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OLIVEIRAh1ý-ANTUNES1 '"'i.
ADVOGADOS ASSOCIADOS1015.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE iUSTIÇAiOmJ
ESTADO DO PARANÁ.
Apelação n2 1283234-7
ITAÚI UNIBANCO S/A, já qualificado nos autos da apelação identificada acima interposta
contra CONSTRUTORA KWITSCHAL LTDA, com fulcro nos artigos 105, inciso III, alínea "a" e "c", da
Constituição Federal e 541 e seguintes do Código de Processo Civil, vem interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
pelas razões anexas, requerendo, uma vez recebidas, sejam remetidas ao Superior Tribunal
de Justiça.
Requer, por oportuno, a juntada da guia devidamente recolhida, referente ao porte de
remessa e retorno do Recurso Especial.
Por fim, requer que todas as intimações realizadas através da Imprensa Oficial, que digam
respeito ao ITAU UNIBANCO 5/A e/ou seus procuradores, sejam efetivadas em nome do advogado
Jorge André Ritzmann de Oliveira - OAB/SC 11.985 e OAB3/PIR 58.886, sob pena de nulidade do ato.
Nestes termos,Pede deferimento. .
Curitiba, 15 de julho de 2015.
Jorge André Ritzmann de Oliveira la antos Machado
OAB/SC 11.985 e OAB/PR 58.886 OAB3/PIR 61.287 0
Blumenau - SC - Rua Frederico Guilherme Busch, n0 87, 10, 20 e 30 andares, Jardim Blumenau - CEP 890 10-360 - F: 47 3041 9565
Curitiba - PR - Av. Cândido de Abreu, nol 526, Conj. 1210-A, Centro Cívico - CEP 80530-000 - F: 41 3352 7909 - 41 3402 9565Porto Alegre - RS - Av. Borges de Medeiros, n0l 2105, Conj. 1702, Praia de Belas - CEP 90020-024 - F: 513407 2284-513094 2284
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OLIVEIRA~j~ANTUNES 1ADVOGADOS ASSOCIADOS
capitalização de juros na forma anual, para que seja admitida é necessária também a
expressa previsão contratual, a fim de não surpreender o consumidor. 5. "A cobrança de
tarifas e taxas pela prestação de serviços por instituição financeira deve ser prevista no
contrato ou expressa e previamente autorizada ou solicitada pelo correntista, ainda que de
forma genérica" (Súmula 44 - Ti). 6. Quanto aos históricos que muito embora apontados
como não pactuados em contrato ou autorizados, decorreram da movimentação financeira
e não podem ser considerados indevidos, sob pena de enriquecimento sem causa, pois
efetuados em proveito da autora, ou seja, o débito foi em seu favor, pela sua própria
nomenclatura. 7. Demonstrado que há cobrança à maior, deve ser restituído os valores de
forma simples. 8. O crédito declarado em favor da parte autora, deve ser contabilizada em
consonância com os índices oficiais adotados por este Tribunal de Justiça, qual seja a média
do INPC e IGP-DI, sendo o índice que melhor reflete a desvalorização da moeda. 9. Se cada
litigante for em parte vencedor e vencido, serão proporcionaímente distribuídos e
compensados entre eles os honorários e as despesas. Apelação Cível parcíalmente
provida.
O acórdão supra ainda foi integrado pelo seguinte julgamento dos embargos de declaração:
EMBARGOS DE DECLARA ÇÂO. OMISSÂO. INEXISTENTE. MATÉRIA DEBATIDA NO RECURSO.
IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. MERO INCONFORMISMO.- Os embargos de declaração
devem respeitar os limites do art. 535, do Código de Processo Civil, não cabendo revisão de
matéria já decidida pelo Tribunal, mesmo que para fins de prequestionamento.- Houve
apreciação e julgamento da matéria que foi posta em discussão na demanda, pelos
critérios e convicções que melhor entenderam os Desembargadores para o caso. Portanto,
descabem os embargos de declaração com a finalidade de obter o reexame da causa e dar
efeitos infrigentes ao julgado. Embargos de Declaração rejeitados.
O presente recurso insurge-se contra o acórdão recorrido pela alínea "a", do art. 105, inciso
III, CF, por entender que violou aos seguintes dispositivos de lei federal:
a) artigos 535 1 e II e 458, li, ambos do Código de Processo Civil - ausência de fundamentacão às____________
matérias levadas à apreciação do Tribunal;
b) artigos 113, 187 e 422 do Código Civil - por não ter observado a manifesta deslealdade e abuso
de direito na postura do autor quando veio a iuizo;
c) artigos 42,1V e IX, e 92 da Lei 4.595/64 - por considerar indevida a cobrança de tarifas;
d) artigo 42, do Dec. 22.626/33 e ao art. 591, do CC - por afastar a capitalizacão anual de juros;
f) artigos 406 e 591 do Código Civil, dc o Art. 39, § 42, da Lei 9.250/95 - determinar na repetição de
indébito iuros moratórios cumulados com correção monetária;
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OLIVEIRA(&ANTUNES1 /ADVOGADOS ASSOCIADOS
o recurso também se insurge em face do acórdão recorrido com fulcro alínea "c", do art.
105, inciso lii, CF, por divergência em face jurisprudência veiculada nos seguintes precedentes
paradigmáticos:
a) RESP 1.202.514/RS, Rei. Min Nancy Andrighi, <a luz da boa fé contratual não é crivei a
postura da parte de, após tanto tempo em silêncio, manifestar inconformismo com
lançamentos de longa data);
b) RESP 1.270.174-RS, 2ý Seção, legalidade da cobrança das tarifas bancárias);
c) ED3cl no AgRg no Ag nQ 616328-MVG, 42 Turma, <da legalidade da capitalização anual dos
juros);
di) Resp 1.111.118/PR, Min. Luis Felipe Salomnão, <a taxa de juros moratários prevista pelo
legislador no Diploma Civil é a Taxa SELIC).
DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO ÀS MATÉRIAS LEVADAS À APRECIAÇÃO DO TRIBUNAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 458,11I, 535, 1 E li, AMBOS DO CPC <LEI N. 5.8 69, DE 11 DE JANEIRO DE
1973).
Visando obter expresso posicionamento do Tribunal local quanto à questão relevante para o
deslinde da lide, o recorrente opôs oportunamente embargos declaratórios pugnando pelo
reconhecimento da omissão no v. Acórdão de matérias de ordem pública que exigem
esclarecimento.
Nesse particular, os embargos de declaração foram assim deduzidos <destaques do original):
1. SOBRE OS CHAMADOS "LANÇAMENTOS SEM AUITORIZA ÇAO' OS QUAIS NAO SE
CONFUNDEM COM TARIFAS BANCÁRIAS OU SERVIÇOS PRESTADOS.
No acórdão embargado, esse Tribunal manteve a condenação do embargante no tocante à
restituição de tarifas bancárias, com a ressalva das taxas /tarifas que vieram em proveito da
autora, ou seja, o débito foi em seu favor, pela sua própria nomenclatura, bem como, CPMF,
IOF e IOC, que são impostos, e, portanto, de recolhimento compulsório, decorrente de lei, são
devidos, sob pena de enriquecimento ilícito. Com base nisso, determinou a restituição dos
lançamentos de código 78, 80 e 97.
Em outras palavras, reconheceu-se não ter a correntista apelante percebido a retirada desses
valores da sua conta-corrente, muito embora a respeito deles nunca tenha detectado em suas
declarações de renda ou, muito menos, formulado qualquer reclamação especifica ao longo
de muitos anos, até a prapositura desta demanda (na qual, diga-se de passagem, também
não foram especificados!).
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ADVOGADOS ASSOCIADOS 001559
prova documental de que houve autorização do correntista para cada uma da<~branças
(tais como parcelas de empréstimos, pagamentos de contas etc.).
Em manifestações anteriores, o Embargante explicou que a devolução desses lançamentos
configuraria verdadeiro enriquecimento sem causa, como bem percebeu o d. Juízo Singular
ao indeferir a pretensão. Tais débitos representam, na realidade, pagamentos em benefício
do próprio correntista.
Por isso, é indispensável que esse TJPR primeiramente esclareça, textualmente, no Acórdão,
por que considerou tais lançamentos como <'serviços debitados sem autorização" do
correntista.
3. OMISSA O: o v. Acórdão ignorou as provas que atestam, a pertinência desses lançamentos
débito, bem como os princípios da boa-fé objetiva e do enriquecimento sem causa.
Assim como a perícia, o v. Acórdão também ignorou as provas que atestam a pertinência de
todos esses lançamentos. Os documentos juntados aos autos comprovam a justificativa
individualizado para cada débito questionado e as autorizações especificas para diversos
deles, levianamente apontados como indevidos. Por meio deles, afere-se concretamente que
aquelas operações bancárias se referiam a:
a) Quanto aos débitos sob o código "78 - DÉBITO ENCARGOS ADIANTAMENTO
DEPOSITANTES"
Já com relação aos débitos ocorridos sob o código <78 - DÉBITOS ENCARGOS
ADIANTAMENTO DEPOSITANTES'; cabe ressaltar que são lançamentos realizados via sistema
sem geração de documento, e referem-se a encargos provenientes da utilização de recurso
nas seguintes situações: a) depósito em cheque indisponível, b) acolhimento de retirada ou
débito sem que haja fundos; c) devolução de cheque sem saldo na conta corrente; d)
utilização de capital além do disponibilizado através do contrato de abertura de credito em
conta corrente; e) lançamento referente à comissão sobre valor liberado.e
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ANTUNESO50S ASSO0C IAD OS
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Encarcn pro en:rnbe da utiização de- rec,,,geFado pelo depóssio em cheque inli3pcflível,acoimerto de retirada ou débito b~nqu alafindos ou dlevolução de cheque se nsaldo nacoma cnrrenle, serdo seu. debro R~ alizado viasistemn sem geraeno, de ioocumero. Encargoprrvcni ntc da utilizaçáo de rceur,,o gerdo ýpel
78 7 DEBRUO EN(:AR<3'S ADlANTAMENTC dep-âsr-o em cheque ind1sponivel, icolhirne1to14A35/6 DEFCWlT1Ni=S 78,7 DEBITO ENCARC30f5 d rd ur~fl e u mj udso1 5Q6í35 ADIAN TANIEtTO 1EPUEOO-TANTEST' 8.7- ;)n- ,2 wi-O o u ifnoo
11 5 DE61ITO EIWCÀRGO5 ADIANTAMEN70 2,29 devolu:,ão de cheque sem sald.a ira conta
DEFOSITANTES conrenle, sendo seu déb.!:o realizado vía sisteni;sem gerafc de documento. 1Encargo :ýroveni eida utllnçýýào de recurso geradc pýelo depós.lo echeque in.iisporivel. woflihTerto de retira'da etdébito sem que haja fundos ou de,.oluçdào deche.qu w.~l ni rnt ýnl7mrente'., sepnda seidébito realizado via sistema sem çeraCco dedocumento-
Desta forma, resta demonstrado que ao contrário do imaginado pelo emýiargante, tais
débitos originaram-se, exatamente, pela ausência de recurso do Limite de Crédfito Rotativo
em Conta Corrente, motivo que vem obstar a consideração dos mesmos coma juros
remuneratórios pela utilização do limite contratado.
b) Quanto aos débitos sob o código 80 - Deb. Conf. Aviso - CTB
Os lançamentos efetuados sob o código 80 Débito por CTB (débito por contabilidade),
também correspondem a pagamentos de obrigações em benefício Apelante, ficando os
comprovantes contóbeis destes lançamentos em poder daquele e não mais do réu como
pretende argumentar.
Com relação a esses lançamentos, esclarece o apelado quýe são opera çães indicadas nos
extratos como: "DÉBITO POR CAIXA", "DÉBITO CONFORM/T AVISO- e "DÉBITO POR CTB", e se
referem a todos os pagamentos de contas do correntisto (COMO POR EXEMPLO, FATURAS DE
TELEFONES, TODOS OS TIPOS DE BOLETOS BANCÁRIOS, MENSALIDADE TV POR ASSINATURA,
SEGURO, PLANO DE SAÚDE ETC.).
A variação de cada rubrica dependia do canal em que o pagamento era solicitado, por
exemplo, diretamente no CAIXA DÊ ATENDIMENTO (CÔO. 63), através de OUTROS CANAIS
(CÓD. 80), tais como caixas automáti!.,os, telefone, mediante solicitação direta ao Gerente ou,
ainda, através de solicitação do credor com autorização do devedor (prática que deu origem
ao chamado débito automático).
Os lançamentos descritas nos extratos sob o histórico "80.9 - DÉBITO POR CTB (BLAM)'i, se
referem ao pagamento periódico de contraprestações de contlratos de arrendamento
mercantil (Leasing), sendo seu débito reafiiado via sistema sem oeração de documento.
Conforme já devidament? esclarecido pela Prestação de Coptas já juntada aos Autos pelo
embargante, os lançamentos havidos sob esta rubrica foram os listados nos quadros a seguir:
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Dest a forma resta demonstrado a impossibilidade de referidos lançamentos sejam
considerados como desconhecidos pelo embargado, haja vista a relevância e a periodicidade
dos valores debitados, leva a concluir que, se tais lançamentos não fossem efetivamente
autorizados pela correntista, a mesma haveria de ter se manifestado na época de seus
lançamentos.
O que se quer dizer em relação a todos esses lançamentos, cuja restituição foi julgada
improcedente em primeiro grau, é que o conjunto probatório dos autos, à luz dos princípios
da boa-fé e da vedação do enriquecimento sem causa, gera presunção diversa da registrada
no v. Acórdão. Por isso e como o V. Acórdão não fez menção a elementos de prova
relevantíssimos dos autos, precisa corrigir isso, agora, por meio destes Declaratórios, sob
pena de nulidade.
4. Omissão: legalidade da cobrança de taxas e tarifas
A sentença recorrida afastou a cobrança das tarifas bancárias, por supostamente não ter sido
demonstrada a expressa pactuação delas.
Contudo, omitiu-se quanto à demonstração de documentos nos autos com a respectiva
discriminação de quais taxas ou tarifas seriam cobradas do correntista, conforme abaixo
reproduzido:
Proposta de Abertura de Conta Corrente juntado àsfls. 277/2 78:
~~-: f,1 -tývt .".Ç1 A nj~~* f19ý VrC ôrr~] iinCr k
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ADVOGADOS ASSOCIADOS 016
-- A-
"P1 CL~~~ht 1ý
CP 017.757.1
Outrossim, insta salientar que até 30.04.2008, as tarifas bancárias eram disciplinadas pela
Resolução 2.303/96, a qual adotava um sistema mista ande era vedada a cabrança de
serviças considerados essenciais (especificadas na art. 12 da mencionada resolução), era
estabelecida limite para autras e ficava à livre iniciativa e à cancarrência a definição de
outras hipóteses de cobrança, dependenda ela apenas da "afixação de quadra nas
dependências das instituições" (art. 29 da mencianada resolução).
Apenaos em abril de 2008, a Resolução 2.303/96 foi substituida pela Resolução 3.518/07, a
qual determinou que a cobrança de tarifas deve estar prevista no contrato firmado.
Não havia, portanto, anteriormente a 30.04.2008 regra legal ou infrale gol alguma que
impedisse a cobrança de tarifas por meio de afixação de quadro nas dependências das
instituições financeiras.
Assim, ao caso concreto é inaplicável da súmula 44/TJPR, tal qual já salientado pelo Eg.
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em casos análogos (TJPR - 149 C.Cível-Embargos
lnfringentesn.975.603-0 - Pato Branco - ReI.: Octa via Campos Fischer - Unânime - J.
29.01.2014):
Assim, requer que a questão relativa à legalidade da cobrança das tarifas bancárias seja
analisada, à luz da vigência das resoluções n. 3.518/07 e 3.919/10, do Banco Central do Brasil
e do contrato e tabela de tarifas coligidos nos autos, sanando-se a omissão apontada.
Entretanto, a decisão dos embargos de declaração assim decidiu:
"Pelo que se depreende do recurso, não se trata de omissão, contradição ou obscuridade, e
sim de entendimento diverso do aduzido pelo embargante frente à matéria trazida, pois
pretende a rediscussão de ponto já enfrentado.
Desse modo, se a Decisão Cole giada contrariou a argumentação do embargante o problema
é outro, não de declaração, portanto, descabem os embargos de declaração com a finalidade
de obter o reexame da causa e dar efeitos infrigentes ao julgado.
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Assim, as razões das .partes não são necessariamente as dos juIgadrkumaJ'z._ge/
prevalece a liberdade da convencimento e de livre apreciação dos latas apresentadas.
Pela exposta as embargas de declaração devem ser rejeitadas.
Essas circunstâncias já são suficientes, por si só, para autorizar o provimento do presente
recurso, desde já, por manifesta violação ao art. 535 do CPC, em vista da flagrante negativa de
prestação jurisdicional.
Ante o exposto, espera o recorrente, o provimento do recurso especial com fundamento no
art. 535 do CPC para, anulando o acórdão recorrido, determinar que o Tribunal a qua profira novo
acórdão em que efetivamente enfrente a matéria reiterada nos embargos de declaração.
De toda forma, atento ao princípio da eventualidade, acaso se entenda que a matéria está
suficientemente debatida nos acórdãos recorridos, espera o recorrente o provimento do recurso
pelas razões adiante apontadas:
DA BOA-FÉ E DA SUPRESSIO. VIOLAÇÃO DE LEGISLAÇÃO FEDERAL E DISSENSO JURISPÍRUDENCIAL
O acórdão recorrido rejeitou a alegação do ora recorrente de que a pretensão do recorrido
viola a boa-fé objetiva.
Ao assim decidir, entretanto, o Tribunal "a qua" negou vigência aos arts. 113, 187 e 422 do
CC, pois de todos eles depreende-se que a boa-fé objetiva rege as relações contratuais. Ao passo que
se observa manifesta deslealdade e abuso de direito na postura da Recorrida quando veio a juizo,
após tantos anos em silencio, reclamar o esclarecimento de lançamentos tão antigos quanto os
abordados em seu pedido inicial.
E da aplicação do princípio da boa-fé objetiva decorre a proibição do comportamento
contraditório que se configure como abusivo (venire contra factumpraprium). Ou seja, o
comportamento reiterado -no caso o silêncio do Recorrido durante anos perante os lançamentos só
agora contestados - acarreta expectativas nos demais agentes sociais que se tornam juridicamente
protegidas. É o que a doutrina denomina Supressio, que consiste na redução do conteúdo
obrigacional pela inércia de uma das partes em exercer direito ou faculdades, gerando na outra
legítima expectativa de que o comportamento está em consonância com os ditames contratuais.
Assim, ninguém está autorizado a repentina, injustificada e subitamente, alterar a forma pela
qual se comporta e, assim, surpreender suas contrapartes negociais acarretando-lhes ônus, custos ou
prejuízos.
O acórdão recorrido manifestamente acolheu a postura desleal do Recorrido e com isso foi
de encontro ao principio norteador da boa-fé regido arts. 113, 187 e 422 do CC nos termos acima
apresentados.
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UJBU~ALDEJUS
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Nem se diga, por hipótese, que o princípio norteador da boa-fé não deveria ser aplicado ao
caso em tela por conta dos lançamentos reclamados terem ocorridos em época em anterior àvigência do Código Civil de 2002. Afinal, o art. 2035, caput e parágrafo único, do CC, são claros ao
assegurar que os preceitos do novo código civil se aplicam aos contratos celebrados antes de janeirode 2003 se os efeitos do ajuste se produzirem após a vigência da nova lei.
Além da violação ao dispositivo legal acima listado, o acórdão recorrido dissentiu da
jurisprudência consolidada do C. Superior Tribunal de Justiça, notadamente dos julgamentos doRESP n2 1.202.514/RS - Rei. Nancy Andrighi - Terceira Turma, J. 21/06/11.
Como se vê do quadro abaixo, os acórdãos paradigmas são aptos a demonstrar o dissenso
jurisprudencial que autoriza o conhecimento deste recurso especial também pela alínea "c", do art.105, III da CF, na medida em que retratam a mesma hipótese fática:
Acórdão recorrido Acórdão paradigma 2 - RESP n2 1.202.514/RS -
Rei. Nancy Andrighi - Terceira Turma, J.e21/06/11.
Base fática: Ação de prestação de contas Base fâtica: Cinge-se a lide a determinar se. não
tendo exercido ao longo de toda a vigência docontrato o direito à incidência de correçãomonetária anual, pode o credor, ante ao términodo vínculo, exigir o pagamento retroativo dessa
verba. (...) Depreende-se dos autos que as partes
firmaram contrato de prestação de serviços
advocatícios, prevendo o pagamento de
prestações mensais reajustáveis a cada 12 meses.
Contudo, vigente no período compreendidoentre novembro de 1998 e outubro de 2004, nãohouve nenhuma correção no valor das
prestações.eConteúdo decisório: Conteúdo decisório: Com efeito, a boa-fé
objetiva, princípio geral de direito recepcionadoNo que se refere ao tópico "Da violação da pelos arts. 113 e 422 do CC/02 como
boa-fé objetiva e dada Supressio", sobre a nao instrumento de interpretação do negócio
possibilidade do apelado de exigir eventuais jurídico e norma de conduta a ser observadadetalhamentos adicionais e documentos de pelas partes contratantes, exige de todos umlançamentos por longos anos, com relação aos comportamento condizente com um padrão ético
quais nunca demonstrou irresignação ou de confiança e lealdade. (..)Para o deslinde da
dúvida, e, consequentemente, seja decretada presente controvérsia interessa apenas a
a "supressão" (surrectio) do direito material supressio , que indica a possibilidade de se
pelo princípio da boa-fé objetiva (art. 187, do considerar suprimida determinada obrigaçãoCC), não assiste razão ao apelante. contratual na hipótese em que o não exercício do
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OLIVEIRA ~ANTUNES 016ADVOGADOS ASSOCIADOS
0 dever de informação, bem como o de exibir direito correspondente, pelo credor, gerar ao
a documentação é obrigação decorrente de devedor a legítima expectativa de que esse não-
lei, não pode ser objeto de recusa nem de exercício se prorrogará no tempo. Em outras
condicionantes, face princípio da boa-fé assim palavras, haverá redução do conteúdo
desde a primeira fase já vem sendo discutido obrigacional pela inércia qualificada de uma das
esse dever de prestação de contas. 0 fato da partes, ao longo da execução do contrato, em
apelada possuir meios eletrônicos ou outros exercer direito ou faculdade, criando para a outra
para auferir os documentos necessários para a sensação válida e plausível - a ser apurada
verificar os débitos lançados referentes ao casuisticamente - de ter havido a renúncia
contrato em tela, não serve de escusa para a àquela prerrogativa. Na hipótese específica dos
prestação de contas, bem como, não há que autos, a recorrente abriu mão do reajuste anual
se falar em inadequação do procedimento das prestações mensais durante todos os 06
escolhido. anos de vigência do contrato, despertando na
recorrida, ao longo de toda a relação negocial, aAs instituições financeiras têm o dever de utexcaivdeueaoreonosraprestar informações concernentes à relação exigida retroativamente. ( ... ) Diante desse
juríicamanidacomseusclinte, sndopanorama, o princípio da boa-fé objetiva tornairrelevante o fato do apelante já ter fornecido inviável a pretensão da recorrente, de exigir
ou disponibilizado os documentos retroativamente valores a título de correçãorelacionados à conta corrente do recorrido, monetária, que vinha regularmente dispensado,Entender de forma diferente importaria em frustrando uma expectativa legítima, construída esuprimir um direito básico do consumidor de mantida ao longo de toda a relação contratual.obter informações de seu interesse e impedir
o exercício do direito de ação.
Comprovadas a violação de lei federal e a divergência, jurisprudencial, requer-se o
conhecimento e o provimento deste recurso pelas alíneas "a" do art. 105, 111 da CF/88 para
reconhecer com base na boa-fé objetiva a aplicação da supressio para declarar legítimos os
lançamentos questionados pelo recorrido.
LEGALIDADE DA COBRANÇA DAS TARIFAS BANCÁRIAS. VIOLAÇÃO DE LEGISLAÇÃO FEDERAL E
O acórdão recorrido afastou a cobrança das tarifas bancárias pactuadas entre as partes.
Ao assim decidir, negou vigência aos seguintes dispositivos de legislação federal:
a) art. 42, IV e IX da Lei 4.595164, pois é de competência do Conselho Monetário Nacional
editar normas que regulamentam a remuneração das operações e dos serviços bancários; e
b) art. 92 da Lei 4.595164 pois ao Banco Central compete cumprir e fazer cumprir as disposições
e normas expedidas pelo CMVN.
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TUI4LDE jUS],íý.
OLIVEIRA(ý'ANTUNES 016
ADVOGADOS ASSOCIADOS
Acórdão recorrido Acórdão paradigma - REsp 1.270.174-R, Rei. Min. IsabelGallotti - Segunda Seção
Base fatica: A parte autora alega que Base fática: Cuida-se de ação revisional de cédula de
deve haver o expurgo dos valores crédito bancária com garantia de alienação fiduciária, na
debitados a título de tarifas bancárias e qual foi declarada a nulidade da cobrança das taríias de
demais lançamentos cujos serviços abertura de crédito e de emissão de boleto bancário.
suspostamente prestados não foram
comprovados pelo banco réu, bem comoem razão da inexistência de contratoprevendo a cobrança de tarifas bancáriase seus valores.
Conteúdo decisório: Ratificação de voto - Inicialmente,Conteúdo decisório: observo que tratam os autos de ação revisional de
Requr oapelntea lgaliadedascontrato de financiamento de veículo, com garantia de
Reuri cobrapante alegaidde as alienação fidluciária, representado por cédula de crédito
tarifa o bradte as e gado uea a faemo bancário emitida em 9.11.2006. Diante de renegociação
arteco sstma rsão aumptoriada pelo e com o cliente, foi emitida nova cédula em 2008.
para disciplinar as atividades bancárias. Não está em questão, portanto, a disciplina normativaEm razão do julgamento do Incidente de inaugurada com a edição, pelo CMVN, da ResolúçãoUniformização de Jurisprudência n2 3.693/09, a partir da quál deixou a taxa de emissão de837.938-2/01, julgado, por unanimidade, carnê (TEC, justificada pela facilidade de pagar por meio depela Seção Cível, em data de 19/10/2.012 ficha de compensação) de ser considerada ressarcimentoe publicado em 01/11/12, no DJ1 981, de despesas decorrentes da prestação de serviços porAcórdão 809, Relator Desembargador terceiros, ao qual se referia o art. 19, inciso III, daShiroshi Yendo, modifiquei meu Resolução 3.518/07 do CMVN, sendo abolida a suaentendimento para acompanhar a cobrança.Súmula nç2 44 deste Tribunal de Justiça:
Até 30.4.2008, as tarifas bancárias eram disciplinadas"A cobrança de tarifas e taxas pela pela Resolução 2.303/96, a qual adotava um sistemaprestação de serviços por instituição misto. Era vedada a cobrança de serviços consideradosfinanceira deve ser prevista no contrato essenciais (fornecimento de cartão magnético ou,ou expressa e previamente autorizada ou alternativamente, a critério do cliente, um talonário desolicitada pelo correntista, ainda que de cheques com 20 folhas; fornecimento de um extratoforma genérica", mensal, entre outros especificados no art. 12 da
Dess moo, coranç detaxs emencionada resolução); era estabelecido limite para
outros e ficava à livre iniciativa e à concorrência a
teaifase bancárizas meso uanOU definição de outras hipóteses de cobrança. dependendo
plealmetem autrsids pe eACENsou ela, todavia, da "afixação de quadro nas dependências
por lei, devmad presc ni d e prss das instituições (... ) em local visível ao público, contendo
a relação dos serviços tarifados e respectivos valores; a
periodicidade da cobrança, quando for o caso;
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DE 1-1-
OLIVEIRA(Ž'ANTUNES 11568 ,,1ADVOGADOS ASSOCIADOS
informação de que os valores das tarifas foramPredomina o entendimento nessa estabelecidos pela própria instituição". A cobrança deCâmara de que em decorrência do dever nova tarifa e o aumento do valor da existente deviam serde boa-fé (art. 422, do Código Civil> e do informados ao público com, no mínimo 30 dias dedireito de informação do consumidor antecedência (art. 22>
(art. 62, inciso lii, do Código de Defesa doConsumidor), junto à previsão normativa Em abril de 2008, a Resolução 2.303/96 foi substituídade exoneração de obrigação do pela Resolução 3.518/2007, a qual determinou que a
consumidor frente à inexistência de cobrança de tarifas deve estar prevista no contratoinformações prévias e suficientes a firmado entre a instituição e o cliente ou ter sido o
respeito dos deveres que estará constrito serviço previamente autorizado ou solicitado pelo usuario(art. 46 do CDC), faz-se imprescindível a (art. 1P). Foram os serviços prestados a pessoas físicas
existência de previsão contratual para a classificados em essenciais, prioritários, especiais erealização de lançamento de tarifas em diferenciados (art. 152, parágrafo único, 11). 0 BACEN/CMVNconta corrente, independentemente se vedou a cobrança de tarifas apenas sobre os serviços
estas foram divulgadas pela via postal, enumerados como essenciais (art. 22), sendo admitida a
eletrônica, ou nas agências bancárias. No cobrança de tarifa pela prestação dos demais serviços,
entanto, as taxas /tarifas que vieram em sempre desde que pactuada e, no caso dos serviços
proveito da autora, ou seja, o débito foi prioritários, em conformidade com regras de padronização
em seu favor, pela sua própria a serem definidas pelo Banco Central (arts. 12 e 39).
nomenclatura, bem como, CPMVF, IOF eIOC, que são impostos, e, portanto, derecolhimento compulsório, decorrente
de lei, são devidos, sob pena deenriquecimento ilícito.
Conforme constou na r. sentença à fi.1.395: "Destaco que a cobrança de
tarifas como água, luz, telefone, seguro,plano de previdência privada, mesmo
não havendo contrato formal com
autorização para cobrança, não merecemser devolvidas à autora posto que, oserviço prestado por estas terceirizadasjá se consumou, não podendo prestigiaro favorecimento de um em detrimento
de outro".
Também alguns históricos que muitoembora apontados como não pactuadosem contrato ou autorizados, decorremde movimentação financeira e nãopodem ser considerados indevidos sobpena de enriquecimento sem causa, pois
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OLIVEIRAýANTUNES >002U155D9JSi^ý
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efetuados em proveito da autora, ouseja, o débito é em seu favor, pela suaprópria nomenclatura.
Com efeito, esses lançamentos decorremde movimentação financeira e a ausência
de autorização específica para que eles
ocorram, por si só, não conduz à ilicitude,porque os lançamentos de débitos vem
em proveito da autora, o que difere o
caso de outros em que são cobradas
simples taxas/tarifas sem autorização.
Assim, esclareço que é possível a
cobrança dos encargos que se tratam de
quantias debitadas exclusivamente em
benefício da correntista e realizada
diretamente no caixa do Banco, já que há
a presunção de que os débitos em conta
corrente foram feitos no interesse da
correntista.
Em relação aos débitos que são feitos
pela contabilidade do Banco, e não no
caixa a pedido da correntista, cabe à
instituição financeira demonstrar que o
débito foi feito no interesse da autora ouque há autorização expressa. No caso,não há nos autos nenhum documento
para justificar alguns débitos realizados
por sua contabilidade na 'conta corrente
* da apelada.
Cabia ao Banco comprovar a suaexpressa autorização, mas não trouxe
documentos que justificassem alguns
débitos, o que permite reconhecê-los
como indevidos, mantendo quanto a
esse ponto a r. sentença.
Em linha com o posicionamento da jurisprudência pacificada do STJ, para o período após
30.04.2008, a cobrança de tarifas bancárias é legítima sempre que: (i) estiver expressamente prevista
em contrato firmado entre as partes; (ii) estiver respaldada em regulamentação bancária editada por
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órgão competente; (iii> corresponder a um serviço efetivamente prestado; (iv) seu preço não destoarda média de mercado.
No caso em discussão, o tribunal de origem afastou a cobrança das tarifas por toda acontratualidade, por considerá-las abusivas pela simples falta de autorização escrita individualizada.Entendimento este, como demonstrado pelo quadro acima, absolutamente divorciado dajurisprudência desta C. Corte Superior, a qual reconheceu que somente em 30.04.2008 a Resolução2.303/96 foi substituida pela Resolução 3.518/2007, a qual determinou que a cobrança de tarifasdeve estar prevista no contrato.
Comprovadas a violação de lei federal e a divergência jurisprudencial, requer-se oconhecimento e o provimento deste recurso pelas alíneas "a" e "c" do art. 105, 111 da CF, parareconhecer a legitimidade da cobrança das tarifas bancárias cobradas anteriormente a 30.04.2008.
DA LEGALIDADE DA CAPITALIZAÇAO ANUAL DOS JUROS
0 E. Tribunal a quo acabou decidindo pelo afastamento da capitalização anual dos juros.
No entanto, ao assim proceder, o acórdão negou vigência ao artigo 42, do Dec. 22.626/33 eao art. 591, do CC, pois ambos dispositivos autorizam a incidência da capitalização de juros emperiodicidade anual nos contratos bancários.
Ademais, o tema está consolidado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça quepacificamente admite a capitalização em periodicidade anual, mesmo aos contratos firmadosanteriormente à vigência da MP) n2 1963-13/02, independentemente de previsão.
0 seguinte acórdão paradigma, como se vê do quadro abaixo, é apto a demonstrar odissenso jurisprudencial que autoriza o conhecimento deste recurso especial também pela alínea "c",do art. 105, 111 da CF, na medida em que retrata a mesma hipótese fática:
Acórdão recorrido Acórdão paradigma: ED)ci no AgRg no Ag n2e 616328; Rei. Maria Isabel Gallotti, 4@ Turma
Base fática: Prestação de Contas. Capitalização Base fática: Falência. Habilitação de Dívida.anual dos juros. Capitalização anual dos juros.
Conteúdo decisório: Conteúdo decisório: Quanto à capitalização, àconsignação de que 'a dívida estava atualizada até
O apelante pugna pela reforma da r. sentença o ano de 1996 acarreta na inquestionávelno que tange ao afastamento da capitalizaçao conclusão de que o pacto fora firmadode juros, determinado, anteriormente à Medida Provisória 1.963-17/00,
Concui-e ds dcumntosquecontamnosque permitiu aos contratos bancários em geral a
Coui-etos, opcmletos quaçesta nos capitalização mensal dos juros. A capitalização
apelante que caso não houvesse saldo positivo aul oaismr o diia ed
1 7;1
a saldar os juros referentes ao período anterior, Decreto 22.626133, em qualquer -contrato.o importe a eles referente era debitado na independentemente de previsão, inclusive, . .
conta mediante a disponibilização de outro"empréstimo", igualmente remuneradomediante juros. Desse modo, cobrando-se,juros de forma capitalizada.
O apelante aduz sobre o art. 591 do Código
Civil que estabelece:
"Destinando-se o mútuo a fins econômicos,presumem-se devidos juros, os quais, sob penade redução, não poderão exceder a taxa que serefere o art. 406, permitida a capitalizaçãoanual".
Embora efetivamente o artigo mencionadoautorize a prática da capitalização de juros naforma anual, para que seja admitida énecessária também a expressa previsãocontratual, a fim de não surpreender oconsumidor.
Ocorre que, como já mencionado, o bancoapelante não colacionou aos autos osdocumentos contratuais firmados entre aspartes, com a pactuação da capitalização dejuros. Tal circunstância inviabiliza a verificaçãoda existência de pactuação expressa a respeito,previsão esta que, apesar do permissivo legal,se revela indispensável nos contratos sujeitosàs regras do Código de Defesa do Consumidor(art. 6 Q, 111).
Não se pode perder de vistas que em sede deprestação de contas, analisa-se se houveefetivamente a cobrança e se a mesma está ounão em conformidade com o pactuado.
Como na primeira fase do procedimento obanco foi condenado a prestar contas, cabia aomesmo demonstrar, nesta segunda fase, a
: ~J\'ALL~EJUS~,
~~1672
previsão expressa de capitalização no contrato,ônus do qual não se desincumbiu.
II...]
Assim, não restando demonstrada a
contratação da capitalização de juros indevida
é a sua cobrança, em qualquer periodicidade.
Comprovadas a violação de lei federal e a divergência jurisprudencial, requer-se oconhecimento e o provimento deste recurso pelas alíneas "a" e "c" do art. 105, III da CF/88 parareformar o v. acórdão, na parte em que afastou a incidência de capitalização, para admitir a
incidência da capitalização anual dos juros.
TAXA DE JUROS MORATÔRIOS. SELIC. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO COM CORREÇAOEATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. VIOLAÇÃO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL E DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL -
REPETITIVOS: RESP 1.111.117/PR, RESP 1.111.118/PR E ERESP 727.842/SP.
O tribunal de origem aplicou ao caso juros moratórios de 1% ao mês, cumulados comcorreção monetária sobre os valores a que condenou o ora Recorrente.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que os juros de mora
constituem matéria de ordem pública, de forma que sua aplicação, alteração de cálculo, oumodificação do termo inicial, sequer dependem de pedido das partes.
Portanto, ao manter os consectários fixados na sentença, o acórdão recorrido violou os
seguintes dispositivos legais:
a) Art. 406 do Código Civil, porque taxa de juros moratórios prevista pelo legislador noDiploma Civil é a Taxa SELIC.
b) Arts. 591 do Código Civil, dc o Art. 39, § 42, da Lei 9.250/95, porque a Taxa SELIC deveincidir de forma simples e não capitalizada ao débito, tendo em vista que a aplicação desta taxaafasta a incidência de qualquer outro índice de atualização ou correção, sob pena de enriquecimentosem causa do beneficiário. Isso, tendo em vista que a Taxa SELIC pela sua natureza e modo deapuração, embute também a variação da moeda.
Esse foi exatamente o entendimento sedimentado pela Corte Especial desse C. STJ, quando
do julgamento dos REsp 1.111.117/PR e REsp 1.111.118/PR (Corte Especial, ReI. Mm. Luis Felipe
Salomão, DJE 02.09.2012), sob o rito do art. 543-C do CPC, e no julgamento dos EREsp 727.842/SP
(Corte Especial, ReI. Ministro Teori Albino Zavascki, DJe 20/11/2008).
01574
com os índices oficiais adotados de 6% ao ano determinado pela
por este Tribunal de Justiça, qual sentença transitada em julgadoseja a média do INPC e IGP-DI, e proferida quando vigente osendo o índice que melhor reflete Código Civil de 1916.a desvalorização da moeda. Oportuno consignar que a
jurisprudência do STJ1 consolidou
Por tais razões, as contas do réu o entendimento no sentido desão parcialmente boas, devendo que "segundo dispõe o art. 406ser apurado o saldo credor da do Código Civil, quando os juros
autora/apelada em sede de moratórios não foremliquidação de sentença, atendidos convencionados, ou o foremos critérios estabelecidos nesta sem taxa estipulada, ou quandodecisão. Os valores considerados provierem de determinação da
indevidos devem ser devolvidos lei, serao fixados segundo a taxa
de forma simples, sob pena de que estiver em vigor para aenriquecimento ilícito, e mora do pagamento dedevidamente corrigidos. impostos devidos à Fazenda
Nacional. Assim, atualmente, a
taxa dos juros moratórios a que
se refere o referido dispositivo é
a taxa referencial do SistemaEspecial de Liquidação eCustódia - SELIC, por ser ela a
que incide como jurosmoratórios dos tributos federais
(arts. 13 da Lei 9.065/95, 84 da
Lei 8.981/95, 39, § 49, da Lei
9.250/95, 61, § 32, da Lei
9.430/96 e 30 da Lei 10.522/02).(EREsp 727842/SP, Relator(a)Ministro TEORI AL-BINOZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, Die20/11/2008)
Com relação a não cumulação da Taxa SELIC com qualquer outro índice de atualização ou
correção monetária, o tema também se encontra sedimentado para os efeitos do art. 543-C do CPC<recursos repetitivos), no acórdão lavrado para julgamento do REsp 1.102.552/CE:
"A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser cumuladacom a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que representaria bis
in idem (REsp - EDci 853.915, 1@ Turma, Min Denise Arruda, D.1 de 24.09.08; REsp 926.140,
Min. Luiz Fux, Di de 15.05.08; REsp 1008203, 22 Turma, Min. Castro Meira, DJ1 12.08.08; REsp
875.093, 22 Turma, Min Eliana Calmon, Di de 08.08.08)"
OU161-5
Embora o caso fosse de aplicação indiscutível do entendimento dessa Corte Superior,sedimentado como recurso repetitivo no acórdã5o paradigma, o tribunal a quo optou por aplicarentendimento oposto, violando frontalmente a legislação federal e dissentindo da orientaçãofirmada por esse C. ST.
Comprovadas a violação de lei federal e a divergência jurisprudencial, requer-se oconhecimento e o provimento deste recurso pelas alíneas ,a e "c"' do art. 105, 111 da CF/88 para, emconsonância com a jurisprudência consolidada no C. STJ, aplicar ao cálculo de atualização dacondenação a taxa SELIC, na forma simples, livre de qualquer cumulação de correção monetária ouatualização.
CONCLUSÃO
Ante o todo exposto, requer-se seja conhecido e provido o presente recurso especial parareformar o acórdão recorrido de modo a:
a) reconhecer que os v. acórdãos proferidos pelo Tribunal de Justiça do Paraná violaram odisposto nos artigos 458, inciso lI, e 535, incisos 1 e li, ambos do Código de Processo Civil e,consequentemente, decretar a nulidade dos mesmos, determinado-se o retorno dos autosao E. Tribunal a quo para que ele se manifeste sobre todas as matérias levadas à apreciação,sanando-se as omissões e contradições contidas no v. acórdão embargado, além de que semanifeste expressamente sobre os temas federais e constitucionais objeto de
preq uestio na mento.
b) reconhecer com base na boa-fé objetiva a aplicação da supressio para declarar legítimos oslançamentos questionados pelo recorrido;
c) reconhecer a legitimidade da cobrança das tarifas bancárias cobradas anteriormente a ~30.04.2008;
d) reconhecer a aplicabilidade da capitalização anual de juros no contrato de conta corrente; %r
e) delimitar que eventual repetição do indébito deve incorrer pela taxa SELIC.
Outrossim, requer que todas as intimações realizadas pela Imprensa Oficial, que digam ~respeito ao ITAÚ UNIBANCO S/A ou aos seus advogados, sejam efetuadas tão somente na pessoa doadvogado Jorge André Ritzmann de Oliveira - OAB/SC 11.985 e OAB3/PIR 58.886, sob pena denulidade se tal não ocorrer.
Nestes termos,Pede deferimento.
Curitiba, 15 de julho de 2015.
Jorge André Ritzmann de Oliveira lan r os Santos IMachado
OAB/SC 11.985 e OAB3/PR 58.886 OAB3/PR 61.287