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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 22.FEV.2012 N.573 www.aese.pt OPINIÃO As “contradições internas” do Estado Social NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO Lisboa, 10 de março Programa de Orientação Familiar: Amor Matrimonial NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Uma proposta pragmática contra a mudança climática A dor dos concebidos de forma anónima “Temos de ser otimistas; ninguém o será por nós..." Tempos de Crise fazem Líderes à altura Lisboa, 3 e 4 de abril “Soy economista y os pido disculpas” A consistência é uma palavra chave na Gestão de Talento Open Innovation para tempos desafiantes Lisboa, 13 de março A curiosidade pelo “detrás da montanha” Estratégia de rutura para uma cidade melhor Novos modelos de distribuição de conteúdos online O desastre da educação Lisboa, 28 de fevereiro Gestão de Expatriados: Empresa e profissional Lisboa, 1 de março AESE no World MBA Tour Portugal in World 3.0 Lisboa, 28 de fevereiro AGENDA Novos casos: outsourcing e NAVES World 3.0: global prosperity and how to achieve it Universidad de Navarra apresenta Masters na AESE Passaporte

OPINIÃO PANORAMA DOCUMENTAÇÃO AGENDA · “Soy economista y os pido disculpas” A consistência é uma palavra chave na Gestão de Talento Open Innovation para tempos desafiantes

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NOTÍCIAS

22.FEV.2012N.573

www.aese.pt

OPINIÃO

As “contradições internas” do Estado Social

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Lisboa, 10 de março

Programa de Orientação Familiar: Amor Matrimonial

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Uma proposta pragmática contra a mudança climática

A dor dos concebidos de forma anónima

“Temos de ser otimistas; ninguém o será por nós..."

Tempos de Crise fazem Líderes à alturaLisboa, 3 e 4 de abril

“Soy economista y os pido disculpas”

A consistência é uma palavra chave na Gestão de Talento

Open Innovation para tempos desafiantesLisboa, 13 de março

A curiosidade pelo “detrás da montanha”

Estratégia de rutura para uma cidade melhor

Novos modelos de distribuição de conteúdos online

O desastre da educação

Lisboa, 28 de fevereiro

Gestão de Expatriados: Empresa e profissional

Lisboa, 1 de março

AESE no World MBA Tour

Portugal in World 3.0Lisboa, 28 de fevereiro

AGENDA

Novos casos: outsourcing e NAVES

World 3.0: global prosperity and how to achieve it

Universidad de Navarra apresenta Masters na AESE

Passaporte

2 CAESE fevereiro 2012

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A consistência é uma palavra chave na Gestão de Talento

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“No mundo empresarial não preci-samos de heróis, mas de pessoasnormais”, que “queiram o sucesso,procurem alcançá-lo e mantê-lo alongo prazo.” Esta é a visão deAntónio Ortega Parra, escritor eestudioso de líderes históricos,desenvolvida no Seminário "Gestãode Talento", realizado a 30 e 31 dejaneiro, na AESE. O autor partilhoualgumas reflexões que os líderesdeverão ter em conta, como oautoconhecimento, a responsabili-dade, a integridade, a humildade ea flexibilidade no cumprimento des-sa missão, a habilidade de saberouvir e falar (comunicar), entreoutras.

A função dos gestores de talentopassa, segundo o Prof. JoséRamón Pin, pela capacidade de

acrescentar valor à organização,através das marcas de liderança eda consistência na gestão depessoas. Os recursos humanosdevem ajudar a criar resultados e aconstruir as expetativas consis-tentes com o presente, tendo emconta o contexto e a estratégia, aspróprias políticas de RecursosHumanos e o ADN da organização.

Essa tarefa cumpre-se com adefinição de retribuições e incen-tivos, o desenho dos postos detrabalho, a gestão do fluxo depessoas e de carreiras, e da comu-nicação e influência nas organi-zações.

Para levar a cabo a missão dosRecursos Humanos há que ter umconhecimento profundo do negócio,

Recursos Humanos aprendem que… De 31 de janeiro a 1 de fevereiro de 2012

Prof. José Ramón Pin e António Ortega,no seminário Gestão de Talento

Galeria de Fotografias da AESE »»

3 CAESE fevereiro 2012

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organização e ter capacidade deexecução, alicerçada em tecno-logia. Mas Pin alerta: “não se podepôr em prática a estratégia daempresa sem se ter em conta ocontexto económico, político elaboral e a estratégia competitivada companhia.

O Seminário teve ainda a partici-pação da Prof. Fátima Carioca quedirigiu a discussão do caso “Cirquedu Soleil”, sob a ótica da Gestão doTalento nas organizações.

Alexandra Mendes, do Depar-tamento de Recursos Humanos daCrioestaminal referiu, após otérmino da formação, que “foi aprimeira vez que participei numseminário da AESE e achei ométodo do caso muito interessante.A possibilidade de ouvir outrasexperiências e outras maneiras depensar, numa altura em que,depois de oito anos noutras fun-ções na empresa, me foi dado odesafio Recursos Humanos, foipara mim muito proveitoso. Volteicheia de ideias para implementar.”

Sessão de continuidade com o Prof. José Luis Suárez

"Vivemos uma época interessante."A sessão de continuidade do Prof.José Luís Suárez, sobre "osmercados financeiros e a dívida naEurozona”, começou por demons-trar que o cenário de dívida previstopor si numa sessão semelhante naAESE, em 2011, confirmou-se maisrapidamente do que o expectável.De acordo com os dadosapresentados pelo Professor doIESE, o custo da dívida grega ésuperior ao estimado em 35% e aportuguesa em 15%.

O Banco Central Europeu anunciouque daria aprovação para aaquisição da dívida pública porparte da banca, por um valorilimitado; todavia, Portugal está aser contagiado pela negociação dodefault da Grécia.

“À medida que os países seendividam, mais perdem a flexi-

bilidade financeira.” Os ratingsnegativos atribuídos têm prejudi-cado a visão que o mercadofinanceiro tem do nosso país.Emcontraste, ratings semelhantes dospaíses LATAM, não têm compro-metido as perspetivas de cresci-mento que os investidores têm nosmercado dos EUA, Canadá, Coreiae Singapura.

"A boa notícia é a recuperação daIrlanda, o exemplo de uma econ-omia intervencionada." Este factoconfere uma mensagem deotimismo para os países querecorrem ao apoio da Troika.

Pelos dados disponíveis do casoirlandês, é possível observar aperda de competitividade durante oprocesso de retoma, que acaba porse inverter gradualmente. Asprevisões de 2012 apontam para anecessidade de crescimento do

PIB, baixando o custo da dívidapública. A confiança da indústria edos consumidores é um fator crítico

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“Temos de ser otimistas; ninguém o será por nós.

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26 de janeiro de 2012

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5 CAESE fevereiro 2012

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que se encontra deficitário. Um doscasos apontados pelo Prof. Suárezé o da difícil concessão de créditoàs construtoras, setor altamentesensível ao contexto bancário.

Segundo o ponto de vista doProfessor, a situação portuguesa émuito diferente da grega. Apesardas negociações estarem a sofreras consequências do estado grego,há aspetos que deverão serconsiderados.

Antes do debate começar, oProfessor fez saber as suasprevisões para a economia portu-guesa: "acredito que o mais impor-tante é o comportamento dos anosiniciais em termos de aumento docrescimento económico e daredução da dívida. Prevê-se quehaja uma queda de 3% do PIBnacional, em 2012, e um cresci-mento de 0,7, em 2013.

É no setor externo que reside aprincipal fonte de investimento. Aausteridade fiscal é necessária,sempre como um critério de atua-ção. Agora deve-se desenvolver a

confiança nos mercados de capi-tais.” O Professor acrescentou: “aausteridade em demasia é pena-lizadora. O setor privado está pa-rado e deve desindividar-se. Osetor público não pode abster-se.Há que exigir ganhos rápidos.

A chave está em crescer. Ocrescimento virá do setor externo.Importa portanto ganhar competi-tividade. Há que liberalizar aeconomia.

A alternativa, que consiste nodefault unilateral e na saída dazona Euro, é pior. Temos de serotimistas, ninguém o será por nós.O papel da empresa é fulcral comogeradora de empregos e de novasoportunidades.”

“O que será da Europa?”, ques-tiona o Prof. Suárez: “a soluçãopassa por conferir mais liquidez aoBanco Central Europeu com a com-pra de dívidas soberanas. A quedados juros e a ajuda política de"vender" a austeridade fiscalnoutros países são outras medidasque poderão vir a acontecer.”

A título de conclusão, o Professorreferiu que “provavelmente temosmotivos para nos mostrarmosindignados, mas temos de ser nósmesmos a encontrar as soluções.”

6 CAESE fevereiro 2012

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A curiosidade pelo “detrás da montanha”

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O sentimento de curiosidade einstinto de aventura despertadopelo “detrás da serra”, incutido nainfância vivida na Serra da Estrelapor António Castro Guerra,mostraram-se fundamentais para asua aprendizagem. “Alicercei aminha vida e a minha carreiraprofissional sobre dois pilares: o dacuriosidade como condição primei-ra de aprender; o da coragem,física e psicológica, para lidar coma adversidade, assumir riscos e mesuperar.”

Esta intervenção do Presidente doConselho de Administração daCimpor teve lugar no jantar de meiodo programa do 37º PADE,realizado na AESE, a 24 de janeiro.“Está a valer a pena frequentar oPADE”, comentou. “Com a idade,tenho menos certezas e reconheçomelhor a importância da relativiza-ção das coisas e das situações.”

Castro Guerra enumerou aindaalguns fatores críticos de sucessoque reconhece no programa: “ostextos de suporte são intrinse-camente interessantes e apoiam-seno real”, “propiciam o confronto devisões”, pela pedagogia utilizada e“o trabalho em grupo é respon-sabilizante”.

Teresa Caetano, da Direção deInformação e Consumidores daAnacom, referiu que a suaexperiência no PADE tem sido“multidimensional”. Durante oencontro, recordou com arte alguns“momentos Kodak” da formação,como se de uma sinfonia setratasse. Pegando na metáfora daempresa como orquestra,apresentada em sala pelo Prof.Roberto Carneiro, Teresa Caetanoassociou o som do oboé àliderança e o desenrolar dassessões à musicalidade dos qua-

Jantar do 37º PADE24 de janeiro de 2012

Prof. Pedro Ferro, Diretor do PADE»»

7 CAESE fevereiro 2012

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dros a deslizar, entre outros mo-mentos característicos.

No jantar, o Prof. Pedro Ferro, naqualidade de Diretor do Programa,agradeceu “aos cônjuges (e famili-ares) dos participantes no pro-grama, a paciência e compreensãoque tiveram até agora”: “temosconsciência da exigência de tempoe disponibilidade que a participaçãonum programa como este comportae sabemos que isso sobrecarrega,de algum modo, as famílias da-queles que o frequentam.” Depois,fez uma referência ao valor daesperança nos tempos que correm.“Porque ninguém pode caminhar –ninguém pode investir, empreenderou sequer dirigir – sem esperança:precisamos de esperanças maioresou menores, precisamos de proje-tos, de projeções no futuro, paranós e para as nossas organi-zações.” Conforme sustenta oProfessor, “manter acesa essachama, associada a uma visão pró-pria do negócio”, é “uma missãoindeclinável da Alta Direção”.

Ao terminar, Pedro Ferro recordou

o que as organizações esperamagora dos seus dirigentes: recon-siderar as traves-mestras” em queassentam as organizações” – “amissão; as pessoas; o modelo denegócio; e o modelo de governo” –distinguindo o que é “permanente eestruturante”, daquilo “que deve-mos ensaiar e arriscar mudar”.Depois, “ser corajosos na adversi-dade, na ambiguidade e na dúvidae determinados na adoção dasdecisões tomadas.” Por fim,“fornecer direção, inspiração eexemplo.”

Estratégia de rutura para uma cidade melhor

No dia 23 de janeiro, o Presidenteda Câmara Municipal do Porto, RuiRio, foi o orador convidado para asessão de continuidade “Porto: oporquê de uma estratégia derutura”. A bem participada edinâmica conferência-colóquio de-correu no âmbito do plano deatividades 2012 dos Alumni daAESE. A sessão realizou-se noPorto Palácio Congress Hotel &Spa.

O autarca convidou os presentes arecuar a 2001 para diagnosticar econtextualizar as suas linhasestratégicas de atuação tendo porlema “uma nova forma de estar napolítica”. A exposição das ruturasmaterial e imaterial que despo-letou, basearam-se em princípiosde reforço do poder democrático ena autonomia da autarquia(perante a comunicação social, osagentes culturais e desportivos, o

poder económico, o aparelhopartidário, etc), visando sempre osuperior interesse da Cidade(absolutamente concentrado nesteponto, referiu).

A interpretação do cargo eleitopressupôs igualmente o assumirdisciplinado da gestão global daCâmara Municipal do Porto numaótica de gestão económica epreocupação constante com agarantia do necessário equilíbriofinanceiro; assim recordou oeconomista, formulando o desejode que esses princípios fossemgeneralizados nas autarquias donosso País.

Rui Rio abordou temas como: acoesão social, a reabilitação debairros sociais problemáticos, amelhoria de infraestruturas esco-lares, o empenho na preservaçãoe reabilitação da baixa do Porto, a

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Sessão de Continuidade com Rui Rio, Presidente da Câmara Municipal do Porto

8 CAESE fevereiro 2012

do

23 de janeiro de 2012

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9 CAESE fevereiro 2012

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segurança na Cidade, a animação.A reforma administrativa com maiorapoio e serviço ao Cidadão, adefesa do património Portuense, oincremento da mobilidade com odesenvolvimento da rede Metro doPorto, o reforço estratégico doaeroporto como polo catalizador deum volume crescente de turistas; oreforço da imagem da Cidade coma realização de eventos culturais ede lazer com visibilidade interna-cional, o zelar pela arquitetura daCidade, a gestão inteligente deativos procurando obter efeitomultiplicador sobre a Cidade, o nãoperder oportunidades de bominvestimento, foram outros aspetosaprofundados pelo orador.

A tónica foi colocada na inversãoestratégica de atuação, como algoprofundamente estrutural com fito aalicerçar o futuro: a educação, areabilitação social, a segurança, oturismo, o equilíbrio das contas daautarquia. Como exemplo, Rui Riomencionou que “retirando o efeitodo EURO 2004, as contas daC.M.P. são sempre superavitárias”.

Finalmente foram colocadas algu-mas questões que foram res-pondidas em ambiente aprazível edescontraído (polvilhadas comalgumas pitadas de humor), nãoobstante a pertinência e importân-cia dos temas expostos.

Investigação AESE

No âmbito das suas atividades deinvestigação na área dos Sistemase Tecnologias de Informação, oProf. Agostinho Abrunhosa escre-veu dois novos casos.

LUSA – Agência de NotíciasO caso coloca o problema doarranque de um novo sistemaintegrado de suporte transversal àLUSA, para produzir e distribuirconteúdos noticiosos em Portugal eno Mundo. Os oito sistemasanteriores estavam ultrapassados eoutro projeto para a sua subs-tituição tinha abortado. Apóssucessivos adiamentos, o plano eraarrancar no fim de semana do finaldo campeonato nacional de futebolde 2006-2007, quando todos osjogos são feitos à mesma hora e sepede um grande esforço ao siste-ma. A decisão teve de ser tomadanuma altura em que outro projeto,

de envergadura, estava em imple-mentação: outsourcing para aPortugal Telecom de grande partedos Sistemas de Informação eComunicação.

O caso foi escrito em coautoriacom Sandra Perdigão Neves,participante no 10º Executive MBAAESE/IESE.

OBSERVITO caso “Observit” descreve onascimento e os primeiros anos daempresa que se tem dedicado adesenvolver soluções de vídeo--vigilância de topo customizadas.Os dois sócios fundadores, ex--alunos do IST, viram na visão porcomputador uma boa oportunidade.Após a fase inicial de arranque e daestabilização do negócio, o focopassou para o crescimento e para aprofissionalização da gestão.

Em termos de progressão, existemtrês caminhos: expansão e padro-nização da gama de produtos,internacionalização e instalação deoutros sistemas complementares.

10 CAESE janeiro 2012

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Novos casos: outsourcing e NAVES

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World 3.0: global prosperity and how to achieve it

Desde a crise financeira de 2008,muitos tiveram de reexaminar assuas crenças em relação aosmercados e à globalização. Atéque ponto devem as economiasser integradas e regulamentadas?

No “World 3.0: Global Prosperityand how to achieve it”, o autorpremiado, o economista PankajGhemawat revela as limitações decada perspetiva e apresenta umaterceira abordagem que combinaas regulamentações transnacio-nais, numa lógica de coexistênciae complementaridade.

Este livro demonstra queatualmente, os países estão longede viver a globalização tal como aconcebem. Ghemawat explicaporque é que os potenciais ganhosque advêm de uma maior integra-ção são muito maiores do queaqueles que os defensores da

globalização tendem a acreditar.

O livro será lançado em Portugal,a 28 de fevereiro, por PankajGhemawat, na sessão decontinuidade “Portugal in World3.0”, organizada pelo Agrupamen-to de Alumni da AESE.

Sugestão de leituras

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Edição: 2011Editor: Harvard Business Review PressISBN: 142213864XDisponível na Livraria da AESE

Lançamento do livro de Pankaj Ghemawat na AESE

11 CAESE janeiro 2012

Universidad de Navarra apresenta Masters na AESE

No dia 7 de março, a AESE recebeos responsáveis da Universidad deNavarra pelos programas demestrado, a fim de dar a conheceraos Alumni da AESE a sua ofertaformativa.

A sessão decorrerá no final datarde, com início às 18h00.

Depois da apresentação de Cris-tina Alfaro, do Serviço de Admis-sões de Programas Master, de-correrão três sessões em simul-tâneo às quais os participantespoderão assistir de acordo com osseus interesses.

A sessão sobre o MasterExecutivo em Gestão de Empre-sas de Comunicação será dirigidapor Gustavo García.

Belén Sabanza explicará a ofertada Universidade em Masters na

área da Economia. E Elena Martínexplanará as oportunidades quese colocam aos candidatos aosmasters na área das CiênciasExperimentais e da Saúde.

Para mais informações, contate:[email protected] .

7 de março de 2012

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Sessão informativa

12 CAESE janeiro 2012

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AGENDA

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Sessões de continuidadeSessão de continuidadePortugal in World 3.0

Lisboa, 28 de fevereiroSaiba mais >

Sessão de ContinuidadeGestão de Expatriados: Empresa e profissional

Lisboa, 12 de marçoSaiba mais >

13 CAESE fevereiro 2012

SeminárioTempos de Crise fazem Líderes à altura

Lisboa, 3 e 4 de abrilSaiba mais >

ProgramaAESE no World MBA Tour

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ProgramasProgramaPrograma de Orientação Familiar:Amor Matrimonial

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Seminários

SeminárioOpen Innovation para tempos desafiantes

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BLOG

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As “contradições internas” do Estado Social“O edifício da teoria económica é construído pelos duros tijolos do senso comum.É do senso comum que uma pessoa trabalha ou porque precisa, ou porque tem gosto naquilo que faz.É do senso comum que, a menos que seja por gosto, quanto mais rica a pessoa for, menor seja a sua propensão para trabalhar por um certo salário. “

Leia maisPublicado no jornal Público, a 7 de fevereiro de 2012.

Siga‐nos em Blog AESE

Prof. José Miguel Pinto dos Santos, Professor de Finanças e Diretor Executivo do 12º Executive MBA AESE/ IESE

O desastre da educação“O valor de uma economia é o valor do seu capital humano. Por isso o sistema educativo é tãoimportante. Por isso o estado lastimoso da economia portuguesa tem muito a ver com o estadolastimoso da educação.”

Leia mais e comentePublicado no semanário Expresso, a 28 de janeiro de 2012, e no Blog da AESE.

Prof. Luís Cabral, Dean do IESE em Nova Iorque

14 CAESE fevereiro 2012

Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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15 CAESE fevereiro 2012

José Correia de Sá (4º ExecutiveMBA AESE/IESE) é atualmenteAdministrador da holding do GrupoETE e de várias empresas domesmo grupo.

Paulo Jorge Silva (9º ExecutiveMBA AESE/IESE) é CEO naPlanosegur.

PANORAMA

Uma proposta pragmática contra a mudança climáticaNem tudo está perdido após o fra-casso da conferência sobre o cli-ma em Durban. Um grupo de cien-tistas propôs na revista “Science”um caminho para combater a mu-dança climática que, a curto emédio prazo, seria mais eficazque a fórmula Kioto, e teria vanta-gens para os que a aplicassem,em vez de dispendiosos sacrifí-cios. Os autores são de seispaíses e de diferentes especiali-dades, não apenas de climatolo-gia: também de economia, deagronomia ou de saúde pública.

A grande dificuldade da estratégiaseguida até agora, reduzir as

emissões de dióxido de carbono(CO2), é que exige um acordomundial e disposição para renún-cias e grandes investimentos cu-jos frutos se perceberão dentro demuitos anos. Nomeadamente, ospaíses em desenvolvimento, quetiveram um papel muito limitadona acumulação de CO2 na atmos-fera até agora, teriam de crescersem passarem pelos luxos daindustrialização poluente, mais fá-cil, que os países ricos se per-mitiram. O núcleo da disputa éque compensação deveriam daros países ricos aos outros: con-soante as perspetivas, estes pe-dem demasiado, ou, aqueles ofe-

recem demasiado pouco. Muitomenos a causa da mudançaclimática é, ao fim e ao cabo, as-sim tão popular, pois ser a favordo salvamento do planeta é paraqualquer um mas, já quanto aestar disposto a pagar, é outroassunto.

Para sair da estagnação, os cien-tistas que escrevem na “Science”propõem atuar sobre outros agen-tes de efeito de estufa mais fáceisde combater.

Um é o carbono negro, principalcomponente da fuligem. Produz--se pela combustão incompleta de

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16 CAESE fevereiro 2012

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combustíveis fósseis ou biomas-sa. Enquanto está em suspensãono ar, reforça o efeito de estufa aoreduzir a energia solar que sereflete. Além disso, é prejudicialpara as vias respiratórias. Toda-via, nem tudo são prejuízos: espe-cialmente nas florestas húmidastropicais, o carbono negro deposi-tado fertiliza o solo.

O metano, por outro lado, é umgás com efeito de estufa 25 vezesmais potente que o CO2. Liberta--se dos poços de petróleo e emconsequência da fermentaçãoanaeróbica de matéria orgânicaem terrenos pantanosos, nos tu-bos digestivos dos ruminantes ouem aterros. Favorece a formaçãode smog e de ozono superficial,que, por sua vez, prejudica asplantas.

Para diminuir as emissões de ume outro agente, no artigo da“Science” avança-se com 14 me-didas acessíveis que não reque-rem qualquer tratado internacio-nal. Haveria menos fuligem, se sedifundissem motores a diesel efornos, fogões e cozinhas moder-nos. Relativamente ao metano,poder-se-ia capturar o que seescapa dos poços de petróleo eaterros e, o de origem natural,baixaria muito se os arrozaisfossem drenados com maiorfrequência. Se se generalizassemessas ações, evitar-se-ia 0,55º Cdo aumento de temperatura médiaprevisto até 2050, segundo oscálculos dos autores do artigo:mais do que com a redução deemissões de CO2 a que aspiravao protocolo de Kioto.

Além disso, essas medidas tra-riam vantagens para a populaçãoa curto prazo. A menor poluiçãoevitaria mortes prematuras (talvezaté mais de 4 milhões por ano,estimam os cientistas) e a dimi-nuição do ozono superficial au-mentaria as colheitas (até mais 30milhões de toneladas por ano). Amaior parte dos benefícios iriapara os países em desenvolvi-mento, que amortizariam os inves-timentos necessários em 5-10anos.

Ideias semelhantes foram propos-tas outras vezes. Em 2008, umrelatório da International Networkfor Environmental Compliance &Enforcement sublinhava que, re-duzir as emissões de carbononegro é uma forma com boarelação entre custo e benefícios

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17 CAESE fevereiro 2012»»

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para combater a mudança climá-tica; também dizia que se fariamuita coisa apenas cumprindo asleis já em vigor contra a poluição.Em 2010, um estudo internacionalintitulado “The Hartwell Paper”,insistia igualmente em afastar a“fixação” no CO2, atacar os outrosagentes da mudança climática eem adotar uma abordagem maispragmática que não despreze oque é possível na prática, por nãoser o teoricamente melhor.

Mas esta estratégia tem as suaslimitações e riscos, advertem ou-tros. É verdade que o metano temum efeito de estufa muito maiorque o CO2, mas a sua contri-buição é menor, pois na atmosferahá 220 vezes mais CO2 quemetano. E, reduzindo a fuligem,não se faz tanto pelo clima ter-restre pois, na atmosfera, duraalgumas semanas no máximo e, oCO2, um século. O mesmo autorprincipal da proposta publicada na

“Science”, Drew Shindell (Univer-sidade de Colúmbia), considerajusta a preocupação dos que seopõem a que se desvie a atençãodo CO2. “Mas também receio – dizShindell ao “The New York Times”- que o CO2 continue a aumentarmesmo que nos centremos nele.Estamos completamente imersosem CO2. Ocupar-se dos poluentesde vida curta poderia ser umamaneira de salvar algumas dasdiferenças”.

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PANORAMA

A dor dos concebidos de forma anónima Antes ou depois, tinha de acon-tecer. Nos Estados Unidos, surgiuum fórum onde as pessoas com-cebidas através de técnicas dereprodução assistida – sobretudo,

através de doadores de espermaou de óvulos – podem dizer o quepensam sobre esta aventuratecnológica. Já havia muitas websonde as mães que recorrem à

fecundação in vitro (FIV) podiampartilhar as suas emoções, mas,até agora, as dos concebidos pordoação interessavam muito me-nos.

18 CAESE fevereiro 2012»»

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Alana S., de 24 anos, é uma escri-tora e música de São Francisco.Nascida de um doador anónimode esperma, acaba de lançar TheAnonymous Us Project. É umapágina web (AnonymousUs.org)onde convida pais e filhos a com-tarem as suas histórias, sejamelas positivas ou negativas.

Alana calcula que, só nos EstadosUnidos, nascem por ano entre30.000 e 60.000 filhos de doa-dores de esperma. Enquanto quea indústria da reprodução assis-tida embolsa anualmente 3.300milhões de dólares, pouco sesabe acerca das experiênciasdessas crianças e em que tipo deadultos se transformam. A dor e oressentimento revelado nalgumasdestas histórias provocam perple-xidade.

Nos EUA, a indústria da FIV fez oimpossível para evitar que os doa-dores deixem de ser anónimos,pois sabe-se que então haveriauma debandada de doadores danoite para o dia. É difícil imaginarum estudante universitário que,vinte anos depois, esteja a desejarfalar ao telefone com um homemou uma mulher que asseguramser seu pai ou sua mãe.

Na Grã-Bretanha, o anonimatodos doadores foi suprimido em2005, permitindo assim que – umavez atingidos os 18 anos – osnascidos de doadores possamentrar en contacto com os seuspais biológicos. Em consequênciadisso, agora muitas clínicas deFIV britânicas queixam-se de quejá não têm suficientes doadoresde esperma para os seus clientes.

Por isso, estão a pressionar paraque se regresse ao anonimato e,inclusivamente, que as doaçõesde óvulos e de esperma sejamremuneradas como em qualquermercado sujeito à lei da oferta eda procura. Os nascidos dessas“doações” podem estar tranquilos,pois – segundo argumentam asclínicas – a maioria dos pais dosfilhos concebidos com doadoresnunca lhes conta a verdade sobreas suas origens.

Recentemente, várias filmes abor-daram este tema. É o caso de“The Switch” (“A Troca”), protago-nizado por Jennifer Aniston, ou“The Back-Up Plan” (“PlanoB…ebé”), com Jennifer López;ambos os filmes encaram deforma humorística a doação deesperma. Outros, como “The Kids

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19 CAESE fevereiro 2012»»

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Are All Right” (“Os Miúdos EstãoBem”) – filme de um casal delésbicas que têm dois filhos porinseminação artificial –, fazem-nocom um pouco mais de seriedade.Mas todos passam ao de levesobre a dor provocada por sedescobrir que os nossos pais nãosão, na realidade, os nossos.

“Nem todos os filhos nascidos as-sim se encontram bem”, diz AlanaS. “Muitos de nós queremos falarsobre a nossa dor, mas não dese-jamos exibir-nos perante as câma-ras de filmar, nem pretendemosferir os nossos pais”.

Alana constata que muitos adultosconcebidos por doação queremmelhorar as práticas e as políticasque rodeiam a FIV, mas receiamsair do anonimato, ou criar

conflitos de lealdade às suasfamílias. É de esperar que aAnonymousUs se converta “numaferramenta para que pais epolíticos reexaminem as suasdecisões e deixem de satisfazerde modo tendencioso as solicita-ções das clínicas e dos vende-dores”.

Embora essa web esteja há poucotempo na rede, já inclui bastanteshistórias que dão que pensar. Eisalguns extratos de diversos postsrecentes:

– Uma mulher jovem explica queconhecer as nossas origens gené-ticas é uma parte inevitável danossa vida:

“Convidaram-me para ver ofilme de Jennifer Aniston. No

passado fim de semana, umamigo meu que não sabia nadasobre a minha situação, come-çou a falar sobre a doação deóvulos e de esperma. É umtema de atualidade e aspessoas têm as suas opiniões.Muitas gostam imenso de nosperguntar pela nossa ascen-dência. Nunca é divertido ter dementir. E pior ainda se nos apa-nham numa mentira. É impos-sível escapar. Há sempre pes-soas dispostas a recordar isso.”

– Outra mulher jovem sente-seincomodada ao saber que não foiconcebida como fruto de um atode amor, mas fabricada como umproduto:

“Sou um ser humano. No en-tanto, fui concebida com uma

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20 CAESE fevereiro 2012»»

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técnica que a princípio se usoupara a criação de animais. Piorainda: os fazendeiros conser-vavam melhor os registos ge-nealógicos do seu gado do queas clínicas de reprodução as-sistida. Também me faz sentirestranha pensar que os meusgenes são a soma dos de duaspessoas que nunca se amaram,nunca dançaram juntas, e quenem sequer se conhecem.”

– Uma mulher descobriu aos 13anos ter sido concebida por doa-dores. E para surpresa de suamãe, isso provocou-lhe angústia:

“O desejo de conhecer o meupai biológico não diminuiu como decorrer dos anos. [Emboranão o conheça] não aprecioespecialmente ele ter aceite

fazer de pai em troca de dinhei-ro e ter prometido não investi-gar o que se passaria comigo,além de ter aceite esse acordocomo um bom negócio... Nãoquero o seu carinho nemchamar-lhe ‘papá’; já tenho umpai. Muito menos aparecer numdos seus cartões de BoasFestas pelo Natal, nem roubar--lhe o seu valioso tempo. Sóquero saber quem é.”

– Nem os pais podem imaginarquanto pode doer tudo isto, afirmaoutra mulher:

“Agora tenho 19 anos, e aindanão consegui registar-me emDonorlink, Grã-Bretanha. Aindame dói, não tanto como antes,mas continua a doer. Por vezestenho vontade de chorar e de

gritar aos pais que estão apensar em conceber através dedoação... Digam tudo aosvossos filhos desde pequenos,respondam às perguntas deles,contem o que se passou! Se osmeus pais vissem esta web,entenderiam melhor como mesinto. Mas tenho de ter muitocuidado para não desgostarninguém... Que fúria tenho!”

Nem todas as histórias são nega-tivas. Os pais dos concebidos pordoação parecem encantados deter tido uma oportunidade de criarum filho que gosta deles. Mas,fazer felizes o papá e a mamã,será suficiente para justificar ofacto de fabricar uma criança?

M.C.(“MercatorNet.com)

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21 CAESE fevereiro 2012

PANORAMA

“Soy economista y os pido disculpas”“J’ai fait HEC et je m’enexcuse”

Autor: Florence Noiville Ediciones DeustoBarcelona (2011) 94 págs. Tradução (para castelhano): Adela Padín

Aos amantes das livrarias não terápassado em claro a guerra dosmanifestos. Refiro-me a esse con-junto de minilivros que tentamencorajar ou expressar a indigna-ção geral ou de coletivos peranteabordagens e práticas que, se-gundo eles, provocaram a atualcrise económica e as suas conse-

quências. Infelizmente, à maioriadeles falta análise, sobra-lhes de-magogia e, claro, não há espaçopara a autocrítica, pois os culpa-dos são sempre outros.

Neste panorama agradece-se apublicação do livro-manifesto deFlorence Noiville, onde a partir dotítulo, “Soy economista y os pidodisculpas”, deixa bem clara a in-tenção. Não obstante, o título daedição espanhola pode levar a umequívoco, que suponho não teráprovocado muita graça entre oseconomistas (embora não fosseexagerado que alguns se sentis-sem especialmente atingidos). Aautora não é uma economista em

sentido estrito, mas mais umadirigente empresarial que seformou na prestigiosa escola denegócios parisiense HEC (Écoledes Hautes Études Commercia-les). O pormenor é importante,porque a crítica feita no livro édirigida precisamente à formaçãoque as business schools têmvindo a proporcionar aos aspiran-tes a dirigentes.

Segundo Noivil le, na imensamaioria das escolas de negóciosde elite, inculca-se a ideia resu-mida numa frase: “Make MoreProfit, the Rest we Don’t Careabout”. Ou seja, do que se trata éde aumentar o lucro, o resto ou as

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22 CAESE fevereiro 2012»»

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suas consequências não interes-sam. Este critério tem dominado omundo das grandes empresas, eé o causador de grande parte dosestragos que agora emergiram.

A autora, dedicada hoje ao mundodos livros como escritora e dire-tora do suplemento de livros nodiário “Le Monde”, passa em re-vista crítica e contundentementeas duas “disciplinas rainhas”: asfinanças (que produziram “gigan-tescas pirâmides de dívida”) e omarketing (gerador de “falsasnecessidades e frustrações”). En-trevistando outros dirigentes e es-tudantes da sua escola de ne-gócios, regista um sentimento cla-ro sobre a perversão do sistemadominante. E analisa os planos deestudo de algumas escolas ondenão vê aproximações sólidas a

uma matéria, necessária para re-fletir, como é a ética dos negócios.

Com a sua faceta de escritora,introduz-nos num sonho onde omodelo de formação das escolasde negócios seria diferente e comconsequências positivas nos obje-tivos e funcionamento das empre-sas. Agradecemos a FlorenceNoiville a reflexão, mas seria in-justo e absurdo pensar que um sósetor de profissionais seja o culpa-do pela nossa difícil situação. Se aautora conseguisse o seu objetivode “alertar e despertar consciên-cias”, era de esperar novos mani-festos, onde outros coletivos fizes-sem a sua mea culpa e manifes-tassem o seu compromisso deretificar o seu modo de atuar.

L.B.M.

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23 CAESE fevereiro 2012

DOCUMENTAÇÃO

Novos modelos de distribuição de conteúdos onlineDesde a consolidação do strea-ming de cinema e televisão entre2007 e 2010, a introdução demeios e intermediários na Internete redes móveis foi imparável. Nemtodos obtiveram o mesmo suces-so, mas sem dúvida que marcamuma direção sem regresso: ace-der a conteúdos de lazer comocinema e jogos, livros ou impren-sa, tem vindo a retroceder domundo físico para se combinarcom o online.

2011 será recordado pelo lança-mento de tablets para o acesso atodo o conteúdo de meios eentretenimento num só aparelho.

A oferta tem aumentado. Enquan-to se multiplicam as aplicaçõespara iPhone, Android, Blackberryou outros telefones inteligentes,grandes empresas como a norte--americana Amazon, ou a suecaVoddler, vão avançando no negó-cio.

Ainda em 2011 foram lançadosdiversos gadgets e tablets paraaceder a todo o conteúdo demeios e entretenimento num únicoaparelho. Ver-se-á quem ganharáa partida. Concretamente, em2011, a Amazon lançou o seusegundo Kindle, o Kindle Fire,para competir não só como leitor

de livro eletrónico, como tambémcomo tablet multimédia. A Netflix ea Hulu integraram-se para des-carregar cinema e televisão.

No meio desta corrida, foramaparecendo “intermediários”, des-conhecidos até agora no setor doentretenimento, novos no negócio– Hulu, Netflix ou Spotify – ouaparecidos pela mão de gigantescomo o iTunes da Apple.

Modelos de distribuição desucesso

A facilidade de distribuição decópias digitais na Internet que a

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cópia privada e a pirataria de-monstram, é uma competênciacom a qual as indústrias tradicio-nais resistem a confrontar-se. Háquatro setores chave: o cinema,os videojogos, a música e oslivros. Em Espanha (ver ao lado),se se examinarem os dados de2010, a pirataria atingiu os 11.000milhões de euros, o que implicanão só quebra de lucro doscriadores como, inclusivamente,um “modelo de negócio” de queninguém é titular. É terreno detodos e um mundo sem lei.

A música tem sido o único de qua-tro setores a vencer a resistênciados intermediários clássicos dacadeia de valor (grandes super-fícies, lojas especializadas, etc.)para vender, alugar ou oferecercanções ou álbuns de sucesso.

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Existe procura no público, mascomo em todo o mercado que se“canibalizou” um pouco, são ne-cessárias normas justas, autorre-gulação por parte da indústria eboas práticas nos consumidores.

Se a oferta de conteúdos audio-visuais online fosse rápida eflexível, assumiria uma parte im-portante do consumo que é agoradescarregado através da web.

As subscrições do Spotify, serviçoinsuperável em qualidade equantidade de oferta, continuam asubir, tal como o uso do iTunes depagamento, tanto para os utentesde Mac, como para os de PC.Gastamos dinheiro em discosrídigos multimédia, num PC demaior capacidade ou memória, ouem consolas ou tablets mais

potentes, mas não pensamos emque poderíamos poupar dinheirose o dedicássemos a comprarconteúdos assumíveis como estesnovos fornecedores oferecem.

Quiosques digitais

Na distribuição de publicações,revistas e imprensa, também seassistiu em 2011 a vários factos: aconsolidação de Orbyt e Zinio, ouo lançamento de Kiosko e de Más.O número de leitores de imprensadigital aumentou no último ano, eos meios organizam-se para“monetizar” esse aumento deaudiência que cresce. Mesmosem saber se Orbyt ou Kiosko eMás virão a ter sucesso e lucros.

A plataforma Zinio de revistas éum negócio competitivo em Es-

panha. Nos Estados Unidos, ondeestá implantada há mais tempo,não só é rentável, como além dis-so, se lançou no mercado móvel eé oferecida com os últimossmartphones da T-Mobile.

O setor editorial vai mais atrás,embora haja movimentos impor-tantes. Nos Estados Unidos nãohá preço fixo, e as coisas corremmais rápidas e melhor. O livro jánão se vende apenas em formatoimpresso e digital: também é ofe-recido de forma gratuita, inclusiva-mente através de aplicações paramóveis muito fáceis de usar –como a de Kindle para Android – eindependentes do dispositivo, demodo que, viajando com um apa-relho diferente do habitual, se po-de continuar a leitura de um livrocom as suas marcas e anotações.

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O quadro legal não é oproblema

Os principais modos – e, portanto,contratos – de distribuição oucomercialização de conteúdos, deacordo com as leis europeias dedireitos de autor são: aluguer, ven-da e comunicação pública, e ne-nhum deles apresenta inconveni-entes a priori para se realizaronline, como no mundo analógico.

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Mundo analógico Mundo digital

Aluguer

Videotecas DVD, Blu-ray

Jogos em aluguer (Cartões Nintendo, XBox ou PSP, DVD ou CDs, etc.)

Aluguer via streaming

Aluguer por tempo de descarga(Voddler, Spotify)

Venda

Grandes superfícies

Livrarias

Lojas de música

Venda de e-books ou por catálogo em rede

Webs de grandes superfícies

Web de livrarias

Comunicaçãopública

Cinemas, TV à la carte, aviões, hotéis

Cinema à la carte, taxa fixa por Internet, wi- fi ou 3G

Novos intermediários: Netflix, Voddler, iTunes, Filmin, Filmotech, Youzee

A comunicação pública no cinematem-se feito sempre observando osistema de “janelas”: primeiro assalas, depois os aviões e oshotéis, DVD ou Blu-ray e, porúltimo, aluguer e venda. Agora(ver ao lado, por exemplo, emEspanha) as possibilidades co-merciais não podem esperar essetempo clássico do mundo físico.

A rigidez deste sistema – que aindústria debateu em Sitges emoutubro passado (“La Vanguardia”,11-10-2011) – é um dos muroscontra os quais embate o utenteque, desalentado, acorre a websde descargas ou de visionamentogratuito. Tendo em conta as cam-panhas mundiais de lançamentode filmes, videojogos ou livros,com um marketing muito convida-tivo, a oferta gera uma certa

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28 CAESE fevereiro 2012»»

“necessidade” que termina por sesaciar em produtos de pior qua-lidade e fora dos circuitos de ex-ploração das produtoras e edi-toras. Se a oferta fosse rápida eflexível, assumiria uma parte im-portante desse consumo.

Barreiras do catálogo atual

Algumas das barreiras têm quever, portanto, com os tempos, esão barreiras jurídicas, masdependem dos acordos entre aspartes. Outras das barreirasreferem-se aos direitos de autor(ww.e-television.es); e não nosestamos a referir aqui à piratariaou ao cânone digital, mas àliberdade de disposição que cria-dores e indústrias têm para a suavenda ou aluguer no plano mun-dial. Para que haja uma boa oferta

online, temos não só de saber sehá ou não um catálogo suficientede filmes, séries, animação ouprogramas de televisão, mas sese conta com os direitos de explo-ração noutras áreas geográficas.

Os contratos de distribuição decinema são um estrangulamentopara o crescimento de sistemascomo o Netflix na Europa ou naAmérica Latina. O mesmo aconte-ce para os produtores se lança-rem na comercialização das obrasem vários canais em simultâneo.

Também as importadoras de fil-mes, normalmente distribuidorasde cinema em sala e posteriorvenda e aluguer, têm de abrir oseu modelo. Por vezes, a distribui-dora é uma empresa subsidiáriada matriz, como acontece com a

Buenavista International (Disney)ou com a 20th Century Fox LatinoAmérica (20th Century Fox). Porisso, não implica que tenham osdireitos originais das suas produ-ções, porque podem tê-los cedido.

Em face do sistema clássico decinema em sala, portais como oYouzee trazem o espetáculo paracasa. Agora que os ecrãs de TVmelhoraram a qualidade de audioe vídeo – um de 40 polegadas já émais do que suficiente numa salade estar familiar –, o consumo decinema e mesmo de cinema em3D terá de se movimentar paraesta realidade.

App-solutamente móvel

Fenómeno relativamente novoneste âmbito é o das aplicações.

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29 CAESE fevereiro 2012

Não as aplicações que descarre-gamos para PC, telemóvel ou ta-blet, que são importantes e estra-tégicas para o utente consultaruma publicação, ouvir uma esta-ção de rádio ou ver uma série detelevisão. São sim as aplicaçõespartilhadas entre dispositivos deum mesmo utente (e seu meiofamiliar). Nos e-books, é um pontoestratégico (“quero continuar a leronde fiquei”) que o Kindle oferecenão só aos compradores do seutablet e leitor, como aos que des-carregaram a sua aplicação numtelefone ou leram no computador.

A Internet tem ganho terreno àtelevisão especialmente entre osutentes de tablets. Por exemplo,em Espanha, refere-o o LibroBlanco de la Prensa Diaria 2012,IESE-CIEC, Oitava Parte, elabo-

rada pela Carat: “Presencia y usode los Tablets en España y opor-tunidades para el sector prensa enla oferta de contenido de informa-ción y actualidad”, 2011.). Sendo onúmero de tablets ainda baixo (1,6milhões de pessoas têm iPad ouGalaxy Tab), 4,6% da populaçãoespanhola, já a penetração detelemóveis é alta (60 milhões delinhas).

A concluir, não se esqueça:

- Muitos telefones inteligentesacedem aos mesmos conteúdos,não exigindo investimento inicialpara disfrutar “quiosques eletróni-cos”, música à la carte ou cinema.

- Os modos de distribuição deve-rão ser acessívels por cabo ou porADSL, por wi-fi e redes 3G.

- As aplicações móveis são maisfáceis de utilizar em geral que aswebs: assim acontece, por exem-plo, na banca, em diários digitaisou em livros, e isso explica o seuforte crescimento.

- A penetração do smartphone nopúblico adolescente e jovem éelevada, dominando o Blackberry.

- A chave do preço é dada pelocontrato das operadoras de telefo-nia, sendo corrente o contrato in-cluir voz, texto e dados, e é nesteúltimo ponto que se desenrola abatalha dos conteúdos.

- Haverá negócio? Se houverbons conteúdos e um novo marke-ting estratégico, sim.

L.C. y A.

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30 CAESE fevereiro 2012

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