ORIENTAÇÃO PARA MONOGRAFIA A SOCIOLOGIA DO CURRÍCULO COMO PERSPECTIVA EPISTEMOLÓGICA PARA A ANÁLLISE DO PROBLEMA DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

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A SOCIOLOGIA DO CURRÍCULO COMO PERSPECTIVA EPISTEMOLÓGICA PARA A ANÁLLISE DO PROBLEMA DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

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CEDERJ-UAB-UNIRIO ORIENTAO DE MONOGRAFIA Edno Gonalves Siqueira 2008.2

vida ocupacional adulta; orienta??o para o mercado econ?mico.

ode ser assim resumida:PARA A ANLLISE DO PROBLEMA DOS TRANSTORNOS DE conte?dos, objetivos e ensino destes conte?dos de forma eficaz para ter a efici?ncia

A SOCIOLOGIA DO CURRCULO COMO PERSPECTIVA EPISTEMOLGICA APRENDIZAGEM

PARTE 1. TEORIA DO CURCULOI - ABORDAGENS OU TEORIAS DO CURRCULO 1. TEORIA TRADICIONAL Base Europia; Currculo Clssico Humanista; Base Norte Americana: incio Sc XX Modelos Progressistas (J. Dewey; preocupao com a Democracia) Modelos Tecnicistas (Bobbit, Tyler, Mager) 1.1. PREMISSAS

Procura ser neutra, tendo como principal foco identificar os objetivos da educao escolarizada, formar o trabalhador especializado ou proporcionar uma educao geral, acadmica, populao. O desenvolvimento do currculo deve responder a quatro principais questes: que objetivos educacionais deve a escola procurar atingir; que experincias educacionais podem ser oferecidas que tenham probabilidade de alcanar esses propsitos; como organizar eficientemente essas experincias educacionais e como podemos ter certeza de que esses objetivos esto sendo alcanados.

2. TEORIAS CRTICAS

Teorizaes que questionam a estrutura educacional as concepes sobre o currculo tradicionais. Desenvolvem conceitos para a compreenso via anlise marxista do currculo. A educao compreendida como uma manifestao ideolgica. A sociedade capitalista reproduz as prticas econmicas atravs da manuteno de sua ideologia. L. Althusser (a Escola como Aparelho Ideolgico do Estado): a escola mantm tal ideologia atravs da efetivao do currculo ao transmitir seus princpios, por meio das disciplinas e contedos que reproduzem seus interesses, dos mecanismos seletivos que fazem com que crianas de famlias menos favorecidas saiam da escola antes de chegarem a aprender as habilidades prprias das classes dominantes, e por prticas discriminatrias que levam as classes dominadas a serem submissas e obedientes classe dominante. (SILVA, 2003). Bowles e Gintis (Teoria da Escola Dualista): a escola reprodutora de um sistema dominante ao reproduzir relaes sociais de subordinao, norma que internalizada e naturalizada em escolas para camadas populares: reproduzem os aspectos necessrios para a sociedade capitalista; trabalhadores adequados a cada necessidade dos locais de trabalho, lderes para cargos de chefia e lderes obedientes e subordinados para os cargos de produo. P. Bourdieu e Jean-Claude Passeron: a reproduo social ocorre por meio da cultura, ou seja, ocorre na reproduo cultural; que pela transmisso da cultura dominante fica garantida a sua hegemonia; que o que tem valor a cultura dominante, os seus valores, os seus gostos, os seus costumes e os seus hbitos, que passam a ser considerados a cultura, desprezando os costumes e valores das classes dominadas, os quais, por sua vez, passam a no ter valor.

[...] a escola no atua pela inculcao da cultura dominante s crianas e jovens das classes dominantes, mas, ao contrrio, por

um mecanismo que acaba por funcionar como mecanismo de excluso. O currculo da escola est baseado na cultura dominante: ele se expressa na linguagem dominante, ele transmitido atravs do cdigo cultural dominante. As crianas das classes dominantes podem facilmente compreender esse cdigo, pois durante toda sua vida elas estiveram imersas, o tempo todo, nesse cdigo. [...] Em contraste, para as crianas e jovens das classes dominadas, esse cdigo simplesmente indecifrvel. (SILVA, 2003, p. 35).

O recorte epistemolgico dos reconceptualistas: a nfase das teorias crticas estava no significado subjetivo dado s experincias pedaggicas e curriculares de cada indivduo; tomam as experincias cotidianas sob uma perspectiva pessoal e subjetiva; consideram-se as formas pelas quais estudantes e docentes desenvolviam seus prprios significados sobre o conhecimento. Michael Apple: a seleo curricular o resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e dos grupos dominantes. Questes: qual considerado verdadeiro e quem o considera verdadeiro. Considera importante analisar tanto valores, normas e disposies, quanto os pressupostos ideolgicos das disciplinas que constituem o currculo oficial. Apple faz uma intensa crtica funo da escola como simples transmissora de conhecimentos determinados por interesses dominantes, principalmente valores capitalistas, e questiona o papel do professor nesse processo. Henry Giroux: a escola, o currculo deixavam de levar em considerao o carter histrico, tico e poltico das aes humanas e sociais e do conhecimento, contribuindo, assim, para a reproduo das desigualdades e das injustias sociais. Compreende o currculo por meio dos conceitos de emancipao e libertao. No processo educacional, elas devero participar, discutir e colocar em questo as prticas sociais, polticas e econmicas, analisando seu contexto e percebendo seu carter de controle. Assim, podero ter atitudes de emancipao e libertao.

Numa pedagogia oposta pedagogia do colonizador (que na falta de melhor expresso chamamos de pedagogia do conflito), o educador reassume a sua educao e seu papel eminentemente crtico: contradio (opressor-oprimido, por exemplo), ele acrescenta a conscincia da contradio, forma gente insubmissa, desobediente, capaz de assumir a sua autonomia e participar na construo de uma sociedade mais livre. (GADOTTI, 1989, p. 53).

Freire prope um novo conceito de educao problematizadora, no qual defende que no existe uma separao entre o ato de conhecer e aquilo que se conhece e que o conhecimento sempre intencionado, ou seja, dirigido para alguma coisa. O conhecimento envolve intercomunicao e por meio dela que os homens se educam. O ato pedaggico ato dialgico. As experincias dos alunos determinam os contedos programticos, tornando, assim, o conhecimento significativo para quem aprende. Os contedos so definidos junto com os educandos e na realidade em que esto situados. Elimina-se a diferena entre cultura popular e cultura erudita e permite-se que a primeira tambm seja considerada conhecimento que legitimamente faz parte do currculo. Michael Young (Nova Sociologia da Educao): a referncia a antiga sociologia da educao, que seguia uma tradio de pesquisa emprica sobre os resultados desiguais produzidos pelo sistema educacional, preocupada principalmente com o fracasso escolar de crianas das classes operrias. Porm, essas pesquisas fundamentavam-se nas variveis de entrada, classe social, renda e situao familiar, e nas variveis de sada, resultado dos testes escolares, sucesso ou fracasso escolar, o processamento de pessoas, e no do conhecimento, deixando de verificar o que acontecia entre esses dois pontos. A questo bsica era a conexo entre currculo e poder, entre a organizao do conhecimento e a distribuio de poder. Basil Berstein (Sociolingstica): a educao formal encontra sua realizao em trs sistemas de mensagem: o currculo, a pedagogia e a avaliao. O currculo define o que conta como conhecimento vlido; a pedagogia define o que conta como transmisso vlida do conhecimento; e a avaliao, o que conta como realizao vlida desse conhecimento. Sua preocupao estava na organizao estrutural do currculo e como os diferentes tipos de organizao esto ligados a princpios diferentes de poder e controle. O currculo oculto constitudo por aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazerem parte

utras din?micas, como asdo currculos?o fruto de simples fluir da a??o. de forma s?o n?o podem rela??o a uma determinada filosofia e proj s; s?o planejados em alguma de g?nero, ra?a e sexualidade, por exemplo, que positivas em ser reduzidas ? din?mica de classe". medida ou oficial, explcito, contribuem, Algumas implcita, para aprendizagens sociais relevantes. Ele est presente nas relaes sociais da escola. So os comportamentos, os valores e as atitudes que esto presentes na aprendizagem. Esto presentes, mas no esto organizadas ou planejadas no currculo e tanto podem ser positivas como negativas. Para as teorias crticas, estas aes geralmente ensinam o conformismo, a obedincia e o individualismo, ou seja, comportamentos que mantm a ideologia dominante. Podemos identificar os elementos que contribuem para esta aprendizagem no cotidiano escolar, nas relaes, quando ensinamos rituais, regras e regulamentos, na diviso entre os mais capazes e menos capazes, na diviso do tempo, na pontualidade, na organizao dos espaos e, at mesmo, nas questes de gnero. necessrio desocultar o currculo para perceber o que envolve estas prticas e estes conhecimentos.

2.1. TEORIAS CRTICAS: Tpicos.

O currculo multiculturalista: a diversidade das formas culturais do mundo contemporneo. considerado estudo da antropologia, mostra que nenhuma cultura pode ser julgada superior a outra; ope-se ao currculo universitrio tradicional que privilegiava a cultura branca, masculina, europia e heterossexual, ou seja, a cultura do grupo social dominante. Prope a incluso de aspectos de formas mais representativas das diversas culturas dominadas. A linha liberal defende idias de tolerncia, respeito e convivncia, harmoniosa entre as culturas. A linha crtica pontua que, dessa forma, permaneceriam intactas as relaes de poder, em que a cultura dominante faria o papel de permitir que outras formas culturais tivessem seu espao.

As desigualdades criadas dentro do processo escolar no aparecem apenas nas relaes de poder entre grupos dominantes a partir de questes econmicas, mas tambm nas diferenas raciais, de sexo e gnero, quando so colocados como dominantes valores, como a superioridade masculina e a branca. Via feminista: O currculo oficial valorizava a separao entre sujeitos, o domnio e o controle, a racionalidade e a lgica, a cincia e a tcnica, o individualismo e a competio, tudo o que reflete experincias e interesses masculinos. Por meio de discusses curriculares sobre gnero, procuramos perceber os interesses e valores femininos, como importncia das ligaes sociais, intuio, artes e esttica, comunitarismo e cooperao. Via tnica: o currculo precisa considerar as diferenas tnicas e raciais como uma questo histrica e poltica.; desconstruir o texto racial, questionar por que e como valores de certos grupos tnicos e raciais foram desconsiderados ou menosprezados no desenvolvimento cultural e histrico da humanidade e, pela organizao do currculo, proporcionar os mesmos significados e valores a todos os grupos, sem supervalorizao de um ou de outro. Via crtica axiolgica e epistemolgica: a noo de verdade questionada; por que algo considerado verdade; coloca em dvida as atuais e rgidas separaes curriculares, alm de todo o conhecimento. A via ps-colonial: inclui as formas culturais e experincias de grupos sociais descriminados pela identidade europia dominante; objetiva estudar as relaes de poder entre naes que compem a herana econmica, poltica e cultural de seus pases colonizadores; questiona as relaes de poder e as formas de conhecimento pelas quais a posio europia se mantm privilegiada.

udo isso num momento hist?rico e social determinado, para um n?vel de modalidade de c?digos pedag?gicos e a??es pr?tic oc?-las se produz ao mesmo tempo: conte?dos (culturais ou intelectuais e formativos), educa??o, numa trama instituciona

REFERNCIAS FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 35. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. GADOTTI, Moacir. Educao e poder: introduo pedagogia do conflito. 9. ed. So Paulo: Cortez, 1989. MOREIRA, Antonio Flvio; SILVA, Tomaz Tadeu da. (orgs.). Currculo, cultura e sociedade. 5. ed. So Paulo: Cortez, 2001. SACRISTN, J. Gimeno. O currculo: uma reflexo sobre a prtica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. SILVA, Tomaz Tadeu da Silva. Documentos de identidade: uma introduo s teorias do currculo. 2. ed. Belo Horizonte: Autntica, 2003.

A questo da definio de currculo : Menos ontolgica: O que currculo? Mais histrica: como, em diferentes momentos, em diferentes teorias, o currculo tem sido definido? Quais as questes uma teoria do currculo buscaria responder? O que ensinar? Natureza da Aprendizagem Natureza Humana Natureza do conhecimento Cultura e Sociedade O que as pessoas devem saber? Qual conhecimento ou saber considerado importante/vlido/essencial para merecer ser considerado parte do currculo? Critrios de seleo de contedos: Etimologia: Currculo E curriculum No curso da corrida que o currculo, o que nos tornamos? Afinal: um currculo busca precisamente modificar as pessoas que vo seguir aquele currculo; Qual o tipo de ser humano desejvel para um determinado tipo de sociedade?

Breve Cronologia: 1970 Paulo Freire: A pedagogia do Oprimido; 1970 Louis Althusser: A Ideologia e os AIE; 1970 Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron: A reproduo 1971 Baudelot e Establet: Lcole capitaliste em France 1971 Basil Bernstein: Class, codes and control 1971 Michael Yong: Knowledge and control: new directions for the sociology of education; 1976 Samuel Bowles e Herbert Gintis: Schooling in capitalist America 1976 W. Pinar e Madeleine Grumet: Toward a poor curriculum; 1979 Michael Apple: Ideologia e Currculo 1981, 1983 Henry Giroux: Ideology, culture, and the process of schooling; Theory and resistence in education 1980 Dermeval Saviani: Escola e Democracia; PHC Quadro Resumo das tendncias crticas: Michael Young

PARTE 2. TEORIA DO CURCULO E AD E ACD: CONSTRUTOS TERICOS PARA A ANLLISE DO PROBLEMA DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM1. CONCEITOS DA TEORIA DO CURRCULO

1.1. A Sociologia do Currculo tem como representantes mais conhecidos Michael Apple e Henry Giroux. Para esta concepo o papel da teoria curricular estabelecer relaes entre o currculo e os interesses sociais mais amplos, opondo-se radicalmente ao tratamento tecnicista predominante at ento. Analisa como a seleo, organizao e distribuio do conhecimento no so aes neutras e desinteressadas, mas que atendem aos grupos que detm o poder econmico, que, por sua vez, viabilizam, atravs da imposio cultural, formas de opresso e dominao dos grupos economicamente desfavorecidos. A Nova Sociologia da Educao (NSE), com origem na Inglaterra, tem em Michael Young seu principal representante e nasce do esforo dos socilogos britnicos em redefinir os rumos da Sociologia da Educao, a partir dos anos sessenta. O resultado foi conceb-la como uma sociologia do currculo. Nessa direo, a NSE foi a primeira corrente sociolgica voltada para o estudo do currculo, fundamentada na fenomenologia e no neomarxismo.Young ressalta que fundamental analisar os pressupostos que comandam a seleo e organizao do conhecimento escolar, pois, estes esto intimamente relacionados ao processo de estratificao social. Basil Bernstein, outro expoente da NSE, analisa a forma de organizao e transmisso do conhecimento escolar e suas relaes com as formas dominantes de poder e de controle social presentes na sociedade. No Brasil, o desenvolvimento da teoria curricular crtica possibilitou uma melhor compreenso das conexes entre o currculo e as relaes de poder na sociedade durante a dcada de 80. A partir da dcada de 90, grande parte da produo tem sido influenciada pelo pensamento ps-moderno, com nfase na anlise da relao entre currculo e construo de identidades e subjetividades. Esta linha de trabalho esta presente em Giroux, McLaren, Cherryholmes e Popkewitz. Defendem que o currculo constri identidades e subjetividades, uma vez que, junto com os contedos das disciplinas escolares, se adquirem na escola valores, pensamentos e perspectivas de uma determinada poca ou sociedade. Por isso, os estudos sobre a cultura escolar, a cultura que a escola privilegia, as diferenas culturais dos grupos sociais e as relaes entre esses elementos tm sido preocupaes crescentes no campo curricular. Os estudos multiculturais enfatizam a necessidade do currculo dar voz s culturas excludas, negadas ou silenciadas. No estudo do currculo multicultural, destacando-se Sacristn, Giroux, Moreira, Silva, McLaren, Santom. O conceito de currculo multifacetado e modificou-se historicamente atendendo a realidades sociais distintas, h tempos e espaos especficos e, em conseqncia disso, precisa ser compreendido no contexto social em que est inserido. Henry Girox contribuiu de forma decisiva para traar os contornos de uma teorizao critica. Criticou as perspectivas empricas e tcnicas, baseando-se em conceitos desenvolvidos por autores da Escola de Frankfurt. Atacou a racionalidade tcnica, utilitria e o positivismo das teorias dominantes sobre o currculo, pois se concentram em critrios de eficincia e racionalidade burocrtica e no consideram o carter histrico, tico e poltico das aes humanas e sociais e, no caso do currculo, do conhecimento, contribuindo para a reproduo das desigualdades e injustias sociais. Esboou, tambm, alternativas que pudessem superar falhas ou omisses nessas teorias. Entretanto, no conceito de resistncia que o autor busca as bases para o desenvolvimento de uma teorizao critica e alternativa sobre a pedagogia e o currculo. Ele sugere que existem mediaes e aes no nvel escolar e curricular que podem se opor aos desgnios do poder e do controle, dando espao para a oposio e a resistncia. Giroux foi influenciado pela pesquisa feita pelo ingls Paul Willis, quando questiona o porqu dos jovens da classe desfavorecida escolher empregos operrios. Ele argumenta que o encaminhamento desses jovens para essas ocupaes foi criado por sua prpria cultura atravs da celebrao de uma masculinidade associada cultura operria do cho de fabrica. No entanto, um momento e um espao de criao autnoma e ativa que poderia ser explorado para uma resistncia politicamente informada. Ao desenvolver essa possibilidade, acredita ser possvel canalizar o potencial de resistncia demonstrado por professores e alunos para formar uma pedagogia e um currculo que tenham um contedo poltico e que seja crtico s crenas e aos arranjos sociais dominantes, permitindo aos educandos se tornarem conscientes do papel controlador exercido pelas instituies, emancipando-se do seu poder e controle. Trs conceitos so centrais a essa concepo: o de esfera pblica democrtica, na qual escola e seu currculo seriam locais onde os estudantes exerceriam a democracia, atravs da discusso, da participao e do questionamento dos pressupostos do senso comum da vida social; a intelectual transformadora, na qual os docentes devem ser vistos como sujeitos envolvidos nas atividades crticas e de questionamento a servio do processo de emancipao e libertao; e, a de voz, na qual h necessidade de construo de um espao onde os anseios e os pensamentos dos alunos possam ser ouvidos e considerados, para que possam ter um papel ativo participativo. H uma reconhecida influencia de Paulo Freire na obra girouxiana. A concepo libertadora e a noo de ao cultural forneceram-lhe as bases para o desenvolvimento de um currculo e de uma pedagogia que apontava para as possibilidades ausentes nas teorias crticas da reproduo. J, a crtica freiriana sobre a educao bancria e sua concepo do conhecimento como ativo e dialtico colaborou para que Giroux desenvolvesse uma perspectiva curricular que contestasse os modelos tcnicos. Alm do mais, enfatizava as conexes entre a pedagogia e a poltica, entre a educao e o poder. Em suma, Giroux analisava a pedagogia e o currculo atravs da noo de poltica cultural 1.2. Capital cultural Num sentido estrito, capital cultural aponta para o conjunto dos instrumentos de apropriao dos bens simblicos. Sob este aspecto, considerando-se a questo do ponto de vista do consumo cultural um dos modos de apropriao dos bens simblicos a alfabetizao integra o capital cultural ou capital

simblico de um indivduo tanto quanto sua educao em geral e seu treinamento para apreciar a msica, a pintura, o cinema ou qualquer outra modalidade cultural. Do lado da produo cultural, fazem parte do capital cultural os produtos intermedirios e equipamentos necessrios gerao do bem simblico final, como o celulide para o cinema ou o mrmore para a escultura, a sala de teatro onde ser montada uma pea pea, o piano, etc. Num sentido mais amplo, constitui o capital cultural de um indivduo ou comunidade a soma de todos esses instrumentos que permitem o consumo e a produo dos bens simblicos (bem como sua distribuio e troca) e o conjunto dos prprios bens simblicos produzidos, como as colees nas bibliotecas, pinacotecas, museus, galerias, cinematecas, videotecas, e assim por diante. Fatores de variada origem intervm para caracterizar um capital cultural. Consideraes de ordem esttica, tnica, religiosa, econmica podem determinar quais conjuntos de bens simblicos constituem um capital cultural, que surge assim como a coleo dos bens simblicos constitui um capital cultural, tidos como dignos de serem desejados e possudos, excluso de todos os demais. Na Alemanha nazista, a arte expressionista no integrava o capital cultural alemo, tanto quanto para os parlamentares e autoridades governamentais norte-americanos de 1995 as fotografias homoerticas de Robert Mapplethorpe no se incluem no capital cultural desse pas. Um capital cultural nacional francs, brasileiro, japons,- constitui-se das obras que alegadamente sintetizam o esprito ou identidade dessas naes ou povos ou que, mais simplesmente, so produzidas dentro de suas fronteiras ou servindo-se das lnguas ali faladas. Numa ordem bem mais ampla em particular numa poca dita de globalizao -, fala-se num capital cultural da humanidade, que pode ser tanto um stio declarado de valor cultural mundial (como Ouro Preto ou Veneza) como a totalidade das obras existentes em todos os lugares e s quais todos e cada um deveriam ter acesso. No fosse a expresso capital cultural ter sido forjada a partir dos estudos de economia, seria necessrio lembrar que faz parte do capital cultural o capital tout court, isto , os recursos econmicos, financeiros, de maquinrio, etc. que possibilitam a constituio e a fruio dos conjuntos de bens simblicos. Sem financiamento, um filme no se far e no integrar o capital cultural de uma comunidade; sem dinheiro para a compra do ingresso, um filme no integrar o capital cultural de um indivduo ou comunidade. Haveria, deste modo, uma ntima relao entre a estrutura de distribuio do capital econmico entre os diversos segmentos de uma sociedade ou pas e a estrutura de distribuio (participao) do capital cultural nessa sociedade ou pas. Em decorrncia desta observao, haver, por exemplo, desequilbrio entre o capital cultural dito de produo e o capital cultural de consumo, significando que uma parte da populao pode ter acesso ao capital cultural via consumo mas permanecer alienada de sua produo. Os programas de poltica cultural tratam, sob certos aspectos, de viabilizar a integrao de parcelas mais amplas de uma comunidade ao seu capital cultural (ou outros capitais culturais), do ponto de vista da produo (poltica cultural propriamente dita) e do consumo ( de modo especfico, ao cultural). A expresso capital cultural, como foi dito, de extrao economicista e carrega assim todas as denotaes e conotaes prprias a essa rea, inclusive aquelas de carter utilitrio ( o capital serve para produzir, transformar uma coisa em outra que permita a algum fazer algo ou chegar a algum lugar). Para alguns autores esta filiao economicista de expresso tem a vantagem de apontar, no para um patrimnio estvel, supostamente estvel ou imutvel, mas para um estoque que, semelhana do que ocorre com o capital propriamente dito, pode ser reconvertido em outra coisa, acumulado, gasto, refeito, aumentado, apropriado ou distribudo de modo desigual por diferentes segmentos da comunidade e que, no limite, pode ter sua falncia decretada (exemplo, o capital cultural iuguslavo, formado entre outras coisas pela cultura comunista desenvolvida no pas aps a Segunda Guerra Mundial, faliu com a guerra civil que ops bsnios, srvios, croatas e, sob outro ngulo, cristos e muulmanos; seria possvel observar que, se um capital cultural vai falncia porque na verdade nunca teve foras prprias que de fato o definissem como tal e foi nada mais do que um capital fictcio, artificial argumentao prpria dos que defendem a idia de um patrimnio igual de si mesmo e ligado teluricamente a um territrio ou esprito). Ainda sob este aspecto, um capital cultural no seria, novamente, algo de estvel e, sim, um campo para uma luta simblica incessante entre classes, etnias, grupos e filiaes de variada natureza. Outros autores, como Hannah Arendt, rejeitam a tese de uma cultura utilitria, enquanto outros ainda, e o caso de mencionar Gilbert Durand de modo particular, preferem pr de lado a terminologia economicista e o desenho de um mundo voltado para a produo pragmtica de bens ou objetos singulares. Nesta compreenso, por referir-se a um amplo trajeto antropolgico, a expresso imaginrio cultural poderia substituir com vantagens a frmula consagrada por Pierre Bourdieu. 2. CONCEITOS DA ANLISE DO DISCURSO E ANLISE CRTICA DO DISCURSO.2.1. Discurso Esse termo corresponde mais ou menos s dimenses textuais que, tradicionalmente, tm sido tratadas por contedos, significados ideacionais, tpico, assunto etc. H uma boa razo para usar discurso em vez desses termos tradicionais: um discurso um modo particular de construir um assunto, e o conceito difere de seus predecessores por enfatizar que esses contedos ou assuntos reas de conhecimento somente entram nos textos na

forma mediada de construes particulares dos mesmos (FAIRCLOUGH, 2001: 64, destaque do autor). A relao entre discurso e estrutura social tem natureza dialtica, resultando do contraponto entre a determinao do discurso e sua construo social. No primeiro caso, o discurso reflexo de uma realidade mais profunda, no segundo, ele representado, de forma idealizada, como fonte social. A constituio discursiva de uma sociedade decorre de uma prtica social que est, seguramente, arraigada em estruturas sociais concretas (materiais), e, necessariamente, orientada para elas, no de um jogo livre de idias na mente dos indivduos. Fairclough (2001) defende o discurso como prtica poltica e ideolgica. Como prtica poltica, o discurso estabelece, mantm e transforma as relaes de poder e as entidades coletivas em que existem tais relaes. Como prtica ideolgica, o discurso constitui, naturaliza, mantm e tambm transforma os significados de mundo nas mais diversas posies das relaes de poder.

2.2. Contexto Trata-se de uma noo de relevncia mpar para ACD, j que explicitamente inclui elementos sociopsicolgicos, polticos e ideolgicos e, portanto, postula um procedimento interdisciplinar (MEYER, 2003: 37). Os discursos so histricos e, destarte, s podem ser entendidos se em referncia a seus contextos (FAIRCLOUGH, 2003).

2.3. Identidade A identidade tem a ver com a origem social, gnero, classe, atitudes, crenas de um falante, e expressa a partir das formas lingsticas e dos significados que esse falante seleciona, passando-se maneira como o produtor de um texto (editor) retextualiza a fala de um locutor, atribuindo-se uma identidade e outra para esse locutor.

2.4. Crtica, ideologia e poder As noes de crtica, ideologia e poder so bsicas para a ACD. Entende-se a crtica, segundo Wodak, como o resultado de certa distncia dos dados, considerados na perspectiva social e mediante uma atitude poltica e centrada na autocrtica. J ideologia um termo utilizado para indicar o estabelecimento e conservao de relaes desiguais de poder. Ele se refere s formas e aos processos sociais em cujo seio, e por cujo meio, circulam as formas simblicas no mundo social (WODAK, 2003: 30, traduo nossa). Por isso, a ACD indica, como um de seus objetivos, a desmitificao dos discursos por meio da decifrao da ideologia. A linguagem classifica o poder e expressa poder. Esse poder se manifesta segundo os usos que as pessoas fazem da linguagem e suas competncias para tanto. Ele pode ser, em alguns casos, negociado ou mesmo disputado, pois rara a ocasio em que um texto obra de uma pessoa s. Ressalta Wodak:Nos textos, as diferenas discursivas se negociam. Esto regidas por diferenas de poder que se encontram, por sua vez, parcialmente codificadas no discurso e determinadas por ele e pela variedade discursiva. Como conseqncia, os textos so com freqncia arenas de combate que mostram as pistas dos discursos e das ideologias encontradas que contenderam e batalharam pelo predomnio (WODAK, 2003: 31, traduo nossa). bom entendermos que o poder no se origina da linguagem. Entretanto, possvel, na linguagem, valerse do prprio poder para desafi-lo ou, mesmo, subvert-lo, alterando-lhe as distribuies em curto ou longo prazo. O poder no somente se efetiva no interior do texto, atravs das formas gramaticais, mas, tambm, no controle que uma pessoa capaz de exercer sobre uma situao social, atravs do texto (WODAK, 2003). 2.5. Anlise Crtica do Discurso: enfoque social de Fairclough. O trabalho de Fairclough baseado na lingstica funcional de Halliday, teoria que considera a linguagem na forma como ela configurada pelas funes sociais que deve atender. Para Fairclough (2003), a localizao teortica da ACD est em ver o discurso como um momento de prtica social, sabendo que todas as prticas incluem os seguintes elementos: atividade produtiva, meios de

produo, relaes sociais, identidades sociais, valores culturais, conscincia e semioses1. Esses elementos se acham relacionados dialeticamente, isto , no so elementos discretos, embora sejam diferentes. Por sua vez, em conformidade com o autor, as prticas sociais que so construdas de maneira concreta, em forma de redes, constituem uma ordem social. O aspecto semitico de uma ordem social o que podemos chamar uma ordem do discurso. A ordem do discurso uma maneira em que as diferentes variedades discursivas e os diferentes tipos de discurso so postos juntos na rede (FAIRCLOUGH, 2003: 183, traduo nossa). O foco de Fairclough a mudana discursiva em relao mudana social e cultural. Como as mudanas ocorrem nos eventos discursivos, as origens e as motivaes imediatas que as geram no evento comunicativo esto nas problematizaes das convenes para os produtores ou intrpretes, o que pode ocorrer de diversas formas. Os produtores enfrentam os dilemas ou problematizaes criativamente e, assim, geram mudanas discursivas. Mudanas envolvem formas de transgresso e cruzamento de fronteiras, tambm a reunio de convenes existentes em combinaes novas ou sua explorao em ocorrncias que comumente se cobem. Em relao dimenso textual do discurso, as mudanas deixam marcas no texto que podem ser mesclas de estilos formais e informais, vocabulrios tcnicos e no-tcnicos, marcadores de autoridade e familiaridade, formas sintticas tpicas da escrita e da oralidade etc. Quando a mudana estabelecida, no mais percebida pelos intrpretes como uma colcha de retalhos, estabelecendo-se novas hegemonias no discurso. J o discurso tanto um modo de ao (como as pessoas agem sobre o mundo e sobre as outras) como um modo de representao (h uma dialtica entre ele e a estrutura social). O discurso, ainda, tanto moldado como restringido pela estrutura social. Os eventos discursivos especficos variam em sua determinao estrutural segundo o domnio social particular ou o quadro institucional em que so gerados (FAIRCLOUGH, 2001: 91). Eles so, tambm, socialmente constitutivos. O discurso uma prtica de representao e de significao do mundo, constituindo e construindo esse mundo em significado. Para trabalhar com o discurso, Fairclough (2001: 100) sugere uma anlise tridimensional, explicando que qualquer evento ou exemplo de discurso pode ser considerado, simultaneamente: (i) um texto (anlise lingstica), (ii) um exemplo de prtica discursiva (anlise da produo e interpretao textual) e (iii) um exemplo de prtica social (anlise das circunstncias institucionais e organizacionais do evento comunicativo). Para atender a esse modelo tridimensional, devero ser consideradas trs perspectivas analticas, a multidimensional, a multifuncional e a histrica: a primeira, para avaliar as relaes entre mudana discursiva e social e, tambm, para relacionar as propriedades particularizadas de textos s propriedades sociais de eventos discursivos; a segunda, a multifuncional, para averiguar as mudanas nas prticas discursivas que contribuem para mudar o conhecimento, as relaes e identidades sociais; finalmente, a histrica, para discutir a estruturao ou os processos articulatrios na construo de textos e na constituio, em longo prazo, de ordens de discurso (FAIRCLOUGH, 2001: 27, destaques do autor). A anlise de um discurso, tomado como exemplo particular de prtica discursiva, focaliza os processos tanto de produo e de distribuio como de consumo textual. Esses processos so sociais, por isso exigem referncia aos ambientes econmicos, polticos e institucionais particulares, nos quais o discurso gerado. Podemos, ainda, afirmar que a produo e o consumo so, parcialmente, de natureza sociocognitiva. Essa afirmao se justifica porque ambas so prticas que abrangem processos cognitivos de produo e interpretao textual que, por sua vez, so fundamentados nas estruturas e nas convenes sociais interiorizadas (da o uso do prefixo scio-). Portanto, nessa viso, os textos funcionam como traos do processo de produo e pistas do processo de interpretao.

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Dentro da cincia dos signos (Semiologia; Semitica), semiose foi o termo introduzido por Charles Sanders Peirce para designar o processo de significao, a produo de significados. Peirce e Saussure estavam interessados em lingstica, a qual examina a estrutura e o processo da linguagem. Reconhecendo, entretanto, que a linguagem diferente ou mais abrangente que a fala, desenvolveram a idia de semioses para relacionar linguagem com outros sistemas de signos, sejam estes de natureza humana ou no. Hoje, no h acordo doutrinrio quanto direo da relao de causa e efeito. Uma escola de pensamento considera a linguagem o prottipo da semitica e seu estudo iluminaria princpios aplicveis a outros sistemas de signos. A escola oposta defende a existncia de um sistema metasigno, sendo a linguagem simplesmente um dos vrios cdigos para significao comunicante, citando como exemplo os meios pelos quais as crianas aprendem sobre seu ambiente mesmo antes de dominarem uma linguagem. Qualquer que seja o ponto de vista, uma preliminar definio da semiose qualquer ao ou influncia para sentido comunicante pelo estabelecimento de relaes entre signos que podem ser interpretados por qualquer audincia. Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Semiose; acesso: 24 Set 2008.

Enfim, a concepo tridimensional do discurso rene trs tradies analticas. Observa-se que nem sempre ntida a distino entre descrio (anlise textual) e interpretao (prtica discursiva). O critrio recomendvel, segundo o prprio Fairclough, considerar como descrio os casos em que mais se destaquem os aspectos formais do texto. Realando-se mais os processos produtivos e interpretativos, h de ter-se em conta a anlise da prtica discursiva, embora se envolvam, tambm, os aspectos formais do texto.

2.6. Contexto Contexto a situao histrico-social de um texto, envolvendo no somente as instituies humanas, como ainda outros textos que sejam produzidos em volta e com ele se relacionem. Pode-se dizer que o contexto a moldura de um texto. O contexto envolve elementos tanto da realidade do autor quanto do receptor e a anlise destes elementos ajuda a determinar o sentido. A interpretao de um texto deve, de imediato, saber que h um autor, um sujeito com determinada identidade social e histrica e, a partir disto, situar o discurso como compartilhando desta identidade. Salientando que o texto s receber esta nomenclatura(texto) se o recptor da mensagem conseguir decifr-la. 2.7. Ordem de Discursos Uma ordem de discursos um conjunto ou srie de tipos de discursos, definido socialmente (Foucault) ou temporalmente (Fairclough), a partir de uma origem comum. So os discursos produzidos num mesmo contexto de uma instituio ou comunidade, para circulao interna ou externa e que interagem no apenas entre eles, mas tambm com textos de outras ordens discursivas (intertextualidade). Sua importncia para a Anlise do Discurso est em contextualizar os discursos como elementos relacionados em redes sociais e determinados socialmente por regras e rituais, bem como modificveis na medida em que lidam permanentemente com outros textos que chegam ao emissor e o influenciam na produo de seus prprios discursos. 2.8. Universo de Concorrncias O universo de concorrncias ou mercado simblico o espao de interao discursiva no qual discursos de diferentes emissores se dirigem ao mesmo pblico receptor: por exemplo, diferentes marcas de cerveja apelando ao mesmo segmento de mercado (homens entre 20-45 anos, classes A/B, solteiros). A concorrncia ocorre quando cada um destes discursos tenta "ganhar" o receptor, "anulando" os demais ou desarticulando seus argumentos ou credibilidade em seu prprio favor. O modo de interpelar o receptor definir as caractersticas do seu discurso (posicionamento competitivo) e determinar seu xito ou insucesso. 2.9. Dificuldades da Contextualizao A contextualizao de um discurso dificultada por, fundamentalmente, trs itens: a relao de causalidade entre caractersticas de um texto e a sociedade no entre dois elementos distintos A -> B, um causa e outro conseqncia, mas dialtica, ou seja, a continncia de um pelo outro uma relao contraditria. pelo mesmo raciocnio, os discursos (esfera da superestrutura) no sofrem apenas os determinantes econmicos (esfera da infraestrutura), mas tambm culturais, sexuais, etrios etc.. o no-imediatismo da passagem da anlise semiolgica para a interpretao semntica, ou seja: no basta demarcar e classificar as palavras para imediatamente interpretar seus significados. preciso considerar o mximo possvel de variveis presentes no contexto.2.10. Quadro 01 Anlise do texto ELEMENTOS DE ANLISE TPICOS OBJETIVOS

Controle interacional Estrutura textual

Geral

Descrever as caractersticas organizacionais gerais, o funcionamento e o controle das interaes. Determinar quais as estratgias de polidez so mais utilizadas na amostra e o que isso sugere sobre as relaes sociais entre os participantes. Reunir as caractersticas que contribuem para a construo do eu ou de identidades sociais. Mostrar de que forma as oraes e os perodos esto interligados no

Polidez

Ethos Coeso Geral

texto. Trabalhar com a transitividade (funo ideacional da linguagem), tema (funo textual da linguagem) e modalidade (funo interpessoal da linguagem).

Gramtica

Geral

Verificar se tipos de processo [ao, evento...] e participantes esto Transitivi- favorecidos no texto, que escolhas de voz so feitas (ativa ou passiva) dade e quo significante a nominalizao dos processos (Fairclough, 2001: 287.) Tema Observar se existe um padro discernvel na estrutura do tema do texto para as escolhas temticas das oraes. Determinar padres por meio da modalidade, quanto ao grau de afinidade expressa com proposies.

Modalidade

Vocabulrio

Enfatizar as palavras-chave que apresentam significado cultural, as Significado palavras com significado varivel e mutvel, o significado potencial de de palavras uma palavra, enfim, como elas funcionam como um modo de hegemonia e um foco de luta. Contrastar as formas de lexicalizao dos sentidos com as formas de Criao lexicalizao desses mesmos sentidos em outros tipos de textos e de palavras verificar a perspectiva interpretativa por trs dessa lexicalizao. Caracterizar as metforas utilizadas em contraste com metforas usadas para sentidos semelhantes em outro lugar, verificar que fatores (cultural, ideolgico, histrico etc) determinam a escolha dessa metfora. Verificar tambm o efeito das metforas sobre o pensamento e a prtica.Fonte FAIRCLOUGH, 2001.

Metfora

2.11. Quadro 02 Anlise da prtica discursiva PRTICAS DISCURSIVAS TPICOS OBJETIVOS

Produo do texto

Interdiscursividade

Especificar os tipos de discurso que esto na amostra discursiva sob anlise, e de que forma isso feito. a amostra discursiva relativamente convencional nas suas propriedades interdiscursivas ou relativamente inovadora? (Fairclough, 2001: 283).

Intertextualidade Especificar o que outros textos esto delineando na constituio do

texto da amostra, e como isso acontece. manifesta Como ocorre a representao discursiva: direta ou indireta? O discurso representado est demarcado claramente? O que est representado: contexto, estilo ou significado ideacional? Como as pressuposies esto sugeridas no texto? Especificar a distribuio de uma amostra discursiva atravs da descrio das sries de textos nas quais ou das quais transformada. (Quais os tipos de transformaes, quais as audincias antecipadas pelo produtor?). Considerar as implicaes interpretativas das particularidades intertextuais e interdiscursivas da amostra. Como os textos so interpretados e quanto de trabalho inferencial requerido. Especificar as prticas sociais de produo e consumo do texto, ligadas ao tipo de discurso que a amostra representa. Condies da prtica discursiva Geral A produo coletiva ou individual? H diferentes estgios de produo? As pessoas do animador, autor e principal so as mesmas ou diferentes? (Fairclough, 2001: 285).Fonte Fairclough, 2001. 2.12. Quadro 03 Anlise da prtica social ELEMENTOS DE ANLISE OBJETIVOS

Distribuio do texto

Cadeias intertextuais

Consumo do texto

Coerncia

Matriz social do discurso

Especificar as relaes e as estruturas sociais e hegemnicas que constituem a matriz dessa instncia particular da prtica social e discursiva; como essa instncia aparece em relao a essas estruturas e relaes [...]; e que efeitos ela traz, em termos de sua representao ou transformao? (Fairclough, 2001: 289-290). Explicitar o relacionamento da instncia da prtica social e discursiva com as ordens de discurso que ela descreve e os efeitos de reproduo e transformao das ordens de discurso para as quais colaborou.

Ordens do discurso Efeitos ideolgicos e polticos do discurso

Focalizar os seguintes efeitos ideolgicos e hegemnicos particulares: sistemas de conhecimento e crena, relaes sociais, identidades sociais (eu).Fonte FAIRCLOUGH, 2001.