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POLÍTICAS DA ORGANIZAÇÃO, PLANOS DE AÇÕES DAS ESTRATÉGIAS
DA ORGANIZAÇÃO, CONTROLES ORGANIZACIONAIS E IMPLANTAÇÃO
DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (Rezende, 2012; Oliveira, 20011)
Políticas da Organização
As políticas relatam as orientações ou regras gerais de gestão da organização.
Elas tendem a ser mais perenes na organização. Também podem ser definidas como um
conjunto de intenções emanadas da alta administração das organizações (REZENDE, p.
101).
No relato das políticas organizacionais sugere-se mencionar frases abrangentes
que possam ser absorvidas e praticadas por todos na organização. Podem ser
estabelecidas pela gestão, solicitadas pelo corpo técnico da organização e ainda
impostas por fatores externos (inclusive oriundas de legislações). Tais frases
abrangentes, posteriormente, serão detalhadas pelos procedimentos operacionais para
executar e viabilizar as referidas políticas (REZENDE, p. 101).
As regras respeitantes a uma direção, o conjunto de objetivos que formam
determinados programas de ação e condicionam a execução podem ser considerados
conceitos de política. Todos estes conceitos tem a intenção de obtenção de resultados
desejados (REZENDE, p. 101; OLIVEIRA, p. 216).
Do ponto de vista estratégico, as políticas organizacionais podem contribuir
significativamente para a inteligência da organização. No que tange ao cotidiano da
organização, as políticas permitem resoluções de forma padrão. E ainda podem
uniformizar e facilitar a elaboração de atividades operacionais e processos de trabalho,
reduzir o tempo para tomada de decisões, melhorar a comunicação interna, mediar
pressões, harmonizar comportamentos, minimizar atritos, combater desperdícios, evitar
erros e economizar gastos. Quando se praticam exceções às regras definidas nas
políticas organizacionais, normalmente são geradas insatisfações, transtornos,
ineficiência, injustiças e outras dificuldades (REZENDE, p. 101).
No projeto de planejamento estratégico, as políticas da organização devem ser
escritas por meio de frases abrangentes (REZENDE, p. 101). Nas organizações
públicas, tal como a missão, a visão e os valores, as políticas também podem estar
formalizadas, mesmo que parcialmente, na regulamentação jurídica que a constituiu.
Como exemplo, tais políticas também podem estar relacionadas com: o serviço público
propriamente dito; a qualidade de vida do cidadão; as questões sociais e educacionais; o
incentivo às vocações locais, tecnológicas, empreendedoras e inovadoras; a preservação
do meio ambiente, dentre outras políticas públicas (REZENDE, p. 101-102). Nas
organizações privadas, esses exemplos parciais podem facilitar a elaboração das
políticas: “o relacionamento com cidadão, clientes e colaboradores deve ser gentil,
educado e acolhedor ...”; “ênfase na efetividade, qualidade, produtividade, segurança e
continuidade das atividades ...”; “utilização de equipes multidisciplinares ou comitês
...”; “emprego de metodologia para ... e normas e padrões técnico-operacionais ...”;
“compras mediante disponibilidade financeira ... pagamento em dia e à vista ...”;
“aproveitamento máximo dos recursos disponíveis em relação a custos, benefícios,
riscos e viabilidades de forma positiva ...”; “padronização de ... e observação das
1 Resumo dos textos consultados em Oliveira (2001) e Rezende (2012). Todo este texto
é literal aos originais consultados e compreende um formato de fichamento literal.
tendências de ...”; “os funcionários são avaliados pelos seus resultados apresentados,
independentemente das relações internas ou pessoais”; “todos os colaboradores devem
ter habilidades humanas ativas ...”; “a disciplina do trabalho deve ser conveniente ao
funcionamento regular da organização ...”; “os problemas ou desafios da organização
devem ser apresentados com a formalização de soluções criativas e alternativas ...”; “a
pontualidade e assiduidade devem ser respeitadas ...”; “as atividades da organização
devem ser elaboradas em equipe que integre as pessoas na organização e que respeite os
princípios de educação, respeito ... higiene pessoal ...”; “o meio ambiente deve ser
respeitado ...”; todo tipo de desperdício deve ser evitado ...”; entre outras políticas
(REZENDE, p. 102).
Por opção, as políticas da organização podem ser descritas separadamente pelas
funções organizacionais ou ainda pelos seus serviços ou produtos (REZENDE, p. 102).
As políticas da organização tem uma relação direta com os valores da
organização. Por exemplo, caso a organização opte pelo valor “respeito ao ser humano”,
as políticas organizacionais devem contemplar as questões relacionadas com esse valor,
tais como: recrutamento interno é preferencial em relação ao recrutamento externo;
remuneração adequada aos seus colaboradores; capacitação ou treinamento antes de
elaboração de atividades; decisões organizacionais são tomadas com base em consulta
aos colaboradores (incluindo corpo gestor e corpo técnico). (REZENDE, p. 102). Em
OLIVEIRA (p. 218-219) é apresentada uma classificação de políticas. Entre estas as
políticas específicas (relacionadas a uma área específica da empresa). Entre outras, „o
pessoal da linha de produção receberá prêmios por nível de qualidade de produção‟, „os
vendedores farão rodízio de zona de vendas a cada ano – área comercial‟.
À medida que as políticas são definidas, podem ser aplicáveis em decisões e
ações repetitivas e análogas, planejando e formalizando metodologias e normas de
trabalho (REZENDE, p. 102).
Planos de ações das estratégias da organização.
As ações são atividades para atender ou detalhar as estratégias da organização e
devem ser formalizadas por meio de planos de ações (REZENDE, p. 121). Os planos de
ações também podem ser chamados de execução do planejamento estratégico
(REZENDE, p. 121) ou planos de trabalho (REZENDE, p. 41).
A ação é a ponte entre a intenção e a realização. A estratégia nada significa até
que se transforme em ação, e esta em resultados (REZENDE, p. 121). A técnica 5W1H
(do inglês: who – quem, when – quando, what – o quê, where – onde, how – como; e
why – por quê) também pode facilitar a formalização dos planos de ações/trabalho
(REZENDE, p. 41; 121).
No projeto de planejamento estratégico, os planos de ações das estratégias da
organização devem ser formalizados por meio dos planos de trabalho com atividades
para toda equipe multidisciplinar envolvida, definindo: ações ou atividades ou tarefas a
serem elaboradas; responsáveis pelas ações; período ou tempo para realização das
ações; e recursos necessários para realização das ações (REZENDE, p. 41; 122).
As ações, ou atividades ou tarefas descrevem “o que fazer” para atender à
estratégia definida. As ações devem ser compostas por: verbo e objeto (REZENDE, p.
41; 122).
Para facilitar a formalização, alguns exemplos de ação podem ser citados:
preparar documento; formalizar equipe; descrever cargo; selecionar pessoas; contratar
fornecedores; elaborar contrato; organizar local de evento; imprimir folder; realizar
evento; visitar clientes; estruturar indicadores; examinar local; limpar equipamento;
analisar resultado; emitir relatório; arquivar impressos; entre outras atividades menos
abrangentes e não amplas (REZENDE, p. 122).
Os responsáveis descrevem “quem fará” cada ação. Podem ser pessoas físicas,
pessoas jurídicas, unidades departamentais ou, ainda, papéis, cargos ou funções
específicas relacionadas com a equipe multidisciplinar do projeto (...)(REZENDE, p.
41; 122).
O período ou tempo descreve “quando fazer” cada ação. Podem ser datas
previstas e realizadas, com dia, mês e ano de início e fim. Também podem ser prazos
em dias, semanas ou meses (REZENDE, p. 41; 122).
Os recursos necessários descrevem “como fazer” cada ação. Dizem respeito a
todos os recursos necessários (por exemplo, materiais, equipamentos, veículos, salas,
tecnologias etc.) e também aos recursos humanos envolvidos. Os recursos financeiros
podem ser citados (...) e buscam-se a validade e as viabilidades para as estratégias da
organização (...). (REZENDE, p. 41; 123).
Por opção, também podem ser requeridos os resultados esperados para cada
ação. Tais resultados podem estar relacionados com metas ou indicadores, sejam
operacionais, gerenciais ou estratégicos (...) (REZENDE, p. 123).
Algumas organizações optam por formalizar as ações das estratégias da
organização em quatro colunas: problemas ou desafios; objetivos; estratégias; e ações
da organização. Assim, para cada problema podem ser estabelecidos um ou mais
objetivos, uma ou mais estratégias e diversas ações para atender às referidas estratégias.
Como é um processo cíclico, pode-se ir refinando (reescrevendo, juntando ou
excluindo) os problemas identificados, os objetivos formalizados e as estratégias e
ações estabelecidas (REZENDE, p. 123).
Também por opção, ainda podem ser descritos “onde” serão realizadas as ações
e “por que” são necessárias as referidas ações. E posteriormente pode ser descrito um
status que expresse o estado do andamento da atividade (não iniciada, realizada, em
andamento, depende de outras etc.) (REZENDE, p. 41; 123).
Controles Organizacionais
Como conceito, controle é fazer algo que aconteça da forma como foi planejado
(REZENDE, p. 130). Os principais objetivos dos controles são: definição de padrões e
medição de desempenho; acompanhamento; correção de desvios; e garantia do
cumprimento do planejamento estratégico organizacional (REZENDE, p. 131). Em
OLIVEIRA (p. 241, 249-250) temos a conceituação e os níveis de controle.
Níveis de controle do planejamento e da organização
Os controles organizacionais podem ser divididos em estratégico, tático ou
gerencial e operacional ou técnico (REZENDE, p. 131).
Os controles estratégicos se concentram na monitoração e avaliação do processo
da administração estratégica para garantir o funcionamento integral do planejamento
estratégico da organização. Sua principal finalidade é contribuir para a organização no
alcance dos objetivos do ponto de vista estratégico por meio da monitoração e avaliação
do planejamento estratégico da organização. Normalmente, sua dimensão de período ou
tempo é o longo prazo. Seu conteúdo tem caráter mais genérico e sintético (REZENDE,
p. 132). Outras abordagens dos controles estratégicos estão relacionadas com o
desempenho global da organização, com as informações estratégicas organizacionais,
com as visões macro dos indicadores relacionados com as funções organizacionais
(REZENDE, p. 132).
Os controles táticos ou gerenciais se concentram na monitoração e avaliação do
processo da administração estratégica para garantir o funcionamento tático ou gerencial
do planejamento estratégico da organização. Sua principal finalidade é contribuir para a
organização no alcance dos objetivos do ponto de vista tático (ou gerencial ou
intermediário) por meio da monitoração e avaliação da implementação do planejamento
estratégico da organização (REZENDE, p. 132). Normalmente, sua dimensão de
período ou tempo é o médio prazo. Seu conteúdo tem caráter mais intermediário, ou
seja, entre o genérico e o específico que se refere aos controles operacionais
(REZENDE, p. 133). Outras abordagens dos controles táticos estão relacionadas com o
desempenho específico de um ambiente da organização ou de um serviço ou produto,
com as informações táticas (ou gerenciais), com as visões intermediárias dos
indicadores relacionados com as funções organizacionais (REZENDE, p. 133).
Os controles operacionais ou técnicos se concentram na monitoração e
avaliação do processo da administração estratégica para garantir o funcionamento
operacional e cotidiano do planejamento estratégico da organização. Sua principal
finalidade é contribuir para a organização no alcance dos objetivos do ponto de vista
operacional (ou cotidiano ou técnico) por meio da monitoração e avaliação da
implementação do planejamento estratégico da organização. Normalmente, sua
dimensão de período ou tempo é o curto prazo. Seu conteúdo tem caráter mais
específico e analítico (REZENDE, p. 133).
Em cada nível de controle, deve ser enfatizado “o que” controlar e “quem” são
os responsáveis pelos referidos controles (REZENDE, p. 134).
Nos controles estratégicos, a ênfase do controle está nos objetivos da
organização e nos resultados das funções organizacionais primárias (produção ou
serviços e comercial ou marketing) tendo como responsável a alta administração da
organização (REZENDE, p. 134).
Nos controles táticos ou gerenciais, a ênfase do controle está nas estratégias da
organização e nos resultados das funções organizacionais secundárias, tendo como
responsável o corpo gestor da organização (REZENDE, p. 134).
Nos controles operacionais, a ênfase do controle está nos planos de ações das
estratégias da organização (...), tendo como responsável o corpo técnico da organização
(REZENDE, p. 134).
O controle global do planejamento estratégico deverá ser elaborado por meio de
um Comitê Estratégico, formado principalmente pela alta administração e corpo gestor
da organização (REZENDE, p. 135). Os produtos das ações organizacionais definidas
podem ser medidos por meio de indicadores (REZENDE, p. 137).
Em Oliveira (2001, p. 44-47), temos uma representação destes planos objeto dos
controles discutidos acima. No nível estratégico, o planejamento estratégico. No nível
gerencial, o planejamento mercadológico (de marketing), o planejamento financeiro, o
planejamento de produção, o planejamento de recursos humanos, o planejamento
organizacional são as denominações exemplificativas apresentadas. No nível
operacional, por exemplo, para o plano de marketing (plano de promoção; plano de
vendas; plano de pesquisas de mercado); no plano de produção (plano de capacidade de
produção, plano de estoques, plano de utilização de mão-de-obra); no plano de recursos
humanos (plano de recrutamento e seleção, plano de treinamento, plano de cargos e
salários).
No projeto de planejamento estratégico, o período de abrangência deve ser
formalizado com a definição do período ou tempo e com uma justificativa. Tanto o
período ou tempo como a sua justificativa estão diretamente relacionados com o período
ou tempo formalizados nos objetivos e nas ações das estratégias da organização
(REZENDE, p. 142).
No projeto de planejamento estratégico, o período de revisão deve ser
formalizado com a definição do período ou tempo e com uma justificativa. O período ou
tempo de revisão e sua justificativa devem ser coerentes com o período de abrangência.
As revisões podem ser, por exemplo: bimestral, trimestral ... Evidentemente, mesmo
com esse período definido para as revisões, qualquer mudança no meio ambiente
externo ou qualquer impacto no meio ambiente interno possibilitará uma revisão no
planejamento estratégico da organização (REZENDE, p. 142).
Implantação e Divulgação do Planejamento Estratégico
A aprovação formal do projeto de planejamento estratégico valida as decisões da
equipe multidisciplinar que agora se constituirá em um comitê gestor para execução do
projeto. Nessa formalização subentende-se que estão assegurados todos os recursos para
a realização dos respectivos planos de ações das estratégias e objetivos da organização
(REZENDE, p. 150). A execução do planejamento estratégico da organização (...) está
relacionada com as atividades de efetivação desse projeto como um processo
organizacional contínuo (REZENDE, p. 154).
Inúmeras são as formas de ampla divulgação do planejamento estratégico, por
exemplo: recursos tecnológicos da tecnologia da informação e da Internet; reuniões;
visitas; quadros de avisos; murais; editoriais; mala direta; jornais internos; envelopes de
pagamento; encartes; pôsteres ou banners; bottons; megafones; conversas informais; e
outras técnicas e instrumentos formais ou informais do marketing institucional interno
(REZENDE, p. 150).
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos,
metodologia e práticas. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
REZENDE, Denis Alcides. Planejamento estratégico público ou privado: guia para
projetos em organizações de governo ou de negócios. 2. ed. revisada e ampliada. São
Paulo: Atlas, 2012.