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SINDICATO DOS AGENTES DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE-SINDAS/RN - CNPJ: 10.472..226/0001-49 Rua João Pessoa Nº 58A-Centro - Cidade Alta, Sala02 - CEP: 59.025-500- Natal/RN
Fone: (084)3201-0073 – 8727-4836 – 9425-1875 E-mail- [email protected] União, independência e luta.
Ofício nº 030/2013-SINDAS/RN Natal, 30 de janeiro de 2013.
Ilmo. Senhor Procurador Geral do Município de Natal-RN PEDRO PAULO FALCÃO JÚNIOR
Senhor Procurador,
Tomamos conhecimento através da imprensa, do Senhor Secretário da SEGELM e da
SMS, do processo nº 10469-732111-87 da Receita Federal, o qual trata de uma cobrança de mais
de 12.000.000,00(doze milhões) de contribuições previdenciárias, envolvendo Agentes
Comunitários de Saúde e de Endemias de Natal doravante ACS e ACE.
Em reunião na tarde de ontem com a SMS, descobrimos que a Receita Federal sem
competência alguma, fez questionamentos sobre a nossa transmudação de regime jurídico e
alegou que ainda somos regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT.
Com intuito de corroborar com Vossa Senhoria na elaboração da defesa do processo em
epígrafe, vimos mui respeitosamente prestar alguns esclarecimentos que podem ser de grande
valia na elaboração da defesa prévia da Prefeitura.
As profissões de ACE e ACS foram regulamentadas no âmbito da PMN, por força da
Lei 080/2007 (anexo-1), ainda na gestão do Prefeito Carlos Eduardo, que posteriormente
efetivou os ACE e ACS submetidos a processo seletivo público de acordo com a EC 51/2006.
Em 2010 procuramos a Prefeitura e solicitamos que o fosse transmudado regime
jurídico dos ACE e ACS para Estatutário, tendo em vista a economicidade com FGTS e a
praticidade que a Prefeitura passaria a ter com folha de pagamento, entre outros trâmites
administrativos.
Em 22/04/2010 foi aberto pela PGM o processo nº 020475/2010-12 (anexo-2), o qual foi favorável à alteração do regime de CLT para Estatutário, por meio da Lei 120/2012,
questionada pela Receita Federal. Com base no que dispõe a Lei Federal nº 11.350/2006, 8º, a
PGM emitiu o parecer favorável à mudança de regime (anexo-3).
A Lei 080 de 15 de março 2007, sequer poderia ter previsto regime CLT para os ACE e
ACS, pois a eficácia do art. 39, caput, na redação nova dada pela EC 19, já havia sido suspensa
por força da ADIn 2135-4, em 02.08.2007, publicada no DOU em 14.08.2007, até o julgamento
final da ação, voltando destarte a vigorar, conquanto com efeitos ex nunc, a redação anterior do
regime jurídico único, ou seja, a não aplicabilidade de dois regimes.
Em 2011, a Procuradora Geral de Justiça Adjunta do Estado do Rio Grande do Norte,
impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade com pedido de liminar (anexo-4),
objetivando a declaração de inconstitucionalidade dos §§ 1º, 2º e 3º do art. 29 da Lei
Complementar Municipal nº 120/2010, que conferiam aos ACS e ACE, o direito de optarem
pelo regime estatutário ou celetista, o que, segundo a Procuradora, contraria a regra da
obrigatoriedade do regime jurídico único para os servidores públicos prevista no art. 39, caput,
da Constituição Federal, e o disposto no art. 28 da Constituição Estadual.
Soubemos do conteúdo do processo muito antes da Prefeitura, pois fomos ao TJ ler o
processo no dia que a Prefeitura foi notificada, com isso, ajudamos o Procurador Bruno Macedo
e a Procuradoria da Câmara a preparar as defesas prévias.
A ADIn nº 2011.012546-1 foi julgada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
em, que extinguiu o processo sem resolução do mérito nos termos do art. 267, VI do Código de
Processo Civil, por ter verificado a perda superveniente do objeto da ação e a pedido do próprio
Ministério Público autor (anexo-5).
No nosso ponto de vista a Receita Federal está equivocada, pois além de não ter
legitimidade de adentrar na ceara jurídica que tratou da mudança de regime dos ACS e ACE,
sequer observou que boa parte desse débito pode ter sido pago em execuções trabalhistas, nas
quais os juízes do trabalho notificaram o INSS como terceiro interessado em dezenas de
processos trabalhistas.
Se existe algum débito é referente ao período de 01/2010 a 04/12/2010, data na qual os
agentes passaram a ser estatutários por força da Lei 120/2010, passando a contribuir, portanto,
com a Previdência Municipal.
Esperamos ter contribuído com o assunto em tela e solicitamos que nos informe o
desfecho dessa demanda, que para os cofres Municipais é extremamente danosa, caso não tome
outro rumo.
Atenciosamente,
___________________________________
PRESIDENTE