Oratória - Escola Superior de Advocacia - ESA

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      Sejam Bem Vindos ao Curso de Formação para Novos Advogados!

      O Curso de Formação em EAD tem seu foco no exercício da advocacia por parte dos novosadvogados recém-ingresso no quadro da OAB. Neste curso o aluno conta com plena autonomia

    para estudar com flexibilidade de estudo, e o principal, não há barreiras geográficas que oimpeçam de participar deste benefício inovador promovido pela Escola Superior de Advocacia daOAB em parceria com o grupo UnyLeya educacional para melhorar a cada dia mais a prática daadvocacia na sociedade e no âmbito dos tribunais do país.

      Um ambiente inovador diferente dos processos tradicionais, como uma sala de aula,limitada ao horário previsto e ao local de onde se dá o curso.

      Entretanto, não fugiu da preocupação didático-pedagógica a importância incutir noaluno a consciência de que aprender a distância requer disciplina e que existe um cronograma a

    ser obedecido. O sucesso em um curso a distância acontece quando o aluno é o gestor de suaaprendizagem. Para isso ressaltamos aos alunos as seguintes premissas:

      • Planejamento e organização;  • Assumir uma postura de compromisso, disciplina, dedicação, empenho e determinação;  • Estabelecer um ritmo regular de estudos e respeitá-lo;  • Seguir a ordem de estudo proposta no material didático.  • Explorar o máximo, as ferramentas de comunicação, e-mail, fórum etc.

      Este curso é um diferencial de qualidade que é importante e necessário aos alunos quedele se beneficiarão para uma advocacia cada dia com mais qualidade.

      Sucesso e Bons Estudos!

    Biografia do Autor 

    Geraldo Campetti Sobrinho

    Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília (1987) e mestrado emBiblioteconomia e Documentação pela Universidade de Brasília (2000). Foi professor substituto daUniversidade de Brasília em 2004. Atualmente é professor titular da Faculdade Jesus Maria José echefe da Seção de Biblioteca do Tribunal Superior Eleitoral. Tem experiência na área de Ciência daInformação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas:organização e gerenciamento de acervos, editoração, normalização técnica e comunicação.

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    SUMÁRIO

    Unidade IComunicação

    Capítulo 1 – Conceito, Importância e Finalidades da ComunicaçãoCapítulo 2 – Elementos da Comunicação

    Capítulo 3 – Tipos de ComunicaçãoCapítulo 4 – A OratóriaCapítulo 5 – Tipos de Oratória

    Unidade IIO Orador

    Capítulo 6 – ConceitoCapítulo 7 – Per fil de um Bom OradorCapítulo 8 – Dimensões da ComunicaçãoCapítulo 9 – Como Superar o Medo, a Inibição e o Nervosismo ao Falar em Público

    Unidade IIIImunidade Profissional do Advogado

    Capítulo 10 – Tipos de ExposiçãoCapítulo 11 – Técnicas de Introdução, Desenvolvimento e Finalização de uma ApresentaçãoCapítulo 12 – A Utilização de Recursos Audiovisuais numa Exposição

    Bibliografia

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    Reflexão:  Questõesinseridas durante o estudoda disciplina para estimulá-lo a pensar a respeito

    do assunto proposto.Registre sua visão, semse preocupar com o conteúdo do texto. Oimportante é verificar seus conhecimentos,suas experiências e seus sentimentos. Éfundamental que você reflita sobre asquestões propostas. Elas são o ponto departida de nosso trabalho.

    Provocação: Pensamentosinseridos no materialdidático para provocar areflexão sobre sua práticae seus sentimentos aodesenvolver os estudos emcada disciplina.

    Saiba Mais: Textos, trechosde textos referenciais,conceitos de dicionários,exemplos e sugestões para

    lhe apresentar novas visõessobre o tema abordado notexto básico.

    Sintetizando eEnriquecendo nossasInformações: Espaço para você fazer uma síntese dostextos e enriquecê-los comsua contribuição pessoal.

    Curiosidades:  Aprofundamento dasdiscussões.

     Atividades:  Atividadessugeridas no decorrer dasleituras, com o objetivopedagógico de fortalecer oprocesso de aprendizagem.

     Atenção:  Destaque doassunto referente ao

    conteúdo.

    Indo à Sala de Aula: 

    Sugestão de ações eatividades a seremdesenvolvidas em salade aula, com base nosconteúdos trabalhados.

    Para (Não) Finalizar: Texto, ao final do Caderno,com a intenção de instigá-lo a prosseguir com areflexão.

    Referências:  Bibliografiaconsultada na elaboraçãoda disciplina.

    ÍCONES UTILIZADOS NO MATERIAL DIDÁTICOÍCONES UTILIZADOS NO MATERIAL DIDÁTICO

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    EmentaPrezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo ao curso de Oratória.

    Nas próximas páginas você terá contato e aprenderá conceitos da Comunicação e fundamen-tos da oratória contemporânea.

    O conteúdo do nosso curso irá abordar os seguintes temas: Dicas para falar em público semmedo; Aprimoramento dos aspectos comunicacionais e das estratégias para a organizaçãode discursos e apresentações; Dicas para a comunicação negocial; Estratégias para falarcom clareza e objetividade; Aprimoramento das estratégias (sorrir e olhar) para convencer einfluenciar; Técnicas comunicacionais aplicadas aos procedimentos jurídicos; Recursos e as-pectos linguísticos; Impostação vocal; Falar de improviso; Aprimoramento da técnica da boaescuta; Marketing pessoal e comunicacional; e Dicas para utilizar recursos audiovisuais para

    apresentações, negociações e atendimento ao cliente. Para finalizar, teremos, também, a re-avaliação do grupo e avaliação do curso como um todo.

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     Aprendi na vida que a maioria dos problemascomplexos tem soluções simples Alcides Tápias

      As pessoas de um modo geral não sedão conta do poder e da capacidade quepossuem de se comunicar. Encantam,persuadem, emocionam, vendem, brilhamnos mais diversos cenários e contextossociais e profissionais, ministrando aulas,proferindo palestras, sendo entrevistadasou simplesmente relacionando-se com osoutros. Nem todas, porém, possuem essafacilidade ou se reconhecem detentorasdesses talentos. Surge, então, a necessidade

    de que elas desenvolvam sua competênciaem se comunicar melhor, aprimorando suashabilidades de expressão oral, corporal eemocional.

    Segundo Alves Mendes, um dos expoentes na arte da comunicação, a Oratória “é a maistípica e a mais gráfica manifestação da arte, porque é a arte da palavra – da palavra que é a vestidura do pensamento, da palavra que é a forma da ideia, da palavra que é nítida voz danatureza e do espírito [...]”.

     A Oratória é valioso instrumento de comunicação por meio do qual os indivíduos podemdesenvolver capacidades de melhor utilização da voz, dos gestos, da expressividade emocional,utilizando sua criatividade com técnicas e recursos para superação do medo e da timidez defalar em público e de se relacionar com os outros.

     Apresentação

     Autoconfiança, observação das características individuais positivas, conquista desegurança e domínio sobre o nervosismo antes, durante e após a apresentaçãosão conquistas que você pode realizar com a descoberta e o desenvolvimento deseus potenciais de comunicação e expressão verbal.

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    UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO

    UNID.

    Capítulo 1 – Conceito, Importância e Finalidades da Comunicação

     A palavra comunicação encerraconceitos que estão muito mais próximos denós do que poderíamos imaginar. Ninguémconsegue viver em plenitude sem secomunicar. Por serem animais sociais, homense mulheres precisam estar se comunicandoconstantemente.

     A comunicação expressa a capacidadede um indivíduo relacionar-se com outro. Elapromove o entendimento entre pessoas enações; mas também, quando não efetivadaintegralmente, pode ser motivo de dissensões,guerras e até de morte.

    Quando pensamos no termo comunicação, somos capazes de identificar várias palavrasque a ele se associam em uma agregação de valores cujos resultados nos surpreendem, tal a

    sua riqueza conceitual.

    1 Comunicação

    Façamos um brainstorming ou um exercício de explosão de ideias, aproveitandoa criatividade dos poetas na elaboração de seus acrósticos. Anotemos a palavracomunicação na vertical e pensemos em termos que se iniciem ou que contemplemas letras da referida palavra. Devemos deixar um pouco de espaço à esquerda,pois poderemos começar com as letras iniciais de cada linha ou utilizá-las nomeio ou final.

    Comum = Comunicação

    Interesses Interesses

    Como 1= Comum

    Fonte: Minicucci (2001).

    Mensagem

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    Capítulo 2 – Elementos da Comunicação

    O processo comunicativo constitui-se de cinco elementos para que possa ser efetivado.São eles: orador, sinal ou código, canal, ouvinte e ruídos.

    •Orador: é o responsável pelo início do processo comunicativo. É quem seleciona o teorda mensagem, o modo como a conduzirá para que seja entendida pelo ouvinte.

    •Sinal ou código: é a própria mensagem definida pelo orador. Deve estar adequada aoassunto a ser tratado, às metas estabelecidas e ao tipo de receptor.

    •Canal: é o meio condutor da mensagem. É o método, o caminho. São os procedimentospor meio de recursos e técnicas que o orador deverá utilizar para facilitar o acesso e oentendimento da mensagem pelo ouvinte e o alcance de seus objetivos com relação àquele

    conteúdo selecionado. O conteúdo deve ser de domínio do orador e estar adequado paraquem vai ouvir.

    •Receptor: é o alvo da comunicação. É também o elemento ativo do processocomunicativo, pois a comunicação só tem sentido quando se estabelece entre o emissor eo receptor uma identificação na mensagem. Quando ambos a compreendem e possueminteresses comuns sobre o que se fala e o que se ouve.

    Capítulo 3 – Tipos de Comunicação

      A comunicação pode variar conforme oambiente onde as pessoas se encontram e,desse modo, define o tipo de relacionamentoentre elas. O relacionamento das pessoaspode ocorrer entre uma pessoa e outra,consigo mesmo, entre membros de umgrupo, entre grupos numa organização.

    Os ruídos são elementos que interferem na emissão e/ou recepção da mensagem.Podem ser de natureza ambiental, podem estar relacionados ao modo como apessoa se expressa (ex.: ideias imprecisas), ao emprego de palavras estranhas aoouvinte, erros gramaticais, problemas de ordem psicológica (ex.: personalidade)ou de ordem física (ex.: doença), dentre outros. Para evitar a presença de ruídosna comunicação, é necessário que os conhecimentos e experiências sejampartilhados e que tanto o ouvinte quanto o orador estejam sintonizados para quea mensagem flua com eficácia.

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    O relacionamento entre uma pessoa e outra(s) é chamado de interpessoal. Você comopessoa pode relacionar-se consigo mesmo e realiza uma comunicação interior: é a chamadacomunicação intrapessoal. O relacionamento entre pessoas de um mesmo grupo no ambientede trabalho é a chamada comunicação organizacional. A comunicação realizada entre as

    pessoas em diversas situações é a multipessoal.

    Saber se comunicar adequadamente em todas as circunstâncias é imprescindível paraa sobrevivência do ser humano. Por meio da comunicação, obtêm-se as informações, oconhecimento e o atendimento das necessidades emocionais de atenção, consideração ereconhecimento.

     A importância da comunicação não está necessariamente sobre a mensagem ou ainformação que se transmite, mas no que fazemos desse conhecimento; o que somos capazesde realizar quando ouvimos as informações, a interpretamos e a colocamos à nossa disposição

    ou a disponibilizamos para terceiros, afi

    m de que façam uso dela: eis a razão principal dacomunicação.

    Capítulo 4 – A Oratória

    Os pássaros são fi sgados pelos pés; oshomens, pela língua

    Provérbio português

      Os primeiros dados históricos relativos àoratória datam da Antiguidade e têm suasorigens na Grécia, nas cidades-estado. Atenas era o maior centro de estudos de

    oratória. O povo grego acreditava que paradignificar a natureza humana todo cidadãodevia aprender não só a falar, mas a falarbem.

      O primeiro filósofo a estudar o assuntofoi Empédocles, responsável pela criaçãodessa ciência de falar em público. Aristótelesestudou a temática e conhecia profundamenteo assunto apesar de nunca ter sido orador,mas foi ele quem denominou a arte de falarem público de retórica.

      Há autores que informam que o primeiro manual de oratória foi escrito pelos seguidoresde Empédocles, que seriam Tísias e Corax. Este último pregava métodos e orientaçõessobre a eficácia da oratória e a necessidade do discurso conter uma introdução, narrativa,argumentação, afirmações e conclusão.

      O primeiro manual de oratória em latim, intitulado Institutio Oratoria, foi escrito porQuintiliano (35-95 d.C.) e servia apenas como guia na formação dos filhos de famílias ricas

    no Império Romano.

    UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO

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    No Brasil, os primeiros grandes oradores foram os jesuítas portugueses Manuel daNóbrega e José de Anchieta. O orador mais famoso da época do Brasil Colonial foi o padre Antônio Vieira. A partir de 1930, a oratória brasileira notabilizou-se por meio do oradorgaúcho João Neves da Fontoura, em sua campanha política. Outros grandes oradores foram

    Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Otávio Mangabeira. Algumas oradorasque se destacam são a médica e deputada federal Jandira Feghali, a senadora Marina Silva,a ex-governadora Roseana Sarney, dentre outras.

    Polito (2003) em seu livro Como falar corretamente e sem inibições cita um conceitode oratória resultante das reflexões de Alves Mendes:

    Lopes (2000), no livro Oratória e fonoaudiologia estética, informa que o termooratória originou-se do latim oratoria e significa a arte de falar ao público oufalar em público. Quando se fala ao público, dirige-se ao ouvinte, àquele quenos ouve, e não se fala apenas entre ouvintes.

     Alguns termos relacionados à oratória são importantes para sua compreensão.São eles: eloquência e retórica.

     A eloquência  deriva do latim eloquentia  e refere-se à fala na sua dimensãoprática. É a capacidade de falar e de se expressar com facilidade, ao talento depersuadir, convencer e comover a plateia por meio da palavra.

     A retórica origina-se do grego rhetoriké. Designa o conjunto de regras relativasà capacidade da eloquência. É o tratado que encerra essas regras. Entende-se,

    então, que a oratória é o universo que abarca a teoria e a prática da arte de falar,que são respectivamente a retórica e a eloquência.

     A oratória é a mais típica e a mais gráfica manifestação da arte, porqueé a arte da palavra – da palavra que é a vestidura do pensamento,

    da palavra que é a forma da ideia, da palavra que é nítida voz danatureza e do espírito, da palavra que é tão leve como o ar e tão irisadacomo a mariposa, da palavra que é transparente como a gaze e tãosonora como o bronze, da palavra que cicia como a aura e troa comoo canhão, que murmura como o arroio e ruge como a tormenta, queprende como o ímã e fulmina como o raio, que corta como a espadae contunde como a clava, que fotografa como o sol e acarinha como ofogo; da palavra que ostenta a majestade da arquitetura, o relevo daescultura, o matiz da pintura, a melodia da música, o ritmo da poesia,e que por seus rendilhados e riquezas, por suas graças e opulências,aclama a oratória, rainha das artes, e o orador – rei dos artistas!

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    UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO

    Leonardi (2002), comentando sobre a diferença entre eloquência e retórica emseu livro Curso de oratória geral e oratória forense, afirma que eloquência: “[...]nada mais é do que a arte de tornar a palavra mais cativante, mais despertadora

    de emoções, mais empolgante, através de todo tipo de efeitos sonoros obtidospela voz”.

    Capítulo 5 – Tipos de Oratória

      Nos dias atuais, a eloquência basicamentese divide em: política, forense ou judiciária,acadêmica ou literária, sacra e decircunstância.

      A primeira, oratória política, é odiscurso em que a palavra está a serviço dobem comum, da sociedade e suas aspiraçõese para tratar de assuntos ligados à causapública. Deve ser utilizada com muito

    cuidado, pois, quando mal empregada, podedar ao discurso uma forte carga demagógica,ludibriando o povo. Está relacionada com adefesa dos interesses sociais em reuniões,comícios, caráter eleitoral, difundir ideias etc.

      A eloquência forense ou judiciária é o uso da palavra perante o juiz ou tribunal, parafazer a defesa da sociedade por promotores, advogados. Requer conhecimento da ciênciajurídica e dos detalhes dessa prática profissional, pois a finalidade é a de comover e convencero público constituído pelos tribunais de júri.

      Na oratória sacra, o orador empenha-se em transmitir a doutrina religiosa, usandopara isso meios como as pregações, o sermão e prédicas evangélicas.

      A oratória acadêmica ou literária está relacionada aos assuntos culturais.

      A de circunstância  se diferencia das demais por não obedecer a formalismos; édescontraída e solta, não tem lugar certo e nem público definido, podendo ser usada porqualquer pessoa da sociedade. É também chamada de eloquência do Homem Moderno quefaz uso do gênero em qualquer situação que o cerca.

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    UNID. 2O Orador 

    Capítulo 6 – Conceito

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    UNIDADE 2 :: O ORADOR 

    Capítulo 7 – Perfil de um Bom Orador

    O “GRANDE ORADOR”

    Todo o barulho que fazes;Ó estentórico orador,

     Lançando gestos e frases,Com trovejante furor,

     Com berros e roncos roucos, À mesa atirando socos,

    Nada aprova em teu favor:Também o bombo e o tambor  Fazem barulho... e são ocos.

    Fonte: Bloch (2002).

    RECEITA PARA TORNAR-SE UM BOM ORADOR¹:INGREDIENTES

    • Uma boa dose de autoconfiança;• Uma colher de humildade;• Uma chícara de expressão corporal, acrescida de boa voz;• Riqueza de vocabulário a gosto;

    • Uma colher de fermento marca “entusiasmo”.PREPARO

    Bata a humildade com a expressão corporal e em seguida misture a simpatia pessoal,naturalmente.

    Coloque uma pitada de assunto paralelo, sem exagerar.

     Vá pondo a postura em todas as fases do preparo e finalmente adicione o fermento doentusiasmo.

    Unte a forma com bastante expressividade e em seguida derrame massa da sabedoriae deixe-a crescer.

    Não descuide um só instante da temperatura do auditório, conservando-a em nível bemelevado.

     Cubra tudo com calda de expectativa para despertar o interesse, a atenção e a curiosidadedos ouvintes.

    Doure tudo bem quente, no calor do auditório, e saboreie o sucesso.1  Essa é a fórmula infalível, uma receita que requer acima de tudo conhecimento e treinamento.

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    Capítulo 8 – Dimensões da Comunicação

      Para o profissional moderno, a comunicação é uma ferramenta de especial importância.

    No entanto, a utilização adequada desse instrumento requer conhecimentos da atividadeque executa e a atenção para outros aspectos como a flexibilidade a mudanças, além daatualização constante. Assim, a sua capacidade de se comunicar e de se relacionar com aspessoas aumenta as possibilidades de sucesso em outros níveis:

    • entre colegas de trabalho;  • com seu superior;  • com seu subordinado;

    • com um pequeno grupo;  • com uma plateia.

    São as habilidades de relacionamento interpessoal aliadas à maturidade e equilíbrio paralidar com as emoções. Ao mesmo tempo que lida com as diversidades, adquire-se uma visãomais abrangente do papel social que possui como detentor e repassador de conhecimentose informações.

     Atualmente, as necessidades e exigências do mercado de trabalho valorizam a característicade comunicabilidade no per fil profissional e pessoal. Esses e outros aspectos constituem,segundo Passadori (2003), cinco dimensões. São elas:

      • espiritual;

    • emocional;• vocal;• corporal;

      • intelectual.

     A dimensão espiritual é considerada pelo autor a mais importante delas, pois a comunicaçãonessa dimensão revela a maneira de cada um se expressar, a sua essência nos mais variadoscontextos da vida, a forma pelo qual somos percebidos e reconhecidos pelas outras pessoas.Enquanto as outras dimensões são aprendidas e desenvolvidas por técnicas e práticaspedagógicas, a dimensão espiritual flui revelando nosso caráter, nossos valores, nossa

    autenticidade e nobreza da alma.

     A dimensão espiritual indica que direcionamento damos a nossa vida, comorealizamos nossas escolhas e desempenhamos nossos papéis. É a dimensãoque fala da nossa sensibilidade para agir no mundo. Quem se comunicacom sensibilidade possui capacidade para liderar, influenciar, conseguir bonsresultados de negociação ou no atendimento a um cliente, porque está maisatento a descobrir as necessidades do momento. É indispensável ao orador odesenvolvimento da dimensão espiritual para que aprenda a perceber melhoras necessidades e interesses dos ouvintes e mantê-los receptivos ao que está

    proferindo.

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    UNIDADE 2 :: O ORADOR 

    Em relação à dimensão emocional, observa-se:

      – Ritmo constante  – Antipatia

      Quanto à dimensão vocal, nossa voz é produzida pela expiração que canalizamos paraas pregas vocais, criando-se daí uma massa de ar sonora. Emitimos os sons das vogais e dasconsoantes por meio da movimentação de músculos da face que acionam lábios, língua,maxilar, abertura e fechamento da boca. Nossa voz tem um conjunto de características queprecisa ser desenvolvido para gerar uma emissão harmônica e agradável. Tais característicassão: dicção, pronúncia, ênfase, entonação, expressão, articulação, velocidade, ritmo, altura eintensidade.

      Outro artifício utilizado pelo orador é a chamada pausa oral entre o que deve sercolocado no decorrer da fala. É a chamada pausa oratória, é diferente das estabelecidas pelasregras gramaticais denominadas de pausas sintáticas. Ela não depende de regras absolutas,mas de condições ou estratégias de convencimento e persuasão que o próprio orador desejapassar aos seus ouvintes.

      A pontuação oral é marcada pelo ouvido, regulada pelos sentimentos que devemosfazer ressaltar e pelas ideias que temos de colocar em maior relevo. Para isso, o oradordeverá conhecer bem o texto e fazer um estudo atencioso para entender o conteúdo e poderexplorá-lo criativamente, dando-lhe o sentido que deseja, verificando também a respiraçãopara que a pronúncia flua com facilidade.

      A dicção é a pronúncia dos sons das palavras. A deficiência na dicção é quase sempreprovocada por negligência. É costume quase generalizado omitir os R e os S no final daspalavras. Um exercício útil para melhorar a dicção é fazer leitura em voz alta.

      Uma pronúncia defeituosa advém de razões físicas e psicológicas. A voz determina aprópria personalidade de quem fala. Se estamos alegres, tristes, apressados, seguros etc. Aprimeira identificação desse comportamento é transmitida pela voz.

    – Deixar para lá

    – Não me interessa– Firmeza– Integridade– Rejeitar – Todos nós– Um, dois, três– Adiar – Liberdade– Retidão

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      Maria Alice Leonardi (2002), citando o professor Silveira Bueno, enfatiza que a dicçãodepende da intuição de quem se dedica à arte de falar, revelando seu senso artístico pelocolorido próprio que se consegue dar à interpretação, propiciando uma característica únicaao discurso.

      Com relação à dicção está a necessidade de se atentar para a expressão correta e aarticulação cuidadosa das palavras e de seus respectivos sons.

      A pronúncia é a articulação que dá claridade e nitidez à palavra. A boa articulaçãofaz ressaltar todas as qualidades da voz. Elementos fundamentais: vogais + consoantes +sílabas.

      A ênfase é a energia da fala, a vitalidade das palavras faladas. A colocação corretada sílaba tônica é o primeiro passo na ênfase, porque a força e a vida das palavras estão na

    sua tônica. Assim como a palavra tem a sua sílaba tônica, em uma frase existem palavras queexigem maior ênfase ao serem enunciadas.

       A entonação é a música da linguagem. Cada palavra tem a sua entonação certa,sugerida pelo seu significado. A variedade melódica da entonação tem por finalidade facilitara compreensão.

    PRONÚNCIA – ENTONAÇÃO – DICÇÃO – ÊNFASE – RITMO

      Faça a leitura silenciosa dos fragmentos de texto abaixo, observando as pausas. Emseguida, leia o texto com o recurso do lápis ou da espátula e, finalmente, faça três leiturasorais de cada um.

     O riso revela um dos segredos da alma: a alma não gosta

    de marchar. Na marcha tudo é igual, previsível, feito em paradamilitar. A alma é bailarina que gosta mais é de dançar.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira,

    no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em simesmo...”

    (Drummond)

      Tenho muitos medos. Mas nunca havia pensado naquele, omaior de todos. Bastou, entretanto, que a repórter formulasse apergunta para que ele aparecesse claro e terrível diante de mim.“Que é aquilo de que você mais tem medo?”

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

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    UNIDADE 2 :: O ORADOR 

      Quer ficar calmo? Respire suavemente diante da chama levede uma vela qua faz sossegadamente seu trabalho de luz.

    (Bachelard)

      Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de terum restaurante. Mais precisamente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se preparao prazer.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Escrevo como quem cozinha. Minha cabeça é uma cozinha.O cozinheiro cozinha pensando no prazer que sua arte irá causarnaquele que come. Eu escrevo pensando no prazer que o meu textopoderá produzir naquele que me lê.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      A revelação acontece de repente, sem avisar. É bem verdadeque diariamente nos olhamos no espelho. Mas esse olhar diário éum ver sem perceber.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Vamos, não chores! / A infância está perdida / A mocidadeestá perdida / Mas a vida não se perdeu. / O primeiro amorpassou, / O segundo amor passou, / O terceiro amor passou. /Mas o coração continua. / Perdesse o melhor amigo, / Não tentastequalquer viagem. / Não possuis casa, navio, terra. / Mas tens umcão...

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      ...e, de repente, um canto da minha memória que oesquecimento escondeu se iluminou, e eu o vi de novo, do jeitocomo o havia visto pela primeira vez: o quadro.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Foi-se, finalmente, o Verão, não sem antes fazer algumas

    grosserias e malcriações: trovejou, relampejou, choveu, inundou.Não queria ir embora. Compreendo. Queria ficar para ver enamorar o Outono, que é muito mais bonito que ele.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      No mistério do Sem-Fim, / equilibra-se um planeta. / E, noplaneta, um jardim, / e, no jardim, um canteiro: / no canteiro, uma violeta, / e, sobre ela, o dia inteiro / entre o planeta e o Sem-Fim,/ a asa de uma borboleta.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

     

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      Ah! Você acha que isso é bobagem, que espelhos sãoinofensivos objetos de vidro, frios e imóveis, que nada fazem alémde refletir imagens. Pois é justo aí que está o seu abismo: em seupoder de refletir.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Pela primeira vez na vida vi que a cebola era bonita. Se fossepintora, pintaria uma cebola. Se fosse fotógrafa, fotografaria umacebola... Minha cebola deixara de ser uma criatura do sacolão, àmercê de facas e maxilares mastigantes, e aparecia como criaturaencantada, moradora do mundo da beleza, ao lado de jóias e deobras de arte.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      É preciso muito pouco. A alegria está muito próxima. Morano momento. Nós a perdemos porque pensamos que ela virá nofuturo, depois de algum evento portentoso que mudará nossa vida.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Leio e releio o poema de Álvaro de Campos. Oscilo. Não seise devo acreditar ou duvidar. Se acredito, duvido. Duvido porqueacredito.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Entre os poucos livros que tenho ao alcance da mão, na

    minha estante, está a estória do amor de Tomas e Tereza, que MilanKundera conta em A insustentável leveza do ser.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      Sobre um morro de terra ruim cresceu um cerrado. Asbarbas-de-bode são mechas de cabelo sobre a calva do chão árido.Crescem arbustos de troncos retorcidos e rugoso, que para nadaservem.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

     A vida animal se anuncia ruidosa na barulheira dos frangos-d’água, os gritos das seriemas, os trinados sem fim dos pintassilgos,a tagarelice das maritacas, o coaxar dos sapos ao cair da tarde.

    (Rubem Alves – O retorno e terno)

      A expressão vocal é a habilidade do indivíduo com sua voz e sua fala. É a dinâmicade cada palavra, a entonação, o ritmo, a palavra-chave, a qualidade do discurso. É subje-tiva, vem do interior, da relação direta do indivíduo consigo mesmo, da necessidade de serentendido pelo outro. Depende da intenção do emissor da mensagem.

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    UNIDADE 2 :: O ORADOR 

      A impostação possui técnica e é mais objetiva. É a utilização de todo potencial da voz e de seu trabalho por meio de exercícios de relaxamento, respiratórios, ressonância,altura, intensidade, articulação, em que cada pessoa procura empregar a sua voz o maisadequadamente possível, evitando-lhe qualquer prejuízo.

      A qualidade vocal é um conjunto de características que identificam a voz humanae podem variar conforme o contexto da fala, condições físicas e psicológicas do indivíduo.Relaciona-se às informações de natureza biológica, anatômica e fisiológica do indivíduo edas características de sua personalidade e estado emocional no momento da emissão damensagem.

      Portanto, é bom atentar para a expressividade dedicada às palavras dentro da frase.Cada palavra possui uma ou mais sílabas importantes, assim como cada frase possui uma oumais palavras mais importantes. Com a pronúncia mais ou menos acentuada dessas sílabas

    ou palavras, a mensagem poderá ser outra. Assim, podemos dizer: sábia, sabia e sabiá.  Qual a velocidade correta a ser empregada na fala? Rápida, muito rápida, lenta, muitolenta? 

    Cada orador e cada assunto terão sua velocidade própria, dependerão da capacidadede respiração, da emoção, da clareza da pronúncia e da mensagem transmitida. Ao pronunciara oração: “passou rápido como a luz”, é natural que aceleremos o ritmo da fala.

    Em relação à altura e intensidade, é preciso exercitar e variar a intensidade da voz.:forte ou fraca. A voz precisa encontrar a altura adequada – aguda ou grave – para não irritaros ouvintes. A voz é o veículo fundamental no transporte da mensagem e que, portanto,requer cuidado para não prejudicar a comunicação.

     VENTO E A ROSA 

     Vento cicia,

     Vento ronrona, Vento bronqueia.Rosa ingênua,Rosa corada,Rosa expectante. Vento cobre a rosa,Sopra leve entre as pétalas,Força leve o pistilo.

     Vento viril,Rosa virgem,Bailam a volúpia do envolvimento.O vento na rosa,

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     A rosa no vento,Se embalam em pertencimento.O vento é da rosa, A rosa é do vento.Na rosa o vento deixa a seiva,No vento a rosa deixa o aroma.E da seivaE do aroma,Nasce outra flor.

    Fonte: Poyares (1983).

      Quanto à dimensão intelectual, entende-se que a apresentação oral é desenvolvidapelo esforço diário, persistente, de não desistência ante os obstáculos e as dificuldades e osobstáculos enfrentados.

      Todo indivíduo imbuído de boa vontade e disposição pode tornar-se um orador. Paraisso, é necessário que se prepare adequadamente para sua exposição, considerando oplanejamento de cada etapa do trabalho: tipos de apresentação; análise do público-alvoe do ambiente onde ocorrerá o evento; objetivos a serem alcançados; tempo destinado àapresentação; pesquisas; utilização de recursos audiovisuais.

      No tópico sobre a exposição oral, detalharemos os assuntos referentes ao planejamento

    e preparação da apresentação pública.

    Capítulo 9 – Como Superar o Medo, a Inibição e o Nervosismo ao Falarem Público²

    Quem alguma vez não experimentou o medo de falar em público? Sentiu vontade dedizer não quando disse sim em situações que lhe fossem desagradáveis?

      Essas e outras tantas situações

    sociais em que um indivíduo se vê expostoa pessoas conhecidas ou desconhecidas esente-se observado ou avaliado sem saber oque fazer são sintomas de ansiedade, maisespecificamente de fobia social.

     A fobia social caracteriza-se,entre outros sintomas, por um temor aoexame minucioso por parte das pessoas.Geralmente, ocorre quando pensa que o

    modo como se comporta poderá ser avaliadonegativamente.

    2 Texto elaborado pela psicóloga Mônica Zarat Pedrosa.

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    UNIDADE 2 :: O ORADOR 

      A pessoa teme que aconteçam situações embaraçosas e humilhantes para si e tentaevitar as circunstâncias em que ela acredita que possa oferecer riscos.

      A fobia social pode-se manifestar de forma diferenciada para cada pessoa portadora

    desse problema, variando em intensidade. Os sintomas físicos mais frequentes quando apessoa responde com medo são: palpitações, tremores, sudorese, tensão muscular, sensaçãode vazio no estômago, boca seca, frio/calor, ruborização facial, tensão e dor de cabeça.

      Não há idade certa para que a fobia apareça na vida da pessoa, mas pode estarrelacionada a fatos desagradáveis vivenciados pelo indivíduo: situações em que sentiudesamparo ou avaliação negativa com grande frequência.

      O tratamento da fobia social é realizado com grande sucesso por meio de intervençõescognitivo-comportamentais. Do mesmo modo como em outros tipos de transtorno de

    ansiedade, utilizam-se desde estratégias de relaxamento, treinamentos de habilidades sociaise reestruturação cognitiva. 

    Cada procedimento empregado não garante isoladamente a eficácia do tratamentosenão pela participação efetiva do cliente em cada etapa do processo.

      Outra dificuldade que as pessoaspossuem quando desejam se comunicar é aansiedade para falar em público. Geralmente,elas ficam ansiosas, agitadas, nervosas,tensas e até podem entrar em pânico,gaguejam, tremem, ficam ruborizadas,quando imaginam que vão ser observadase avaliadas pelos outros. É importanteconhecer um pouco sobre esse tema parafacilitar o entendimento do que ocorre nessascircunstâncias e, dessa forma, dar início aoprocesso de autocontrole.

      A ansiedade é um sistema de alarme doorganismo quando este se sente ameaçado e

    cuja função é proteger ou ajudar o indivíduoa escapar de situações difíceis.

      As pessoas que vivenciam a ansiedadeacreditam e interpretam as situações comoameaçadoras, ou seja, o ansioso avaliaincorretamente a situação, percebe os riscosde forma excessiva e minimiza os recursos deenfrentamento.

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     As crenças centrais do ansioso são principalmente relacionadas à vulnerabilidade, como,por exemplo, um ponto fraco pelo qual as pessoas podem ferir ou atacar. A maioria dessascrenças gira em torno de questões de aceitação, competência, responsabilidade e controle.

     A ansiedade pode influenciar o modo de vida da pessoa, distorcendo a forma com quepensamos e sentimos. Assim, as pessoas ou as coisas adquirem um sentido de ameaça paraquem o sente, mesmo que a realidade mostre o contrário. A pessoa passa a dar importânciaexagerada a certas situações, mobilizando-se excessivamente e sobrecarregando-se. Esqueceas experiências positivas do passado, antecipando apenas os problemas lamentáveis e osofrimento do futuro. Desenvolve um tipo de preocupação ansiosa, o que representa umatentativa de solução mental de problemas sobre um tema cujo resultado é incerto ou quesugira alguma possibilidade de consequências negativas.

     A pessoa que se preocupa demasiadamente pode elevar muito sua ansiedade e sentir-se

    com difi

    culdades de solucionar seus problemas. Falta-lhe o conhecimento ou tem difi

    culdadesem aplicá-lo devido a reações contraproducentes diante das situações-problemas.

    Quando o indivíduo tenta diminuir a incerteza empregando um estilo vigilante deenfrentamento, aumenta sua excitação emocional. A falta de habilidades para solucionaro problema, ou uma inadequada orientação para o enfrentamento, não reduz a excitaçãoemocional, levando algumas vezes o indivíduo a querer evitar pensar sobre o que o aflige. Éum comportamento inútil.

    No processo pré-avaliativo do tratamento psicoterápico, a pessoa pode identificarespontaneamente os melhores comportamentos que pode adotar para começar as mudançase se tornar capaz de resolver seus problemas. Aprende a tornar-se mais ativa e menosintolerante com as incertezas. Em terapia, o cliente deve aprender a aceitar as incertezas edesenvolver estratégias de enfrentamento quando se deparar com situações dessa natureza.

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    UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL

    UNID. 3  A Comunicação Oral

    Capítulo 10 – Tipos de Exposição

      Afora a exposição sob a forma de aula ou palestra, como professor, que demanda preparo

    prévio, planejamento e toda uma pedagogia para ser bem-sucedida, e cujo ensino foge aosobjetivos mais imediatos do presente curso, há vários tipos de discurso para os quais o advogadotem de estar pronto em seu cotidiano profissional.

    10.1 O improviso

      Uma maneira de discursar é ochamado improviso. Ao contrário do quemuitos pensam, o discurso de improvisoé proferido com base numa preparaçãoacumulada, mas que é passada ao públicodando a sensação, a aparência de que nãofoi preparado. Saber improvisar é uma das

    qualifi

    cações necessárias ao orador. Quemsabe realizar uma exposição breve de ummomento para outro pode ser consideradoum artista na arte da eloquência.

      A pessoa que improvisa fala sobreum assunto que conhece bem, dominandoo que vai tratar e retirando de sua memóriapassagens de apresentações anteriorespara enriquecer a que irá proferir. SegundoLeonardi (2002), na oratória “não há lugarpara os improvisos repentinos e inspiraçõessúbitas”.

    O orador, ao preparar um improviso, deve atentar para os seguintes aspectos:

    • ter uma boa preparação verbal e ideológica;• pensar no tema do discurso com antecedência;• considerar o assunto sob diversos ângulos;• preparar-se para objeções que possam surgir no discurso;• selecionar os elementos fundamentais da sua exposição;

    • mostrar-se confiante;• ser maleável no discurso;• não se importar com as interrupções do público;

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    • tirar vantagens dos acontecimentos inesperados;• explorar a ideia central e associá-las a assuntos paralelos próximos ou remotos. Para

    isso, é importante considerar: o interesse e o conhecimento prévio do orador, conhecimento doauditório, o tamanho do assunto (deve ser curto) e não usar o recurso com muita frequência.

    Ex.: música – canto, desemprego – crime, saudade – viagem

    O improvisador deve também estar atento para evitar:

    • fadigar o público;• omissões;• o verbalismo desconexo;• a falta de unidade e ordenação das ideias;• afirmações inconvenientes;• esquecimentos.

    10.2 Sustentação oral

    No discurso forense, não basta apenas o convencimento; é necessária a convicção. Aspessoas entendem, de modo geral, e cobram dos advogados que eles falem bem (ALVES,2004). Além da boa escrita, a oratória deve ser fluente, pois falar faz parte da área de negóciodo advogado. A oratória forense é uma arte para ser ouvida e vista, e não para ser lida(LEONARDI, 2002). A não ser que seja muito bem lida. É preferível em todos os casos, umaboa leitura, com atenção ao público e, sobretudo, aos juízes, a um discurso mal elaborado epronunciado sem fluência.

    Sustentação oral trata-se de um segmento da oratória forense, em que o advogadoestá diante de juízes togados, desembargadores ou ministros. Essas são pessoas sérias,de reputação ilibada, maduras, de difícil convencimento. Cabe, portanto, não se portar demaneira veemente. Isso pode ridicularizar o orador e desvalorizar seus argumentos.

      O tempo é curto. São quinze minutos,no máximo, que o orador terá à disposição.Por isso, o advogado deve aproveitar comexcelência a sua participação. Jamais deveráultrapassar o tempo disponível, pois cairáno descrédito não obtendo mais a atençãodos interlocutores e, até mesmo, correrá orisco de ser repreendido em público, o quepoderia desmoralizar sua autoridade perantea defesa sustentada em seu trabalho. Pode-se até falar menos tempo que o previsto, masdesenvolvendo-se com maestria e humildadepara conquistar a atenção e o respeito dasautoridades.

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    UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL

    Na sustentação oral, deve-se primar pela clareza para que haja completo entendimentodos fatos expostos, considerando que estes são, por vezes, complexos. Se não forem bemapresentados, enfraquecerão toda a argumentação e a falta de clareza pode levar oadvogado a perder a causa. Se forem bem expostos, é possível que se eliminem, ou pelo

    menos minimizem, dúvidas e discussões em torno da questão em análise.

    Outro requisito fundamental é a  veracidade; os fatos precisam ser reais. A tentativade engodo pode levar a resultados desastrosos. A boa narrativa, ao contrário, será forteelemento para a convicção dos julgadores sobre o exposto.

    Finalmente, e não menos importante, são a empolgação e a entrega do orador  à tesedefendida. Ele precisa conhecer em profundidade o assunto, dedicar-se a ele no estudode seus detalhes e meandros, não permanecendo na superfície da questão. Para sustentarsatisfatoriamente as evidências, que são as provas, o orador deve pautar toda a sua fala com

     vida e entusiasmo, afi

    m de conquistar, convencer e persuadir os que lhe ouvem.

    10.3 O debate

    O debate é caracterizado por uma conversa em torno de um tema específico e comobjetivo definido, em que os participantes expõem suas opiniões com a finalidade de seatingir a uma conclusão satisfatória para todos. Portanto, o debate é considerado umacompetição entre pontos de vista opostos, em que os participantes estão comprometidos comsua preferência pessoal ou circunstâncias em que se encontra. É a melhor forma de obterinformações sobre o pensamento alheio, além de possibilitar resolver problemas por meio deuma combinação de informações e opiniões diferentes.

    O número ideal de participantes não deve ultrapassar a oito, pois poderá tornar-seimprodutivo devido à falta de variedade de opiniões apresentadas ou pelo distanciamento dofoco do debate.

     As formas mais comuns de debates são: mesa redonda, comitê, painel, colóquio,simpósio, conferência e fórum.

    • Mesa redonda: é a reunião em círculo de um grupo de pessoas para que cadaparticipante ouça e faça suas colocações.

    • Comitê: é semelhante à mesa redonda, porém não se realiza diante de um auditório.

    • Painel: ocorre diante de um auditório e possui certas formalidades e regras.

    • Colóquio: semelhante ao painel, mas sem formalidade e pode contar com a presençade um perito.

    • Simpósio: grupo de três ou quatro oradores que apresentam individualmente seudiscurso sobre o mesmo tema.

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    • Fórum: é uma espécie de debate em que se concede um período de tempo aos ouvintespara perguntas ou comentários da plateia. O auditório é ativo.

    • Conferência: se diferencia do fórum apenas pela mínima participação do auditório.

    O debate requer estudo e conhecimento do assunto a ser tratado. Poderá exigir dosparticipantes sua interpretação ou saber como agir diante de certos casos. Os participantesdevem estar cientes das habilidades e de seus deveres para participarem. São eles:

    • conhecimento;

    • admitir erros;

    • estimular os demais;

    • sentir-se à vontade;

    • ser bom ouvinte;

    • interromper somente quando houver uma pausa na fala do outro;

    • não se alterar.

    Entre as habilidades citadas existem outras que podem favorecer o orador durantea discussão. Falar bem é fato primordial para que o orador possa persuadir as pessoas aacreditarem em seu ponto de vista. Acrescentando-se à habilidade de se falar bem, a falaentusiasmada, sincera, além do uso da voz, da dicção e dos gestos despertam no público aatenção e o respeito, pois prova que o orador dá importância ao assunto. O orador deve,ao falar, dirigir frases ou observações interessantes e até engraçadas para os membros dogrupo, passando aos participantes a sensação de que eles são importantes. Deve olhar paraos participantes com interesse e não como se os tivesse desafiando. A voz deverá ser firme eserena, com ritmo. As palavras devem ser bem articuladas.

     A Guerra Verbal, como o próprio nome insinua, é uma espécie de debate sem as regrasde comportamento do debate formal. Os participantes se alteram e brigam por seus motivos,

    perdem os limites quando contrariados pelas opiniões diferentes das suas e tentam destruiro pensamento do outro, impondo o seu. É conflituoso e exaustivo, não conduz a resultadoalgum. Seu objetivo é deter o avanço do inimigo. O bloqueio é feito pela contradição a fim deconvencer a parte contrária. Requer argumentos bem ordenados e sustentados por meio deevidências e destreza de raciocínio.

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    UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL

    10.4 Os comícios

      Atualmente os comícios assumiram características semelhantes a espetáculos artísticosa fim de se tornarem mais atrativos para o público. Devido a essa forma de apresentação, a

     performance da fala do orador é mais exigente para que prenda a atenção da plateia. Assim,o seu discurso necessita de entusiasmo e uma voz boa e potente.

      O público do comício se difere do auditório. Enquanto a plateia de auditório estápreparada tanto fisicamente quanto psicologicamente para assistir ao evento, a outra platéia,a dos comícios, não possui qualquer compromisso em estar presente no local. É indeterminada,inconstante, móvel, renovável, varia tanto em número quanto nas características, bem comono objetivo de sua passagem pelo ambiente em que foi montado o comício.

      Num auditório, o orador conta com os recursos e o apoio oferecidos pelo evento, jánum comício, por mais organizado que seja, está sujeito à improvisações, seja por causa dascircunstâncias físicas de instalações, tempo, local, ou pelo próprio público ouvinte, requerendode si fazer adaptações naquele momento.

      O público de um comício inicialmente não é cativo, poderá tornar-se dependendoda atuação e das habilidades do orador. As pessoas não se constrangem em sair do localno momento que desejarem. Isso significa que o orador deverá se manter motivado paracontinuar realizando sua apresentação.

      O orador deverá, em seu discurso, usar frases curtas, incisivas, impactantes. Alinguagem deve ser clara, articulada, de fácil entendimento, mas contagiante, com gestosaltos e abundantes.

      Outro cuidado que o orador deverá ter é com o microfone, para não causar ruídos

    incômodos. Deverá posicionar sua boca, aproximadamente, a um palmo.

      Para fazer um comício, o orador deverá:

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      • apresentar suas qualificações pessoais e as credenciadas para o cargo desejado. Ex.:naturalidade, idade, escolaridade, o que já fez, suas experiências na administração públicaou no Legislativo e quais ações beneméritas ou em defesa da comunidade o credenciam;

      • levantar os assuntos de interesse da população. Se for candidato da situação deve tersensibilidade para auscultar os anseios da comunidade para reivindicar e fazer defesa do queestá certo na administração. Se for candidato da oposição, deve levantar os assuntos passíveisde críticas da população, por culpa da administração atual;

      • apresentar a plataforma política, que deve ser baseada nas necessidades prioritáriasda população: o que está errado, o que se deve fazer, como conseguir (recursos financeiros);

      • pedir apoio ao povo por meio do voto.

    10.5 Na televisão ou no rádio  Na televisão, ao contrário da apresentação nos comícios, o orador deve ser moderadotanto nos gestos como nas palavras, procurando olhar para as câmeras como se enxergassenela os seus telespectadores. A televisão amplia e deforma os gestos, conforme o ânguloem que são tomados, daí a importância do cuidado na gesticulação. Para evitar os gestosinapropriados, é bom que as atitudes trágicas sejam evitadas.

      Os discursos lidos não devem ser apresentados pela televisão. São usadas brevesnotas, para não perder o contato com os telespectadores. Ao falar, o orador deve observarem qual das câmeras está sendo enquadrado. Se for necessário, peça ajuda ao assistente decâmera ou preste a atenção à uma pequena luz vermelha que se acende quando a câmeraserá utilizada. A luz vermelha indica que àquela câmera estará passando a sua imagem e,portanto, é para ela que deverá olhar. É importante que o orador haja normalmente, sem sepreocupar demasiadamente com as câmeras.

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      Quanto à apresentação em uma estação de rádio, o orador poderá falar:

      • sozinho, numa cabine;

      • com um entrevistador;

      • na presença de um auditório e com transmissão ao vivo.

      Na cabine, é prudente que o orador leve o seu discurso escrito. O discurso deveráser escrito como se fala, dando um ar de naturalidade quando proferido. O tom de vozdeve ser normal, passando credibilidade aos ouvintes. A leitura deve ter ritmo, demonstrandocerto entusiasmo, mas nada excessivo. Deve-se tomar cuidado para não esbarrar as mãos nomicrofone, evitando ruídos.

      Em uma entrevista, o orador deverá falar normalmente com o entrevistador, num climade conversa, evitando-se a fala em tom de discurso. O orador deverá responder somenteàs perguntas que lhe são feitas, de forma breve, clara e sucinta. Deve sempre esperar oentrevistador perguntar, sem se antecipar.

      Na situação de falar para um auditório ao mesmo tempo em que há uma transmissãoao vivo através do rádio, o orador deverá se posicionar à frente do microfone e seu discursodeverá ser realizado como se não houvesse a transmissão. A atenção do orador deverá estar voltada para a plateia.

    Capítulo 11 – Técnicas de Introdução, Desenvolvimento e Finalização deuma Apresentação

    11.1 Planejamento

      Em geral, uma boa apresentação de palestraé precedida de bom planejamento, eficientepreparação, ajustes, ensaios, para, enfim, serrealizada.

      O planejamento formará a base sobre a qualtodo o trabalho se apoiará. O planejamento possuietapas e cada tópico desenvolvido considera osanteriores, mantendo-se a coerência e a eficácia daapresentação.

    Uma apresentação conforme esclarecemalguns autores, deverá ter começo, tambémchamado de introdução ou exórdio, meio, no qualse desenvolverão as ideias, e fim, denominadoconclusão ou peroração.

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      Toda apresentação, palestra, discurso, sustentação oral têm um tempo determinadopara iniciar e para finalizar. Deve haver um cronograma com tempo adequado para cadafase. Geralmente, uma boa introdução ocupará 15% da apresentação, como nos mostra ográfico a seguir. O desenvolvimento é a maior parte, consumirá 75%, e a conclusão, 10%.

     Veja o que acontece em uma apresentação com o tempo de 45 minutos:

      A introdução trata da abertura, saudação, explicações sobre a natureza do tema; servepara captar a atenção, romper a resistência e apresentar o resumo do que vai ser dito.

      O desenvolvimento da exposição aborda os pontos principais do tema. Deve terordenação lógica e sustentação argumentativa.

      A conclusão é o encerramento, no qual a ideia central é realçada para ser fi xada pelopúblico. A finalização deve ser simples, objetiva, dinâmica, útil.

     Ao planejarmos a apresentação, além de seguirmos a orientação dasetapas (introdução, desenvolvimento e conclusão), é fundamental que façamosum planejamento cuidadoso que dê um direcionamento de como nos conduzirmosem cada uma delas e que garanta a segurança da exibição. Um bom planejamentojá garante 50% do sucesso de todo o trabalho.

    Na execução do planejamento, é preciso, inicialmente, ter em mente adefinição do tema ou do assunto que se deseja tratar. Deve-se considerar tambémquem assistirá a apresentação, o local onde será realizada, as circunstâncias emque ocorrerá, o tempo que terá à sua disposição, que metas deseja alcançar, astécnicas e os recursos de que lançará mão durante as fases da apresentação e apesquisa das informações necessárias.

     Ao escolher o assunto, é importante verificar:

    • atualidade do tema;

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      • autoridade sobre o tema;  • interesse pelo assunto (gostar, apreciar);  • enfoque novo sobre tema antigo;

      • enfoque desconhecido do público ouvinte;  • pertinência do assunto à circunstância;  • tempo para pesquisa e estudo do assunto.

    Quanto ao ouvinte, é fundamental que saiba:

      • sexo;  • idade (público infantil, jovem, adulto, nível cognitivo do público);  • nível sociocultural;  • raça;

      • religião.O que motiva os ouvintes a ouvirem uma palestra?

      • receber informação ou aprimorar-se pessoalmente ou profissionalmente;  • necessidade social;  • representar ou substituir;  • curiosidade;  • acompanhar pessoas;  • conhece o orador;  • entreter-se.

    Um orador conquistará a atenção de sua plateia se souber tocar no que lhe interessa.

    UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL

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    Por que o ouvinte escuta o orador?

     Qual o espírito de participação dos ouvintes e como lidar com cada um?

      • Motivado ou receptivo;  • amistoso;  • hostil;  • apático ou indiferente;  • desatento.

    O local e as circunstâncias da apresentação:

      • o tamanho do auditório;  • o local;  • os recursos disponíveis;  • o apoio da apresentação;  • os ambientes abertos;  • providências a serem tomadas: nomes, fatos, quem falará antes e depois,outros assuntos, como irá falar, uso da tribuna.

      Defina os objetivos. O objetivo é o que o desejamos que as pessoasobtenham com a apresentação. O objetivo dá o direcionamento da palestra.

    Nem sempre sabemos reconhecer que caminho percorrer durante o

    planejamento. Inicialmente, podemos deixar as ideias fluírem naturalmente eanotá-las para, em seguida, verificarmos as possibilidades de formulação dosobjetivos.

    Eles devem ser específicos e concretizáveis, sem perder de vista o público-alvo. Os objetivos de uma apresentação podem ser de: informar, persuadir emotivar, entreter e promover. Esses objetivos podem aparecer separadamente, aomesmo tempo ou, ainda, de forma alternada numa mesma apresentação.

      • Informar, orientar, instruir ou treinar: a preocupação do orador deverá

    limitar-se à clareza didática da mensagem, transmitindo informações da formamais objetiva, simples e compreensível que puder.  • Persuadir, convencer, envolver, motivar, inspirar, estimular: o oradordeverá levar o ouvinte a aceitar ou rever uma opinião, a produzir algo que estejaou não em seus planos; deverá estudar possibilidades de fazer abordagens quesensibilizem e emocionem as pessoas, motivando-as a aceitarem as propostas esugestões apresentadas.  • Entreter: geralmente é o mais difícil de se atingir; o orador deverá utilizarde sua presença de espírito, humor, ironia e informações.

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      • Promover-se: o orador deverá empenhar-se em transmitir informaçõesque sutilmente ressaltem seus princípios morais, de honestidade e interesse pelopróximo, ou demonstrar conhecimento e habilidade no trato de matérias que

    provoquem a admiração dos ouvintes.

    Faça a pesquisa e a escolha das informações:

      • comece a pesquisa e a montagem da apresentação pelo assunto central;  • não censure;  • recorra aos próprios conhecimentos;  • converse com outros especialistas;  • consulte a internet, a intranet, bibliotecas, livrarias e arquivos de jornais;  • visite o local;  • monte um arquivo;  • concentre-se no assunto;  • separe e relacione as informações.

    11.2 Técnicas para introduzir, desenvolver e finalizar uma apresentação

    Como introduzir:

      • preparar-se bem quanto ao assunto e verificar o tipo de público que participará doevento, fazer um reconhecimento do local antecipadamente, prever e adaptar-se a qualqueracontecimento fora do previsto ou do normal, usando o bom-senso e a experiência;  • evitar linguagem com teor de intimidade ou gíria;  • mostrar-se seguro e bem à vontade em relação ao assunto e ao público;  • utilidade, vantagens e benefícios do assunto;  • o orador deve saudar o público;  • pode usar frases ou informações de impacto;  • fato bem-humorado;  • história ou narrativa interessante;

      • levantamento de uma reflexão. 

    Como não introduzir:

      • contar piadas;  • perguntar quando não desejar resposta;  • pedir desculpas ao auditório;  • tomar partido sobre assuntos polêmicos;

      • palavras inconsistentes;  • chavões ou frases feitas;  • previsibilidade;

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      • fatos que incomodem o público;  • explicar que o tempo é insuficiente;  • criar expectativas e não cumpri-las.

    No desenvolvimento: 

    • falar com expressividade (volume de voz, palavras firmes e agradáveis, animadas;gestos adequados; postura elegante, alegre);  • o orador deve dar uma informação que causa impacto no auditório;  • definir um termo, uma ideia, uma filosofia ou uma situação;  • reconhecer as qualidades do adversário;

      • demonstrar a utilidade e relevância do assunto;  • levantar reflexões;  • aproveitar um fato bem-humorado;  • demonstrar neutralidade sobre assuntos polêmicos;  • prender a atenção e influenciar os participantes com a convicção ao falar, o poder daopinião, o bom humor, o poder do acreditar;

    • entusiasmo e impressão de estar fazendo o melhor;  • aproveitar as circunstâncias: de lugar, tempo e pessoa.  a) Lugar: são as informações identificadas concretamente pelo conhecimentoda plateia, com relação aos elementos físicos: o prédio onde está reunida, a cidade ondemora, a produção agrícola da localidade, o clima da região etc.

    b) Tempo: são as informações referentes a datas, períodos, ciclos. O aniversáriode uma cidade, de um clube, de uma empresa, a comemoração de uma data cívica (comoa Independência, a Proclamação da República), a morte de um líder, a lembrança de umaépoca são elementos de extraordinária utilidade para compor a introdução do discurso.  c) Pessoa: aproveitar a observação de um ouvinte, fazer referência à presençade pessoa conhecida ou comentários sobre as informações fornecidas pelo orador precedente.Principalmente se o orador anterior conseguiu conquistar a simpatia do auditório, fazerreferência às passagens mais significativas da sua fala, desde que tenham relação com orestante do discurso, demonstrará que o orador e os ouvintes possuem os mesmos gostos e amesma forma de pensar. Há uma identificação na comunicação.

      • Aludir a uma ocasião: é uma das formas mais comuns e mais apropriadas para iniciarum discurso. Com rápidas palavras o orador faz referências ao acontecimento que reúne aspessoas no recinto envolvendo dessa maneira todo o auditório na sua mensagem;  • fazer uma citação: a citação no início do discurso credita autoridade ao orador,pois suas ideias passam a ser apoiadas por verdades ou autores respeitados pelo público.Demonstra o preparo do comunicador, que está municiado de informações extraídas dassuas leituras ou pesquisas. Podem-se fazer citações de: trechos de livros conhecidos, sendoos clássicos aqueles mais indicados, pensamento, máxima ou provérbio, passagem histórica,real ou imaginada, afirmação de autoridade no assunto, frase escrita ou pronunciada porpersonalidade respeitada pelo auditório;

      • repetição: enfatiza um determinado ponto, seja uma afi

    rmação, uma negação, umadecisão ou os dotes de uma pessoa. O uso repetido de sinônimos também reforça a ideiadaquilo que se quer transmitir;

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      • jogo de palavras: chama a atenção do ouvinte e permite que o texto se tornememorável e mais facilmente assimilado;  • fazer referências retratando com riqueza de detalhes;

    • gradação: conduz e direciona a emoção dos ouvintes. O orador se serve de palavras,

    frases ou ideias que apresentam uma gradação, seja no sentido ascendente ou descendente.Ex.: “...Abanava, ao menos, a cabeça ao poder? Não! Escutava. Emudecia. Quedava.Obedecia. Chacelava. Servia” (Olavo Bilac);  • recurso dos sonhos e das profecias: oferece ao ouvinte uma visão subjetiva dosfatos conferindo uma visão projetiva do espaço e do tempo. Ex.: “Eu vejo[...]”, “Eu tenho umsonho[...]” e apresenta-o como concretizado. Esse recurso permite ao orador a apresentaçãodos fatos segundo um ponto de vista pessoal, não tem compromisso com a objetividade alémde apresentar uma expectativa, é um instrumento mágico de premonição, atendendo aoanseio do público que deseja enxergar além da limitada capacidade de seus próprios olhos;  • ironia: se destina a enfraquecer ou desfazer da figura pessoal ou de seu discurso com

    preposições rápidas e inteligentes, requer muita habilidade do orador;  • repetição de ideias e conceitos: a repetição visa retirar qualquer dúvida sobre oassunto ou reforçar a ideia apresentada, garante a apreensão da ideia central pelo ouvinte.Ex.: “Nós pagaremos qualquer preço, suportaremos qualquer fardo, aceitaremos qualquerprovação[...]” (John Kennedy);  • jogo de palavras: visa despertar a atenção do ouvinte, são frases que identificamideias construídas com objetivo de marcar as proposições apresentadas. Ex.: “Não é, nemmesmo o começo do fim. Mas, talvez, seja o fim do começo...” (Winston Churchill);  • parábolas: se presta a conduzir o ouvinte a uma conclusão desejada. O oradorapresenta um exemplo e o associa com o fato ou pessoa a que está se referindo. Ex.: “Aqueleque ouve minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente queedificou sua casa sobre a rocha” (Jesus);  • pinturas verbais: é uma espécie de pintura com palavras e permite que o público visualize o que se passa e ao mesmo tempo se emocione como se presenciasse o fato.

    Como concluir?:

      • reflexão;

      • citação ou frase poética;  • pedir ação;  • elogiar o auditório;  • fato bem-humorado;  • arrebatamento;  • avisar que vai terminar usando os seguintes termos: “concluindo, finalizando,encerrando”;  • fazer citações, agradecimentos, despedida, síntese do pronunciamento, entusiasmoe alegria, convicção de que tudo esteve bem no pronunciamento, despedida.

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    O que evitar na conclusão?:

      • palavras hesitantes ou frases inconsistentes;  • ficar parado diante do público aguardando aplausos;  • não saber para onde ir;  • sentimentos negativos (desempenho);  • repetir expressões: “assim sendo”, “dessa forma” e “então”.

    11.3 Como preparar uma boa apresentação

      O preparo de uma boa apresentação compreende duas fases distintas:

    1. Levantar todos os dados que cercam o evento.2. Iniciar a elaboração do discurso.

      O roteiro de um bom planejamento inicial incluirá informações apropriadas para ascircunstâncias, de acordo com:

      • o assunto;  • os objetivos;  • o público que irá participar.

      Ao selecionar o assunto, o orador poderá:

      • escolher um tema novo ou dar uma nova roupagem a um antigo;  • escolher um assunto pelo qual tenha interesse e autoridade;  • escolher um assunto pertinente à circunstância;  • escolher um tema com tempo para pesquisar e fazer a apresentação;  • escolher ângulos do assunto que o auditório ainda não tenha ouvido.

      Ao ter em mente o que de fato deseja obter numa apresentação, o orador deve analisare definir seus objetivos, que podem aparecer em separado, ao mesmo tempo ou, ainda, deforma alternada. Alguns deles são:

      • informar;  • persuadir e motivar;  • entreter;  • promover-se.

    Considerando que numa apresentação tudo deverá estar de acordo com o auditório, o oradorterá que levar em conta:  • a forma como as pessoas ouvem;  • os motivos que as levaram à apresentação;

      • quanto já sabem sobre o assunto;  • quanto elas gostariam de saber e quanto o orador deseja informar;  • suas motivações de vida;

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      • seu espírito de participação;  • suas características próprias (sexo, idade, nível sociocultural, raça).

      Ao concluir sua pesquisa, os cuidados com o local e as circunstâncias são bastante

    importantes. Por isso, o orador deverá levar em consideração e se informar sobre:

      • o tamanho do auditório;  • o local onde será realizada a apresentação;  • os recursos disponíveis;  • o apoio da apresentação;  • o que ocorreu antes da sua apresentação;  • providências a serem tomadas.

    Tema:

    Local: Circunstâncias

    Tempo de exposição:  min

    Horário: Público_alvo:

    1º Brainstorming(explosão de ideias)

    2º Definição dos objetivos

      • Informar   • Persuadir   • Motivar 

      • Entreter   • Promover-se

    Procedimentos quanto à elaboração da apresentaçãoIntrodução (15%): Desenvolvimento (75%): Conclusão (10%):• abertura;• saudação;• explicações sobre o tema;• resumo do que vai dizer;• iniciar de modo impactante(frase, informação, história,citações, reflexão);• falar da utilidade, vantagense benefícios do assunto.

    • pontos principais do temacom ordenação lógica esustentação;• deve-se aproveitar ascircunstâncias: lugar, tempo,pessoa e ocasião;• fazer citações;• prender a atenção einfluenciar os participantescom o modo de falar(convicção, entonação,ênfase, bom humor,entusiasmo, colocações bemfundamentadas.

    • a finalização deve ser:simples, objetiva, dinâmica,útil e impactante;• deve fi xar a ideia central;•finalizar utilizando: reflexão,citação, frase poética, fatobem humorado;• deve-se usar dearrebatamento, elogiar oauditório, pedir ação, avisarque vai terminar usandoos termos: concluindo,finalizando, encerrando”;• fazer agradecimentos,despedindo-se com

    entusiasmo e alegria.

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    Capítulo 12 – A Utilização de Recursos Audiovisuais numa Exposição

      Utilizar os recursos audiovisuais corretamente e com proveito deve ser uma meta doexpositor, propiciando, assim, maiores benefícios ao público ouvinte. Os recursos estimulam a

     visão e/ou audição e colaboram para aproximar a aprendizagem de situações reais da vida.Devemos ter em mente que o homem toma conhecimento do mundo exterior por meio doscinco sentidos, portanto, a percepção através de um sentido isolado é menos eficaz do que apercepção de dois ou mais sentidos, usando simultaneamente os recursos orais e visuais.

      O recurso serve como um reforço da mensagem, ressaltando as informações maisimportantes, esclarecendo e complementando as partes significativas da apresentação. Dentreos mais utilizados atualmente, destacam-se:

      • quadro branco ou magnético;

      • flipchart;  • projetor multimídia;.  • cd e dvd.

      Outro recurso fundamental é o microfone. Deve-se usar o microfone de forma discreta,sem que se chame atenção para ele. Aliás, o microfone só deve aparecer quando der defeito,e, mesmo assim, deve-se comportar discretamente em tais casos.

      Vejamos como usar adequadamente os microfones com pedestal, com ou sem fio, delapela e auricular.

      • Microfone de mesa (sentado)Tenha uma postura correta: coluna ereta, coloque apenas as mãos com os punhos sobrea mesa, sem apoiar os braços ou cotovelos. Distancie o microfone um palmo de sua boca,quando se virar para os lados não retire a boca da direção do microfone.

      • Microfone de pedestal (em pé) Ao ficar em pé, mantenha a coluna ereta, os pés firmes (20 cm um do outro); distancie omicrofone (entre 10 cm e 15 cm da boca). Cuidado ao virar para os lados, mantendo a bocasempre na direção do microfone. Atenção para evitar a microfonia.

      • Microfone de lapela e auricular (em pé ou sentado) A posição correta segue a mesma citada anterior. Cuidado para não bater ou esbarrar nomicrofone de lapela ou auricular, causando barulho, exaltando-se ou emocionando-se aofalar. Evitar a respiração ofegante, tossir ou qualquer outro som diferente.

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    TUDO O QUE FICA PRONTO NA VIDA FOI CONSTRUÍDO ANTES, NA ALMA 

      Dizem que conselho só se dá a quem pede. E se vocês me convidaram para

    paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dá-los. Portanto, apesarda minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão algunsque julgo valiosos.

      Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Ame seu ofício com todocoração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá comoconsequência.

      Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou umgrande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou seismilhões de judeus por dinheiro. Michelângelo não passou 16 anos pintando a CapelaSistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque sãoincapazes de sonhar. E tudo o que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

     A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve odiálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionáriotexano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não fariaisso por dinheiro nenhum no mundo”. E ela respondeu: “Eu também não, meu filho”.Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digoapenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

    Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensarem todos é a melhor maneira de pensar em si. A final, é difícil viver numa nação ondea maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma quedade padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, semcultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. [...]

      Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, nãoseja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia:seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão.O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a

    tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer,o remanso.

    Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não joguefora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido, tendo consciência deque cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz emsi uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construirpirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um sacode interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

    Não use rider , não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analistada vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: “eu não disse!”, “eu sabia!”

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      Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço dedomingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudoo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

      Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas quefazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segundanão sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder apose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem,trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 18 e mais se for preciso. Trabalho nãomata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio. E constrói prodígios.

      O Brasil, esse país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muitoa aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses

    que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a segunda maiormegapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maioresimpotências do trabalho.

    Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo,que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço. E só o trabalholhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E a issose chama sucesso.[...]

    Fonte: Texto de Nizan Guanaes. In: VINAS, Rey. Atos administrativos. Brasília: Projecto Ed., 2003.

    Prezado(a) aluno(a), 

     Agora você já tem um excelente material para se preparar quanto àscompetências de expressividade verbal.

      O caminho não é fácil, mas também não é impossível de ser trilhado.

    O principal agente de mudança é você mesmo!

    Esforce-se dedicadamente. Isso fará toda a diferença!

      Em oratória, seja na retórica ou na eloquência, sempre haverá algumacoisa a aprender. Assim, o estudo e a prática devem ser constantes para agarantia de boas apresentações públicas.

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    BIBLIOGRAFIA 

    Bibliografia

     ALVES, Léo da Silva. A arte da oratória: os segredos do orador de sucesso. Brasília: Brasília

    Jurídica, 2004.

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     ARALDI, Nereu Jorge. Fazer o bem vale a pena. 3. ed. Caxias do Sul, RS: Theus, 2002.

    BLOCH, Pedro. Sua voz e sua fala. Rio de Janeiro: Bloch Educação, 1979.

    ______.Você quer falar melhor ?. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.

    CURSO de oratória. Brasília: Trainer Consultoria e Treinamento, 2003? Apostila.

    FALAR é fácil?!: curso de exposição oral: teoria e prática. Brasília: Auta de Souza, 2003.

    FERREIRA, Leslie Piccolloto (Org.). Trabalhando a voz: vários enfoques em fonoaudiologia. SãoPaulo: Summus, 1988.

    FRANCO, Simon. Criando o próprio futuro: o mercado de trabalho na era da competitividadetotal. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997.

    GOTTMAN, John M.; DECLAIRE, Joan. Relacionamentos: cinco passos para uma vida emocionalmais feliz na família, no trabalho e no amor. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

    GUANAES, Nizan. Tudo o que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. In: VINAS,Rey. Atos administrativos. Brasília: Projecto Ed., 2003.

    LEONARDI, Maria Alice de Andrade. Oratória geral e oratória forense. São Paulo: RG, 2002.

    LOPES, Vânia. Oratória e fonoaudiologia estética. Carapicuíba, SP: Pro-fono, 2000.

    MEDO de falar em público: sete passos julgados necessários que você precisa saber para que

    essa dificuldade não atrapalhe seu sucesso. Você S.A., mar. 1999.

    MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais. 6. ed. SãoPaulo: Atlas, 2001.

    PASSADORI, Reinaldo. Comunicação essencial: estratégias eficazes para encantar seusouvintes. São Paulo: Gente, 2003.

    POLITO, Reinaldo.  Assim é que se fala: como organizar a fala e transmitir ideias. 24. ed. SãoPaulo: Saraiva, 2003.

    ______. Como falar corretamente e sem inibições. 103. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

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    ORATÓRIA 

    POYARES, Walter Ramos. Falo, logo sou: o fenômeno da comunicação. Rio de Janeiro: Agir;Brasília: UnB, 1983.

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Centro de Ciências Humanas, Letrase Artes. Departamento de Comunicação Social. – Prof. Jairo Salermo.

     VIANA, Lisley. Fisiologia da voz, parte 3. Disponível em: . Acesso em: 02.12.2003.

     WEIL, Pierre. A arte de viver a vida. Brasília: Letraviva, 2001.

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