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1 Ação set-out/2006

Optare Acao 187 - anabb.org.br · Não. Na Dinamarca, que tem perto de 6 milhões de habitantes, há um fundo de pensão com mais de 4 milhões de participantes e é administrado

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Cartas

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

Atendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600

Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected]

Redação: Ana Cristina Padilha Estagiárias: Marianna Jungmann e

Priscila Mendes Arte anúncios: Alisson Sakamoto

E-mail: [email protected]

Edição e Editoração: Optare Comunicação Editor e jornalista resp.: Pierre

Triboli Revisão: Júlia Luz Perio dicidade: mensal Tiragem:102 mil Capa:

Keystone Impressão: Gráfica Positiva Fotolito: Colorpress

DIRETORIA-EXECUTIVAVALMIR CAMILOPresidente

WILLIAM JOSÉ ALVES BENTODiretor Administrativo e Financeiro

DENISE LOPES VIANNADiretora de Comunicação e Desenvolvimento

GRAÇA MACHADODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoriae Previdência

EM¸LIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

CONSELHO DELIBERATIVOANTONIO GONÇALVES (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCamillo Calazans de MagalhãesCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSELHO FISCALHumberto Eudes Vieira Diniz (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

DIRETORES ESTADUAISPaulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Joel Duarte de Oliveira (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi(PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

COLEGAS DO BB NAS ELEIÇ›ESEleito deputado estadual, agradeço o apoio recebido, principalmente pelo espaço concedido para levar a todos os colegas do BB/RS minhas propos-tas. A atitude adotada pela ANABB foi de suma importância e, por certo, contribuiu em muito para o sucesso da eleição.Gilmar Sossella

Tapejara - RS

NR: A ANABB publicou jornais espe-ciais com o objetivo de informar os associados sobre os colegas do BB que estavam disputando as eleições. Foram divulgados currículos e propostas de todos os candidatos que nos enviaram essas informações.

CASSI SOLID˘RIAParabenizo a diretora Denise Vianna pela opinião a respeito do plano de saúde solidário na Cassi (Ação 186). Esclarecedora, dirimiu plenamente as dúvidas sobre o tema. Representa-nos, quer na Cassi, quer na ANABB, com muito bom senso e competência.Francisco Antônio Salles

Campo Grande - MS

ASSÉDIO MORALAchei ótima a matéria sobre assédio moral no trabalho (Ação 186). Peço-lhes, inclusive, que explorem mais o assunto, pois sei que o mesmo é bas-tante extenso. Digo ainda que gosto muito do jornal. Leio-o de “cabo a rabo”, ponto por ponto. Mas quero deixar escrito: achei horrível a foto que ilustra a capa do jornal. Eu não estou conseguindo explicar o mal-estar que ela causa. Sei que é horrível, nada agradável de olhar. É isso...Maria Cleuza Garcia Naldi

Ribeirão Preto - SP

NR: O intuito da capa era realmente chocar e mostrar um pouco sobre o de-sespero de alguns funcionários diante das situações de assédio moral a que são submetidos.

AÇ‹O FINALIZADA NA JUSTIÇACom muita alegria, comunico que, em julho do ano passado, recebi uma ação do FGTS e, agora em agosto, tive outra grande surpresa ao consultar a conta de FGTS na CEF: lá estava mais dinheiro relativo a outra ação. Isso não é prêmio que se recebe todo dia, não. Esse prêmio que me veio às mãos foi graças ao empenho, à dedicação e ao interesse dos advogados da ANABB e de seus diretores. Se a ANABB não tivesse uma diretoria empenhada em proteger os associados, eu e muitos outros não teríamos recebido esses valores, os quais vieram em tão boa hora. É por essas e outras atitudes que sempre agradeci, dou graças e conti-nuarei pedindo a Deus pela ANABB, Previ, Cassi e ao BB. Que Deus aben-çoe sempre todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, colaboram para o sucesso das ações impetradas pela nossa protetora. Sempre que vou à agência local, incentivo os novatos a se associarem à ANABB.Antonio Miranda do Carmo

Goianésia - GO

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Cartadopresidente

Tenho tido muitas oportunidades de aprender sobre previ-dência. Recentemente, pude conhecer de per-to duas experiências muito interessantes: as previdências sociais

e complementares na Bélgica e Dinamarca. Fiquei muito feliz com o que vi e ouvi. No Brasil, esse tema é recorrente nas discussões sobre projetos de governos, sejam eles de esquerda ou de direita. O que se gasta com a previdência social é sempre colocado na conta do absurdo e os chamados formadores de opinião se dividem em justificativas para explicar as razões do buraco. O que os governos conseguiram ao longo do tempo foi promover injustiças, sem convencer a sociedade de que está indicando o caminho para a solução.

Na minha opinião, absurdos foram sim co-metidos contra os trabalhadores e, por que não dizer, contra as empresas que de boa fé contribuíram para uma previdência que mudou confiscando direitos. Quantos, como eu, contribuíram por anos sobre o teto de 20 salários mínimos e viram, sem mais delon-gas, o teto ser reduzido primeiro para dez salários e depois para um valor que, hoje, passa longe dos oito salários. O tempo de contribuição ficou no passado e os valores recolhidos a mais não receberam qualquer tratamento de compensação e jamais retornarão do tal buraco previdenciário. Outro absurdo foi misturar todas as previdências, ou seja, previdência de quem contribui, previdência de quem nunca contribuiu, previdência pública de governos federal, estaduais e municipais de contribuição duvidosa.

Misturar as previdências, por exemplo, é uma forma “inteligente” de o governo não dizer para a sociedade quem não está pagando a conta ou quem está aumentando o buraco. As tentativas de acertos, recheadas de erros, vêm desde os governos militares. Todos os demais governos, sem exceção, deram um jeitinho de mudar para prejudicar os trabalhadores. Aumentaram a carga tributária das pessoas físicas e jurídicas, eliminaram períodos contributivos e ig-noraram acordos vigentes de trabalho. Reduziram

Previdência: está faltando transparência

benefícios já concedidos aos aposentados e criaram fórmulas de cálculos para reduzir benefícios a conce-der. Aumentaram o teto de contribuição sem garantir o direito ao novo teto na hora da concessão do benefício. Fraudaram a lei no momento de sua regu-lamentação, como no caso do fator previdenciário. Entre tantas outras maneiras de confundir ainda mais o sistema.

Melhor seria separar a conta de cada uma das formas de promover a previdência social. Definir as regras de cada modelo e fechar a porta de entra-da, definitivamente, para alguns modelos contamina-dos pelo descontrole e ausência da contrapartida de contribuição. Deixar claro as novas regras para quem vai entrar no sistema, separando a conta e empur-rando a maior parte do benefício para fundos de pensão capitalizados e controlados por trabalhadores e empresários. Exigir em todos os acordos coletivos de trabalho a inclusão de cláusula previdenciária, comprometendo trabalhadores e empregadores com o sistema complementar de pagamento de benefícios. Difícil? Não. Na Dinamarca, que tem perto de 6 milhões de habitantes, há um fundo de pensão com mais de 4 milhões de participantes e é administrado por empresários e trabalhadores.

Outras perguntas importantes que a socieda-de precisa responder: como vamos tratar as pessoas que dependem do Estado para sobreviver? Deixar morrer de fome? A resposta deve ser não. Assim, a conta não pode ser déficit da previdência, mas inves-timento social, e a origem do recurso para pagamen-to deve estar definida no orçamento da nação.

Por outro lado, os trabalhadores que contri-buíram durante toda uma vida devem receber seus benefícios de aposentados sem constrangimento e sem culpa, aproveitando cada momento com a certeza de que já cumpriram a sua parte. O buraco da previdência, com certeza, não é de sua responsa-bilidade.

Valmir Camilo

Presidente da ANABB

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Capa

O Banco do Brasil (BB) apresentou um lucro líquido de R$ 3,89 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representou crescimento de 96,49% em relação ao resultado do mesmo período do ano an-terior, quando foi contabilizado um lucro de R$ 1, 98 bilhão. Esse foi o melhor resultado alcançado por uma instituição financeira no Brasil nos primeiros seis me-ses do ano. No entanto, levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstra que o desem-penho foi apoiado por relevantes receitas extraordi-nárias verificadas no primeiro semestre, que não de-verão ser repetidas nos próximos balanços. Excluídas essas receitas, o chamado lucro líquido recorrente no primeiro semestre cai para R$ 1,58 bilhão – o que significa uma redução de 13,4% em relação ao resul-tado do primeiro semestre de 2005 (cerca de R$ 1,8 bilhão recorrente).

De acordo com o Dieese, foram três os fatores “extraordinários” que afetaram o desempenho do

Banco do Brasil entre janeiro e junho deste ano. O primeiro foi a mudança feita pelo Conselho Mone-tário Nacional (CMN) nos critérios de uso de crédito tributário, permitindo que esse tipo de ativo figurasse no balanço por dez anos, em vez de cinco.

No início do ano, o CMN – instância de deci-sões econômicas formada pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Cen-tral – decidiu dar mais tempo para que os bancos pudessem aproveitar créditos tributários referentes a operações antigas, diminuindo, com isso, os paga-mentos de impostos sobre as operações atuais.

Como o BB tinha estoque alto desses créditos e, até então, a regra permitia a sua utilização em um prazo de cinco anos, mas limitava o valor que pode-ria ser compensado anualmente, uma parte desses créditos não seria usada. Com a extensão do prazo para dez anos, o BB teve um reforço no seu resultado do primeiro semestre deste ano de, aproximadamen-te, R$ 1,91 bilhão.

Estudo do Dieese revela que o lucro do BB no primeiro semestre

foi apoiado por um volume de receitas extraordinárias que não

deve se repetir nos próximos balanços. Entre essas receitas

estão R$ 880 milhões repassados ao banco pela Previ.

LUCRO DO BB: o que dizem os números?

por Rodrigo Bittar

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REPASSE DA PREVIO segundo fator extraordinário foi a decisão da

Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Ban-co do Brasil) sobre como usar o excesso de recursos do fundo de pensão. O valor refere-se a R$ 880 mi-lhões no segundo trimestre. A Previ fechou três anos consecutivos com superávit e, parte desse superávit,de acordo com a lei, deveria ser repassa-da ao participante (ou com redução de contribuições ou com aumento do bene-fício). O Conselho Deliberativo da Previ decidiu pela redução em 40% das con-tribuições à Previ, tanto dos aposentados quanto do Banco do Brasil.

Por fim, o Dieese registra uma despesa extraor-dinária de R$ 500 milhões para reforço de provisão na carteira rural. Os recursos são decorrentes do agravamento no risco dessa linha de crédito, em vir-tude de situações adversas para os agricultores, como a valorização cambial e a estiagem no Sul e no Cen-tro-Oeste do País.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOO resultado do primeiro semestre indica que o

Banco do Brasil melhorou seu índice de cobertura, e as receitas de prestação de serviço cobriram 112,2% das despesas com pessoal, acima dos 100,1% al-cançados no segundo semestre de 2005. As receitas de prestação de serviços do BB registraram um au-

mento de 17,86%, acu-mulando R$ 4 bilhões no primeiro semestre do ano.

A principal fonte de arrecadação dessas receitas tem origem nas tarifas de relacionamento com clientes, que conta-bilizaram um ganho de R$ 1,4 bilhão. À seme-

lhança de outras instituições bancárias, no Banco do Brasil, as receitas de prestação de serviço re-presentam a terceira maior fonte de lucro, perdendo apenas para as receitas de crédito e o resultado das aplicações em tesouraria.

Outro dado relevante no balanço semestral é a forte expansão da carteira de crédito para pessoa físi-ca com recursos livres, de 22,4%, superior ao avanço do mercado bancário (12,3% no período).

?

O balanço semestral do BB registra uma

forte expansão da carteira de crédito para

pessoa física com recursos

livres. O avanço foi de 22,4%, contra 12,3%

do mercado bancário no mesmo período.

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6 Ação set-out/2006

CARTEIRA DE CRÉDITOO Banco do Brasil é a maior instituição finan-

ceira do País, e seu ativo total (aplicações) cresceu 17,5% nos últimos 12 meses encerrados em junho, segundo o Dieese. Com um total de R$ 281,2 bi-lhões, esse valor representa 16% do ativo total do setor bancário, que contava com 134 instituições, em junho de 2006.

Na qualidade de agente de política pública, o Banco do Brasil destaca-se como o maior financiador do setor rural. Com um montante de R$ 36 bilhões, essa carteira é responsável por um terço de todas as operações de crédito do BB. Por isso, as receitas de crédito do banco mantêm um grau de elasticidade (sensibilidade) alto em re-lação à conjuntura do setor rural. De modo que, se o setor vai bem, o impacto é positivo sobre as receitas com operações de crédito do banco. Em caso de re-cessão no campo, o banco sofre as conseqüências.

O levantamento feito pelo Dieese conclui que os bancos privados, de uma forma geral, adotam a estratégia de ampliar o crédito nas operações com taxas de juros mais elevadas. Registra-se, por exemplo, uma mudança importante na composição dos empréstimos concedidos pelo Itaú. Em junho de 2004, 45,6% dessas operações eram destinadas ao segmento das grandes empresas, enquanto o volume para pessoas físicas correspondia a 28,3%. Em junho de 2006, a situação se inverte, sendo 29,6% para as grandes empresas e 45,5% para pessoas físicas.

Essa inversão ocorreu porque as operações de empréstimos vinculadas às grandes empresas possuem taxa de juros e spreads menores, pois esse segmento dispõe de outras opções de financiamento, principalmente no mercado de capitais. Portanto, para atraí-los, o banco é forçado a reduzir a taxa de juros e, conseqüentemente, obter receitas menores. Por isso, entre os cinco maiores bancos analisados pelo Dieese (BB, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Unibanco), o Itaú registrou o maior crescimento das receitas de crédito.

O chamado spread bancário é a diferença entre a taxa de empréstimo cobrada pelo banco e os custos de captação. Por exemplo, se determinado banco tem um custo de captação de 15% ao ano e empresta esse recurso a uma taxa de 40%, o spread é de 25%.

O Dieese relata ainda que a Caixa Econômica Federal prioriza a aplicação em operações habita-cionais, para onde destina metade da sua carteira de crédito. No Unibanco, a aplicação principal é para o setor industrial, que detém 43% do crédito. O Brades-co e o Itaú destinam, respectivamente, 42,4% e 53%

da carteira de crédito para o segmento pessoa física, onde são praticadas as maiores taxas de juros.

Com relação ao cré-dito consignado, o Dieese ressalta que apenas o re-latório do Banco do Brasil revela o total de recursos nessa modalidade de cré-dito, que cresceu 136,1% no primeiro semestre de 2006, em relação a junho

de 2005. O Banco Central informa que, nesse perío-do, o mercado total de crédito consignado subiu de R$ 26,15 bilhões para R$ 40,96 bilhões. Desse total, R$ 6 bilhões são operações realizadas no BB, que responde por 14,7% de todo crédito consignado no mercado brasileiro.

LONGO PRAZONo que se refere ao retorno das aplicações em

títulos e valores mobiliários, a maior parte (69,4%) desses títulos no Banco do Brasil concentra-se no lon-go prazo. Tanto na Caixa Econômica Federal como no BB, essa carteira é praticamente formada por títulos públicos, revelando o nível de compromisso dessas instituições com o financiamento da dívida pública. No BB, 82,1% desses papéis são indexados à taxa Selic. Já no Itaú, 77,1% dos títulos e valores mobiliários são aplicações de curto prazo, e mais de dois terços têm origem no setor privado (ações, de-bêntures, CDB, títulos vinculados a produtos PGBL e VGBL, entre outros), onde o rendimento é maior. No Bradesco, a presença dos títulos privados é um pouco menor, caindo para 56,3%.

O Banco do Brasil destaca-se como o

maior financiador do setor rural. Essa

carteira é responsável por um terço

das operações de crédito do BB, com

R$ 36 bilhões. Já os bancos privados

buscam ampliar o crédito em opera-

ções com taxas de juros mais elevadas.

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7Ação set-out/2006

O levantamento realizado pelo Dieese faz uma comparação entre o resultado dos cinco principais bancos no primeiro semestre. Segundo o departa-mento, o lucro líquido conjunto desses bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Unibanco) registrou um crescimento de 39,8% em relação ao mesmo período do ano passado, al-cançando R$ 12,39 bilhões. Excluídos os fatores ex-traordinários, o desempenho do Banco do Brasil ficou aquém dos principais bancos nesse semestre.

O estudo destacou o desempenho da Cai-xa Econômica Federal, que registrou o maior crescimento do lucro líquido (43,4%). Em se-guida, vem o aumento de 25,1% do lucro do Unibanco. Já o Brades-co e o Itaú praticamente empataram, com um crescimento de 19,5%. De forma geral, o setor bancário registrou núme-ros recordes no primeiro semestre, com um au-mento médio de 30,6% do lucro líquido.

A redução do lucro líquido recorrente do BB deve-se ao resultado bruto da intermediação financeira (receitas e des-pesas financeiras), que apresentou uma evolução

Comparação entre os

maiores bancosO levantamento do Dieese aponta que o desempenho do Banco do Brasil ficou aquém dos

principais bancos no primeiro semestre deste ano.

negativa de 6,59% nesse período. Para o Dieese, essa queda decorre do descompasso entre o crescimento de 14,7% das receitas financeiras e o aumento de 25,1% das despesas financeiras. A maior fonte de receita são as operações de crédito, que cresce-ram 12,60% no primeiro semestre, contabilizando R$ 10,33 bilhões. O resultado com títulos e valo-res mobiliários obteve um crescimento de 9,39%, alcançando R$ 6,58 bilhões.

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8 Ação set-out/2006

Entrevista

Preocupaçãocom déficit

O diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes

da Cassi, José Antonio Diniz de Oliveira, afirma que o plano

de associados precisa ser incluído na agenda prioritária de

discussões do Banco do Brasil. Para Diniz, o próprio banco é

responsável pelo desequilíbrio financeiro da Cassi.

Foto

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o Fo

nsec

a

Ação: Qual é a atual situação financeira da Cassi?Diniz: O último balancete fechado, de agosto, trou-xe grande preocupação porque apontou um déficit operacional no plano de associados de R$ 67,5 mi-lhões. Isso é grave, pois já estamos utilizando recur-sos e reservas provisionadas. Mas a Cassi tem duas realidades no mesmo balanço. Estamos preocupados com o plano de associados, mas o plano Cassi Famí-lia é superavitário, tem equilíbrio atuarial, tem superá-vit operacional e vem, inclusive, acumulando reservas ao longo dos anos. A nossa grande preocupação é o déficit no plano dos associados.

Ação: Como essa crise se formou?Diniz: O BB, na reforma estatutária de 1996, rea-justou a nossa contribuição de 1% para 3%, e mudou

a dele de 2% para 4,5% da folha de pagamento. Só que, a partir daí, o banco mudou a política salarial: passou a pagar abono, acabou com anuênio, mudou a natureza da verba salarial, passou a pagar vale-refeição, PLR. E não são recolhidos para a Cassi por-centagens sobre nada disso, o que provocou o déficit mais agudo. O banco ficou oito anos praticamente sem reajuste. Se fosse diferente, a Cassi estaria em equilíbrio hoje, já que as suas receitas são atreladas ao salário. Por último, a partir de 98, o BB passou a admitir funcionários pagando muito pouco, o menor salário da sua história. E passou a recolher para a Cassi 3% em vez dos 4,5% sobre o salário desses funcionários. Por isso, temos toda convicção em dizer: o desequilíbrio da Cassi é de responsabilidade do Banco do Brasil.

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9Ação set-out/2006

Ação: Mesmo sendo líder no mercado, por que a Cassi continua tendo problemas?Diniz: São problemas de ordem financeira que co-meçam a impactar a estrutura da empresa. Quando o banco faz um corte linear no orçamento (não colo-ca mais dinheiro na Cassi e quer conter as despesas porque começam a afetar as reservas de forma acele-rada), como aconteceu em 2006, são interrompidos investimentos. Por exem-plo, a Cassi precisa inves-tir na segunda fase da po-lítica de recursos humanos de seus colaboradores. Temos perdido muitos técnicos e médicos para o mercado. Além disso, interromper investimentos, muitas vezes, corresponde a construir meia ponte. É prejuízo certo.

Ação: Diante desse quadro, há risco de os funcioná-rios ficarem sem o plano de saúde?Diniz: Imagino que os gestores do BB não seriam tão omissos a ponto de deixar a Cassi aparecer não apenas no jornal da ANABB, mas também no Jornal Nacional ou na Folha de S.Paulo de uma forma ne-gativa. Acredito que o risco existe, mas não chega-remos nesse ponto, porque a notícia da negligência com a saúde de seus funcionários seria um prejuízo de imagem muito grande para o BB. Além do prejuízo às vidas das pessoas que dependem da Cassi.

Ação: Como funciona a proposta de co-participação e qual foi o desentendimento com a Contraf?Diniz: O banco confundiu isso, pois quis instituir a co-participação como um mecanismo de financia-mento. E ela é utilizada, na maioria das autogestões, como um fator moderador. Há um número excessivo de exames e de consultas que o fator moderador poderia e pode inibir. O que nós, eleitos, temos feito é oferecer subsídios à Contraf para a negociação com o banco. Explicamos que a forma como o BB fez a proposta não é adequada. A Contraf falou que o banco propunha 20%; os eleitos, 10%; e eles não queriam nada. E não é isso exatamente. Nós ofere-cemos subsídios, falamos que é possível cobrar 10%. Também gostaríamos de uma assistência que não precisasse da co-participação. Agora, na hora de

pagar essa conta, temos de buscar as possibilidades de recursos, e a co-participação pode ser uma delas. Embora, insisto, não seja um mecanismo de financia-mento.

Ação: Por que o BB negocia com a Comissão de Em-presa e não com os representantes eleitos da Cassi?Diniz: Essa é uma pergunta que nós também nos

fazemos. Talvez a explicação mais razoável seja que, como se trata de um benefício, o banco optou por abrir nego-ciação com a Comissão de Empresa (ao negociar salários, a comissão também negocia benefícios). Mas, no meu en-

tendimento, os eleitos e os indicados do banco na Cassi, por estarem dentro da gestão e conhecerem a realidade de Cassi, teriam mais condições de equa-cionar esse déficit.

“Os gestores do banco têm de pen-

sar que todos nós temos um encontro

marcado com a Cassi. Todos nós va-

mos um dia precisar da Cassi.”

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10Ação set-out/2006

Ação: Em relação à ação movida pela ANABB, que pede a consulta ao corpo social da Cassi, qual é a sua posição?Diniz: Há um evidente descumprimento estatutário por parte do banco. Eu ajudei a construir [a proposta de ação] e acho que essa é uma tentativa válida da ANABB, mas não gostaríamos de tê-la adotado. Nós preferiríamos a saída negociada com o BB. Mas, como temos um compromisso com o corpo social, não deixaremos de buscar todas as possibilidades de recuperar isso. Se o banco passar a pagar 4,5% dos novos funcionários, o que não resolve o problema, pelo me-nos restabelece a dignidade de cumprir o texto estatutário.

Ação: Questionou-se que a ANABB não teria legitimidade para fazer esse pedido. Diniz: Quem pode acionar o BB é a Cassi. Se entrássemos com uma ação diretamente, o juiz nem analisaria o mérito, ele diria: “quem é a ANABB?”. E aí nós caímos numa ciladaestatutária: quem pode acio-nar o banco é o diretor-supe-rintendente. E quem nomeia o diretor-superintendente é o banco. A saída que encontra-mos foi fazer um abaixo-assi-nado. Quando uma consulta é pedida pelo corpo social, o su-perintendente não pode negar. Ainda estamos na fase de consulta que vai obrigá-lo a perguntar para o corpo social se ele deve entrar com uma ação contra o banco ou não. O representante do banco na Cassi duvidou até das assinaturas, o que, para nós, é ofensivo.

Ação: E agora, como fica essa situação?Diniz: Nós tivemos uma audiência de conciliação, mas não houve conciliação. Seria um absurdo: pela primeira vez na história um abaixo-assinado teria de vir acompanhado de firmas reconhecidas em cartórios. E o nosso é um abaixo-assinado nacional. Quem iria falsificar um volume desses de assinaturas?

Conseguimos 7% de assinaturas dos associados, muito além do que prevê o estatuto (3%). Então, acreditamos que a juíza não vai levar em conta essa alegação e vai obrigar que seja feita a consulta ao corpo social.

Ação: Recentemente, houve uma suspensão no aten-dimento pela Cassi em alguns hospitais. Esse atendi-mento já está normalizado?Diniz: Tivemos um problema em hospitais de Bra-sília, que paralisaram. Esse atendimento, porém, já

foi normalizado. Em Salvador, ficamos um tempo com os prin-cipais hospitais sem atender à Cassi, mas já conseguimos su-perar. Hoje, temos problema em Campo Grande, que estamos resolvendo por meio de saída negociada. Ainda há a questão de anestesistas no Ceará. São problemas mais pontuais em al-gumas localidades. Isso, infeliz-mente, é normal, é do processo de negociação. Mas em Salva-dor e no DF, onde a situação era mais grave, os hospitais já estão atendendo normalmente.

Ação: Os eleitos entregaram uma carta ao vice-presidente Luiz Oswaldo. O que se espera que o banco faça?Diniz: A expectativa é que ele se sensibilize e, tão logo encer-

rado o processo de negociação do reajuste salarial, consiga incluir a Cassi como agenda absolutamente prioritária nas discussões do Banco do Brasil. Eu não acredito que o BB vá ter uma postura omissa em uma questão tão importante para os seus funcionários e familiares. Mesmo os gestores do banco têm de pensar que todos nós temos um encontro marcado com a Cassi. Todos nós vamos um dia precisar da Cassi. E vamos precisar num momento de fragilidade. Quando isso acontecer, precisamos encontrar uma entidade forte, hígida, saudável, para dar a resposta que já vem dando há várias gerações de funcionários e queremos que dê por muito tempo. •

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11Ação set-out/2006

Você vai conhecer, neste Especial Cidadania, cinco projetos apoiados pelo Programa Brasil Sem Fome, promovido

pela ANABB. São ações de comitês de cidadania ou de instituições que contam com o voluntariado de funcionários

do Banco do Brasil. Iniciativas que fazem diferença nas comunidades assistidas.

Com mais de uma década de atuação, o Brasil Sem Fome já beneficiou comitês de norte a sul do País. O sucesso

do programa se deve aos funcionários do BB engajados nessas iniciativas e das doações feitas ao programa.

Você também pode entrar nessa corrente cidadã. Você pode contribuir com quanto quiser, e a ANABB administrará

os recursos, que serão repassados aos comitês cadastrados para viabilizar projetos aprovados pela entidade.

Nesta edição, há um encarte com o boleto bancário para doações ao Programa Brasil Sem Fome. Participe! Sua

ajuda vai trazer felicidade para muita gente!

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12Ação set-out/2006

Cidadania Dignidade que

ultrapassabarreiras

Os projetos de ressocialização e de educação profissional de presos podem gerar resultados positi-vos para o País. Essa é a percepção do aposentado do Banco do Brasil Oswaldo Roberto Guilherme Gebler, que confiou à ANABB a responsabilidade para trabalhar em favor desse público. Na opinião de Gebler, é preciso haver incentivos para a capacitação profissional de ex-detentos. “O objetivo é evitar que os condenados, uma vez cumprida a penalidade, voltem à única profissão que conhecem, que é a prática de crimes. Precisamos criar a positividade do trabalho, pois é a melhor maneira de acabar com a pobreza.”

Graças à doação de Oswaldo Gebler, as ações para o resgate da dignidade de presidiários já dão frutos. Um exemplo é o projeto Reeducandas da Co-lônia, do Comitê da Cidadania dos Funcionários do BB da capital pernambucana (CCFBB), direcionado a detentas da Colônia Penal Feminina do Recife.

Com o projeto, a penitenciária montou o serviço de buffet. O apoio do Programa Brasil Sem Fome possibilitou a adquisição de material para equipar a unidade de produção, ministrar cursos para as reeducandas e vender os produtos dentro e fora do presídio.

Segundo o presidente do Comitê de Cidadania, Romero da Silva Melo, a iniciativa surgiu de parceria

com a ANABB e contribui para a geração de empre-go e renda e para melhorar a qualidade de vida das mulheres que cumprem pena em regime fechado. “Esse trabalho já está dando resultado. É visível a alegria dessas mulheres. O sorriso está estampado no rosto delas”, afirma Melo.

A Colônia Penal Feminina é a maior penitenci-ária do estado e abriga cerca de 450 reeducandas. Desse total, 85% possui baixa renda e idade entre 18 e 30 anos. Em sua maioria, são mães de baixa esco-laridade e não possuem formação profissional.

Para qualificar as detentas, a penitenciária tam-bém oferece fábrica de bicicletas, oficina de costura, embalagem de artigos para aniversário, telecentro comunitário e tapeçaria. Essas ações profissionalizam e geram renda às presas, ocupam o tempo ocioso e diminuem o tempo de pena. A Lei de Execução Penal prevê redução de um dia na pena para cada três dias trabalhados.

DESAFIO AOS COMITÊSO coordenador do grupo temático Cidadania,

da ANABB, e diretor de Saúde da Cassi, Douglas Scortegagna, afirma que os projetos de ressocializa-ção de detentos são um grande desafio aos comitês de cidadania do Brasil. “Ao ver novos projetos serem apresentados, fico radiante por sentir que, apesar da cobrança de metas, dos estudos que não podem ficar para trás e até da incompreensão de muitos, esses abnegados colegas não se intimidam e proporcio-nam, com muita energia, uma vida melhor para mui-tas famílias brasileiras, realmente necessitadas.”

Douglas Scortegagna destaca que, atualmente, centenas de famílias têm uma vida melhor graças à ação dos comitês da cidadania. O coordenardor avalia que é fundamental o empenho dos comitês na construção de parcerias com entidades locais e o apoio das administrações do BB às iniciativas.

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Graça Machado, Ana Moura (diretora do presídio), Douglas Scortegagna e Fátima (assistente social da colônia penal).

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Humanização em presídio de Tijucas (SC)

A ANABB vai selecionar projetos encaminhados pe-los comitês dos funcionários do Banco do Brasil que tratam da ressocialização de presos em fase de recu-peração.

Os trabalhos selecionados serão automaticamente inscritos no V Prêmio Cidadania, que será divulgado posteriormente.

Os interessados podem solicitar informações ao e-mail [email protected] ou entrar em contato pelo telefone (61) 3342-9658.

ampliá-lo”, comemora.Segundo a coordenadora do projeto, o trabalho

é voltado para a educação e a profissionalização, como forma de recuperar essas pessoas. Cerca de 238 presos são atendidos pelo Comunt, que também oferece a eles cursos de informática, alfabetização, ensino fundamental e médio.

Uma das iniciativas beneficiadas pelo Programa Brasil Sem Fome, da ANABB, é o projeto “Educação e Trabalho: Processo de Humanização”, que trata da ressocialização e profissionalização de presos. O pro-jeto recebeu apoio para a ampliação da fábrica de calçados instalada no Presídio Regional do município de Tijucas (SC).

O aumento do espaço físico possibilitou me-lhores condições para a realização das atividades pelos presos. A obra utilizou a mão-de-obra dos pró-prios detentos, que foram pagos pelo serviço e rece-beram qualificação técnica e profissional.

A funcionária aposentada do Banco do Brasil Zenira dos Santos Inocência, coordenadora do proje-to e vice-presidente do Conselho da Comunidade do Presídio Regional de Tijucas (Comunt), ressalta que, com o trabalho na fábrica de calçados, os presos ga-rantem uma remuneração. “Além da dignidade, auxi-liam as suas famílias e aprendem uma profissão.”

Zenira afirma que o trabalho aumenta a auto-estima dos presos, permite a remissão da pena e con-tribui para o aprendizado e a qualificação - aspectos que os auxiliam a reingressar no mercado de trabalho quando estiverem em liberdade. “Tínhamos um pro-jeto pequeno. Com a ajuda da ANABB, conseguimos

Projeto contribuiu para a ampliação de fábrica instalada em presídio

Brasil sem Fome apóia iniciativa de profissionalização em SC

SELEÇÃO DE PROJETOS

Reforma: melhores condições para o trabalho de detentos

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Fornada da cidadania

Uma ação de solidariedade é sempre bem-vin-da quando as pessoas se deparam com problemas sociais. É para amenizar esses problemas e propor soluções que os comitês de cidadania de funcionários do Banco do Brasil trabalham em todo o País. A meta de um desses comitês, o de funcionários do BB na Bahia, é proporcionar igualdade e oportunidade para crianças e adultos da periferia de Salvador.

O programa Brasil Sem Fome colaborou para que o comitê conseguisse ampliar o projeto “Padaria da Cida-dania”, que oferece cursos profissionalizantes de pa-deiro e salgadeiro a jovens que estavam em situação de risco, além de distribuir diariamente 600 pães para 12 creches da periferia de Salvador. “A ANABB ofereceu uma oportunidade de nos auto-sustentar”, afirma o presidente do Comitê da Cidadania dos Funcionários do BB na Bahia, Israel Vieira de Abreu.

No projeto, os apren-dizes têm a oportunidade de adquirir experiência profissional em três estabe- lecimentos dirigidos pelo comitê – duas lanchonetes e uma padaria. Segundo o presidente do comitê,

eles adquirem prática e podem apresentar referência para a recolocação no mercado de trabalho. “Aqui, eles também adquirem sociabilidade, pois as duas lanchonetes funcionam em prédio do BB”, ressalta Abreu.

Além dos cursos oferecidos pelo projeto “Pada-ria da Cidadania”, a entidade dispõe de cursos de

costura e artesanato, como arranjo de flores, pintura de tecidos, bordados e crochê. A atuação do comitê completou 14 anos, e já foram beneficia-das 1.500 pessoas.

O Comitê dos Funcioná-rios do BB na Bahia atua na assistência às pessoas menos favorecidas; no combate à fome, por meio de ajuda alimentícia às

instituições filantrópicas e às co-munidades carentes cadastradas; na promoção social de pessoas carentes, com a instalação de cursos profissionalizantes; e no estímulo à integração e à solida-riedade entre seus participantes.

Israel Abreu diz acreditar que trabalhos como esses são um diferencial na construção de uma melhor realidade social. “O nosso trabalho é como uma semente. Primeiro, nós muda-mos uma cidade, depois um estado, e podemos mudar o País”, completa.

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Alunos e professores recebem visita de Douglas Scortegagna e Osvaldo Petersen, na lanchonete onde são vendidos os pães e doces produzidos pela Padaria

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Ação set-out/200615

O Programa Brasil Sem Fome não sacia apenas a fome de comida. Alimenta esperanças, impulsiona forças, estimula o crescimento e alcança vitórias. Com os recursos do programa, a Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência dos Funcionários do Banco do Brasil, regional Rio Grande do Norte, adquiriu instrumentos musicais para uma banda formada por 58 músicos que possuem defici-ência mental.

A ajuda do Brasil Sem Fome permitiu a amplia-ção do número de integrantes da banda, beneficia-dos por uma oficina de música da APABB-RN. Em menos de dois anos, esse número aumentou de 12 para 58 jovens e adultos, com idade entre 14 e 40 anos. O objetivo da iniciativa é melhorar as capaci-dades de compreensão, concentração e memoriza-ção por meio de estímulos com o aprendizado musi-cal.

Os participantes da oficina são usuários do Centro de Convivência Crescer, da APABB-RN. A ban-da de música em que atuam foi criada em 2004 e, desde então, garante a socialização de seus artistas.

A diretora da ANABB Graça Machado conheceu o projeto e ficou encantada com o resultado. “Um trabalho voluntário, que proporciona a inclusão so-cial e resgata a cidadania de jovens e adultos com deficiência. Essas pessoas têm muito o que ensinar ao País.”

O grupo se apresenta em eventos educacionais, em agências do BB da região e em instituições como asilos e creches. O núcleo da APABB-RN disponibiliza também oficinas de dança e atividades pedagógicas e de capacitação profissional.

Segundo a supervisora técnica do Centro de Convivência Crescer, Dulciana de Carvalho Lopes, esse trabalho estimula o crescimento afetivo e emo-cional dos envolvidos. Dulciana destaca que o Brasil Sem Fome é importante para assegurar a dignidade dos cidadãos, incluindo os deficientes. “Em todas as oficinas e apresentações da banda de música ‘Cres-cer’, a ANABB é lembrada como aquela que saciou a nossa maior fome: a fome de cidadania”, afirma.

Cidadania que

alimenta vidas

Inclusão: com auxílio do Brasil sem Fome, banda ampliou seu número de músicos

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Uma iniciativa inovadora proporciona, por meio da interação social, educação e cultura à comuni-dade do município de Pirenópolis (GO), localizado a 120 Km da capital goiana. É o projeto Quintal da Aldeia, desenvolvido pela organização não-governa-mental Guaimbê – Espaço e Movimento Criativo.

O “Quintal da Aldeia” foi beneficiado com recursos do Programa Brasil Sem Fome para imple-mentar suas atividades, que incluem a formação con-tinuada de educadores comunitários e a realização de pesquisas sobre as manifestações culturais brasilei-ras. De acordo com a diretora-geral da ONG, Adria-na Pedroso Pregnolatto, o apoio do programa per-mitiu à entidade equipar a sua sede. “Com a ajuda da ANABB, adquirimos equipamentos de som, DVD, televisores, instrumentos musicais e materiais de pa-pelaria utilizados nas vivências, como tintas e papéis. Além disso, melhoramos a nossa infra-estrutura, com a aquisição de materiais de construção e mobiliário,

como armário, mesas, cadeiras”, ressalta.As atividades do projeto têm o objetivo de des-

pertar e revitalizar a identidade cultural de Pirenópo-lis. “As vivências são os conteúdos da escola formal com outro enfoque, que utiliza a arte para ampliar o

repertório educacional, deixando-o mais lúdico, inte-ressante e criativo”, explica Adriana.

Além de ser aberto à população urbana e às comunidades rurais vizinhas, o “Quintal da Aldeia” recebe adolescentes que cumprem medidas socioe-ducativas ou estão em liberdade assistida. Uma das propostas é fortalecer a atuação desses jovens na for-mação de núcleos de produção artesanal e cultural, gerando trabalho e renda. Os pais também recebem atenção especial, por meio do grupo de terapia co-munitária.

A transformação da realidade social é o que estimula a atuação da ONG, assim como o reconhe-cimento e a valorização do patrimônio humano e cul-tural. A origem do nome da organização (Guaimbê Espaço e Movimento Criativo) remete ao suporte que um trabalho desse tipo oferece a uma comunidade. Guaimbê, palavra de origem munduruku (nação indí-gena amazônica), significa coluna vertebral.

A diretora da entidade destaca a importância do trabalho das ONGs para o desenvolvimento social. “O poder público não dá conta sozinho. A sociedade tem que estar organizada, consciente. O papel das ONGs acaba sendo esse, de dar oportunidade de reflexão à sociedade civil”, afirma Adriana.* Visite o site da ONG: www.guaimbe.org.br.

Educação e cultura ao alcance de todos

Em Pirenópolis (GO), projeto oferece incentivo às manifestações culturais

Eventos artísticos do “Quintal da Aldeia” têm o apoio do Brasil sem Fome

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Notas

PROMOÇÃO DA ANABBA promoção “Fique Conectado com a ANABB” premiou três associados com notebooks HP Pavillion. Concorreram à promoção aqueles que atualizaram seus dados no site da ANABB. A vencedora do primei-ro sorteio, realizado no dia 30 de agosto, foi Regina Célia Travalini, de Bauru (SP). No segundo sorteio, do dia 27 de setembro, foi a vez de Tiago de Negreiros Furtado Orlandi, de Brasília, levar o notebook. O di-retor de Relações Externas e Parlamentares da ANAAB, Emílio S. Ribas Rodrigues (à direita, na foto), entregou o prêmio ao associado. Nos dois sorteios, os con-templados tinham o número da sorte imediatamente inferior ao sorteado na Loteria Federal. O ganhador do último sorteio, realizado no dia 25 de outubro, terá o nome publicado na próxima edição do Jornal Ação.

PROJETO “AABB CANTA”A AABB de Avaré (SP) teve uma ótima idéia para atrair público ao clube e ainda valorizar a cultura local. É o projeto “AABB Canta”. Nele, sócios-artistas não pa-gam a mensalidade da associação. Em contrapartida, apresentam-se uma vez por semestre na AABB local. Os shows são realizados desde 2003 e, atualmente, quase 40 artistas se revezam aos domingos em apre-sentações de ritmos como samba e MPB. Claudson Cardoso, coordenador da iniciativa, afirma que outras AABBs podem adotar o projeto, como forma de ofe-recer lazer e aumentar o número de freqüentadores.

FUNCIONÁRIOS ELEITOSO funcionalismo do Banco do Brasil vai ter represen-tantes na Câmara dos Deputados, no Senado e nas Assembléias Legislativas de alguns estados, a partir de 2007. Levantamento feito pela Diretoria Parlamentar da ANABB mostra o quadro de parlamentares do BB:Deputados Federais: José Pimentel (PT-CE), Augusto Carvalho (PPS-DF), Geraldo Magela (PT-DF), Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Ricardo Berzoini (PT-SP)Deputados Estaduais: João Bonfim (PFL-BA), Nelson Martins (PT-CE), Almir Paraca (PT-MG), José Queiroz (PDT-PE), Tadeu Veneri (PT-PR), Gilmar Sossella (PDT-RS) e Rafael Silva (PDT-SP)Senador: Epitácio Cafeteira (PTB-MA)O resultado do segundo turno para o governo do Pará, no qual concorre a bancária Ana Júlia (PT), não havia sido divulgado até o fechamento desta edição.

FEBRABAN E OS JUÍZESA ANABB realizou enquete para saber a opinião dos associados sobre o encontro que a Febraban ofereceu a 47 magistrados na Ilha de Comandatuba, no litoral da Bahia, no feriado de 7 de Setembro. Segundo a Federação dos Bancos, o objetivo do evento foi pro-porcionar palestras sobre crédito e sistema bancário a 16 ministros do STJ e a 31 desembargadores de Justiça. Todos os custos da viagem foram bancados pela Febraban, incluindo transporte até a ilha e hos-pedagem no Resort Transamérica para os juízes e seus familiares acompanhantes. A enquete ficou no ar de 25 de setembro a 2 de outubro, período em que teve a participação de 753 internautas.

Veja o resultado:

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A ANABB luta não só pelos direitos dos associa-dos como também preza pelo conforto dos dependen-tes. Na hora da perda de um ente querido, um seguro de vida ameniza os problemas financeiros que podem surgir, como as despesas de funeral.

Para auxiliar o associado ou seus familiares nesse momento de sofrimento, a ANABB disponibiliza três modalidades de seguros. O mais antigo deles, o Seguro Decesso Automático, foi criado há 10 anos e prevê um auxílio de R$ 3 mil em caso de falecimento do associado, do cônjuge e de filhos solteiros com até 24 anos de idade.

O Decesso Automático é um benefício garantido a todos os associados desde o pagamento da primeira mensalidade de filiação na ANABB, sem nenhum custo adicional. É importante que o associado avise aos seus dependentes que possui o Seguro Decesso Auto-mático. Em caso de dúvida, para saber se tem direito ou não ao seguro, verifique no contra-cheque se há desconto de mensalidade da ANABB.

Fernando Salgado Júnior, de 60 anos, não sabia que sua mulher tinha esse benefício. “Em 2003, por conta do falecimento da minha esposa, eu fui infor-mado, pela agência do BB onde ela trabalhava, que

ela tinha esse seguro.” Fernando Júnior disse que não teve dificuldades em receber os R$ 3 mil, que o ajuda-ram muito naquele momento. Fernando associou-se à ANABB e hoje faz parte do grupo de pensionistas da entidade.

COMPLEMENTAÇÃO DO SEGUROPara complementar a assistência ao associado, a

ANABB disponibiliza, a um preço acessível, o Seguro Decesso Complementar (para associados de até 65 anos) e o Complementar Master (para associados com idade entre 66 e 80 anos).

O Decesso Complementar tem como diferencial uma indenização por invalidez parcial ou total, em caso de acidente, no valor de até 100% do plano. As coberturas são iguais para o associado e seu cônjuge, sem prazo de carência. Além disso, o segurado conta com um benefício no caso de falecimento de filhos de até 21 anos.*

SegurosANABB:auxíliopara sua família

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Já o Complementar Master funciona como uma espécie de poupança. Em caso de falecimento do as-sociado no primeiro ano da contratação, o beneficiá-rio recebe o valor pago acrescido de 25%. Se o faleci-mento ocorrer no segundo ano, o dependente recebe o valor pago acrescido de 50%. A partir do 25º mês, em caso de óbito do segurado, o beneficiário recebe o valor total do plano escolhido. Nessa modalidade, já está incluída a cobertura básica e a indenização por invalidez parcial ou total, em caso de acidente, com retorno de até 100% do valor segurado.

SEGURO EM VIDAAlém de contar

com a assistência dos seguros ANABB, o as-sociado pode receber o valor contratado em vida. No caso do seguro Decesso Automático, dis-ponibilizado a todos os associados, ocorrem sor-teios nos últimos quatro sábados de cada mês, pela Loteria Federal. É o Prêmio Pontualidade, que contempla com R$ 3 mil os associados que estão com suas mensalidade em dia.

Élcio Gomes da Ro-cha, de Taguatinga (DF), foi um dos premiados. Ele avalia que o prêmio

é um incentivo, e enfatiza que a ANABB oferece uma gama de benefícios mesmo para quem não é sortea-do. “A ANABB é a forma mais barata de associação que conheço. Os benefícios superam em muito o valor que se paga”, afirma.

Os segurados do Decesso Complementar e Mas-ter também participam dos sorteios. Nesses casos, o prêmio é o valor do seguro contratado.

Quem teve essa sorte no mês de setembro foi Ademir Medeiros Martins, associado da ANABB des-

de 1987. Ele poderá aproveitar em vida os R$ 12.937,00, valor do seu seguro. Ademir é morador de Curitiba (PR) e adquiriu o Decesso Complementar em 2001. Aposentado do Banco do Brasil há oito anos, o ga-nhador afirmou que o di-nheiro veio em boa hora. Satisfeito com a atuação da ANABB, o associado disse que já foi beneficia-do por ação judicial por intermédio da entidade. Acesse o site www.anabb.org.br e saiba mais sobre as premiações.

Ao adquirir um se-guro de vida, não tenha dúvidas. A ANABB tem os melhores planos e taxas para garantir segurança à família dos associados!

•Seguro Decesso Automático

Comunique o falecimento à Selecta (corretora res- ponsável pela administração do seguro automático) pelo telefone 0800-617777. Com esse comunicado, a corretora solicitará os documentos necessários ao associado e/ou do beneficiário para providenciar o pagamento do prêmio.Todos os associados têm esse direito garantido. O prazo para reivindicar o pagamento do seguro é de até um ano após o falecimento.

•Seguro Decesso Complementar e

Complementar Master

Comunique o falecimento à Mastercor pelo telefone 0800-6442121. Após o aviso, a corretora vai requi-sitar os documentos necessários do associado e/ou do beneficiário para providenciar o pagamento do prêmio.O prazo para reivindicar o pagamento do seguro é de até um ano após o falecimento.

COMO SOLICITAR A INDENIZAÇÃO

A ANABB vem, por meio deste, atestar a legalidade dos Seguros Deces-so Complementar e Complementar Master. Para verificação, basta con-sultar o número 93.101.393 (Complementar) e 93.101.394 (Master), da apólice, registrado na Susep (Superintendência de Seguros Privados).

A Diretoria

INFORME* De acordo com a lei para filhos de até 14 anos, só é permitida a cobertura com despesas de funeral

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Opinião

Em um país caracterizado por volumes reduzidos de crédito em relação ao PIB (menos de 30%) e por operações concentradas no curto prazo, os bancos federais fazem um interessante contraponto ao mer-cado, respondendo por 81% do crédito a longo prazo do sistema. O Banco do Brasil (BB) é responsável por 70% do crédito agrícola do Sistema Financeiro Na-cional (SFN). Apenas esses fatos dão consistência à leitura de que os bancos públicos atuam no segmento comercial de forma diferente dos privados. É só lem-brar comentários dos analistas de mercado, quando o HSBC comprou o Bamerindus; e o Santander, o Banespa: iriam trazer a prática para o Brasil, dispo-nibilizando recursos em grandes volumes e a baixo custo. As demonstrações contábeis mostraram que, contrariando as expectativas, os bancos deram prio-ridade às aplicações de tesouraria e lucraram com a desvalorização do câmbio. Os bancos federais, especificamente BB e CEF, já foram utilizados em vá-rias oportunidades para contrabalançar opções muito parciais (ou até especulativas) do mercado, exercendo assim funções anticíclicas e de regulação do sistema. Como exemplo, a manutenção de volume elevado de operações de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC) pelo BB quando da crise cambial (1999).

Até hoje, no sistema bancário, a concorrência é oligopolística (cinco bancos dominam 50% do mer-cado). Os casos citados permitem leituras pelas quais

os estrangeiros vieram ao Brasil mais para aproveitar as facilidades de lucrar com a debilidade do mercado local do que para concorrer com as instituições daqui em prol da clientela. As taxas de juros cobradas pelo BB e CEF servem como referencial para o mercado, pois eles, líderes do ranking das operações de crédito, respondem por 36% do cré-dito do SFN. São as IFPFs (Instituições Financei-ras Públicas Federais) que, por meio da sua participa-ção expressiva na oferta de crédito, exercem funções

de controle do sistema, via mercado, evitando uma disparada na taxa de juros praticada pelos bancos privados. A lógica microeconômica leva os banquei-ros à busca do maior lucro com o mínimo esforço, evitando a oferta de operações de longo prazo e com baixo retorno financeiro. Os bancos públicos, ao con-trário, conseguem as possíveis sinergias entre a ação comercial e as operações de cunho mais social, com retornos importantes para a sociedade e ganhos fi-nanceiros. A fiscalização do próprio BC também não satisfez a sociedade no que se refere às várias opera-ções irregulares (Nacional, Bamerindus, Econômico, Santos, etc.). Os bancos públicos, em geral, respon-dem perante a sociedade por suas operações, tendo mostrado responsabilidade para com a missão maior do SFN: “promover o desenvolvimento equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade nacio-nal” (art. 192 da CF). Alguém acredita que o mesmo ocorreria no caso de os bancos privados operarem os programas do governo?

Sistema Financeiro Nacional, esse tema estará na pauta de discussões na próxima legislatura. Con-tamos com parlamentares no Congresso que têm compromisso com os bancos públicos como instru-mento de política pública, dentre eles, três senadores e cinco deputados federais da bancada do BB. •

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Emílio S. Ribas Rodrigues é diretor de Relações Externas e Parlamentares da ANABB