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296 ADSORÇÂO DE ACIDO EM CASSITERITA E FLUORITA RESUMO FARIAS DE OLIVEIRA 1 RUPEN ADAMIAN 2 A flotação de cassiterita é efetuada industrialmente com al- guns coletores aniônicos. Contudo, a seletividade em relação à fluorita tem representado um problema na indústria e mereci- do a atenção de pesquisas recentes. Neste trabalho são apre - sentados os resultados de estudos de adsorção de ácido oléico em cassiterita e fluorita. As isotermas de adsorção obtidas, a 25°c, são discutjdas com base no equilíbrio químico das espécies RCOJ-, (RCCX)) := , (RCCX))>H- e RCOOH(aq) em solução. Os cálculos correspondentes foram tuados através de um programa de computação que permitiu cons- truir os diagramas de concentração de todas as espécies em fun ção do pH, para cada concentração total de oleato. Os resulta dos indicam a possibilidade de flotação seletiva da fluoritã com baixa concentração de coletor. D.Sc., Professor Adjunto, Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, COPPE/UFRJ 2 D.Sc., Professor Titular, Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, COPPE/UFRJ

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ADSORÇÂO DE ACIDO olセico@ EM CASSITERITA E FLUORITA

RESUMO

josセ@ FARIAS DE OLIVEIRA 1

RUPEN ADAMIAN 2

A flotação de cassiterita é efetuada industrialmente com al­guns coletores aniônicos. Contudo, a seletividade em relação à fluorita tem representado um problema na indústria e mereci­do a atenção de pesquisas recentes. Neste trabalho são apre -sentados os resultados de estudos de adsorção de ácido oléico em cassiterita e fluorita.

As isotermas de adsorção obtidas, a 25°c, são discutjdas com base no equilíbrio químico das espécies RCOJ-, (RCCX)) := , (RCCX))>H­e RCOOH(aq) em solução. Os cálculos correspondentes foram ・ヲセ@tuados através de um programa de computação que permitiu cons­truir os diagramas de concentração de todas as espécies em fun ção do pH, para cada concentração total de oleato. Os resulta dos indicam a possibilidade de flotação seletiva da fluoritã com baixa concentração de coletor.

D.Sc., Professor Adjunto, Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, COPPE/UFRJ

2 D.Sc., Professor Titular, Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, COPPE/UFRJ

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ADSORçAo DE ÁCIDO OI.JbCO EM CASSITERITA E FLUORITA

José Farias de Oliveira, D.Sc., Professor Adjunto

Rupen Adarnian, D.Sc., Professor Titular

Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais

COPPE / UFRJ

RESUMO

A flotação da cassiterita é efetuada industrialmente com alguns co·­

letores aniônicos. Contudo, a seletividade em relação à fluorita

tem representado um problema na indústria e merecido a atenção de

pesquisas recentes. Neste trabalho são apresentados os resultados

de estudos de adsorção de ácido oléico em cassiterita e fluorita.

As isoterrnas de adsorção obtidas, a 25°C, são discutidas com base

no equilíbrio químico das espécies RCOO-, (RCOO):-, (RC00)2

H- e

RCOOH(aq) em solução. Os cálculos correspondentes foram efetuados

através de um programa de computação que permitiu construir os dia

gramas de concentração de todas as espécies em função do pH, para

cada concentração total de oleato. Os resultados indicam a ーッウウゥ「セ@

lidade de flotação seletiva da fluorita com baixa concentração de

coletor.

1. INTRODUÇÃO

Dentre os coletores utilizados na flotação de cassiterita, os ウオャヲセ@

succinarnatos e os derivados do ácido arsônico e do ácido fosfônico

predominam na prática industrial. O ácido oléi'co é bastante utili­

zado (1,2) para minérios nos quais o quartzo é o mineral de ganga

predominante. Entre os coletores alternativos que têm demonstrado

um grau de seletividade razoável, estão o cetil sulfato de sór1 io

(3,4), os ácidos hidroxãrnicos (5), os ácidos alcano-dicarboxílicos

(1,6) e ainda alguns reagentes cornplexantes corno o salicilaldeido

(7,8) e os ácidos arninofosfônicos (9,10).

A fluorita apresenta alta flotabilidade na presença dos coletores

que têm sido utilizados na flotação da cassi ter i ta, tendendo a CXJdta

298

minar os concentrados. A busca de uma situação adequada para este

problema tem suscitado, inclusive, a pesquisa de novos reagentes

(10). No entanto, um levantamento da literatura técnica revela

que o nível de conhecimento sobre o mecanismo de adsorção do ácido

oléico na cassiterita é イ・ウエセゥエッ@ e que as possibilidades de flota­

ção seletiva entre os dois minerais não foram suficientemente ex -

ploradas.

POLKIN et al. (2) estudaram a adsorção de ácido oléico em cassite­

rita por espectroscopia de infravermelho e dessorção seletiva e

concluíram que a cassiterita não forma oleato de estanho, descar -

tando a hipótese de quimissorção do ácido oléico no dióxido de es­

tanho, sendo a sua ligação considerada efetivar-se provavelmente セ@

través de impurezas na superfície do cristal de cassiterita.

SCHUHMANN & PRAKASH (ll), no entanto, relataram experimentos atra­

vés dos quais foi observada alta flotabilidade em cristais artifi­

ciais de cassiterita, numa ampla faixa de pH e de concentração de

ácido oléico, o que obviamente contraria a hipótese acima, de ャゥァセ@

ção através de impurezas. GOULD (12), no entanto, investigando a

aparente contradição, observou que o grau de cristalinidade é um

parâmetro que influencia diretamente a flotabilidade da cassiteri­

ta.

Neste trabalho, parte de um programa mais amplo visando identifi

car as condições favoráveis à flotação seletiva entre a fluorita e

cassiterita (13), são apresentados os resultados dos estudos de 。セ@

sorção relacionados aos sistemas ácido oléico-fluorita e ácido o­

léico-cassiterita em pH=B,O. Este valor de pH representa 」ッョ、セウ@

favoráveis para a flotação de fluorita (14).

2. MATERIAL E mセtodo@

As amostras de cassiterita utilizadas nos ensaios de adsorção ヲセ@

ram preparadas por tratamento de concentrados produzidos em Rondô­

nia, apresentando, após purifiçação e classificação granulométrica

na faixa entre 19 e 6 セュ@ um teor de 91,6% Sn. Entre outros ・ャ・ュ・セ@

tos presentes, detectados por espectrografia de emissão, porém não

quantificados, estão o Nb, Ta e Sr. A superfície especifica da a­

mostra assim caracterizada foi determinada pelo método de adsorção

de nitrogénio (método BET) em aparelho da CG Instrumentos Cientifi

299

cos Ltda. A superflcie especifica medida foi de 0,23 セ@ 0,03 m'/g.

A amostra de fluorita utilizada é .proveniente da mina de Itaborai,

RJ. Após moagem e purificação por separação magnética apresentou

um teor de 98,5% CaF2 na faixa entre 44 e 2 セュL@ utilizada nos en -

saias de adsorção. A superficie especifica foi de 0,38 セ@ 0,03m2 /g.

As soluções de oleato de potássio foram preparadas a partir de áci­

do oléico puro, da MERCK Ltda. Como reguladores de pH foram utili­

zados HCl e KOH de grau analitico. Em todo o trabalho foi utiliza­

da água destilada e desionizada, cuja condutividade determinada foi -6 -1 -1 -de 3,55 x 10 ohm ·cm . Testes expeditos de persistencia de es-

puma não indicaram a existência de contaminação , por substâncias ten

soativas.

A determinação da densidade de adsorção do ácido oléico em cassite­

ritq e fluorita foi efetuada através da diferença entre a concentra

cão inicial do reagente em solução e a concentração final após um

tempo de reação padronizado suficiente para ser atingido um estado

de equillbrio na interface. Uma amostra de 4,0 gramas do ュゥョ・イ。ャセ@

ra contactada com 40 ml de solução de oleato de potássio e o pH a­

justado repetidas vezes até estabilizar-se no valor desejado. Os

tubos de ensaio eram vedados e acoplados num disco vertical girató­

rio dotado de motor-redutor, através do qual os tubos eram lentamen

te invertidos de cabeça para baixo, à base de 16 inversões por ュゥョセ@

to. Após 18 horas de contato, os tubos de ensaio eram centrifuga -

dos a 1300 rpm (-400 g) durante 20 minutos, sendo em seguida ーゥー・エセ@

dos 25 ml da solução sobrenadante para a determinação da quantidade

residual de reagente em solução.

As análises de ácido oléico em solução foram efetuadas através do

método de GREGORY (15) para reagentes tensioativos aniônicos. A so­

lução de oleato era contactada com uma solução alcalina de cobre

trietilenotetramina e monoetanolamina, sendo o complexo formado ex­

traldo por uma mistura de isobutanol-ciclohexano. A análise era e­

fetuada pela adição de 5 ml da solução complexante e 10 ml de solu­

ção extratante a 25 ml de solução de oleato. Após agitação manual

por inversão da mistura 100 vezes, em tubos de ensaios fechados, as

fases orgânica e aquosa eram separadas por decantação e duas gotas

de uma solução de dietilditiocarbamato eram adicionadas à fase ッイァセ@

nica carregada, para o desenvolvimento de cor, sendo a amostra dei-

xada por 15 minutos no escuro. A concentração de áci -

300

do oléico era obtida em seguida, através da determinação da absor -

vância em 435 nm, num espectrômetro de absorção molecular, modelo

ANA-72 V da Tokyo Photo-Electric Co., Ltd.

3. RESULTADOS

Com base na superficie especifica das amostras, determinadas pelo

método BET e na quantidade de reagente adsorvido para cada concen -

tração de equilibrio, foram traçadas as isotermas de adsorção a25°C

observadas na Figura 1. A densidade de adsorção correspondente ao

recobrimento completo da superficie mineral, ou seja, à formação de

uma monocamada é apresentada também na Figura 1. Este cálculo foi

efetuado, c onsiderando-se a área da seção da molécula de ácido oléi o, -6 -

co igual a 20,5 A (16), sendo encontrado um valor de 8,0 x 10 mol·

·m-2

para a adsorção correspondente à formação de uma monocamada.

As isotermas de adsorção do ácido oléico nos dois minerais caracte­

rizam-se por apresentar três regiões distintas. Pela observação da

curva referent e à cassiterita, verifica-se, inicialmente, um aumen­

to da adsor ç ão para valores de concentração de equilibrio inferior - 5 - -5 a 1,5 x 10 M. A partir deste valor ate cerca de 8,0 x 10 M, a ad

- -6 -2 -sorçao permanece na faixa de 2_,5 x 10 mol•m , o que representa un

recobrimento de apenas cerca de 30% da superficie da cassiterita. A

partir de uma con9entração de equilibrio da ordem de 2,0 x 10-4M

tem-se um aumento súbito da adsorção que ultrapassa então a forma -

ção da primeira camada adsorvida. Ao ser a amostra contactada., por

- oo ·-1 - · o-5 exemplo, com uma soluçao de 5 mg·-<- , a adsorçao 。エセョァ・@ 6,5xl mol·

·m-2

, o que representa um recobrimento correspondente a mais de 8

camadas adsorvidas.

Quanto à fluorita, tem-se também uma primeira região de pronuncia -

do aumento da adsorção até a concentração de equilibrio atingir va--6 - . lores da ordem de 6,0 x 10 M. A adsorçao neste ponto 。ーイックセュ。@ -se

da formação da primeira camada, o que 0corre para uma concentração

de equilibrio de 1,5 x 10-5M. A partir deste valor até 2,0 x 10-4M,

o aumento da adsorção é extremamente lento, constituindo um patamar

em torno de 1,0 x 10-5 mol·m-2

• No entanto, ao se contactar a amos - - -4 tra com soluçoes de concentraçoes mais elevadas que 4 x 10 M, ob

serva-se uma tendência de adsorção em múltiplas camadas. Observa -- -5 -2 se, por exemplo, que um valor de adsorcao de 3,5 x 10 mol·m cor

responde a 4,4 camadas de recobrimento de ácido oléico.

301

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Uma observação das isotermas de adsorção de ácido oléico em cassite

rita e fluorita, em pH=8,0, conduz a algumas conclusões sobre o me-

canismo de adsorção nos dois casos.

em sua porção inicial um formato do

de classificação proposto por GILES

As curvas apresentam (Figura 1)

tipo L (Langmuir), no sistema

et al. (17). Após um trecho i-

nicial de aumento da adsorção com a concentração de ácido ッャ←ゥ」ッLッセ@

serva-se, para os dois minerais, uma tendência à saturação da adsoE

ção com formação de um patamar. Esse patamar representa, aparente­

mente, uma condição na qual todos os sítios disponíveis da superfí­

cie original estão sendo ocupados.

No caso da fluorita, a saturação ocorre para uma densidade de adsor - -6 -2

çao da ordem de 8 x 10 mol·m .Observa-se que este valor corres-

ponde exatamente à formação de uma camada compacta de íons oleatona

superfície do mineral. KLASSEN & MOKROUSOV (18) atribuem, por ou­

tro lado, a um menor grau de hidratação da superfície da fluorita a

sua maior flotabilidade em relação à barita, por exemplo.

O recobrimento ·completo da superfície da fluorita, por uma mono -

camada de íons oleato contrasta com a adsorção em apenas parte da

superfície da cassiterita, no trecho correspondente à saturação ob­

servada na Figura l. O patamar referente à isoterma da cassiterita,

correspondente a um recobrimento de apenas 30% da sua superfície é,

provavelmente, decorrente da pouca disponibilidade de sítios 。、・アオセ@

dos, carregados positivamente, para este valor de pH.

No entanto, para concentração de ácido oléico da.ordem de 3 x 10- 4M

as curvas de adsorção , com uma pequena defasagem, invertem a sua

concavidade, e seu formato indica que o ácido oléico passa a adsor­

ver-se fortemente, de maneira assintótica, mantendo-se a concentra­

ção de equilÍbrio praticamente inalterada. セ@ importante assinalar,

para interpretação deste comportamente, que o ácido oléico se apre­

senta em solução aquosa sob a forma de várias espécies 」ッューャ・ク。ウL」セ@

ja concentração relativa depende tanto do pH da solução como da

própria concentração total de oleato. Na faixa intermediária de

pH, estão presentes em solução tanto espécies iônicas, RCOO- e

HrcooIセML@ como molecular (RCOOH) e ionomolecular (RCOOl2H-. PUGH aq & STENIUS (19) atribuíram à presença simultânea destas espécies a

302

diminuição da tensão superficial de soluções de ácido oléico nesta

faixa de pH.

Segundo SOMASUNDARAN & ANANTHAPADMANABAN (20), as condições de ・アオセ@

librio para as diversas espécies em solução, a 25°C, são dadas por:

RCOOH (l) L Ks

RCOOH(aq) pKS = 7,6

RCOOH(aq) L. Kl RCOO- + H+ pK1 = 4,95

- .C. K2 ·- pK 2 =-4,0 2RCOO (RCOO) 2

RCOO - + RCOOH(aq) Lk3

(RCOO) 2

H - pK3 =-4,95

A partir das constantes de equilíbrio das reações acima, tem-se,coE

respondentemente, as seguinte equações, válidas a 25°c:

[RCOOH ] = l0- 7 • 6 (aq) (1)

[RCOO-] [H+] = lo- 4 • 95 [RCOOH ) (aq) (2)

•- 10 4 [RC00-]2

[ (RCOO) 2

] = e (3)

[ (RCOO) 2 H-] = 10 4 • 45 [RCOO-] [RCOOH]aq (4)

Além destas equações, pode-se escrever, com base no balanço de mas­

sas de oleato, que:

- 2- -[RCOOHaq] + [RCOO] + 2[(RC00)

2 ) + 2[(RC00) 2 H) c (5)

onde:

C = concentração total de oleato

O sistema de equações 2 a 5 foi resolvido através de um programa de

computação que permite calcular a concentração de todas as espécies

iônicas para cada concentração total de oleato, c , em função do -7 6 pH. No entanto, ao encontrar valores de RCOOH(aq) > 10 ' , tendo

em vista a condição limite da equação de solubilidade da espécie ュセ@

lecular, o programa despreza estes valores e calcula a concentração

das diversas espécies através das seguintes equações:

[RCOOH aql = 10-7,6

[RCOO-) = 10-12,55

[H+) (6)

•-[ (RCOO) •

RCOOH (1) c -

10-15,20

[H+]

303

e

(7)

(8)

{ [RCOO-] +2 [ (RCOO): -]+2 [ (RCOO) 2 H-]+ [RCOOH (aq)]}

(9)

os resultados foram impressos graficamente para as conentrações de 5 5 -4 i 1,5xl0- M, 8xl0- M e 3,5xl0 M, na forma de diagramas de equil -

brio que permitem observar a concentração das várias espécies de o­

leato em solução, como função do pH, a 25°C. Observa-se pelas ヲゥァセ@

ras 2, 3 e 4 que, para um valor de pH = 8,0, tem-se não apenas a カセ@

riação da concentração das espécies nos três diagramas, mas princi­

palmente uma variação da sua predominância relativa em função da

concentração total de oleato.

Para uma concentração total de 1,5xl0-5M (Figura 2), predominam, em

pH 8,0, as espécies セッョセ」。ウN@ No entanto, para uma concentração

de 3,5xl0- 4M (Figura 3), observa-se uma predominância de RCOOH(l) ,

devido à baixissima solubilidade do ácido em sua forma molecular

sendo menor a concentração das espécies iõnicas RCOO- e (RC00)2

-• Observa-se também por comparação das Figuras 2,3 e 4 que a concen -

tração máxima da espécie ionomolecular (RC00) 2 H- desloca-se para

valores de pH mais elevados com o aumento da concentração total de

oleato.

As concentrações de ácido oléico correspondentes aos três diagramas

estão assinaladas na Figura 1. Para a concentração de 1,5xl0-5M, a

adsorção se dá através das espécies iõnicas predominantes. Com o

aumento da concentração total para valores em torno de 8xl0-5M (Fi­

gura 3), tem-se para o mesmo valor de pH = 8,0, uma diminuição de

concentração das espécies iõnicas e uma maior influência relativa

das espécies molecular e ionomolecular.

O aumento brusco de adsorção para uma concentração total 、・SLUクャPMセ@

está, aparentemente, relacionado com a predominância de RCOOH(l)

Esta adsorção é decorrente, provavelmente, da interação de forças de

van der Waals entre a camada de coletor já adsorvida à superficie

mineral e goticulas submicroscópicas de ácido oléico não solubiliza

do. E: possivel, no entanto, que. esta não seja a única causa do au­

mento observado da adsorção. Pela comparação dos diagramas das Fi-

304

gu:cas 2, 3 e 4, verifica-se que a concentração relativa das espé

」ゥセウ@ iônicas RCOO- e (RCOO):- varia com a concentração da solução.

Para uma solução de ácido oléico 10-6M, os cálculos efetuados indi­

cam que a concentração de RCOO- é 100 vezes maior que a de (RC002-,

5 2 •

Para uma concentração de 1,5xl0- M, a concentração de RCOO- é cerca

de 10 vezes maior que a do dímero (RCOO):- (Figura 2). Observa- se

que esta relação diminui gradativamente e que, para 3,5xl0-4M, as

concentrações de RCOO- e (RC00)2

- , na faixa alcalina, praticamente 2

são idênticas (Figura 4). Desta forma, é de se esperar que a カ。イゥセ@

cão da concentração relativa das espécies em solução acarrete uma

mudança no mecanismo de adsorção. A preponderância da espécie

HrcooIセM parece ser, em parte, responsável pelo aumento da adsor -

ção em concentrações elevadas do coletor.

No caso da fluorita, por outro lado, a precipitação do oleato de

cálcio deve também desempenhar um papel importante. O produto de

solubilidade da fluorita, a 25°c, é igual a 4,0xl0-11 (21), o que - d . . d - d c 2+ d representa, em agua ・ウセッョセコ。@ a, uma concentracao e a e

8,6 mg·t-1 . Os íons oleato, na presença da fluorita, reagem com

os íons ca 2+, acarretando a formação de oleato de cálcio. Este, a­

presentando um produto de solubilidade de apenas 3,0xl0-15 (22) Lエ・セ@

de a se precipitar na superfície do mineral. Segundo MATIJEVIC et

al . (22), o oleato de cálcio apresenta alta mobilidade eletroforét!

ca negativa para valores de pH na セ。ゥク。@ alcalina. Este fenômeno ・セ@

tá em concordância com o aumento do potencial zeta negativo da fluo

:cita, a partir da concentração de 10-4M de ácido oléico, observado­

e m estudos posteriores (13), os quais confirmaram a possibilidade

de flotação seletiva entre a fluorita e a cassiterita através do

controle da concentração de coletor e do pH.da solução.

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AGRADECIMENTOS

Ao Eng9 José Ignácio de Andrade Gomes, pelo apoio na elabo­ração do programa de computação utilizado.

lo-4 (o) ( b) (c)

-o- Co!!ltcrlta -o- Fluorl ta

)> Q. ... o ... '(')

10"5 Ot o . セ@

セ@3 • N

I I I I ti I I I J I I I I I li -61 I 1(1(1!11 I I I 4 •3 セ@ ID-5 U ID

Concentroçóo de ácido olélco, M.

Fioura 1 - lsotermos de odsorçóo de ácido oléico cm cossiterita e fluorita, em pH c 8,0, a 25 OC.

"" o -..1

-3

r o -4

: I RCOOH(.e) R coo· l> : -5 < Q.

セ@ -6r a. Oセ@ HrcooIセM

ll -7[ RCOOH(aq) / Oセ@セM -8 7 I 2. ca ... - -9

2 6 8 lO 12 14

pH

Floura 2 - Dlaorama de dlstrl buiçõo das diversas espécies cfe oloato

em funçóo do pH. Conct'lntroçõo total: QLセ@ lt to- 5 M.

I w o CP

-3

MTセ@b -5 IQ -l> ; -6 Q. Ci Q. -7 ca

§" a -8 '&. n fi" -9 -

.Figura 3

RCOOH (t) R coo·

2-(RC00)2

(RC00)2 H-

14

- Diagrama de distribuição das diversas espécies da olooto

em função do pH. Concentraçõo total 8 x 10-5 M.

w o 1D

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14

PH

4 - Dlaorama de distribuição das diversas espécies de oleato em função do pH. Concantração total : 3,5 x-4M.

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311 1 REM PROGRAMA PARA CALCULO OAS QIVERSAS ESPECIES IONICAS 2 REM EM lJM,<\ SOLUCAO DE ACIDO OLI:liM <DIAGRAMA DE FASES 3 セem@ CONCENTRACAO VERSUS PH> 50 KEY OFF 100 SCREEN 2 200 OIM XC14>,X1C1 4 ),X3C14),X4C14>,X5(14) RセP@ diセ@ YC14l,Y1C14l,Y3C14),Y4C14l,Y5C14) 300 INPUT ' CONCENTRACAO TOTAL ' ;C 350 c:..s 360 linecTセLPIMサTPLQYYI@370 セinecTPLQYY^McVTPLQYY^@372 FOR 1=1 TO 14 374 MinecTPKセTPJiILQYYャMHTPKcTPJiャLャYVI@376 NEXT I •

378 FOR 1•0 T0.200 STEP 20 380 セ Zn ec TPLAャMHTTLi^@

:382 NEXT I 400 FOR phセャ@ TO 14 N[ セNhセ@ ;1=i0jl>,-l''n

500 A=C20J00+12*1 •• 9.9)*H> UセQ@ B=1+H/i0•-4 . 95 650 xP]cMbKsqrHセIIO サRJaャ@

700 xセゥ]cMSMsqrcPIIOHRJaI@750 iセ@ CX0:m> THEN X<PH>•X01 ELSE XCPH>=X0 800 セゥHpセIセxエpセIJhOQPMT N YU@350 :F xセサpセ^^QPMW N V ⦅then@ xャ\phI ゥPMW N VZxcph^ セQP QRNUUOhZ@

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QPセP@ y\セエMQI]MRPᄋᄋャゥlog\x\pヲMZ^@ >*.434294 セPUP@ yQc_h^]MRPJlog\セゥ\ph^^JNTSTRYT@セ セPP@ セSHPセI]MRPセlog\xScphャャJNTSTRYT@

1150 yTcpセI。MRPlogcxTHphjIr N TSTRYT@

1160 PR!NT xャphIャxセcphセ[xSc P h^[xTcphI[xU\phI@

1200 r::- X::iCP:-!)=0 T·!EN Y5CPH>=199 :GQTO f300 1250 Y5C?K>=-20*LOGCX5<PH>>* . 434294 1300 NEXT Pli セSUP@ セinecTPLQYYャMcTPLRPPI@

i40A FOR phセQ@ TO 14 145. LINE-<40•PH,YCPH>> 1500 N:::XT PH l550 "LINEC40,199l-C40,200) l600 foセ@ ?H• l TO 14 1650 l!NE-I40*PH,Y1CPH>> :..700 NEX7 PH 1750 LINEC40,199)-{40.,200) 1800 FOR PH=1 TO 14 1850 LINE- 140MPH,Y3CPH>> 1.'}00 NEXT PH 1950 L!NEC40,199)-{40,200) 2000 FOR PH=1 TO 14 2050 LINE-140*PH , Y4CPH> > 2:..00 NEXT PH 2:..50 LINE <40,199)-(40,200) 2200 FOR PK=1 TO 14 2250 LINE-C 40*PH,Y5CPH)) 2300 NEXT PH Pronto