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Optimização da Relação Interpessoal em Treino Desportivo

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Optimização da Relação Interpessoal em Treino

Desportivo

ClimaTodo o comportamento verbal e não-verbal que cria a atmosfera em que a relação têm lugar.

Pode ser Hostil ou AmigávelCompetitivo ou Colaborativo

Como me sinto com esta interacção?

Comportamentos associados às relações colaborativas e amigáveis

Comunicação efectiva– as ideias são verbalizadas

com facilidade e os membros do grupo estão atentos aos outros, aceitam as ideias dos outros e são influenciados por eles.

Interacções Amigáveis, Prestáveis e Menor Obstrução

membros mais satisfeitos com o grupo e com as soluções que emergem; procura-se ganhar o respeito dos colegas e sentem obrigações em relação aos colegas.

Coordenação de esforços, divisão de tarefas, orientação para alcançar o acordo e elevada produtividade.Acordo em relação às ideias dos outros e sentimento de partilha em relação a crenças e valores, confiança nas suas próprias ideias e no valor que os outros lhe atribuem.Vontade de favorecer o poder dos outros.Os interesses conflituantes são considerados um problema mútuo a ser resolvido de forma colaborativa.

O “clima” é decisivo

Na satisfação pessoal de treinadores e praticantes.Na manutenção da disciplinaNa manutenção do empenhamento nas tarefasNo crescimento individual e de grupo no domínio sócio-afectivo.

O clima positivo é decisivo:No desenvolvimento de atitudes, valores, sentimentos.Na criação de um ambiente humano de relação.Na optimização de diversos critérios didácticos de eficácia.Na gestão de conflitos.

Critérios didácticos optimizadosTempo potencial de aprendizagemComportamentos fora da tarefa e de indisciplinaMaior atenção e interesse (maior motivação).Maior empenhamento.

Os ganhos de aprendizagem dependem:

1. Do nível inicial na competência em causa.2. Do nível de afectividade inicial.3. Da qualidade do treino.

Estudos do tipo processo-produto sublinham a importância do entusiasmo.

Conjunto de comportamentos associados a estados emocionais que expressam valores, interesses...O desenvolvimento de atitudes positivas implica um conjunto de sentimentos positivos acerca de algo (Bloom, 1979).Desenvolvimento de atitudes positivas no Treino Experiência positiva da prática (Piéron, 1988).

Domínio Afectivo

Responsabilidades dos treinadores

Criar balanços subjectivos positivos nos praticantes acerca da prática.

Optimizar as relações no treino.

Clima relacional

ClimaOptimização da relação treinador-praticante.

Optimização da relação praticante-praticante.

Optimização da relação praticante-modalidade.

A optimização da relação depende:

De um conjunto de variáveis em interacção.Da percepção que os praticantes possuem da qualidade da relação.Comportamentos do treinador mais valorizados:ser educado,ser paciente com os praticantes mais fracos,fomentar um espírito de amizade e interajuda,mostrar imparcialidade,ser justo nas avaliações,acompanhar o trabalho e encorajar.

Desvalorizam

•Zangar-se com frequência.

•Ser autoritário e agressivo

Indicadores de Bom ClimaFB positivos frequentes.Elogiar (reforçar positivamente) comportamentos apropriados.Especificidade das desaprovações.Ser encorajador.Dinamismo do treinador:– Início e transições rápidas.– Boa organização do treino.– Tomar parte nas

actividades e mostrar gosto por elas.

– Ritmo vivo das sessões.– Elevações de voz.

Indicadores de Clima PositivoComunicação não-verbal (c. gestual)Sorrir, rir e gracejar frequentemente.Contactos físicos (palmadinha nas costas, mão no ombro, cumprimentos iniciais...).Proximidade dos atletas.Tratar os praticantes pelo nome próprio.Interagir com todos. Não mostrar favoritismos.

Indicadores...Disponibilidade para os receber noutros espaços e fora dos horários.Solicitação para apreciarem o trabalho realizado.Solicitar e valorizar a participação dos atletas.Aceitar e utilizar ideias dos praticantes, tendo em conta pontos de vista válidos.

Estratégias de Optimização do Clima

Estabelecer uma relação personalizada.Mostrar interesse pelos praticantes, pelos seus problemas, pela pessoa do praticante.Contactos sobre assuntos extra-treino.Promover uma relação sem discriminação (sexo, raça, religião, entre melhores e piores, etc.)Promover a igualdade sem uniformidade nem rigidez. Respeitar as diferenças.

Estratégias de Optimização do Clima

Mostrar disponibilidade para ouvir e conversar. Prestar atenção ao que dizem.Responda honestamente às perguntas sem “esmagar” o interlocutor.Ser encorajador, afectivo (sobretudo com praticantes com dificuldades ou NSE baixo).

Estratégias de Optimização do Clima

Controlar as suas emoções:– Evitar o “warming up

effect”– Utilizar “mensagens do eu”

Estabelecer regras claras, justas e razoáveis com que estejam de acordo.Cumprir as promessas.Ser consistente, coerente.

Estratégias de Optimização do Clima

Mostrar-se entusiasta– Relativamente à matéria– ao acto de ensinar– ao praticante

Transmitir a ideia de possuir expectativas elevadas de sucesso para todos.Transmitir a ideia de que se interessa pelos seus problemas.Evitar a actividade física como castigo.

Estratégias de Optimização do Clima

Evitar ridicularizar os praticantes por sentimentos, medo ou ansiedade.Evitar envergonhar, depreciar, ironizar.Evitar denegrir em público.Evitar situações de humilhação e fracasso sistemático.Evitar ameaças, autoritarismo, reprovações sistemáticas.Evitar ser visto como um juiz permanente da sua actividade.Evite gritar. Quando tiver alguma coisa a dizer ao conjunto reuna o grupo.

Estratégias de Optimização do Clima

Saber ouvir, demonstrando interesse e atenção.– Parafrasear, contacto visual,

sinais de concordância.Criar o sentimento de grupo (todos com o mesmo objectivo).Pressionar para o trabalho.Espaços e actividades agradáveis (dificuldade e variabilidade).

Estratégias de Optimização do ClimaTransmitir mensagens:

Eu valorizo-te como pessoaSou capaz de ensinar e vocês são capazes de aprender e de evoluir.Não deixar pensar que é impossível melhorar, que é difícil e só para super-dotados.Eles devem sentir “Ele é um bom treinador”.Devem confiar no treinador.Devem sentir que o treinador acredita na sua capacidade de aprendizagem,... Que trata todos de igual maneira.

Estratégias de Optimização do Clima

Promover a responsabilidade e a cooperação.– A aceitação das

consequências;– O respeito das regras;

Rigor e firmeza quando necessário.Dominar o que diz.Dizer o que pensa. Respeito, sinceridade e honestidade.

Estratégias de Optimização do Clima

Estimular as motivações intrínsecas.Planear a diferenciação do treino.– Variações intra-tarefa.– treino por convite (duas ou

mais tarefas que o praticante escolhe).

– Apresentar listas de tarefas a escolher.

– Utilizar actividades concebidas pelos praticantes.

PiéronAcolher pessoalmente os desportistas. Todos precisam de ser valorizados.Manter um clima amigável. Sorria quando há motivo para tal: ajuda a descontrair.Assegure o seu conhecimento mútuo e o tratamento por “tu”.Encoraje a exprimir a sua opinião e respeite-a.Considere-se uma pessoa de recurso: evite ser demasiado autoritário; não se limite só a dar ordens e instruções.Incentive os desportistas a tomarem a responsabilidade da própria aprendizagem.Não devem ser simples executantes que respondem às suas ordens.

Credibilidade do TreinadorSeja honesto consigo próprio e com os atletas.Não tente dar a impressão de sabe mais do que de facto sabe.Certifique-se de que o compreendem.Seja igual a si próprio e não procure imitar alguém que desejaria ser.Seja positivo. Poucas pessoas respondem bem a comentários negativos.Não desmoralize os seus desportistas apontando-lhes a sua ignorância ou falta de destreza.

CredibilidadeMostre entusiasmo pela sua modalidade e pelos seus atletas.Seja justo, leal e coerente em todos os assuntos e ocasiões. Não mostre favoritismo.Seja digno de confiança.Seja acolhedor e revele uma preocupação verdadeira pelo bem-estar dos desportistas.

Abandono da PráticaRazões radicadas na relação

treinador/atletaFalta de comunicação.Não explicar as razões da estratégia aos atletas.Expressão de cólera dirigida aos atletas.Fracasso no tratamento dos jogadores como indivíduos.

Praticante-PraticanteConjunto de praticantes não é o mesmo que grupo de praticantes.Fomentar: – Interesses comuns.– Valores de

solidariedade.– Tolerância à diferença.– Inter-ajuda e

cooperação.

Praticantes entre siSuscitar a simpatia e a amizade.Organizar grupos heterogéneos, fomentando as interacções diversificadas (todos com todos).Organizar jogos e actividades cooperativas.Criar sempre situações de igualdade de oportunidades.Definir funções específicas para cada praticante.

Os praticantes entre siUtilização dos praticantes no apoio aos mais fracos.Reforçar objectivos comuns.Adopção de símbolos comuns.Encontros extra-treino, convívios entre todos.

Coesão de gruposAjudar os membros a identificar objectivos e necessidades pessoais, clarificando como podem ser satisfeitos através do grupo;Encorajar os membros que mais se destacam a fazer sacrifícios pelo grupo.Promover o sentido de responsabilidade.Estabelecer objectivos claros e realistas.

CoesãoEnfatizar a equipa e não os indivíduos.Clarificar o contributo da adesão aos padrões do grupo na eficácia.Promover a cooperação e desencorajar a rivalidade individual.Tornar clara a diferenciação de papéis na equipa.Clarificar as expectativas para cada membro.Estabelecer consensos quanto às diferenças de estatuto.

Coesão de grupos IIPromover o envolvimento do grupo na selecção dos líderes.Promover a proximidade entre os indivíduos.Separar fisicamente a equipa das outras equipas.Promover identificadores característicos da equipa.Dar ênfase às tradições da equipa.Manutenção de canais de comunicação abertos entre treinador e atletas.Desenvolvimento do orgulho e do sentimento de identidade colectiva.Reconhecimento da excelência dos atletas que mais contribuem para a concretização dos resultados.Encontros regulares fora das situações normais de treino para resolver determinados conflitos.

Coesão IIIPromoção da auto-confiança.Evitar a formação de “cliques” sociais que perturbam a coesão da equipa.Evitar as mudanças excessivas de atletas no seio do grupo.Permanecer continuamente sensível e a par do que se passa na equipa ao nível das atitudes e sentimentos dos seus meembros.Esforçar-se por conhecer a vida pessoal de cada atleta fora do âmbito desportivo.

Praticante-ModalidadePromover o gosto pela prática e o gosto por aprender e treinar.– Assegurar que os

praticantes atribuem significado, importância, às actividades propostas.

– Assegurar prática motora variada, evitando a monotonia.

– Solicitar apreciação dos praticantes.

Gosto pela modalidade– Tornar as actividades

desafiantes (tarefas novas e cada vez mais complexas e exigentes sem se tornarem muito difíceis).

– Gerir a percepção de risco; garantir segurança física e emocional em ambiente desafiante, de risco estimulante.

– Garantir sentimentos de sucesso na prática.

– Formular expectativas elevadas e realistas.