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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CED
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – CIN
Organização da Informação: Uma análise conceitual
Relatório Parcial da Pesquisa PIBIC (2010/2011)
Isadora dos Santos Garrido, bolsista PIBIC Curso de Biblioteconomia
Lígia Maria Arruda Café, orientadora
Departamento de Ciência da Informação
Florianópolis 2011
RESUMO
GARRIDO, Isadora dos Santos. Organização da Informação: uma análise conceitual. Relatório parcial PIBIC/CNPQ/UFSC 2010-2011. Florianópolis, 2011. 30 p. A pesquisa tem por objetivo a análise do conceito de "Organização da Informação" (OI) presente ao longo da história na literatura da área. Caracteriza-se como qualitativa e de caráter exploratório-descritivo. Quanto aos procedimentos técnicos, define-se como pesquisa documental que tem como corpus de análise a literatura registrada na área de Ciência da Informação relativa ao tema-objeto da pesquisa. O levantamento bibliográfico foi realizado na base de dados Library and Information Science Abstracts - LISA e autores clássicos foram identificados pelas referências contidas nos documentos levantados. Para sistematização do material coletado, foi constituída uma base de dados utilizando o aplicativo Microsoft Access 2003. Nos 62 itens que constituíram o corpus da pesquisa, foram encontrados 81 autores oriundos de instituições de vários países, sendo a grande maioria norte-americana. O período mais produtivo sobre o tema OI foi de 2000 e 2002. Na análise do conceito de OI nos itens recuperados, observou-se a presença elevada do atributo 1, que destaca a catalogação como um dos processos de OI. Quanto aos atributos 2 e 3, relativos ao processo de classificação e indexação, notou-se uma menor expressividade nos itens analisados, enquanto que o atributo 4, que trata sobre o processo de resumo, foi verificado apenas em um artigo. Os demais atributos não se manifestaram de forma expressiva no corpus analisado. Conclui-se que há uma predominância do tratamento do processo de catalogação no âmbito do conceito de OI e que a base LISA registra para este tema principalmente publicações de iniciativas norte-americanas. Palavras-chave: Organização da Informação; Análise Conceitual; Terminologia.
SUMÁRIO 1 Introdução ....................................................................................................... 4
2 Organização da Informação: alguns conceitos ................................................ 5
3 Metodologia ..................................................................................................... 7
4 Resultados e Discussão ................................................................................ 10
4.1 Descrição Física – Catalogação (atributo 1) ........................................... 12
4.2 Descrição de Conteúdo – Classificação (atributo 2) ............................... 15
4.3 Descrição de Conteúdo – Indexação (atributo 3) .................................... 16
4.4 Descrição de Conteúdo – Resumo (atributo 4) ....................................... 18
4.5 Gera representação da informação que pode usar linguagem para
descrição de informação ou documento (Atributos 5, 6 e 7) ......................... 18
4.6 Características não previstas no conceito Bräscher e Café (2010) ........ 19
4.7 Itens em conformidade total (todos os atributos) .................................... 21
5 Conclusões .................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 26
APÊNDICE A – Referências dos itens recuperados na LISA ........................... 30
4
1 Introdução
Ao tratarmos sobre institucionalização da ciência, abordamos
também o tema relativo ao compartilhamento da linguagem que ocorre por
meio da comunicação, enquanto componente social da própria ciência. A
terminologia de um domínio científico, seu uso corrente e suas mudanças que
ocorrem com o tempo, determinam o nível de maturidade e também a
consolidação do domínio de conhecimento em questão. De acordo com Bazi e
Silveira (2007), o sistema conceitual (sistema das idéias), juntamente com o
social (sistema de atores) constitui uma disciplina científica. Os autores
entendem que, para se consolidar, a ciência necessita transmitir seus
conhecimentos operacionalizando seus atos comunicativos, garantindo então a
circulação, preservação e registro dos conhecimentos científicos (p. 132).
Estes atos comunicativos – que ocorrem justamente quando as
perspectivas sociais e de cognição influenciam-se mutuamente – são
viabilizados principalmente pela linguagem, seja ela natural ou especializada,
repercutindo diretamente na organização das estruturas – sociais e científicas.
No presente trabalho, foi realizada uma análise terminológica do termo
“Organização da Informação” (OI) no contexto da base de dados Library and
Information Science Abstracts (LISA), que nos forneceu elementos para o
estudo do termo na área de Ciência da Informação, registrado principalmente
na literatura internacional. A proposta desta pesquisa apóia-se no estudo
realizado anteriormente por Bräscher e Café (2010), em que a autoras
compreendem OI principalmente como
um processo que envolve a descrição física e de conteúdo dos objetos informacionais. O produto desse processo descritivo é a representação da informação (...) Alguns tipos de representação da informação são construídos por meio de linguagens elaboradas, especificamente para os objetivos da OI. (BRÄSCHER, CAFÈ, 2010, p. 92)
A descrição física e de conteúdo envolve processos específicos
inseridos na cadeia de informação (ou ciclo de vida da informação) cujos
componentes são: criação, disseminação, organização, armazenamento e uso.
No que se refere à organização, podemos inferir como processos de OI a
catalogação, a classificação, a indexação e o resumo que configuram-se como
5
disciplinas fundamentais da área de Biblioteconomia (JOUDREY, 2002a, p. 93).
De acordo com Robinson e Karamuftuoglu (p. 4, 2010), é assunto da Ciência
da Informação (CI) investigar questões de organização da informação e aplicar
suas conclusões no design de sistemas e serviços. Nesse processo, encontra-
se não somente a OI como a Representação da Informação (RI) descrita por
Bräscher e Café como o fim da OI.
Podemos perceber, pela literatura internacional, que o tema de
“Organização da Informação” apresenta-se consolidado, configurando-se como
parte dos estudos da Biblioteconomia e da CI (OLSON, 2006, p. 31;
JOUDREY, 2002a), uma vez que já existe uma produção de livros que
podemos considerar como didáticos sobre o tema, a saber: Svenonius, 2000;
Chowdhury e Chowdhury, 2007 e Taylor e Joudrey 2009. Existe também uma
movimentação em determinados programas de pós-graduação internacionais
(a Biblioteconomia é oferecida apenas enquanto pós-graduação no exterior) no
sentido de expandir o conceito de ‘Organização da Informação’ para além das
disciplinas tradicionais de catalogação, classificação e indexação, preparando a
aprendizagem também para a criação de produtos e serviços derivados da OI
(Vellucci, 1996; Bruce e Middleton, 1996).
2 Organização da Informação: alguns conceitos
Muitas tentativas têm sido feitas no sentido de conceituar o termo
informação. Na Ciência da Informação, para Le Coadic (2004), a informação “é
um conhecimento inscrito (registrado) que comporta um elemento de sentido. É
uma inscrição feita graças a um sistema de signos (a linguagem)” (p. 4). O
autor entende ainda a informação como produto, substância e matéria,
considerando a comunicação como seu principal processo intermediário de
transmissão. De modo complementar, Boland (1987) citado por Mutch (1998)
enfatiza principalmente o processo de comunicação, compreendendo então
que
a informação não é uma fonte a ser armazenada como mais um fator de produção. É um significado e pode ser apenas alcançado através do diálogo na comunidade humana. A informação não é uma mercadoria. É a realização de uma qualificação humana. (BOLAND apud MUTCH, 1998, p. 539)
6
Deste mesmo modo, Gleick (2010) entende que “quando estudamos
informação, aprendemos que ela não é uma mera mercadoria a ser possuída
por nós. Ela se infiltra em nós; não somos seus donos”. Entendemos então que
o conceito de informação não é proprietário de nenhum campo de estudo em
específico mas de todos, uma vez que a informação só existe quando tem
sentido e significado para seus interlocutores. Uma vez que a produção de
conteúdo tem sido crescente, principalmente com a Internet e outras
tecnologias de informação e comunicação, o trabalho com a informação – e
com sua organização – parece que está apenas começando.
Entendemos que não existem definições rígidas de conceitos em se
tratando de informação, mas que eles podem ter diferentes abordagens de
acordo com as escolas de pensamento de procedência dos autores. No
entanto, segundo Lara (2002) “a crença de que a informação era um dado
marcou, no universo documentário tradicional, fortemente a história das
linguagens documentárias” sendo que uma concepção deste tipo pode ter
várias conseqüências perigosas. No âmbito da recuperação, por exemplo,
Ferneda (2003) afirma existir diferença entre recuperação de dados e
recuperação de informação. A diferenciação entre os termos “dado”,
“informação”, “conhecimento” e “competência” foi elaborada por Setzer (1999)
e de acordo com o autor “a distinção fundamental entre dado e informação é
que o primeiro é puramente sintático e a segunda contém necessariamente
semântica (implícita na palavra "significado" usada em sua caracterização)” (p.
3).
A informação precisa ser organizada para ir ao encontro de vários
objetivos tais como possibilitar facilidade no acesso, aprimoramento da
recuperação, visualização e localização, independentemente de os objetos –
ou documentos – serem físicos ou digitais. Tendo em vista que a informação é
construída e organizada em função de objetivos, Smit (1988) e Lara (2002;
2007) questionam sobre as funções informativas e aspectos de informatividade
para a constituição e o entendimento de novos sistemas, independente da
tipologia do documento ou objeto informacional a ser analisado. Lara explica a
relação da linguagem documentária com a OI, entendendo-a por uma
perspectiva pragmática. Segundo a autora,
7
As formas de organização da informação variaram no tempo, dependendo dos valores e objetivos tomados como referência corroborando à maior ou mais restrita distribuição da informação. (...) tomar a linguagem como base para organização e circulação da informação é fundamental, já que é por meio dela que se realiza a comunicação. (LARA, 2007, p. 148-149)
Neste trabalho, utilizamos o conceito de Bräscher e Café (2010, p.
91) para OI em que “o objetivo do processo de organização é possibilitar o
acesso ao conhecimento contido na informação“. Para as autoras, a OI envolve
objetos (que podem ser físicos ou digitais), diferentemente da OC (Organização
do Conhecimento) que envolve a definição de conceitos mais abstratos,
filosóficos. Para as autoras,
A organização da informação é, portanto, um processo que envolve a descrição física e de conteúdo dos objetos informacionais. (...) Estamos, portanto, no mundo dos objetos físicos, distinto do mundo da cognição, ou das idéias, cuja unidade elementar é o conceito. (BRÄSCHER, CAFÉ, p. 92, 2010).
Entre os métodos de OI, tradicionalmente estudados na área de
Biblioteconomia, estão os processos de catalogação, classificação, indexação
e resumos e seus produtos derivados.
3 Metodologia
Com base nos estudos de Gil (2002), a metodologia desta pesquisa
é considerada documental e exploratória, sendo feita posteriormente uma
análise qualiquantitativa. O levantamento dos documentos foi realizado na base
de dados LISA (Library and Information Science Abstracts) no período de
setembro a outubro de 2010, adotando-se na estratégia de busca as
expressões “Organization of Information” e “Information Organization”. Foram
selecionados apenas itens em que os termos encontravam-se no título, no
resumo e/ou nas palavras-chave. Também levamos em consideração o modo
de indexação da própria base de dados LISA, que nem sempre coincidia com a
indexação feita na própria fonte. Depois de selecionados os itens que se
aplicavam à pesquisa, a leitura foi feita de modo sistematizado.
Foi realizada uma análise de conteúdo interpretativa e as
informações selecionadas foram repassadas para uma base construída no
8
programa Microsoft Access 2003, para melhor visualização dos dados. Esta
base contém dois grandes conjuntos de campos. No primeiro deles foram
preenchidos os registros da referência bibliográfica, do título da fonte, do ano,
do nome dos autores, da instituição e do país. Para a elaboração do segundo
conjunto de campos, o conceito de Bräscher e Café (2010) foi desmembrado
em seus atributos. Para cada atributo foi previsto um campo para registro do
contexto do documento em que se comprovava o uso do atributo. As figuras 1
e 2 mostram os dois conjuntos da base de dados
Figura 1: Dados de referência e proveniência dos autores
Figura 2: Atributos e contextos encontrados no material selecionado
Os atributos de 1 a 4, mostrados na figura 2, referem-se às
características relativas aos processos de descrição física e de conteúdo
(catalogação, classificação, indexação e resumo). Os itens de 5 a 7 tratam
sobre produtos de Representação da Informação (RI), ou seja, linguagens que
descrevem a informação ou o documento (taxonomias, tesauros, folksonomias,
9
etc). O item 8 nos serviu para registrar atributos não previstos no conceito de
Bräscher e Café.
Como referências metodológicas, também podemos citar os
trabalhos de Hope Olson (2006), Saumure e Shiri (2008) e Alvarenga e Silva
(2010). Olson fez sua pesquisa direcionada ao periódico Library Quarterly,
pesquisando sobre como a área de OI foi explorada pelo periódico dos anos de
1931 a 2004. A autora buscou quais questões de OI foram influenciadas pelo
periódico, quais os temas mais discutidos de acordo com a cronologia, quais os
artigos e autores mais influentes na área.
As pesquisas de Olson e de Alvarenga e Silva foram caracterizadas
pelas autoras como análise de conteúdo, tanto quantitativo quanto temático,
praticamente um recorte, uma representação do tema de OI em diferentes
contextos. Saumure e Shiri (2008) fizeram uma pesquisa semelhante na base
de dados Library, Information Science & Technology Abstracts (LISTA),
buscando os termos “organização do conhecimento” e “organização da
informação”, nos títulos, resumos e descritores fazendo uma diferenciação dos
temas abordados nas eras pré e pós-web.
No Apêndice A deste relatório, constam as referências bibliográficas
de todo o material analisado, sendo que algumas delas também foram
utilizadas no referencial teórico por se tratarem de obras de referência,
indispensáveis como auxílio na definição do conceito de Organização da
Informação. Entre os itens selecionados estão 4 livros (2 livros organizados, em
que foram recuperados 40 capítulos e 2 livros didáticos, considerados em sua
totalidade), 11 artigos de periódicos e 9 trabalhos apresentados em eventos.
Tabela 1 - Material Levantado na Base de Dados LISA
Fontes Selecionadas Itens
Artigos de Periódicos 11 Artigos
Livros 2 Livros Didáticos
Livros (Org.) 40 Capítulos
Trabalhos Publicados em Anais de Eventos 9 Trabalhos
Total: 62 itens
10
4 Resultados e Discussão
Após o levantamento na base de dados LISA, os itens foram
selecionados e analisados individualmente. No total, foram analisados 4 tipos
de documentos: artigo de periódico, livro didático, livro organizado e trabalho
publicado em anais de eventos. Em termos quantitativos, foram selecionados
11 artigos; 2 livros (Svenonius, 2000; e Taylor e Joudrey, 2009), considerados
em sua totalidade por se tratarem de livros didáticos; 40 capítulos de 2 livros
organizados (Carter, 2000; Hill, 2002) e 9 trabalhos publicados em anais,
totalizando 62 itens organizados para a leitura sistemática
O material coletado era proveniente de diversos períodos e origens.
A tabela 2 nos permite uma melhor visualização do material selecionado para a
pesquisa, segundo seu ano de publicação e proveniência.
Tabela 2 - Material Levantado na Base de Dados LISA: Anos e Procedência
Fonte Itens Anos Procedência
Artigos de Periódicos
11 artigos 1996 a 2009 Austrália, Canadá, Estados Unidos, Índia, Inglaterra e Irã.
Livros 2 livros didáticos 2000 e 2009 Estados Unidos
Livros (Org.) 40 capítulos 2000 e 2002 Estados Unidos
Trabalhos Apresentados em Eventos
9 trabalhos 1976, 1998, 1999, 2001
Austrália, Estados Unidos e Inglaterra*.
* A procedência dos artigos de anais de eventos da Inglaterra são de autores de diferentes nacionalidades.
Na pesquisa, foi encontrado um total de 81 autores, sendo os nomes
mais freqüentes Arlene G. Taylor (1 livro e 1 capítulo) e Daniel N. Joudrey (1
livro e 2 capítulos). O período que pode ser considerado o mais produtivo em
relação a toda a produção foram os anos de 2000 e 2002, quando da
publicação dos livros organizados por Ruth C. Carter – Managing Cataloging
and the Organization of Information – e Janet Swan Hill – Education for
cataloging and the organization of information. O número de instituições de
todos os itens publicados chegou a 43, sendo em sua grande maioria norte-
americanas como podemos ver discriminadamente no gráfico 1 a seguir:
11
Gráfico 1: Proveniência dos autores de todos os itens recuperados na base LISA
O destaque para as instituições norte-americanas deve-se ao fato de
que o corpus continha 4 livros de autores norte-americanos, sendo 2 obras
organizadas especificamente sobre o assunto e duas obras didáticas de
referência sobre o tema. Deste resultado, pode-se inferir que exista um maior
grau de maturidade em relação as discussões sobre OI neste país. A variedade
na nacionalidade dos autores deve-se em grande parte pela relação de
trabalhos publicados em Congressos e Eventos.
A seguir analisaremos individualmente os atributos do conceito de OI
mencionados, caracterizando cada um cronologicamente e quantitativamente.
Muitas vezes, os mesmos itens tiveram mais de um atributo. Como os livros
didáticos de Svenonius (2000) e Taylor e Joudrey (2009) têm conformidade
com todos os atributos, eles serão introduzidos nas estatísticas gerais, no
entanto um comentário melhor elaborado será feito no item 4.9. Importante
registrar que, muitas vezes, um único item poderia registrar mais de um atributo
concomitantemente.
12
4.1 Descrição Física – Catalogação (atributo 1)
Gráfico 2: cronologia da produção recuperada sobre o atributo ‘catalogação’
Os itens que registraram a característica conceitual ‘Descrição Física
– Catalogação’ atingiram um total de total de 77,41% (48 itens) de toda a
produção recuperada na Base de Dados LISA, sendo considerado este atributo
o de maior freqüência.
Entre estes itens encontram-se os quatro livros recuperados que
tratam de catalogação a partir de diferentes abordagens. Dois livros foram
organizados com o total de 40 capítulos que discorrem sobre experiências reais
e práticas referentes à catalogação. Os outros dois são didáticos, explanando
sobre a OI de forma mais abrangente e teórica. Os livros organizados são
estruturados por capítulos (20 capítulos cada), que foram classificados
individualmente quando da pesquisa e descobrimos que 97,5%, ou seja,
praticamente todos os capítulos abordam direta ou indiretamente o tema de
catalogação. Além destes livros, o restante da produção em catalogação
concentra-se em artigos de periódicos (7) e um trabalho publicado em anais de
evento.
Os livros organizados por Ruth C. Carter – Managing Cataloging and
the Organization of Information (CARTER, 2000) – e Janet Swan Hill –
13
Education for cataloging and the organization of information (HILL, 2002) foram
publicados no periódico Catalogation & Classification Quarterly, nos anos 2000
e 2002 respectivamente. Para efeito desta pesquisa, foram considerados
apenas os registros nos capítulos do livro e desconsiderados os registros nos
artigos de periódicos, de forma manter a consistência dos dados. Ambos os
livros foram recuperados por possuírem o termo OI em seus títulos e foram
organizados de modo a serem efetivamente temáticos: a maioria dos capítulos
é de ordem prática, em que os autores compartilham suas experiências em
relatos sobre seu trabalho em chefias de departamentos de catalogação,
frequentemente em bibliotecas universitárias norte-americanas. Existem, porém
em menor freqüência, capítulos que abordam o ensino de OI e a pesquisa de
modo geral.
Totalizando em 41 autores, com relação à procedência dos capítulos
publicados nos dois livros, podemos dizer que a maioria dos autores é de
origem norte-americana (85,36%). Autores de outros países como Canadá e
México também publicaram, mas com um percentual de 4,87% e em menor
escala, autores da África do Sul e Inglaterra, 2,43%. Na tabela a seguir, foram
incluídas as instituições com o maior número de autores nos dois livros.
Tabela 3 – Relação de autores por instituição
Instituições * Autores
Harvard University 2
National Autonomous University of México 3
National Library of Canada 2
Northwestern University 2
Pennsylvania State University 4
University of Colorado 5
University of Massachussetts Amherst 2
University of Michigan 2
University of New Mexico 2
University of North Carolina 3
University of Pittsburgh 3
Outras 24
Total 54
* Total de instituições 35
A variedade de opiniões entre os autores dos capítulos dos livros
surpreende. Foram encontrados tanto abordagens ortodoxas que se opunham
14
radicalmente ao uso de novas tecnologias e da Internet, como abordagens
mais flexíveis em favor das mudanças e adaptações ao mundo atual. O livro de
Carter (2000) tem uma abordagem diferenciada, tratando das experiências dos
respectivos autores em bibliotecas nacionais, bibliotecas pelo mundo,
bibliotecas especializadas e bibliotecas universitárias.
O livro de Hill (2002) tem outra proposta, atentando para a educação
em catalogação e OI, com artigos opinativos e com títulos questionadores
como “Por que Ensinar Catalogação e Classificação?” e “Por que todo mundo
odeia Catalogação?”, e artigos contextualizados e interdisciplinares como
educação sobre catalogação para propósitos específicos, bem como
alternativas de instrução em catalogação como Ensino à Distância (EAD),
treinamentos online de catalogação de fontes da Internet em MARC21 e
programas de treinamento e catalogação cooperativos.
Dois capítulos escritos por Daniel N. Joudrey chamaram muita a
atenção: A New Look at US Graduate Courses in Bibliographic Control
(JOURDEY, 2002a) e Textbooks Used in Bibliographic Control Education
Courses (JOURDEY, 2002b). Neles, Joudrey traz uma visão complementar
sobre o ensino de catalogação nos Estados Unidos, na qual compreende e
debate as mudanças por conta dos avanços tecnológicos, entendendo-as como
inevitáveis.
Pelo menos quatro dos sete artigos de periódicos que registram o
atributo de catalogação tratam sobre experiências de trabalhos de
catalogadores e especificamente da disciplina de OI. O artigo de Fattahi (2007)
relata o estado-da-arte da OI nos centros de informação e bibliotecas iranianos
e o histórico de como os serviços e departamentos foram desenvolvidos.
Entre os autores anglófonos, encontrou-se uma discussão sobre a
mudança de nome de algumas disciplinas como “Catalogação” e
“Classificação” para que sejam nomeadas disciplinas de “Organização da
Informação”, expandindo o conceito para que os estudantes apliquem seu
conhecimento a diferentes situações em áreas correlatas, e requerendo
estudos como gestão do conhecimento e arquitetura da informação (Bruce e
Middleton, 1996; Vellucci, 1996). O texto de Burke também aborda esta
discussão:
15
Por fim, o aspecto cosmético da mudança de nome de Catalogação e Classificação para Organização da Informação foi visto como ato de valorização dos cursos das instituições ligadas à programas de LIS. Com o advento da World Wide Web, a organização da informação foi considerada importante para muitos campos, enquanto catalogação e classificação permaneceu algo pertinente apenas à comunidade biblioteca. (BURKE, 2004, p. 224-225, Tradução Nossa)
Três artigos teóricos (Olson 2006; Saumure e Shiri, 2008 e
Albrechtsen e Jacob, 1998) são resultados de pesquisas sobre o tema de OI.
Em uma análise geral dos periódicos, percebemos que as discussões e
compartilhamento de experiências – sejam elas sobre ensino ou trabalho em
departamentos de bibliotecas – ou seja, estudos de ordem prática, são tão
influentes quanto as pesquisas teóricas. Um trabalho apresentado em evento
menciona brevemente a questão de catalogação inserida no contexto
contemporâneo quando as autoras compreendem que “com a proliferação das
fontes digitais e o aumento da confiança na tecnologia, precisamos expandir a
definição de catalogação para além das práticas tradicionais” (ALBRECHTSEN
e JACOB, 1998, p. 207).
Nesta seção, com base na análise isolada deste atributo,
compreendemos que a catalogação detém uma importante parcela do
conteúdo dos materiais recuperados na base LISA. A produção nos anos de
2000 e 2002 é muito expressiva por conta da publicação de dois livros sobre o
tema, que abordam questões práticas de catalogação.
4.2 Descrição de Conteúdo – Classificação (atributo 2)
Itens com o atributo de Classificação atingiram 17,74% (11 itens) do
total da produção recuperada. Nos livros organizados por Carter (2000) e Hill
(2002) apenas quatro capítulos abordam além do tema principal de
catalogação, concomitantemente o tema de classificação.
Apenas o artigo de Martinez Arellano e Yañez Garrido (2000) tratou
exclusivamente do assunto de classificação, fazendo uma análise específica
dos sistemas de classificação utilizados nas bibliotecas latino americanas,
como a Classificação Decimal de Dewey e a Classificação Norte Americana da
Biblioteca do Congresso.
16
O artigo referente à 67º edição da IFLA trata o tema de ensino de
classificação no século XXI, em que Oyler (2001) defende que “a maioria dos
educadores sentem que uma terra firme na teoria e princípios subjacentes na
organização da informação irá melhor habilitar aos catalogadores que se
adaptem a ambientes de mudanças”. Neste artigo, embora o título do texto seja
“O ensino da classificação no século XXI”, o termo ‘catalogação’ é adotado no
sentido de classificação. Esta ambigüidade também é verificada em Burke
(2004) quando vincula o termo catalogação ao termo classificação, utilizando-
os concomitantemente. Outro momento em que este fenômeno lingüístico é
observado encontra-se em um capítulo de um dos livros organizados em que é
adotado o termo “catalogação” para designar tanto o processo de catalogação
quanto o de classificação, como se fossem um único processo (INTNER, 2002,
p. 16). Joudrey (2002a, p. 61) faz o mesmo quando opta por utilizar do termo
“catalogação” para referir-se a processos como catalogação descritiva, análise
de assunto e classificação.
Na seção do atributo de classificação, notamos uma menor
expressividade na recuperação dos conteúdos, embora o tema ainda seja
abordado sempre em conjunto com o tema de catalogação. Foi verificado
também que alguns autores utilizam-se majoritariamente do termo
"catalogação" para referirem-se a outros temas e processos.
4.3 Descrição de Conteúdo – Indexação (atributo 3)
Os itens que registraram o atributo indexação atingiram 12,90% (8
itens) do total de materiais recuperados na base de dados LISA.
Nos livros organizados por Carter (2000) e Hill (2002), os capítulos
que abrangeram o atributo sobre indexação chegaram a 5% (2). Embora o
título do capítulo de Holley (2002) trate basicamente sobre catalogação, a
autora também inclui brevemente a indexação ao dizer “catalogação,
indexação e máquinas de busca tem um papel no controle da informação,
conhecimento sobre catalogação e indexação nos ajuda a compreender suas
forças e limitações” (p. 45). Joudrey (2002a), em seu capítulo sobre os cursos
americanos de controle bibliográfico, usa um termo geral para explicar todos os
17
processos técnicos da biblioteconomia quando explica que “o termo controle
bibliográfico inclui os conceitos de organização da informação, indexação e
resumos, construção de tesauros e todas as formas de catalogação e
classificação” (p. 61).
Em seu artigo “Índices, indexação e a equipe de processamento
técnico – Parte 2: catalogadores”, Weihs (2007) faz uma diferenciação entre
catalogação e indexação e acredita que um bibliotecário que tiver
“especialização em catalogação combinado com familiaridade com o uso de
materiais de pesquisa tem o potencial para ser um bom indexador” (p. 7). Olson
(2006) menciona indexação quando descreve as operações geralmente
reconhecidas de controle bibliográfico tais como “bibliografia, catalogação,
indexação e metadados” (p. 20).
De acordo com Fattahi (2007), além dos centros nacionais de
informação do Irã praticar a indexação e a criação de resumos, uma das
iniciativas mais importantes foi a criação do Farsi Science Citation Index, criado
em 2005, uma réplica da estrutura do ISI Science Citation Index que “tem boas
características de pesquisa e relatórios relevantes para os periódicos
acadêmicos em Farsi e suas citações” (p. 34).
Lim (1999) teve seu trabalho classificado no grupo de pesquisa
“Classificação e Indexação” na 65º Conferência da IFLA. Compreendemos que
o significado de “classificação” muitas vezes em seu trabalho confunde-se com
o de “indexação” quando o assunto abordado é sobre “classificação na
internet”. Especificamente neste trabalho, o autor tratou do tema de indexação
na Internet, analisando as práticas de classificação em máquinas de busca.
Nesta seção, compreende-se que a maioria dos itens recuperados
revela que o tema de indexação é evidenciado sempre em segundo plano,
tratando-se ao mesmo tempo de outros temas relacionados como classificação
ou catalogação. Itens que tratem exclusivamente de indexação e seus
processos característicos não foram recuperados.
18
4.4 Descrição de Conteúdo – Resumo (atributo 4)
Apenas Fattahi, em seu artigo que relata o estado-da-arte da OI nos
centros de informação e bibliotecas iranianos, menciona brevemente como os
bibliotecários organizaram os resumos em seu departamento sem, no entanto,
descrever o processo com maiores detalhes.
(...) o Centro de Documentação Iraniano (IRANDOC) foi criado em 1968 para a melhoria dos serviços de indexação e resumos no Irã através da prestação de serviços de análises de literatura e publicação de bibliografias e fontes de referências para usos acadêmicos. (FATTAHI, 2007, p. 34)
Este foi o único artigo encontrado que menciona a descrição de
conteúdo através de resumos. Não foram recuperados itens especificamente
sobre o tema.
4.5 Gera representação da informação que pode usar linguagem para descrição de informação ou documento (Atributos 5, 6 e 7)
Nesta sessão, abordaremos os atributos 5, 6 e 7 conjuntamente
devido ao baixo número de itens recuperados que registram estas
características.
Os livros de Svenonius (2000) e Taylor e Joudrey, (2009) são os
principais exemplos do atributo 5 que trata da propriedade da OI de gerar
representação da informação (RI), ou seja conjunto de elementos descritivos
que representam os atributos de um objeto informacional. Esta propriedade
também foi verificada no artigo de Malhan e Rao (2006), em que os autores
nos explicam sobre o ambiente de rede de informação e suas implicações para
os profissionais da biblioteconomia e CI. Eles compreendem que as mudanças
na tecnologia transformaram não só o modo com que os objetos são
organizados (por meio do desenvolvimento de websites, avaliação e
organização das informações disponíveis na Internet em bibliotecas virtuais),
mas também descritos:
A Internet deu a luz à novos padrões de organização da informação eletrônica onde documentos eletrônicos são vinculados e arranjados na ordem espacial ao invés do tradicional arranjo hierárquico das informações (...) A revolução da informação eletrônica, principalmente
19
alimentada pela Internet, atualmente está modelando a formação de bibliotecas híbridas onde fontes eletrônicas de informação co-existem com as fontes impressas de informação, criando assim um melhor centro de informação onde ela não só é disseminada através da aquisição, organização e processamento de fontes impressas, mas também através de outras mídias de comunicação. (MALHAN e SHIVARAMA, 2006, p. 78-79, Tradução Nossa)
O atributo 6 referente ao uso de linguagem para descrição da
informação encontra-se no artigo de Wichowski (2009) sobre folksonomias, em
que explana sobre o uso da representação da informação de modo
colaborativo e social na Internet. Mesmo sendo considerado um produto não
especializado, a folksonomia encontra seu propósito na criação de redes e
comunidades, implementando a curadoria por parte dos usuários de um
determinado site em que é aplicada. Para o autor é possível a “indexação
social da informação” seja integrada a outros métodos de organização da
informação, considerando que a informação, “tanto em unidades singulares e
enquanto fenômeno é sujeita aos mesmos princípios básicos da natureza que
enfrentam quaisquer outras coisas no mundo: se adaptar ao ambiente em
mudança, ou perecer” (Wichowski, 2009, p. 1).
O atributo 6 também pode ser verificado em Fattahi (2007) quando o
autor nos explica que a Classificação Decimal de Dewey e a Classificação
Norte Americana da Biblioteca do Congresso são as mais internacionalmente
utilizadas, sendo também amplamente utilizadas nas bibliotecas do Irã. Além
disso, “a Biblioteca Nacional do Irã desenvolveu várias expansões para a
Classificação da Biblioteca do Congresso e CDD principalmente em áreas
sobre assuntos como história iraniana, geografia iraniana, linguagem farsi e
literatura, e o Islã“ (p. 31).
No que se refere ao atributo 7 que registra o uso de linguagem para
descrição do documento, observamos somente o livro de Taylor e Joudrey
(2009) quando abordam os temas AACR2, FRBR, RDA na análise sobre
metadados.
4.6 Características não previstas no conceito Bräscher e Café (2010)
Em relação a todos os artigos, capítulos e livros analisados, 22,58%
(14) continham características não-previstas no conceito Bräscher e Café
20
(2010). Isto ocorreu em grande parte porque a maioria dos autores, ao tratar do
tema de OI, utilizavam-se do conceito de Organização do Conhecimento, que
para Bräscher e Café são divergentes. Outros itens também foram
considerados apenas relacionados com o tema de OI, mas tiveram como foco
um assunto distanciado da Biblioteconomia e CI, voltando-se mais para
questões de Filosofia e Cognição.
Nos livros organizados de 2000 e 2002, dois capítulos utilizam-se do
termo de KO (Knowledge Organization) ao referirem-se a processos de OI. Um
deles é o capítulo de Gorman (2002). O outro é o de Holley (2002) quando
afirma que compreende que a nomeação de uma disciplina como “Organização
do Conhecimento” seria melhor para a aprendizagem dos alunos, pois
“prepararia os estudantes para especializarem-se mais tanto em catalogação
quanto indexação” (HOLLEY, p. 48).
Alguns artigos de periódicos também apresentam idéias que não vão
ao encontro do que é proposto por Bräscher e Café. Um deles é o caso de
Trickey (1998) que trata sobre a Organização da Informação em rede, em um
artigo essencialmente opinativo e Mutch (1998) sobre o uso da Informação nas
Organizações, estudando o conceito de informação especificamente e
isoladamente, a partir de uma perspectiva mais administrativa, de gestão.
Burke e Rupp (2004) defendem o uso da nomenclatura
“Organização da Informação” para a criação de uma disciplina mais inclusiva
que compreenda mais do que processos técnicos da área de biblioteconomia
entendendo que a mudança no nome da disciplina “serve de base para vários
tópicos no campo de OI, gestão do conhecimento ou arquitetura da informação”
(BURKE, p. 224).
A maioria dos itens que se utilizam do conceito de OI de modo não
previsto nos estudos de Bräscher e Café, são os artigos do evento que ocorreu
no “Second International Conference on Research in Information Needs,
Seeking and Use in Different Contexts” na Universidade de Sheffield, em 1998.
O artigo de Von Thaden (2007) trata sobre comportamento
informacional em que o autor acredita que “o Sistema de Comportamento
Informacional Distribuído provê uma estrutura útil para estudar a padronização
e organização da informação distribuída no espaço e tempo para atingir um
objetivo comum (...)“ (VON THADEN, p. 18). Perry (1998) também aborda a
21
questão de “cognição distribuída” em que a informação é estudada através da
representação que ocorre no interior da mídia ou artefato que simboliza a
informação, e o autor utiliza-se de tópicos mais pertinentes à outras áreas tais
como antropologia, sociologia, psicologia e teoria organizacional.
Foster (1998) utiliza de uma abordagem interpretativa para explicar
conceitos do que poderíamos chamar de “filosofia da OI”, ou mesmo conceitos
filosóficos, como essencialismo, indeterminação e a questão da autoridade na
informação e em seus sistemas. Brézillon e Saker (1998) abordam a
Representação do Conhecimento (RC) e a Representação de Contexto em
domínios e ontologias. Por fim, Lim (1999), em seu artigo sobre recuperação da
informação online, não menciona OI, apenas OC ao explicar sobre a
problemática da organização em ambiente virtual.
4.7 Itens em conformidade total (todos os atributos)
Entre os livros clássicos recuperados pela pesquisas estão obras
como The Organization of Information, de Arlene Taylor e Daniel Joudrey
(TAYLOR; JOUDREY, 2009) e The Intellectual Foundations of Information
Organization de Elaine Svenonius. (SVENONIUS, 2000). O contexto desses
livros é mais abrangente e específico, por se tratarem de obras completas.
Consideramos estes itens como “livros didáticos”. Depois do AACR, o livro The
Organization of Information é o mais utilizado pelos cursos norte-americanos e
o livro de Svenonius também é recomendado.
Taylor e Joudrey (2009) abordam em sua obra inúmeros aspectos
da OI de um modo amplo e atualizado. O histórico e o desenvolvimento da
organização da informação registrada no ocidente são delineados desde seus
primórdios, em diferentes contextos (bibliotecas, arquivos, museus, Internet) e
as principais ferramentas de recuperação são discutidas. Os autores
desmembraram a análise de metadados em três tópicos: a) seus modelos e
ferramentas utilizadas; b) seus modos de descrição (interoperabilidade) e c)
tipos de acesso e controle de autoridade (AACR2, FRBR, RDA) entre outros.
Dois capítulos são dedicados ao estudo de padrões de codificação, como o
padrão MARC e as várias linguagens de marcação (HTML, XML, etc). Os
22
temas de Análise de Assunto, Sistemas para Controle de Vocabulário e
Sistemas de Categorização são analisados em suas principais características e
pormenores. No final de cada capítulo, há uma seção de literatura
recomendada pelos autores onde mais informações podem ser encontradas
sobre o tema estudado. A obra, que está em sua terceira edição (2009),
permanece atual.
Svenonius (2000) trabalha a partir de uma perspectiva filosófica,
adotando um quadro de trabalho conceitual, questionando cada uma das
partes a serem tratadas em OI: filosofia de sistemas, da ciência e da
linguagem. O processo de OI é compreendido como o uso de uma linguagem
especial de descrição, chamada linguagem bibliográfica e para ser efetivo deve
basear-se em seus fundamentos intelectuais, que consistem de partes como:
ideologia formulada a partir de propósitos, formalização dos processos,
conhecimento adquirido por pesquisa e problemas chave que precisam ser
resolvidos. Para Svenonius
O objetivo essencial e definitivo de um sistema para organização da informação, então, é trazer essencialmente informações similares juntas e diferenciar o que não é exatamente semelhante. Designar um sistema para atingir esse propósito é sujeito a várias restrições: deve ser econômico, deve manter continuidade com o passado (...) e deveria e tirar pleno proveito das tecnologias atuais. (SVENONIUS, 2000, p. 11-12, Tradução Nossa)
Para a autora, o que dificulta a construção de um sistema
bibliográfico, ou seja, um sistema de organização da informação é seu façon de
faire, o processo de sua construção, seu modo de fazer. Entre seus
questionamentos, podemos identificar que a maior parte dos problemas é a
variedade – e a variação – infinita do universo intrigante da informação. Entre
os citados pela autora estão:
Sugestão de valor agregado (ou subtraído) quando é feita
uma adaptação de obra original, ou re-organizada em outro
meio;
Compreensão de que o progresso tecnológico nos coloca
problemas tais como a invenção e proliferação de novas
mídias, que obrigou os sistemas bibliográficos a ampliar seu
23
escopo de livros para qualquer tipo de mídia que contenha
informação;
O problema da indeterminação em documentos fluídos,
inconstantes, como por exemplo, um único frame não é
representativo de um filme, uma imagem única não pode
descrever com precisão uma informação que é dinâmica;
Classificação diferenciada entre culturas e subculturas,
utilização de diferentes linguagens, diferentes convenções de
nomeação.
Desde a época de Paul Otlet, o Controle Bibliográfico Universal tem
sido uma preocupação de muitos estudiosos da área, incluindo filósofos,
lingüistas e pesquisadores da informação. Para Svenonius a preocupação com
as obras e seu formato “não é simplesmente uma questão filosófica, uma vez
que o que é difícil de identificar é difícil descrever e no entanto, difícil organizar”
(SVENONIUS, 2000, p. 13).
5 Conclusões
A análise geral do levantamento nos revelou:
a) Itens com conteúdo de base teórica foram recuperados em menor
quantidade; a maioria dos artigos é de ordem prática, relatando
experiências reais dos autores em seu local de trabalho ou
departamento;
b) Há uma maior predominância de artigos sobre catalogação,
principalmente no periódico americano Catalogation & Classification
Quarterly, devido à publicação dos livros organizados.
A seleção procurou, na medida do possível, destacar os registros
que traziam a OI como tema central ou alguma aplicação no contexto da OI.
Neste último caso, o resumo do artigo em questão deveria nos indicar
discussões mais aprofundadas acerca do tema, delimitando sua estrutura.
24
Foram observadas a força e a consistência das iniciativas norte-
americanas nos livros organizados por Carter (2000) e Hill (2002). Toda a
discussão sobre OI e expansão do conceito para além das disciplinas de
catalogação, indexação e classificação é feita pelos norte-americanos que
influenciaram diretamente o discurso de outros países anglófonos. Os
bibliotecários norte-americanos, que trabalham em universidades geralmente
como chefias em setores de catalogação, publicam artigos para trocarem
experiências de trabalho em suas instituições.
Nem todos os artigos são práticos, alguns são bastante opinativos e
com abordagens às vezes extremamente divergentes: enquanto alguns autores
são ortodoxos e privilegiam as técnicas biblioteconômicas como se fossem
encerradas em si mesmas, outros autores compreendem as mudanças e
pensam em novas formas de OI. A discussão é muito fomentada e valorizada
nos EUA. Muitos autores entendem que é preciso desenvolver não apenas a
parte técnica, mas também a parte teórica, principalmente referente ao ensino
e aprendizagem. Além do “saber fazer” é preciso saber pensar em modos de
organização da informação para o futuro e como isso se insere na profissão do
bibliotecário.
Em relação aos periódicos, a maioria dos autores é dos Estados
Unidos e os atributos mais freqüentes são catalogação (54,54% - 6 itens);
características não previstas (36,36% - 4 itens); classificação e indexação
(27,27% - 3 itens cada) e elementos descritivos (18,18% - 2 itens). Notamos a
iniciativa de dois periódicos estrangeiros (de língua não-inglesa) da área de
Ciência da Informação com autores da Índia e do Irã.
Em relação aos documentos recuperados provenientes de eventos,
o Second International Conference on Research in Information Needs, Seeking
and Use in Different Contexts que aconteceu pela Universidade de Sheffield na
Inglaterra em 1998, reuniu autores europeus, em sua maior parte. Acredita-se
que os artigos foram recuperados pois integravam um grupo de trabalho
específico da conferência nomeado Information Organization.
Apesar de os artigos serem em sua grande maioria teóricos, nem
todos se inserem nos processos de OI estudados especificamente na área de
biblioteconomia e Ciência da Informação, mas em outros contextos e outras
abordagens mais interdisciplinares como estudos sobre cognição distribuída,
25
padrões de comportamento na busca por informações, utilização de lingüística
e pragmática na construção de linguagens de classificação, ontologias, análise
de domínios e outras formas de representação do conhecimento.
A partir da presente pesquisa, foi possível obter uma compreensão
mais ampla sobre as discussões e articulações que têm sido feitas em relação
ao tema de Organização da Informação no cenário internacional.
Posteriormente, esta pesquisa será formatada em artigo e submetida para
apreciação a um periódico da área de Ciência da Informação. O benefício da
Iniciação Científica revelou-se de modo a orientar a estudante em seu percurso
de interesse no assunto, refletindo-se também em uma maior bagagem de
leitura para que desenvolva projetos correlatos como o trabalho de conclusão,
que levantará o assunto de OI em teses e dissertações em Ciência da
Informação no Brasil.
26
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