começam osproblemas de interpretação que já levaram a inúmerasdesavenças religiosas ao longo da história da humanidade.Você deve estar se perguntando: qual a relação doconhecimento religioso com o meu curso? A própria mitologiagrega nos dá alguns exemplos interessantes, entre eles, omito de Prometeu.Prometeu foi um semideus que ousou roubar o fogo e oentregou para a humanidade. Com o fogo, o homem teve apossibilidade de interferir na natureza, não passava maisfrio, podia forjar metais, etc. Em outras palavras, passou anão precisar das benesses e da proteção dos deuses. Nestemito, o fogo simboliza a sabedoria, o espírito criativo.

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Conhecimento Religioso [11]Diversos humanos aparecem na mitologia como inventores.Por exemplo, a construção do labirinto de Creta e das asasque permitiu a sua fuga é atribuída a Dédalo. A partir domomento que o homem começa a interferir na natureza, elejá não precisa agradar aos deuses. Outro exemplo: porqueesperar que os deuses forneçam água para os humanos pormeio das chuvas. Por que não buscar água em locais onde elaé abundante. Assim, embora não existam provas, é possívelfazer uma suposição de que os aquedutos romanos surgiramda necessidade do consumo de água em uma região, e, porquenão, da necessidade de não depender dos deuses para proveressa água?Existe também a questão da religião como motivo para odesenvolvimento de tecnologias de guerra. Esta é umapossibilidade real em regiões de conflitos em que as partesenvolvidas acreditam participar de uma guerra santa.

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Conhecimento Religioso [12]Nesse caso, qualquer tecnologia que possa ser criada nosentido de promover a supremacia poderá ser vista comouma “intervenção divina”.Um bom exemplo disso é o Projeto Manhattan. Muitosjaponeses que sobreviveram ao holocausto nuclearconsideram a bomba como um castigo de Deus. Um dosrelatos de um sobrevivente de Hiroshima compara adestruição de sua cidade como “o inferno na terra”.Assim, embora o conhecimento religioso não estejadiretamente relacionado com administração e negócios,existem pequenos detalhes que não podem ser totalmenteignorados. O desenvolvimento de certos produtos muitasvezes seguem preceitos religiosos. Por exemplo, a cor verdeé muito apreciada em diversos países mulçumanos pormotivos religiosos.

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Conhecimento Religioso [13]No ocidente, a cor verde está associada à natureza e àprimavera. Nos EUA, o verde está também associado aodinheiro. No Japão o verde simboliza a vida e está ligado àideia de alta tecnologia. Na China o verde simboliza ainfidelidade e o exorcismo. Em diversos países do oriente, overde simboliza a vida e o Islã. O verde é a cor oficial doEgito e simboliza o Islã na Índia.Estes exemplos mostram a importância cultural da religiãocomo uma influenciadora na produção industrial de algunspaíses.

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Conhecimento Filosófico [1]Na visão de Matallo Júnior (1989), os gregos foram osprimeiros a criar condições para uma sistematização doconhecimento. Essa sistematização só foi possível devido àseparação de classes (homens livres � cabeça � trabalhointelectual e; escravos � mãos � trabalho braçal).O comércio (que colocou a Grécia em contato com outrospovos além mar) e a moeda (um símbolo aceito como padrãopara substituir o escambo) foram alguns dos fatores quealargaram os horizontes dos gregos, permitindo ampliartambém os horizontes do pensamento. Os primeirospensadores gregos, ao tomar contato com estrangeiros,verificavam que eram homens como eles. Ao perguntaremsobre monstros marítimos e/ou lendários, começaram aperceber que esses não existiam, ou se existiam, não podiamser comprovados, ganhando assim, o status de lenda.

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Conhecimento Filosófico [2]Essa busca da verdade levou ao questionamento dos mitos.A indagação em busca da verdade levou ao nascimento dafilosofia (CHAUÍ, 2005).Ao se estudar a história do nascimento da filosofia, queinfluenciou todo o pensamento ocidental, é comumdividirmos essa história em duas: antes de Sócrates (ospensadores pré-socráticos) e depois de Sócrates(representados pelo três grandes filósofos: Sócrates,Platão e Aristóteles).De acordo com Russel (2002), vários são os pensadorespré-socráticos: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, que sãorepresentantes da escola milésia (da cidade de Mileto);Pitágoras, Xenófanes (da cidade de Samos); Heráclito (dacidade de Éfeso); Parmênides (da cidade de Eléia, ao sulda Itália); (continua...)

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Conhecimento Filosófico [3][...] Empédocles (da cidade de Agrigento); Anaxágoras(natural da cidade de Clazomenas) que vivia em Atenas;Zenão (também da cidade de Eléia); Melisso (também dacidade de Samos); Demócrito (da cidade de Abdera);Protágoras, um dos primeiros sofistas, e outros.Não faz parte dos objetivos deste texto listar todas asconquistas que os pré-socráticos fizeram, mas o primeirofilósofo pré-socrático conhecido, Tales de Mileto, nosfornece uma importante lição sobre a importância práticada busca da verdade.

Muitas histórias são atribuídas a Tales. Em uma dessashistórias, Tales é desafiado sobre a utilidade prática dese pensar. Diante desse desafio, Tales demonstrou o seugênio prático monopolizando o mercado de azeite de oliva.(continua...)

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Conhecimento Filosófico [4]Seu conhecimento de meteorologia antecipou-lhe que acolheita seria abundante. Portanto, alugou todos oslugares que conseguiu e, chegada a hora, alugou-os,estipulando o preço. Assim, obteve uma grande quantia edemonstrou aos seus algozes que os filósofos podemganhar dinheiro quando se dispõem (RUSSELL, 2002, p.21).

Sócrates é o primeiro grande filósofo grego, sendo a eleatribuído a criação da Dialética (debate no campo dasideias, que faz surgir as contradições), da Maiêutica (aarte de partejar espíritos) e a ironia (a arte deinterrogar). Sócrates não deixou nada escrito, mas muitasdas suas histórias chegaram até nós por meio das obrasde discípulos como Platão e Xenofonte (CHASSOT, 2004).

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Conhecimento Filosófico [5]Platão, o segundo grande filósofo grego, defende a tesedo inatismo da razão, ou seja, que o homem já nasce comconhecimento. Platão fundou uma escola, a Academia, ondese desenvolveu a Dialética e o seu mundo das formas (ouidéias). Era um escritor de grande talento, que utilizavaem seus escritos, um procedimento literário que oauxiliava a expor suas teorias mais difíceis. Talprocedimento é a alegoria ou o mito. Suas obras maisfamosas são Mênon e República (MARCONI; LAKATOS,2008), além de O político e As leis (CHASSOT, 2004).Aristóteles (o terceiro grande filósofo grego), que foidiscípulo de Platão, discordou da doutrina platônica,depois de mais de vinte anos de Academia. Ele promoveuuma aproximação entre os fenômenos e as formas, o quelevou à criação do método indutivo.

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Conhecimento Filosófico [6]Essa discordância gerou uma grande divergência com oseu mestre, Platão, a quem é atribuída a frase:“Aristóteles me despreza como o potro que escoiceia amãe que o deu à luz”. Aristóteles respondeu: “Amigo dePlatão, mas mais amigo da verdade” (CHASSOT, 2004,p. 51).Aristóteles deixou Atenas e foi para a Macedônia, ondese tornou tutor do futuro rei Alexandre durante trêsanos. Quando retornou a Atenas, fundou a sua própriaescola, chamada de Liceu (que recebeu inestimávelauxílio financeiro de seu ex-aluno, Alexandre), ondetrabalhou por treze anos seguidos (CHASSOT, 2004).Suas obras mais famosas são Física (em quatorzevolumes) e Política (MATALLO JÚNIOR, 1989).

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Conhecimento Filosófico [7]Filosofia e Ciência são irmãs: nasceram no mesmo local(Grécia), na mesma época (aproximadamente seisséculos antes de Cristo) e com um mesmo objetivo: abusca da verdade. Ambas buscam uma sistematizaçãodo conhecimento. Entretanto, a filosofia éargumentativa e especulativa. A ciência baseia-se emfatos.As perguntas que a Filosofia tenta responder sãodiferentes daquelas que a Ciência consegue responder.Como já foi falado anteriormente, enquanto a Ciência éfortemente baseada em fatos, tentando estabelecerleis e padrões, a Filosofia é especulativa, baseadaprincipalmente na argumentação.

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Conhecimento Filosófico [8]Perguntas como “Porque um corpo cai?” ou “Porque alguémmorre?” ou ainda “Como prolongar a vida?” são objetos deestudo da Ciência. Perguntas como “Existe alma?” ou “Seas almas existem, como se ligam ao corpo?” ou ainda “Atéque ponto a eutanásia é um procedimento ético?” sãoobjetos de estudo da Filosofia.Entretanto, existe uma relação mais estreita da filosofiacom negócios e administração. Esta relação diz respeito aduas áreas da filosofia: a estética e a ética.Quando se projeta um produto, é necessário que esteproduto nos seduza. A Apple é uma das maiores empresasdo mundo e que lembra, em inúmeras ocasiões, que seusprodutos são resultados da união da ciência com a arte.

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Conhecimento Filosófico [9]A estética também é importante na indústriaautomobilística. Até a década de 90 era comum que oscarros tivesse o seu interior (habitáculo)monocromático. Espelhos no parasol existiam apenaspara o banco do carona, e apenas em modelos maiscaros. Porta-trecos não existiam. Quando a mulherpassou a ser cliente, este quadro mudou.A ética é também importantíssima todos os campos deatuação humana, mas deixaremos para estuda-la emdetalhes na próxima unidade.

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Conhecimento Científico [1]De acordo com Matallo Júnior (1989), o conhecimentocientífico começa a partir do momento em que asexplicações saem do campo da opinião (eu acho que) eentram no mundo do método da ciência (eu sei que). Osenso comum é um conjunto de informações nãosistematizadas, fragmentadas. A partir do momento emque essas informações começam a ser justificadas pormeio de argumentos aceitáveis, o senso comum começa aevoluir em direção à ciência. Em outras palavras, o sensocomum trabalha com o juízo de valor, com o subjetivo.Assim, não há como determinar se uma opinião é boa oumá, verdadeira ou falsa. O desenvolvimento científicoleva esses comportamentos informais a um formalismo,um padrão aceitável pela maioria como verdade.

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Conhecimento Científico [2]Assim, a ciência pode ser definida como um conjunto deproposições coerentes, objetivas e desprovidas (até certoponto) de valorações (MATALLO JÚNIOR, 1989).O mesmo autor nos ensina que o conhecimento científico teminício em problemas que visam solucionar questões práticasou explicar irregularidades em padrões da natureza. Essesproblemas criam teorias que devem ser validadas por umprograma investigativo de pesquisa. Tais programas visamdeterminar leis que explicam e permitem fazer previsões(nem sempre infalíveis).A ciência é extremamente rigorosa em suas proposições,que, por sua vez, são fortemente baseada em fatosverdadeiros. Surge aqui uma dúvida: o que é a verdade? Éaquilo que podemos ver, ou aquilo que podemos comprovar? Ecomo podemos comprovar e saber que algo é verdade?

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Conhecimento Científico [3]Vamos juntos tentar achar respostas para essas perguntas.Alexandria era o maior centro cultural e econômico daAntiguidade. Seu maior tesouro era a Biblioteca deAlexandria, fundada no século III a.C. por Ptolomeu I Sóter,e desenvolvida principalmente por seu filho, Ptolomeu IIPhiladelphus. Acredita-se que a biblioteca tenha reunidomais de 700 mil rolos de papiros, selecionados por filósofos,matemáticos e pesquisadores de diversas áreas (CHASSOT,2004).Qualquer navio que ancorasse em seu porto, era revistadoem busca de pergaminhos, papiros ou mapas. Se fossemencontrados, eram confiscados temporariamente, paraserem copiados (por artistas chamados copistas), e depoisdevolvidos. Essas cópias passavam a fazer parte do acervoda biblioteca (SAGAN, 1982).

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Conhecimento Científico [4]O nome biblioteca é pouco apropriado para exprimir agrandiosidade dessa instituição. Além de um local parapreservar os papiros e pergaminhos, a bibliotecacomportava um grande museu e uma academia onde ossábios debatiam suas teses.Existiam ainda salas onde médicos faziam dissecações depessoas e animais, locais com aparelhos para observaçõesastronômicas e jardins, onde se colecionavam plantas eanimais exóticos. Todos os profissionais pesquisadores dabiblioteca eram profissionais assalariados da corteptolomaica (CHASSOT, 2004). A história que relato aseguir, sobre a Biblioteca de Alexandria, é baseada em umtexto de SAGAN (1982) e em um documentário produzidopara a televisão. (continua...)

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Conhecimento Científico [5]De acordo com essas fontes, havia um grego chamadoEratóstenes, diretor da Biblioteca de Alexandria, que foi,dentre diversos ofícios, astrônomo, historiador, geógrafo,filósofo, poeta, crítico de teatro e matemático. Um dia, nabiblioteca, leu um papiro que assegurava que, na fronteiraavançada do sul de Siena, próximo à primeira catarata do rioNilo, ao meio dia do solstício de verão (dia mais longo do anono hemisfério norte, e que corresponde hoje a 21 de junho),varetas retas e verticais não produziam sombras.A observação anterior talvez passasse despercebida para amaioria das pessoas, mas Eratóstenes, com certeza, não erauma pessoa comum. Como filósofo, deve ter se perguntado:“Será que isso é verdade?”. E como cientista, segundorelatos, deve ter pensado: “Vamos experimentar!”.(continua...)

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Conhecimento Científico [6]De acordo com essas fontes, havia um grego chamadoEratóstenes, diretor da Biblioteca de Alexandria, que foi,dentre diversos ofícios, astrônomo, historiador, geógrafo,filósofo, poeta, crítico de teatro e matemático. Um dia, nabiblioteca, leu um papiro que assegurava que, na fronteiraavançada do sul de Siena, próximo à primeira catarata do rioNilo, ao meio dia do solstício de verão (dia mais longo do anono hemisfério norte, e que corresponde hoje a 21 de junho),varetas retas e verticais não produziam sombras.A observação anterior talvez passasse despercebida para amaioria das pessoas, mas Eratóstenes, com certeza, não erauma pessoa comum. Como filósofo, deve ter se perguntado:“Será que isso é verdade?”. E como cientista, segundorelatos, deve ter pensado: “Vamos experimentar!”.(continua...)

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Conhecimento Científico [7]

Ele esperou a aproximação do próximo solstício deverão e repetiu a experiência em algum jardim dabiblioteca. O que descobriu é que em Alexandria,varetas retas e verticais lançavam sombra durante osolstício de verão.Com certeza, surgiu uma dúvida: “Porque em Alexandriaas varetas possuem sombras e em Siena não?”. Se aTerra fosse plana, como percebemos com a nossa visãoe como todos acreditavam naquela época, as varetas nãoteriam sombra nos dois locais. Então, o que aconteciapara que, no mesmo momento, não houvesse sombra emSiena e sim em Alexandria?

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Conhecimento Científico [8]Partindo do princípio de que a experiência executada emSiena foi relatada fidedignamente, a única resposta quepoderia explicar tal disparate era se a Terra fossecurva.Ele alugou um homem para ir a Siena, contando adistância em passos, e ficou sabendo que a distânciaaproximada entre as duas cidades era deaproximadamente de 800 quilômetros.Assim, refez seu raciocínio original (mostrado na figuraa seguir no Caso 1) e o redesenhou (mostrado na figuraa seguir no Caso 2).Veja estes desenhos na próxima página:

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Conhecimento Científico [9]

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Conhecimento Científico [10]Ele sabia que os raios de sol, por serem de uma fontedistante, eram paralelos quando chegavam à Terra. Sabiatambém que os prolongamentos das duas varetas (uma emSiena e outra em Alexandria) se encontrariam no centroda Terra. Sabia que o Ângulo A, de 7 graus, formado pelavareta em Alexandria com a sua respectiva sombra, eraigual ao Ângulo B, formado pelos prolongamentos dasvaretas no centro da Terra (quando temos duas retasparalelas cortadas por uma reta transversal, os ângulosformados por essa última com as retas paralelas,denominados opostos pelo vértice, possuem igual medida).Com a medida de que ele dispunha entre as duas cidades,conseguiu calcular o raio da terra com notável precisão(menos de 3% de erro em relação ao valor real, calculadocom a tecnologia atual).

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Conhecimento Científico [11]Os únicos instrumentos de que Eratóstenes dispunha eramos olhos, os pés, as varetas, o cérebro e algunsconhecimentos matemáticos (geometria). Tudo isso trêsséculos antes de Cristo.Se formos verificar, ele duvidou do óbvio: a Terra é plana.É o que nossos olhos nos mostram, quando olhamos para omundo. Temos a percepção de que a Terra é plana. Domesmo modo, temos a percepção de que o sol gira emtorno da Terra. Assim, o real não é somente aquilo quenossos olhos conseguem ver. A ciência duvida do óbvio efreqüentemente, descobre a realidade. A busca daverdade é o objetivo primordial da ciência, mas, conformecitado anteriormente, não é o único caminho que leva àverdade. Todos os tipos de conhecimento buscam issotambém.

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Conhecimento Científico [12]De acordo com Chassot (2004), muitas descobertas foramfeitas pelos sábios de Alexandria. Hierófilo de Cós,médico convidado por Ptolomeu II Philadelphus,conquistou grande reputação não só como médico, mastambém como professor. Em Alexandria, a dissecação decorpos (provavelmente de soldados inimigos mortos emcombate) não encontrava as restrições que existiam emoutros centros, o que favoreceu muito a pesquisa médica.Assim, houve muitos progressos no estudo da anatomia, dosistema nervoso, do sistema circulatório, dos órgãosgenitais e do olho.Outro médico, Erasístrato, deixou inúmeras contribuiçõesem relação ao funcionamento do coração e da respiração,além de ser um dos primeiros a planejar regimesalimentares.

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Conhecimento Científico [13]O famoso médico grego Galeno, que visitou Alexandria noséculo II a.C., deixou-nos preciosos registros dostrabalhos que desenvolveu na biblioteca.Na astronomia, as descobertas também foram notáveis.Aristarco de Samos, no século II a.C. foi o primeirohomem a propor uma teoria heliocêntrica, colocando o solno centro do universo. Os escritos de Hiparco de Nicéia,que também datam do início do século II a.C., mostrammedidas aproximadas das distâncias do Sol e da Lua,aproveitando um eclipse total do Sol que ocorreu em 190a.C.Chassot (2004) relata que a parte principal da Bibliotecade Alexandria, que ficava no bairro de Brúquio, foitotalmente incendiada em 47 a.C., nas batalhas dosromanos pela posse do Egito.

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Conhecimento Científico [14]Segundo o mesmo relato, quando César retirou-se doEgito, deu de presente a Cleópatra, como compensação,200 mil rolos de pergaminhos da Biblioteca de Pérgamo.A biblioteca foi incendiada mais uma vez em 269 d.C., etotalmente dilapidada em 415 d.C. por instigação demonges cristãos, que a consideravam como um centroherético.A diretora do Museu de Alexandria nessa data, Hipácia,matemática e filósofa neoplatônica (reconhecida como aprimeira mulher cientista da época), foi cruelmentetorturada e assassinada. Finalmente, cerca de 640 d.C.,com a invasão islâmica, as poucas obras que sobraramforam rematadas ou queimadas.

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Conhecimento Científico [15]Existe um certo consenso de que a destruição dessepatrimônio inestimável pode ter atrasado odesenvolvimento científico da humanidade entre 200 e500 anos. Não há como sabermos ao certo se isso podeser confirmado, mas decerto, temos muito quelamentar.Apesar disso, a ciência fez avanços notáveis, como nosdemonstra Sagan (1996, p. 24):

A ciência permite que a Terra alimente um número de sereshumanos cem vezes maior, e sob condições muito menospenosas, do que era possível há alguns milhares de anos.Podemos rezar pela vítima do cólera, ou podemos lhe darquinhentos miligramas de tetraciclina a cada doze horas. [...]Podemos tentar a quase inútil terapia psicanalítica pela falacom o paciente esquizofrênico, ou podemos lhe dar detrezentos a quinhentos miligramas de clazepina. (continua...)

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Conhecimento Científico [16][...] Renunciar à ciência significa abandonar muito mais que o arcondicionado, o toca disco CD, os secadores de cabelo e oscarros velozes. Nos tempos dos caçadores-coletores, aexpectativa de vida humana era cerca de vinte - trinta anos.Essa era também a expectativa de vida na Europa ocidental nofinal do Império Romano e na Idade Média. Ela só aumentoupara quarenta por volta de 1870. Chegou a cinquenta em 1915, asessenta em 1930, a setenta em 1955, e está se aproximandode oitenta hoje em dia. [...] A longevidade talvez seja a melhormedida da qualidade física da vida. (Se você está morto, poucopode fazer para ser feliz). Essa é uma dádiva preciosa daciência para a humanidade – nada menos que o dom da vida(SAGAN, 1996, p.24).

Marconi e Lakatos (2008) nos ensinam que oconhecimento científico é basicamente factual (baseadoem fatos), mas também pode ser racional e formalizado(caso da Lógica e da Matemática).

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Conhecimento Científico [17]A ciência factual distingue dois tipos de fatos: os fatosnaturais (que deram origem às ciências exatas,biológicas, da terra e da saúde) e os fatos sociais (quederam origem às ciências humanas, tais como aSociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia, aPsicologia, a Educação, a Política etc.O conhecimento racional e os fatos naturais são a basepara as diversas áreas de atuação humana.Agora que conhecemos um pouco das áreas doconhecimento e de sua relação com o seu curso, vamosaprofundar o estudo da Filosofia para entendermos osconceitos de moral e de ética.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONHECIMENTO POPULAR

�Valorativo

�Reflexivo

�Assistemático

�Verificável

�Falível

�Inexato

CONHECIMENTO RELIGIOSO

�Valorativo

�Inspiracional

�Sistemático

�Não verificável

�Infalível

�Exato

Para finalizar, apresento um quadro comparativo entre osquatro tipos de conhecimento, de acordo com Trujillo (1974apud MARCONI e LAKATOS, 2008, p, 77-78):

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONHECIMENTO

FILOSÓFICO

�Valorativo

�Racional

�Sistemático

�Não verificável

�Infalível

�Exato

CONHECIMENTO

CIENTÍFICO

�Real (factual)

�Contingente

�Sistemático

�Verificável

�Falível

�Aproximadamente exato

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CONSIDERAÇÕES FINAISConhecimento Popular: É valorativo porque é influenciado pelosestados de ânimo e emoções do observador, que impedem umaisenção de opinião sobre o objeto estudado.É reflexivo, porque a familiaridade com o objeto estudado nãoinstiga à formulação de padrões, não permitindo umaformulação geral.É assistemático porque baseia-se em uma organizaçãoparticular (subjetiva), que depende do sujeito.É verificável, porém apenas em relação ao que pode serobservado, no dia-a-dia, dentro do âmbito do observador, ouseja, a verificabilidade é subjetiva.É falível porque se conforma apenas com o que se vê ou seouviu falar, não se preocupando em buscar a verdade.É inexato, porque a falibilidade não permite a formulação dehipóteses verificáveis sob o ponto de vista filosófico oucientífico.

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CONSIDERAÇÕES FINAISConhecimento Religioso: É valorativo porque baseia-se emdoutrinas que possuem proposições sagradas (dogmas),que emitem um juízo de valor.É inspiracional, porque a verdade é revelada pelosobrenatural.É sistemático porque os dogmas revelam um conhecimentoorganizado do mundo (de onde viemos, para qual finalidadee para que destino).É não verificável, porque não precisa, por depender da féem um criador divino.É infalível e exato, porque os dogmas (revelações divinas)não podem ser discutidos.

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CONSIDERAÇÕES FINAISConhecimento Filosófico: É valorativo porque parte dehipóteses que não podem ser submetidas à observação, ou seja,baseia-se na experiência, na argumentação, mas não naexperimentação.É racional por consistir de um conjunto de enunciadoslogicamente relacionados.É sistemático pelo fato das hipóteses e enunciados buscaremuma representação coerente e geral da realidade estudada.É não verificável porque as hipóteses filosóficas, ao contráriodas científicas, não podem ser confirmadas nem refutadas.É infalível e exato porque as hipóteses filosóficas não exigemconfirmação experimental e não delimitam o campo deobservação, exigindo apenas coerência e lógica, que prescindemda experimentação.

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CONSIDERAÇÕES FINAISConhecimento Científico: É factual porque lida comocorrências e fatos.É contingente porque as hipóteses podem ser validadas oudescartadas por base na experimentação, e não apenaspela razão.É sistemático porque busca a formulação de idéiascorrelacionadas que abrangem o todo do objetodelimitado para estudo.É verificável a tal ponto que as hipóteses que não foremcomprovadas deixam de pertencer ao âmbito da ciência.É falível porque nenhuma verdade é definitiva e absoluta.É aproximadamente exato, porque novas proposições enovas tecnologias podem reformular o conhecimentocientífico existente.

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Bibliografia Consultada [1]CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento,1989.________. O poder do mito. São Paulo: Palas Atena, 1990.________. As transformações dos mitos através do tempo. SãoPaulo: Cultrix, 1993.________. Tu és isso: transformando a metáfora religiosa. São

Paulo: Madras, 2003.CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo:Moderna, 2004.CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.FERNANDES, Vladimir. Mito e religião na filosofia de Cassirer e amoral religiosa. Notandum. São Paulo, Centro de Estudos MedievaisOriente & Ocidente da Faculdade de Educação da Universidade deSão Paulo (FEUSP), ano VII, n. 11, 2004. Disponível em: <http://www.hottopos.com/notand11/ vladimir.htm >. Acesso em: 25mar. 2009.

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Bibliografia Consultada [2]MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentosde metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.MATALLO JÚNIOR, Heitor. A problemática do conhecimento. In:CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber– metodologia científica: fundamentos e técnicas. 2. ed. Campinas,SP: Papirus, 1989. cap. I. p. 13-28.RUSSELL, Bertrand. História do pensamento ocidental: a aventuradas ideias dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6. ed. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002.SAGAN, Carl. Cosmos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.________. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vistacomo uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.