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AÇÃO - CONCEITOS O direito subjetivo de pleitear ao Poder Judiciário decisão sobre uma pretensão. (Vicente Greco Filho). O poder de estimular o exercício da jurisdição (Cândido Rangel Dinamarco). ELEMENTOS PARTES Sujeito ativo e passivo que participam da relação jurídica processual contraditória (capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória). PEDIDO Divide-se em imediato (tutela jurisdicional - pedido processual condenatória, constitutiva ou declaratória) e mediato (contra o réu é o pedido propriamente dito). CAUSA DE PEDIR Divide-se em próxima ou jurídica (fundamentos jurídicos NÃO É LEGAL PELO PRINCÍPIO DO IURA NOVIT CURIA) remota ou fática (constitutivos do pedido). CONDIÇÕES Requisitos para obtenção de uma sentença de mérito. LEGITIMIDADE Refere-se ao possível titular do direito para o autor e para o réu ser a pessoa a suportar os efeitos da sentença. INTERESSE Liga-se a necessidade do interessado de obter por intermédio do processo a proteção de seu interesse. “PARA OBTER O QUE PRETENDO PRECISO DO JUDICIÁRIO?” POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO A pretensão deve estar inserida no ordenamento jurídico. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Dados que devem existir para que processo se desenvolva regularmente. 1 OFICINA DE AÇÕES IMOBILIÁRIAS

OFICINA DE AÇÕES IMOBILIÁRIAS · AÇÃO - CONCEITOS O direito subjetivo de pleitear ao Poder Judiciário decisão sobre uma pretensão. (Vicente Greco Filho). O poder de estimular

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AÇÃO - CONCEITOS

O direito subjetivo de pleitear ao Poder Judiciário decisão sobre uma pretensão. (Vicente Greco Filho).

O poder de estimular o exercício da jurisdição (Cândido Rangel Dinamarco).

ELEMENTOS

PARTES – Sujeito ativo e passivo que participam da relação jurídica processual contraditória (capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória).

PEDIDO –Divide-se em imediato (tutela jurisdicional - pedido processual condenatória, constitutiva ou declaratória) e mediato (contra o réu é o pedido propriamente dito).

CAUSA DE PEDIR – Divide-se em próxima ou jurídica (fundamentos jurídicos NÃO É LEGAL PELO PRINCÍPIO DO IURA NOVIT CURIA) remota ou fática (constitutivos do pedido).

CONDIÇÕES

Requisitos para obtenção de uma sentença de mérito.

LEGITIMIDADE – Refere-se ao possível titular do direito para o autor e para o réu ser a pessoa a suportar os efeitos da sentença.

INTERESSE – Liga-se a necessidade do interessado de obter por intermédio do processo a proteção de seu interesse. “PARA OBTER O QUE PRETENDO

PRECISO DO JUDICIÁRIO?”

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – A pretensão deve estar inserida no ordenamento jurídico.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Dados que devem existir para que processo se desenvolva regularmente.

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OFICINA DE AÇÕES

IMOBILIÁRIAS

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OBJETIVOS – pedido, citação, inexistência de fato impeditivo (litispendência, coisa julgada e compromisso arbitral).

SUBJETIVOS – Juiz (jurisdição, competência), partes (capacidade de ser parte, de estar em juízo e postulatória).

CONTESTAÇÃO

Peça processual que se contrapõe a petição inicial, formal ou materialmente. Nela estão reproduzidas as defesas do réu ditas pela doutrina como processuais, de mérito e indireta de mérito.

PRINCÍPIOS

I – Concentração – Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, pena de preclusão. EXCEÇÕES ARTIGO 303 II – Eventualidade – Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, pois o juiz pode conhecer de uma sem conhecer das demais (preliminar-mérito). III – Isonomia – Todos são iguais perante a lei, não havendo distinção. IV – Impugnação especificada – Culmina na obrigatoriedade de impugnar, ponto a ponto da exordial, pois aqueles não enfrentados são tidos como verídicos – VIDE ARTIGO 302. EXCEÇÕES P. ÚNICO 302 V – Contraditório – Repousa na possibilidade real de reação. Trata-se do binômio: ciência e resistência. VIDE ARTIGO 5º LV DA CF. VI – Ampla defesa – Volta-se a oferta de meios adequados para que o réu possa se defender de forma justa à demanda proposta contra si.

PROTEÇÃO POSSESSÓRIA

As defesas possessórias recebem o nome de interditos.

Meios de proteção clássicos:

1 – ação de imissão na posse

Interdito não tratado no código atual, mas tratado no anterior, vale como referência histórica posto que confere àquele que não possuía anteriormente a coisa, promover o ingresso dela em sua esfera.

2 – Manutenção de posse

A turbação é o incomodo do possuidor de ver perdida sua posse iminentemente ou tem a posse embaraçada. A ação de manutenção de posse tem por finalidade cessar a causa do incomodo, pleitear indenização e pedir condenar o turbador pela reincidência (art 928 do CPC).

3 – Reintegração de posse

No campo do esbulho, isto é, perda efetiva da posse para terceiro. A ação pertinente é a reintegração de posse, que visa recuperar a posse da coisa. A doutrina costuma chamar a reintegração de ação de força nova espoliativa. Os

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procedimentos são os mesmos utilizados para a ação de manutenção de posse.

4 – Interdito proibitório

Meios de proteção petitórios:

5 – Nunciação de obra nova

6 – Ação de dano infecto

7 - Embargo de terceiro senhor e possuidor Ação que compete ao terceiro que não é parte no processo, que sofre turbação ou esbulho devido à penhora, depósito, arresto, seqüestro, venda judicial e outro meio de apreensão judicial, de forma a preservar a sua posse. (CPC artigos 1046 e seguintes).

USUCAPIÃO

Conceito: Meio de aquisição da propriedade por intermédio da posse continuada e demais requisitos estabelecidos em lei.

Requisitos:

a) pessoais: que o adquirente tenha capacidade civil e, ainda, qualidade para adquiri-la deste modo.

b) formais: posse e tempo c) reais: que a coisa possa ser adquirida por usucapião.

Pressupostos

I – coisa suscetível de apropriação II – posse III – decurso de tempo IV – justo título V – boa-fé

I – coisa suscetível de apropriação: O estiver dentro do comércio

II – posse: pressuposto fundamental, deste modo a lei exige certas características:

a) ânimo de possuir como sua: b) posse mansa e pacífica: c) contínua.

III - decurso de tempo: a contagem dos anos é realizada segundo o código civil, isto é, começa a fluir no dia seguinte ao da posse, contando-se o último (dies ad quem).

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IV - justo título: O possuidor tem a crença que esta em poder de título que seria hábil ao domínio.

V – boa-fé: O possuidor ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa ou do direito possuído.

Espécies de Usucapião:

1) Extraordinário (1238) 15 anos 2) Ordinário (1238) 10 anos 3) Especial ou constitucional: a) rural (pro labore) 1239

b) urbano (pro moradia ou pro-misero) 1240

c) especial de imóvel urbano (10.257/2001) 4) Usucapião Coletiva Social: As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 5) Administrativa – Lei 11.977/2009.

Dicas:

Ação de Usucapião: artigo 541 e seguintes do CPC Nome: “ação de usucapião de terras particulares” Foro: situação do imóvel MP: deve intervir em todas as ações (944) Sentença: 945 CPC Exceções

- imagens (religiosas ou de valor artístico) - templos (destinados a liturgias religiosas) - cemitérios (terreno destinado a abrigar os sepultamentos)

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EXMO. SR. DR. JUIZ DA ............................ DA COMARCA DE SÃO PAULO.

URGENTE

, vem por intermédio do seu advogado que ao final

subscreve (docs. anexos), respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor

o presente EMBARGOS DE TERCEIRO com fulcro no art. 1.046 e seguintes do

CPC em face de, consubstanciado nos motivos e fatos de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

...

Dentre os bens colocados em indisponibilidade,

destacam-se:

a) Um apartamento;

b) Um apartamento.

DO MÉRITO

A Constituição Federal de 1988 estampou, de forma

insofismável, o reconhecimento da pessoa humana acima de qualquer outro instituto

de direito. Afinal, é de pouca valia o direito quando em um dos polos da relação

jurídica não se encontra a pessoa humana.

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CÁRATER DE URGÊNCIA

Esclarece a embargante que

..................................................., atingido de forma indevida em relação aos bens da

demandante.

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Nessa esteira fixou como fundamento da República,

a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), estabeleceu o princípio da

prevalência dos direitos humanos (inciso II, art. 4º), reservou um capítulo dos direitos e

garantias individuais, e, por fim, a indenização por dano moral (inciso X, art. 5º).

A embargante enquadra-se justamente nestas

hipóteses, por tratar-se de pessoa natural que sofre constrição de seus bens,

reservados juridicamente, por ato de autoridade pública eivado de irregularidades.

Destaca-se, ainda, que os bens, notadamente

aquele destacado no item “a”, foram adquiridos pelo casal – inclusive com maior

aporte de capital por parte da requerente. (docs. anexos).

Frise-se que a embargante sempre exerceu

atividade remunerada como empresária, auferindo renda compatível com o vulto dos

negócios acima descritos (docs. anexos).

Assim, a cônjuge tem reconhecida sua meação

legal, isto é, os bens adquiridos na constância do matrimônio por título oneroso,

ainda quem em nome de um dos cônjuges entram na comunhão (art. 1660 do

Código Civil).

Nessa condição a embargante tem direito a usar da

prerrogativa prevista no artigo 1.642 do mesmo diploma civil acima citado, podendo

livremente reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados, judicial ou

extrajudicialmente, sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial.

A este terceiro de boa-fé, ora embargante, a Justiça

deve proteger, dando-lhe ganho de causa. Este é o espírito dos arts. 1048 e 1051 do

CPC. Se quem embarga não consta do título executivo, nem é sócio, ou ex-sócio, nem

adquiriu deles diretamente o bem objeto da penhora, só pode ser terceiro.

O terceiro de boa-fé deve ser amparado pela

Justiça e não condenado por ela. Ora Exa., resta, inequívoco, que os bens imóveis

pertencem a embargante em condomínio, que não possuem qualquer relação com o

objeto da ação.

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O ato de constrição judicial, portanto, se reveste

de verdadeiro atentado contra a posse e o domínio da ora embargante, que não sendo

parte no feito, é terceiro estranho à lide.

Dessa forma, não se justifica a medida violenta

tomada contra os bens da embargante. A jurisprudência é clara no tocante ao assunto,

de forma a corroborar que os bens da meeira são resguardados dos atos constritivos,

vejamos:

EMBARGOS DE TERCEIRO - COMPROVAÇÃO DA

CONDIÇÃO MEEIRA - DEFERIMENTO. É de ser

resguardada a meação da agravante sobre o bem, objeto da

constrição judicial, quando devidamente comprovada a sua

condição de meeira através dos documentos acostados aos

autos”. (TRT 20ª Região, Processo n. 01.05.0635/01, Acórdão n.

2728/2001, Juíza Redatora: Ismênia Quadros, publicado no

DJ/SE em 21/01/2002)

EMBARGOS DE TERCEIROS - PENHORA SOBRE IMÓVEL

DE CASAL - RESTRIÇÃO DA PENHORA À METADE DO

BEM. Deve se restringir à metade do bem a penhora recaída

sobre imóvel de casal, considerados o direito de meação do

cônjuge embargante e a natureza divisível do objeto de

constrição, nos moldes do artigo 87 do Código Civil. (TRT 20ª

Região, Processo n. 00074-2004-920-20-00-7, Acórdão n.

1513/2004, Juíza Relatora: Maria das Graças Monteiro Melo,

publicado no DJ/SE em 18/06/2004)

EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS DE TERCEIRO

CÔNJUGE MEAÇÃO PENHORA ÔNUS PROBATÓRIO –

CREDOR RECURSO ESPECIAL PELA LETRA C NÃO-

CONHECIMENTO SÚMULA Nº 83/STJ INCIDÊNCIA “1. A

meação da mulher apenas responde pelo ilícito fiscal do marido

sócio-gerente quando ficar provado que foi beneficiada pela

infração, cabendo à parte credora o ônus da prova. 2. Deve ser

emprestada uma interpretação protetiva em toda plenitude ao

art. 3º da Lei nº 4.121/62 no sentido de que não pode constituir

presunção absoluta de que das dívidas contraídas pelo esposo,

venha advir proveito da mulher casada em qualquer tipo

societário de que este faça parte, devendo, portanto, o ônus da

prova em contrário ser imputado ao exeqüente-credor dos

possíveis créditos que tenha em face do marido executado. 3.

Acórdão recorrido confirmado. Recurso desprovido”. (STJ –

REsp 641.646/RS – 1ª T. – Rel. Min. José Delgado – DJU

21.03.2005 – p. 263)

Não bastasse o imóvel descrito no item “b” retro

mencionado, além de ter sido adquirido com maior aporte de capital por parte da

embargante.

CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR

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“FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA”

Os requisitos necessários para a concessão da

medida liminar nestes interditos encontram-se presentes no evento em foco, senão

vejamos.

O “fumus boni iuris” resulta da narrativa dos fatos e

da própria ilegalidade das constrições realizadas nos imóveis descritos nesta petição

inicial em vista da meação da embargante.

O “periculum in mora”, por sua vez, resta evidente,

ante os malefícios que o arresto causa, em especial quando se trata como é o caso,

de bens de condomínio entre a demandante e seu marido corréu e, ademais, por se

tratarem de bens de família, que merecem a devida proteção legal.

Em face do exposto, se impõe, como providência

imediata a concessão de medida liminar “inaudita altera pars” o cancelamento da

constrição até o limite da meação até o efetivo deslinde da presente demanda.

Restando pacificamente demonstrados os

requisitos e pressupostos da cautelar, tem a presente demanda por finalidade pleitear

o bom direito, articulando-se, objetivamente, os seguintes pedidos:

Posto isto, requer se digne essa D. Vara:

A) CONCEDER LIMINAR a embargante, em vista da turbação da

posse dos seus bens (art. 1051 do CPC), legitimamente adquiridos,

cancelando a constrição efetivada até o limite da meação

legal. A embargante compromete-se a se abster da prática de

qualquer ato que importe na alienação ou que comprometa o bem,

até que seja prolatada decisão final. Se for necessário provar a

posse ou a propriedade para a concessão da liminar, requer a

designação de audiência, nos termos do art. 1.050, parágrafo 1º do

Código de Processo Civil, para oitiva das testemunhas abaixo

arroladas;

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B) Suspender o curso do presente processo, ordenando o

processamento dos presentes Embargos em autos distintos,

apensos àquele, consoante previsão do artigo 1.049 do CPC;

C) Ordenar a citação do embargado, para, querendo, responder

aos termos dos presentes Embargos, no prazo de Lei (art. 1.053 do

CPC), sob pena de revelia e confissão quanto aos fatos;

D) Requer provar o alegado por todos os meios em direito

admitidos, notadamente depoimento pessoal do Embargado, pena

de confissão, oitiva de testemunhas arroladas abaixo, as quais

deverão ser intimadas etc.;

E) Por derradeiro, requer sejam, ao final, acolhidos e julgados

procedentes estes Embargos de Terceiro senhor e possuidor de

boa-fé, conforme sobejamente comprovado nestes autos, tornando

definitiva a liminar adiantada, outorgando completa proteção à

posse e propriedade dos bens do signatário, por medida de direito,

reclamo de lei e exigência de Justiça, condenando o sucumbente

nas custas e honorários advocatícios.

Dá-se à causa para fins fiscais o importe de R$

1.000,00 (um mil reais), para efeito de alçada.

Termos em que,

P. deferimento.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DA ...............................

DISTRIBUIÇÃO URGENTE

, por seus advogados que a presente

subscrevem (doc. 01), vem, respeitosamente, à presença de Vossa

Excelência, com fulcro nos artigos 1.210 e seguintes do Código Civil Brasileiro

e artigo 926 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO

DE MANUTENÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS COM

PEDIDO DE LIMINAR “INAUDITA ALTERA PARS” em face à, pelos motivos

de fato e de direito que passa a relatar.

10

Esclarece o autor, inicialmente, que se

encontra na iminência de sofrer distribuição de ação de despejo vazado em

denuncia vazia, a ser proposta pelo réu, conforme documento ora juntado.

(doc. 02)

Essa demanda, caso venha tramitar, causará

ao autor toda a sorte de transtornos jurídicos, políticos, econômicos e sociais,

conforme restará comprovado no corpo desta petição inicial, todas as

conseqüências de caráter irreversível.

CÁRATER DE URGÊNCIA

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I - DOS FATOS

O Autor firmou com o Réu contrato de locação

de imóvel urbano não residencial em ............., pelo prazo de 12 (doze) meses

(doc. 05), imóvel este que é utilizado para ............................................... (doc.

06)

O valor atual da locação, conforme reajuste

informado pelo Réu é de R$ ........................................... mensais, sendo certo

que todas as obrigações do contrato encontram-se tempestivamente

adimplidas. (doc. 08)

Ocorre que em .............., o Autor foi notificado

pelo Réu, para desocupação por denúncia vazia (doc. 02).

Todas as tentativas tornaram-se infrutíferas,

sem sucesso. O Réu esta irredutível sem delongas e sem explicação manifesta

quer a desocupação do imóvel.

Deste modo, encerrando suas providências no

âmbito extrajudicial sem sucesso, e esgotadas as vias conciliatórias tentadas

pelo Autor junto ao Réu, não lhe resta alternativa senão a propositura do

presente interdito possessório para os fins e efeitos de direito e por ser medida

de justiça.

II - DO DIREITO

Conforme esposado, o Autor utiliza o imóvel

locado como ........................................

Durante o período da vigência do contrato o

Autor construiu no prédio locado várias benfeitorias necessárias e úteis para

................................, conforme fotos ilustrativas do local. (doc. 11)

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Mas partindo do ponto do contrato de locação

vigente entre o Autor e o Réu em sua Cláusula Sétima assegura a

previsibilidade de:

“CLÁUSULA SÉTIMA – ... Não tendo direito a nenhum tipo de retenção ou indenização por parte quaisquer benfeitorias mesmo que úteis ou necessárias, as quais ficarão desde logo incorporadas ao imóvel, exceto aquelas que possibilitem a remoção, e jamais poderão ser feitas em desacordo com a legislação vigente...” (g.n.)

Vossa Excelência há de convir que o Autor está

sofrendo turbação por parte do Réu, indevida e ilegal, de modo que não pode

prevalecer, sob qualquer ângulo que se vislumbre.

Como já mencionado, o Autor procurou o Réu,

para negociar a manutenção de sua posse senão pela eventual aquisição do

domínio, como para destacar direito possessório que lhe assiste, qual seja:

retenção, explicando pormenorizadamente quais as benfeitorias que seriam

levantadas pelo Autor, cuja possibilidade de remoção era positiva sem

quaisquer danos, todavia, mais uma vez sem sucesso.

De mais a mais, foram informadas ao Réu

todas as nuances dos transtornos que seriam causados pela

desocupação imediata do imóvel.

Na realidade a manutenção na posse por

parte do Autor trata-se de um ato de responsabilidade. (doc. 12)

Deste modo, encerrando suas providências no

âmbito extrajudicial sem sucesso, e esgotadas as vias conciliatórias tentadas

pelo Autor junto ao Réu, não lhe resta alternativa senão a propositura do

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presente interdito possessório para requerer se digne V.Exa. conceder a liminar

de manutenção na posse, para os fins e efeitos de direito e por ser medida de

justiça.

Nessa esteira, o diploma civil brasileiro garante

ao possuidor o direito de ser mantido em sua posse, em caso de turbação, nos

estritos termos do artigo 1.210.

O texto é reiterado no diploma processual civil,

exatamente no artigo 926, que igualmente prevê que o possuidor tem direito a

ser mantido em sua posse no caso de turbação.

Para tanto cumpre ao Autor demonstrar a

sua posse, o que foi concretamente realizado com a juntada dos

documentos anexos à esta exordial, em especial o contrato de locação e

seus aditivos.

A turbação praticada encontra-se robustamente

comprovada com a juntada das notificações, em especial a indicativa da

propositura da ação de despejo por denúncia vazia.

A data da turbação é o do recebimento pelo

Autor da notificação datada de ............, que comprovam inequivocamente a

turbação, necessidade do ajuizamento do presente interdito.

Posto isto, estão presentes todos os requisitos

legais, para concessão do pedido possessório.

IV - DA IMPERATIVIDADE DA LIMINAR

A demanda desalojatória, que certamente virá,

causará ao Autor toda a sorte de transtornos jurídicos, políticos, econômicos e

sociais, conforme está comprovado no corpo desta petição inicial, todas as

consequências de caráter irreversível.

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Assiste ao Autor "data venia", o direito de se

manter na posse direta dos bens em litígio pela via eleita, que é apropriada,

face à turbação.

DO “FUMUS BONI JURIS” e

“PERICULUM IN MORA”

O Autor, por qualquer ângulo que se

vislumbre, tem direito líquido e certo de ser mantido na sua posse.

A manutenção dos bens móveis e imóveis na

posse do autor é medida de direito, tendo em vista não só os próprios termos

do contrato de locação como as especiais características do transporte público.

Os pressupostos da admissibilidade, em

especial no que tange à LIMINAR, decorrem dos seguintes requisitos,

visivelmente presentes na presente medida:

“O “fumus boni juris” se resume na

plausibilidade da existência do direito invocado por um dos sujeitos da

relação jurídica material, ou seja, na possibilidade de que a tese por ele

defendida venha a ser sufragada pelo Judiciário, mesmo sem o

estabelecimento do prévio contraditório, o que ocorrerá em momento

posterior no processo.

O “periculum in mora”, por sua vez,

demanda a necessidade da pronta e imediata intervenção do magistrado,

para evitar o perecimento do direito substancial a ser disputado pelas

partes.

De fato, como se pôde constatar o Autor deve

ser mantido na sua posse IMEDIATAMENTE, por força da medida possessória,

até para: a) cumprimento do contrato de locação (direito de retenção); b)

manutenção da ordem pública; c) evitar prejuízos irreparáveis; d) evitar

prejuízo econômico e social de caráter irreversível.

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Outro fator de grande relevância são os

operadores que laboram atividades no imóvel, que com a desocupação

imediata do mesmo teriam prejuízos igualmente irreparáveis, para si e

familiares.

Autor e o Réu, a manutenção na posse se daria

ao prazo estipulado que o Autor necessita para remoção dos bens que foram

investidos no imóvel, logicamente aqueles suscetíveis de remoção.

Desta feita o Autor efetuou a contratação de

um técnico na área, que de antemão forneceu um laudo que consta os

equipamentos que podem assim ser removidos e os quais ficarão agregados

ao imóvel. (doc. 15)

De acordo com o laudo do Sr. Engenheiro Civil

o prazo para remoção e instalação e montagem de capacitação técnica em um

outro imóvel de acordo com as normas exigidas pela Secretaria Municipal de

Transportes e a gestora SPTrans.

O Autor será mantido no imóvel com as

obrigações locatícias correspondentes, em especial o pagamento do

aluguel e despesas da locação, que serão pagos diretamente ao Réu, nos

termos da avença firmada pelas partes ou por intermédio de depósito

judicial, se houver resistência no recebimento dos créditos.

É crucial que a presente liminar seja

concedida, “inaudita altera pars”.

V - DAS PERDAS E DANOS

É correto afirmar que o pagamento de perdas e

danos, na esfera civil, cuida-se de reparação patrimonial, ou seja, a reposição

da diminuição/prejuízo no patrimônio da vítima.

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Considera-se dano todo o prejuízo sofrido pela

parte em decorrência de inadimplemento de obrigação ou prática de ato ilícito.

Os danos referem-se aos prejuízos causados por quem o pratica, e as perdas

referem-se àquilo que efetivamente se deixou de ganhar, como lembra Pontes

de Miranda, “perde-se o que se deixa de ganhar”. (MIRANDA, Francisco

Cavalcanti. Tratado de direito privado. 2. ed. Rio de Janeiro: Borsoi, 1958. t. 25,

p.23)

O mestre Carlos Alberto Bittar em sua obra

intitulada - Reparação Civil Por Danos Morais - Revista dos Tribunais 1992,

página 128, nos contempla com o seguinte ensinamento:

“Em termos simples, o agente faz algo que lhe não era permitido, ou deixa de realizar aquilo a que se comprometera juridicamente, atingindo a esfera alheia e causando-lhe prejuízo, seja por ações, gestos, palavras, escritos, ou por meios outros de comunicação possível”.

Pois bem Exa., como está suficientemente

clara pela exposição fática antes delineada, em decorrência das irregularidades

perpetradas pelo Réu o Autor suportou os seguintes prejuízos, bem como

investimentos:

TOTAL R$ .......................................

Nesse tom, requer se digne V. Exa. também

condenar o Réu em perdas e danos no valor acima mencionado, por ser

medida de direito e justiça.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, é a presente para requerer

a V.Exa. se digne:

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a) conceder ao Autor liminarmente “initio litis” e “inaudita

altera pars” a manutenção na posse dos bens móveis e imóveis,

decorrentes do contrato de locação, eis que presentes os

fundamentos para sua concessão pelo período remoto previsto

pelo Engenheiro técnico responsável para sua total remoção,

considerando o “fumus boni juris” e “periculum in mora;

b) expedir o respectivo MANDADO DE MANUTENÇÃO DE

POSSE;

c) e após, a citação do Réu, para querendo apresentar

contestação;

d) condenar o Réu no valor a ser calculado quanto as

adaptações efetuadas na garagem que impossibilite a remoção, em

valor a ser apurado, a título de perdas e danos, tudo com correção

monetária e juros, ocasionados pelo não cumprimento do

avençado;

e) determinar ao Réu que não contestada a presente ação

de manutenção de posse com pedido liminar, presumir-se-ão

aceitos pela mesma, como verdadeiros, os fatos narrados aqui

pelo Autor, conforme determina o Códex de Processo Civil

Brasileiro;

f) conceder os benefícios do artigo 172, parágrafo 2º, e

parágrafo 1º, do CPC;

g) no mérito julgar a presente ação totalmente

procedente, com a manutenção do autor no imóvel locado até a

remoção completa das benfeitorias que podem ser extraídas sem

danos, ou caso assim não entenda V.Exa., que seja mantida a posse

ao Autor até o cumprimento das obrigações em ambas situações o

pagamento das obrigações contratadas na locação, em especial o

aluguer será devidamente pago mensalmente, sob a forma

convencionada, em caso de resistência pela parte Réu, seja

assegurado o pagamento via depósito judicial.

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Requer, finalmente, a V.Exa. protestar pela

juntada de novos documentos, pela produção de prova documental,

testemunhal e pericial com o depoimento pessoal do representante legal do

réu, é, que desde já requer, sob pena de confesso e mais a condenação do

Réu no pagamento das custas, honorários de advogados na ordem de 20 %,

perdas e danos, com correção monetária e juros, desde o momento da

turbação e demais cominações legais, tudo pelo princípio da sucumbência.

Dá-se à causa a título de alçada o valor de R$

1.000,00 (hum mil reais).

Termos em que pede deferimento.

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