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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

Operação de migração para o novo data center da Celepar ......Sabe-se que o cérebro comanda as funções do nosso corpo e que cada área é responsável por uma determinada função

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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RELAÇÕES ENTRE LINGUAGEM E DESENVOLVIMENTO EM SITUAÇÕES DE

ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO EVOLUTIVA DA INFÂNCIA ( PARALISIA

CEREBRAL)

Autora: Adriana Daruiz Fernandes.

Orientadora: Tânia dos Santos

Alvarez da Silva

RESUMO

Esse estudo teve por propósito buscar alternativas para a comunicação de alunos com Encefalopatia Crônica Não Evolutiva da Infância, que apresentam boa compreensão da comunicação face a face, mas não possuem fala funcional. Vale ressaltar que, pessoas com essas características têm um atraso no desenvolvimento da linguagem e, em consequência disso, podem desenvolver um atraso de natureza intelectual. No estudo, trabalha-se com a premissa de que a linguagem é um importante instrumento para a vida humana, pois a partir dela acontecem as interações sociais. Portanto, por meio de interações linguísticas os homens tornam-se capazes de expressar, organizar e compreender ideias, sensações, desejos, e ainda, amparados por esse instrumento psicológico (a língua), podem ter acesso ao conhecimento e às informações sobre o mundo no qual vivem. O estudo contemplou uma etapa teórica e uma intervenção prática, a partir de um experimento didático, realizado com alunos jovens e adultos, matriculados na Escola João Paulo II- Educação Infantil e Ensino Fundamental, na modalidade de Educação Especial. No experimento, foram oportunizados diferentes recursos alternativos e materiais didáticos para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos alunos participantes do estudo. Como resultado do trabalho desenvolvido, os alunos beneficiados com a intervenção revelaram ter alçado compreensão de conceitos anteriormente desconhecidos. Desse modo, os recursos de Comunicação Alternativa adaptados constituíram-se em ferramenta verbal para alavancar o desenvolvimento intelectual de alunos atendidos.

Palavras-chave:

Linguagem e desenvolvimento humano; Paralisia Cerebral; Comunicação

Alternativa; Tecnologia Assistiva.

RELATIONS BETWEEN LANGUAGE AND DEVELOPMENT IN SITUATIONS OF

CHRONIC ENCEPHALO- UPDATE NO CHILDHOOD (Cerebral Palsy)

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ABSTRACT

This study had the purpose to seek alternatives for communicating with students

Chronic Encephalopathy of Childhood Not Evolutionary, who show a good

understanding of face to face communication, but have no functional speech. It is

noteworthy that people with these characteristics have a delay in language

development and in consequence may develop a delay of an intellectual nature. In

the study, one works with the premise that language is an important tool for human

life, as it happens from social interactions. Therefore, through linguistic interactions

men become able to express, organize, and understand ideas, feelings, desires, and

also supported by this psychological instrument (the language), can have access to

knowledge and information about the world in which they live. The study included a

theoretical and a practical step intervention, from a teaching experiment conducted

with young adults and students enrolled in the School John Paul II Elementary

Education and Early Childhood Education, in the form of Special Education. In the

experiment, were oportunizados different alternative resources and teaching to

develop language skills of students participating in the study materials. As a result of

their work, the students benefited from the intervention have revealed previously

unknown elevation understanding of concepts. Thus, the features of Alternative

Communication adapted consisted in verbal tool to leverage the intellectual

development of students served.

Key words: Language and human development; Cerebral Palsy; Alternative

Communication; Assistive Technology.

Introdução

O presente artigo tem por finalidade apresentar os resultados dos estudos e

intervenções realizados a partir de necessidades educacionais de alunos que

compõem uma turma da Escola João Paulo II, Educação Infantil e Ensino

Fundamental, na modalidade de Educação Especial, de Terra Boa. Nessa turma há

quatro alunos jovens, com Paralisia Cerebral (Encefalopatia Crônica Não Evolutiva

da Infância), que não possuem fala funcional, mas evidenciam compreensão da

língua falada.

Sabe-se que, a vida do ser humano está intimamente associada ao seu

processo de comunicação. É por meio da linguagem que o homem relaciona-se com

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o seu semelhante, expressa seus sentimentos, ideias, desejos e transmite os seus

conhecimentos e valores. À medida que o homem amplia o seu relacionamento com

o outro, ele também aumenta o seu conhecimento de mundo, aperfeiçoa e multiplica

a sua capacidade comunicativa, que envolve fala, sons, imagens, textos verbais e

não verbais, gestos, expressões faciais, língua de sinais etc..

Quando uma condição particular de existência impõe limites ao pleno uso da

linguagem é necessário que medidas sejam tomadas no sentido de remover

obstáculos para que a comunicação ocorra. Algumas pessoas apresentam

limitações em determinados aspectos comunicativos, como a capacidade de falar ou

escrever, provenientes de alguma deficiência neuromotora. Essa deficiência pode

surgir em decorrência de um acidente, uma doença ou um problema específico no

desenvolvimento. Nessas situações, o sujeito acometido pela deficiência necessita

de uma forma alternativa de comunicação, por meio da qual consiga expressar seus

sentimentos, desejos, dúvidas e possa ser compreendido.

Sendo assim, para que pudessem ter acesso ao conhecimento, bem como,

interagir com o ambiente escolar, fez-se necessário criar condições adequadas à

comunicação desses sujeitos, a fim de que fossem compreendidos por todos, pois a

comunicação não só é essencial ao ser humano, como é, também, a condição de

sua existência e evolução.

Portanto, o objetivo principal desse trabalho foi buscar alternativas para a

comunicação de alunos com Encefalopatia Crônica Não Evolutiva da Infância

(ECNEI), deficiência conhecida como Paralisia Cerebral (PC), que não possuem fala

funcional, e utilizam recursos de baixa tecnologia para que a comunicação seja

efetivada. De forma semelhante, foi propósito desse estudo avaliar a contribuição

oferecida por pranchas portáteis de comunicação.

No atendimento aos alunos da escola que sedia o estudo, foram usados

recursos ergonômicos (adaptações do meio físico), capazes de auxiliar nas funções

que exigem coordenação motora e na comunicação. A adoção desses recursos

cumpriu a função de permitir que, os alunos usufruíssem de um atendimento

especializado, capaz de melhorar a comunicação e a mobilidade. Vale destacar que

uma grande dificuldade no trabalho educativo com alunos com ECNEI, possuidores

de uma suposta integridade intelectual, reside no fato de que a limitação

comunicativa obstaculiza a possibilidade de compreensão pelo

professor/interlocutor, do conteúdo do pensamento do aluno. Desse modo, o

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professor permanece alheio ao que seus alunos desejam, gostam, enfim, ao que

pensam. Também as metodologias para a alfabetização do aluno PC com

dificuldades de comunicação funcional, necessitam fugir ao padrão convencional e

enfrentar o desafio de encontrar caminhos alternativos para a aprendizagem.

1- Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica Não Evolutiva da Infância

A Paralisia Cerebral foi descrita por William John Little, ortopedista inglês,

quando resolveu estudar 47 crianças com rigidez muscular nos membros inferiores e

em menor grau nos membros superiores. Essas crianças não pegavam objetos, não

engatinhavam e nem andavam. Também não melhoravam nem pioravam conforme

o crescimento. Essa condição foi chamada de Síndrome de Little por muitos anos.

Mais tarde, Freud decidiu estudar a “Síndrome de Little”, surgindo então, a

expressão Paralisia Cerebral. Phelps generalizou o termo Paralisia cerebral para

diferenciá-lo de Paralisia Infantil (Poliomielite) (CANDIDO, 2004, p. 5).

Descreve Rotta (2002) apud Gomes, Lima e Cruz (2003 p. 303) que desde o

Simpósio de Oxford, em 1959, a expressão PC foi definida como:

[...] sequela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um transtorno persistente, mas não invariável, do tono, da postura e do movimento, que aparece na primeira infância como uma lesão não evolutiva do encéfalo. A partir dessa data a PC passou a ser conceituada como encefalopatia crônica não evolutiva da infância.

A Paralisia Cerebral (PC), também denominada Encefalopatia Crônica Não

Evolutiva da Infância (ECNEI) é um termo que engloba diversos distúrbios que

significam uma alteração ou perda do controle motor, secundária a uma lesão

encefálica, ocorrente no período pré-natal ou durante a primeira infância,

independentemente do nível mental da criança lesionada. (BASIL, 1995). Ainda

para Basil (1995), a definição de Paralisia Cerebral mais comumente aceita procede

dos países de língua inglesa, nos quais a paralisia cerebral (cerebral palsy) é

entendida como:

[...] a sequela de um comprometimento encefálico que se caracteriza, primordialmente, por um distúrbio persistente, mas não invariável, do tônus, da postura e do movimento que surge na primeira infância e não somente é diretamente secundário a esta lesão não-evolutiva do encéfalo, mas que se deve, também, à influência que esta lesão exerce na maturação neurológica. (cit. em Barraquer, Ponces, Corominas e Torras, apud BASIL, 1995. p. 252).

De acordo com (BOBATH 1979, p. 11):

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Paralisia Cerebral é o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo, e existindo desde a infância. A deficiência motora se expressa em padrões anormais de postura e movimentos, associados com um tônus postural anormal. A lesão que atinge o cérebro quando ainda é imaturo interfere com o desenvolvimento motor normal da criança.

Na visão de (WERNER apud GOMES, LIMA e CRUZ, 2003, p. 303) a paralisia cerebral:

É uma lesão que ocorreu no cérebro, devido a problemas gerados na gestação, durante o nascimento ou após nascer o bebê, tendo como consequência uma deficiência nos movimentos que controlam o domínio motor e postura do indivíduo. Definindo-a como qualquer déficit motor central não progressivo, com interferência no seu desenvolvimento intra ou extra-uterino, não hereditário, aparecendo nos primeiros anos de vida.

Sabe-se que o cérebro comanda as funções do nosso corpo e que cada área

é responsável por uma determinada função. Segundo Bersh e Machado (2007,

p.15), “o papel do Sistema Nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior parte das

funções do nosso corpo”. Sendo assim, os movimentos das pernas, dos braços, a

visão, a audição e a inteligência são comandados pelo cérebro. As lesões cerebrais

variam conforme a área afetada, interferem no desenvolvimento dos movimentos,

postura e do tônus muscular do indivíduo, de forma que possa ocorrer alterações

mentais, visuais e auditivas, o que incide também no comprometimento da

motricidade e da locomoção, bem como a alimentação, a fala, ou seja, a

independência e autonomia do paralisado cerebral. Nessa linha de análise,

(BASIL1995, p. 252), diz que:

[...] encontraremos crianças com sintomatologias muito diferentes e de prognósticos muito variáveis. Podemos encontrar desde crianças com perturbações motoras discretas, até crianças cuja alteração motora impede-as de realizar, praticamente, qualquer movimento voluntário; desde crianças com uma inteligência normal ou superior até crianças com uma deficiência mental extremamente grave, com ou sem distúrbios sensoriais - de visão, audição, etc.- associados.

A Paralisia Cerebral não é uma doença e sim um estado patológico. Portanto,

quando de fato existe a lesão, essa é irreversível. Como uma condição de

deficiência a ECNEI não poder ser curada. A pessoa com PC não deve ser

considerada doente, e sim como uma pessoa que necessita de cuidados especiais

que pais, professores e diversos especialistas devem tentar atender da melhor forma

possível, de modo que utilizem recursos que facilitem o seu deslocamento, o

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controle postural, a comunicação e a linguagem, o trabalho escolar, o lazer etc..

(BASIL, 1995).

Sendo assim, como nos disponibiliza o livro: Educação Infantil: saberes e

práticas da inclusão - Dificuldades de comunicação e sinalização: Deficiência Física

juntamente ao quadro ilustrativo (GODOI 2006, p. 17)

ao contrário do que o termo sugere, “paralisia cerebral” não significa que o cérebro ficou paralisado. O que acontece é que ele não comanda corretamente os movimentos do corpo. Não manda ordens adequadas para os músculos, em consequência da lesão sofrida.

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/saberesepraticas_inclusao.pdf

Bersh e Machado (2007), ainda ressaltam que as limitações do indivíduo com

PC tendem a diminuir conforme a introdução de recursos e estimulações

específicas.

Causas:

Conforme Basil (1995); Junqueira (2007); Diament (2005), as causas da

Paralisia Cerebral são as infecções ou traumatismos pré-natais, perinatais e pós-

natais, como serão apresentados na sequência:

Causas Pré-natais - Ocorrem antes do nascimento:

- Doenças infecciosas contraídas pela mãe como: a rubéola, o sarampo, a sífilis, o

herpes, a hepatite epidêmica, meningite, toxoplasmose etc..

- Intoxicações devido ao óxido de carbono.

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- Uso indevido de álcool ou outros tipos de drogas.

- Exposição aos raios X.

- Pressão alta.

- Ameaça de aborto, choque direto (tombos e pancadas) no abdômen.

- Incompatibilidade entre fator sanguíneo dos pais.

- Má posição do cordão umbilical.

- Mãe portadora de Diabetes ou com toxemia.

- Uso de remédios, sem indicação médica.

- Doenças ou intoxicações intra-uterinas.

- Manobras abortivas mal controladas.

- Doenças metabólicas congênitas como a galactosemia (defeito no metabolismo

dos carboidratos) e a fenilcetonúria (defeito no metabolismo dos aminoácidos).

Atualmente, a ciência dispõe de recursos para prevenir essas doenças ou

para interromper a gravidez, quando houver risco de morte para a gestante ou para

o feto. Por isso, é imprescindível que a gestante seja acompanhada pelo médico,

antes e durante a gravidez.

Causas Perinatais - Advém de uma lesão no tecido neural durante o nascimento:

- Anoxia (falta de oxigênio no cérebro). Acontece quando o bebê demora para

respirar, lesionando algumas partes do cérebro.

- Asfixia por obstrução do cordão umbilical.

- Anestesia administrada em quantidade excessiva ou em momento inoportuno.

- Parto demasiadamente demorado.

- Traumatismos ocorridos pelo uso de fórceps.

- Mudanças bruscas de pressão devido a uma cesariana.

- Prematuridade e baixo peso.

- Hipermaturação.

- Icterícia grave (hemolítica ou por incompatibilidade).

Causas Pós-natais – Podem ocorrer aproximadamente durante os três primeiros

anos de vida, ou seja, enquanto o sistema nervoso encontra-se em

desenvolvimento.

- Infecções cerebrais causadas pela meningite ou encefalite.

- Traumatismos crânios-encefálicos.

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- Acidentes anestésicos.

- Desidratação com perda significativa de líquidos.

- Distúrbios vasculares.

- Intoxicações com anidrido carbônico ou com venenos.

- Falta de oxigênio por afogamento ou outras causas.

- Sarampo.

- Febre muito alta e prolongada.

- Desnutrição.

Classificação de Paralisia Cerebral:

As pessoas com Paralisia Cerebral têm um comprometimento motor que

causa interferências no desempenho funcional.

Para Basil (1995), as numerosas formas de PC podem ser classificadas pelos

efeitos funcionais e pela topografia corporal. Os quadros clínicos mais frequentes,

de acordo com os efeitos funcionais são: a espasticidade, a atetose e a ataxia e

menos frequentes: a rigidez e tremores. Pela topografia corporal são classificadas

em paraplegia, tetraplegia, monoplegia, diplegia, triplegia e hemiplegia. Porém,

raramente uma criança apresenta uma tipologia pura, sendo na maioria das vezes,

vitimada por quadros mistos.

Quanto aos Efeitos Funcionais:

Espasticidade - ocorre como consequência de uma lesão situada no feixe

piramidal, que consiste em um aumento do tônus muscular. Essas contrações

musculares são de dois tipos:

a) Contrações musculares que ocorrem em repouso.

b) Contrações musculares que se manifestam de acordo com o esforço ou a

emoção.

Os músculos espásticos são hiperirritáveis, e há a impossibilidade de colocar

em ação, a contração dos músculos envolvidos, em um movimento (agonistas) e no

relaxamento de outros (antagonistas), durante a realização de qualquer movimento,

o que resulta em uma reação, em que todo o corpo interfere na execução da ação

desejada, ou seja, ao tentar mexer qualquer parte do corpo como: um braço, as

pernas ou a coluna vertebral, a criança involuntariamente flexiona todo o seu corpo.

(BASIL, 1995).

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Atetose - ocorre em função de uma lesão localizada no feixe extrapiramidal,

dificulta o controle e a coordenação dos movimentos voluntários. Os movimentos

são incontroláveis, extremados e assimétricos. Trata-se de movimentos

espasmódicos, incontroláveis e contínuos nos membros, na cabeça, na face e nos

músculos da fonação, respiração e deglutição, que perturbam a vida da criança.

Inconscientemente, ela tenta limitar essa agitação, porém contrai os músculos, e

ocasiona uma atitude semelhante aos movimentos espásticos. Por outro lado, há

atetoses brandas. (BASIL, 1995).

Ataxia - É uma síndrome cerebelar na qual o equilíbrio e a precisão dos movimentos

encontram-se alterados, ocorre falta de estabilidade do tronco ao mover os braços,

desorientação espacial e dificuldade na coordenação dos movimentos dos braços

para assegurar o equilíbrio ao caminhar, o que acontece de forma insegura, rígida e

com quedas frequentes. A ataxia está associada à atetose, pois geralmente, como já

referido, as formas de PC são mistas. (BASIL, 1995).

Rigidez - consiste em uma hipertonia pronunciada, que pode impedir

completamente os movimentos. (BASIL, 1995).

Tremores - consistem em movimentos rápidos, breves, rítmicos e oscilantes, sendo

constantes ou isolados na execução dos movimentos voluntários. (BASIL, 1995).

Quanto à Topografia Corporal, segundo (Basil, 1995):

Paraplegia - é o comprometimento das duas pernas.

Tetraplegia - é o comprometimento dos membros superiores e inferiores.

Monoplegia - é o comprometimento de uma extremidade.

Diplegia - é um comprometimento maior dos membros inferiores que dos inferiores.

Triplegia - é o comprometimento de três extremidades.

Hemiplegia - é o comprometimento de um hemicorpo. (BASIL, 1995).

Para Bobath e Bobath, 1989, a classificação é:

Diplegia - Todas as crianças diplégicas são do grupo espástico. Apesar de todo o

corpo ser afetado, as pernas são mais do que os braços. Na maioria das vezes,

essas crianças possuem controle da cabeça e um comprometimento moderado ou

leve dos membros superiores. Normalmente, não há comprometimento de fala e

algumas crianças apresentam estrabismo. (BOBATH e BOBATH, 1989).

Quadriplegia - Embora todo o corpo seja comprometido, nas quadriplegias

atetóides, os braços e o tronco são mais afetados do que as pernas, porém nas

quadriplegias espásticas ou casos mistos, as pernas e os braços possuem o mesmo

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grau de comprometimento. A criança não controla o movimento da cabeça e todas

possuem fala e coordenação ocular afetadas. (BOBATH e BOBATH, 1989).

Hemiplegia - Há comprometimento em apenas um dos lados do corpo. Geralmente

as crianças são do tipo espástico, mas posteriormente, algumas desenvolvem a

atetose distal. (BOBATH e BOBATH, 1989).

Monoplegia - Há comprometimento apenas de um braço ou de uma perna, com

menos frequência. A monoplegia é muito rara e na maioria das vezes torna-se

hemiplegias. (BOBATH e BOBATH, 1989).

Paraplegia - É muito rara. Poucas crianças não são afetadas “acima da cintura”.

Normalmente, tornam-se displégicas, têm os braços e mãos comprometidos ou

apenas um braço. (BOBATH e BOBATH, 1989).

2 - A importância da linguagem

De acordo com Tamanaha e Perissinoto (2009), o principal componente da

comunicação humana é a linguagem, a qual permite ao ser humano a sua

exteriorização e proporciona-lhe a oportunidade do diálogo. A linguagem é o sistema

simbólico que mais favorece o desenvolvimento do pensamento, pois é por meio

dela que acontece a interação social com outras pessoas, interação essa que

permite que o sujeito expresse as suas ideias, sensações, desejos, necessidades e

tenha acesso às informações sobre o mundo em que vive. Com base nessas

exposições Tetzchner (2009), diz que:

O desenvolvimento da linguagem é um processo por meio do qual as crianças passam a partilhar do meio de comunicação de sua cultura. Os seres humanos parecem possuir uma habilidade específica à espécie de aquisição de linguagem por meio da interação social com outras pessoas. (Herrmann et al., ; Lenneberg,; Tomasello, apud TETZCHNER, 2009, p.14).

Nesse sentido, é possível destacar que, a linguagem é um importante

instrumento para a vida humana, justamente porque é a partir dela, que o homem

estabelece relações sociais, interage com o mundo e faz-se reconhecer como ser

pensante. Como enfatiza o pensamento Vigotskyano, a linguagem é a base do

pensamento e, por meio dela, a interação social é fundamental para o

desenvolvimento do ser humano.

Assim, a linguagem tem um papel essencial na vida de cada indivíduo, o que

diferencia o homem dos animais, pois por intermédio dela, o ser humano tem a

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capacidade de realizar uma comunicação mais complexa de maneira que transmita

com eficácia os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida. Nessa perspectiva:

A capacidade de se comunicar por meio da linguagem é uma característica exclusivamente humana que, portanto, nos diferencia dos outros primatas. [...] a linguagem surge da interação social e os “processos lingüísticos” tornam-se importantes para o controle e coordenação do comportamento individual e no desenvolvimento e transmissão de cultura. [...] para duas pessoas se comunicarem por meio da linguagem é necessário que elas usem as palavras da mesma forma, convencionadas pela língua vinculada à sua cultura. [...] “A língua real aprendida é aquela que se desenvolveu, durante um longo período de desenvolvimento cultural, na cultura da criança”. (ARGYLE, apud DELIBERATTO, 2003, p.507).

Assim, para que duas pessoas estabeleçam comunicação, mediante a

linguagem, é necessário que compartilhem do significado das palavras,

empregando-as de modo compreensível para ambas, e tais significados e

estratégias comunicativas são estabelecidos pela sua cultura e meio social. Desse

modo, compreende-se que a linguagem é uma atividade essencialmente humana,

porque é a partir de seu uso que se observa , se compreende e se interage

socialmente com o mundo.

Relações entre pensamento e linguagem:

Nas últimas linhas do livro “Pensamento e Linguagem”, de Vygotsky,

encontra-se um conceito célebre sobre o assunto que diz que o pensamento e a

linguagem refletem a realidade de uma maneira diferente daquela que é percebida,

sendo a chave para a compreensão da consciência humana. Disso depreende-se

que, as palavras desempenham um importante papel no desenvolvimento do

pensamento, como também na evolução histórica da consciência como um todo, o

que equivale ao fato de que uma palavra é um microcosmo da consciência humana.

(VYGOTSKY, 1991).

De acordo com Rego (1995), é possível observar que o estudo das relações

entre pensamento e linguagem é considerado um dos temas mais complexos da

psicologia. Vygotsky e seus colaboradores, trouxeram contribuições importantes

sobre esse tema, revelando que a relação entre o pensamento e a linguagem passa

por muitas transformações, ao longo da vida do indivíduo, porém encontram-se e

dão origem ao modo de funcionamento psicológico mais sofisticado e tipicamente

humano.

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Segundo Vigotsky (1984), a conquista da linguagem representa um marco

no desenvolvimento do homem:

[...] a capacitação, especificamente humana, para a linguagem habilita as crianças a providenciarem instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a superarem a ação impulssiva, a planejarem a solução para um problema antes de sua execução, e a controlarem seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem, para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se, então, a base de uma nova e superior atividade nas crianças, distinguindo-as dos animais (VYGOTSKY, 1984, p.31 apud REGO, 1995).

Nessa linha de análise, percebe-se que a linguagem tanto expressa, como

organiza o pensamento da criança. Esse tema é discutido por Rego (1995), quando

diz que, isso se processa porque a função primordial da fala é estimulada pela

necessidade de comunicação, ou seja, por meio do contato social. Nesse aspecto, é

muito importante observar que, desde os primeiros meses de vida, o choro, o

balbucio, o riso, enfim, as manifestações vocais e de expressão facial ganham no

convívio social, um significado. Vygotsky chamou essa fase de estágio pré-

intelectual do desenvolvimento da fala, pois os recursos vocais e de expressão,

primitivamente empregados, são meios de contato com o grupo para a resolução de

um problema. Assim, antes de aprender a falar, a criança demonstra sua aptidão de

atuar no ambiente e sanar problemas práticos, mas sem a interferência da

linguagem. A essa fase, Vygotsky, denominou de estágio pré-linguístico do

desenvolvimento do pensamento. (REGO, 1995).

À medida que a criança se relaciona e dialoga com os membros adultos de

sua cultura, ela aprende a usar a linguagem como instrumento do pensamento e

como meio de comunicação. Quando isso acontece, o pensamento e a linguagem

juntam-se, e assim, o pensamento torna-se verbal e a fala racional. Em virtude

dessas considerações, percebe-se que o domínio da linguagem gera mudanças na

criança, sobretudo no seu jeito de relacionar-se com o meio, haja vista que

possibilita novos meios de comunicação com os indivíduos e de organização de seu

modo de agir e pensar. ( REGO, 1995).

Desenvolvimento da motricidade e da linguagem em pessoas com

Encefalopatia Crônica não Evolutiva da Infância:

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Como já referido, uma das principais características do ser humano é a

capacidade de se comunicar. Um exemplo disso está no fato de que em todas as

culturas, boa parte do conhecimento adquirido e transmitido ocorre por meio da

comunicação. Todavia, uma parte da população mundial é privada dessa

possibilidade devido a alguma deficiência de natureza motora, sensorial ou cognitiva

( DUDUCHI e MACEDO, 2009). Entre essas deficiências, encontra-se a paralisia

cerebral.

As crianças atingidas pela P.C. possuem diversas alterações na evolução de

seu desenvolvimento psicológico, derivadas de seu distúrbio neuromotor. Nesse

sentido, a possibilidade de andar, manipular, falar, escrever etc., dependerá da

realização de determinados movimentos. As disfunções motoras comprometem

todos os aspectos da vida do indivíduo, limita suas possibilidades de aprender e

suas experiências, interfe na forma de relacionar-se com as pessoas, assim como a

forma de perceber a si mesmo e ao mundo que o cerca. (BASIL, 1995).

A lesão cerebral pode levar a pessoa a ter distúrbios no desenvolvimento

psicomotor (controle postural, cambaleio, manipulação etc.), de maior ou menor

gravidade. (BASIL,1995).

Conforme Bobath e Bobath (apud Basil 1995, p. 257):

A lesão cerebral afeta o desenvolvimento psicomotor da criança em dois sentidos. Em primeiro lugar, a interferência na maturação normal do cérebro acarreta um atraso do desenvolvimento motor. Em segundo lugar, ocorrem alterações neste desenvolvimento, devido à presença de esquemas anormais de atitude e de movimento, já que persistem modalidades primitivas de reflexo, esteriotipadas ou generalizadas, que a criança é incapaz de inibir.

A pessoa que possui um atraso no desenvolvimento da linguagem,

consequentemente tem um atraso no desenvolvimento intelectual. No caso das

pessoas com Encefalopatia Crônica Não Evolutiva da Infância, que não desfrutaram

de oportunidade de desenvolver o uso sofisticado da linguagem por meio de trocas

linguísticas eficientes, esse atraso inevitavelmente será instalado.

A maioria desses indivíduos apresenta transtornos no desenvolvimento da

fala, em decorrência das alterações dos aspectos motores expressivos da

linguagem. O nível de comunicação nas pessoas com P.C., varia desde leves

distúrbios articulatórios, até graves retardos na aquisição da fala ou total

impossibilidade de compreensão, diante da emissão oral articulada de um som.

Para Basil (1995, p.257 e 258):

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As lesões cerebrais produzem, quase sempre, alterações do aspecto motor-expressivo da linguagem, determinadas por uma perturbação, mais ou menos grave, do controle dos órgãos motores bucofonatórios, que pode afetar a execução (disartria) ou a própria organização do ato motor (apraxia). As consequências destes distúrbios são variáveis, podendo alterar, em maior ou menor grau, a inteligibilidade da linguagem falada, podendo, inclusive, impedi-la por completo. Em muitos casos, estes distúrbios motores dos órgãos bucofonatórios afetam outras funções além da fala, como a mastigação, a deglutição, o controle da saliva ou a respiração. No entanto, se não ocorrem outros problemas associados, a compreensão da linguagem pode desenvolver-se corretamente. Em algumas ocasiões, menos frequentes, a lesão cerebral pode condicionar distúrbios específicos da linguagem e não somente do ato motor da fala, como as disfasias, distúrbios que, mesmo não estando relacionados a déficits sensoriais (surdez,etc.) ou cognitivos, podem afetar tanto a expressão como a compreensão da linguagem.

Sendo assim, em casos nos quais a pessoa com Encefalopatia Crônica Não

Evolutiva da Infância tem a capacidade de expressão oral ou escrita limitada, torna-

se imprescindível a utilização de uma sistema alternativo de comunicação.

3 - Tecnologia Assistiva

Em, 14 de dezembro de 2007, o Comitê de Ajudas Técnicas/Secretaria

Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República – CAT/SEDH –

aprovou o seguinte conceito de Tecnologia Assistiva, proposto por seus integrantes.

Para o CAT:

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2007 apud BERSCH, 2009, p. 182).

Desse modo, pode-se dizer que a tecnologia assistiva é uma área do

conhecimento que engloba todas as formas de recursos e serviços que contribuam

na ampliação de habilidades funcionais de pessoas com necessidades educacionais

especiais, com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida, a autonomia, a

independência e a inclusão social.

De acordo com Bersch (2007) :

“A tecnologia assistiva deve ser compreendida como resolução de problemas funcionais, em uma perspectiva de desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização de desejos, habilidades, expectativas positivas e da qualidade de vida, as quais incluem recursos de comunicação alternativa, de acessibilidade ao computador, de atividades de vida diárias, de orientação e mobilidade, de adequação postural, de adaptação de veículos, órteses e próteses, entre outros.” (BERSCH, 2007. p.31).

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A partir dessa definição, é possível perceber que a Tecnologia Assistiva (TA)

é composta de recursos e serviços. O recurso será o equipamento usado pelo aluno

durante a realização de uma tarefa e o serviço é a ação pela qual se tentará resolver

os problemas funcionais do aluno em busca de alternativas para que ele participe

das atividades escolares. (BERSCH, 2007).

No artigo 61 do decreto 5.296/04, ajudas técnicas é o termo usado que

engloba:

[...] produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptadas ou especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. (art. 61 do decreto 5.296/04, BERSCH E PELOSI, 2006, p.8).

Na visão de Berch (2007), ajudas técnicas correspondem a sinônimo de

tecnologia assistiva quando se trata de recursos utilizados para promover a

funcionalidade de pessoas com deficiência ou incapacitadas pelo envelhecimento.

Bersh (2007), também ressalta que a legislação brasileira garante ajudas técnicas

ao cidadão brasileiro com deficiência e que o professor deve ajudá-lo a definir quais

são os recursos que precisa para que possa obter o benefício.

Conforme estabelecido no Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, os

recursos garantidos às pessoas com deficiência são:

Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de deficiência; elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para facilitar a autonomia e a segurança da pessoa portadora de deficiência; elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a sinalização para pessoa portadora de deficiência; equipamentos e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência; adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria funcional e a autonomia pessoal (BERSCH, 2007, p. 33).

O uso da Tecnologia Assistiva, na escola, consiste em encontrar estratégias,

por meio das quais o aluno realize o que deseja e aumente a sua capacidade de

ação e interação a partir de suas habilidades. Empregar a TA corresponde a

possibilitar ao aluno, novas alternativas para: melhorar a sua comunicação, a escrita,

a leitura; ampliar sua mobilidade; acessar ao computador; utilizar materiais escolares

e pedagógicos, a fim de proporcionar-lhe maior qualidade de vida escolar e

independência na realização de suas tarefas. Bersh (2007), diz que o professor

deve encontrar, junto com o aluno, alternativas possíveis, que façam com que ele

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vença as barreiras que o impedem de ser incluído na rotina escolar. Todavia, ao

adotar tecnologias assistivas aproveita-se tudo aquilo que o aluno consegue fazer e

amplia-se essa ação, mediante a introdução de recursos. (BERSH, 2007).

Modalidades da TA:

Segundo Bersh (2007, p. 37) a TA pode organizar-se em modalidades que são classificadas em:

Auxílios para a vida diária e vida prática.

Comunicação Aumentativa e Alternativa.

Recursos de acessibilidade ao computador.

Adequação Postural (posicionamento para função).

Auxílios de mobilidade.

Sistemas de controle de ambiente.

Projetos arquitetônicos para acessibilidade.

Recursos para cegos ou para pessoas com visão subnormal.

Recursos para surdos ou pessoas com déficits auditivos.

Adaptações em veículos.

4 - Comunicação Alternativa: histórico

De acordo com Vanderheiden e Lloyd (1986), as técnicas aumentativas e

alternativas existem há mais de 30 anos. No início dos anos 70, os sistemas de

sinais manuais começaram a ser aplicados às pessoas com retardo mental, afasia,

deficiência neuromotora e autismo, pois eram utilizados somente para os não

ouvintes. Pesquisas a respeito do ensino de linguagem também obtiveram sucesso

entre as pessoas com deficiência. Os sistemas de sinais gráficos também foram

desenvolvidos a fim de que pessoas sem habilidades de escrita pudessem se

comunicar. Kates e McNaughton (1975) implantaram o sistema logográfico de

comunicação, sistema Bliss, desenvolvido a princípio em grupos de pessoas com

paralisia cerebral, como forma de comunicação universal. Hoje, há uma amplitude

de sistemas de sinais, tanto gestuais quanto gráficos, com intuito de desenvolver

uma forma de comunicação eficaz. (ROSELL e BASIL, 2003).

No Brasil, o uso da CAA, iniciou-se em 1978, na escola especial e centro de

reabilitação Quero-Quero, na cidade de São Paulo. Nessa instituição, eram

atendidas pessoas com paralisia cerebral, sem prejuízos intelectuais e com

deficiência neuromotora. Essas instituições especializadas foram muito importantes

para a formação dos profissionais e contribuíram na produção de conhecimentos

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sobre metodologias de trabalho com pessoas com deficiência. (REILYapud

SCHIRMER, 2009, p. 265).

Definição:

A Comunicação Aumentativa e Alternativa é uma área ou uma das

modalidades da Tecnologia Assistiva que inclui recursos, estratégias e técnicas, no

intuito de minimizar as dificuldades de comunicação que se fazem presentes em

sala de aula. É angustiante para o indivíduo tentar transmitir uma mensagem, em

uma condição física em que os músculos da boca se movem, mas não produzem o

som esperado. O leitor pode imaginar o desespero experimentado pela pessoa

com comprometimentos motores para a fala? O insucesso na comunicação é

frustrante, tanto para o falante, quanto para o interlocutor. Por isso, é fundamental o

uso da comunicação alternativa, com os alunos que possuem paralisia cerebral que

têm a capacidade de expressão oral e escrita limitada, visto que esse recurso pode

proporcionar-lhes sucesso em suas iniciativas comunicativas e consequentemente,

na interação com o outro, no meio escolar ou social.

Para Schirmer (2004, apud Schirmer e Bersch, 2007, p.58):

A CAA é considerada uma área da prática clínica e educacional que se propõe a compensar temporária ou permanentemente a incapacidade ou deficiência do sujeito com distúrbio severo de comunicação.Tem como objetivo valorizar todos os sinais expressivos do sujeito, ordenando-os para o estabelecimento de uma comunicação rápida e eficiente.

Na visão de Church & Glennen (apud Schirmer, 2009, p. 265):

A CAA é uma das modalidades da TA que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou com defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Busca, então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e do desenvolvimento de recursos próprios, construir e ampliar sua via de expressão e compreensão.

De acordo com Tetzchner e Martinsen (apud Schirmer e Bersch, 2007, p. 59):

A CAA destina-se a sujeitos de todas as idades, que não possuem fala e ou escrita funcional devido a disfunções variadas como, por exemplo: paralisia cerebral, deficiência mental, autismo, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, traumatismo raquiomedular, doenças neumotoras (como por exemplo, a esclerose lateral amiotrófica), apraxia oral e outros.

Nessa linha de análise, pode-se assegurar que a CAA beneficia pessoas de

todas as idades, que enfrentam inadequação de suas habilidades linguísticas devido

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a um acidente, uma doença ou uma deficiência. Quando a inadequação (fala

inexistente ou limitada) tem origem precoce, os sujeitos por ela acometidos,

frequentemente, apresentam atraso no desenvolvimento da linguagem. Sendo

assim, o sujeito acometido precisará de adaptações, ou seja, de recursos ou

estratégias que compensem a sua habilidade de comunicação.

Nesse sentido, Smith & Ryndak (apud Pelosi, 2009, p.165), afirmam que:

Caracteristicamente, usamos a linguagem oral e escrita para nos comunicarmos uns com os outros. Entretanto, a presença de uma deficiência pode limitar a extensão em que uma pessoa pode se comunicar por essas vias tradicionais. Por esse motivo, são necessárias adaptações para que ele possa participar plenamente de suas atividades.

Conforme Schirmer e Bersch (2007), os recursos, as estratégias e as técnicas

que substituem a fala são os sistemas de CAA. Tais sistemas são organizados em:

recursos que não precisam de auxílio externo: sinais manuais, gestos, apontar e

piscar de olhos, sorrir e vocalizar; e recursos que precisam de auxílio externo:

objetos reais, miniatura, símbolo gráfico, retrato, letras e palavras, dispostos em

recursos de baixa e alta tecnologia.

Cook & Hussey (apud Pelosi 2009, p.167) dizem que “os recursos de

Comunicação Alternativa são os objetos ou equipamentos utilizados para transmitir

as mensagens”.

Schirmer e Bersch (2007) relacionam alguns recursos de baixa tecnologia e

recursos de alta tecnologia. São eles:

Recursos de baixa tecnologia: objetos reais, miniaturas, objetos parciais,

fotografias, símbolos gráficos: Blissymbolics, Pictogram Ideogran Communication

Symbols (PIC) e Picture communication Symbols (PCS), pranchas de comunicação,

cartões de comunicação, mesa com símbolos, avental, pastas de comunicação,

porta documentos/cartões, álbum de fotografias, agendas e calendários, livros

construídos com simbologias da CAA, livros adaptados com a simbologia da CAA,

livros de atividades confeccionadas com a simbologia da CAA e jogos desenvolvidos

com a simbologia da CAA. (SCHIRMER e BERSCH, 2007).

Recursos de alta tecnologia: vocalizadores e computadores com o uso de software

especial com pranchas dinâmicas Speaking Dynamically Pro (www.clik.com.br) e

software gratuitos (www.comunicacaoalternativa.com.br) e um software Livre que é a

prancha livre de comunicação (www.ler.pucpr.br). (SCHIRMER e BERSCH, 2007).

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Trabalho com Simbologia Gráfica PCS e recursos de CAA:

Segundo Johnson (apud Schirmer e Bersch, 2007), o PCS deve ser dividido

em seis categorias primárias, fundamentadas na função de cada palavra. As

categorias são:

Social: palavras usadas em interações sociais como: palavras educadas,

pedidos de desculpas, expressões de gíria que expressem prazer ou

desprazer.

Pessoas: pronomes pessoais.

Verbos

Substantivos

Descritivo: adjetivos e advérbios.

Miscelânea: artigos, conjunções, preposições, conceito de tempo, cores, o

alfabeto, números e outras palavras abstratas. (SCHIRMER e BERSCH,

2007).

Conforme Johnson (apud Schirmer e Bersch, 2007 p. 73), essas seis

categorias de palavras dos PCS devem ser utilizadas em um sistema de cores:

Pessoas: contorno ou fundo amarelo.

Verbos: contorno ou fundo verde.

Substantivos: contorno ou fundo laranja.

Descritivos: contorno ou fundo azul.

Miscelânea: contorno ou fundo branco.

Social: contorno ou fundo rosa.

A palavra como ferramenta para o desenvolvimento intelectual: implementação

de uma proposta de Comunicação Aumentativa e Alternativa:

A intervenção em comunicação alternativa foi desenvolvida com quatro

alunos que possuem Encefalopatia Crônica Não Evolutiva da Infância e não têm fala

funcional, mas evidenciam compreensão da língua falada. O aluno P.S.N tem 22

anos, V.V.L., 28 anos, A.J.P., 31 anos e J.A.P.S.,19 anos. A intervenção pedagógica

ocorreu de março a julho de 2014, em um total de 32 horas/aula, em sala de aula.

Condutas adaptadas na efetivação da intervenção:

Por se tratar de pessoas, com um atraso no desenvolvimento da linguagem e

com atraso intelectual, fez-se necessária, a implementação de algumas modalidades

da tecnologia assistiva. Destaca-se como medidas de acessibilidade necessárias a

esse grupo de alunos: auxílios para a vida diária e vida prática, Comunicação

Aumentativa e Alternativa, recursos de acessibilidade ao computador (mouse

adaptado e teclado colméia), adequação postural (posicionamento para função),

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auxílios de mobilidade, recursos ergonômicos (adaptações do meio físico), jogos de

alfabetização, softwares educativos e outros.

Em relação à Comunicação Aumentativa e Alternativa foram introduzidos os

sinais manuais, gestos, sorrir e vocalizar, objetos reais, miniaturas, símbolos

gráficos, letras, sílabas e palavras, pranchas de comunicação portáteis, cartões de

comunicação, calendários, fotografias dos alunos, dos professores, de funcionários

da escola e de familiares, dispostos em recursos de baixa tecnologia. As pranchas

de comunicação foram confeccionadas com a utilização do software Boardmaker

v.6, "© 2013 DynaVox Mayer-Johnson", que contém símbolos. "PCS - Picture

Communication Symbols © 1980-2013 DynaVox Mayer-Johnson".

Vale ressaltar ainda que as pranchas de figuras- PCS foram empregadas em

momentos nos quais não foi possível o entendimento comunicativo por meio da

escrita e eventualmente por meio de gestos e expressões faciais.

Dessa maneira, foram desenvolvidas as seguintes atividades na área de

Língua Portuguesa: pranchas de letras, fichas de palavras e textos, pastas de

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linguagem: Animais, Alimentação e Esquema Corporal, jogos que estimulem a

escrita, vogais e consoantes, miniaturas para desenvolver a linguagem, dominó de

palavras e figuras, pareamento do nome e sobrenome, pareamento de letras,

sílabas e palavras, autoditado etc.. O objetivo dessas atividades foi de estimular a

escrita, de forma que possibilitasse aos alunos a expressão de seu pensamento e a

ampliação de seu repertório linguístico.

Em Matemática, fichas de adição e subtração, fichas com situações-

problema, pareamento de figuras geométricas, fichas de relação de quantidade com

número e de número com quantidade, pareamento de cores etc., cujo objetivo foi

instigar a capacidade de raciocínio, memória e resolução de problemas ligados a

essa área.

Já em relação a Estudos da Sociedade e da Natureza, o conteúdo abordado

foi o Sol, transmitido por meio da CAA, ou seja, de forma oral, com o auxílio de

representações visuais, cartazes, livros didáticos, vídeos no computador; de maneira

que a teoria, a prática e a realidade estivessem interligadas e propiciassem novos

conhecimentos acerca de tais conteúdos.

É oportuno dizer que os conteúdos relacionados acima foram trabalhados

concomitantemente, sendo que cada aluno desenvolveu uma atividade diferente do

outro, ou seja, enquanto um aluno realizava uma atividade de matemática, o outro

estava com uma de língua portuguesa ou motora. A disciplina de Estudos da

Sociedade de da Natureza foi trabalhada com o grupo.

Discussão da implementação da proposta:

Como tudo começou:

Eu tinha uma sala de alfabetização quando a aluna V.V.L., com paralisia

cerebral passou a freqüentá-la . A princípio, encontrei muitas dificuldades, pois não

sabia como orientá-la durante as atividades pelo fato de não escrever. Foi aí que

comecei a adaptar materiais didáticos. Primeiramente, confeccionei um alfabeto

móvel com pincel atômico preto e pedaços de madeiras cortados na marcenaria.

Depois, recortei figuras e fui fazendo fichas com sílabas e palavras em papel sulfite.

Mais tarde, ao realizar um curso de CAA, confeccionei uma prancha de letras, por

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meio da qual iniciamos o processo de alfabetização. Nesse curso, foi mencionado o

software Boardmaker, mas estava fora de alcance por ter um custo muito alto.

Nem todos os alunos da turma

necessitavam de pranchas de

comunicação de caráter

pictográfico, pois alguns já

empregam a escrita para a

comunicação. Um exemplo disso

pode ser observado na imagem em

que o aluno A.J.P solicitou, pela

escrita no computador: “EU

QUERO BOLO E COCA” .

Durante a Implementação da Proposta de Intervenção Pedagógica, os alunos

comportaram-se muito bem diante das atividades propostas. Gostaram das

pranchas de comunicação portáteis, dos materiais pedagógicos adaptados e do

teclado colméia. As fotos dos alunos, professores e funcionários fixadas em um

mural em sala de aula também auxiliaram no processo de comunicação. Assim,

quando querem dizer algo referente às pessoas que compõem o grupo escolar, os

alunos, por não disporem das habilidades de fala, apontam as fotos. De igual forma,

quando querem falar ou pedir algo, primeiramente se manifestam por gestos e

quando não é possível o entendimento, recorremos às pranchas e cartões de

comunicação. É gratificante presenciar a alegria deles ao serem compreendidos.

A partir da implementação, a aluna V.V.L começou a utilizar as pranchas para

buscar objetos pela escola como: papel toalha, papel higiênico, fita adesiva,

perfurador, entre outros. E, quando retorna é uma satisfação para todos, pois

demonstra alegria por ter sido compreendida. Certo dia, os alunos A.J.P. e V.V.L.

queriam assistir ao jogo na quadra esportiva da escola. Ao pedirem, providenciei as

pranchas e foram solicitar à Diretora. Voltaram dizendo que tinham permissão para

tal solicitação. Dessa forma, o trabalho é efetuado , sempre que há necessidade. O

aluno A.J.P. ao estudar palavras com CH e diante da figura e da palavra

CHOCOLATE, apontou-a. Então, perguntei-lhe se queria chocolate. Ele afirmou e

mostrou-me a palavra SIM na prancha portátil.

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A aluna J.A.P.S. comunica-se por meio do sorriso que indica o “SIM”.

Quando fica séria, sua expressão representa o “NÃO”. Dessa forma, é possível

fazer alguns questionamentos relacionados ao cotidiano e ao conteúdo proposto.

Portanto, o processo de CAA está em fase inicial e deve continuar com o intuito de

conduzir a melhores resultados.

O aluno P.S.N. encontra-se no processo de alfabetização inicial. Também

usufrui dos materiais didáticos adaptados e realiza as atividades. Faz uso das

pranchas de comunicação, todavia num processo mais lento, pois está habituado

aos gestos.

É ainda importante destacar que é possível estabelecer meios para a

comunicação da pessoa com ECNEI, bem como introduzir o uso de matérias

didáticos, basta fazer as adaptações necessárias com perseverança e paciência e

com objetivos cuidadosamente traçados.

Na sequência, apresenta-se imagens do trabalho realizado com os alunos

que se beneficiaram com a intervenção.

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Considerações Finais:

A Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola foi o ponto

culminante de todo o estudo, pois uniu a teoria e a prática em um só contexto.

Portanto, a intervenção pedagógica somada aos estudos realizados possibilitou

comprovar que a utilização de recursos e materiais didáticos, que favorecem a

ampliação da comunicação de alunos com Encefalopatia Crônica não Evolutiva da

Infância é um caminho que viabiliza o desenvolvimento intelectual. Tais recursos

permitem que a linguagem e a comunicação humana sejam empregadas por sujeitos

que, mesmo não tendo a oportunidade da fala oral são capazes de aprender pela via

da linguagem, expressar o seu mundo interior e expôr seus conhecimentos,

pensamentos ou sentimentos.

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Efetuar a Unidade Didática na Escola João Paulo II – Educação Infantil e

Ensino Fundamental, na modalidade de Educação Especial, representou muito mais

que uma ação centralizada em estudo. Essa oportunidade consistiu na efetivação

de uma longa caminhada de experiência prática. Assim, no decorrer da

implementação foi possível observar que a utilização dos recursos alternativos e dos

materiais didáticos desenvolvidos ampliou a possibilidade de comunicação dos

alunos e dessa forma permitiu que eles interagissem com mais facilidade, com a

comunidade escolar, mesmo diante da ausência da fala.

Nas estratégias de comunicação adotadas procurou-se ainda valorizar os

gestos, tão utilizados no cotidiano lingüístico dos alunos. Porém, é importante

advertir que a utilização de gestos, estabelecidos em códigos familiares, é um

recurso impreciso e que limita as possibilidades comunicativas de seus usuários.

Os alunos demonstraram gostar de cada material didático adotado, os quais

além de permitirem a sua aprendizagem, conhecimento e expressão linguística

contribuíram para melhorar a sua autoestima. Isso porque, quando podemos

expressar o que aprendemos e o que sentimos, nos tornamos seres mais felizes,

visto que trancar o conhecimento e o pensamento em um mundo mundo silencioso

corresponde a condenarmos à solidão, sujeitos impedidos da expressão oral.

Como resultado do trabalho desenvolvido destaca-se que, a aprendizagem dos

alunos melhorou muito. Hoje, os alunos beneficiados com a intervenção revelam ter

adquirido consistência em conceitos antes não compreendidos, pois faltava um elo,

uma ferramenta verbal que fosse a alavanca de acesso entre o aluno e o

conhecimento. E, com os recursos utilizados esse elo foi estabelecido e a

aprendizagem adquirida.

Nesse sentido, é oportuno dizer que preciosa é a contribuição de Vygotsky

quando diz que as palavras desempenham importante papel no desenvolvimento do

pensamento, pois são microcosmos da consciência humana. (VYGOTSKY, 1991).

Em virtude dessas considerações, é possível afirmar que sem as palavras nos

tornamos matéria inerte aprisionadas num mundo vazio.

Referências: BASIL, Carmem. Os alunos com paralisia cerebral: desenvolvimento e educação. In: COLL, Cesar; PALÁCIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento

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