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Jornal de OLEIROS Ano 1, Nº4, Janeiro de 2010 Preço: 0,50 • Edição Mensal Director: Paulino B. Fernandes INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA • Peixes Frescos Grelhados • Grelhados • Cabrito Estonado • Bucho e Maranho www.jornaldeoleiros.com PÁGINA 2 AMIEIRA, freguesia que se afirma Continuando a fazer o acompanhamento do Concelho, entrevistámos o Presidente da Junta de Freguesia da Amieira, Senhor Francisco Mateus, que se apresentou aos eleitores com um projecto concreto de actividades a executar, baseados em cinco pontos principais, dos quais afirma, ter já assegurados a concretização de três Oleiros entrou em 2010 com a convicção de que este será um ano de afirmação continuada. Novo Centro de saúde, novo Hotel e outras realizações que acompanharemos de perto. A Pirotecnia Oleirense exibiu um grandioso fogo de artifício, tão nobre e espectacular como aqueles que vêm produzindo em todo o Mundo Passagem de Ano em Oleiros Campeonato OPEN de RALIS 2010 Rali ROTA DO MEDRONHO 20 e 21 de Março Um upgrade de qualidade ! Depois do sucesso conse- guido com a prova organiza- da pela Escude- ria Castelo Bran- co em 2009, in- tegrada no Campeonato Open de Ralis, o clube albicastrense decidiu apostar num verdadeiro “upgrade” de qualidade, des- locando a prova para uma outra zona da Beira-Baixa, que desde o lançamento da ideia, a acolheu de braços abertos. A procura de classificativas mais interessantes para os concorrentes, com desenho e competitividade exemplares, levou a Escuderia Castelo Branco a rumar a terras de Oleiros e Proença-a-Nova, para avaliar a disponibilidade de estradas, algumas delas outrora utilizadas em terra, nos ralis dos anos 70 e 80, que o “progresso asfaltou”

OLEIROS · Campeonato OPEN de RALIS 2010 Rali ROTA DO ... verdadeiro “upgrade” de qualidade, des-locando a prova para uma outra ... interessantes para os concorrentes, com

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Jornal deOLEIROSAno 1, Nº4, Janeiro de 2010Preço: 0,50 • Edição MensalDirector: Paulino B. Fernandes

INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

• Peixes Frescos Grelhados• Grelhados

• Cabrito Estonado• Bucho e Maranho

www.jornaldeoleiros.com

PÁGINA 2

AMIEIRA, freguesiaque se afirma

Continuando a fazer o acompanhamentodo Concelho, entrevistámos o Presidenteda Junta de Freguesia da Amieira, SenhorFrancisco Mateus, que se apresentou aoseleitores com um projecto concreto deactividades a executar, baseados emcinco pontos principais, dos quais afirma,ter já assegurados a concretização de três

Oleiros entrou em 2010 com a convicção de que este será um ano de afirmação continuada. Novo Centro de saúde, novo Hotel

e outras realizações que acompanharemos de perto. A Pirotecnia Oleirense exibiu um grandioso fogo de artifício,

tão nobre e espectacular como aqueles que vêm produzindo em todo o Mundo

PPaassssaaggeemm ddee AAnnooeemm OOlleeiirrooss

Campeonato OPEN de RALIS 2010Rali ROTA DO MEDRONHO

20 e 21 de MarçoUm upgrade de qualidade !

Depois dosucesso conse-guido com aprova organiza-da pela Escude-ria Castelo Bran-co em 2009, in-tegrada no Campeonato Open de Ralis, oclube albicastrense decidiu apostar numverdadeiro “upgrade” de qualidade, des-locando a prova para uma outra zona daBeira-Baixa, que desde o lançamento daideia, a acolheu de braços abertos.

A procura de classificativas maisinteressantes para os concorrentes, comdesenho e competitividade exemplares, levoua Escuderia Castelo Branco a rumar a terrasde Oleiros e Proença-a-Nova, para avaliar adisponibilidade de estradas, algumas delasoutrora utilizadas em terra, nos ralis dos anos70 e 80, que o “progresso asfaltou”

Jornal de OLEIROS JANEIRO 20102

HomenagemEm 6 de Setembro de 1924, Augusto Martins, Director de O

HERALDO DE OLEIROS jornal que nos antecedeu, afirmava:“ Rapazes, cheios de mocidade e de vida, que mourejamos longe da

terra que nos foi berço e amamos com um amor que a saudade avigora,resolvemos fundar este jornal, onde nos lançamos com denodo à defesados interesses desse pequeno torrão pátrio abandonado”.

Numa outra nota desta primeira edição de O HERALDO DEOLEIROS, podia ler-se: “ Esperamos que este jornal seja bem recebido,porque ele representa um grande esforço nosso, e não tem outro fimsenão o de engrandecer a nossa terra”.

Com estas duas notas, prestamos homenagem a quem nos antecedeucom os mesmos propósitos.

Um Novo ano

Partimos para 2010 com fé redobrada. Se em Outubro de 2009 oJORNAL DE OLEIROS era um projecto animado e crente napossibilidade de fazer um jornal interessado na defesa do concelho, dodistrito e mesmo do país, hoje, após as primeiras edições, estamosconfiantes que o rumo traçado e em cada mês consolidado, nospropiciará novas responsabilidades e maior afirmação.

Cresce a adesão

Rompendo os limites do concelho que se afirma no conjunto dosconcelhos do distrito, chegamos em cada dia mais longe (encontrará notaem separado nesta edição referindo onde nos pode encontrar) e, agora,apoiados com o site www.jornaldeoleiros.com, cumpriremos commelhores meios a função de unir os que estão na terra aos que partiram epelo mundo se encontram.

Portugal em nova encruzilhada

Com um défice a aproximar-se de 100% do PIB, um desempregogalopante a aproximar-se dos 11% e dos 600 000 desempregados,Portugal não terá em 2010 um ano fácil.

Será um ano que requer coragem, novas capacidades, clarividência nasdecisões, rigor na actuação, justiça clara e célere.

Teremos essa capacidade?Desejamos que sim.n

[email protected]

e-mail: [email protected].: 272 107 999

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“ A propósito, diz FranciscoMateus, quero salientar aexcelente relação que possuocom o Presidente da Câmara eVereação, sem a qual não eracertamente possível anunciar-lhe isto, desvalorizando eesvaziando desde já inter-pretações que se fizeram com ofacto da minha candidatura serindependente. É apenas umaforma de estar pessoal”

A AMIEIRA, freguesia desde1804, fica situada a norte deOleiros e possui 28,2 kms2 deárea. Tem uma população decerca de 150 pessoas, pos-suindo S. Francisco de Assiscomo Padroeiro e uma Capelacom o mesmo nome.

Além da sede da freguesia,possui ainda outras localidadesque a integram como a Abitu-reira, Urraca e Sendinho daSenhora.

Todas estão ligadaspor estrada.

JO: Quais são os pro-jectos que tanto oanimam?

FM: “ São projectosestruturantes e que trarãoà freguesia a concre-tização de sonhos antigos,justos e a resolução deproblemas pendentes.

Destaco o Cemitérionovo, a Casa Mortuária ea reestruturação daescola que dará origem aum Centro de Dia tãoreclamada justamente.

Destaquei as duasprimeiras porque pre-servar a memória de umpovo é garantir-lhe ofuturo.

Também procurareiconcretizar a estrada daAbitureira para asmargens do Zêzere, com1,5 kms de extensão, de forma acriar uma plataforma flutuante,ancoradouro para barcos, di-namizando do ponto de vista

turístico e de lazer a minharegião”

JO: A tranquilidade da zonatem trazido estrangeiros para a

Sua região. O que se passaafinal?

FM: “ É verdade e querosalientar como estão integradasestas famílias inglesas.

São pessoas normalmente decultura elevada que animam umestilo próprio de vida. Actual-mente são 4 famílias com o totalde cerca de 20 elementos. Pra-ticam uma alimentação racional,auto-sustentada, vivem pertoentre si mas gostam de manter aprivacidade.

Trabalham arduamente e osfilhos frequentam a escola emOleiros.

Por se sentirem bem aqui, vãogradualmente chamando outrasfamílias. Fogem do stress dasgrandes cidades.

JO: Quer destacar outrosproblemas?

FM: “ Não são propriamenteproblemas, são dificuldades que

resultam do isolamentoe da pouca densidadepopulacional, dispersa.

Mais de 95% dapopulação possui águae electricidade. Apenaso saneamento éextremamente difícilpela dispersão que ori-ginaria custos insupor-táveis”.

JO: Está então con-fiante?

FM: “ Muito.Concretizarei os pro-jectos e reforçarei arelação com a au-tarquia principal. Comesta postura, trareisempre melhores con-dições para a popu-lação, razão principale única para a minhacandidatura”.

Bom trabalhoPresidente e até breve, despe-dimo-nos, anotando a posturade um Homem decidido, deconvicções sólidas.n

EDITORIAL ENTREVISTA

AMIEIRA, freguesia que se afirma

Continuando a fazer o acompanhamento

do Concelho,entrevistámos

o Presidente da Junta de Freguesia da Amieira,Senhor Francisco Mateus,

que se apresentou aos eleitores

com um projecto concretode actividades a executar,baseados em cinco pontos

principais, dos quais afirma, ter já assegurados

a concretização de três

2010 JANEIRO Jornal de OLEIROS 3

COMERCIAL E CORRESPONDENTES

O Jornal de Oleiros, ediçõesOnline e em papel, procuracooperação de COMERCIALexperiente, pretendendo acobertura de algumas das zonasabaixo indicadas. Os interessa-dos podem ainda considerar apossibilidade de cooperar com oJornal Povo de Portugal ( ver emwww.jornalpovo deportugal.eu)

. Sertã

. Vila de Rei

. Proença-a-Nova

. Belmonte

. Vila Velha de Ródão

. Covilhã

. Idanha-a-Nova

. Castelo BrancoAgradecemos aos interessados ofavor de enviar email’s para [email protected]@sapo.ptIndicando o que considerem útil pa-ra valorização de candidatura.

Jornal deOLEIROS

Na Praça da Misericórdia, logoabaixo da Igreja Matriz, e umpouco abaixo da antiga Casa daCâmara, pode ver-se um pequenooratório, a Capela da Senhora daNazaré, encastrada na correntezade casas que formam o lado Norteda rua. A sua gestão pertence àSanta Casa da Misericórdia. Temum pequeno altar com a Senhorada Nazaré, imagem de vulto doséculo XVIII, e duas imagens deroca de grande dimensão, assentessobre dois andores, que saiem em6ª Feira Santa, na Procissão doSenhor dos Passos: S. JoãoEvangelista e a Verónica, que temnas mãos o pano com que limpouo rosto macerado de Cristo acaminho do Calvário.

No sítio do Chão do Paço, nazona poente da Aldeia, com umavista extraordinária sobre o RioZêzere, foi construída uma Capeladedicada a Santo António.Datada provavelmente do séculoXVII, é alpendrada, de uma únicanave rematada em cúpula; foisujeita a reformas sucessivas, umadas quais, já no século XX,alterou profundamente asproporções do alpendre, bemcomo do recinto envolvente. Temum retábulo simples, naíf, comvárias fiadas de anjinhos, en-cimando as colunas e delimitandoespaços. Possui apenas umaimagem moderna de SantoAntónio com o Menino. Osquadros que a envolvem sãoreproduções a cores dos SagradosCorações de Jesus e de Maria, demeados do século XX. Por cima,na parte central, tem uma pinturada Virgem Maria, óleo sobre tela,com uma moldura em talha, muitoprovavelmente coeva daconstrução da Capela. Á direita dequem entra encontra-se umapequena Pia de Água Benta, sobrea qual existe uma bonita tampa detalha dourada, do século XVII,que a protege.

No extremo nascente, oposto aoda Capela de Santo Antónioencontra-se a pequenina Capelade S. Gens, santo padroeiro dosagricultores, evocado contra aseca1. Dela se vislumbraigualmente uma paisagem extraor-dinária sobre o lado contrário doRio. A imagem do padroeiro érecente, encontra-se em nichocentral, e veio substituir a imagemantiga. Numa peanha do ladoesquerdo do altar, pode ver-se aimagem mutilada de umpresbítero, provavelmente S.Francisco Xavier, “apóstolo dasIndias”, que enviado por D. JoãoIII para a Índia, dinamizou umapostolado marcante em todo oOriente, ou São Caetano de Thiene,“caçador de almas para o céu”2. Napeanha simétrica, do lado direito doaltar, encontra-se a imagem de S.Martinho, santo cultuado em todo opaís, símbolo da caridade e dapartilha cristãs. Nascido no séculoIV, foi soldado romano. Converteu-se ao cristianismo e chegou a serBispo de Tours. O seu culto estátambém ligado à agricultura, no-meadamente à festa do vinho e dascastanhas. A imagem é do séculoXVIII.

O culto a S. Sebastião étambém generalizado em todo oPortugal, sobretudo a partir doséculo XVI. Ele é o santo protectorda peste, da fome e da guerra e talcomo encontramos em Álvaro, assuas capelas estão geralmente forado perímetro urbano da localidade,“ fora de portas”, pois que eramsítios onde se cumpriamquarentenas ou se aguardava apermissão para entrar na Villa. Nocaso de Álvaro, é interessante alocalização, que parece ser a únicapossível!... Se se recordar queÁlvaro era um local de passagemde viandantes, entende-se anecessidade imperiosa de isolar aaldeia dos perigos que daípudessem vir.

Assim, logo abaixo da Capelade Santo António encontra-se, dolado direito, um caminho que sedirige a um local ermo, umpequeno morro que forma comoque uma espécie de “promontório”sobre a Ribeira de Alvelos. O adro,um espaço amplo naturalmentearredondado, foi lajeado, e serviucomo eira comunitária até hápouco tempo. Infelizmente, e àrevelia do plano existente para areabilitação do local, foi calcetadoe deformado.

Uma escadaria central, quevence o acentuado desnível doterreno, dá acesso ao alpendre, deonde se pode ver a porta principal,de cantarias rectas de granito,sobre o qual assenta um nicho demadeira onde se encontrava até2003, um Cristo Crucificado, empedra policroma. No Verão de2003, houve um enorme incêndioque ameaçou Álvaro; nessa alturaretiraram da capela o Crucifixo e aimagem de S. Sebastião. A meiodo amplo alpendre encontra-seuma mó perfurada, local onde secoloca a Cruz, aquando daProcissão dos Passos.

O interior da Capela, que teveuma reforma desastrosa nos anos80 do século XX, apresenta apenasum altar do século XVIII, de talha

dourada e policroma, de carac-terísticas populares, que necessitade um arranjo urgente. A cimalhado altar é suportada por quatroanjinhos que a sustêm com acabeça, levando uma das mãos aapoiá-la, enquanto a outra cruzasobre o peito, num gestocaracterístico das mulheres quevindas da fonte seguram oscântaros à cabeça… Estesanjinhos estão apoiados num cestoformado pelas próprias asas, quearremata centralmente com ummedalhão em flor. O Altar temainda o painel central pintado commotivos vegetalistas, enquantoque as partes laterais, mostram osdois santos fundadores das OrdensMendicantes: São Francisco,vestido de burel, recebendo osestigmas, e São Domingos, detúnica e escapulário brancos, ecapa negra, segurando na mãodireita o báculo e na mão esquerdaas Sagradas Escrituras.

Há ainda duas Capelas na áreaadjacente a Álvaro:

a da Senhora da Consolaçãonum local aprazível, ainda hojeisolado, é uma Capela de Romaria,que teve grande número deromeiros. Tem um alpendresemelhante ao da Capela de SantoAntónio, e também como ela foialterada por obras no século XX.Como testemunho da devoção àSenhora da Consolação resta umEx-voto na Capela da Miseri-córdia.

A Capela de S. Pedro, doséculo XVII, outrora local deRomaria, situa-se a cerca de doisquilómetros da Vila, num montesobranceiro à Ribeira de Alvelos.

Para além do Patrimónioreligioso existem ainda algunsedifícios com aspectos interes-santes, como o da Casa daComenda da Ordem de Malta, doséculo XVIII, em ruínas. Foiadquirido por particulares que delefizeram uma casa para receberhóspedes. No parede da casa que

dá para a varanda da parte traseira,encontrava-se encastrado umpequeno lavatório. A casa apre-sentava os tectos pintados nassalas. A cozinha mostrava a zonade estar, com sobrado de madeira,contrastando com uma zonalajeada, mais baixa, onde se faziao lume. Aí ainda se podia há poucotempo observar o gancho onde sependurava o caldeiro sobre olume.

O Barbeiro era uma pessoaimportante numa Villa isoladacomo esta, dado que para além defazer a barba e o cabelo, estavaautorizado a sangrar e a fazeremplastros e outros tratamentos,para além de poder receitar chás emezinhas diversas. Próximo daCapela de S. Gens, pode ver-seesculpida na ombreira de umaporta uma referência à residênciade um Barbeiro, em 1838…n

Ana Faria

1 - TAVARES, 1999, p. 652 - Olhando atentamente a imagem

pode ver-se que a sua mão direitasegurava um objecto, que poderá tersido um Crucifixo, o que justifica a suaidentificação como São FranciscoXavier, jesuíta, que viveu entre 1506-1552, tendo sido um dos primeiroscompanheiros de Santo Inácio deLoyola. Foi canonizado no séculoXVII, época em que o seu culto tevegrande expansão. Por outro lado, aimagem apresenta-se como umpresbítero, vestindo-se como osTeatinos, de sotaina preta, sobrepelizbranca e estola, podendo também seridentificada como S. Caetano deThiene. Este santo viveu entre 1480-1547, época da Reforma, foi fundadorda Ordem dos teatinos, clérigosregulares, que tinha como propósitorestaurar a verdadeira vida apostólicano interior do clero; foi canonizado noséculo XVII, época em que o culto sedivulgou. Cf. GIORGI, 2002, pp. 139 e146; QUEIROZ, s.d., p. 179; DAIX,2000, p.80; NEVES, 2006, pp.145-148;ROMÁN, 1999, p. 99; TAVARES,1990, p. 60; LEITE, 2006, pp. 13-24.

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A história da Villade Álvaro,

envolvida pelosenigmas da sua

fundação e do seunome, tece-se

por entre asmalhas do seu

patrimónioreligioso

2009 foi um ano terrível a nívelnacional e internacional. Oterrorismo veio para ficar etransformou o mundo. As guerrasnunca mais têm fim e muitosmilhares de pessoas – incluindocrianças – morrem em nome deinteresses que na maior parte dasvezes nem percebemos bemporquê. A crise económicamotivou uma floresta humana eilimitada de desempregados, masos Bancos portugueses apresen-taram lucros de milhões de euros,com a excepção que todos bemconhecem e para esse todos pa-gamos (?). Os senhores do mundonão conseguiram sequer chegar aacordo em Copenhaga quanto àredução de gases com efeito deestufa. Uma vergonha! A gripe Amatou e continua a matar e acontrovérsia, mesmo no seio dosmédicos, persiste sobre a vacina.O sismo abanou Portugal masfelizmente não deixou destruiçãomas as cheias e tornados que severificaram em muitas zonas dePortugal continental, Açores eMadeira, essas, especialmente asdos últimos dias do ano, foramcatastróficas na destruição decasas, culturas, carros e outrosbens. Torres Vedras teve apagão,pois só postes de alta tensão foram26 ao chão e no Algarve, asculturas também foram destruídas.Outros locais também foram

atingidos criando ainda maispobreza e desânimo. E, comosabem, enchíamos este jornal coma lista de tantas outras preocu-pações que todos gostaríamos nãose repetissem em 2010 mas, todossabemos, que quando os ele-gemos, até parece que passam aviver noutro planeta e que nãofomos nós os seus eleitores. Ummundo cheio de egoísmo, de jogospolíticos, de estratégias maispartidárias do que de interessenacional, cheios de palavreado amais e algum até de muito baixonível, criando um descréditogeneralizado. Todos queremos eexigimos é soluções para 2010 eseguintes. Entendam-se!

Concentremo-nos, agora, noconcelho de Oleiros, respigandopara este jornal o que, a meu ver,merece evidência neste resumo deacções levadas a efeito pelas autar-quias e outros agentes culturais edesportivos. Por motivos deespaço, não podemos ser tãoexaustivos como desejávamos.Mesmo assim, já é longo, o que dealguma maneira demonstra quemuito se fez em 2009.

Alguns eventos marcaram, pelapositiva, o concelho de Oleiros,numa dimensão envolvente, im-portante e que extravasou as fron-teiras desta terra. Deram lugar anotícias em televisões, rádios,jornais e revistas. Oportunidades

muito bem aproveitadas paradivulgação das nossas realidades epotencialidades culturais, gastro-nómicas e turística. Podereiafirmar mesmo que, a meu ver, foium ano bem aproveitado na co-municação social, colocando onosso concelho no mapaaumentando o pontinho que nosindica a situação geográfica.

- A 9ª Feira do Pinhal decorreuem Agosto em estreita ligação coma festa de Santa Margarida (asfestas do concelho) e marcaram oVerão de 2009. Este evento foi umdos que não passou ao lado dosmedia e proporcionou a quemesteve presente, momentosabsolutamente inesquecíveis. Inte-grados neste período, decorreramvárias acções de complemento,como colóquios e exposições. Naabertura do certame estevepresente o então Secretário deEstado da Protecção Civil.

- Em Novembro tivemos arealização da 3ª edição da MostraGastronómica - Semana doMedronho e da Castanha – tendo-se afirmado como um projectocom muitas potencialidades turís-ticas do concelho. Sete restau-rantes aderiram à iniciativa e assuas ementas puderam ser apre-ciadas por muitos dos residentes emuitos visitantes que puderam teruma visão das nossas riquezas avários níveis e que são, já hoje, a

porta para o futuro de Oleiros:turismo em várias vertentes.Houve várias actividadesintegradas nesta semana, como a3.ª Maratona de BTT “Rota doMedronho”, que contou com 150elementos e deu visibilidade anível nacional. No posto de tu-rismo podiam ser adquiridosvários produtos e as montras dosestabelecimentos davam umcolorido diferente nestas datasenquanto o S. Martinho erafestejado nas Piscinas Municipais.

A “Mostra” teve honras depresença na RTP1 no programa“Praça da Alegria”.Oleiros já eraconsiderada a “capital do cabritoestonado”, agora também se temafirmado como “capital doMedronho”.

- O Carnaval em Oleiros maisuma vez se realizou com apoio domunicípio, das Juntas de Fre-guesias e Associações. Um Car-naval que não coincide com osmeses quentes e, por isso,abandona o “jeito brasileiro” paraser muito ao nosso estilo.

- As Piscinas Municipais, quefestejaram o seu 3º aniversário nofinal de Dezembro) têm sido umpólo de dinamização de váriasacções. Facto que sublinhamos demuito interessante. A “Semana dasPiscinas” é uma delas com autilização gratuita de todos osutentes já com as instalações e

água climatizadas. No Verãoforam um êxito esperado com altoíndice de frequência. Fazem partede largo complexo desportivo, oginásio, as piscinas com bar, umparque infantil, campo de futebolde 7, campo de ténis e um circuitode manutenção. Uma realidade aservir Oleiros com todas ascondições.

- Em 2009, o então Secretário deEstado Adjunto da Obras Públicasvisitou Oleiros para se aperceberdo andamento das obras da estrada351 no troço que liga a Isna aoPontão do Laranjeiro. Esta é umavia útil que dá continuidade àscaracterísticas da estrada quemorria de qualidade na Isna, masnão é esta ainda que resolve aligação necessária à capital doDistrito.

- Ainda não foi este ano que otroço de estrada entre a Sertã eOleiros (estrada 238). Tudo seencaminha para que a vejamos,agora em 2010, a rasgar osmontes. O processo já passou poronde deveria passar, masentretanto temos o Orçamentopara 2010… e a verdade até aqui éque ainda não foi feita. Há mesmoquem diga por aqui que ela estáembruxada!

- A Estalagem de SantaMargarida encorpou visivelmentee a Câmara Municipal deu já osegundo passo, ou seja, o concursopara os arranjos paisagísticos aonível dos espaços verdes. Arrua-mentos, iluminação pública,construção de piscinas exteriores eainda jacuzzi compreendem omesmo passo. Uma realidade quevai engrandecer Oleiros decisi-vamente e que é peça fundamentalpara o suporte de muitos dosprojectos a realizar neste vastoconcelho.

- A 18 de Outubro, a AssociaçãoHumanitária dos Bombeiros deOleiros celebrou 61 anos. O ani-versário foi realizado com toda adignidade.

- Também a Filarmónica

Jornal de OLEIROS JANEIRO 20104

BIG barSérgio André Martins HenriquesEstr. Nac. 238, Ameixoeira • Telem. 965 839 770

O ANO EM REVISTA

REVISTA DE ALGUNS EVENTOS DE 2009

Oleirense realizou a suaAssembleia Geral a 28 de Novem-bro, onde já foram apresentadas ascontas de gerência do mandato2007-2008, que foram aprovadas.Na mesma Assembleia foram jáeleitos os novos corpos gerentes.

- No mesmo mês (3 e 4) a Casado Benfica comemorou o seu 2ºaniversário nas Sarnadas de SãoSimão. Embora a sua sede tenhamuita dignidade, as actividadesque desenvolvem e nos têmsurpreendido, efectuam-se emdiversos locais. A “casa” não sefecha ao seu espaço, e só assimtem sentido. Tem sido muitodinâmica.

- Na noite de 5 de Outubro(feriado) Oleiros pode contar comuma realização cultural designadapor “IV Encontro de Ranchos deOleiros”. Decorreu no PavilhãoDesportivo e estiveram presentes,para além do Rancho Folclórico eEtnográfico de Oleiros, o GrupoFolclórico “O Arrais” de Ilhavo eo Rancho Folclórico Pescadoresde Matosinhos. Foi um ótimomomento, na sequência de outrosque já realizaram.

- A 21 de Novembro “TrilhoEstreito” levou a efeito a 10ªedição do passeio turístico de TT(Todo o Terreno). Estas iniciativastêm tido o imprescindível apoio doGrupo Desportivo Águias doMoradal. Mais uma vez setraduziu num êxito assinalável.São estas iniciativas quediversificam as ofertas nas acçõesque se realizam.

- Já a 27 de Setembro, o GrupoMaltez do Mosteiro promoveu umpasseio de motorizadas quepercorreu algumas das freguesiasdo nosso concelho e que crioumomentos de autêntico convívioaos participantes. Foi bom.

- Este ano, decorreu também a 1ªMaratona designada por “Oleirosa correr” promovida pelas PiscinasMunicipais.

- A 8 de Novembro a iniciativaveio da ARCVASO – AssociaçãoRecreativa e Cultural de Vale deSouto – realizando um passeioinédito de tractores, mas já vai nasua IV edição. Muitas são aspessoas que gostam de ver estetipo de evento.

- Já a finalizar o ano o GrupoDesportivo e Recreativo doMilrico levou a efeito o seu

primeiro passeio de Motorizadas.Mais uma iniciativa que movi-menta a juventude e que criaoportunidades para se aperce-berem das lindas paisagens desteconcelho.

- Oleiros passou a contar comuma casa de convívio no lugar deAdgiraldo, freguesia de Orvalho.

- D. António Dias, Bispo daDiocese de Portalegre e CasteloBranco, veio ao concelho, maispropriamente às freguesias deSobral e Madeirã. Na Cava,presidiu à celebração da missa nacapela que teve melhoramentosrealizados recentemente. Esti-veram presentes muitos cristãosque assim puderam assistir à santamissa. Note-se que, também aqui,existe a Associação Recreativa ede Melhoramentos.

- O Município, com o objectivoclaro de promover os produtoslocais, produziu um cabaz deNatal tipo, com várias hipótesespara o seu recheio, de cheiros esabores, colocando tudo isso noPosto de Turismo. Esta medida,conjuntamente com muitas outrasque foram tomadas em 2009,foram importantes e o resultado severá num futuro próximo.

- Também no Posto de Turismoesteve em exposição “OPresépio”, cujo autor é LuísAlenquer. Trata-se uma obra feitaessencialmente com materiaiscomo a pedra, o ferro e a madeira .

- Falando de época e símbolosde natal, as ruas de Oleiros, esteano, tiveram uma iluminaçãomuito bonita. As pessoas gostaramimenso e a Vila ficou maisnatalícia e maravilhosa.

- No auditório da Junta deFreguesia do Orvalho, decorreu nodia 20 de Dezembro, um excelenteConcerto de Natal com aOrquestra Típica de Alcains. Umaacção a aplaudir com muitaalegria.

- Oleiros, mais uma vez estevena televisão, e desta vez na noitede Natal (depois da missa do galo)onde se assistiu à forma como seprepara e o que é o cabritoestonado à moda de Oleiros.Aconteceu no programa “Gestosdos Sabores”. Já noutra dataanterior esta situação tinha estadoem programa de grande audiêncianacional. Recorde-se que, foipublicado no D. R. o Despacho

25483/2009 que “viabiliza acontinuidade da produção deCabrito Estonado, sem prejudicaras adequadas condições desegurança alimentar”.

- Em Novembro já o nossoconcelho e o Geopark Naturtejoestiveram nas câmaras da RTP2,num documentário designado porGEOPORTUGAL. Este programafoi de âmbito mais alargado“abordando os geoparquesportugueses e a importância dasCiências da Terra”

- A Câmara de Oleiros entregou,em Novembro, uma casa novamobilada, a um casal com duasfilhas menores. Esta família nãotinha meios nem onde morar. Oinvestimento rondou os 50 mileuros e foi construída na povoaçãodo Moucho, freguesia de Oleiros.Os terrenos foram oferecidos porfamiliares. Um bom Natal paraesta família e fica a sensibilidadeda autarquia para as questõessociais.

- Depois de realizadosmelhoramentos, a 20 de Setembro,foi inaugurada e requalificada aEscola Básica nº 1 do Orvalho(EB1).

- A junta de Freguesia de Oleirospassou a disponibilizar à populaçãoum Serviço de Psicologia contandocom um Gabinete de Apoio eAconselhamento, Funciona todasas terças-feiras da parte da manhã.Uma Freguesia que se preocupacom outras situações que, não sãosomente, limpezas e caminhos.

- Várias exposições foram feitasem Oleiros, numa aposta culturalque serve todos os alunos e apopulação em geral. Já indicámosalgumas, mas relembramos a de“Xistos, Barros, Formas e Figuras”da autoria de Elisabete Lyon deCastro. Já em Lisboa, na Casa daComarca da Sertã, esteve o artistaAbílio Lourenço, durante um mês,com a exposição “Pura Paixão”.Um êxito.

- Na Casa da Comarca foidedicado um dia à gentes doconcelho de Oleiros, estandopresentes o Presidente da Câmara,Grupos e Ligas do Concelho eoutros. Os órgãos da própria CCSestiveram neste jantar de cerimónia,nomeadamente o seu Presidente daDirecção Eng. Pedro Amaro.

- No futebol, os “Águias doMoradal” continuaram a manter-se

sempre na parte cimeira daclassificação, enquanto que,Oleiros (ARCO) nunca desceu, masmantém-se na tabela numa situaçãoalguns pontos mais abaixo. Averdade é que a rivalidade saudávelentre estas duas equipas continua amarcar o momento alto docampeonato aqui para os nossossítios. Em 2009 nada fugiu à regra.

- O Futsal foi uma modalidadeem destaque e que movimenta maisequipas. Tudo isto é possível pelasexcelentes condições que foramcriadas para a prática do desporto.Uma aposta ganha e que ajuventude agarrou definitivamente.

- Já quase no final do ano (19/12)a Casa do Benfica levou a efeito umEncontro de Escolas de Futebol, donível B, em Oleiros. Na parte damanhã, estiveram presentes, alémda equipa da Casa, o Desportivo C,Valongo B1 e Valongo B2 , nocampo municipal. Já de tardeforam os alunos da Escolinha deFutebol com idades entre 5 e 7anitos que participaram emProença-a-Nova.

- Os técnicos da área de Desportoda CMO lançaram o cartão gratuito“Plena Vida”, com autorização daCâmara. Os utentes daqueleGinásio e das Piscinas podem agoraverificar a sua condição física e desaúde. Falamos da percentagem demassa gorda, gordura visceral emassa muscular. A pressão arterial,índica de matéria corporal, o nívelcardiovascular e peso ideal, sãooutras que podem ser medidas. Istomostra que este Pólo dinamizadortem vindo a realizar várias acçõesde extrema importância. NasPiscinas também se organizaramsemanas temáticas como as“semana da boa acção” e “semanado aluno”, entre outras.

- Montarias a Javalis foramacontecimentos repetidos, a atenderpela nossa principal fonte.

- A Comissão de Melhoramentosda Gaspalha, na freguesia de Álvaro,promoveu em 10 de Outubro, naCasa da Cultura daquela localidade,uma noite de fados.

- Em 2009 tivemos eleições para aAssembleia da República e para asAutárquicas (11 de Outubro).Nestas, José Santos Marques, antigoe actual Presidente da Câmara peloPSD foi o que obteve a maiorpercentagem nacional (75,16%) OPS não concorreu a nenhuma

Freguesia, mas tem um Vereador.Em Proença, foi o candidato e agoraPresidente da Câmara que tevetambém uma vitória retumbante. ACMO tomou posse no dia 26 deOutubro e a Assembleia Municipalem 27 do mesmo mês tendo tomadoposse 27 Deputados Municipais. Naslegislativas o PSD ganhou com55,37%.

- Trimestralmente foi editada pelaCMO a “Agenda Cultural”, commuito interesse e de leitura esucesso. Esta agenda, trata de umaquestão específica em cada número,como o linho, o milho, o mel, etc. Acoordenação tem sido do VereadorVictor Antunes.

- a 15 de Outubro, fomos nós“Jornal de Oleiros” que aparecemoscom o primeiro número,pretendendo ser e ter um trabalhosério, leal e estimulador de novosprojectos no concelho e região.

- O nosso concelho é o que tevemenor índice de desemprego. Noentanto, a crise chegou a todos, maslevou a “fábrica dos brinquedos”(como é conhecida) a ter de despedirvárias pessoas. A crise sentiu-setambém fortemente ao nível donegócio das madeiras, que é umavertente económica muitoimportante neste concelho, muitoembora a enorme dimensão ardidanos anos transactos.

- Abriu na Vila uma clínica defisioterapia, que muito ajudará aspessoas deste concelho, espe-cialmente quando tiver estabelecidoacordos com várias entidades.Mesmo assim já funciona (foi alvode reportagem deste jornal).

- Abrimos 2009 com cheias , frio eneve. Encerrámos o ano com muitachuva e frio.

- Também terminámos o ano, comexcelente fogo de artifício. Ao quesabemos, a Pirotecnia Oleirense egrupo em que está associadaapresentou excelentes espectáculosna capital do Distrito e deslumbrouLisboa mais uma vez.

Este resumo foi possívelfundamentalmente com recurso àpágina da Câmara Municipal (www.cm-oleiros.pt) que recomendamosvisitar e fica o nosso agradecimento.

E para 2010, desejamos ter muitase boas notícias a dar e um resumomelhor no final do ano.n

Luís [email protected]

2010 JANEIRO Jornal de OLEIROS 5

BAR CALADO: [email protected]. Nac. 238, Alverca, Oleiros

Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial)

Jornal de OLEIROS JANEIRO 20106

Disposições patrimoniais(continuação) e posteriorcorrecção, aditamento ealteração.

No número anterior ficou atranscrição das mais primeiras emais importantes disposiçõessobre bens patrimoniais. Pros-seguimos com as restantes efinais disposições. O testamentoveio a ser corrigido, aditado ealterado, alterações queultimam esta transcrição.

“…”- Outras disposições -“Finalmente queremos que no

ano do nosso falecimento se dê aquantia de cinquenta mil réis parao Dinheiro de São Pedro.

Declaramos que as quantiasmencionadas, que forem satis-feitas no continente serão pagaspela moeda forte, e as que o foremneste Arquipélago, em moedafraca corrente.

Nomeamos nossos testamenteirosos presbíteros Manoel Maria daCosta, nosso Secretario particular, eAntónio Maria Ferreira, nossofamiliar, aos quais pedimos queiramtomar sobre si este encargo, equeremos que se apossem de todosos bens que Nos pertencerem logodepois do nosso falecimento,excepto dos existentes em Oleiros, eos administrem até daremcumprimento ás disposições destetestamento e instruções que lhesdermos, podendo, se for necessáriovender ou distratar quaisquertítulos ou acções de bancos oucompanhias, que possuímos, oureceber quaisquer capitais, juros oudividendos, para satisfazerem oslegados e encargos do presentetestamento, e cumprirem nossaultima vontade.

O tempo que marcamos para ocumprimento das disposições dopresente testamento é de três anos.

Entretanto, os ditos nossostestamenteiros ficam por Nósencarregados de cobrarem todasas dívidas activas de que formoscredor, e de Nos representarem emjuízo em quaisquer pendências oucausas que possam suscitar-sesobre a execução das disposiçõesdo presente testamento. Dasdívidas activas que cobraremreceberão a decima parte pelo seu

trabalho. Na sua falta, oupassados os três anos da adminis-tração dos ditos nossos testa-menteiros, passarão as suasatribuições e poderes para snossos Sucessores, aos quaispedimos as queiram exercer, porsi, ou pelo Vice-Reitor do Semi-nário, até inteira execução dopresente testamento.

Os ditos nossos testamenteirosficam por Nós autorizados adispor como bem lhes aprouver daroupa do nosso uso, excepto das

vestes pontifícias, e alfaias depequeno valor, segundo as ins-truções que lhes dermos.

Tendo Nós disposto em vidadalguns objectos, dos quaispoderão existir ainda alguns emnosso poder por ocasião do nossofalecimento, e tendo os ditosnossos testamenteiros muitos mó-veis e alfaias próprias no Paço,sendo aliás incapazes de quereremo que lhes não pertencer, que-remos e ordenamos que ninguémlhes peça conta dos nossos bens, a

não serem os legatários de seusrespectivos legados e aAutoridade Pública da satisfaçãodos legados pios.

A conservação e reparos danossa capela funerária nocemitério do Livramento fica acargo dos nossos testamenteiros; efindos os três anos da suaadministração, ficará a cargo doSeminário Diocesano, sob ainspecção cuidado dos nossosSucessores.

Declaramos que todos os bensque deixamos ao Seminário destaDiocese d’Angra são para adotação permanente do mesmo, enão para se gastar em despesascorrentes. E recomendamos aosnossos Sucessores que elevem amesma dotação, capitalizando asnovas doações juros vencidos,pelo menos á soma de vinte contosde réis, para que posam renderanualmente um conto de réis.

Se o governo não conceder li-cença para que a nossa Quinta doImaculado Coração de Maria sejapropriedade da Mitra destaDiocese, depois do falecimento donosso Secretario, o presbíteroManoel Maria da Costa; ou se emalgum tempo pretender vendê-la,queremos que por esse facto fiquepertencendo ao Seminário destaDiocese.

Igualmente determinamos quese alguém impugnar ou se opuseràs disposições do presente tes-tamento perca todo o legado ouvantagem que dele lhe possaprovir.

Deixamos a nossa propriedadeliterária, segundo a Lei, ao nossofamiliar o presbítero António Ma-ria Ferreira.

E finalmente declaramos que osnossos Testamenteiros poderãodispor das nossas alfaias e bens depequeno valor ao modo que lhesaprouver e na conformidade dasinstruções que lhes dermos.

E queremos que as despesas quehouverem de fazer-se, oucontribuições que hajam depagar-se com a transmissão doslegados que deixamos à Mitradesta Diocese, ao Seminário, e aonosso Secretário sejam satisfeitaspelos bem que deixarmos.

E deste modo damos porconcluído o presente Testamento,que queremos se cumprainteiramente como nele se declara,revogando todas as disposiçõestestamentárias, que dantes tivermosfeito. Feito, escrito rubricado eassinado por Nós e selado com oselo das nossas armas no dia 24 deMaio de 1885.”

“Lugar do selo. João Maria,Bispo d’Angra.”

Termina o testamento inicial.

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O Testamento de D. João Maria, Bispo de Angra (28º) - IV

Crucifixo e castiçais em prata no museu de Angra do Heroísmo. Oferta de D. João Maria

2010 JANEIRO Jornal de OLEIROS 7

Contudo, mais tarde, veio a sersujeito a uma “correcção e adita-mento”, e a “outra declaração edisposição” que passo atranscrever.

Correcção e aditamento“ EM NOME DE DEUS AMEN

.Nós João Maria Pereira doAmaral e Pimentel, Bispo d’Angrado Heroísmo, tendo feito o nossotestamento, que foi aprovado emtrês de Junho de 1885, e que poreste confirmamos, excepto a parteem que o alteramos, havemos porbem fazer-lhe a seguinte cor-recção e aditamento, que quere-mos se cumpra como se nele sefossem exaradas, a saber:

- Deixamos o usufruto da nossaquinta do Imaculado Coração deMaria, sita no lugar da Estrela,subúrbios desta cidade, em quevivemos, compreendendo a casa damesma quinta e tudo o que nela seencontrar à hora do nossofalecimento, excepto o numerário,que será aplicado até onde chegarpara o cumprimento das nossasdisposições testamentárias assimcomo todas as suas dependências eacessórios, aos nossos doisfamiliares e testamenteiro ospresbíteros Manoel Maria da Cos-ta e António Maria Ferreira, simul-taneamente, e sobrevivência dumao outro; devendo passar a pro-priedade da mesma quinta, e casa edo que nela se encontrar, que nostenha pertencido, à Mitra destadiocese só por morte do últimousufrutuário, como se acha dis-posto no mencionado testamento.

Além disso declaramos que todoo resto de nossos bens, quedeixamos ao Seminário desta Dio-cese é como esmola e subscriçãopara a dotação do mesmoSeminário, subscrição que porNós foi aberta por pastoral de 22de Dezembro de 1880; e à qualqueremos sejam aplicados aosmesmos bens.

Queremos e pedimos que estasdisposições sejam consideradascomo fazendo parte do mesmotestamento, e a ele adicionadas.

E para que assim se cumpramescrevemos por nossa própriamão a presente declaração tes-tamentária, que será com-petentemente aprovada em estaNossa quinta do ImaculadoCoração de Maria, aos 2 deAgosto de 1887.

João Maria, Bispo d’Angra.”

Outra declaração edisposição

“Em tempo, mais declaramos eordenamos que aos mencionadosnossos familiares e usu-frutuários, os presbíteros Ma-noel Maria da Costa e AntónioMaria Ferreira, se não exijacaução alguma, nem mesmoinventário dos bens de que lhesdeixamos o usufruto; não sóporque tudo confiamos da suaconsciência e probidade, masporque também dalguns objectosdo nosso espólio temos jádisposto, e doutros tencionamosdispor em vida, outros são jápróprios dos mesmos usu-frutuários, e finalmente porque énossa última vontade que para aMitra só venham a passar osbens pertencentes ao nossoespólio que existirem por oca-sião do falecimento do últimousufrutuário ao qual recomen-damos que em tempo competentefaça deles urna relação, paraque, por ocasião do seufalecimento se não extraviem.

Assim queremos e mandamosque se cumpra. Quinta do Ima-culado Coração de Maria, aos 3de Agosto de 1887.

João Maria, Bispo d’Angra.”

O testamento tem a aprovaçãodo tabelião José JuliannoGonçalves Cotta, em data de trêsdo mês de Agosto de mil oito-centos oitenta e sete; servindo dotestemunhas João do Carvalhal daSilveira, Vital de BetencourtVasconcellos e Lemos, JoãoPereira Forjaz Pacheco de Mello,Fernando Coelho Rocha, Fran-cisco José da Silveira Ávila deBettencourt.

Foi aberto no dia 27 do mês deJaneiro do ano da morte de D. JoãoMaria e acha-se registado a folhas2 verso, do livro 48 da admi-nistração do concelho de Angra doHeroísmo, em um de Fevereiro.

Termina aqui a transcrição dotestamento. Em próxima opor-tunidade, se tempo e inspiraçãome forem bastantes, espero podervoltar com outros escritos sobreD. João Maria, nomeadamentecom alguns traços biográficos ecom uma perspectiva sobre a suaobra intelectual e sobre as váriaspolémicas em que viu envolvido.n

João H. Santos Ramos [email protected]

António Manuel dos Reis TorgalMendes, descendente de umafamília tradicional do Estreito,nasceu a 22 de Agosto de 1932,tendo falecido precocemente nodia 13 de Maio de 1986. Quem oconheceu afirma que a sua escritaestaria ao nível de um génioliterário como Fernando Pessoa,Florbela Espanca ou Sophia deMello Breyner.

A sua passagem por Coimbra,onde deixou incompleto o curso deDireito, ficou marcada pelacolaboração no jornal humorístico“Poney” e pelas diversas tertúliasliterárias existentes, tendoposteriormente ingressado nocurso de professor liceal de ensinoparticular, que o habilitou aleccionar Matemática e Portuguêsem Negais (Angola). Ainda emLuanda, chegou a a ser Director deDepartamento do Sindicato dosTrabalhadores do Comércio eIndústria. À data da morte, estavaradicado em Castelo Branco ondeexercia solicitadoria.

Autor da primeira Marcha do

Estreito, das Quadras de S. João edo Vira da Serra, era dotado deuma inteligência brilhante e de umapurado espírito crítico, sendodefinido como um Homem àfrente do seu tempo. Ousado e sempreconceitos, era um ser inquietoque arriscava e assumia as suasconvicções, sendo ao mesmotempo um humanista de tratoafável que a todos encantava pelasua rebelde solenidade.

Outrora foste solE vento que já fosteAgora és brisa da tarde frescaQue me embala amena pela vida fora

Outrora foste mar, agora és lagoSuave e calmo como as noites calmasOnde eu, cansado, vou banhar a minha almaBanhar as penas que na alma trago

Outrora fosteMas passaram anosPassaram tantos, quantos desenganosPassaram sonhos e ilusões também

Outrora fosteMas que importa outroraSe outrora foste como o és agoraO meu enlevo doce, a minha mãe!

A. M. R. Torgal Mendes

HOMENAGEM

Nas deambulações cada vez maisfrequentes do nosso jornal por terrasdo Concelho, encontrámos econversámos com um Homemnotável, empenhado em prestarhomenagem aos que um diarumaram a África para defenderaquilo que ao tempo era parte dopaís.

Falamos de António dos SantosFerreira Nunes, do Estreito.

O, hoje Amigo, António Nunestudo tem feito para que estahomenagem, que pode ser singela,tenha lugar.

“ Partiram um dia, ainda nos seusverdes anos mas no início daplenitude das suas vidas, deixandopara trás as suas casas, a sua família,muitas vezes constituída já pormulher e filhos, em direcção aodesconhecido”.

“Lá, para onde foi necessário ir,eles deram de si o melhor, elescombateram, eles foram feridos, elesnão regatearam mesmo a própria

vida, o seu bem mais precioso esupremo”.

“Por tudo isto, é da mais elementarjustiça que, como noutros pontos dopaís, a memória destes nossosconterrâneos também aqui não sejaesquecida”.

Referimo-nos a parte de uma“Exposição-Testemunho” que nosfoi facultada pelo António Nunes,onde se fala ainda de uma Comissãopara tratar do projecto toponímico doEstreito, constituída pelo Presidenteda Junta do Estreito, pelo Arqto.Felipe Bartolo e pelo MagistradoJoão Ramos que a partir das nossaspáginas, desejamos incentivar paraque concretizem a homenagem a quenos associamos na qualidade de ex-combatentes. O nosso Concelhopagou um alto preço em vidas quedesejamos recordar:

Perdemos 15 Homens, 13 doExército, 1 da Marinha e 1 da ForçaAérea, sendo:

3 do Orvalho, 4 do Estreito, 2 doMosteiro, 1 da Madeirã, 2 de

Oleiros, 2 de Cambas e 1 dasSardeiras.

Recordamos os nomes:. Alberto da Conceição Vaz;. Américo das Neves Almeida;. António Luís Fernandes;. António Mendes Martins;. António Vaz Mateus;. David Lourenço do Carmo;. João Farinha Castanheira;. José Maria Antunes;. José Martins Ramos;. José Mateus;. Lino Paula Martins;. Manuel Ventura;. Mário Antunes Nunes;. Silvano Farinha Alves;. Victor Garcia Guerra.

Aqui deixamos o nosso apoio atodas as iniciativas que visemenaltecer a abnegação destes nossosconterrâneos e um abraço aoAntónio Nunes por nos receber.

Director

TESTEMUNHOS

António Manuel dos ReisTorgal Mendes

Jornal de OLEIROS JANEIRO 20108

S, Torcato do MoradalTel/Fax. 272 654 008 • Telem.: 964 437 401

T U R I S M O

O azeite é o sumo de um fruto, aazeitona, a qual provém daOliveira (Olea eropaea). Trazbastantes benefícios para a saúdedevido à sua abundância em ácidooleico, um ácido gordomonoinsaturado ideal paraprevenir os malefícios docolesterol. Esta gordura é tambémrecomendada para prevenir aobesidade e o cancro, duaspreocupações da sociedade actualque se presume estarem correla-cionadas.

Em Oleiros, assim como emtoda a região, a variedade domi-nante nos olivais é a Galega, deonde se obtêm excelentes frutosque estão na base de um produtoalimentar de elevada qualidadecomo é o caso do “Azeite da BeiraBaixa”, classificado comDenominação de Origem Prote-gida (DOP). As “azeitonas

galegas” caracterizam-se pelo seuaroma frutado e suave, com saborherbáceo de fruta verde e algumasnotas amendoadas. Depois deprocessadas, dão origem a um óleoamarelo dourado, de sabor frutadoacentuado por notas picantes eamargas: o verdadeiro “ouro daterra”.

A qualidade do azeite

Quando falamos em qualidadedo azeite, convém referir que estadepende de factores como aregião, a variedade, o grau dematuração das azeitonas, o estadosanitário dos frutos, o processo deextracção do azeite e o seu modode conservação. Para controlar aqualidade deste produto, podemser efectuadas análises físico-químicas (onde são determinadosparâmetros como a acidez, o

índice de peróxidos ou aabsorvância) e análises sensoriais.Neste último caso, importaverificar as características orga-nolépticas do produto, de onde ocheiro e o sabor são as maisimportantes. Para o efeito, recorre-se a um painel de provadores -pessoas experientes que sãoseleccionadas para apreciarem ocheiro e o gosto de um azeiteaquecido num copo.

Após o processo de controlo dequalidade, se a análise ao azeiterevelar que este não tem qualidadesuficiente para ser consumido, épossível eliminar alguns dos seusdefeitos procedendo-se à Re-finação, da qual se obtém o “azeiterefinado”. Este processo com-preende as operações de neu-tralização (eliminação da acidez –ou seja, dos ácidos gordos livres),descoloração (eliminação de pig-

mentos) e desodorização (elimi-nação de mau gosto ou de aromasindesejáveis).

Resumindo, a qualidade doazeite é medida pela acidez,estado de oxidação e existênciaou não de defeitos organolé-pticos (principalmente ao nívelda cor, cheiro e sabor). É aconjugação destes parâmetrosque define os três tipos de qua-lidade de azeite: “azeite virgemextra”, “azeite virgem” e “azeitecomum” que encontramos vul-garmente mencionados nosrótulos e contra-rótulos das gar-rafas de azeite que consumimos.

Assim, de uma forma genérica,os “azeites virgens” caracterizam-se por serem obtidos directamentede azeitonas unicamente porprocessos mecânicos e o quedistingue um “virgem extra” deum “virgem” é o facto de o primei-

ro ser considerado um azeite su-perior. O “virgem extra” é tidocomo o melhor dos azeites, umavez que após o controlo dequalidade se conclui que nãopossui defeitos e que o parâmetroacidez não é superior a 0,8%. O“azeite virgem”, por seu lado, éconsiderado um azeite de cate-goria inferior ao anterior, uma vezque se admite nesta categoria aexistência de defeitos muitoligeiros. Neste caso, o parâmetroacidez não pode exceder os 2%.

Por último, a categoria “azeitecomum” diz respeito a azeites dequalidade mais baixa, constituídospor “azeites refinados” misturadoscom outros azeites obtidos dire-ctamente de azeitonas, unicamentepor processos mecânicos (“vir-gens”) ou não.n

Inês Martins

Começo esta crónica por desejarum Bom Ano de 2010 para todos.Espero que as festas de Natal e dePassagem de ano tenham corridoda melhor maneira.

O ano que se inicia seráconcerteza um ano muitoimportante para as Associações,quer seja para a afirmação econsolidação de algumas, quer

seja para a continuidade dotrabalho desenvolvido por outras.Pelo que se pode constatar, oinício do ano terá bastantesmotivos de interesse, desde logocom o Torneio de Futsal para nãofederados organizado pela ARCO,com início a 15 de Janeiro. Numamodalidade em clara expansão,este será concerteza um torneio

com bastante interesse e ondepodem surgir novos valores. Aacompanhar aos fins-de-semanano Pavilhão Gimnodesportivo deOleiros.

Para dia 23 de Janeiro estamarcado o encerramento do 2ºTorneio de Sueca da Casa doBenfica. Com início no mês deNovembro, entra agora na fase

final com 6 equipas a disputarem o1º Lugar.

Para o mês de Fevereiro estaagendado um dia de aventura. Nodia 20, a Pinhal Total realiza o seujá tradicional passeio Todo oTerreno, neste caso o 3º . Umaoportunidade para conhecer asbelas paisagens da nossa região,num dia de contacto com a

natureza e de convívio que estaAssociação nos irá proporcionar.Façam já a vossa inscrição.

Para terminar, desejo a todas asAssociações um excelente ano de2010, que consigam atingir osvossos objectivos.n

António [email protected]

RURALIDADES

O Que Se Vê Daqui

CRÓNICA

“O ouro da terra”

2010 JANEIRO Jornal de OLEIROS 9

Na transição para o ano que seinicia, seguindo uma tradição quese perde nos tempos, olhamosatentamente o relógio, contamosregressivamente os últimossegundos, comemos apressada-mente as passas de uva, cada qualacompanhada de um voto, umdesejo íntimo, até que a última dasdoze badaladas da meia-noite nostransmite a certeza daquilo queesperávamos: o Ano Velhomorreu, viva o Ano Novo.

Dum só golpe, numa só cartada,conseguimos um funeral e umnascimento. Trata-se, sem dúvidaalguma, de um segundo carregadode magia.

Escorraçado à pressa, sem dónem piedade, ninguém verte umalágrima pelo defunto, rápida epostumamente alcunhado de AnoVelho, por melhor que ele tenhasido. Todos brindam, bebem,dançam, pulam, cantam e sei láque mais, sempre e só em honra aorecém-nascido. O Velho morreu,viva o Novo.

E a vida recomeça …Em termos práticos, o primeiro

dia de um ano não se diferencia deoutro qualquer dia do ano anterior.Trata-se de uma necessidadehumana o estabelecer desta dis-tinção.

Para se começar qualquer coisa,seja ela qual for, necessitamos deestabelecer pontos de partida emetas. A mudança de ano, comtoda a tradição que em si mesmaencerra, serve tais propósitoscomo nenhuma outra ocasião.

Fazemos promessas a nóspróprios e aos outros, tecemosprojectos, acalentamos novasesperanças, sonhamos em voz altae, em menor ou maior grau, todosacreditamos ser possível que,como por magia, a vida se(re)inicie a partir daquele segundocomo se passado não tivesse: semagruras ou dificuldades, semproblemas, sem tristezas, semcontratempos, sem sofrimentos…

Por melhor que o Ano Velhotenha sido, faz parte da almahumana desejar que o Novo sejamelhor, muito melhor, sempremelhor. Igual é pouco…

As denominações de Velho eNovo, mais não são que o

resultado desse ensejo, dessaesperança por todos e cada um denós acalentada.

Um Ano Novo, todos osabemos, raramente significa umavida nova. Constitui no entanto, esem dúvida alguma, um novoalento para a vida que se segue, orenascer de uma esperança que dehá muito se alimenta, o forta-lecimento de um sonho que nuncaabandonámos, o anseio de umavida que pretendemos ver renova-da.

Sonho e esperança são estadosde espírito positivos e inseparáveisda alma humana. Deixá-los morreré desistir da vida.

Por falar em Ano Novo e emesperança, ainda não conseguidefinir se foi com ela ou sem elaque fiquei, após ouvir a mensagemde Ano Novo do Sr. Presidente daRepública.

Trata-se, na opinião de alguns,de um discurso que envolve umcerto alarmismo e no qual o Sr.Presidente da República teráassumido, na parte final, umaatitude paternalista.

Ainda relativamente àinterpretação do discurso emcausa parece-me ter ficado bemclaro, pelo menos implícito, que oProf. Cavaco Silva pretenderecandidatar-se às próximaseleições presidenciais, sendo que éa primeira vez que deixa trans-parecer tal intenção.

Não creio, de modo algum, tersido esta subjacente intenção derecandidatura que ditou oalarmismo do discurso e/ou aatitude paternalista eventualmenteassumida.

Julgo ser unânime a opiniãosobre a dignidade e seriedade doProf. Cavaco Silva em toda a sua

vida política, como unânime julgoa opinião sobre a isenção com quetem exercido a mais alta ma-gistratura da Nação. É inegável,por outro lado, a sua reconhecidacompetência enquanto economis-ta.

Todos já sabíamos ou, pelomenos, tínhamos fortes suspeitassobre a grave situação em que opaís se encontra. O reiterar de taisfactos pelo Chefe de Estadoenquanto tal, e precisamente noinício de um novo ano, apenas nosconfirma que a situação do país éde facto grave, provavelmentemuito mais grave do queimaginávamos. Resulta daqui, emminha opinião, que o discurso emcausa nada tem de alarmista mas,bem ao contrário, reflecte uma friaanálise da realidade em que o paísse encontra. A ser assim, também aeventual atitude paternalista setorna perfeitamente compreensí-vel.

Ninguém ignora o aumento dapobreza e do desemprego, odesequilíbrio das contas públicas,o enorme endividamento externo,as cada vez maiores assimetriassociais, a falta de credibilidade dasinstituições, a quebra de confiançados portugueses nessas mesmasinstituições, etc, etc, etc…

Trata-se, de facto, como referiuo Sr. Presidente da República, deuma crise que para além deeconómica, é também de valores.

De realçar, finalmente, ter sidoexpresso pelo Presidente daRepública o sentir dos portuguesesacerca dos políticos e dos partidosque os integram. Continuamos, defacto, à espera que de uma vez portodas ponham de lado querelaspartidárias perfeitamente irrele-vantes, jogos florais de assembleia

que a nada conduzem, interessespartidários por vezes incon-fessáveis e, de uma vez por todas,unam esforços, conjuguem von-tades e aproveitem o que de co-mum e positivo existe para, emtempo útil, levar este barco a bomporto.

A mensagem de Ano Novo doSr. Presidente da República nãofoi, de modo algum, animadora ouacalentadora de esperanças vãs.Foi, isso sim, séria e responsável.

Neste ano que agora se inicia,não queria terminar sem umapalavra de apreço, e também derenovada esperança, ao recém-nascido “Jornal de Oleiros”.

Contrariando as previsões deuns e a sistemática crítica deoutros tantos, o jornal nasceu,cresceu, afirmou-se e tem vindo aganhar, a pouco e pouco, aimportância que merece.

Trata-se de um jornal de Oleirose para Oleiros, independente, semavenças certas ou colagenscamufladas, no qual os colabora-dores escrevem sobre o quequerem e como bem lhes apetece.Nas palavras do Director, é umjornal aberto a todos quantos, sériae responsavelmente, queiramparticipar.

Por isto mesmo, mal seentendem as críticas explícita ouveladamente tecidas sobre autilidade da sua edição, a boa fé edesinteressada atitude de todosquantos nele colaboram, aautenticidade, genuinidade eintenção de tudo quanto se escre-ve.

Haverá sempre gente a vestir asroupagens dos “Velhos doRestelo”e outros que, não asenvergando, batem palmas sempreque qualquer iniciativa cai porterra. Quanto a esta, podemesperar…

O “Jornal de Oleiros” veio paraficar e o Director, grandeimpulsionador deste projecto,encontra-se de parabéns.

A todos quantos se encontramligados a esta iniciativa, aosnossos amigos e leitores, os meusvotos de um excelente Novo Ano.n

António Romão de [email protected]

OPINIÃO BREVES

Jornal de Oleiros visitou aCasa da Comarca

da Sertâ

O Director do Jornal, acom-panhado pelos Presidentes doConselho Editorial e de Fundadores,Drs. Luis Mateus e João Ramos,visitaram a Casa da Comarca daSertã e foram recebidos peloPresidente, Eng. Pedro Amaro eVice-Presidente, Dra. Maria ManuelSimões.

Foram informados das actividadesem curso e a lançar pela novaDirecção agora reeleita e que tomaposse em Fevereiro, sendo decididoampliar a proximidade entre ambasas partes.

Salientamos a actividade intensada CCS que vai voltar a ter os bailespara sócios.n

Torneio de Futsal de Oleiros

O Torneio deFutsal de Oleiros,destinado a jogado-res não federados,teve início dia 15de Janeiro.

A iniciativa é da AssociaçãoRecreativa e Cultural de Oleiros(ARCO) e tem o apoio da CâmaraMunicipal e Junta de Freguesia deOleiros.

Os jogos disputar-se-ão no Pavi-lhão Gimnodesportivo de Oleiros.n

Academia de Xadrez de Castelo ranco

No proximo mês de Fevereiro, “A ACADEMIA DE XADREZ DECASTELO BRANCO vai realizarcursos de iniciação (nivel 1;2;e 3) dexadrez em OLEIROS para jovens apartir dos 5 anos.

O curso terá inicio em Fevereiro eserá realizado a partir das 18 horasou fim de semana com a duração dedois meses e meio.

Este curso visa formar jogadorespara disputar provas distritais enacionais.

O curso tem o custo unico de ?20,00 que inclui um manual e umdiploma de aproveitamento no final.

Qualquer informação adicional,contactar o tm 963 097 432” , NunoMiguel Abreu.n

Ano Novo, Vida Nova ?Mais um ano passou.

Não fugindo à regra e seguindo todos quantos o antecederam,

morreu – paz à sua alma - com a tenra idade de trezentos e sessenta e poucos dias.

Apesar disso, como que por ironia, apelidamo-lo sempre de Ano Velho

Jornal de OLEIROS JANEIRO 201010

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O Ministério da Educação e aFederação Nacional de Sindicatos daEducação não chegaram a acordo perantea proposta de Acordo de NovosPrincípios para a revisão do Estatuto daCarreira Docente e Avaliação deDesempenho.

«Considerando a necessidade deproporcionar às escolas e aos docentesum espírito de tranquilidade, que fa-voreça o cumprimento da missão daescola pública e assegure a prioridade aotrabalho com os alunos (…)» o MEapresenta princípios que praticamentenão alteram muito as políticas anteriores,nem dignificam e muito menos respeitama carreira docente. Vejamos, como exem-plo, a divisão da carreira em duascategorias: quão fácil foi, na anteriorlegislatura, seriar os professores epassado tão pouco tempo, acabar comessa classificação – de professor titular aprofessor ex-titular. Todos sabemos queos professores lutaram e lutarão, se forcaso disso, para terminar com estadivisão absurda, mas o parco tempo quepassou na meditação para decidir acabarcom essa mesma divisão demonstra,igualmente, desrespeito pelo professor:pôr e dispor como nos apraz – “Ésprofessor titular, ponto final…Agora nãodá jeito nenhum, por isso voltas aprofessor…”- Não parece que somos obrinquedo preferido do Ministério daEducação?! E é assim que o MEconsidera poder dar às escolas, aosalunos e professores “espírito detranquilidade”.

Conhecemos e aceitamos, natural-mente, que negociações são sempreproblemáticas e é difícil ter à mesmamesa “Gregos” e “troianos”, mas esta-mos numa época particularmente tocantee festiva no sentido mais espiritual dapalavra, pelo que deveria motivar oscorações dos nossos governantes a agircom espírito de igualdade, fraternidade ejustiça. Não foram, pois, estas as iguariasapresentadas pelo Governo na propostade acordo, mas sim uma tentativa detapar o sol com a peneira. Por isso, jásabemos como será, em termosprofissionais, o ano de 2010 para osdocentes deste país, mais instabilidade eluta.

Abordemos um pouco algumas das

propostas apresentadas, relativamenteaos objectivos da avaliação dedesempenho docente:

«12. São objectivos essenciais daavaliação do desempenho:a. Melhorar a qualidade do serviçoeducativo e do desempenho docente;b. Desenvolver a avaliação numprocesso de acompanhamento esupervisão daprática docente;c. Valorizar o trabalho e a profissãodocente;d. Identificar as necessidadesformativas para um melhordesempenho;e. Promover a prestação de contasquanto ao exercício da actividadeprofissional;f. Assegurar instrumentos dedesenvolvimento profissional emecanismos deprogressão na carreira quepromovam, reconheçam e valorizem omérito,estimulando a melhoria dodesempenho.»

Como se pode melhorar a qualidade doserviço educativo e do desempenhodocente, quando são os próprios docentesa avaliar os seus colegas?! Parece-meisto um paradoxo. E a este propósitopreciso de partilhar algo que me afligerelativamente a estas questões davalorização do trabalho e da profissão,bem como supervisão da prática docente.Há uns anos, como professora deam-bulante, por essas escolas públicas dopaís, encontrei-me numa, que nãonomeio, por considerar desnecessário, jáque tenho a certeza que muitos dos meuscolegas se depararam com situações bempiores do que aquela que passo a relatar:a minha colocação nessa escola foi nomínimo “sui generis”, visto que ocupeium horário que não existia, não me forarelatado a tempo pelo órgão de gestão daescola que não haveria horário para mime que deveria retomar a fase seguinte doconcurso de modo a prestar as funçõespara as quais trabalhei ao longo da minhajuventude, e assim, permaneci um anointeiro a prestar apoio na EducaçãoEspecial (sem ter qualificação para

trabalhar com alunos tão especiais), poisà escola dava imenso jeito ter mais umprofessor nesta área tão pouco con-templada pela direcção Geral dosRecursos Humanos da Educação. Noentanto, como pertencia a outro GrupoDisciplinar, tinha de estar presente nasreuniões do meu Grupo e DepartamentoCurricular. Foi uma imensa confusão.Nesse ano da minha vida profissionalcomo poderia eu melhorar o meudesempenho se nem sequer estava aprestar as funções para as quais melicenciei?!

Continuando a narrativa, aconteceu quenuma dessas reuniões que mencionei(acrescento que no actual acordo deprincípios do ME para a revisão daavaliação de desempenho, os cargos deorientação e coordenação e supervisãopedagógica, assim como o cargo deavaliador são reservados aos docentesposicionados, pelo menos, no 4º escalão,sendo que os do 3º escalão também, emsituações particulares, poderão exerceressas funções) quem presidia à reuniãoarremessou, a certa altura do seu discurso,uma frase cujo contexto não me recordo,mas a gaffe ficou na memória, uma vezque não foi uma única vez que a ouvi, dosmesmos lábios: “deiam” (certamente,quereria dizer dêem). Ora de acordo com oME essa pessoa estaria em condições deser avaliador docente. Agora coloca-se aquestão - Estamos nós professoresdispostos a sermos avaliados por pro-fessores Relatores (nova terminologia paraprofessor observador de aulas e gestor daavaliação de desempenho) que certamentecometem estas e outras gaffes. Consideroque um modelo de avaliação que assentenesta conduta, nunca poderá ser eficaz,nem producente e por conseguinte aavaliação não poderá ser justa e igual.

Não pretendo, como é óbvio, exporcriticamente ninguém, muito menos osmeus colegas de profissão, mas é verdadeque, embora todos erremos, pois ninguémé perfeito, também é verdade que háaqueles que trabalham para contrariar essatendência e há aqueles que se acomodam enada fazem para a alterar. Fiqueisurpreendidíssima com a entrevista que aSenhora Ministra da Educação deu no dia30 de Dezembro ao Canal 2, onde afirmouque 0,5% dos professores, na última

DE “OLHO” NA EDUCAÇÃO

ME e SINDICATOSNNeeggoocciiaaççõõeess àà mmeessaa ddee NNaattaall

ee AAnnoo NNoovvoo

2010 JANEIRO Jornal de OLEIROS 11

INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

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Desejo receber em minha casa, mensalmente, o Jornal de Oleiros

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Enviar para: Rua Conselheiro Martins de Carvalho, 9, 1 Esqº, 1400-069 LisboaE-mail: [email protected]: (00351) 922 013 273

Jornal deOLEIROS

INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

Ficha técnica

Jornal deOLEIROSDirector: Paulino B. Fernandes • Fundador: Paulino B. Fernandes • Registo legal: ERC nº 125 751 • Proprietário: Paulino B. Fernandes • Periodicidade: Mensal •Redacção: Rua Jacinto Domingues, 3, 6100 Oleiros • Sede: Rua Conselheiro Martins de Carvalho, 9,1º esq, 1400-069 Lisboa • www.jornaldeoleiros.pt • email daredacção: [email protected] • email do Director: [email protected] • Telefone: 922 013 273 • Site: www.jornaldeoleiros.pt (emconstrução) • Tiragem: 3 000 exemplares • Redacção: Oleiros • Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores:Luís da Silva Mateus, João H. Santos Ramos, Inês Martins, António Mendes, Manuela Marques, Ana Faria, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana MariaNeves, Ivone Roque, Feliciano Barreiras Duarte • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Correspondente em Castelo Branco: Rui Manuel AlmeidaNunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Impressão: Gráfica: Coraze, Oliveira de Azeméis • Paginação: Imafix (www.imafix.08.com)

E-mail. [email protected].: 272 321 050

Agrupamento de Escolas do concelho de Oleiros – 272 680 110Bombeiros Voluntários

de Oleiros – 272 680 170Centro de Saúde – 272 680 160Correios – 272 680 180

Farmácias

Estreito – 272 654 265Farmácia – Oleiros – 272 681 015Farmácia – Orvalho – 272 746 136G.N.R – 272 682 311

Postos de Abastecimento

Galp (Oleiros) – 272 682 832Galp (Ameixoeira) – 272 654 037Galp (Oleiros) – 272 682 274António Pires Ramos (Orvalho) – 272 746 157

Infra-Estruturas

Câmara Municipal – 272 680 130Piscinas Municipais/Ginásio – 272 681 062Posto de Turismo/Espaço net – 272 681 008Casa da Cultura/Biblioteca – 272 680 230Campo de Futebol – 272 681 026Pavilhão Gimnodesportivo (Oleiros) – 272 682 890

CONTACTOS ÚTEIS

Neste início de ano, a preo-cupação geral vai para o desem-prego que tem aumentado de umaforma assustadora e no concreto,para todos os que enfrentam aincerteza do futuro. É o maiorflagelo social da actualidade queatinge muitas famílias portuguesas.As notícias sobre a economia dopaís também não são animadoras.

Vem-me à memória, nas décadaspassadas de cinquenta e sessenta, oque era ser trabalhador rural elabutar na terra desde o nascer aopôr-do-sol. Nos campos cultivadosque davam apenas para asubsistência, o trabalho findava,após um momento de recolhimento,com o toque das Trindades pelosino da igreja (vi esta imagemretratada num impressionantequadro, Angélus de Millet, noMuseu d´Orsay, em Paris).

E era na Praça da Vila, aoDomingo de manhã, que os traba-lhadores se juntavam esperando opagamento incerto pelo trabalho jáexecutado e a requisição para novastarefas.

Nesta época não havia subsídiode desemprego, de férias ou deNatal; abono de família; assis-tência na doença e outras regaliassociais que para nós portugueses,“orgulhosamente sós” e con-

finados ao país mais ocidental daEuropa, eram totalmente des-conhecidas. Com a “PrimaveraMarcelista” e a chegada da Demo-cracia, fomos conseguindo alcan-çar benefícios sociais que nosaproximavam do resto da Europa.

E entrámos na ComunidadeEuropeia, na moeda única, rece-bemos fundos que aplicámosfomentando assimetrias regionais,reduzimos a mortalidade infantil e oanalfabetismo, assumimos a presi-dência da Comunidade e atéassinámos um tratado com o nomeda nossa capital. Será que tal comona época dos Descobrimentosfomos muito longe para ficar tãoperto...?

Nesta passagem de ano, no Largodo Município e entre Oleirenses,vendo subir nos céus luzes, desejose votos que se transmitem aos maispróximos, um antigo combatenteteve este desabafo feliz: -“Partimosde Oleiros para uma Angola emguerra e para lá irão agora Olei-renses, em PAZ, levar a festa”.

São bons presságios de progressoe paz para 2010.

Um bom ano para todos.n

Ana [email protected]

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avaliação de desempenho, tinhamobtido INSUFICIENTE, e fiqueiassim porque julguei que erapraticamente impossível do pontode vista holístico da carreiradocente obter tal classificação. Eestava a Ministra feliz porque sóera aquele valor e eu, tristíssima,por existir aquele valor…

Adoro a minha profissão e todosos dias da minha vida tento dar omeu melhor, quer a nívelcientífico, quer a nível peda-gógico, embora, cada vez mais setorne difícil levar o barco a portoseguro, quando aqueles que medeviam auxiliar a conduzir obarco, remam contra a maré.

Um dos outros objectivosessenciais da avaliação de de-sempenho, atrás referido é a neces-sidade de formação para melhorar odesempenho. E aqui há, também,uma palavra a dizer. Penso muitasvezes em todas aquelas pessoas(felizes!) cujas profissões têmhorário consentâneo e não trazemtrabalho para casa, podendo estarmais tempo com as suas famílias epenso, ainda, naqueles que tambémcomo eu não terminam o trabalho auma hora exacta e não o deixam nolocal de expediente para o retomarno dia seguinte, mas que aocontrário de mim têm com-pensações pelas horas que traba-lham fora do expediente. Isto leva--me às horas de formação que tenhode fazer na minha área científica efora dela, todos os anos, em horáriopós – laboral, a uma distância de 130km, pois, por razões economicistas,os centros de formação das zonas dointerior foram acabando para sesituarem nos grandes centros.

Com tantos reveses, questionose será possível chegarmos aMuito Bom ou Excelente, pelomenos aqueles professores quevivem a prática docente no seuquotidiano, com tantos níveis paraleccionar, com tantos alunos paraatender, individualmente, poiscada um é tão distinto nas suasnecessidades, com tanta formaçãopara fazer e tantas vicissitudes quenão tranquilizam nem promovemuma missão clara e inovadora paraa escola. E questiono o motivopelo qual um Bom não podetrazer-me compensações salariaisna carreira, quando acredito quepor trás de alguns Muito Bom eExcelente há algumas gaffes…

Pensando em 2010 desejo atodos um novo ano cheio deSaúde, Esperança e Boa Vontade efaço votos para que a razão e ocoração nos brindem com novasexpectativas e motivações.n

30/12/2009A professora Manuela [email protected]

MEMÓRIAS

CONSELHOS EDITORIAL e deFUNDADORES DO JORNAL DE OLEIROS

* João Ramos, Magistrado ilustre, estudioso e apaixonado pela regiãodo Pinhal Interior, oriundo da Freguesia do Estreito, é o Presidente doConselho Editorial e Provedor do Leitor do Jornal de Oleiros.

Velará pelo rigor de princípios do Jornal, pela manutenção da sua linhaeditorial. Pode ser contactado através do email:[email protected]

* Luís Mateus, Licenciado em Matemáticas, Oleirense insigne, é oPresidente do Conselho de Fundadores e responsável pelas relaçõesinstitucionais do jornal. Pode ser contactado para o email:[email protected] ou telefone 917 613 245.n

Da Memória ao Presente

Jornal de OLEIROS JANEIRO 201012

A festa onde é costume comerpassas, beber champanhe, admirar ofogo-de-artifício e dançar pela noitedentro, este ano, deve ser encaradacomo muito mais do que um meroreveillon. Foi, isso sim, umapassagem de ano que assinala aentrada numa década verda-deiramente marcante para ahumanidade – precisamente asegunda do século XXI. A décadaque se avizinha é particularmenteimportante na medida em que, numsucinto balanço, podemos concluirque os primeiros 10 anos desteséculo mais não foram do que acontinuação de tudo aquilo que demau havíamos feito ao longo dopenoso e pernicioso século XX. Defacto, o século passado ficouindelevelmente marcado como a erados conflitos armados à escalaglobal, com as I e II GuerrasMundiais, a Guerra-fria e ameaçanuclear a dominarem décadas a fiodo século XX. Para este cenáriomuito contribuíram os ditadoresque o Mundo nos ofereceu nesses100 anos – nomes que vão de AdolfHitler a Benito Mussolini, passandopor Mao Tse-tung, Josef Stalin,Generalíssimo Franco ou SaddamHussein, ainda hoje nos fazemtemer (e tremer) perante apossibilidade de que a história serepita.

Por tudo isto, no último fôlego dosegundo milénio, há precisamente10 anos, a esperança era muita. Oocaso do século XX foi marcadopor um algo irracional medo dodesconhecido, mas também pelainabalável fé de que o Homem seriadefinitivamente capaz de se assumircomo raça una e indivisível,ultrapassando diferenças de raça,credo, nacionalidade ou religião,unindo esforços para que este seja, acada dia que passa, um Mundomelhor. Hoje, olhando para trás,concluímos facilmente que essaesperança era infundada… 10 anosde terrorismo e contra-terrorismosob a égide de George W. Bush, eeis que uma década subjugados aosdevaneios de um “líder do Mundo

livre” (que aos ditadoresdo século XX não ficou adever nada no queconcerne a decisõesinenarráveis) é tudo oque temos paraapresentar à entrada para2010.

Finalmente, no dealbarda segunda década deste(ainda) novo século,parece que asmentalidades, osintérpretes e o discursoestão mesmo a mudar – a“guerra”, agora, só podeser uma: lutar por umMundo melhor, noverdadeiro sentido dapalavra, sob pena de nãodeixarmos nada para asgerações vindouras. Deacordo com os maiscredíveis e sustentadosestudos científicos, oPlaneta está a morrer. Oaquecimento global,provocado por décadas afio de poluição, séculosde actos irresponsáveisna busca permanente daevolução, da produ-tividade e do comodismo, é mesmouma realidade… Empurrados parao abismo pelas normas impostas porum capitalismo cada vez mais galo-pante (numa escalada desenfreadaque teve início na já longínquaRevolução Industrial do séculoXVIII), parecemos finalmenteperceber que as coisas vão mesmoter que mudar de uma vez por todas.E porque o Mundo, tal como oconhecemos hoje, não vai ser igualdaqui a 10 anos, esta é (tem mesmoque ser!) a década da mudança dementalidades.

Em 2020 ninguém vai conduzirautomóveis a gasóleo ou gasolina,já que os combustíveis fósseis estãona recta final da sua existência e osveículos movidos a energiarenovável tomarão o seu lugar comtoda a naturalidade. Se serão asbaterias de lítio ou a combustão a

hidrogénio a tomar o lugar do pe-tróleo, isso é irrelevante edependerá apenas dos próximos 2 a3 anos de investigação, mas queninguém se iluda: os tempos estão

mesmo a mudar. Em2020 todos os telhadosdas casas que hoje habi-tamos estarão equipadoscom painéis solares quenos permitirão não sóproduzir a nossa própriaenergia limpa, como atéganhar dinheiro com essamesma produção. Em2020 os limites impostospelo Protocolo de Quiotopara a emissão de GEE(Gases Efeito de Estufa)terão mesmo que serrespeitados, e Cimeirascomo a de Copenhaga emDezembro de 2009 nãoserão inconclusivas. Emsuma, em 2020 o Mundoserá, se tudo correr bem,um lugar bem melhorpara se viver.

É perante este desafiode salvar o Mundo(talvez o maior desafiocom que já nos depará-mos) que se encontraesta geração da Humani-dade. Leu bem: esta ge-ração, a nossa geração, anossa humanidade, tem

uma década para salvar o Mundo enão pode mesmo falhar, sob penade ser tarde de mais. E chegado aeste ponto crítico do meuraciocínio, dou também por mim nagénese da premissa que queriatransmitir desde o início deste texto– toda a Zona do Pinhal de ummodo geral (e o Concelho deOleiros em particular) temcondições para fazer deste desafiouma verdadeira oportunidade. Umaoportunidade única, irrepetível e,acima de tudo, exequível…

Se tomarmos como exemplo odistrito de Castelo Branco, queapresenta uma componente eólicasuperior a 50% da potência reno-vável do distrito e é já o distrito doPaís com maior potência eólicainstalada, este dado por si só já édigno de registo. Mas se tivermosem conta que Castelo Branco ostentaesta liderança num País que é já o

quarto produtor mundial de energiaeólica em termos relativos, então, ofeito assume contornos assom-brosos! Mas não fiquemos por aqui –a Estação de Biomassa cuja ins-talação está a ser equacionada para aFreguesia de Orvalho, Concelho deOleiros, permitirá (caso o projecto seconcretize) a produção de energia apartir da combustão de materialorgânico do nosso ecossistema. Umaenergia renovável de baixo custo,pouco poluente, e que permite umreaproveitamento de resíduos comum balanço final nulo de emissõesde CO2.

Quer isto dizer que, sendo a Zonado Pinhal um dos maiores“pulmões” da Península Ibérica, sea essa incomensurável dádiva daNatureza conseguirmos juntar acapacidade de produzir energiasrenováveis em larga escala, aconclusão só pode ser uma e é defácil dedução: o destino para ondeo Mundo inteiro pretende caminharna década que agora se inicia, éprecisamente o ponto onde nós nosencontraremos muito em breve –um habitat verde e limpo; puro esustentável; ecológico e natural.Em suma… o Paraíso na Terra.Para mim, para si, para nós, que co-nhecemos esta zona desde quenascemos, isto não é novidadenenhuma. Mas se conseguirmosfazer passar esta mensagem de for-ma eficaz, talvez esteja encontradaa forma de transformarmos o maiorde todos os desafios… na maisvaliosa das oportunidades.

PS – O Geopark Naturtejo daMeseta Meridional (que une osmunicípios de Castelo Branco,Idanha-a-Nova, Nisa, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e, comonão podia deixar de ser, Oleiros) éclassificado pela UNESCO comoum dos mais importantessantuários de vida selvagem daEuropa. E você? Já parou parapensar como é que classifica oParaíso onde vive?n

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COMO FAZER DE UM DESAFIO… UMA OPORTUNIDADE

ENSAIO SOBRE O AMBIENTE

Rui Pedro Brás