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IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 1 ONDE TEM UMA COMUNIDADE POBRE, NEM SEMPRE TEM UMA COMUNIDADE EDUCATIVA: A pedagogia social e os espaços educativos em São Gonçalo. Arthur Vianna Ferreira (UERJ/FFP) João Vitor de Andrade Silva (UERJ/FFP) INTRODUZINDO A TEMÁTICA: ENTRE O ESPAÇO-TEMPO DA EDUCAÇÃO EM SÃO GONÇALO E O CAMPO TEÓRICO DA PEDAGOGIA SOCIAL. A educação para as camadas empobrecidas ocupa um espaço e tempo histórico real e simbólico nas sociedades. Ou seja, ao mesmo tempo em que o poder público marca a sua presença nos aglomerados subnormais 1 a partir das instituições oficiais de educação e saúde, essas instituições são marcadas pelos sujeitos que as frequentam. A presença ou não dos aparelhos do estado nesses espaços indica, inicialmente, uma forma de organização pública e civil de atendimento a essas comunidades. E, consequentemente de que forma, tanto o Estado quanto a sociedade civil, organiza suas representações a respeito das populações que são atendidas pelas suas instituições, justificando práticas socioeducacionais e naturalizando relacionamentos sociais no município e/ou região. Dessa forma, ao iniciarmos um estudo sobre as possíveis representações sociais sobre camadas empobrecidas dos profissionais da educação das instituições socioeducativas e do sistema de ensino formal, faz-se necessário o mapeamento dessas regiões, das suas populações e as instituições presentes, como um ‘raio-x’ da realidade, muitas vezes mascaradas por números oficiais que não representam a realidade concreta vivida por esses sujeitos empobrecidos. Esse se tornou o objetivo dessa primeira parte do nosso trabalho e apresentando com suas primeiras inferências do espaço socioeducacional em São Gonçalo: mapear o espaço físico e levantar a bibliografia de um campo teórico da educação que fizesse a reflexão sobre as práticas socioeducativas destinadas a transformação, libertação e emancipação dos grupos sociais 1 Aglomerados subnormais é o nome dado pelo IBGE ao culturalmente constituído como “favela” ou “comunidade”. Segundo IBGE (2010) um aglomerado subnormal é o conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das características a seguir: irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública.” In: http://www.ibge.gov.br/homepresidencia/ noticias/imprensa/. Acessado em 10 mar. 2017 às 14h 30min.

ONDE TEM UMA COMUNIDADE POBRE, NEM SEMPRE TEM … · campo teórico da pedagogia social, ... ele não seja simples roda que gira em torno do seu eixo, mas uma pessoa, uma roda equipada

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IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 1

ONDE TEM UMA COMUNIDADE POBRE, NEM

SEMPRE TEM UMA COMUNIDADE EDUCATIVA:

A pedagogia social

e os espaços educativos em São Gonçalo.

Arthur Vianna Ferreira (UERJ/FFP)

João Vitor de Andrade Silva (UERJ/FFP)

INTRODUZINDO A TEMÁTICA: ENTRE O ESPAÇO-TEMPO DA EDUCAÇÃO

EM SÃO GONÇALO E O CAMPO TEÓRICO DA PEDAGOGIA SOCIAL.

A educação para as camadas empobrecidas ocupa um espaço e tempo histórico real e

simbólico nas sociedades. Ou seja, ao mesmo tempo em que o poder público marca a sua presença

nos aglomerados subnormais1 a partir das instituições oficiais de educação e saúde, essas

instituições são marcadas pelos sujeitos que as frequentam. A presença ou não dos aparelhos do

estado nesses espaços indica, inicialmente, uma forma de organização pública e civil de

atendimento a essas comunidades. E, consequentemente de que forma, tanto o Estado quanto a

sociedade civil, organiza suas representações a respeito das populações que são atendidas pelas suas

instituições, justificando práticas socioeducacionais e naturalizando relacionamentos sociais no

município e/ou região.

Dessa forma, ao iniciarmos um estudo sobre as possíveis representações sociais sobre

camadas empobrecidas dos profissionais da educação das instituições socioeducativas e do sistema

de ensino formal, faz-se necessário o mapeamento dessas regiões, das suas populações e as

instituições presentes, como um ‘raio-x’ da realidade, muitas vezes mascaradas por números

oficiais que não representam a realidade concreta vivida por esses sujeitos empobrecidos.

Esse se tornou o objetivo dessa primeira parte do nosso trabalho e apresentando com suas

primeiras inferências do espaço socioeducacional em São Gonçalo: mapear o espaço físico e

levantar a bibliografia de um campo teórico da educação que fizesse a reflexão sobre as práticas

socioeducativas destinadas a transformação, libertação e emancipação dos grupos sociais

1 Aglomerados subnormais é o nome dado pelo IBGE ao culturalmente constituído como “favela” ou “comunidade”.

Segundo IBGE (2010) um aglomerado subnormal é o conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais

caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das características a seguir: irregularidade das

vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede

de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública.” In: http://www.ibge.gov.br/homepresidencia/

noticias/imprensa/. Acessado em 10 mar. 2017 às 14h 30min.

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respeitando a sua cultura e lógica própria de ação. Por isso, a Pedagogia Social se apresenta nessa

pesquisa para auxiliar nas reflexões sobre essas realidades educacionais.

1.1. A Pedagogia Social como campo teórico da educação

Ao falarmos de Pedagogia Social no Brasil, podemos dizer que é um campo teórico

pertencente às Ciências da Educação que busca uma reflexão sistemática sobre as práticas

educacionais não formais e informais existentes nas instituições que estão nas áreas onde,

dificilmente, não existe intervenção do poder público. Esta se caracteriza por um trabalho que

atende principalmente crianças, adolescentes, jovens – e atualmente idosos – de determinadas

esferas sociais, mais empobrecidas e carentes de todo o tipo de demandas sociais.

A pedagogia social age dentro das periferias no intuito de integrar essas pessoas na

sociedade, tornando-os independentes social, educacional, cultural e financeiramente, evitando

depender dos auxílios do estado. A intenção dos conteúdos desse campo teórico é levar o

conhecimento crítico do mundo, fazendo com que iniciem um processo de reflexão existencial, ou

seja, entendam o papel que estão ocupando na sociedade e que podem modificar suas realidades.

Assim, transforma a ideia de que são excluídos socialmente e nada os fará diferente. A perspectiva

do trabalho reflexivo é dar suporte para ações de resgate da dignidade e compreensão de mundo, de

valores pautados nos direitos e deveres. Assim as camadas empobrecidas podem sair da zona de

segregação e ocuparem um novo status social.

Como esse trabalho acontece? A pedagogia social é uma reflexão da prática socioeducativa

já existente. Logo podemos dizer que é através de ações socioeducativas de básica crítica e

profissional, indo além da educação tradicional escolar que, a prática da pedagogia social,

conhecida como educação social, se torna elemento de esperança para esse contingente esquecido

pelo governo. A partir da reflexão, da organização dos ideais e da ação coletiva, os sujeitos

conseguem sua integração na realidade social inserindo-se no mercado de trabalho, valorizando as

lógicas de seus grupos de pertença e potencializando as culturas locais como formas de se

relacionar com a sociedade com um todo.

Para Quintana Cabanas (1999) um dos autores que define bem esse conceito oriundo da

pedagogia social é Klaus Molenhauer quando diz:

“Não se trata de trabalhar somente na socialização/ adaptação do indivíduo, mas de infundir

neles uma atitude crítica capaz de provocar mudanças e transformações na sociedade. Não se

trata de promover adaptação e acomodação à sociedade, mas de promover a mudança na

mesma. Para o autor, não basta cultivar a relação entre educador e educando, mas de modificar

as condições sociais geradoras de conflito; não se trata de exercer um papel de controle social

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sobre a juventude, mas fazer com que os jovens sejam participantes da própria educação”

(p.109)

A ausência do poder público em áreas empobrecidas e dominadas pelo poder do tráfico

agravam a realidade das grandes cidades e regiões metropolitanas. Só a presença policial não

resolve o problema desses espaços. Assim, ressalta-se a importância do educador social, que tem

como ponto inicial de reflexão a pedagogia social que é sistematizadora de outras práticas

socioeducativas. Apropriando-se da realidade vivida no campo de trabalho sociopedagógico e do

campo teórico da pedagogia social, esse profissional contribui nesses espaços para a formação do

cidadão das camadas empobrecidas e reconhecimento da (re)existência de seres humanos que

possuem necessidades não atendidas.

Enfim, ao estudarmos a pedagogia social trazemos as formas básicas de refletir sobre a ação

da educação fora do ambiente escolar: a social, a popular e a comunitária. É uma das maneiras

existentes de sistematização da reflexão da prática que proporciona a outros sujeitos implicados no

social a possibilidade de organizar suas próprias reflexões e inflexões sobre a sua realidade

específica e as diversas possibilidades de „vir-a-ser‟ no contexto social, transformando-se em

práticas socioeducativas, ou seja, em educação social em conceito geral e amplo.

Uma das mais fortes ideias defendidas pela pedagogia social contemporânea é que a

educação social prepara o cidadão para o mundo. Pensar criticamente, agir em defesa de seus

grupos sociais, reivindicar o direito a moradia, a saúde e a educação: passa ser uma das principais

metas dos educadores sociais em seus territórios de práticas socioeducativas. Ao ter o

reconhecimento do seu grupo, através dos espaços organizados para a luta de direitos, os sujeitos se

enxergam como parte da cidadania, e muitas vezes, enfrentam o poder público para garantir que

seus diretos sejam constitucionalmente assegurados. As instituições sociais e outros espaços

legitimados pela sociedade civil, como ONGs, Associações e Fundações, filantrópicas ou não, do

terceiro setor passam a ser espaços privilegiados para o exercício dessa educação social.

Dentro desses espaços, destaca-se a educação comunitária pautada por reivindicações em

grupos sociais, comunidades e movimentos especializados. Esse tipo de educação social se organiza

em coletivos como creches, moradia, saúde, atendimento aos LGBTS, mulheres e crianças em

estado de abandono e se expressa de forma visível nos espaços dos grandes centros urbanos. Ela é

uma das formas de ação socioeducativas que mais se apresentam em municípios que compõem as

regiões metropolitanas no Brasil como é o caso de São Gonçalo. Segundo Gadotti (2012), a

educação comunitária consiste:

“em qualificar ou equipar o homem em desenvolvimento com a capacidade de se orientar

diante de grandes objetivos, tais como, sociedade, Estado, partido, associações nos quais a vida

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irá situá-lo. A educação comunitária fará com que o homem se torne um membro útil,

produtivo no seio destas diversas modalidades de associações, social, política, vale dizer, que

ele não seja simples roda que gira em torno do seu eixo, mas uma pessoa, uma roda equipada

com dentes e, assim esteja apta a engrenar em outras rodas deste enorme aparato e seja capaz

de participar deste imenso e complicado movimento global.” (p.82)

Outra forma de organização da educação social se dá na educação popular, que no Brasil

tem como referência a experiência sociopedagógica de Paulo Freire. A forma de ser e estar desse

teórico e educador junto às comunidades populares organizou formas variadas de práticas

educativas que colocavam em destaque os saberes populares para o desenvolvimento dos indivíduos

e dos grupos socialmente empobrecidos. Um dos exemplos que podemos utilizar para o

esclarecimento dessas práticas socioeducativas foi o movimento de alfabetização de jovens e

adultos, oriundos dos campos e que se aglomeravam nas cidades em busca de trabalho.

Anteriormente no campo não viam a necessidade de aprenderem a ler, tinha um trabalho totalmente

braçal, já nas cidades e com o advento das máquinas precisavam aprender a ler e escrever para

entenderem os manuais. (cf. Freire, 2011)

Paulo Freire inicia um processo de alfabetização para adultos, mas não utilizando o método

tradicional, ele procurava trazer para a sala a experiência de cada um e partir desta experiência

iniciava o processo de alfabetização. Com esse „método‟, ele mostrava para os cidadãos que suas

experiências até ali vividas eram valiosas e mereciam ser preservadas, que os conhecimentos não

são vagos e eles podem ser inseridos no método de aprendizagem nas escolas. Com isso o Paulo

Freire levava aos seus alunos o poder do questionamento, de pensar o lugar que ocupavam no

mundo e onde poderiam chegar com esse conhecimento.

Transformar o aluno, plantar nele uma inquietação, um necessidade de querer saber mais e

porque, de lutar pelos seus objetivos, tornando-os conscientes do mundo em que vivem, e depende

deles querer essa mudança ou não. Através da educação popular, o educador mostrou ao educando

as possibilidades, colocando nas mãos deles as escolhas que vão depender também de suas atitudes

diante da realidade social em que ele se encontra.

Para além das formas em que se apresentam a educação social até aqui apresentadas pela

reflexão promovida pela Pedagogia Social (do tipo social, comunitária ou popular), esse mesmo

campo teórico se pergunta: qual tipo de formação seria a mais adequada para esse profissional?

Embora essa discussão não seja tão recente, continua gerando muita polêmica em torno

desse assunto. Se os conceitos de „Popular‟, „Comunitário‟ e „Social‟ existentes na Pedagogia

Social, são recorrentes temas de discussão entre os seus teóricos, por que não seria o tema da

formação dos sujeitos responsáveis por realizar a reflexão nesse campo teórico?

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De qualquer modo, existe um consenso não sobre o conteúdo da formação básica do

educador social, mas sobre a postura do educador diante do seu trabalho sociopedagógico. Para se

trabalhar a educação no social, faz-se necessária coragem e vontade de transformação,

determinação para mudar as realidades e para confrontar o sistema que, muitas vezes, nega o

atendimento básico às camadas empobrecidas. Outros temas também se fazem importante na ação

desse educador no social como o questionamento junto a essa população pobre o papel homem-

mulher, homem sociedade e homem meio ambiente. A reflexão sobre os papeis e funções impostos

pela sociedade e o lugar que a sociedade os obriga a ocupar, passa a ser o ponto inicial que permite

a mudança possível no horizonte desses grupos. O educador social deve conhecer a realidade dessas

pessoas e propor uma mudança social, econômica e cultural.

Além disso, o educador precisa ter uma visão de mundo profunda, ser acolhedor, adentrar

nessas realidades esquecidas pelo poder público, entender como esses grupos se organizam e partir

daí pensar na melhor maneira de mudar a realidade social.

Todos esses questionamentos reafirmam o papel da Pedagogia Social como área da

educação social para uma reflexão e sistematização da prática existente. Ou seja, um estudo

profundo a cerca da comunidade a ser atendida, como seus costumes, modo de vida vivem,

organização do grupo, reais necessidades sociais, alimentação, trabalho, desenvolvimento

psicológico, vivência da violência cotidiana. Todos esses aspectos a partir dos elementos

educacionais que auxiliam o sujeito em seus processos cognitivos de reconhecimento e apropriação

da realidade para uma transformação necessária.

Os fundamentos da educação passam a exercer um efeito transformador, que realmente

oportuniza a essas pessoas um discernimento consciente sobre a vida política, social e de sua

independência.

Segundo Graciani (2014), a educação não pode ser entendida apenas como um espaço

formativo dos ambientes institucionais formais. Em rede com os demais saberes da sociedade e dos

indivíduos ela se projeta como elemento fundamental para a construção de um novo modo de ser

humano e de convivência entre seus pares.

“E é necessário romper com a visão idealista do próprio trabalho educativo, o que significa que

o saber pedagógico deve questionar seus pressupostos, seus hábitos e tradições. Fazer

pedagogia hoje é confrontar-se com a diferença, superar o preconceito e promover a

emancipação. A reflexão pedagógica, portanto, deve submeter à crítica preconceitos culturais e

educativos; questionar a relação homem sociedade, homem-mulher e homem-meio ambiente;

propor novos valores e modelos antropológicos e culturais, promovendo, com isso, a

compreensão, a tolerância, o respeito e o intercâmbio multicultural. Nesse contexto, ganha

relevância o trabalho do educador social, especialmente por atuar além das iniciativas

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 6

convencionais de ensino, práticas pedagógicas alternativas, direcionadas à transformação da

realidade. Para essa missão, é preciso coragem, intuição, percepção, compromisso social,

Maturidade Pedagógica e a capacidade de trabalho em grupo”. (p.76)

No contexto apresentado nessa fundamentação teórica é que entendemos a importância do

estudo contínuo da Pedagogia Social tanto para aqueles que estão no campo das práticas

socioeducativas quanto para aqueles que estão em formação inicial nos cursos de docência em

pedagogia e das demais áreas de licenciatura. É necessário para o profissional da educação, escolar

ou não, entender que aquele indivíduo com quem desenvolve seu trabalho sofre interferência do

meio em que vive e como vive da mesma forma que ele é agente de modificação do seu ambiente

social.

Somente desse modo é que poderemos estabelecer uma maior conexão com os

alunos/educandos, aprofundando o processo de ensino-aprendizagem social e ajustando as práticas

educativas às realidades sociais contemporâneas. Para os profissionais da educação (no) social são

essas práticas socioeducativas que poderão ser instrumentos favoráveis para uma transformação do

tempo-espaço histórico vivido pelos indivíduos em suas comunidades empobrecidas, favorecendo

um desenvolvimento oportuno para atender as demandas sociais e afetivos dos grupos sociais em

vulnerabilidade social.

2. O RECONHECIMENTO DO TERRITÓRIO SOCIOEDUCATIVO: O QUE

OFICIALMENTE SÃO GONÇALO APRESENTA SOBRE AS PRÁTICAS

EDUCATIVAS COM COMUNIDADE EMPOBRECIDAS?

A artigo apresentado faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica

(PIBIC) da UERJ/FFP, intitulado de “Formações, Representações e Práticas educativas não

escolares e/ou extracurriculares no município de São Gonçalo”

O projeto tem como objetivo geral investigar as possíveis representações sociais, ou não,

dos educadores sobre as camadas empobrecidas atendidas por eles nos bairros periféricos da cidade

de São Gonçalo. Os resultados a serem discutidos são oriundos dos objetivos específicos: mapear

as instituições de ensino formal e informal e identificar os espaços de atuação educacional não

escolar e/ou atividades extracurriculares em relação às comunidades empobrecidas do município.

Assim, com os primeiros resultados desse PIBIC busca se compreender a interação entre

instituições socioeducativas, escolas estaduais e aglomerados subnormais de São Gonçalo. Após

identificar os espaços mais carentes e os espaços formativos escolares ou não oferecidos às camadas

empobrecidas, o trabalho procura verificar como as questões das práticas educativas e os

relacionamentos psicossociais entre educadores e camadas empobrecidas, se encontram organizado

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para atender as reais demandas socioeducacionais dos três grupos envolvidos no cotidiano escolar

de São Gonçalo: os educadores sociais, professores e as camadas empobrecidas desse município.

2.1.Metodologia de trabalho e resultados obtidos.

A etapa inicial do projeto se constitui no levantamento de todas as instituições de ensino

público estaduais do município e das instituições socioeducativas regristradas oficialmente pelo

poder público de São Gonçalo, pertencentes aos bairros dos 1º e 4° distritos, de todas as instituições

sociais que ficam nos bairros onde estas escolas estão localizadas, e dos aglomerados subnormais

nas regiões ou próximos das regiões onde as escolas e as instituições sociais, assim como as facções

criminosas controlam o fluxo de pessoas e serviços prestados a esta comunidade, mesmo que ainda

seja de forma informal ou indireta.

É importante ressaltar que optamos pelas escolas estaduais por serem da mesma esfera

governamental que a UERJ/FFP e assim podemos tentar uma aproximação cooperativa entre esses

dois espaços de educação estadual sendo essa a nossa próxima etapa da pesquisa. Os dados

recolhidos foram obtidos pela Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (Metropolitana 2), pelos

dados IBGE, pelos dados do Município de São Gonçalo (Secretarias de Educação e a de

Desenvolvimento Social), além de trocas de informações informais com estudantes e outros

moradores dos aglomerados subnormais (favelas) existentes em São Gonçalo. Vejamos os mapas

ilustrativos das realidade espaço-temporal do município em estudo.

Mapa 1: Cidade de São Gonçalo no mapa do Rio de Janeiro:

Fonte: http://www.saogoncalo.rj.gov.br/mapas.php (2016)

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Mapa 2: Divisão da cidade por distritos:

Fonte: http://www.saogoncalo.rj.gov.br/mapas.php (2016)

Quadro 1: Bairros de São Gonçalo de acordo com seus respectivos distritos:

1º Distrito

(30 bairros)

2º Distrito

(20 bairros)

3º Distrito

(17 bairros)

4º Distrito

(13 bairros)

5º Distrito

(10 bairros)

1. Palmeira

2. Itaoca

3. Fazenda dos Mineiros

4. Porto do Rosa

5. Boaçu

21. Zé Garoto

22. Brasilânda

23. Rosane

24. Vila Lara

25. Centro (Rodo de

S.G.)

26. Rocha

27. Lindo Parque

36. Tribobó

37. Colubandê

38. Mutondo

39. Galo Branco

40. Estrela do Norte

41. São Miguel

42. Mutuá

43. Mutuaguaçu

44. Mutuapira

45. Cruzeiro do Sul

46. Antonina

47. Nova Cidade

48. Trindade

49. Luiz Caçador

50. Recanto das Acácias

51. Itaúna

52. Salgueiro

54. Alcântara

55.

Almerinda

56. Jardim Nova

República

57. Arsenal

58. Maria Paula

59. Arrastão

60. Anaia Pequeno

61. Joquei

62. Coelho

72. Amendoeira

74. Jardim Amendoeira

75. Vila Candoza

76. Anaia Grande

77. Ipiíba

78. Engenho do Roçado

79. Rio do Ouro

80. Várzea das Moças

81. Santa Isabel

82. Eliane

83. Ieda

84. Sacramento

53. Jardim

Catarina

63. Raul Veiga

64. Vila Três

65. Laranjal

66. Santa Luzia

67. Bom Retiro

68. Gebara

69. Vista Alegre

70. Lagoinha

71. Miriambi

73. Tiradentes

85. Pacheco

86. Barracão

87. Guarani

88. Monjolo

89. Marambaia

90. Largo da Idéia

91. Guaxindiba

6. Boa Vista

7. Porto da Pedra

8. Porto Novo

9. Gradim

10. Porto Velho

11. Neves

14. Vila Lage

15. Porto da Madama

16. Paraíso

17. Patronato

18. Mangueira

19. Parada 40

20. Camarão

12. Venda da

Cruz

13. Convanca

28. Santa Catarina

29. Barro Vermelho

30. Pita

31. Zumbi

32. Tenente Jardim

33. Morro do Castro

34. Engenho Pequeno

35. Novo México

Fonte: http://www.saogoncalo.rj.gov.br/mapas.php (2016)

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Quadro 2: Escolas estaduais e os bairros onde estão localizadas – 1º Distrito

Bairros do 1º distrito Colégios Estaduais

2. Itaoca

CIEP 430 CARLOS MARIGHELLA

RUA ANTONIO LEONCIO, 19

ITAOCA - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã e Regular - Noite

4. Porto do Rosa E.E. Capitao Belarmino de Mattos

R. Marquês Guimarães, 1608

(21) 3614-2683

5. Boaçu CE MONSENHOR BARENCO COELHO

AVENIDA ALFREDO BAHIENSE

BOAÇU - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, Regular – Tarde, EJA Módulo I – Noite

Colégio Estadual Frederico Azevedo

R. Cap. Acácio, 1300

(21) 2603-9066

21. Zé Garoto CE NILO PECANHA

RUA CORONEL SERRADO, 1750

ZÉ GAROTO - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, Regular – Tarde, Regular – Noite

22. Brasilânda CE PADRE MANUEL DA NOBREGA

RUA MINAS GERAIS

BRASILÂNDIA - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, Regular – Tarde

---------------------------------------------------------------------------------------------

IE CLELIA NANCI

AVENIDA BRASILANDIA

BRASILÂNDIA - SÃO GONÇALO

Normal (Formação de Professores) - Integral

Regular – Manhã - Tarde

---------------------------------------------------------------------------------------------

CIEP 249 - Pastor Waldemar Zarro

R. Minas Gerais, S/N - Brasilândia, São Gonçalo - RJ, 24465-280

Telefone: (21) 3705-0010

26. Rocha CE MINISTRO JOSE DE MOURA E SILVA

RUA ROSALINO JOSE FERREIRA

ROCHA - SÃO GONÇALO

EJA Módulo I – Noite, Regular – Manhã

36. Tribobó Escola Estadual Vital Brasil

Rua Euzebio, SNº

(21) 3605-2903

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37. Colubandê CIEP 412 DOUTOR ZERBINI

RODOVIA AMARAL PEIXOTO, KM 11

COLUBANDÊ - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã

---------------------------------------------------------------------------------------------

CIEP 422 NICANOR FERREIRA NUNES

RUA SALVATORI

COLUBANDÊ - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã

---------------------------------------------------------------------------------------------

Colégio Estadual Dr. Rodolpho Siqueira

Rua Ana Cristina, 707, R. Cap. Juvenal Figueiredo, S/N

(21) 2601-6678

---------------------------------------------------------------------------------------------

Colégio Estadual Professora Antonieta Palmeira

Estr. dos Menezes, S/N

(21) 2701-5577

38. Mutondo CE DOUTOR ADINO XAVIER

TRAVESSA PROFESSORA ADELIA MARTINS

MUTONDO - SÃO GONÇALO

Regular – Noite, EJA Módulo I – Noite, Regular – Tarde

42. Mutuá CE ISMAEL BRANCO

RUA RAUL LENGRUBER

MUTUÁ - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, EJA Módulo I – Noite

47. Nova Cidade ESCOLA ESTADUAL CRUZEIRO SUL

R Capitão Múcio Levi, 120 - Nova Cidade - São Gonçalo, RJ - CEP: 24455-

300

(21) 2603-6307

(21) 2725-2363

81. Trindade CE LAURO CORREA

RUA MACAE, LOTE 03, QD.103

TRINDADE - SÃO GONÇALO

EJA Módulo I – Noite, Regular – Noite

49. Luiz Caçador CIEP 439 LUIZ GONZAGA JUNIOR - GONZAGUINHA

RUA VITAL BRAZIL, 1

LUIZ CAÇADOR - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã

51. Itaúna CE FREDERICO AZEVEDO

RUA RAUL MESQUITA

ITAÚNA - SÃO GONÇALO

EJA Módulo I – Noite, Regular – Tarde

52. Salgueiro CIEP 248 PROFESSOR TULIO RODRIGUES

PERLINGEIRO

ESTRADA DAS PALMEIRAS

SALGUEIRO - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã

---------------------------------------------------------------------------------------------

CE ARMANDO GONCALVES

RUA WALDOMIRO SIQUEIRA

SALGUEIRO - SÃO GONÇALO

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Regular – Manhã, Regular – Noite

54. Alcântara CE PANDIA CALOGERAS

RUA JOAO CESARINO

JARDIM ALCÂNTARA - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, Regular – Tarde e Regular – Noite; Normal (Formação de

Professores) – Integral, EJA Módulo I – Noite.

---------------------------------------------------------------------------------------------

CE DESEMBARGADOR FERREIRA PINTO

RUA NESTOR PINTO ALVES

ALCÂNTARA - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã

Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2016)

Quadro 3: Escolas estaduais e os bairros onde estão localizadas – 4º Distrito

Bairros do

4º distrito

Colégios Estaduais

6. Boa Vista CIEP 052 PROFESSORA ROMANDA GOUVEIA GONCALVES

RUA VERISSIMO DE SOUZA

BOA VISTA - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã, EJA Módulo I – Noite

8. Porto

Novo

CE CAPITAO OSWALDO ORNELLAS

RUA CAPITAO JOAO MANOEL

PORTO NOVO - SÃO GONÇALO

Regular - Noite

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E.E. Albertina Campos

R. Maria José de Morais, 87

(21) 2724-1861

9. Gradim CE CORONEL FRANCISCO LIMA

RUA VISCONDE DE ITAUNA

GRADIM - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã

10. Porto

Velho

Escola Estadual Carlos Maia

R. Catarina Martins, Porto Velho SG

(21) 2723-5551

11. Neves CE SANTOS DIAS

RUA FLORIANO PEIXOTO, 970

NEVES - SÃO GONÇALO

Inovador - Nova Geração - Integral

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Colégio Estadual Melchiades Picanco

R. Saldanha Marinho, 199

(21) 3714-1037

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

CIEP 413 ADAO PEREIRA NUNES

RUA JOSE RAMOS DE OLIVEIRA

NEVES - SÃO GONÇALO

Regular – Manhã, Regular – Tarde e EJA Módulo I – Noite

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 12

14. Vila Lage Centro de Estudos Supletivos de Sao Goncalo

Avenida Lucio Tome Feiteira, Vila Lage - SG

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ciep 413 Adão Pereira Nunes

R. José Ramos de Oliveira, s/n

3119-4039

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Escola Estadual Professora Enny de Mendonca Gama

R. Procópio Ferreira

(21) 2628-2734

16. Paraíso CE WALTER ORLANDINI

RUA DOUTOR FRANCISCO PORTELA, 794

PARAÍSO - SÃO GONÇALO

Regular - Manhã, Regular – Tarde, Regular - Noite

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ciep Brizolao 237 Jornalista Wladimir Herzog

R. Dr. Francisco Portela, SNº

(21) 2615-9167

17. Patronato Ce Coronel Joao Tarcisio Bueno

Telefone (21) 3705-2027 / 2606-3968

Rua Doutor Francisco Portela,

Ptronato

São Gonçalo - RJ

CEP: 24435-000

Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2016)

Quadro 4: Instituições sociais, ONGs e bairros onde estão localizadas – 1º distrito

Bairros do 1º

distrito

Instituições sociais e Ongs

4. Porto do Rosa

PROGRAMA DE INTEGRACAO SOCIAL PARA CRIANCA E ADOLESCENTE

Rua Henrique Marins - 2535 -

Portao Do Rosa - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-78275546

5. Boaçu

CAIXA BENEFICENTE DOS PROFISSIONAIS DO TURF

Rua Borges Medeiros, 2225 casa 8 - Bairro: Boaçu - São Gonçalo - RJ

(21) 2274-5298

OBRA SOCIAL DO BOASSU - ENTIDADES BENEFICENTES

Rua Inácio Sarmento, 460 - Bairro: Boaçu - São Gonçalo - RJ - CEP: 24467-270

(21) 2606-1159

21. Zé Garoto INSTITUTO BRASIL DE CIDADANIA

Rua Cel Moreira Cesar - 97 - Sala- 204

Zé Garoto - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27252644

SOCIEDADE BENEFICENTE MAÇONICA EVOLUÇÃO GONÇALENSEà

Socioculturais

-Seita religiosa

-Doações externas

Rua Capitão Alonso Faria, 396 loja 50 - Bairro: Zé Garoto - São Gonçalo - RJ - CEP: 24440-370

(21) 2606-3858

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 13

22. Brasilânda Associação Crescer e Viver

Rua Minas Gerais, s/n - Bairro: Brasilândia - São Gonçalo - RJ - CEP: 24465-280

(21) 3714-2277

25. Centro (Rodo de S.G.) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTENCIA AO EXCEPCIONAL

Rua Dr. Nilo Peçanha - 151 -

Centro - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26068835

FUNDAÇÃO SÃO GONÇALO DE AMARANTE

Rua Drº Feliciano Sodre - 141 - Salas 407 E 408

Centro - São Gonçalo - RJ

Tel: -27244753

INSTITUIÇÃO CRISTÃ AMOR AO PRÓXIMO

Rua Feliciano Sodré - 4 -

Centro - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27120710

INSTITUTO BRASILEIRO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - IBRS

Rua Salvatori - 102 -

Centro - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-37158800

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL SANTA CLARA

Rua Moreira César - 172 -

Centro - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27121620

26. Rocha OBRA SOCIAL E EDUCACIONAL JOÃO MENDES

Rua Doutor Salk, 231 - Bairro: Rocha - São Gonçalo - RJ - CEP: 24421-470

(21) 2606-1605

36. Tribobó CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E CULTURAL

Rua Quintino Joaquim da Silva - 165 -

Tribobo - São Gonçalo – RJ

24750-245

Tel: 21-37113254

39. Galo Branco Obra Social e Educacional João Mendes

Rua Doutor Salk, 231 - Bairro: Galo Branco - São Gonçalo - RJ - CEP: 24421-470

(21) 2606-1605

40. Estrela do Norte ABRIGO DO CRISTO REDENTOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rua Dr. Nilo Peçanha - 320 -

Estrela Do Norte - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27120750

43. Mutuaguaçu

Associação Evang Resgate e Ame Cri e Adol em Situação Risco

Tel: (21) 3709-1022

Rua Comandante Tarque Horta Barbosa, 94

Mutuaguacu - São Gonçalo - RJ

81. Trindade ASSOCIAÇÃO SALGADO DE OLIVEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Rua Lambari - 10 -

Trindade - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-21384938

ASSOCIAÇÃO TRINDALATA, PARA PROMOÇÃO SOCIAL, EDUCACIONAL,

CULTURAL, ESPORTIVA E AMBIENTAL.

Rua: Carangola - Lt 02 - Qd 75, Parte 02

Trindade - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-2694-1459

Centro de Acolhimento e Cidadania

Rua Cidade de Campos - 910 -

TRINDADE - SÃO GONÇALO - RJ

Telefone: -3708-5326

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 14

LAR Anjo Rafael

R Hernani Magalhães Bastos - 105 -

Trindade - São Gonçalo - RJ

Telefone: 21-2601-8403

51. Itaúna CENTRO COMUNITÁRIO CONEXÃO

Rua Souza Camara - 113 -

Itaúna - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-25445070

CENTRO COMUNITÁRIO AMIGOS DO SERPA

Rua Rosendo Marcos - 2661 -

Itaúna - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27010790

ONG SECRETARIA DO POVO DE SG

Rua: José Maciel - 20 - Escritório

Itaúna - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26050542

Centro Comunitário Cidadão do Futuro

Rua Heitor Rodrigues, 30, Itaúna

São Gonçalo - RJ , CEP: 24473-205 (21) 3712-2802

52. Salgueiro CENTRO COMUNITÁRIO DO SALGUEIRO

R:capitão Antônio Franklin - 128 -

Salgueiro - São Gonçalo - RJ

Tel: -26010718

54. Alcântara ARTICULACAO DE CRECHES E PRE ESCOLA COMUNITARIA DE SAO

GONCALO

Rua Joao Catetano - 45 -

Alcantara - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26038198

ASSOCIAÇÃO DOS CONSUMIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rua Yolanda Saad Abuzaid - 51 - Loja 214

Alcantara - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-30278899

Centro de Ação Social Adonai (C.A.S.A)

Rua Domingos Borges - 156 -

ALCÂNTARA - SÃO GONÇALO - RJ

Telefone: 21-2603-4499

Movimento Pró Criança do Alcântra

Rua Nestor Pinto Alves, 521 - Bairro: Alcântara - São Gonçalo - RJ

(21) 2701-1229

A/C Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social

Políticas sobre Alcool e Drogas

Políticas públicas para Idosos, Mulher e Pessoas com Deficiência

Rua Uriscina Vagas, 36 – Alcântara – SG - RJ

24452-020

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (2016)

Quadro 5: Instituições sociais, ONGs e bairros onde estão localizadas – 4º distrito Bairros do 4º distrito Instituições sociais e Ongs

8. Porto Novo Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Gonçalo

Rua Doutor Francisco Portela, s/n - Bairro: Porto Novo - São Gonçalo - RJ - CEP: 24435-001

(21) 2712-9968

Associação Comunitária de Comunicação e Cultura Alianc

Tel: (21) 2724-2263

Rua José Saly, 230

Porto Novo - São Gonçalo - RJ

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 15

9. Gradim Grupo de Apoio ao Menor do Cassinu

Tel: (21) 3857-0661

Rua Otacílio Colares, 15

Gradim - São Gonçalo - RJ

11. Neves COMUNIDADE DO AMOR

Rua Nicolina Tomaz - 177 - Casa

Neves - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26209181

AMAS - Associação Metodista de Ação Social (SG)

Travessa Gonçalves - 86 -

- SÃO GONÇALO - RJ

Telefone: 21-3706-7055

14. Vila Lage ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS DEFICIENTES DA AUDIÇÃO

Rua Dr. Alderto Torres - 717 -

Vila Lage - São Gonçalo - RJ

Tel: -37070481

Centro Social Nova Unção

Rua Lúcio Tomé Feteira, 260 - Bairro: Vila Lage - São Gonçalo - RJ - CEP: 24415-000

(21) 2628-2804

16. Paraíso Sociedade Filantrópica Aparecida Panisset

Rua Visconde de Itaúna, 3105 - Bairro: Paraíso - São Gonçalo - RJ - CEP: 24431-005

(21) 2605-3660

17. Patronato ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS

Rua Dr. Francisco Portela - 0 -

Patronato - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-27129968

INSTITUTO USINA SOCIAL

Rua Américo Rodrigues - 77 - Casa 1

Patronato - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-37076866

19. Parada 40 CASA AMARELA

Rua Doutor Francisco Portela - 2329 -

Parada 40 - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26067050

20. Camarão MOVIMENTO DE MULHERES EM SÃO GONÇALO

Rua Jaime Figueiredo - 2685 -

Camarão - São Gonçalo - RJ

Tel: 21-26065003

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (2016)

Quadro 6: Bairros com Aglomerados subnormais e suas facções – 1º Distrito

Bairros do 1º distrito Aglomerados Subnormais

(favelas)

Controle

4. Porto do Rosa Porta D'água / Morro do querosene Comando

Vermelho

5. Boaçu Favela do 40 Comando

Vermelho

21. Zé Garoto Favela Miguel Pinto Comando

Vermelho

22. Brasilânda Morro do Coroado Comando

Vermelho

26. Rocha Menino de Deus / Morro dos Cabritos Comando

Vermelho

27. Lindo Parque Favela Miguel Pinto Comando

Vermelho

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 16

36. Tribobó Favela da Berola / Palha Seca Comando

Vermelho

37. Colubandê Buraco Quente Comando

Vermelho

38. Mutondo Chumbada Amigos dos

Amigos

39. Galo Branco Escadão / Morro do Cano Comando

Vermelho

40. Estrela do Norte Chumbada Amigos dos

Amigos

42. Mutuá Morro do Querosene / Favela da Força Comando

Vermelho

43. Mutuaguaçu Comunidade Bela Vista Comando

Vermelho

44. Mutuapira Pira / Couro Come Comando

Vermelho

81. Trindade Comunidade Três Campos Comando

Vermelho

49. Luiz Caçador Morro do Coqueiro Comando

Vermelho

51. Itaúna Morro do Céu Comando

Vermelho

52. Salgueiro Morro do Salgueiro Comando

Vermelho

Fonte: Pesquisa realizada pelos Autores (Janeiro/2017)

Quadro 7: Bairros com Aglomerados subnormais e suas facções – 4º Distrito

Bairros do 4º

distrito

Aglomerados

Subnormais (Agsn)

Controle

6. Boa Vista Boa Vista Amigos dos Amigos

8. Porto Novo Morro do Feijão Comando Vermelho

9. Gradim Favela do Gato / Pombal Amigos dos Amigos

10. Porto Velho Morro do Feijão / Bandeira Comando Vermelho

11. Neves Martins Comando Vermelho

14. Vila Lage Morro da Coruja / Martins Comando Vermelho

15. Porto da Madama Morro do Feijão Comando Vermelho

16. Paraíso Morro do Feijão Comando Vermelho

17. Patronato Morro do Feijão Comando Vermelho

18. Mangueira Mangueirinha Comando Vermelho

19. Parada 40 Mangueirinha Comando Vermelho

Fonte: Pesquisa realizada pelos Autores (Janeiro/2017)

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 17

Esses últimos dados foram levantados através da internet nos sites relacionados ao governo

do Estado e a prefeitura do município de São Gonçalo, além de outros sites que continham

informações sobre os itens que buscamos nessa pesquisa. Também foram realizados entrevistas

semidirigidas com alunos da FFP/UERJ moradores de São Gonçalo para descoberta dos nomes

mais comuns dados aos aglomerados assim como a respeito às facções que controlam o tráfico

social e econômico nessas comunidades. Vale a pena lembrar que os dois últimos quadros (6 e 7)

sofrem variações constantes e ficam desatualizados conforme as movimentações do tráfico de

drogas.

Após o levantamento conseguimos alcançar os números abaixo, referentes aos 1º e 4º

distritos de São Gonçalo, apresentado sinteticamente no quadro abaixo.

Quadro 8: Síntese de dados dos quadros anteriores

Números totais do levantamento

43 Bairros (30 no 1º Distrito e 13 no 4º Distrito)

42 Instituições sociais ou ONGs (Divididas por 22 bairros)

38 Escolas Estaduais (Divididas por 24 Bairros)

31 Aglomerados Subnormais (Agsn) Identificados

6 Complexos de Agsn controlados por facções criminosas

4 Bairros com Agsn controlados pela facção Amigo dos Amigos (ADA)

29 Bairros com Agsn controlados pela facção Comando Vermelho (CV)

10 Bairros onde não foram identificados Agsn

Fonte: Autores (2017)

3. (IN)CONCLUSÕES: O QUE OS DADOS NOS APONTAM SOBRE A RELAÇÃO

COMUNIDADE E ESPAÇOS EDUCACIONAIS.

Após as informações obtidas com o levantamento dos dados, é possível fazermos algumas

considerações parciais sobre a distribuição das escolas, das instituições sociais e das áreas de risco

do Município de São Gonçalo (nos 1º e 4º distritos) que nos permitem pensar a respeito de como

essa distribuição reflete a maneira como o poder público estadual encara a questão da educação nas

camadas empobrecidas dessa cidade e como se encontra dispostas as instituições sociais nesse

município.

O primeiro ponto que podemos destacar é a defasagem no número de escolas em relação ao

número de bairros, pois das 38 escolas do Estado existentes nos 2 Distritos do Município, apenas 24

bairros são atendidos, sendo 16 e 8 no 1º e 4º distritos respectivamente. Observando essa

informação em percentual podemos inferir que dos 43 bairros, cerca de 45% não contam com a

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 18

participação do Estado ao que se refere educação pública, representando quase a metade do total. A

situação é um pouco pior quando observarmos que do total de 42 instituições sociais ou ONGs

cadastradas pelo município, essas se fazem presentes em apenas 22 bairros, indicando que 49%

deles não contam com a presença de ações sociais para o atendimento de seus habitantes.

Essa realidade se agrava ao observarmos que 13 bairros (30% do total) não contam nem com

a presença das escolas nem com a presença das instituições socioeducativas. Nesse caso, essas

últimas não só poderiam realizar um trabalho social importante para a população, mas também

poderiam suprir a ausência do poder público, fornecendo educação social por meio dos mecanismos

já apresentados anteriormente pela Pedagogia Social.

O segundo ponto que merece destaque e é extremamente importante observar para perceber

os efeitos colaterais da ausência do poder público, e ainda, o quanto a população, especialmente as

crianças e os jovens estão expostos aos riscos do poder paralelo, que de forma legítima acaba

tomando conta dessas regiões. Dos 43 bairros (do 1º e 4º distritos) 33 possuem áreas controladas

por facções criminosas do tráfico de drogas. Isso demonstra que enquanto o Estado, com escolas

públicas, ocupam um total de 55% de toda a região do 1º e 4º Distritos, o poder paralelo atua em um

total de 77% dessa mesma região.

Outra situação, que não só chamou a nossa atenção ao realizarmos este levantamento, e nos

aponta para uma reflexão é o fato de que a região do centro da cidade (Rodo de São Gonçalo) e o do

Alcântara, que não foram identificados aglomerados subnormais significativos ou mesmo a

evidência de facções criminosas possuem a maior concentração de instituições socioeducativas para

atendimento a população empobrecida. Em verdade, essas dois bairros possuem uma quantidade de

instituições não governamentais muito superiores a de qualquer outro bairro da cidade.

Esses dados nos permitem a pensar em algumas questões para nossa reflexão sobre as

relações educacionais e a pobreza.

1. Uma vez que as instituições sociais têm por objetivo alcançar as partes da sociedade, onde

existe a ausência, ou a ineficiência da atuação do poder público, qual a explicação para que estas

estejam tão distantes dessas partes?

2. Como a população empobrecida poderá se beneficiar dos trabalhos oferecidos por essas

instituições, uma vez que estão localizadas distantes de seus espaços e para ir até elas dependem de

um esforço econômico e de administração do tempo, que sabemos ser tão escassos nas periferias?

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 19

3. Se a maior parte da população interessada no trabalho das instituições encontra-se distante

delas, aos interesses de quem elas estão servindo na maior parte do tempo em que estão

funcionando?

4. Que questões podem estar interferindo para que essas instituições não estejam mais bem

localizadas, seria por impedimento das facções criminosas, seria por medo de seus idealizadores e

agentes de se colocarem no interior das áreas de riscos?

5. Como o Estado pode contribuir para uma melhor localização e atuação dessas instituições

que, pela sua própria ausência, se fazem tão importantes para preencher algumas lacunas das

necessidades das populações empobrecidas?

Essas perguntas se abrem para a continuação da investigação em andamento nesse projeto de

investigação.

Enfim a nossa primeira inferência é que onde tem uma comunidade empobrecida em São

Gonçalo, nem sempre tem uma comunidade educativa reconhecida como tal. Ou seja, nesse

primeiro momento, ao realizarmos o levantamento das informações que são imprescindíveis para o

avanço dos trabalhos, conseguimos inferir questões pertinentes para serem desenvolvidos no

decorrer dessa investigação sobre educação e pobreza em São Gonçalo. De fato, esses dados

mapeados dão base ao nosso caminho investigativo e ajuda-nos a transitar em busca das respostas

que possam contribuir para uma ação cada vez mais eficiente a respeito das práticas educativas não

escolares e/ou extracurriculares nesse município.

Com o mapeamento realizado e o cruzamento de dados também adiantamos algumas

reflexões necessárias para o entendimento de todo esse processo. A partir desse ponto da

investigação seguimos para o segundo momento de visita a algumas escolas desses dois distritos, da

procura de atividades educacionais sociais nessas escolas e, oxalá, da descoberta de

relacionamentos e práticas educativas entre a escola e as instituições socioeducativas que

proporcionem a emancipação dos sujeitos envolvidos nos processos educativos dessas regiões de

São Gonçalo. As nossas investigações sobre as práticas pedagógicas e as relações psicossociais

entre a escola, as camadas empobrecidas e as instituições socioeducativas seguem o seu rumo

traçados pelo mapeamento da pobreza e da educação – e em processos emancipatórios – nessas

regiões de São Gonçalo.

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 20

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortês, 2011.

GADOTTI, Moacir. Educação popular, educação social, educação comunitária: Conceitos e práticas diversas,

cimentadas por uma causa comum. In Congresso Internacional de Pedagogia Social. 2012, São Paulo (SP) (online).

Acessado em abril de 2017. Disponível em www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script.

GRACIANNI, Maria Stella. Pedagogia Social. São Paulo: Cortez, 2014.

QUINTANA CABANAS, José María. Textos clássicos de pedagogia social. Valencia: Nau Llibres, 1999.

Referência em websites:

Escolas públicas em São Gonçalo. Disponível em: http://www.rj.gov.br/web/seeduc. Acessado em 10 de fevereiro de

2017 às 20h 20min.

Jornal O São Gonçalo. Disponível em: http://www.saogoncalo.rj.gov.br/mapas.php Acessado em 01 de abril de 2017 às

11h.

Matricula fácil - Rio de Janeiro Disponível em: http://www.matriculafacil.rj.gov.br/ListaDeEscolas.aspx#. Acessado em

23 de fevereiro de 2017 às 15h.

ONGs credenciadas em São Gonçalo. Disponível em: http://www.encontrasaogoncalo.com.br/e/entidades-beneficentes-

em-sao-goncalo.shtml. Acessado em 12 de março de 2017 às 13h 40min.

São Gonçalo e Niterói: Um território. Disponível em: http://blogcrimesnews.blogspot.com.br/2015/11/sao-goncalo-e-

niteroi-um-territorio.html. Acessado em 04 de fevereiro de 2017 às 09h.

IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 21

RESUMO

O presente trabalho objetiva mostrar a distribuição das comunidades educacionais escolares e não escolares

de São Gonçalo e sua relação com os aglomerados subnormais da cidade. Dessa forma esse trabalho estudou

a disposição feita pela Secretaria de educação do estado do Rio de Janeiro para o atendimento da população

e algumas inferências sobre a forma com a qual o poder público estatal se organiza espacialmente para a

aplicação de suas políticas públicas educacionais nesse município. Essa investigação é um recorte do PIBIC

2016/2018 intitulado “Formações, Representações e Práticas educativas não escolares e/ou extracurriculares

no município de São Gonçalo” 2016/2018 da FFP/UERJ em São Gonçalo que tem como objetivo geral

investigar as práticas educativas não escolares e/ou extracurriculares desenvolvidas por instituições

socioeducacionais e suas relações com as representações, sociais ou não, destes educadores sobre as

camadas empobrecidas atendidas nos bairros periféricos do município de São Gonçalo. Os resultados inferidos

até o presente mostram: problemas na distribuição entre as escolas estaduais e as populações empobrecidas

do município; o déficit do registro oficial de instituições socioeducacionais na Secretaria Municipal de

Desenvolvimento Social; e a distribuição irregular da educação, escolar e não escolar, em relação aos bairros

e os „bolsões de pobreza‟ da sociedade Gonçalense, levando uma maior reflexão sobre o papel do estado

frente às demandas da sociedade educacional do município.

Palavras-chaves: pedagogia social – escolas públicas estaduais – instituições socioeducativas – pobreza.