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Oratória: Instrumento da Comunicação Pública (prática)

Oratória: Instrumento da Comunicação Pública (prática) · proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores. Valores Reputação ilibada ... Exemplo de discurso

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Oratória: Instrumento da Comunicação Pública

(prática)

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A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação

e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,

câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e

empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-

learning/online), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Certificados de Participação

- Tira-dúvidas após a realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Corpo docente especializado e atuante na área

- Atendimento personalizado

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Material de apoio de qualidade

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado

de participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material

complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com

outros alunos e contato direto com professores.

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Público Alvo

- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados,

controladores internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos,

tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao

Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de

vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos,

alcançando índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e

responsabilidade empregada ao trabalho.

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da

transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse

fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as

certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos

serviços públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com

rigoroso critério define seu corpo docente.

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Missão

Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais

e específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto

para a população quanto para os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade

proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

Qualidade de seus produtos

Modernização tecnológica de metodologia de ensino

Garantia de aprendizagem

Ética profissional

SEJA BEM VINDO!

BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 Sede Própria: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro.

www.unipublicabrasil.com.br

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Programação

Oratória: Instrumento da Comunicação Pública (prática)

1 Os vários tipos de apresentação

2 A organização de um discurso

3 A preparação para uma reunião, debate ou palestra

4 A identificação do público-alvo (perfil, interesses e resistências)

5 Os cuidados com o tempo da fala

6 O poder da apresentação visual (multimídia, etc.)

7 Os “ganchos” para chamar atenção e manter o interesse da plateia

8 O perigo das palavras “difíceis”

9 Dinâmicas individuais e de grupo

10 Exercícios práticos

Professor:

Elson de Mello: Professor e Consultor - Especialista em Gestão Empresarial e

Marketing Político

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ORATÓRIA: INSTRUMENTO DA

COMUNICAÇÃO PÚBLICA (PRÁTICA)

Elson de Mello

ORATÓRIA

O Primeiro Instrumento da Comunicação Pública

A todo o momento surge uma oportunidade de falar em público. Ora darão a palavra

mais ou menos inesperadamente, numa reunião festiva, ou em uma solenidade. Ora para

agradecer em nome do homenageado. Ou até mesmos pela própria posição, impõe-se a dizer

algumas palavras sobre o ato que estão presente.

Aquele que exerce qualquer função pública, como professor, jornalista, advogado,

representante de entidade e principalmente o político, tem a obrigação inata de falar em

público frequentemente.

Muitas vezes, inesperadamente, uma manifestação de caráter diverso, ouvido o gestor

um discurso se faz necessário responder-lhe, com total segurança.

Modernamente, como o uso frequente dos meios de comunicação, rádio, jornal,

televisão, internet, teleconferências, dentre outros, mais se acentuam as oportunidades de

falar em público, para um auditório invisível de milhões de ouvintes.

Direta ou indiretamente, há sempre um líder a influenciar nas escolhas e destino: O

líder religioso, o professor, o político, o advogado, o militar.

Os homens são essencialmente iguais, assim quis o criador em sua infinita justiça. E o

liderado num setor, pode transformar-se em líder, e o medíocre pode ascender (elevar-se), ao

excesso, desde que se utilize de suas faculdades, e se sobreleve no grupo social.

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Observe um líder em qualquer setor, e verá que a sua preeminência, principalmente

pelo recurso da fala.

Vejam o poder da autoridade de Napoleão Bonaparte, apenas na frase memorável:

“ Soldados, do alto daquelas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam”.

Winston Churchill; primeiro ministro Inglês, ao dirigir-se a toda nação Britânica em

pleno momento de crise social (durante a segunda guerra mundial). Ele fala especialmente

aos pilotos que defendem bravamente os céus de seu país. Seus soldados enfrentam a armada

aérea nazista com dez vezes maior em número de aviões em comparação ao inimigo que

aterrorizava a Europa, transformando tudo em destroços.

“Bravos pilotos, nunca tantos dependeram de tão poucos”.

Em diversas épocas e circunstâncias, a oratória tem sido o clamor das ruas, o anseio

da liberdade, a convulsão social e política.

Em reuniões no sindicato, no grupo de trabalho, no núcleo político e cultural, nas

conferencias religiosas, etc. impõem-se aquele que sabe exprimir bem o seu pensamento.

Em inúmeras eventualidades, precisa o cidadão advogar seus próprios direitos e

evidenciar seus méritos. Portanto adquirir certa facilidade de palavra deveria ser um fator

indispensável em todos os planos de educação pessoal.

Pois viver em pleno reino da palavra e será inevitavelmente um marginal desse

reinado, não se credenciando nem mesmo para o mais simples dos afazeres, quem não

souber expressar-se com acerto e conveniência.

1 TIPOS DE DISCURSO

1.1 DISCURSO DIRETO

A produção se dá de forma integral, na qual os diálogos são retratados sem a

interferência do narrador. Trata-se de uma transcrição fiel da fala dos personagens, que, para

introduzi-las, o narrador utiliza-se de alguns sinais de pontuação, aliados ao emprego de

alguns verbos de elocução, tais como: dizer, perguntar, responder, indagar, exclamar,

ordenar, entre outros.

A título de exemplificação, apoiemo-nos no seguinte exemplo:

“Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha vida avisada malícia. E

imediatamente, para meu príncipe:

- Há três anos que não te vejo Jacinto... Como tem sido possível, neste Paris que é

um aldeola, e que tu atravancas?”

Queirós, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo: Hedra, 2006

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1.2 DISCURSO INDIRETO

O mesmo ocorre quando o narrador, ao invés de retratar as falas de forma direta, as

reproduz mediante o atributo de suas próprias palavras, colocando-se na condição de

intermediário frente à ocorrência.

Observaremos a seguir um quadro em que são relatadas as mudanças ocorridas na passagem

do discurso direto para o indireto, enfatizando as particularidades relacionadas a tempos

verbais, advérbios e pronomes.

Discurso direto Discurso indireto

Uso da primeira pessoa do discurso Terceira pessoa

Verbo no presente do indicativo Emprego do pretérito imperfeito do indicativo

Verbo no pretérito perfeito Pretérito mais que perfeito

Futuro do presente Futuro do pretérito

Modo imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Adjuntos adverbiais: aqui, cá, aí Adjuntos adverbiais: ali, lá

Ontem O dia anterior

Amanhã O dia seguinte

Discurso indireto livre

Como anteriormente mencionado, nesta modalidade, as formas direta e indireta

fundem-se por meio de um processo em que o narrador insere discretamente a fala ou os

pensamentos do personagem em sua fala. Embora ele não participe da história, instala-se

dentro de suas personagens, confundindo sua voz com a delas.

Observemos um fragmento extraído do romance Madame Bovary, do escritor francês

Gustave Flaubert, publicado em 1857:

“Olhava-a, abria-a e chegava mesmo a aspirar-lhe o perfume do forro, misto de

verbena e de fumo. A quem pertenceria?... Ao Visconde. Era talvez presente

da amante.”

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1.3 DISCURSO INDIRETO LIVRE

O discurso indireto livre é o mais difícil e o mais dinâmico dos tipos de discurso, visto

as falas das personagens se encontrarem inseridas dentro do discurso do narrador.

Exemplo de discurso indireto livre:

Então Paula corria, corria o mais que podia para tentar resolver a situação. Logo a mim,

logo a mim isso tinha que acontecer! Ela não sabia se conseguiria chegar a tempo e resolver

aquela confusão. Tomara que eu consiga!

Como podemos verificar no exemplo supracitado, o discurso indireto livre não é introduzido

por verbos de elocução, nem sinais de pontuação ou conjunções, sendo assim difícil delimitar

o início e o fim do discurso da personagem, uma vez que se confunde, por vezes, com o

discurso do narrador, que é onisciente de todas as falas e sentimentos das personagens.

Podemos também verificar que as falas das personagens são narradas na 1.ª pessoa enquanto

o discurso do narrador se encontra na 3.ª pessoa narrativa.

2 A ORDEM DO DISCURSO

O discurso revela o orador. A confusão das ideias, inevitavelmente, produz a

desordem das palavras e não levam a lugar nenhum.

Por não sistematizar o raciocínio e a sua manifestação verbal, o orador perde-se em

frases intermináveis, avança e recua, afirma e contradiz-se, na repetição arrazoada ou

desarrazoada de conceitos e vocábulos. Se inicia o discurso, já não pode desenvolvê-lo, já

não consegue terminá-lo.

Ele mesmo constrói um labirinto, mas nele se perde desorientado. Não consegue

fabricar asas providenciais para sair.

A fim de que a peça oratória tenha sequência lógica, é necessário uma boa

metodologia. Essa forma todo o discurso e deve ser um trabalho estético, pois trata-se de uma

arte cujos objetivos é convencer ou comover os ouvintes e ainda ter beleza. Para tanto, é

necessário que o discurso tenha:

Integridade; Homogêneo, onde todas as partes estejam de tal forma conexas que seja

possível, separá-las sem destruir a própria pela oratória.

Proporção; Que cada parte não sobreponha em medida de tempo, superior a outra. É

indispensável haver proporção nas suas diferentes partes.

Clareza; Para que os ouvintes, sem esforço, acompanhem o pensamente do orador.

O discurso divide-se em três partes: Exórdio, Exposição e Epílogo. Porém, a

nomenclatura mais usada é: Introdução, Discussão e Conclusão. Pode usar ainda outras

nomenclaturas, mas, em resumo, a peça oratória contém as três seções enunciadas.

2.1 A INTRODUÇÃO DO DISCURSO

Cícero, (orador greco-romano) definiu a introdução como sendo “a oração que

prepara o ânimo do ouvinte para bem receber o restante do discurso” (De Orate, II, 19). É o

cartão de visita do orador. Apresenta-o ao público, dizendo da sua competência e pretensões.

Nas primeiras palavras do orador, encontra-se um material suficiente para ser

analisado e apreciado. Podemos dizer se ele é original, se é simpático, se é claro. Antecipar

em suma, os resultados finais.

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A introdução deve ser interessante, explicativa e concisa (curta). Interessante, para

despertar a atenção do público sobre o que dirá. Explicativa, para que se esclareça,

convenientemente, a posição de quem fala em face dos assuntos localizado. Concisa para que

digressões inúteis não desviem a atenção dos ouvintes.

Evitar expressões rotineiras.

“É com profunda emoção e elevada honra que vos dirijo estas poucas palavras que...”

“Tão emocionado estou que não encontro palavras que possam traduzir...”

“Pediram que eu falasse sobre o assunto: eu, o mais humilde e sem preparo...” É

perigoso que um travesso dentre os ouvintes possa exclamar: “Apoiado!, isso criaria uma

difícil situação.

Essas introduções pessoais são, muitas vezes, formais e formas anêmicas. Não

somente revelam o conhecimento próprio,5 egoístas ou falta de pensamento do orador, como

também não cumpre o propósito da introdução. Pelo contrário, amesquinham o tema, em vez

de atrair a atenção para ele, e não explanam coisa alguma.

É melhor é que evitassem essas frases mesquinhas e rotineiras dos nossos sermões ou

discursos. São velhas chapas que a ninguém convence, nem mesmo a quem as profere.

Existem ocasiões em que uma introdução pessoal é necessária e deve ser usada, mas nunca

deveria ser uma fórmula insípida.

Qualidades de Introdução. Já estamos conscientes da necessidade da introdução e o

que devemos evitar; todavia, precisamos sabe o que devemos fazer.

2.1.1 Referência a Ocasião ou Circunstâncias.

Esse tipo de introdução servirá, muitas vezes, como fator poderoso em obter a

atenção; se o orador puder, rapidamente, transforma a referência e aplica-a ao seu tema. Às

vantagens de semelhante começo são evidentes; é concreto, novo, portanto, ganha a atenção.

Além disso, pode despertar a curiosidade dos ouvintes no sentido de querer saber como o

orador a aplicará ao seu tema.

2.1.2 Referência ao tema

É uma espécie de introdução popular. O orador começa historiando a importância de

seu assunto, fazendo explanação ou dando definições.

Quando isto é bem feito, despertará o interesse. Mas, se for feito insipidamente, não

somente falhará em obter o interesse, a atenção, como são mais atacados desse mal. Em vez

de começar de maneira mais interessante, usam explicações tão secas que matam todo o

interesse dos ouvintes.

2.1.3 Introdução Veemente.

Consiste em entrar, o orador, inesperadamente no assunto, sem a menor preparação. É

a apresentação repentina da ideia central. Também conhecida como introdução direta.

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É necessário que o estado de ânimo dos ouvintes e do próprio orador permita esta

forma de iniciar o discurso. Isto pode acontecer quando há uma grande alegria ou uma grande

tristeza que já predisponha todos a ouvir o assunto, dispensando qualquer preparo de espírito.

Esse tipo de introdução é mais raro. Deve ser usado somente em condições

excepcionais, quando os ouvintes apresentam condições favoráveis para recebê-lo e entendê-

lo. Quando conseguir excelentes resultados.

2.1.4 Introdução Indireta

É também chamada de introdução insinuante, em que o orador entra no assunto de

uma forma quase imperceptível, através de rodeios e disfarces, preparando os ouvintes para

receberem a ideia central.

Esta introdução requer tipo e delicadeza porque é geralmente usada quando a

assistência se mostra hostil ao orador ou ao assunto, e se faz necessário destruir todos os

preconceitos, todas as objeções, a fim de ganhar a benevolência dos ouvintes.

Além das principais citadas, existem outras introduções sugestivas:

2.1.5 Introdução Textual.

Esta é uma velha maneira de começar um discurso. Começa lendo o texto sobre o qual

tratará todo o discurso. O orador pode, pois anunciar o texto sem qualquer preâmbulo.

Entretanto, logo de início, na discussão em alto nível.

2.1.6 Introdução Contextual

Ao orador iniciar seu discurso contextualiza o tema do assunto, e assim que ler o

documento, lei ou decisão, a plateia já estará preparada para tal assunto.

2.1.7 Introdução Dramática

Este tipo de introdução deve ser adequado à personalidade do orador, e mais para um

ambiente no qual há muitos estranhos. Deve saber salientar bem os fatos importantes e que

serão usados no discurso.

2.1.8 A Introdução pelo Problema.

Todo discurso deveria abrir o cérebro para superar um desafio humano, sendo esse

social, político, ou familiar. Um desafio que grande importância, de consciências confusas,

vidas perturbadas, dentre outros. O orador com facilidade pode apresentar seu tema, baseado

no desafio que os ouvintes estão enfrentando, algo concreto e premente.

2.1.9 Introdução com uma citação notável

O orador às vezes pode variar o seu introito com uma citação de palavras de alguém

que os seus ouvintes admiram. Digamos que o desejo é falar sobre ética.

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“Eu não tenho medo da morte, da desonra eu sempre tive medo. O homem público que

perde a condição moral, mesmo em vida ele pode ser considerado morto”.

Com isto, o caminho está aberto para conduzir os ouvintes à verdade que se encontra

no contexto do discurso.

Qualquer orador pode usar esse tipo de ilustração. Deve, no entanto, escolher citações

que mereçam ser citadas e não começar com vulgaridades. Deve-se ter cuidado com o uso

frequente, para não perder o brilho e a aceitação.

2.1.10 Introdução com Ilustração.

Esta forma de começar apela a muitos oradores jovens. É boa quando fala a pessoas

que não conhece, especialmente se elas não têm grande interesse pelo conteúdo do discurso.

Uma boa ilustração ajuda um orador experimentado a captar imediatamente a atenção.

A ilustração deve servir para levar ao objetivo principal e não ser ela em si mesma o

objetivo principal. Ele deve lançar luz sobre algo mais importante que ela própria.

2.1.11 Introdução Psicológica

Quando começa contando uma parábola, ou algo que possa ser aplicado, de maneira

direta ao assunto.

“houve uma mãe, dedicada, com 04 filhos ainda pequenos, que deixando uma cidade

pequena, ruma à capital. Lá encontra desafios vários, mas a todos superam”. Aos pais e mães

e filhos ali presentes, são sensibilizados e prende-lhes a atenção.

2.2 EXPOSIÇÃO DO TEMA

Pela exposição à afirmação inicial, a introdução, a proposição. Fundamenta-se a tese,

com citações, com argumentações consistentes e lógicas.

Na argumentação, deve-se ter em vista:

Evitar confusão dos argumentos quando forem de natureza diversa;

Fortificar gradativamente a tese. Apresentar logo um bom argumento, um argumento

forte; depois, outros menos fortes, porém, probantes; finalmente, aqueles que considerarem

fortíssimos ou irrefutáveis;

A ordem deve ser: Forte, forte e mais forte. Cada orador deve, de acordo com o auditório,

determinar a ordem por si mesmo;

Assim, dados o primeiro argumento, os outros deverão vir em graduação ascendente. Pode

ser que muitas vezes o argumento forte seja um só; então, deve o orador preparar os ouvidos

dos ouvintes a fim de que possa apanhar toda a energia comprobatória desse argumento.

Convém repetir a argumentação durante o discurso, sob novos aspectos;

Em sendo os argumentos todos excelentes e recomendáveis, e ainda indispensáveis, é

preciso apresentá-los de tal forma que os ouvintes apreciem o valor de cada um deles

separadamente;

Deve ter o máximo de cuidado para não multiplicar em excesso o número de argumentos.

Os ouvintes ficam muito sobrecarregados e a convicção diminuída;

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Tampouco se deve estudar exaustivamente uma ou outra argumentação considerada forte.

Pois o desenvolvimento exagerado enfraquece o valor do argumento, cansando o orador e

destruindo a atenção;

O orador deve ter boa argumentação. Todavia, não basta possuir uma boa argumentação.

Exige-se que o orador saiba apresentar de modo eficiente, os argumentos. Muitos surgem em

público, cheios de razões, de documentações magníficas, e com excelentes argumentos, mas

retiram-se vencidos, porque não foram capazes de aproveitar as suas próprias armas;

Quanto a argumentações e como fazê-las:

Depende do tempo que tiver disponível para fazê-las. Nem todos os argumentos

escolhidos deverão ás vezes, ser utilizados. Muitos se esquecem desse pormenor e

ultrapassam o tempo, ou são obrigados a secionar bruscamente o discurso, arcando com os

prejuízos decorrentes;

A exposição, para atingir sua finalidade, deve ser: convincente, compreensiva e lógica.

Convincente, pois a força de persuasão de seus elementos é que levará o público a aceitar a

tese apresentada. Compreensiva, para que todos possam entender e acompanhar as ideias do

expositor, concluindo com ele. Lógica, dirigindo o raciocínio, naturalmente, relações

irretorquíveis, ao epílogo visado;

Nenhum orador deve começar com uma argumentação que suscite antagonismo e esperar

alcançar o fim almejado. Se deseja o sucesso? Começar então com o argumento que desperte

menor antagonismo possível, que tenha a opinião comum, que desperte e cative a atenção.

2.3 A CONCLUSÃO DO DISCURSO

Sumariar. O propósito do sumário é traçar juntamente as partes do discurso de modo

que a memória do auditório seja refrescada e uma impressão duradoura seja deixada no

pensamento de todos os ouvintes.

Suscitar as emoções. Se o orador espera que os seus ouvintes mudem as suas

convicções e atitude, seguindo de acordo com as suas palavras, deve deixá-los em estado

emocional favorável. Pois a fria lógica não é suficiente.

As últimas palavras devem deixar a mais forte impressão emocional possível e fazer

com que os ouvintes se disponham a querer crer e agir. Um final que somente alcance o

intelecto não é suficiente. Deve alcançar também as emoções. Uma conclusão emocionante

deve comover os ouvintes, fixando na memória de todos à mensagem pronunciada.

Um especialista em comunicação (Prof. Williard Yeager), ao falar sobre a estrutura do

discurso, faz uma comparação a uma ponte sobre o rio. Considerando a maneira pela qual é

construída, a finalidade a que se destina e os elementos estruturais que contribuem para que

atinja sua finalidade.

O objetivo específico de uma ponte é permitir o transporte de um lado para outro

ponto. A meta do orador é conduzir os seus ouvintes a determinado estado de compreensão e

convicção.

A ponte tem, de um lado, uma passagem por onde se encontrar e outra correspondente

por onde ir. Também o discurso tem a introdução e a conclusão.

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Se o orador examinar minuciosamente a construção de uma ponte, descobrirá que ela

é feita de um variado material como: tijolos, pedras, concreto, aço, dentre outros.

Identicamente é o discurso composto de vários elementos: Comparações, exemplos,

estatísticas, indicadores, figuras, reiteração, argumentação, dentre outros.

3 AUDIÊNCIA OU PÚBLICO

Um pré-requisito para o êxito em oratória é ter um bom conhecimento do coração

humano. Os bons oradores, com anos de experiência, atestam da necessidade de cuidadosa

análise da assistência. A diagnose do auditório se tem tornado para eles um processo quase

inconsciente.

Os públicos diferem nos hábitos, costumes, crenças, inteligência, opiniões, treino,

cultura e gosto.

O que fazer? Quando em público, fala-se aos ouvintes coletivamente. Porém, a

resposta que se deseja é individual. Cada indivíduo deveria decidir por si mesmo a respeito

do assunto. As armas do orador são gerais. Ele não pode tomar cada pessoa à parte e usar um

remédio particular que lhe produza efeito.

É, portanto, essencial saber que experiência e opiniões são comuns a todos os homens,

a todos os nossos auditórios, para que o interesse no assunto seja levado em consideração.

Há três regras que o orador deve ter no pensamento para ser bem sucedido em relação

ao público:

Ter grupos pequenos quanto possível;

Conhecer o grupo o máximo possível;

Conhecer bem o ser humano.

Ao vermos uma pessoa, podemos perguntar : até quanto esta pessoa tem de animal, de

espiritual e quanto tem de intelectual?

Ao tomar um ônibus, podemos conversar com o motorista, simpatizar com o seu

trabalho, perguntar há quanto tempo ele trabalha na profissão. Quantas são as horas

trabalhadas, quais são as dificuldades de um motorista de ônibus, se já esteve envolvido em

algum acidente. Ele sentir-se-á satisfeito por alguém ter interesse em conversar com ele.

Assim com qualquer profissão. O orador vai compreendendo melhor o povo, e quando

encontrá-lo no auditório, saberá falar-lhes ao coração.

Para ser orador de êxito, é preciso conservar bem perto do povo. É bom começar o

desenvolvimento com o povo simples, misturarem-se aos fazendeiros, mecânicos, operários

em geral, fazer refeições com eles e ver que é humildade. Assim o conteúdo dos discursos,

pode ser expresso em experiência humana.

Quando os ouvintes percebem que o orador conhece e sente sua vida no interior bem

de perto, então começa a haver íntima relação entre o orador e os ouvintes.

O trabalho do orador deve ser primeiro o de diagnosticar. O remédio deve ser baseado

sob um acurado conhecimento das condições designadas para o tratamento.

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Deve identificar-se na vida dos homens e mulheres para conhecer as suas

susceptibilidades, suas tendências, suas fraquezas, seus desejos, dando não somente um

conhecimento acurado e simpatizante, como também o dando elementos para trabalhar com

eles mais especificamente e com muito sucesso.

O orador pode ter um profundo conhecimento técnico do assunto sobre o qual esta a

comentar, contudo será um redondo fracasso se não compreender o estado racional e

emocional dos nossos ouvintes.

Os grandes oradores foram bem sucedidos porque eles conheciam e aplicavam,

conscientemente ou não, o fator do conhecimento da natureza humana.

Por isso precisa o orador conhecer o auditório; e quanto o público sabe que os

conhece e os respeitamos, assim terá ele as chaves para abrir os portões mais secretos para o

êxito.

Quando o orador se assenta à sua escrivaninha para preparar o seu discurso, deve ter

em seu pensamento, a circunstância de seus ouvintes, em que estão interessados. Visualizar a

todos os ouvintes com suas necessidades e capacidade da captação, aplicando as sentenças,

os argumentos no ponto exato, na medida certa.

Há muitos oradores que estão suspensos no ar, falando o que os ouvintes não estão

perguntando, nem preocupados, nem interessados. Precisam descer e pisar na terra, saber as

necessidades dos ouvintes. Falar-lhes ao cérebro ao coração.

Algumas perguntas que o orador deverá fazer sobre o seu auditório:

1) De que idade são os membros do grupo;

2) Qual é a condição da comunidade onde vive?

3) É o auditório composto só de homens, só de mulheres ou ambos?

4) É o auditório composto só de homens, só de mulheres ou ambos?

5) Qual o motivo pelo qual essas pessoas estão reunidas?

6) Que problemas gerais têm atraído a atenção de todos?

7) Quais são os hábitos de vida e o modo de pensar da assistência?

8) Qual a atmosfera da ocasião: de solenidade ou leviandade? De determinação em fazer

alguma coisa para particular ou desejo de receber informação nalgum fato particular? Ânsia

de ser instruído, ou ser entretido?

9) Que assunto, em conexão como o que vai ser discutido, pode ser afetado pelos interesses

pessoais ou amor-próprio.

10) Qual o grau de educação do auditório?

11) Tem o grupo se familiarizado com o assunto a ser apresentado?

Antes do discurso deveria:

1) Evitar um trabalho pesado;

2) Dormir bem preferível às oito horas recomendadas;

3) Comer moderadamente e comida leve antes do discurso;

4) Preferível ficar sem comer;

5) Não exaurir a sua vitalidade com conversações excitantes;

6) Estar com controle emocional.

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4.1 CONTATO COM O AUDITÓRIO

Alguns oradores têm uma extraordinária facilidade de entrar em contato com seus

ouvintes logo de início. Para outros, isto constitui a parte mais difícil do discurso. Por mais

que ele se esforce, os ouvintes continuam sem prestar a devida atenção, ficam desligados.

A primeira coisa que se tem a fazer é conseguir a confiança e induzir as pessoas

ao desejo de ouvir. Isto deve fazer parte da intuição do orador, conseguir a atenção dos

ouvintes.

Mas o que é atenção? Mero silêncio não é atenção. Pode ser que os ouvintes estejam

dormindo ou absortos noutros assuntos ou pensamentos. Os ouvintes podem estar com os

olhos voltados para o orador, podem estar, aparentemente, ouvindo-lhe com ardor as

palavras, enquanto o cérebro não segue o pensamento.

A atenção é uma aplicação mental positiva. O pensamento fixo é diligente e ativo.

Está interessado em absorver, ser instruído e agir.

A fonte da atenção está no orador, e principalmente ao começar o seu discurso. As

condições podem ser alteradas no prosseguimento, porém, no começo o orador é inteiramente

responsável.

Um orador nunca deveria estar a mendigar a atenção dos ouvintes, nunca deveria

dizer: “O assunto é de grande importância”, ou “os senhores devem ouvir atentamente o tema

por causa da sua importância”, ou ainda:

“dai-me ouvidos”. Não devemos rogar a atenção dos ouvintes como um favor, nem

pedir como tendo direito, ou incitá-la, anunciando a importância do assunto.

A atenção não é uma condição do bom discurso, mas o resultado. O orador nunca

deveria: “Se todos ouvirem, falarei bem.” Deveria dizer: “Se eu discursar bem, o povo estará

pronto a ouvir-me”.

Antes de proferir a primeira palavra, o orador deveria perguntar a si mesmo: “Estou

pronto para começar?” E isto envolve outra pergunta: “Estão todas as coisas prontas para eu

começar?”

O ambiente deve estar todo preparado antes de começar a falar. Os móveis, os

equipamentos. O orador não deve levantar-se e começar a falar antes de ver que todos os

ouvintes estão prontos e preparados para ouvi-lo.

Há momento exato para começar a falar. Deve esperar cessar o tossir, os cochichos e

o momento preciso em que os ouvintes voltam os olhos para o orador, como querendo dizer:

“Estamos prontos, pode começar”.

Na roupa do próprio orador não deve haver nada que chame a atenção. Em tendo

punhos, não ficar puxando-os para fora, acertando a gravata, a blusa, não retirar o relógio,

nem ajustar os cabelos. Não ficar ajeitando seu material nesse momento.

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Antes de abrir a boca, deve estar seguro de que será ouvido, ouvido fácil e

alegremente. Por isso já deve ter bem claro, no pensamento, as palavras com que pretende

começar. Essas devem ser bem escolhidas e bem pronunciadas.

Deve-se aceitar o fato que o orador sempre começa sob a pressão de excitamento

temporário. O seu equilíbrio nervoso perturbado. Consequentemente, ele eleva muito sua voz

ou fala baixo demais. Começa com um guincho ou um murmúrio.

4.1.1 Prevenindo o nervosismo inicial

Existem muitas pessoas que perdem a voz quando têm que falar em público, ou

mesmo momentos antes de uma entrevista ou conversa de maior importância do momento. A

explicação lógica e cientifica, é pelo fato de que a tensão nervosa lança óxido de carbono no

sangue.

Toda a vez que alguém se vê forçado a fazer um discurso ou uma visita de

cerimônia, e que sinta a importância do momento O sangue se enche de tóxicos, devido à

ansiedade e à aflição. Os pulmões passam a exigir, com urgência, mais oxigênio, e daí resulta

uma desagradável sensação de asfixia. Para contrabalancear tudo isto, sugere-se o seguinte:

Primeiro é aconselhável que a pessoa em apreço se esforce por conter seu nervosismo,

alcançando certa tranquilidade, pensando em algo agradável;

Depois, nos instantes de espera, antes de começar a falar, respire profundamente algumas

vezes, oxigenando bastante o sangue.

Sentar-se confortavelmente, ereto, coloque os braços relaxados sobre os braços da cadeira

ou no colo;

Ouça uma música inspiradora;

Tirar do pensamento todas as preocupações, ao ficar em pé, coloque os braços para trás, e

faça alguns exercícios de relaxamento dos dedos, da mão e dos braços; depois faça, com o

outro braço, movimente um pouco as pernas, relaxando-as, movimente um pouco dedos

dentro do sapato, o máximo que puder;

Procure relaxar os músculos faciais. Faça alguns movimentos (discretos) de relaxamento

da boca, da língua, soltar a tensão das cordas vocais.

Também repetir mentalmente: “eu estou preparado para esse momento”, “eles estão

dispostos a me ouvir”, isso lhe dará mais autoconfiança e segurança.

No momento exato, falar pausadamente, intercalando instantes de silêncio entre frases

entre as frases, por ter dupla vantagem: o interlocutor tem tempo de ponderar o que ouviu, e o

nervoso consegue respirar melhor. Assim é possível conseguir uma oxigenação contínua,

domínio completo da voz e expressão serena das ideias.

4.1.2 Saber Começar

A primeira impressão tem na vida comum dos mortais uma importância decisiva. Os

ouvintes não escapam da influencia absorvente das primeiras impressões. Se o orador

desagrada, torna-se antipático por qualquer atitude, ou gesto desagradável, a assistência já o

ouvirá mal disposta, e, dificilmente mudará de atitude mental.

Por esse motivo, está no começo a chave da conquista do orador. Um orador que

agrade no primeiro minuto, tem todas as probabilidades de alcançar o sucesso no final, desde

que não se mostre completamente inábil e desastroso na exposição do tema.

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E como poderá torna-se o orador, agradável ou até simpático?

Não há necessidade de adular ou bajular os ouvintes, basta saber comportar-se com

prudência e boa técnica oratória.

Veja qual seja o melhor caminho para iniciar um discurso:

a) Saber esperar. Os ouvintes precisam de tempo para se instalar o máximo comodamente

possível na cadeira, de isolar-se mentalmente para concentrar a atenção naquilo que vai

ouvir. O orador durante este intervalo, poderá observar serenamente os ouvintes,

tranquilizando e reconquistando a sua presença de espírito.

b) Iniciar falando em voz pausada e pouco elevada. O começo de um discurso deve ser

proferido num tom de voz apenas audível em todo o recinto em um ritmo moderado, para que

os ouvintes possam penetrar no assunto. É um erro mental e técnico, começar qualquer

sentença em tom de voz demasiado alto. O orador ficará cansado, não conseguirá manter, até

o fim, esse mesmo nível alto e rápido. Além disso, a voz alta estimula as conversas, os

cochichos dos ouvintes. Quem fala em público tem de falar sempre mais lenta e

pausadamente do que em conversa normal. Mas, no princípio, de qualquer discurso, ainda há

necessidade de articular bem as palavras, de destacar, com meticuloso rigor, de fazer uma

pontuação cuidadosa.

Desta forma permite aos ouvintes compenetrarem-se do assunto, e captar bem a

introdução, na qual se resume a essência do discurso. O orador também já conseguiu dois

pontos substanciais: Conquistar a simpatia dos ouvintes e despertar o interesse pelo assunto.

A simplicidade e a mais sedutora e cativante forma de conquistar o favor geral. As

introduções enfáticas, clamorosas e bombásticas são perigosas e ridículas. É preferível

começar de modo discreto e sóbrio.

4.1.3 Saber Dizer

Este é um ponto capital, na oratória. Mesmo entre aqueles que, habilmente, falam em

público, nota-se uma defeituosa dicção, resultante, muitas vezes, não propriamente de

defeitos mecânicos, mas, em especial, de vícios de comportamento. Qualquer atitude errada,

sob o ponto de vista psíquico, provocará naturalmente uma exposição oral defeituosa. A

pressa, o nervosismo, a incompreensão, o medo, a timidez, dentre outros, afetam como será

fácil a de compreender, a fala do orador.

Como melhorar a fala?

a) Dominar o assunto. Para dominar a linguagem oral, é preciso dominar o assunto.

Encontrar oradores que são muito desiguais é comum. Ora fazem um discurso brilhante, ora

inferior; ora se calmos, ora se mostram agitados. Qual o problema? Quando não se prepara,

ficam inquietos e nervosos, as palavras faltam-lhe, atropelam-se e atraiçoam-lhe. È, que a

consciência da incapacidade do assunto, por falta de preparo, provoca consequentemente o

nervosismo, resultando numa oratória fraca.

b) Manter-se calmo. Este conselho é fácil de dar e difícil de cumprir. Mas é preciso insistir

nele. È falta de serenidade que prejudica muitos oradores, levando-se a falarem depressa

demais, a dizerem o que não devem dizer. Por vezes, o orador se enerva a si próprio, lembra-

se de mil hipóteses desagradáveis, e recaindo mil contrariedades que nunca chegam a

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verificar-se. Assim a perda do domínio leva a uma dicção defeituosa, de palavras

atrapalhadas, e ao “digo que não digo”.

c) Saber Persuadir. O orador não é um simples expositor de doutrinas, de ideias, filosofias

ou leis. O orador deverá ser persuasivo. Persuadir é alcançar dos ouvintes um “sim” ou

“não” decididos, vigorosos. Persuadir é “fazer querer”. Para ser persuasivo é preciso falar

com sinceridade e convicção. Só pode, verdadeiramente, convencer, aquele que está

convencido. Deve, também, o orador humilhar-se, isto é saber viver as ansiedades e

fraquezas dos seus ouvintes. Pessoas que vivem em níveis diferentes e vivem à volta de

interesses diferentes, serão como estranhos em relação um para com o outro. O orador deve

saber como penetrar no pensamento dos ouvintes e vibrar uníssono com eles. Ele precisa

emocionar-se com eles, antes de tentar convencê-los. Para comover os outros, deve o orador

estar comovido. Outro ponto: O orador deve concentrar todas as suas potencialidades numa

direção única. Sem esta convergência, o orador terá sempre um poder persuasivo muito fraco.

Sendo assim, não deve acumular muitas provas, mas sim repetir várias afirmações. Afirmar

sempre as mesmas coisas, nos mesmos termos.

Desta forma, é essencial saber repetir, cada vez com mais insistência e com mais

força, mais entusiasmo. Valem mais dois argumentos impressionantes, repetidos com

frequência e com firmeza, do que dez ou vinte deles, referidos, cada um, uma única vez ao

decorrer do discurso.

Esta técnica aplicada no terreno da linguagem escrita é pobreza de espírito, mas na

oratória tem alto valor. Por isto que os grandes oradores, quando publicam os seus discursos,

modificam, radicalmente, evitando as repetições persuasivas.

O fato de o orador ir ao encontro das ideias e dos pensamentos dos ouvintes, traz-lhe

grande prestígio. Os ouvintes ficam maravilhados ao verem que o orador descobriu os seus

íntimos pensamentos, e, em face disto, deixar-se-á vencer, convencer e persuadir com mais

facilidade. Para isto é preciso ter contato com os ouvintes.

As pessoas se deixam persuadir mais pelos sentimentos do que pelo raciocínio. Uma

frase bem feita e sonora convence mais do que um frio argumento lógico.

d) Saber Concluir. Por mais bela que seja qualquer oração, sempre deixará uma impressão

de incompletude, quando o orador não lhe souber dar um fim digno, sugestiva e adequada. Os

ouvintes sentem muitas vezes esta insuficiência oratória, proferindo apreciações:

“Não gostei do final do discurso”,

“o fim do discurso não correspondeu àquilo que será de esperar”,

“O discurso terminou de forma muito pobre”.

“Todos nos ficamos à espera que o orador dissesse mais alguma coisa”.

Esses e outros juízos críticos revelam, na sua simplicidade, a importância do fim do

discurso ou palestra.

Há orador que começa de modo, excelente, mas não se conseguem “aguentar” até ao

fim, na mesma atitude ou altitude, descaindo a partir de certo momento, precisamente quando

mais tinham necessidade de se erguerem em voo altaneiro.

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Por isso mesmo falham como oradores, perdem a “partida” no minuto final, ou por

falta de capacidade ou por falta de fôlego.

Um final pobre de ideias ou de conclusões compromete o melhor dos discursos; por

outro lado, um final bem feito pode salvar um discurso pouco brilhante.

5 A MEDIDA DO DISCURSO

O tamanho, a duração do discurso, tem importância sim! Ao medir o tamanho do

discurso, não é usada unicamente uma medida de uma só dimensão. Porque um discurso pode

ser curto no tempo e ser longo e maçante (cansativo); pode ser longo no tempo e ser curto nas

argumentações. O discurso é medido pela sua amplitude, profundidade e altura, bem como o

devido comprimento.

Um bom discurso é aquele em que o comprimento, amplitude e profundidade e altura

são iguais. Se o orador quiser que o povo vá para casa inspirado, deve haver amplitude de

simpatia: profundidade de convicção, e altura de aspiração.

Quando o discurso levou o individuo, verdadeiramente a pensar, e ele compreendeu

os objetivos e concordou com a ideia final, então o discurso teve a medida certa.

Este conceito seria suficiente para dar a medida certa do tamanho do discurso.

Todavia, para maior clareza, citar mais alguns comentários se faz necessário. Charles R.

Brown,Deão da Yale School of Divinity, escreve :

“ Tendo bem firme na mente, esse princípio geral, apressar-me-ei em dizer que o relógio

nada tem que ver com o comprimento do discurso. Absolutamente nada! Coisa alguma

sabem os relógios sobre essa questão. De maneira alguma são os relógios capazes de

aquilatar as proporções de um discurso. O discurso longo é o que parece longo. Pode ter

duração de uma hora, ou ter durado apenas quinze minutos. Se parece longo, é longo,

demais. E o discurso curto é o que termina enquanto a assistência esteja desejando

mais. Pode ele, apenas, ter vinte minutos ou pode ter durado uma hora e meia. Se deixa

a audiência desejando mais., eles não sabem o que o relógio diz quanto à duração, nem

com isso se incomodam.”

“Portanto não podeis dizer quão longo é um discurso por olhar apenas aos ponteiros de

um relógio – olhai ao povo. Vede onde suas mãos estão a maior parte do tempo...

olhando o relógio para verificar a quanto tempo nele estais. Vede onde estão seus olhos!

Vede onde está o seu pensamento; então sabereis exatamente que hora do dia é para

esse discurso em particular. Pode ser alto tempo de ele chegar ao fim.”

O que contribui para um discurso longo:

a) Uma introdução longa;

b) Falta de arranjos;

c) Permanecer demoradamente sobre ideias óbvias;

d) Uma constante monotonia;

e) Falta de variedade;

f) Uma conclusão longa.

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Terminar enquanto o público deseja mais, não somente é boa a forma, mas também

demonstra bom senso e é, pelo menos, um sinal de que se é bom o orador. Longo é o discurso

que parece longo.

6 O PODER DA APRESENTAÇAO MULTIMIDIA

Mídia quer dizer meios e também pode ser aplicável ao termo canais. É uma

tecnologia que permite comunicar-se empregando diversos elementos de maneira paralela e

alternativa, dentro do contexto digital. Tendo como principal característica o fato de ser

interativa. Os elementos que compõem a mídia são:

Texto

Imagem

Som (áudio)

Vídeo

Animação

Outra característica do projeto multimídia, além de sua interatividade, é ser intuitiva,

isso é, apesar de seu alto conteúdo técnico as mensagens multimídia devem ser fáceis de

decodificar de tal maneira, que o usuário possa navegar de forma natural pelos conteúdos que

forma a mensagem.

A utilização de Tecnologias multimídia nas salas de aula vem ganhando cada vez

mais importância no campo educacional. Sua utilização como ferramenta para facilitar a

aprendizagem e sua ação na sociedade vem crescendo rapidamente entre nós. Nesse sentido,

a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essas novas

tecnologias.

Aprender com a tecnologia é quando o aluno aprende usando-as como ferramentas

que o apoiam no processo de reflexão e de construção do conhecimento (ferramentas

cognitivas). Nesse caso a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma

de encarar essa mesma tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de

aprendizagem.

As atividades digitais multimídia, na sua maioria, possuem grande apelo visual,

acabam encantando pelo layout com cores vibrantes, som e movimento e fascinando até o

professor que se impressiona com a interface colorida, o áudio e os vídeos.

6.1 DICAS SOBRE PREPARAÇÃO DE SLIDES DIGITAIS PARA SEMINÁRIOS,

PALESTRAS

Fazer apresentações usando slides digitais é uma arte que requer um pouco de prática,

contudo não é muito difícil. Este capítulo contém uma série de regrinhas que vão ajudar você

a preparar slides de forma a transmitir as suas ideias com maior eficácia.

6.1.1 Sobre o conteúdo

Faça um planejamento da sua apresentação. Primeiro decida quais serão os slides, depois

comece a prepará-los.

Pense muito bem sobre quem é o público alvo da sua apresentação e direcione o conteúdo

para esse público.

Lembre-se que exemplos práticos e concretos são fundamentais para o entendimento do

público; evite uma palestra meramente teórica e abstrata pois o seu entendimento será muito

mais difícil.

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6.1.2 Sobre a forma

a) Calcule algo entre 1 e 2 minutos por slide. Apresentações mais curtas (15 minutos), ficam

mais próximas de 1 minuto por slide, apresentações mais longas (90 minutos), mais próximas

de 2 minutos por slide.

b) Se você não tem muita experiência com apresentações ou se vai apresentar em um lugar

muito importante, ensaie várias vezes e cronometre para saber se você está dentro do prazo

estipulado.

c)Tenha sempre em mente que nem sempre você terá a oportunidade de realizar a sua

apresentação num ambiente muito favorável. Muitas coisas poderão prejudicar a visibilidade

dos slides: projetor de má qualidade, projetor inadequado para a sala, sala muito clara, etc.

Assim, é importantíssimo que os seus slides sejam otimizados para o pior caso e não para o

caso ideal.

d) Sempre use um tamanho de fonte o maior possível. De preferência, entre 20 e 28 para o

texto e entre 32 e 46 para os títulos.

e) Cuidado ao escolher a cor e o padrão de fundo dos slides. Escolha um fundo que permita

um grande contraste com a cor do texto. Fundo branco (ou quase branco) e letra preta será o

ideal. Só use outras cores mais audaciosas se você já conhecer a sala e o projetor que usará

em sua apresentação. Em particular, fundo escuro e letras claras só funcionam se o projetor

for excelente e a sala totalmente escura, o que é raro; portanto, não corra este risco.

f) Slides com frases longas ou texto corrido tendem a fazer com que a apresentação fique

confusa e entediante. Se o apresentador simplesmente ler os slides, o público dorme. Se o

apresentador não ler o texto do slide e o slide contiver muito texto, o público fica confuso.

Portanto, use frases bem curtas ou apenas itens e os explique oralmente.

g) Em geral, os slides não devem conter texto corrido, prosa. Eles devem conter itens, não

frases. Seu slide deve se parecer mais com poesia do que com prosa.

h) Use entre 6 e 8 linhas por slide. Em casos extremos, pode-se usar até 10 (ou, em casos

muito extremos até 12) linhas por slide. Em hipótese alguma use mais do que 12 linhas por

slide de texto. Talvez a única exceção sejam slides com código-fonte, onde é possível ter até

umas 14 linhas.

i) Se o slide tem poucas linhas, coloque-as com espaçamento uniforme no slide, i.e., não as

coloque todas apertadas no topo do slide.

J) Evite uma apresentação composta apenas por texto. Figuras, diagramas e até vídeos curtos

irão tornar o conteúdo mais interessante.

k) Se você incluir figuras, não se esqueça de seguir as mesmas regras do tamanho do fonte

para o texto que aparece dentro da figura. Além disso, use todo o espaço disponível para

fazer com que a figura fique o maior possível.

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l) Evite usar muitas animações e efeitos. Em geral, efeitos só atrapalham. Animações devem

ser usadas quando elas tem algo a acrescentar, não devem ser usadas só porque são

bonitinhas.

m) Coloque numeração nos slides. Assim, um espectador pode falar: "Você pode voltar ao

slide 17, por favor?" Nos programas de apresentação de slides, você pode pular diretamente

para um slide digitando o número do slide e <Enter>.

n) Se a apresentação for séria mesmo, não se esqueça de passar um corretor ortográfico para

não dar vexame.

o) Se o seu slide tem um diagrama complexo, código-fonte ou muitos itens, vale a pena

apontar para o pedaço do slide sobre o qual você está falando. A melhor forma de fazer isso,

é apontar com o dedo diretamente para a tela, praticamente encostando o dedo na tela. Outra

forma interessante é usando um apontador laser. Em alguns casos, você pode colocar o seu

dedo na frente do projetor de forma que a sombra da sua mão aponte para o local correto do

slide. Usar o mouse não é tão bom mas pode ser usado em último caso. A forma menos eficaz

(e muitíssimo utilizada por pessoas com pouca experiência em apresentações) é apontar para

a tela com o seu dedo a metros de distância dela; neste caso, só você saberá para onde está

apontando.

(Vale a pena dar uma olhada no documento slide presentation guidelines da USENIX).

BIBLIOGRAFIA

Mello, Elson de , Apostila O Poder da Palavra – 20013 – CURITIBA – PR.

Parabéns por estudar!

Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos

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