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OFICINA DE COMUNICAÇÃO (COM8030)

OFICINA DE COMUNICAÇÃO (COM8030) · 2019-12-10 · alterado para 1v e o 0,3 para 0. Por proporcionar uma quantidade maior de informações necessárias para registrar os sinais,

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OFICINA DE COMUNICAÇÃO (COM8030)

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EMENTA

Fases da produção: pré-produção, produção e pós-produção. Técnicas de gravação,

equipamentos e características. Planos de câmera. Efeitos de iluminação. Captação de áudio.

Edição linear e não-linear. Convergência de mídias. Novas mídias. MP4, Iphone. TV na Era

Digital. Produção de vídeos diversos para meios específicos utilizando as técnicas de TV.

1 O INÍCIO DE TUDO

Para desenvolver qualquer projeto é necessário ter algumas especificações e detalhes. Essas

características são descritas em briefings e pautas. É por meio desse material que se tem início a

produção do vídeo, pois nele constam, principalmente, os objetivos e a finalização do produto.

2.1 Briefing

1. Instruções e diretrizes transmitidas de forma resumida aos responsáveis pela

execução de um determinado trabalho. 2. Diretrizes ou informações de um cliente à agência de propaganda sobre a criação ou o desenvolvimento de determinada

campanha. 3. Resumo escrito dessas diretrizes para orientação do trabalho (verbete,

Dicionário de Comunicação)

Não existe uma fórmula para desenvolver um briefing, mas sua importância não diminui

por conta disso. Ele é um documento que firma um acordo entre o cliente e o contratado sobre o

desenvolvimento do produto. Com ele, as informações são mantidas em um mesmo lugar e a

solicitação do cliente estará claramente descrita.

Abaixo, alguns tópicos importantes no desenvolvimento de um briefing.

Nome do cliente e contatos (e-mail, tel, endereço, etc)

Nome do produto / projeto

Descrição do produto/projeto

Objetivos

Público-alvo

Anexo de pesquisas (Oportunidades, mercado)

Cronograma – com datas limites para entrega e apresentações.

Equipe que trabalhará no projeto

Peças a serem desenvolvidas

Características das peças (cor, tamanho, formato, etc)

Data de entrada e assinatura do responsável pelo briefing.

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2.2 Pauta

1. Agenda ou roteiro dos principais assuntos a serem noticiados. 2. Planejamento

esquematizado do que deve ser tratado na matéria. 3. Anotação de temas que poderão

ser desenvolvidos oportunamente. Fonte de criação de assuntos. Programação de

coberturas e pesquisas a serem realizadas pela equipe de reportagem e redação (verbete,

Dicionário de Comunicação)

Assim como o briefing, o desenvolvimento da pauta não tem regras. Ela não estipula uma

linha de ação a ser seguida; traz, somente, uma linha de raciocínio e pontos que não podem deixar

de ser focados. É uma tentativa de orientar e dirigir o trabalho do repórter. Ela pode conter:

Assunto (retranca – identificação da matéria)

Resumo do fato

Tratamento que deve ser dado a matéria

Sugestão de lide (abertura da matéria)

Sugestão de perguntas aos entrevistados

Nomes e contatos do entrevistado (pode já ter horários marcados)

Endereços e pontos de referência

Dead line (data de entrega)

Possíveis ângulos de fotos e planos

Pesquisa

2.3 O ‘toró’ de palpite

Toda e qualquer ideia para um trabalho audiovisual vêm de uma necessidade de se fazer

algo para um motivo específico – pode ser informação, venda, denúncia, entretenimento. No

entanto, até se chegar a uma ideia fechada, muitos pensamentos e opiniões são colocados no

papel, é o que se chama de Brainstorming.

Técnica de geração de ideias desenvolvida por Alex Osborn em 1963 e que significa,

literalmente, tempestade cerebral. Consiste em reunir um grupo de pessoas em torno de um

tema e deixá-las produzir o maior número possível de idéias, sem qualquer crítica, por mais

absurdas que possam parecer. Posteriormente, o resultado do brainstorming é analisado e as boas ideias que tiverem surgido em meio à ‘tempestade’ são desenvolvidas (verbete,

Dicionário de Comunicação)

Essa é uma das fases mais importantes, o momento em que se decide os parâmetros a

serem adotados durante a produção. Por meio das ideias principais chega-se a um resultado que

será produzido, dando início ao trabalho de produção.

2.4 O trabalho no papel: roteiro e lauda

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Após a decisão final, se tem início o desenvolvimento da idéia. Dependendo da área, o momento

em que se coloca tudo no papel para a gravação é agora: o roteiro. No entanto, em Jornalismo, a

produção desse material impresso é após (a lauda), antes, fica-se somente com a pauta mais detalhada.

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A definição ao lado foi retirada do Dicionário de

Comunicação (pág. 650-651).

O roteiro é a base para a gravação de um

determinado tipo de produção. Normalmente utilizado

em obras de ficção, documentários (com variações) e

filmes publicitários, o roteiro pode ser seguido à risca,

ou ter algumas modificações. No caso das reportagens,

por exemplo, o roteiro serve apenas como um guia, pois

nem tudo pode ser previsto.

No Anexo 2, você encontrará o exemplo de roteiro

de um documentário curta-metragem – Ilha das Flores.

Para jornalismo, ao final da gravação, o repórter

faz o que se chama de lauda, similar ao roteiro. Ela traz

as informações do vídeo, entradas de áudio, imagens,

créditos e legendas.

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A lauda de TV difere das de jornais, revistas e rádio. Ela é dividida em duas colunas:

Vídeo e Áudio. Veja abaixo um exemplo.

PG

00

10/08/2011 Nome do

repórter

Jornal GRATUIDADE EM ÔNIBUS TEMPO

OFF 1

Mostra imagens dos ônibus passando nas

ruas, nos pontos, parando nos sinais, com

pessoas embarcando e desembarcando

Imagens de Eduardo uniformizado com o

curativo na cabeça.

Mostrar Eduardo e André juntos falando.

(temos diversas)

SONORA ANDRÉ MACHADO

ESTUDANTE

UMA LEI QUE DEVERIA SER

CUMPRIDA, MAS NÃO É/ A LEI

MUNICIPAL, QUE PERMITE A

GRATUIDADE DE TRANSPORTE A

IDOSOS, DEFICIENTES E ESTUDANTES,

ESTÁ SENDO DESRESPEITADA POR

MOTORISTAS DE ÔNIBUS NO RIO DE

JANEIRO/

EDUARDO SIMÕES, DE 16 ANOS,

ALUNO DA ESCOLA TÉCNICA

FEDERAL DE QUÍMICA, NA TIJUCA,

TEVE A PORTA DO ÔNIBUS FECHADA

QUANDO IA SUBIR OS DEGRAUS/

ELE CAIU NO MEIO FIO E MACHUCOU

A CABEÇA/

UM COLEGA DE EDUARDO TAMBÉM

JÁ FOI IMPEDIDO DE ENTRAR NO

ÔNIBUS/

ANDRÉ MACHADO, DE 18 ANOS,

CHEGOU A SER AGREDIDO PELOS

FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA///

SONORA ANDRÉ

O QUE ACONTECEU NA HORA QUE

VOCÊ FOI PEGAR O ÔNIBUS?

PARA ONDE ESTAVA INDO?

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PASSAGEM

(repórter aparece no vídeo)

OFF 2

Os pais de Eduardo e André.

SONORA OSWALDO MACHADO

PAI DE ANDRÉ

OFF 3

Imagens do prédio da Prefeitura.

Imagens do secretário

SONORA WALDIR PERES

SECRETÁRIO DE TRANSPORTES

Legenda:

Disque-transportes: 2255-4488

ESTE PONTO DE ÔNIBUS, NA PRAÇA

DA BANDEIRA, É MUITO USADO PELOS

ALUNOS DA ESCOLA TÉCNICA

FEDERAL DE QUÍMICA/

AQUI, QUATRO ESTUDANTES JÁ

FORAM AGREDIDOS POR TENTAREM

ENTRAR PELA FRENTE NO ÔNIBUS///

OS PAIS DE EDUARDO E ANDRÉ

FICARAM INDIGNADOS/ OS FILHOS

ESTAVAM UNIFORMIZADOS/ OS

CASOS FORAM REGISTRADOS NA

DELEGACIA E AS EMPRESAS DE

ÔNIBUS ESTÃO SENDO

PROCESSADAS////

- QUAL FOI A REAÇÃO DE VOCÊS COM

O OCORRIDO?

A SECRETARIA DE TRANSPORTES DA

CIDADE DO RIO DE JANEIRO ALEGA

NÃO TER QUALQUER DENÚNCIA

SOBRE ESSE TIPO DE

IRREGULARIDADE/ O SECRETARIO

AFIRMA QUE IRÁ AVERIGUAR

PESSOALMENTE O CASO

SONORA WALDIR PIRES

- O QUE A PREFEITURA PODE FAZER

PARA DIMINUIR ESSES CASOS?

- EXISTE UM MEIO DE DENÚNCIAR?

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2.5 Funcionamento de uma produção audiovisual

Muitos problemas podem ocorrer durante a gravação e finalização de um vídeo por conta

da falta de conhecimento básico nas técnicas de captação e transmissão de sinais. Para que isso

não ocorra, esse item tem o objetivo de apresentar rapidamente essas características para trazer

as noções necessárias de alguns recursos e equipamentos utilizados.

No mercado ainda se usa sistemas analógicos e digitais para captação de imagens e isso

tem relação como a forma de captação dos sinais. Ao contrário do que muitos pensam, a

diferença não é no material usado para isso, como a fita. Também há equipamentos digitais que

utilizam a fita no processo de gravação.

2.5.1 Vídeo analógico

O sinal de vídeo é gerado a partir da leitura seqüencial , da esquerda para a direita e de

cima para baixo, da intensidade da voltagem de cada ponto do chip sendo (CCD) no qual a

imagem se projeta através das lentes das câmeras. Quanto maior a intensidade de luz em

determinado ponto, maior a voltagem produzida pelo mesmo. Esses sinais descrevem as

características das ondas eletromagnéticas conforme as suas propriedades de freqüência (hue),

amplitude (saturation) e quantidade de radiação (Brightnes) de cada uma das cores primárias

(RGB – red, green e blue).

O processo de gravação / transmissão de sinais elétricos é sempre sujeito a várias

interferências e perdas, que aumentam e se propagam quando o mesmo pe copiado de um meio a

outro (degradação da imagem).

Essas degradações podem ocorrer com muita intensidade a partir de eventuais danos que

os meios podem proporcionar. Fungos e oxidação de fitas, perda de corrente elétrica nos cabos e

tipo diferentes de manipulação dos sinais podem afetar a qualidade e a precisão dos sinais.

2.5.2 Vídeo digital

O vídeo digital tem a mesma interpretação das radiações eletromagnéticas mas

diferencia-se por mapear os sinais em códigos compostos por dígitos binários. Esses dígitos

descrevem e registram os sinais exatamente como são compreendidos e são decodificadas com

precisão todas as vezes que é lido.

Os sistemas de gravação digital têm as seguintes vantagens: são mais compactos e

produzem som e imagens de alta qualidade. Eles mantêm a qualidade depois de

repetidas duplicações. Para todos os efeitos, a quinquagéssima geração tem a mesma

aparência da gravação original (Zettl, 2011, p.213).

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Para cada uma das radiações RBG é atribuído 8 bits que registram até 256 variações de

cores que combinadas possibilitam até 16.7 milhões de variações. A grande vantagem que o sinal

digital tem sobre o analógico é o fato de essas perdas poderem ser virtualmente eliminadas.

Assim, por exemplo, se os uns (1) e zeros (0) forem representados por voltagem 1v e 0v, é muito

fácil um circuito eletrônico reconstruir um sinal que chegou a seu destino como 1 – 0 – 0,8 – 0,3

– 1 – 1 ao invés de 1 – 0 – 1 – 0 – 1 – 1. Houve danificação e o 1v chegou como 0,8v, assim

como o 0v chegou como 0,3v, mas como se sabe que o sinal só pode ser 0v ou 1v, o 0,8v é

alterado para 1v e o 0,3 para 0.

Por proporcionar uma quantidade maior de informações necessárias para registrar os

sinais, o sinal digital necessita de compressão para que possa oferecer desempenho. Há vários

padrões e métodos de compressão.

Quanto maior a taxa de compressão utilizada para reduzir o tamanho ocupado por um

sinal de vídeo digitalizado, maior a probabilidade de surgirem defeitos na imagem final. Isso

ocorre porque os processos de compressão utilizados para comprimir sinais de vídeo geralmente

acarretam perdas de detalhes durante a compressão e não há como reconstruí-los.

2.5.3 Sistemas de gravação com fita de vídeo analógica (A) e digital (D)*:

Sistema Caraterísticas da produção

A VHS Qualidade baixa e razoável para primeira geração. Rápida

deteriorização de uma geração para a seguinte.

Hi8 Imagens nítidas. Boa qualidade na primeira geração.

S-VHS Qualidade muita boa. Boa preservação da imagem por quatro

gerações.

Betacam SP Qualidade superior e suporta bem várias gerações.

D DV Boa qualidade digital.

DVCAM Excelente qualidade.

DVCPRO Excelente qualidade.

Betacam SX Qualidae superior

HDV Excelente qualidade e resolução em high definition

HDTV Alta resolução e cor

*Adaptação de ZETTL, 2011, p. 214

Os sistemas digitais podem ser gravados com fita ou sem fita, no entanto, as captações

sem fita só podem ser digitais. E assim como existem diversas fitas – estas, que dependem do

equipamento para definição do tipo – exitem diversas mídias que servem de suporte para a

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gravação digital, como discos rígidos e cartões de memória. Segunda Zellt, há quatro grandes

vantagens do sistema sem sem fita sob os com fita: “permite acesso aleatório quase instantâneo a

qualquer quadro da gravação, é menos propenso a desgaste, facilita todo o processo de edição e

o material arquivado ocupa um espaço muito menor” (2011, p. 215).

2.5.3.1 Formatos de vídeo

Ao longo do tempo, o aperfeiçoamento da tecnologia trouxe uma infinidade de

equipamentos para gravação de vídeos. Hoje, equipamentos analógicos e digitais dividem o

espaço, com diferenças de qualidade e preço. As câmeras e os VTs (equipamento para ver as

imagens gravadas nas fitas) são interdependentes, não sendo possível gravar em um formato e

utilizar a fita para outro.

I. Formatos:

a) 8mm / 16mm / 35mm: formato para gravação em película. São os tamanhos das

bitolas.

b) Hi-8 / VHS: equipamentos analógicos. Pouco utilizados profissionalmente.

c) U-MATIC: formato analógico, criado em 1970. Foi muito utilizado no segmento

profissional.

d) Betacam: utilizado no ramo profissional. Hoje ainda utiliza-se o formato analógico,

mas já há quem tenha o digital.

e) DVCam: totalmente digital, semi-profissonal. Tem os formato mini-DV e Standard

II. Saída: assim como a diversidade de equipamento aumentou, a quantidade de possibilidades de

saída também. Além de o produto final poder ser gravado em uma fita, ele ainda pode sair em

(mídias) – CD, VCD, MD (miniDisc), DVD, HD-DVD e Blu-ray – ou mesmo como arquivo

digital. Neste caso, com diversas possibilidades de extensão como:

a) MPEG-1: ideal para gravação em CD

b) MPEG-2: uma das possibilidades para DVD. Traz também um arquivo de áudio (ac3, aiff)

c) VOB: após o vídeo ser autorado em DVD ele fica nesse formato.

d) MPEG-4: web e móbile

e) MOV: arquivo para o programa Quicktime. Formato aceitável para edição nas

plataformas Mac e Avid.

f) AVI: formato para edição em PC. É aceito em Avid.

g) WMV: Formato da plataforma PC. Editável no Movie Maker.

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2.5.4 Sistemas de cores

A captação e a transmissão de vídeos são feitas por ondas eletromagnéticas e as

informações de imagens são separadas em diversas partes. Em uma delas está o canal de cores,

que difere de sistema de acordo com a região.

I. NTSC (Nacional Television Standards Committe): funciona com 30 quadros/segundo.

Padrão criado nos EUA nos anos 1950. Foi o primeiro sistema bem sucedido

comercialmente. Pelo fato de no início ter problemas com relação a fidelidade das

coras, franceses e alemãs desenvolveram outros sistemas, SECAM e PAL,

respectivamente, no final da mesma década.

II. SECAM (Sequential Couleur Avec Memoire): criado na França em 1957 e adotado em

partes no Leste Europeu e Oriente Médio.

III. PAL (Phase Alternate Lines): padrão criado na Alemanha também em 1957. Base

para o padrão criado no Brasil (PAL-M).

2.5.5. Aspecto do vídeo

O aspecto do vídeo está relacionado ao tamanho da imagem na tela. Isso é importante no

processo de composição da produção pelo fato de afetar a forma como as imagens serão feitas.

As proporções entre altura e largura pode mudar de acordo com o televisor, atualmente podendo

ter a imagem mais próxima ao que é a tela de cinema, ou seja, mais alongada na horizontal.

Formatos mais clássicos:

a) 4:3: tela ainda bastante utilizada.

b) 16:9: formato adotado em HDTV.

c) 13:7: ‘janela norte-americana’, utilizada em grande parte das produções hollywoodianas.

Veja como o aspecto do vídeo pode alterar a imagem exibida:

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Analise com mais atenção a forma como a imagem é enquadrada:

A primeira é referente à tela 13:7. A segunda, com bordas amarelas, tem a tela 16:9; em

uma comparação, tem a lateral um pouco menor que a primeira, caso a ideia fosse ter a mesmo

tamanho vertical da imagem. Já a terceira imagem é a tela mais tradiocional, 4:3, que grande

parte da imagem é cortada. Por esse motivo, é importante saber como será a exibição principal

da produção.

Com outros equipamentos capazes de exibir vídeos, como os celulares, a tarefa de se

produzir um material multimídia é complexa, pois as telas podem variar razoavelmente de um

modelo para outro e haver perdas (ou sobras) de imagem.

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3 COMO FAZER UM VÍDEO

Produção é a realização de qualquer produto de comunicação em seus aspectos

financeiros, técnicos, administrativos e logísticos. O papel do produtor no desenvolvimento

desse produtor é fundamental para a realização de um bom projeto, um trabalho de

responsabilidade e exigências, não somente com a equipe mas também com relação ao público.

O profissional de produção tem um visão ampla do trabalho da equipe, tem um pouco de

conhecimento de cada área e é capaz de realizar diversas tarefas, pois ele deve ser capaz de dar

auxílio em qualquer adversidade que possa surgir durante a produção, seja a falta de um

assistente de áudio ou de iluminação.

As habilidades e talentos que um produtor deve ter abranger um amplo aspectro, que

varia desde criatividade até conhecimento tecnológico, desde a ideia inicial até a

transmissão, desde conhecimentos financeiros até conhecimetnos de mercado [...] um bom produtor está sempre em contato com as tendências da indústria e as novas

tecnologias (KELLISON, 2007, p.4-5)

Há um ideia geral que o produtor de cinema, teatro e TV tem atribuições diferentes. No

entanto, é consenso que a função é essencial para o projeto, ou mesmo que sem ele o projeto não existe.

O produtor pode ser executivo – aquele que busca o financiamento– ou mesmo que lide com funções

mais operacionais e burocráticas – como conseguir autorizações para locações e de uso de imagem.

No desenvolvimento de um projeto, o produtor é o primeiro a dar início à produção e o

último a sair. “Na produção para TV e vídeo, na maioria das vezes, é o produtor que

supervisionará o projeto do início ao fim, incluindo todo o processo de pós-produção”

(KELLISON, 2007, p.215).

Dessa forma, ele está presente em todas as fases da produção. Kellison (2007) divide esse

processo em cinco etapas: Ideia (desenvolvimento do projeto), Planejamento (pré-produção),

Filmagem ou gravação (produção), Produto final (pós-produção) e Próximas etapas (finalização

e distribuição). Já outros autores, como Zettl, dividem esse processo em três: pré-produção,

produção e produção, como adotaremos em nosso trabalho.

3.1 Pré-produção

A fase de pré-produção é composta por um conjunto de providências de produção

anteriores ao registro de imagens e/ou sons que serão utilizados na obra. Envolve, conforme o

caso, escolha e preparação de equipe, planejamento, arranjos, ensaios, aquisição de material,

contração de estúdio e equipamento, levantamento de necessidades, entre outras atividades.

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Alguns tópicos que entram nessa fase:

a) Roteiro, pauta, pesquisa

b) Contato com possíveis personagens

c) Orçamento (pessoas, equipamentos, cenário, edição, finalização)

d) Equipamentos

e) Data, local e horário das gravações

f) Disponibilidade de pessoal

g) Previsão do tempo

h) Reuniões com equipe para determinar necessidades e indicar o trabalho

i) Autorização de gravação em locais

j) Organizar material que deve ser levado para a gravação

k) Fazer um check list

Nesta fase, o produtor dá início a organização do projeto. Para facilitar esse processo,

usa um Caderno de Produção, um material essencial para o produtor tem sempre em mãos tudo

relativo ao trabalho que está desenvolvendo, com todos os detalhes da produção registrados.

CHECK LIST

Relação completa e detalhada de providências que devem ser tomadas na

realização de uma eventos ou na produção de qualquer peça e verificadas ou

checadas uma a uma durante o desenvolvimento de um programa ou projeto.

Para gravações externas (fora do estúdio), a atenção deve ser redobrada. Para isso, se faz

o Reco, um reconhecimento da locação, indo até o local, examinando as características da

região. A seguir, algumas sugestões:

a. Examinar a locação

b. Conversar com o pessoal local (moradores, comerciantes)

c. Verificar a posição do sol

d. Trabalhar as possíveis sequências (simulação)

e. Testar a eletricidade (120v/240v)

f. Checar problemas de ruído, possibilidade de a limentação, banheiro, vestiários

g. Tirar fotografias que possam auxiliar o reconhecimento da equipe e para divulgação

h. Fazer um mapa para a equipe (como chegar ao local)

i. Manter contato com os entrevistados (personagens)

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3.2 Produção

O(s) dia(s) da gravação. Dependendo do produto, a produção pode estar acontecendo ao

mesmo tempo da pré-produção e da pós-produção, como é o caso de novelas, em que o tempo é

longo entre o início das gravações e o último capítulo. “Com exceção de ensaios, a produção requer

normalmente equipamentos e uma equipe – pessoas para operar os equipamentos. Inclui todas as

atividades necessárias à gravação em vídeo ou transmissão de um evento” (Zettl, 2011, p.3).

Segundo Kellison, a fase de produção é a filmagem propriamente dita e é papel do

produtor fazer com que o planejamentos saia da forma como foi pensado. “Independente do

escopo do projeto, os componentes devem estar prontos, e roteirista, diretor, equipe técnica e

elenco devem estar preparados para dar vida ao projeto” (2007, p. 185).

Durante essa fase, algumas ações são válidas para facilitar o trabalho de pós-produção:

a) Conferir e levar o check list.

b) Acompanhar a decupagem do roteiro com a direção.

c) Não esquecer das assinaturas de autorização de uso de imagem.

d) Deixar água e alimentação por perto (caso tenha sido necessário a disponibilização desses).

e) Desenvolver um relatório de gravação.

f) Utilizar claquete (pode adaptar).

g) Já fazer uma pré-decupagem do material, com anotação do time code.

h) Anotar o número das fitas e identificá-las.

i) Anotar o nome das pessoas que participam, equipe e entrevistados. Cuidado com a

grafia do nome das pessoas!

CLAQUETE

Pequeno quadro em que são indicados no nome do filme e os números da

sequência, da tomada e da cena. Ela é mostrada a cada início de tomada e

serve para facilitar a identificação no momento da edição.

Exemplo de Claquete

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3.3 Pós-produção

Compõe as atividades técnicas de finalização de um trabalho. No caso de filmes, vídeos,

comerciais e programas de TV, por exemplo, envolve as providências de finalização, como

execução de efeitos de computação gráfica. Em produtos que envolvem comercialização,

envolve a produção de cópias, confecção de capas, fotografia, divulgação, lançamento e

distribuição. Também é o momento de pagamentos e fechamento de contas.

Segundo Zettl, se a produção for realizada somente com uma câmera, o processo de pós-

produção ser o que levará mais tempo. Isso com relação a finalização do vídeo, pois, como já

especificado anteriormente, ainda há a distribuição e, em alguns casos, o feedback.

Há alguns pontos de facilitarão o trabalho, um deles está relacionado à organização do

material gravado (ou filmado). Identificá-lo (como proposto em 3.2) é essencial para que isso

aconteça, mas também é preciso saber exatamente o que tem em cada mídia. Para isso, realiza-se

o processo de decupagem.

O método consite em registrar cada cena gravada indicando o time code. Ao fazer isso,

será possível localizar rapidamente a cena que se deseja e pedida no roteiro de edição.

Exemplo de decupagem:

Fita (mídia, arquivo) TC em Descrição da cena Fim do TC

Fita 1 01 30 45 04 Porta da geladeira fecha e imã

cai no chão

01 30 55 15

Fita 1 01 30 55 16 Marina abre a torradeira e vê se

o pão está bom. Fecha, espera

um pouco, volta a abrir e retira o

pão

01 33 42 13

Exemplo de roteiro de edição:

Fita (mídia, arquivo) TC em Descrição da cena Fim do TC

Fita 1 01 43 54 00 Carina está olhando a porta de

casa tomando um chá

01 44 00 00

Fita 3 00 20 34 19 Caneca de chá caindo da mão 00 20 40 13

Fita 1 01 13 24 10 Carina cai no chão 01 14 20 05

Transição para próxima cena (indica qual)

Fita 1 00 50 13 22 Vista da janela do apartamento 00 51 09 00

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TIME CODE e FRAME

Indica a localização de uma imagem por tempo decorrido na mídia, trazendo

hora, minuto, segundo e frame, sendo 00 00 00 00, respectivamente. O frame

indica o quadro da imagem, a menor unidade da imagem em movimento.

Comparativo entre as divisões propostas nas fases de produção:

Cinco fases Três fases

1. Ideia 1.Pré-produção

2. Planejamento

3. Filmagem e gravação 2.Produção

4. Produto final 3. Pós-produção

5. Próximas etapas

3.4 Equipe e créditos

Quando se vê um filme no cinema, raramente se fica até o final; momento em que passam

os créditos da produção. É nessa enorme lista de nomes e funções que consta as pessoas que

participaram e colaboraram de alguma forma para a realização do filme: a ficha técnica. Vejamos

algumas das funções que podem constar em uma produção1:

I. Elenco: atores e atrizes que trabalharam na produção. Organizado por ordem de

importância, aparecimento ou alfabética.

II. Produtor executivo: reponsável em fazer cumprir o cronograma traçado previmente,

dentro do orçamento e tempo previstos; controlar gastos e coordenar os detalhes

técnicos, administrativos e logísticos (Diretor de produção).

III. Diretor: responsável pela criação artística (concepção e execução). Supervisiona o

roteirista, comanda e orienta os atores e conduz o trabalho.

IV. Produtor: coordenação dos meios necessários para a realização de um programa. Em

cinema, o produtor também é quem financia ou consegue financiamento para a

produção.

V. Roteirista: planeja e escreve o roteiro (história).

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VI. Diretor de fotografia: responsável pela imagem, nitidez, iluminação e efeitos

fotográficos.

VII. Diretor de som: responsável pelo controle e supervisão do som, inclusive desempenho

dos equipamento utilizados (Diretor de áudio).

VIII. Cinegrafista/Câmera: operador de câmera (equipamento).

IX. Editor: encarregado de editar, montar, o filme (vídeo), aliando áudio, vídeo, legendas

e o que mais a produção exigir.

Nos créditos finais de um filme, muitas outras funções podem entrar nesta lista, como

camareiras, motoristas, assistentes e distribuidores, ou seja, todas as pessoas que participaram da

produção devem estar nos créditos. Além deles também se pode citar os colaboradores, prestar

agradecimentos e finalizar com imagens (logomarcas) relativas a produção e a realização do projeto.

Observe com atenção os créditos finais de um filme para ver o quanto uma

equipe pode ser numerosa.

1 Os nomes das funções variam de acordo com o veículo a que se propõe a produção. Por exemplo, no cinema, o

responsável pelo cenário é o Diretor de Fotografia; já na TV, existe o papel do cenógrafo e do iluminador.

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4 GRAVAÇÃO

Após conhecer um pouco mais sobre as técnicas de vídeo e como realizar uma produção,

é chegada a hora de começar a “pôr a mão na massa”. E como em todos os lugares, deve existir

um planejamento prévio, inclusive para a gravação. O roteiro é o guia neste momento. Nele, a

equipe saberá quais são as cenas e as sequências pensadas para o produto final. E a partir deles

que são traçados os planos a serem utilizados.

PLANO

Um fragmento da cena que não é interrompido por um corte e é marcado pelo

ponto de vista da câmera em relação ao assunto. O tamanho dele é

determinado pela montagem.

CENA

Unidade narrativa cinematográfica e abrange uma série de planos ligados a

mesma ação ou situação em um mesmo ambiente. Várias cenas constituem

uma sequência.

SEQUÊNCIA

Conjunto de cenas que se referem a mesma ação.

Observação: as cenas eles devem, necessariamente, estarem no mesmo tempo

e espaço e várias delas formam uma sequência. Já a sequência é definida pela

unidade de ação, tema ou movimento.

Um dos métodos utilizados para que não se perca tempo na hora de gravar é o uso do

story-board, que mostra um sequência de desenhos para orientar as gravações. Esses desenhos

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mostram visualmente como as cenas deverão ser gravadas, determinadas pelas tomadas descritas

no roteiro. Com ele, já se pode traçar as planos e movimentos que a câmera fará durante as

gravações.

Story-board do filme ‘Menino Maluquinho’, de Ziraldo (direção de Tarcísio Vidigal)

(Imagem: Dicionário de Comunicação, p.695)

No entanto, para entender a linguagem utilizado no Story-board é necessário saber as

nomenclaturas utilizadas. O enquadramento, por exemplo, é quando se delimita a imagem que

deverá ser gravada (como se fosse um quadro). Ele é feito de acordo com a percepção visual que

se deseja, o que se quer mostrar para o público. Pessoas muito afastadas, pés cortados e placas

que não dão para ler, podem ser problemas de enquadramento dependendo da intenção da

imagem. Além do propósito, é preciso observar a ‘plasticidade’ das cenas a se obter.

Os planos e os movimentos a serem utilizados influenciam nesse enquadramento. Em

telejornal, por exemplo, localiza-se o repórter/entrevistado a direta ou a esquerda do vídeo para

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mostrar o lugar ou pessoas (em um segundo plano). O enquadramento central é mais utilizado

em estúdio ou planos mais abertos. Tudo, sempre vai depender dos objetivos do vídeo e da

harmonização da cena.

É preciso ainda ficar atento aos objetos que você deseja mostrar, ou seja, se estão na

frente ou atrás na imagem enquadrada. É preciso focar nele, destacando ele no cenário. As

imagens a seguir foram retiradas de um comercial da Azaléia (2011).

São duas imagens que têm como objetivo mostrar os sapatos utilizados pelas mulheres. Na

primeira, até percebe-se que há no cenário outros objetos – como o vaso de flores e a boneca – mas

eles estão ao fundo e o foco, na mulher olhando o sapato, o que acaba chamando mais atenção. Já a

segunda imagem tem um plano mais aberto o que poderia dispersar mais a atenção do espectador. E

apesar de ter diversos objetos espalhados pelo cenário, não somente atrás da mulher como também

na frente, o foco continua nos calçados

Como visto, o enquadramento escolhido e o foco da imagem podem interferir na forma

como se percebe a cena. Watts (1990, p.230) lista algumas sugestões para um melhor

enquadramento:

Evite:

a) queixos descansando na borda inferior da tela.

b) cabeças batendo no topo da tela.

c) objetos, flores, postes saindo da cabeça das

pessoas.

d) as costas do entrevistador tapando metade

da tela quando em contra-planos.

e) deixar “teto”.

f) ‘esconder’ entrevistado no canto da

imagem, aparecendo grande parte do

cenário.

Procure:

a) enquadrar o ponto entre os olhos situado a

dois terços da altura da tela

b) ‘olhar direcional’ (voltado para o que se

vai ver) e ‘espaço para movimentação’

(ameniza o movimento)

c) obter profundidade, colocando algum

detalhe no plano da frente e assegurando

uma iluminação não muito uniforme

(realidade).

d) ângulos originais.

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4.1 Planos

Os planos são muitos e variados, e o cinema costuma usar e abusar deles. A seguir,

alguns planos definidos tradicionalmente, mas não se pode ficar restrito a eles. Para exemplificar

os tipos de planos foram utilizadas cenas do filme ‘A Identidade Bourne’. Os conceitos são do

Dicionário de Comunicação.

PLANO GERAL: “enquadramento geral da

paisagem, abrange todo o local da ação”.

PLANO CONJUNTO: “focaliza os

personagens dentro do local de ação e

apresenta uma parte do cenário ou paisagem”.

PLANO AMERICANO: enquadramento dos personagens a partir do joelho até a cabeça.

PLANO MÉDIO: enquadramento do

personagem pelo meio do corpo.

PLANO MÉDIO APROXIMADO: é um

plano mais fechado que o PM. Parte do busto.

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CLOSE: o enquadramento focaliza o rosto .

BIG CLOSE: isola um detalhe do rosto.

PLANO DETALHE: enquadra algum objeto de forma bem próxima, é usado para chamar

atenção para algo no cenário. Pode ser usado também como imagem de apoio.

PLANO SEQUÊNCIA: sequência de planos sem corte, ou seja, os planos são alterados

conforme a gravação é realizada e não há cortes na edição.

PLANO E CONTRA-PLANO: as imagens são alternadas entre personagens que interagem em

cena, como em uma conversa. O enquadramento está em um personagem enquanto ele fala, há

um corte e aparece o outro personagem com que ele conversa, em um plano que está oposto ao

primeiro.

Além de a câmera estar sempre gravando o personagem, também há a possibilidade de se

gravar pelo olhar dele, reproduzindo o seu ponto-de-vista. A esse posicionamento, dá-se o nome

de SUBJETIVA. Outros enquadramentos são possíveis e capazes de trazer até sensações, como

planos feitos de cima para baixo, que podem demonstrar inferioridade, ou de baixo para cima,

com a proposta de superioridade.

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4.2 Movimentos de câmera

Os movimentos de câmera são importantes para tirar a monotonia dos quadros parados.

Há alguns padrões para os movimentos; mas, assim como para os planos, não há regras para uma

gravação e tudo dependerá do que se pretende mostrar no produto final.

a) PANORÂMICA (PAN): movimento horizontal contínuo, com a câmera parada no

mesmo eixo e se movimento de modo angular, da esquerda para a direita ou vice-

versa.

b) TILT: uma panorâmica vertical.

c) TRAVELLING: passeio da câmera. A câmera se desloca sem mudar o ângulo

d) DOLLY: o deslocamento da câmera na vertical, no mesmo ângulo, muito comum em

cinema, mas praticamente sem uso em telejornalismo.

e) ZOOM IN OU OUT: movimento que é o movimento de aproximação e afastamento,

com a câmera parada, diante do objeto filmado.

ZOOM X Aproximação

Há uma diferença tênue entre a utilização do zoom e a aproximação da

câmera do objeto em cena. O zoom é um movimento que parte de um recurso

das câmeras, com a mudança de lentes. Já a aproximação (ou afastamento)

pode vir do movimento de travelling, por exemplo.

4.3 Equipamentos

Além da câmera, outros equipamentos são utilizados para auxiliar as gravações. Veja

alguns deles:

GRUA: tipo de guindaste que traz em sua extremidade uma plataforma na qual são suspensos o

câmera e os equipamentos para determinadas tomadas.

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DOLLY: além de um movimento, é um equipamento com rodas para facilitar a movimentação

da câmera.

TRIPÉ: suporte para câmeras e

equipamentos de iluminação. Portátil.

Serve para dar estabilidade a imagem.

Há diversos outros tipos de

equipamentos. Uns até são usados

com outros para facilitar mais o

trabalho da equipe.

Todo equipamento para

gravação pode ser comprado ou

alugado em lojas especializadas.

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5 ILUMINAÇÃO

O mais importante sobre iluminação a se saber é: SEM LUZ NÃO HÁ IMAGEM. Então,

essa deverá ser a sua maior preocupação. Ver se o local está iluminado o suficiente para a

captação da imagem é o começo para uma boa gravação. A qualidade da imagem também se

relaciona com a quantidade de luz disponível – e não só para menos. Muita luz também pode

atrapalhar a imagem, o que se chama de imagem ‘estourada’. Nesse caso, o branco fica tão claro

que traz a sensação de iluminação excessiva e faz o espectador ‘apertar os olhos’, tentando

diminuir a quantidade de luz do vídeo.

No entanto, a função da iluminação vai além do ‘iluminar’ o local. Segundo Kellison, ela

é uma “O uso da luz cria a atmosfera, o tom, a dimensão e a textura do programa. Ela pode

transmitir uma trama, enfatizar elementos‐chave, como cor do cenário ou tom da pele e sinalizar

as diferenças entre comédia e drama e realidade e fantasia” (2007, p.198).

Dessa forma, tanto em externas (gravação fora do estúdio) quanto em estúdios e

ambientes fechados, deve-se utilizar equipamentos de iluminação, pois ela é capaz de realçar

algo, atraindo a atenção do espectador para a parte iluminada; cria ambiente, “luzes brilhantes

deixam as pessoas mais alegres, luzes indiretas fazem‐nas sentirem‐se melancólicas” (Watts,

1990, p.196); e transmite a ilusão de profundidade, criando uma imagem mais real.

5.1 Equipamentos

Os refletores são os principais equipamentos de iluminação. Eles produzem uma luz

direcional e bem definida, que pode ser ajustada de acordo com o efeitos que se deseja, uma

lanterna ou mesmo um farol de carro. O controle dessa intensidade é feito por um equipamento

regulador, dimmer. Com ele, pode-se manipular cada lâmpada ou mesmo um grupo delas

conectadas a ele. Segundo Zettl, não importa se o dimmer é manual ou eletrônico, o princípio

básico é o mesmo: permitir que mais ou menos tensão elétrica flua para a lâmpada, aumentando

ou diminuindo a intensidade da luz.

A quantidade de equipamentos disponíveis para trabalhar a iluminação do ambiente de

gravação é enorme, no entanto, listaremos os mais comuns:

SUNGUN: utilizado na mão ou acoplado à câmera

SPOT: pode ter modelos de diversas potências, é possível focalizar diretamente algo no cenário,

portanto, mais direcional.

SOFT LIGHT: produz uma iluminação uniforme. Possui lâmpadas de tubo.

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Acessórios:

REBATEDOR: equipamento utilizado para

atenuar os contrastes da luz. Muitas vezes

substituído por isopor.

DIFUSOR: tem como função suavizar a luz

direta. É posicionado em frente ao

equipamento de iluminação, nas barn doors ou

equipamento separado. Muitas vezes é

substituído por papel manteiga.

BARN DOORS

‘Abas’ que estão nas laterais dos refletores. Servem para direcionar a luz ou

ainda para prender filtros.

O uso desses equipamentos pode ser em conjunto, utilizando-se vários deles para chegar

ao resultado esperado. Muitos Spots são localizados, por exemplo, em cantos estratégicos do

estúdio para chamar atenção para algo ou para ambientar o local, trazendo cores (com o auxílio

das gelatinas) e compondo o cenário.

GELATINA

Termo genérico para filtros colocados na fonte de luz para criar matizes em

determinadas áreas.

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5.2 Natural e artificial

A iluminação pode ser natural, a do ambiente, ou artificial, aquela produzida com a

utilização de refletores. Essas luzes interferem, principalmente, na cor do vídeo, provocadas por

conta da temperatura do luz. Segundo Kellison, a luz do dia é mais quente e dá um tom azulado

ao vídeo. Ao contrário da luz artificial, considerada fria, que cria um tom amarelo-avermelhado.

Assim, a iluminação externa está relacionada ao uso da luz ambiente da rua. Neste caso, é

preciso ter atenção durante a gravação, pois o sol muda de posição e, consequetemente, a

intensidade é alterada assim como as sombras também mudam de lugar. É possível uso de luz

artificial junto a filtros para simular a intensidade da luz externa.

A iluminação artificial pode ter a intensidade dura ou suave, criando sobras duras e bem

definidas ou sombras amenas. Veja um quadro comparativo:

Dura

‐ Sombras nítidas e bem definidas

‐ Aponta diretamente para o elemento

da cena

‐ Fonte de iluminação única e clara

Ex: luz do Sol, lâmpadas, spots

Suave

‐ Sombras difusas e menos imagens

difusas

‐ Criadas com lâmpadas de menor

intensidade

‐ É refletida, rebatida ou difundida com filtros

5.2.1 Iluminação básica de estúdio

Apesar de a iluminação ser mais relacionada ao olhar e percepção do que se deseja,

podemos indicar uma iluminação padrão para gravação em estúdio com uma pessoa. Para essa

iluminação parecer natural, utilizamos três pontos de luz: luz principal, luz secundária e contra-

luz. Veja as características de cada uma:

a) Luz principal ou chave: ela é forte (hard ou dura) e traz a imagem (‘revela’ o que se vai

mostrar). É localizada próxima a câmera que fará a captação das imagens e traz a luz de

cima para baixo.

b) Luz secundária, complementar ou de preenchimento: ela é mais suave que a luz principal

(soft) e fica ao lado oposto dela. As sombras criadas pela luz principal são amenizadas com

esse foco.

c) Contra-luz: é uma luz dura e forte, fica localizada de um dos lados atrás da pessoa, trazendo

a luz de cima para baixo (mas não exatamente em cima do entrevistado, um pouco mais para

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trás). A contra-luz dá profundidade à cena, já que em TV a imagem é bidimensional,

destacando o fundo. Também traz brilho aos cabelos e ilumina dos ombros.

A Iluminação de Três Pontos ou Triângulação Básica de Iluminação é um procedimento

usual para entrevistas em que há somente uma pessoa e, segundo Watts, alguns gostam de usar

somente luz dura, outras iluminar o fundo mas “todos estes procedimentos são derivados,

embora alguns sejam variações que guardam apenas uma pequena semelhança com o esquema

básico” (1990, p. 196).

A maioria dos programas de entrevistas, programas de variedades, sitcoms, musicais e

programas de entretenimento utiliza a luz chave intensa em vez da luz de

preenchimento. Isso porque a key light de baixa intensidade cria um efeito mais

dramático e tenso (KELLISON, 2007, 1999).

Esquema ilustrado da Iluminação de Três Pontos

Imagem retirada do On Camera

Dicas para não atrapalhar sua iluminação

Figurino: evite listras e estampas, elas podem se misturar com o cenário ou chamar mais atenção

que a informação.

Luz de cenário: O ideal é que a luz seja suave, a não ser que o contraste seja o resultado esperado.

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5.3 Chromakey

Uma das possibilidades que a iluminação traz é o recurso do Chromakey – para isso,

inclui-se também a edição. O efeito consiste em gravar a imagem sob um fundo,

tradicionalmente, azul ou verde. Essa imagem deve ser livre de sombras muito difusas, que

possam se confundir com a cor de fundo. Durante o processo de edição, essa cor é substituída

por uma imagem. Observe a imagem:

No caso, a apresentadora faz o programa no estúdio com um fundo azul. No entanto,

quando o espectador vê a imagem na televisão, há um cenário no fundo, inserido no momento da

transmissão (caso de programa ao vivo) ou na edição.

CONTRA-LUZ

A iluminação de Contra-luz também pode ser utilizada como efeito de vídeo.

Usando somente o spot no CL, criamos uma silueta na imagem. Pode-se usar

como fonte de iluminação uma luz natural, como a do Sol, ou artificial.

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6 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO

O vídeo sem áudio pode não apresentar aquele tom esperado. Com ele, é possível trazer

sentimento a uma cena, a provocar emoções no telespectador. Kellison acredita que a operação

de áudio é um processo altamente criativo e que a gravação cuidadosa do áudio durante toda

produção pode amplificar o impacto do projeto. Para ela, o que “telespectador ouve influencia o

que ele vê” (2007, p.200).

Assim, não nenhuma produção é totalmente sem som, até mesmo o silêncio é composto

de algum ruído. E para que isso seja feito, há diversas formas de fazer a captação do áudio. No

entanto, escolher como será feita essa captação não é tão simples, como plugar o microfone e

começar a gravar. “Microfones [...] parecem mais rede de pesca. Eles captam todo o som que

estiver ao seu alcance [...] Os microfones, portanto, precisam ser cuidadosamente escolhidos para

o seu programa” (WATTS, 1990, p. 201).

Então, dependendo do que se deseja, é necessário conhecer os equipamentos e utilizá-los

de forma adequada a cada situação específica, lembrando ainda que somente alguns tipos de

microfones são ‘aceitáveis’ em cena – como o de mão, o lapela e os microfones em pedestal.

6.1 Equipamentos

A seguir, você encontrará alguns tipos de microfones, uso e sensibilidade de cada um. O

modelo (a forma como ele se apresenta) pode mudar.

6.1.1. Tipos de microfone pela captação

ONIDIRECIONAIS: captam sons de todas as

direções de forma praticamente igual. Ideal para

captação de som ambiente. Muito sensível.

BIDIRECIONAIS: captam o som das direções

opostas. Conhecidos como microfones em

forma de 8 (por conta dos ângulos de captação

– 0o e 180o. São bons para excluir sons laterais.

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DIRECIONAIS: Bons para excluir ruídos indesejáveis. No entanto, precisa estar próximo a

fonte do som para captá-lo. Podem ser:

Cardióides

Supercardióides

ULTRADIRECIONAIS: Ótimo para sons frontais em que o microfone não pode aparecer.

Excelente para captação de som frontal à distância.

6.1.2 Modelos de microfone

Além de escolher o microfone pelo tipo de captação que se deseja, é preciso também

atenção ao modelo a ser usado. Alguns modelos são mais adequados para gravações em que o

som sai de uma fonte parada; já outros são recomendados para sons com fonte em movimento.

MICROFONE DE LAPELA (LAVALIER): ele é pequeno e fica

preso na roupa da pessoa que irá emitir o som. É muito utilizado

em entrevistas por ser mais discreto. A maior parte dos microfones

de lapela são do tipo onidirecional ou cardióide. Ele é para uma

entrada de som por vez (preso a uma pessoa) e é preciso ter

cuidado com objetos que possam esbarram nele.

MICROFONE EXTERNO DE MÃO: muito utilizado em

programas de auditório e matérias de telejornais. Pode ser com ou sem

fio e o usuário não pode necessitar ficar com as duas mãos livres. Se

for o caso, é preciso o uso de um pedestal (como em shows).

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BOOM OU MICROFONE DE VARA: o microfone precisa

ficar fora do alcance da câmera, não pode aparecer. É mais

comum no tipo ultradirecional.

O uso de refletores pode causar problemas, com o uso de microfones, por

exemplo. Equipamentos de áudio, como o modelo boom, podem ter a sombra

inserida na imagem.

CANOPLA

Uma peça utilizada junto com o microfone para identificar algo, como a

emissora, por exemplo.

6.2 Sugestões dadas por Harris Watts (On Câmera):

a) Os microfones direcionais (canhão) têm de ser apontados com precisão.

b) Os microfones lavalier (lapela) produzirão ruídos se a pessoa movimentar-se demais.

c) Os microfones de mão requerem prática para serem utilizados.

d) Os microfones sem fio permitem maior mobilidade de movimentos

e) Cuidado com os microfones e suas sombras na cena – mantê-los fora.

f) Grave um minuto do som ambiente

g) Confira os possíveis ruídos do local de gravação e as dificuldades que encontrará para a

captação.

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7 MONTAGEM DO VÍDEO: EDIÇÃO

A Edição está na fase de Pós-produção de uma produto audiovisual. É nesse momente

que o vídeo toma forma, ou seja, que ele é montado da forma como será transmitido para as

pessoas. Segundo Barbosa e Rabaça (2001) a edição é

O mesmo que montagem. Reunião de textos ou cenas já gravados na elaboração de

programas jornalísticos, de documentários etc [...]” Montagem -> “Processo de escolha

das imagens captadas pelas câmeras, incluindo cortes e efeitos diversos [...] Elaboração

final de um programa gravado em videotape (verbete)

Assim, durante a edição, as sequências de imagens são arrumadas de modo a dar sentido;

há a inclusão e tratamento do áudio (música, trilha sonora, off); a inserção de efeitos e transições

de vídeo e computação gráfica, de créditos e de legendas e o fechamento do material para saída

(exibição e cópia).

7.1 Estilos de edição

Para trazer sentido, entra o editor durante a fase de pós-produção, que junto com

diretores, para tomar decisões sobre como cortar e unir as cenas. “A edição pode manipular o

tempo, criar situações de drama, tensão, ação ou comédia. Sem a edição, você só teria peças

desconexas de uma ideia flutuando isoladamente em busca de uma conexão” (KELLISON, 2007,

p. 233). Assim, a montagem não é algo impensado e depende do roteiro e do que foi gravado.

Segundo Kellison (2007, p. 233), as edições podem ser:

a) Edição paralela: dois eventos separados, mas relacionados entre si, parecem estar

acontecendo ao mesmo tempo quando o editor entrecorta as sequencias nas quais a

câmera muda de uma cena para outra.

b) Edição de montagem: oferece muitas informações usando um tempo mínimo. Abusa de

planos (tomadas curtas) para representar um ideia ou uma ação.

c) Edição continuada: Os personagens são o foco e os cortes são motivados pela narrativa

da história (novelas, sitcoms). Tenta trazer realismo, com o uso de cortes

correspondentes.

d) Edição dinâmica: Cortes rápidos, abruptos e efeitos. Videoclipes, comerciais, programas

infantis.

Um estilo de edição não exclui o outro, podendo a mesma produção utilizar todos eles.

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7.2 O ritmo do vídeo: técnicas de edição

Diversos fatores e recursos compõem uma edição e são responsáveis pelo produto final

que o espectador irá consumir. Dependendo do que se deseja, utiliza-se uma edição mais

ritmada, de acordo com que o que vai mostrando, seguindo o som e produzindo emoções. Essa

composição final é que monta a história com princípio, meio e fim – é quando, no final, tudo fará

sentido. O off (texto falado por narrador) e a música são incluídos nessa fase e dão a forma do

vídeo, no entanto, ainda se pode utilizar outros recursos técnicos na edição.

Esse ritmo é levado principalmente pelo áudio, mas os cortes entre os planos devem fazer

sentido. Essa mudança pode ser direta e rápida para imagens que não tem relação ou mesmo ser uma

continuidade do plano anterior. Assim, pode-se utilizada para sair de uma tomada e entrar em outra:

a) Corte seco: mudança rápida de tomadas.

b) Corte correspondente: corte entre dois ângulos do mesmo movimento ou ação na qual a

mudança parece fazer parte da ação.

c) Corte abrupto: dois ângulos semelhantes da mesma imagem unidos, como duas tomadas

close-up do mesmo ator.

d) Cutaway: corte como ‘ponte’ entre duas tomadas da mesma ação. Evite saltos de tempo,

mudança de locais ou pontos de vista e reduzir a passagem de tempo.

e) Corte em reação: tomada em que o ator apresenta uma reação a algo que acabou de

acontecer.

f) Insert: fornece detalhes importantes da cena (close-up, detalhe)

7.2.1 Transições e Efeitos

Mesmo sabendo que hoje a quantidade de possibilidades do uso de efeitos em vídeo é

infinita, é preciso utilizar esses recursos com precaução. Muitas transições de vídeo podem

tornar as passagens de imagens cansativas a monótonas e o excesso de efeitos pode dar a

impressão de que se deseja esconder algo ou tapar buracos nos vídeos, criando os ‘defeitos

visuais’.

Há alguns efeitos conhecidos do público que são vastamente utilizados

a) Fusão: imagem desaparece gradualmente e outra aparece e se sobrepõe a anterior.

b) Fade in / Fade out: a imagem vai aparecendo ou desaparecendo gradualmente para uma

tela preta ou branca.

c) Wipe: marca a transição de uma cena para outra varrendo da tela a imagem anterior. Pode

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ser utilizado na vertical ou na horizontal. Deve ser utilizado com cuidado.

d) Tela dividida: a tela fica dividia em partes com cada uma mostrando uma ação que

conecta a história.

7.3 Edição linear X Edição não-linear

Apesar de muitos já adorarem a edição por computador, ainda há aqueles que utilizam

uma edição direta – de VT para VT – utilizando uma mesa de corte. O fato de não utilizar o

computador no processo não exclui a possibilidade de uso de efeitos. Uma das características da

edição linear que ainda faz ela ser escolhida em algumas produções é o fato de, ao finalizar um

projeto, ele estar pronto para ser exibido. Ao contrário da edição não-linear que além de

necessitar de uma renderização, precisa ser fechado e dar saída em alguma mídia (ou arquivo,

como já fazem algumas emissoras).

A EDIÇÃO LINEAR é realizada de máquina

para máquina, sem o auxílio de computador.

Usa-se um VT play e um VT rec e com uma

mesa de corte se monta o vídeo.

Já EDIÇÃO NÃO-LINEAR consiste em uma

edição, por meio de computadores, de vídeo

e/ou áudio. O material é digitalizado, ou seja,

passado para o computador, para ser montado.

A principal mudança é que com ela não é

preciso seguir uma linha cronológica de tempo,

o editor pode ir montando o material do modo

como preferir e só ao final juntar os “pedaços”.

Page 37: OFICINA DE COMUNICAÇÃO (COM8030) · 2019-12-10 · alterado para 1v e o 0,3 para 0. Por proporcionar uma quantidade maior de informações necessárias para registrar os sinais,

RENDERIZAÇÃO

“Processo de criação de imagens com definição próxima à imagem real, a

partir de um modelo matemático [...] Nesse processo, o computador cria uma

série de malhas ou redes na superfície da tela, chamadas de quadros de linha,

[...] para transformar estes quadros e objetos de aparência tridimensional”

(verbete, Dicionário de Comunicação).

Para a edição não-linear, o mercado dispõe de diversos softwares voltados para

diversas plataformas. Os programas mais conhecidos para edição e finalização: Windows

Movie Maker, Avid, Final Cut, Adobe Premiere, Maya, Pinnacle, DVD Studio Pro, Vegas,

entre outros.

O Windows Movie Maker vem junto ao Windows a partir da versão XP e a

maioria das pessoas tem em seus computadores mas não sabem. Para achá-lo,

entre no Meu Computador, Diretório C, Arquivos de Programas. Lá você

achará o Movie Maker; entre na pasta, crie um atalho e ao trabalho!

Caso não tenha realmente, você pode fazer o download deste e de outros

programas de edição gratuitamente.