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Orando em Família ● O Espírito Sopra Onde Quer! [algumas páginas]

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Meditações diárias de 2011. Este é um devocional com a proposta de estudar um trecho bíblico por semana, aprofundando-o dia a dia.

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Agosto 2010Curitiba / PR

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EDITOR:

Martin Weingaertner

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W423o Weingaertner, Martin Orando em família 2011: O Espírito sopra onde quer / [edita-

do por] Martin Weingaertner; ilustrações de Aline G. S. Scheffler. – Curitiba : Encontro, 2010.

14x21 cm. ; il. ; 384p.

ISSN 2178-2210 1. Meditação – Religião. I. Scheffler, Aline G. S. II. Título.

CDU 242

Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima – CRB 10/1273

Todos os direitos reservados. Copyright © 2010 da Encontro Publicações.

EditorMartin Weingaertner

Coordenação EditorialReiner Lorenz

RevisãoSimony Ittner Westphal

CapaRodrigo Robinson

FotoRicardo Beliel

Diagramação e IlustraçõesAline G. S. Scheffler

Os texto bíblicos utilizados, não indicados de outro modo, são da Nova Versão Internacional (NVI) da Sociedade Bíblica Internacional.

ENCONTRO PUBLICAÇÕES- Movimento Encontrão -

Caixa Postal 1812080811-970 • Curitiba, PR

Tel.: (41) 3302.5111Fax: (41) 3302.5101

e-mail: encontro@encontropublicacoes.com.brwww.encontropublicacoes.com.br

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A Adelário e Laurinha Müller

pelo seu testemunho de vida

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PREFÁCIO

Jesus não deixa por menos: “O Espírito sopra onde quer”! Ele é divino: é livre e soberano. Não está às ordens de crentes, pastores ou igrejas, mas é Senhor sobre todos eles. Onde Ele interfere, a vida das pessoas muda! Quem se considera um cara legal e sem problemas, começa a enxergar suas mancadas sem conta; quem é desprezado e rejeitado por todos, percebe o quanto é amado e acolhido por Deus, e quem acha que não precisa prestar contas a ninguém esbarra no juízo de Deus. E, uma vez convencido do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) jamais continuará o mesmo. Só o Espírito energiza a vida com fé, esperança e amor (1Co 13.13), presenteia com dons e capacita para servir com alegre abnegação nas condições mais adversas como o Bom Samaritano (Lc 10.33ss).

Diferente dos poderes que dominam este mundo (Ef 6.12), o Espírito Santo não se apossa de ninguém, nem nos priva da consciência! Ele age sem imposição, pois espera pelo nosso consentimento confiante. Por isso nos explica a que veio na palavra inspirada da Bíblia. É por meio dela que Ele nos ajuda a perceber e aceitar a intervenção de Deus na nossa vida. E esta edição de Orando em Família quer encorajá-lo a este relacionamento sem igual. Assim, concluímos a jornada iniciada em 2009, quando nos propusemos a explorar a riqueza do testemunho bíblico, meditando a cada ano com ênfase numa Pessoa da Trindade.

Dedicamos esta edição ao casal Adelário e Laurinha Müller. Seu engajamento na obra do Reino de Deus os levou a pastorear igrejas em diversos estados. Mesmo sem aparecer, foram líderes no Movimento Encontrão. Agradecemos a Deus pelo seu ministério entre nós! Pessoalmente, guardo com especial carinho o que aprendi com eles.

Martin Weingaertner, Organizador e editor

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O ESPÍRITO SOPRA ONDE QUERLeitura: João 3.1-15

“Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas quem nasce do Espírito é espírito.” (v. 5s)

Você não gostaria de ter sido um ratinho num canto daquela sala onde Jesus e Nicodemos conversaram noite adentro? Confesso que eu o teria apreciado, pois o breve resumo de João é de dar água na boca! Falavam da transformação que Deus opera em quem crê no seu Filho Unigênito (Jo 3.16).

Nicodemos era mestre em Israel e não entendia essas coisas! Será que nós as entendemos? Temo que não! Por quê?

Porque, como ele, nós pensamos a partir das coisas terrenas e não das categorias e perspectivas celestiais. Quando Jesus falou que era necessário nascer de novo, Nicodemos duvidou: “Como alguém pode nascer de novo, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!”. Ele expressa as duas marcas da nossa miopia: pensamos que devemos e podemos fazer algo para chegar a Deus e que isso deve acontecer segundo as leis da natureza!

As leis da natureza não estão erradas, nem são más. Feitas por Deus, elas se limitam ao universo criado, ao aqui e agora. As coisas terrenas servem de comparação para as espirituais. Por isso Jesus põe dois nascimentos lado a lado: o da água/carne e o do Espírito. Água e Espírito são duas realidades distintas desde a criação (Gn 1.2). Ao nascer da água somos natureza, isto é, limitados ao mundo criado, ao tempo e espaço. E, nascer da carne qualifica essa natureza como caída e pecadora.

Mas quem nasce do Espírito é espírito, tem acesso a Deus! Que parto sem igual! Dizemos que nascemos, mas, na verdade, nós somos nascidos! Como uma mãe no parto, o Espírito de Deus é quem faz nascer de novo. E Ele o faz, não segundo as leis da natureza, mas segundo o amor de Deus.

1° DE JANEIRO • SÁBADOCONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL

Obrigado porque podes salvar quem não tem mais

jeito!

O ESPÍRITO SOPRA ONDE QUER 11

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2 DE JANEIRO • DOMINGO

O VENTO SOPRA ONDE QUERLeitura: João 3.1-15 e 1 Samuel 10.1-7

“O vento sopra onde quer. [O Espírito sopra onde quer].” (Jo 3.8)

A sobrinha de um amigo era viciada em drogas. A família gastou muito dinheiro com tratamentos em clínicas, mas todos os internamentos foram em vão. A moça ia de mal a pior. Teve de ser banida dos encontros da família, pois, sempre que tios e primos passavam as férias juntos, ela aprontava a ponto de terem de chamar a polícia. Assim acabou descartada por todos, menos pela avó idosa que, sozinha, ficou a orar pela neta.

Quando a avó adoeceu e estava moribunda, meu amigo foi despedir-se dela. Quando entrou no quarto do hospital, a família estava reunida junto ao leito e ouvia atenta alguém anunciar a Palavra de Deus. Surpreso, meu amigo descobriu que era sua sobrinha, liberta há pouco tempo do vício. Dias depois, ele, um renomado professor universitário, me diria comovido: “Sei que você prega bem, mas ela falou com mais autoridade”.

O Espírito realmente sopra onde quer. Ao comparar a ação do Espírito ao vento, Jesus afirma a soberania dele. Ele resgatou a jovem e revestiu-a de autoridade para anunciar as coisas celestiais para sua douta família. Aleluia!

Como o vento, o Espírito não se deixa manipular por ninguém. Aliás, Ele também não manipula, porque não age por força nem por violência (Zc 4.6). Todavia, quem aceitar que Ele habite nele (1Co 3.16) é transformado maravilhosamente! Deus promete a nós o mesmo que disse a Saul: “O Espírito do SENHOR se apossará de você, e com eles você profetizará, e será um novo homem”. Que oferta maravilhosa! Não precisamos ser a soma de nossas faltas e pecados!

Os pescadores aproveitam o vento quando sopra, pois, na calmaria, a jangada deles não sai mais do lugar! Saul desperdiçou a oportunidade; levianamente deixou o vento passar!

Saberemos nós aproveitar o sopro do Espírito?

Martin é pastor e professor de teologia em Curitiba, PR

Senhor, só podemos pedir: concede-nos o teu Espírito!

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A MENSAGEM DA CRUZLeitura: 1 Coríntios 1.18–2.5

A mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. (v. 18)

Em 22 de abril de 1500, foi erguida a primeira cruz no Brasil.

De lá para cá, a cruz tornou-se um símbolo familiar em nosso país. Ela está presente em igrejas, nas casas, nos hospitais, em empresas públicas e privadas. É muito raro encontrarmos alguém que nunca tenha visto uma cruz no Brasil.

No entanto, o que esse símbolo familiar nos recorda? Se olharmos brevemente para nossa história, veremos que a cruz

no Brasil chegou com os conquistadores portugueses. Associada à espada, a cruz foi símbolo da expansão territorial e espiritual de Portugal no século XVI. Ela era instrumento de conquista e de vitória visível.

Esse uso da cruz, feito pelos conquistadores, remonta à prática dos antigos romanos, que também a empregavam como instrumento de vitória, quando puniam e executavam alguém. O apóstolo Paulo sabia que a cruz era uma ferramenta brutal de martírio. Ele conhecia a prática romana. Mais: ele sabia que Jesus, o Senhor, havia morrido na cruz. Por que então utilizar esse símbolo perverso na pregação do evangelho?

Para Paulo, a cruz sinaliza a maneira contrária do agir de Deus. O que o ser humano emprega como instrumento de barbárie, Deus utiliza como meio de salvação. Nesse sentido, o apóstolo entendeu a cruz. Ela não é louvada como tal, antes pelo contrário, ela continua sendo “emblema de afronta e de dor”, como diz um hino. Por outro lado, a cruz indica que o agir de Deus se dá em oculto, ao contrário do nosso entendimento natural, da espiritualidade produzida pelas nossas mãos.

Infelizmente, nós podemos esquecer isso com muita facilidade, como indicam algumas espiritualidades reinantes em igrejas no Brasil.

3 DE JANEIRO • SEGUNDA

Senhor Jesus, que te conheçamos

como crucificado.

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ONDE ESTÁ O SÁBIO?Leitura: 1 Coríntios 1.18-20

Onde está o sábio? Onde está o erudito? (v. 20)

Ontem meditamos na palavra do apóstolo Paulo sobre a mensagem da cruz, como sendo a maneira do agir de Deus para com a humanidade. Como dissemos, a cruz oculta, aos olhos naturais, o juízo e a graça divinos. Sem o olhar da fé, ela é o que já sabemos: instrumento de tortura, condenação e morte!

Cabe lembrar aqui, no entanto, que Deus, antes de Sua revelação na cruz, mostrou-se à humanidade em suas obras (Rm 1 e 2). Contudo, os seres humanos, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram e nem lhe renderam graças por isso. Pelo contrário, os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se (Rm 1.21).

Assim, foi em cima da futilidade e da insensatez que se construiu a sabedoria humana, segundo Paulo. É por isso que o apóstolo afirma: Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos (Rm 1.22). Para evitar mal-entendidos, Paulo não está falando aqui de conhecimentos históricos e/ou científicos. Suas afirmações categóricas referem-se à sabedoria como “doutrina de salvação”.

Curiosamente, o sábio, o erudito e o questionador eram, nos dias do apóstolo, os líderes de Israel. Eles se apresentavam com orgulho como os “conhecedores de Deus e de Sua vontade” (Schlatter) para toda a humanidade.

Confrontados, no entanto, com a mensagem da cruz, ela nada mais lhes parecia do que pura insensatez! Se pensarmos bem, vamos perceber que também na atualidade a mensagem do Jesus crucificado encontra pouca recepção e simpatia. Passaram-se os séculos, mas a resistência à mensagem da cruz continua a mesma do passado.

4 DE JANEIRO • TERÇA

Abre o nosso coração e nossa

consciência, Senhor Jesus,

para a mensagem da cruz, da

reconciliação.

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A LOUCURA DE DEUSLeitura: 1 Coríntios 1.21-25

Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana. (v. 25)

Uma mensagem corre o mundo, cuja marca é a loucura. Para todos os que têm “o juízo no lugar”, como se diz popularmente, essa mensagem da cruz não passa de insensatez. A razão para isso é que ela apela para o incomum: Deus, em Jesus Cristo, apresenta-se ao mundo de maneira fraca (2Co 13.4) e racionalmente incompreensível. Esses dois pontos já não são suficientes para taxar a mensagem da cruz de insana?

O apóstolo Paulo não era um homem sem instrução. Em Atos, podemos ler o seguinte: “Fui instruído (Paulo) rigorosamente por Gamaliel na lei de nossos antepassados” (At 22.3). Paulo sabia da importância da reflexão e da formação na fé, algo que ele mesmo praticou mais de uma vez junto às igrejas que visitou. Por que, então, o apóstolo é tão drástico, quando fala da mensagem da cruz, chegando a ponto de designá-la de “loucura de Deus”?

Nós encontramos a resposta a essa pergunta no coração do ser humano. À semelhança dos judeus que pediam “sinais milagrosos”, e dos gregos que buscavam “sabedoria” no passado, também hoje o coração natural das pessoas somente aceita um deus triunfante e justificável ao seu pensamento, sentimento e vontade. No entanto, esse deus é uma projeção dos nossos anseios religiosos, um produto do coração humano, que é uma “fábrica de ídolos” (Calvino).

A loucura de Deus é manifestar-se em Jesus Cristo, de forma frágil, mas redentora. Ele é o poder de Deus para os que estão sendo salvos, a saber, os que creem, ainda que essa fé –dádiva de Deus – seja diariamente tentada por aquilo que sentimos, pensamos ou queremos.

5 DE JANEIRO • QUARTA

Senhor Jesus, concede-nos a confiança redentora,

indispensável para a nova vida

contigo.

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6 DE JANEIRO • QUINTA

QUEM DEUS CHAMA!Leitura: 1 Coríntios 1.26-29

Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. (v. 26)

Após afirmar a base da mensagem cristã, como vimos nos dias anteriores, o apóstolo mostra, a partir dos versículos de hoje, as consequências da palavra da cruz para a formação da igreja local.

Na igreja de Corinto nos dias de Paulo, reinava a ideia de que ser cristão significava ser alguém muito poderoso e especial, alguém que pertencia a uma classe superior de pessoas. Aliás, uma pretensão que sempre de novo atinge os cristãos em todos os tempos. Em função dessa vanglória, Paulo viu-se obrigado a lembrar os coríntios de sua origem: poucos eram sábios segundo os padrões humanos, poucos eram poderosos, poucos eram de nobre nascimento.

Que o grupo dos que confessavam a Jesus como Senhor tinha essa composição sócio-cultural em Corinto, não causava estranheza para Paulo. Como seguidor de Jesus, o apóstolo sabia que o evangelho estava escondido aos sábios e cultos, mas tinha sido revelado aos pequeninos (Mt 11.25).

A recordação das origens, contudo, era indispensável nessa situação em função do orgulho que entrou no coração dos coríntios por sua condição de cristãos. Eles precisavam ser lembrados de que, se eram cristãos, isso não era fruto, em primeiro lugar, de sua escolha e nem de sua qualidade moral, social ou espiritual. Pelo

contrário, no mundo de onde tinham vindo, eles não passavam de “loucura e fraqueza”, gente desprezada pela sociedade. Nesse sentido, Paulo recorda aos coríntios, e a nós também, que ser cristão é primeiramente fruto do agir gracioso de Deus, e não somente decisão humana. Ainda compreendemos e aceitamos isso?

Obrigado, Jesus amado, por

chamares e reunires em comunhão contigo quem

jamais poderíamos imaginar.

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A INICIATIVA DE DEUSLeitura: 1 Coríntios 1.30-31

É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus. (v. 30)

Ontem vimos que o apóstolo Paulo recordou aos coríntios a sua origem. Hoje vamos acompanhar a sua reflexão acerca da iniciativa de Deus para a formação da igreja.

Como pessoas sem maior expressão social, os membros da comunidade de Corinto pouco ou nada poderiam fazer para tornar a sua igreja relevante em seu contexto. Entretanto, o que eles tinham recebido de Deus – Cristo Jesus – tornava-os uma comunidade forte e cheia de vida em seu ambiente. Na comunhão com Cristo residia a sua força.

É por isso que Paulo afirma à igreja em Corinto que sua preciosidade coloca-se naquilo que Deus por Sua iniciativa os torna: membros da comunhão com Cristo. Não é o seu culto, liturgia, modelo de igreja ou administração eficaz que fazem da igreja em Corinto o motivo de gratidão a Deus para o apóstolo, mas sim a graça da comunhão com Cristo (1Co 1.4-9).

Nessa comunhão com Jesus, o Senhor, os coríntios tornam-se participantes da sabedoria, justiça, santidade e redenção que vêm de Deus. Esses bens espirituais sinalizam um novo tempo, uma nova vida, agora liberta das correntes que a natureza, o corpo e toda a miséria da vida reservam, não somente aos coríntios no passado, mas a todas as pessoas e em todas as épocas. Paulo está convicto de que Cristo liberta e conduz os que estão sendo salvos para essa nova realidade.

Por isso, não há espaço na vida cristã para glória própria. Aliás, quando esse orgulho emerge na igreja local, somente gera discórdia e confusão. Se há em quem se gloriar, gloriemo-nos em Cristo, recomenda o apóstolo. Essa “glória” não prejudica a paz e a concórdia da igreja, pois ela pertence ao Senhor Jesus.

Obrigado, Cristo Jesus, pela oferta

da comunhão diária.

NÃO HÁ OUTRO FUNDAMENTO 17 7 DE JANEIRO • SEXTA

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A FRAGILIDADE DO DISCURSO!Leitura: 1 Coríntios 2.1-3

Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente. (v. 1)

O apóstolo Paulo mostra, na composição da igreja de Corinto, que Deus despreza o que o mundo considera sabedoria. Com isso, ele indica aos coríntios, de maneira visível, a primeira consequência da mensagem da cruz. Agora Paulo dá um passo adiante. Ao chegar na Grécia, o apóstolo não se apresenta com a eloquência dum retórico extraordinário. Não veio como um homem de fala fácil, que maneja bem o microfone. Ele não quer ser visto como um pensador nem como um pesquisador em primeiro lugar. Aliás, Paulo não prometeu essas qualidades à igreja em Corinto.

A ausência do discurso eloquente é a segunda consequência da mensagem da cruz, que o apóstolo quer mostrar aos coríntios. Sem dúvida, havia, na igreja local, pessoas que estavam familiarizadas com as Escrituras, bem como aqueles que tinham informações sobre a situação do mundo. Em Corinto, não faltava gente com conhecimentos religiosos e seculares. Paulo também tinha conhecimentos, contudo, não era um pregador de mão cheia (2Co 11.6). Ele mesmo sabia disso. Essa fragilidade, no entanto, é vista pelo apóstolo como um sinal gracioso de Deus, para anunciar a mensagem da cruz. Ele não murmura contra ela, nem a instrumentaliza para se apresentar como vítima perante a igreja. Paulo sabe que, entre os coríntios, circula o boato de que suas palavras são desprezíveis (2Co 10.10). Entretanto, não são as formas que contam, mas sim o conteúdo (2Co 10.7).

Será que a boa retórica, as celebrações enfeitadas com musicalidade vibrante e contemporânea e o uso da mídia eletrônica são os ingredientes indispensáveis do evangelho? Aqui vale perguntar: isso não são apenas formas de anunciar?

Senhor Jesus, que as formas não

ofusquem o teu evangelho.

ORANDO EM FAMÍLIA188 DE JANEIRO • SÁBADO

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FÉ BASEADA NO PODER DE DEUSLeitura: 1 Coríntios 2.4-5

Para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus. (v. 5)

Com a meditação de hoje, chegamos ao final desta semana de reflexão sobre a mensagem da cruz. Ao longo de nossa caminhada, percebemos que o símbolo da cruz está muito presente em nossa história passada e atual, como país. Fazer uso de um símbolo, no entanto, não significa necessariamente entendê-lo. As muitas cruzes existentes no Brasil indicam algum tipo de vínculo com o cristianismo, certamente, mas não com a mensagem da cruz de maneira obrigatória.

Nesse sentido, o que pudemos meditar nestes dias, tornou-se um precioso tempo de discernimento. Hoje sabemos que a cruz é mais do que um símbolo. Ela é o modo de Deus apresentar-se. Deus vem ao nosso encontro por meio da loucura da pregação (1Co 1.21): Cristo crucificado! Essa mensagem é escandalosa, pois ela não se baseia na lógica da nossa sabedoria religiosa. Nesta, o ser humano projeta um deus que é imponente, triunfante e supridor de todas as suas necessidades. É o deus de todas as bênçãos!

Quem se apresentou na cruz é diferente. O Cristo crucificado é frágil aos olhos humanos. Embora sendo Deus, escreve Paulo, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se (Fp 2.6). Este é o modo de Deus revelar-se: desprovido das marcas que nós consideramos divinas. Para perceber isso, diz Paulo, há somente um caminho: o da fé. Ela é a prova das coisas que não vemos (Hb 11.1). Essa fé, contudo, é obra do poder de Deus, para que ninguém se entenda mais “crente” do que o outro. Ela não é igual à nossa motivação, humor, sentimento, pensamento ou vontade. Ela envolve isso tudo, com certeza. Sua origem, no entanto, não está em nós, mas em Deus, que é fonte de vida para sempre.

Mario é pastor e professor de teologia em Curitiba, PR

Senhor, dá-nos fé em

meio à nossa incredulidade!

NÃO HÁ OUTRO FUNDAMENTO 19 9 DE JANEIRO • DOMINGO