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i ESTUDO DE UMA NOVA TÉCNICA DE MEDIDA DO TEMPO DE PERCURSO DA ONDA ULTRA-SÔNICA USANDO O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA Allan Xavier dos Santos DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA NUCLEARES DO INSTITUTO DE ENGENHARIA NUCLEAR DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR ÊNFASE PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE REATORES. Orientadores: Prof. Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt (PPGIEN/CNEN) RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL ABRIL DE 2010

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ESTUDO DE UMA NOVA TÉCNICA DE MEDIDA DO TEMPO DE PERCURSO DA

ONDA ULTRA-SÔNICA USANDO O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA

Allan Xavier dos Santos

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

NUCLEARES DO INSTITUTO DE ENGENHARIA

NUCLEAR DA COMISSÃO NACIONAL DE

ENERGIA NUCLEAR COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO

DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM

ENGENHARIA NUCLEAR – ÊNFASE

PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE

REATORES.

Orientadores: Prof. Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt (PPGIEN/CNEN)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

ABRIL DE 2010

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SANT Santos, Allan Xavier dos. Estudo de uma nova técnica de medida do tempo de percurso da onda

ultra-sônica usando o espectro de freqüência / Allan Xavier dos Santos – Rio de Janeiro: CNEN/IEN, 2010.

84f. Orientadores: Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Reatores) – Instituto de Engenharia Nuclear, PPGIEN, 2010.

1. Técnicas proposta. 2. Ultra-som. 3. Transformada de Fourier. 4. Domínio da freqüência

CDD CDU

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ESTUDO DE UMA NOVA TÉCNICA DE MEDIDA DO TEMPO DE PERCURSO DA ONDA ULTRA-SÔNICA USANDO O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA

Allan Xavier dos Santos

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA NUCLEARES DO INSTITUTO DE ENGENHARIA NUCLEAR DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR – ÊNFASE PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE REATORES. Aprovada por:

__________________________________________________________

Prof.: Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt, D. Sc. (Orientador)

__________________________________________________________

Prof.: Paulo Victor Rodrigues de Carvalho, D. Sc. (PPGIEN/CNEN)

__________________________________________________________ Dr. Carlos Alfredo Lamy, D. Sc.

(IEN/CNEN)

_________________________________________________________ Prof.: Maurício Saldanha Motta, D. Sc.

(CEFET-RJ)

Rio de Janeiro, RJ - Brasil Abril de 2010

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família (Sandra, Arlette, José, Alessandra e Alex) por todo o

carinho, apoio e amor presentes em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis. A

minha namorada Alessandra por todo Amor, compreensão e auxílio com o trabalho e por estar

comigo pelos 7 ótimos anos.

Agradeço a Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt pela dedicada orientação, suporte

e principalmente pela confiança depositada, o que me motivou a superar todas as dificuldades,

e agradeço também por todas as conversas, conselhos e orientações.

A Carlos Alfredo Lamy por acompanhar de perto o andamento deste trabalho com

sugestões e explicações essenciais. Aos funcionários do IEN em especial ao Marcos Santana

por te me ajudado e com trabalho e pelo curso que você ministrou tão bem.

Aos amigos de turma e a todos os professores do Programa de Pós-graduação do

Instituto de Engenharia Nuclear, por todos os ensinamentos e pela enorme dedicação. Aos

meus amigos mais próximos por toda a amizade, companheirismo e auxílio nos momentos de

dificuldades, principalmente André Aguiar, Douglas Baroni, Raphael Duarte, Fabrício

Caseiro, Carlos Eduardo, Vinicius Martins, Altivo e Rafael Araujo.

Agradeço a família Donato (Gilberto, Carmen e Arthur) por te me acolhido, me

apoiado nos momentos difíceis.

Aos professores da engenharia da UERJ Frederico e Alexandre que mesmo sem saber

contribuíram de forma significativa para o término deste trabalho.

Minha profunda gratidão a todos que de alguma forma colaboraram para a realização

deste trabalho.

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As leis da Natureza nada mais são que pensamentos matemáticos de Deus

(Johannes Kepler)

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Resumo da Dissertação apresentada ao IEN/CNEN como parte dos requisitos necessários para

a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

ESTUDO DE UMA NOVA TÉCNICA DE MEDIDA DO TEMPO DE PERCURSO DA

ONDA ULTRA-SÔNICA USANDO O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA

Allan Xavier dos Santos

Maio/2010

Orientador: Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt

Programa: Engenharia Nuclear

Durante a operação de uma usina nuclear, assim como de outras plantas industriais, o

tempo de operação e a exposição a condições severas podem ocasionar o desgaste de seus

componentes, consequentemente comprometendo a segurança e o desempenho da instalação.

Desta forma, inspeções periódicas tornam-se necessárias para assegurar a segurança e o

desempenho da planta.

Assim, a utilização de técnicas ultra-sônicas para inspeção e caracterização de

materiais vem se tornando cada vez mais atrativas, pois oferecem resultados rápidos, precisos

e são técnicas de fácil implementação. As técnicas ultra-sônicas usuais, necessitam da medida

do tempo de percurso da onda ultra-sônica no material analisado para que se possa extrair

informação para caracterizá-lo.

Assim, a medida do tempo de percurso da onda ultra-sônica é o fator principal

na maioria das aplicações que se faz do ultra-som.

Neste trabalho, foi desenvolvida uma técnica que permite a medida do tempo de

percurso da onda ultra-sônica utilizando a Transformada Rápida de Fourier (FFT).

Será mostrado matematicamente e experimentalmente, que é possível utilizar o sinal

ultra-sônico no domínio da freqüência para determinar o tempo de percurso da onda ultra-

sônica. Para a comprovação experimental foram realizados 6 experimentos para validação

desta nova técnica. Os materiais utilizados foram 20 pastilhas cerâmica com diferentes

porosidades e 3 chapas de alumínio de diferentes espessuras.

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Os resultados obtidos mostraram que a técnica proposta neste trabalho foi capaz de

determinar o tempo de percurso da onda ultra-sônica com mesmo grau de precisão que a

técnica convencional de medida de tempo. Além disso, foi mostrado que essa nova técnica é

capaz de medir o tempo de percurso da onda ultra-sônica em situações em que a técnica

convencional não pode ser aplicada, possibilitando uma abrangência ainda maior dos ensaios

e inspeções por ultra-som.

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Abstract of Dissertation presented to IEN/CNEN as a partial fulfillment of the requirements

for the degree of Master of Science (M.Sc.)

STUDY OF A NEW TECHNIQUE OF MEASURE OF THE TIME OF DISTANCE OF THE

ULTRASONIC WAVE USING THE SPECTER OF FREQUENCY

Allan Xavier dos Santos

April/2010

Advisor: Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt

Program: Nuclear Engineering

During the operation of a nuclear plant and other industrial plants, the operational time

and the exposition to severe working conditions may cause the wear of its components,

consequently, compromising the safety and the performance of the installation. The

implementation of periodical inspections helps to ensure the safe operation and the best

performance of the plant.

In this way the use of ultrasonic techniques for inspection and materials

characterization becomes more and more attractive, since they offer quick, precise results and

are technically ease to implement. The usual ultrasonic techniques, need to the measure the

travelling time of the ultrasonic wave in the material examined in order to extract information

useful to characterize it. Thus, the measurement of the travelling time of the ultrasonic wave

is the overriding factor in most of the applications made with ultrasound.

In this work a new technique was developed for measuring the travelling time of the

ultrasonic wave using a Fourier’s Fast Transformer (FFT).

It will be shown mathematically and experimentally that it is possible to use the

ultrasonic signal in the frequency domain to determine the travelling time of the ultrasonic

wave. Five experiments were carried out for the experimental validation of this new

technique. The materials used were 20 ceramic pastilles with different porosities and 3

aluminum plates of different thicknesses.

The obtained results have shown that the new technique proposed in this work was

able to determine the travelling time of the ultrasonic wave with the same precision as the

conventional technique. It was shown, furthermore, that this new technique is able to measure

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the travelling time of the ultrasonic wave in situations where the conventional technique

cannot be applied greatly expanding the range of application of ultrasonic testing and

inspections.

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SUMÁRIO

1. Introdução 1

2. Revisão Bibliográfica 4

2.1. Ultra–Som 4

2.1.1. Princípios físicos do ultra-som 5

2.1.1.1. Ondas longitudinais 7

2.1.1.2. Ondas Transversais 8

2.1.1.3. Velocidade do Som 8

2.2. Transdutores 11

2.3. Processamento de Sinais Digitais 11

2.3.1. Série de Fourier 12

2.3.1.1. Série de Fourier na forma exponencial 13

2.3.2. Transformada de Fourier 15

2.3.3. DFT 17

2.3.3.1. Notação e Formato da DFT 20

2.3.3.2. Funções base 21

2.3.4. FFT (transformada rápida de Fourier) 21

2.3.4.1. Como funciona a FFT 23

3. Metodologia da pesquisa 27

3.1. Ultra – som no domínio do tempo 27

3.2. Ultra – som no domínio da freqüência 30

3.2.1. Determinação do delta f 35

4. Materiais e Experimentos 41

4.1. Generalizações 41

4.2. Materiais 42

4.3. Equipamentos e Métodos 44

4.4. Procedimentos experimentais 48

4.4.1. Primeiro Experimento 48

4.4.2. Segundo Experimento 49

4.4.3. Terceiro Experimento 51

4.4.4. Quarto Experimento 52

4.4.5. Quinto Experimento 54

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xi

5. Resultados e discussão 59

5.1. Primeiro experimento 59

5.2. Segundo experimento 66

5.3. Terceiro experimento 74

5.4. Quarto experimento 79

5.5. Quinto experimento 81

6. Conclusão 83

7. Referência Bibliográfica 84

Anexo 1 88

Anexo 2 94

Anexo 3 98

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Espectro de freqüências sonoras[5] 5 Figura 2: Propagação da onda longitudinal[6] 7 Figura 3: Propagação da onda transversal[6] 8 Figura 4: Transdutor [8] 11 Figura 5: Espectro da transformada de Fourier no tempo (esquerda) e

freqüência (direita)[14]

17

Figura 6 : Espectro da série de Fourier no tempo (esquerda) e

freqüência (direita)[14]

18

Figura 7 : Espectro da transformada de Fourier de tempo discreto no

tempo (esquerda) e freqüência (direita)[14]

18

Figura 8 : Espectro da transformada discreta de Fourier no tempo

(esquerda) e freqüência (direita)[14]

19

Figura 9 : Decomposição do sinal[11] 19 Figura 10 : JW Tukey e JW Cooley redescobridores da FFT 21 Figura 11 : Custo computacional de N adições complexas [11] 22 Figura 12 : Decomposição do sinal com 16 pontos [12] 23 Figura 13 : Inversão de bits [12] 24 Figura 14 : Ganho computacional utilizando a FFT [11] 25

Figura 15 : Sinal adquirido pela técnica de pulso-eco no domínio do tempo com um transdutor de 5MHz em um metal com a espessura de 10mm [3].

26

Figura 16 : Sinal ultra-sônico atenuado da pastilha de alumina com 37,30 %de porosidade (a) e 36,80 % (b) [19]

27

Figura 17 Sinal ultra-sônico empacotado da pastilha E2.5 (a) e sinal ultra-sônico empacotado da chapa de alumínio A

28

Figura18 : Sinal no domínio do tempo da pastilha B2.3 (a) e sinal no

domínio da freqüência (b)

30

Figura 19 : Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha E2.3 (a)

e no domínio da freqüência (b)

31

Figura 20: Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha A1.5 (a) e sinal ultra-sônico no domínio da freqüência (b)

32

Figura 21 : Sinal no domínio do tempo utilizando transdutor de onda transversal da pastilha C2.4 (a) e sinal no domínio da freqüência (b)

33

Figura 22 : Determinação dos �f do sinal no domínio da freqüência da

pastilha C2.4

33

Figura 24: Sinal no domínio do tempo da pastilha C2.5 37 Figura 25 : Sinal no domínio da freqüência da pastilha C2.5 38 Figura 26 : Pico 1 e 2 da pastilha C2.5 em destaque 38 Figura 27: Dados divididos do sinal ultra-sônico destacados 39

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xiii

Figura 28: Pico 1 do sinal ultra-sônicos da pastilha C2.5 (a); pico 2(b) 39 Figura 29: Pastilha cerâmica quadrada, a base de alumina 41 Figura 30 : Osciloscópio e gerador de sinais ultra – sônicos 43 Figura 31 : Captura do sinal ultra-sônico com o programa waverstar 44 Figura 32 : Transdutores ultra-sônicos utilizados nos experimentos 44 Figura 33 : Tela do programa Chronos 46 Figura 34 : Determinação do delta de freqüência 46 Figura 35: Sinal no domínio do tempo da pastilha B2.3 (a) e sinal no

domínio da freqüência (b)

48

Figura 37: Sinal no domínio do tempo com o pulso inicial da pastilha

D1.5 (a) e sem o pulso inicial (b)

49

Figura 38 : Sinal no domínio da freqüência da pastilha D1.5 tomando como base o sinal completo (a) e sinal no domínio da freqüência da pastilha D1.5 tomando como base o sinal sem o pulso inicial

49

Figura 39: Técnica por contato utilizando o transdutor de onda transversal

50

Figura 40 : Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha E1.5

utilizando o transdutor de onda transversal (a) e sinal ultra-

sônico no domínio da freqüência(b)

51

Figura 41 : Chapa de alumínio 52 Figura 42: Chapas de alumínio 52 Figura 43: Chapa alumínio de 2,47mm (a) e o sinal ultra-sônico no

domínio do tempo da chapa de alumínio de 2,47mm 53

Figura 44: Tanque de imersão 54 Figura 45: Trilho do tanque de imersão 55 Figura 46: Braço mecânico 55 Figura 47: Suporte para as chapa 56 Figura 48: Sinal ultra-sônico da chapa de alumínio 56 Figura 49: Sinal ultra-sônico da chapa B no domínio do tempo no

tanque de imersão

56

Figura 50: Vista expandida do tanque de imersão 57 Figura 51: Sinal das pastilhas A1.5 (a), E2.3 (b) e E2.5, que receberam

** 60

Figura 52: Velocidade X porosidade com ajuste linear 61 Figura 53: Medida manual usando os cursores do osciloscópio 62 Figura 54: Comparação das duas técnicas (experimento 1)

64

Figura 55: Comparação das duas técnicas (experimento 2)

69

Figura 56: Sinal no domínio do tempo da pastilha C1.1 (a); sinal no

domínio da freqüência com o pulso inicial (b) e sem o pulso

inicial (c)

73

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xiv

Figura 57: Comparação das velocidades no experimento 4 76

Figura 58: a1(sinal no domínio do tempo da chapa A), a2 (sinal no domínio da freqüência da chapa A), b1(sinal no domínio do tempo da chapa A), b2 (sinal no domínio da freqüência da chapa B), c1 (sinal no domínio do tempo da chapa A) e c2 (sinal no domínio da freqüência da chapa C).

79

Figura 59: Sinal da chapa B usando o método por imersão no domínio

do tempo (a); sinal no domínio da freqüência (b)

80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : propriedades acústicas dos materiais [5] 10 Tabela 2 : Pastilhas cerâmicas quadradas 41 Tabela 3: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo A 58 Tabela 4: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo B 57 Tabela 5: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo C 57 Tabela 6: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo D 57 Tabela 7: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo E 57 Tabela 8: Valores estimados da velocidade ultra-sônica no domínio do

tempo 62

Tabela 9: Valores das velocidades ultra-sônicas do grupo E 62 Tabela 10: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A 63 Tabela 11: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B 63 Tabela 12: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C

63

Tabela 13: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D 63 Tabela 14: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E 64 Tabela 15: Diferenças referentes ao grupo A

65

Tabela 16: Diferenças referentes ao grupo B 65 Tabela 17: Diferenças referentes ao grupo C 65 Tabela 18: Diferenças referentes ao grupo D

65

Tabela 19: Diferenças referentes ao grupo E 66 Tabela 20: Comparação das velocidades com o cursor e com a técnica

proposta

66

Tabela 21: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A 67 Tabela 22: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B 67 Tabela 23: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C 67

Tabela 24: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D 68 Tabela 25: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E 68 Tabela 26: Valores das pastilhas E2.3 e E2.5 encontrados no experimento 1 68 Tabela 27: Velocidades ultra-sônica no domínio da freqüência das pastilhas

E2.3 e E2.5

68

Tabela 28: Diferenças referentes ao grupo A 69 Tabela 29: Diferenças referentes ao grupo B 70 Tabela 30: Diferenças referentes ao grupo C 70 Tabela 31: Diferenças referentes ao grupo D 70 Tabela 32: Diferenças referentes ao grupo E 70

Tabela 33: Comparação da velocidade ultra-sônica com o cursor e

a técnica proposta

71

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xvi

Tabela 34: Comparação dos erros nos experimentos 1 e 2 72 Tabela 36: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo A 73

Tabela 37: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo B 74 Tabela 38: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo C 74

Tabela 39: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo D 74 Tabela 40: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo E 74

Tabela 41: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A 75

Tabela 42: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B 75

Tabela 43: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C 75 Tabela 44: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D 76

Tabela 45: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E 76

Tabela 46: Diferenças referentes ao grupo A 77 Tabela 47: Diferenças referentes ao grupo B 77

Tabela 48: Diferenças referentes ao grupo C 77

Tabela 49: Diferenças referentes ao grupo D 77 Tabela 50: Diferenças referentes ao grupo E 78 Tabela 51: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica proposta. 80

Tabela 52: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica convencional.

81

Tabela 53: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica proposta 81

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1

1. Introdução

Na operação de uma usina nuclear como a do tipo PWR, com o passar do tempo

de operação e a exposição a condições severas, podem ocorrer desgaste dos materiais

que compõem a central nuclear, com isso comprometendo sua segurança, seu

desempenho e também reduzindo o tempo de vida útil estabelecido no projeto de

construção da usina [1][2].

Tais problemas são devido à radiação e a enormes variações de temperatura e

pressão normalmente quando a usina nuclear está em operação. Tais variações

acarretam corrosão tanto localizada quanto geral, erosão, fragilidade decorrente a

variação de calor ou por radiação, ruptura causada pela radiação neutrônica e fadigas [1]

[2].

Então existe uma enorme importância em conhecer as alterações, detectar e

dimensionar possíveis desgastes dos materiais utilizados na usina nuclear, como o

gerador de vapor que feito de aços ferrítico, inox, austenítico e aço carbono que são

sujeitos a fragilidade térmica e a corrosão [3][4].

Uma forma de inspecionar tais defeitos para que não acarretem mais danos à

estrutura dos materiais são os ensaios por ultra-som. É uma técnica não destrutiva

utilizada para detecção de defeitos internos dos materiais, para medir espessura,

resistência mecânica, conhecer as condições de tensão dos materiais e detecção de

corrosão [5] [6].

Por isso, o ensaio não- destrutivo por ultra-som, vem como uma boa alternativa

para avaliação das características citadas acima. Esta avaliação é realizada emitindo

uma onda ultra-sônica no material analisado o retorno desta onda, após interagir com o

meio, traz informações que podem ser utilizadas para a detecção e dimensionamento de

possíveis desgastes. Tal detecção e dimensionamento são feitos com o cálculo da

velocidade de propagação da onda ultra-sônica no material analisado. O cálculo da

velocidade ultra-sônica é feito medindo o intervalo do tempo de percurso da onda no

meio (distância entre dois ecos consecutivos) [6][7].

Em alguns casos, quando o material possui uma velocidade de propagação muito

alta, os intervalos de tempo ficam tão próximos que ocasionam uma dificuldade na

determinação deste intervalo de tempo, tornando assim o ensaio muito difícil de ser

realizado. Outro problema é quando a onda emitida no material é muito atenuada,

dificultando a obtenção do segundo eco, não permitindo a determinação do tempo de

percurso da onda ultra-sônica. Estas são condições que dificultam este tipo de análise.

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2

Por estes motivos o Laboratório de Ultra-som do Instituto de Engenharia

Nuclear (LABUS/IEN) tem desenvolvido diversos trabalhos utilizando técnicas ultra-

sônicas não-convencionais para contornar estes problemas e assegurar as especificações

técnicas dos materiais, do ponto de vista tanto de propriedades físicas como mecânicas e

metalúrgicas.

A técnica proposta neste trabalho é uma forma alternativa de medir o tempo de

percurso da onda ultra-sônica mesmo quando o intervalo de tempo não pode ser

determinado utilizando o método de análise convencional (distância entre dois ecos

consecutivos). Isso é possível porque a forma de visualizar o sinal ultra-sônico será

alterada, deixando de ser no tempo para freqüência utilizando uma transformada rápida

de Fourier (FFT).

Este trabalho tem como objetivo determinar uma forma de medir a velocidade

ultra-sônica a partir do sinal no domínio da freqüência. Com a velocidade ultra-sônica

pode-se determinar a propriedade elástica e também identificar mudanças na micro-

estrutura dos materiais. Tais fatores podem ser utilizados nos ensaios por ultra-som para

determinar o envelhecimento dos componentes utilizados em uma usina nuclear típica.

A determinação da velocidade ultra-sônica no domínio da freqüência é feita

utilizando os intervalos entre os picos de freqüência do sinal, como será descrito no

decorrer deste trabalho. A FFT transforma o sinal ultra-sônico, no domínio do tempo,

em projeções em forma de impulso, no domínio da freqüência, e com isso permite uma

visualização nítida dos intervalos de freqüência. Desta forma contornando as

dificuldades de calcular o tempo de percurso da onda ultra-sônica que ocorrem com a

técnica convencional.

Para a validação da técnica proposta foram elaborados seis experimentos que

consistem em compará-la (técnica proposta) com a técnica convencional. Estes

experimentos abrangem situações em que a técnica convencional não permitiu medir o

tempo de percurso da onda ultra-sônica. Para os experimentos foram utilizados os

métodos por contato com os transdutores de ondas longitudinais e transversais e o

método por imersão.

Os materiais utilizados neste trabalho para a validação da técnica foram: 20

pastilhas cerâmicas a base de alumina - com porosidade que variam entre 5,54% a

39,8% - três chapas de alumínio com diferentes espessuras.

Este trabalho foi dividido em 5 etapas, que são :

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3

1) Revisão Bibliográfica – Fornece uma visão geral de todas as

ferramentas teóricas necessárias para o entendimento do trabalho,

como os princípios básicos do ultra-som, tipos de velocidades ultra-

sônicas, transdutores, uma breve revisão de processamento de sinais

digitais, transformadas de Fourier que é o alicerce de toda teoria

matemática utilizada no trabalho, DFT que é a transformada de Fourier

que pode ser calculada por um computador e o algoritmo da FFT para

realização dos cálculos da DFT centenas de vezes mais rápido.

2) Técnica Proposta – Consiste na fundamentação teórica para a técnica

ultra-sônica de medida do tempo de percurso pelo domínio da

freqüência (técnica proposta).

3) Materiais e experimentos - Nessa parte são descritos os materiais

utilizados no trabalho como também a forma que os sinais são

adquiridos.

4) Resultados e discussões – Neste tópico são apresentados todos os

resultados adquiridos no experimento e assim uma análise será feita

para que possa ser avaliado se a técnica propriamente descrita nos itens

anteriores esta pronta a ser utilizada como mais uma ferramenta a

auxiliar o grupo de pesquisa.

5) Conclusão – Trata-se da parte final deste trabalho onde nela serão

realizadas ponderações finais sobre o trabalho.

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4

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Ultra–Som

O ensaio por ultra-som é um método não destrutivo, que se baseia na porção do espectro

acústico de alta freqüência; as freqüências audíveis pelos seres humanos estão entre 20Hz até

20kHz.

As ondas ultra-sônicas são ondas mecânicas que são originadas pela deformação de uma

região de um meio elástico e que, para se propagarem, necessitam de um meio material. Por

isso as ondas mecânicas não se propagam no vácuo.

Tradicionalmente no ensaio de ultra-som, um emissor induz ondas ultra-sônicas que se

propagam através do material a ser analisado. Pelo eco captado no receptor, determina-se a

existência ou não de descontinuidades. O ensaio de ultra-som é um dos principais métodos de

ensaio não destrutivos aplicados na indústria, porque permite inspecionar todo volume da peça

[6].

Vantagens dos ensaios por ultra – som:

Quando comparado aos outros ensaios não destrutivos, o ensaio por ultra-som possui as

seguintes vantagens: [5]

� Grande poder de penetração, o qual permite a detecção de descontinuidades em grandes

profundidades. O ensaio ultra-sônico é feito rotineiramente em espessuras de centenas

de milímetros em diversos tipos de peças e podem-se inspecionar eixos forjados com

comprimentos em torno de cinco metros;

� Alta sensibilidade, permitindo a detecção de descontinuidades na ordem de 0,5mm ou

menores;

� Precisão maior que a dos outros ensaios não destrutivos na determinação da posição de

descontinuidade interna, estimando o seu tamanho e caracterizando sua orientação,

forma e natureza;

� Somente é necessário o acesso a uma superfície;

� O equipamento opera eletronicamente, fornecendo indicação instantânea das

descontinuidades; isto possibilita a interpretação imediata, automação, rápida varredura,

monitoração on-line da produção e controle do processo. Em muitos sistemas pode ser

obtido um registro permanente para análise futura;

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5

� Varredura volumétrica da peça, possibilitando a inspeção desde uma superfície até a

superfície oposta.

� Não gera efeitos prejudiciais ao operador ou as pessoas próximas, nem aos materiais e

equipamentos;

� Portabilidade

A técnica de ultra-som com ensaios não destrutivos consiste em fazer com que uma onda

ultra-sônica emitida por transdutor, percorra o material a ser ensaiado, efetuando a análise dos

ecos recebidos, pelo mesmo transdutor ou por outro. O transdutor, também é chamado de

cabeçote.

2.1.1. Princípios físicos do ultra-som

Características das ondas ultra-sônicas

As ondas ultra-sônicas consistem nas oscilações de partículas atômicas ou

moleculares de uma substância, em sua posição de equilíbrio. Elas se propagam da

mesma maneira que as ondas audíveis se propagam em meios elásticos, mas nunca no

vácuo. (conforme a figura 1)

Figura 1: Espectro de freqüências sonoras[5]

Os feixes da onda ultra-sônica com uma velocidade (V) característica num meio

homogêneo podem ser refletidos e refratados quando passam por meios diferentes.

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6

As ondas ultra-sônicas se propagam nos meios elásticos. Quando as partículas

atômicas ou moleculares são removidas de suas posições de equilíbrio por quaisquer

forças externas; tensões internas agem para recolocar as partículas em suas posições

originais. Em razões das forças interatômicas existentes entre partículas adjacentes; o

deslocamento de uma partícula induz a um deslocamento de partículas vizinhas e assim

por diante, propagando desta maneira uma onda elástica. O deslocamento real da

matéria que ocorre nas ondas ultra-sônicas é ínfimo. Contudo sabemos que o tempo

gasto para o ponto vibrar de uma vibração completa é igual a T ou período. O período

de uma vibração é medida em segundos; o número de vibrações na unidade de tempo

(segundos) chama-se freqüência de uma vibração e é igual ao inverso do período

conforme a fórmula abaixo:

(1)

A amplitude, o modo de vibração e a velocidade das ondas diferem nos sólidos,

líquidos e gases em função da grande diferença na distância média, entre as partículas.

Estas diferenças influenciam as forças de atração entre as partículas e o comprimento

elástico dos materiais. [8]

Os conceitos acima como comprimento de onda, freqüência, amplitude e

velocidade tem como relação à fórmula abaixo:

(2)

Sendo:

V = velocidade;

f = freqüência;

� = comprimento de ondas;

O modo como se deslocam as partículas no meio classificam as ondas

longitudinais e ondas transversais (ondas superficiais e ondas de Lamb, as duas últimas

ondas não serão abordadas neste trabalho).

2.1.1.1. Ondas longitudinais

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7

Conhecidas também como ondas de compressão; é o tipo de onda ultra-sônica

mais comumente usada na inspeção de materiais. Propagam-se através do material

como uma série alternada de compressões e rarefações nas quais as partículas vibram na

direção da propagação da onda.

Na figura (2) apresentam uma representação deste tipo de onda.

Figura 2: Propagação da onda longitudinal[6]

O eixo vertical pode representar pressão ou deslocamento da partícula e o eixo

horizontal pode representar o tempo ou distância, uma vez que a velocidade do som em

um determinado material é constante. Esta relação é utilizada nas medidas de

velocidade de ultra-som [5]

As ondas longitudinais se propagam com facilidade em meios líquidos, gasosos

e sólidos. Nos líquidos e gases as ondas longitudinais se propagam conforme as

mudanças nas densidades por causa das colisões entre moléculas com as adjacentes.

2.1.1.2. Ondas Transversais

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8

As ondas transversais seguem a analogia de uma corda vibrando ritmadamente,

na qual cada partícula ora vibra para cima ora para baixo no plano perpendicular a

direção de propagação. Uma onda transversal está representada na figura 3 que

representa esquematicamente as oscilações das partículas, a frente de onda, a direção de

propagação da onda e o correspondente comprimento de onda. Ao contrário das ondas

longitudinais, a propagação das transversais necessita que as interações entre partículas

vizinhas sejam de natureza forte.

Figura 3: Propagação da onda transversal[6]

A velocidade das ondas transversais são aproximadamente 50% menores que a

velocidade das ondas longitudinais no mesmo meio.

2.1.1.3. Velocidade do Som

A velocidade do som pode ser tratada como uma propriedade macroscópica e ser

usada para determinar a propriedade elástica e também para identificar mudança na

micro-estrutura dos materiais [5].

A velocidade do som está relacionada com o módulo de elasticidade (E) e a

densidade do material [5], [9].

(3)

Também de uma forma mais completa, a velocidade do som pode ser

determinada pela fórmula:

(4)

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9

(5)

Onde:

LV = velocidade da onda longitudinal (m/s);

TV = velocidade da onda transversal (m/s);

E = módulo de elasticidade (kg/ms2);

� = coeficiente de Poisson;

G = módulo de rigidez (kg/ms2);

� = massa especifica (kg/m3);

Como já fora mencionado, a velocidade do som é constante conforme cada

material e também para o tipo de onda independente da freqüência e do comprimento de

onda como mostra a tabela 1:

Tabela 1: Propriedades acústicas dos materiais [5]

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10

Material Peso específico

kg/m3

Velocidade

transversal m/s

Velocidade

longitudinal m/s

Aço carbono 7850 3250 5920

Aço baixa liga 7850 3250 5940

Aço inoxidável

(tipo 304L)

7900 3070 5640

Aço inoxidável

(tipo 410)

7670 2990 5390

Acrílico (perspex) 1180 1430 2730

Água (gelo) 900 1990 3980

Água (20°C) 1000 - 1480

Alumino 2700 3130 6320

Alumino (óxido) 3600 5500 9000

Bismuto 9800 1100 2180

Bronze 8100 2120 4430

Cádmio 8600 1500 2780

Chumbo 11400 700 2160

Cobre 8900 2250 4700

Concreto 2000 - 4600

Ferro fundido 6900 2200 5300

Ferro fundido

cinzento

7200 2650 4600

Glicerina 1300 - 1920

Inconel 8500 3020 5820

Magnésio 1700 3050 5770

Molibdênio 10200 3350 6250

Níquel 8800 2960 5630

Nylon 1100 1080 2620

Óleo automotivo 870 - 1740

2.2. Transdutores

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11

As ondas ultra-sônicas são geradas por transdutores ultra-sônicos. De um modo

geral, um transdutor [figura 4] é um dispositivo que converte um tipo de energia em

outro tipo. Os transdutores ultra-sônicos convertem energia elétrica em energia

mecânica e vice-versa. Esses transdutores utilizam materiais piezoelétricos que

apresentam um fenômeno chamado efeito piezoelétrico.

Figura 4: Transdutor [8]

O efeito piezelétrico é a designação que recebeu o fenômeno que ocorre com os

cristais anisotrópicos, nos quais se desenvolvem cargas elétricas quando submetidos a

deformações mecânicas. Este fenômeno manifesta-se da seguinte forma: aplicando-se

cargas mecânicas nas duas faces opostas de uma lâmina de cristal de quartzo, ocorre a

formação de cargas elétricas de polaridades contrárias nessas faces, isto é, em uma das

faces formam-se cargas positivas e na outras cargas negativas. Experiências diversas

mostraram que as cargas elétricas desenvolvidas na lâmina de cristal são proporcionais

às cargas mecânicas aplicadas.

Podem-se produzir vibrações mecânicas desde alguns ciclos por segundo

(Hertz) até cerca de 25.000.000 (25 MHz) de ciclos por segundo (na maioria das

aplicações).

2.3. Processamento de Sinais Digitais

O processamento de sinais digitais consiste no método de analisar sinais do

mundo real (representados por uma seqüência de números) usando ferramentas

matemáticas, podendo assim realizar transformações ou extrair informações desses

sinais [10].

Graças aos grandes avanços em processamento de sinais, tais como o de Cooley

e Tukey que escreveram um algoritmo rápido para o cálculo da DFT e com isso, vastas

aplicações surgiram como em telefonia celular, entretenimento (DVD), reconhecimento

de voz, caracterização da onda ultra – sônica e etc.

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12

Entretanto, nem a natureza nem os seres humanos utilizam sinais digitais para se

comunicarem no dia a dia. O mundo real consiste numa infinidade de sinais analógicos,

que não são ou não podem ser entendidos em linguagem de máquina. Para que os

computadores, celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos possam trabalhar, é

necessário que haja um processamento desses sinais analógicos na forma digital [11].

Os sinais tais como o sinal ultra - sônico constituem uma importante fonte de

informação. Tradicionalmente estes sinais são investigados através da análise espectral

de Fourier. Esse tipo de análise se aplica apenas aos sinais que podem ser classificados

como estacionários

2.3.1. Série de Fourier

Na matemática, uma série de Fourier é a representação de uma função periódica,

como uma soma de funções periódicas de forma:

,

que são harmônicas de eit. Como a fórmula de Euler, a série de Fourier pode ser

expressa equivalente em termos de funções seno e cosseno.

Então para uma função f: R�R é periódica se existir T�R, T�0, tal que f(t+T) =

f(t) para todo t�R. Onde T � chamado de período da função f [12].

Uma função x(t) periódica com período T pode ser expressa pela série

trigonométrica de Fourier abaixo:

(6)

onde w é chamado de freqüência fundamental e sabendo que

T=1/f=2�/w e wT=2�. (7)

Para provar que a série é periódica com um período da mesma fundamental f,

que independe dos valores das amplitudes ak e bk, basta mostrar que x(t)=x(t+T) a partir

da equação 6 [13].

(8)

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13

(7) em (8) resulta em:

O resultado acima mostra que qualquer combinação de senóide de freqüência 0,

f, 2f, ..., kf é um sinal periódico com período T=1/f independente dos valores das

amplitudes ak e bk das senoídes [13].

Pode-se verificar que alterando os valores de amplitudes ak e bk , constrói –se

vários sinais periódicos com mesmo período T, onde T=1/f.

Os coeficientes ak e bk são chamados de coeficientes da série de Fourier e são

determinados pelas equações abaixo:

2.3.1.1. Série de Fourier na forma exponencial

A série de Fourier trigonométrica pode ser colocada na forma exponencial

complexa usando a igualdade de Euler. Pra isso, utilizam-se os termos senos e cossenos

na forma exponencial isto é:

(10)

Substituindo a equação (10) acima na fórmula trigonométrica (6), se obtém:

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14

(11)

2.3.2. Transformada de Fourier

A transformada de Fourier (FT) tem como base a descoberta que ocorrera por

volta de 1800, pelo matemático francês Jean Baptiste Joseph Fourier, que fornecera uma

vasta gama de pesquisas matemáticas realizadas nos séculos XIX e XX.

O conceito da transformada de Fourier é que uma função arbitrária, mesmo

contendo descontinuidades, poderia ser expressa por uma função analítica. Com essa

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15

afirmação ocorreram muitas constatações por parte dos grandes matemáticos da época,

tais como: Biot, Laplace e Poisson.

Graças às suas pesquisas que terminaram por fornecer o alicerce para muitos

avanços na matemática, ciência e engenharia. A característica da transformada de

Fourier, que a torna uma valiosa ferramenta de análise é a habilidade para decompor

qualquer função periódica, tais como sinais resultantes de sensores que captam

vibrações do cristal do transdutor ou um sinal sonoro complexo, em uma série de

funções de uma base ortonormal, composta por senos e cossenos. Os coeficientes destas

funções da base ortonormal representam a contribuição das componentes de seno e

cosseno do sinal em todas as freqüências. Isso possibilita a análise do sinal em termos

de suas componentes de freqüência [14].

Uma grande desvantagem da transformada de Fourier é quando a função que

rege o sinal não é periódica, pois se torna impossível escrevê – la como combinação

linear de uma família de senos e cossenos harmonicamente relacionados.

A equação (12) permite transformar um sinal no domínio do tempo para o

domínio da freqüência, enquanto a equação (13) transforma um sinal no domínio da

freqüência para o domínio do tempo.

(12)

(13)

Em alguns casos (como o ultra-som) quando o sinal no domínio do tempo for

uma função periódica, a transformada de Fourier pode ser expressa por uma série de

Fourier,

(14)

Onde o coeficiente ak é calculado pela equação abaixo:

(15)

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16

Então a transformada de Fourier da série de Fourier pode ser calculada desta forma:

XT(f)= F{xt(t)}, logo:

(16)

Então resolvendo a equação (16) acima temos,

(17)

Realizando a transformada de x(t) onde x(t)=ej2�ft temos

Colocando o expoente f e f0 em evidência e resolvendo a integral, temos:

Chamando de (-a) e de (a) e resolvendo o termo que esta dentro

do parênteses pela lei dos cossenos obtêm-se:

Como será visto à frente sin(c) = 1. Então a equação acima fica:

Logo,

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17

(18)

Isto significa que a transformada de Fourier de um sinal periódico consiste em

impulsos () localizados nas freqências harmônicas do sinal, sendo que a amplitude de

cada impulso corresponde a coeficientes da série exponencial [12][15].

2.3.3. DFT

A transformada discreta de Fourier (DFT) faz parte da análise de Fourier, que é

uma família de técnicas matemáticas, baseada em decomposição de sinais e em senóides

e cossenóides. A transformada discreta de Fourier é o membro da família que utiliza

sinais digitalizados.

O termo transformada de Fourier pode ser dividido em quatro categorias que

representam resultados em quatro tipos básicos de sinais que podem ser encontrados

quando estudamos os sinais.

O sinal pode ser contínuo ou discreto e por sua vez ser aperiódico ou periódico.

As combinações destes dois elementos geram as quatro categorias da família de análise

de Fourier. Essas variedades de casos constituem a base da definição da transformada

de Fourier.

1°) Sinal contínuo aperiódico – esses sinais se estendem tanto do positivo como

ao negativo infinito, sem se repetir em um padrão periódico. Este tipo de sinal é

chamado de transformada de Fourier (FT).

Figura 5: Espectro da transformada de Fourier no tempo (esquerda) e freqüência

(direita) [14]

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18

2°) Sinal contínuo periódico – o espectro desse sinal se repete com um padrão

regular com infinitos termos que se estende do negativo até o positivo. Este tipo de sinal

é chamado de série de Fourier (FS).

Figura 6: Espectro da série de Fourier no tempo (esquerda) e freqüência (direita)

[14]

3°) Sinal discreto aperiódico – estes sinais são definidos com pontos discretos

entre o infinito positivo até o infinito negativo, mas não se repete com uma forma

periódica. Este tipo de sinal é chamado de transformada de Fourier de tempo discreto

(DTFT).

Figura 7: Espectro da transformada de Fourier de tempo discreto no tempo

(esquerda) e freqüência (direita) [14]

4°) Sinal discreto periódico – o espectro deste sinal é descrito como uma série de

Fourier periódica e com N pontos e cujos termos se associam a exponenciais complexas

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19

de freqüências harmônicas da freqüência fundamental. Este sinal é chamando de

transformada discreta de Fourier (DFT).

Figura 8: Espectro da transformada discreta de Fourier no tempo (esquerda) e

freqüência (direita) [14]

Todas as quatro formas diferentes da transformada se estendem até o infinito, o

que se torna impossível de analisar em um computador, pois ele (o computador)

necessita que os dados estejam com duração finita. Com isso impossibilita o uso da

DTFT, pois são necessárias infinitas senóides e também é necessário que os dados

estejam na forma digital (discretos). Em outras palavras, o computador só pode

trabalhar com informações que sejam discretas e finitas de comprimento [14].

2.3.3.1. Notação e Formato da DFT

Como verificamos na figura 9, a transformada discreta de Fourier altera um sinal

de entrada com N pontos em dois sinais de saída com N/2+1 pontos cada. O sinal de

entrada é o sinal a ser decomposto enquanto os sinais de saída contêm as amplitudes dos

componentes do seno e do cosseno a ser analisadas. O sinal de entrada no nosso caso

esta no domínio do tempo enquanto os sinais de saída estão no domino da freqüência.

Figura 9: Decomposição do sinal [11]

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20

Quando se fala no domínio do tempo em análise de Fourier quer dizer que são

amostras colhidas ao longo de um tempo. O domínio da freqüência é o termo usado para

descrever as amplitudes das ondas seno e cosseno [13].

O domínio da freqüência contém exatamente as mesmas informações que no

domínio do tempo, mas de forma diferente. Então conhecendo um dos domínios

podemos calcular o outro.

Do quarto caso (DFT) é possível verificar que são necessários N pontos no

domínio discreto no tempo n, do que no domínio discreto da freqüência k, para

descrever completamente um período do sinal [11].

As amostras no domínio do tempo são representadas por N pontos variáveis.

Enquanto pode ser qualquer inteiro positivo, normalmente são usados potência de 2.

Existem duas razões para usarmos potencia de 2, a primeira é por causa que o

computador trabalha com base binária e a outra razão é por causa da FFT ( transformada

rápida de Fourier ) que é um algoritmo engenhoso para cálculos da DFT de maneira

centenas de vezes mais rápida. A FFT será abordada mais a frente.

Quanto maior o numero de pontos o sinal tiver, mais discretizado o sinal será e

mais definido se torna o sinal gerado pela transformada discreta de Fourier [16].

2.3.3.2. Funções base

O seno e o cosseno do sinal da DFT são chamados de funções de base DFT. As

funções de base são um conjunto de ondas de senos e cossenos em unidades de

amplitude. Se atribuirmos cada amplitude (domínio da freqüência) para cada seno

adequado ou cosseno (funções base), o resultado é um conjunto de ondas seno e cosseno

que pode ser adicionado para formar o sinal no domínio do tempo [11].

As funções de base são representadas pelas equações:

)N/ki2cos(]i[Ck �� (19)

)N/ki2(sin]i[Sk �� (20)

Onde:

]i[Ck - parte real

]i[Sk - parte imaginária

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21

2.3.4. FFT (transformada rápida de Fourier)

A transformada rápida de Fourier (do inglês Fast Fourier Transform – FFT) é um

algoritmo eficiente para computar a transformada discreta de Fourier [14].

A FFT é de grande importância para uma variedade de aplicações, dentre essas

aplicações podemos citar o processamento de imagens, a resolução de equações

diferenciais parciais, a caracterização de padrões de sinais ultra – sônicos, entre outras

aplicações.

A transformada rápida de Fourier também chamada de algoritmo Cooley –

Tukey. JW Tukey e JW Cooley (figura 10) receberam muitos créditos por descobrirem

a FFT, no momento certo, no inicio da revolução da informática, pois em retrospectiva,

outros matemáticos já tinham descoberto a técnica muitos anos antes que Cooley –

Tukey. Por exemplo, o matemático alemão Karl Friedrich Gauss (1777 – 1855) usou

este método um século antes. Mas este trabalho ficou inviável por falta de ferramentas

para torná – lo prático.

Figura 10: JW Tukey e JW Cooley redescobridores da FFT

O principio básico da FFT é a realização do cálculo de uma dada DFT de

comprimento N, com base em DFTs de comprimento mais curto, através de uma

decomposição da seqüência de entrada que designa de decimação no tempo (decimation

in time DIT) ou da seqüência de saída que designa de decimação na freqüência

(decimation in frequency DIF), tirando proveito das propriedades de simetria e

periodicidade [12].

Para o cálculo direto da DFT é utilizado a equação abaixo:

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22

1N,...,1,0k,W)n(x)k(x1N

0n

knN ��� �

� (21)

Então x(n) e X(K) sendo complexos, conclui – se que o número de operações

aritméticas envolvidas nos cálculos da DFT é:

* multiplicações complexas adiçãoN2çõesreaismultiplicaN4N 222 �

* adição complexas isadiçõesrea)1N(N2)1N(N ���

O que nos leva a concluir que a DFT é proporcional a N2, com isso os cálculos

da DFT se tornam complicados, pois se N for muito grande, o custo computacional se

torna muito grande também conforme podemos verificar na figura 11 abaixo:

Figura 11: Custo computacional de N adições complexas [11]

2.3.4.1. Como funciona a FFT

Para a realização do algoritmo da transformada rápida de Fourier, os sinais no

domínio do tempo são divididos em três passos.

A FFT opera através de decomposições de um ponto N do sinal no domínio do

tempo em N domínios do tempo, onde os sinais de cada uma das decomposições são

compostos por um único ponto. O segundo passo é calcular os espectros de freqüência

N correspondentes a estes sinais do domínio N tempo. Por último, os espectros de N são

sintetizados em um espectro de freqüência única [12].

A figura abaixo ilustra um exemplo do primeiro passo para o cálculo da FFT que

é a decomposição do sinal no domínio do tempo. O sinal em questão possui 16 pontos e

é dividido em quatro fases. Na primeira fase de decomposição o sinal é dividido em

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23

dois, cada parte é composta por 8 pontos, repare que o sinal é separado em partes, uma

só com os pontos pares e uma outra parte só com os pontos ímpares. Na segunda etapa

da decomposição o sinal é novamente dividido em 2 partes, cada parte com 4 pontos

cada (repare que a divisão de pares e ímpares continua). Este processo continua até que

só haja N sinais constituídos por apenas um ponto.

Figura 12: Decomposição do sinal com 16 pontos [12]

O processo de decomposição é na verdade um reordenamento das amostras do

sinal no domínio do tempo. A decomposição sucessiva do sinal corresponde em separar

os dados em índices pares e ímpares (como já foi dito acima); logo após a

decomposição acontece um reordenamento dos dados. Essa reordenação tem a

particularidade de poder exprimir a representação binária da ordem de entrada, por meio

de uma inversão de ordem dos bits. Por exemplo, a amostra 3 (0011) é trocado pela

amostra de número 12 (1100) , da mesma forma que a amostra de número 14 (1110) é

trocada pela amostra de número 7 (0111), o nome dessa inversão é bit – reversal (figura

13)[11],[12]e [17].

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24

Figura 13: Inversão de bits [11]

A etapa seguinte da FFT é encontrar os espectros de freqüência de 1 ponto no

domínio N tempo. O que nos leva a conclusão que o ponto é igual a si próprio (por

causa de reversão de bits), com isso não teremos nada a fazer.

A última etapa é reconstruir o sinal no domínio da freqüência. Para reconstruir o

sinal, basta combinar os espectros de freqüência de N na ordem contraria que a

decomposição do domínio do tempo ocorreu.

Com isso o custo computacional da DFT calculada pelo algoritmo da FFT cai de

N2 para N*log2N, o que representa um ganho computacional de N/log2N, ou seja,

menos cálculos computacionais e com isso gera maior agilidade, como mostra a figura

14.

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25

Figura 14: Ganho computacional utilizando a FFT [17]

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26

3. Técnica Proposta

3.1. Ultra – som no domínio do tempo

As técnicas por ensaios não destrutivos por meio de ultra – som tem sido cada

vez mais aprimoradas em diversas áreas de atuações devido as inúmeras aplicações e

facilidades de implementações, como foi introduzido na seção 2.1.

Na maioria das aplicações industriais o ultra-som é utilizado para detecção e

dimensionamento de descontinuidade, medindo o tempo de percurso da onda ultra –

sônica no material analisado. O tempo de percurso da onda ultra-sônica corresponde ao

intervalo entre dois ecos consecutivos (figura 15). Outra aplicação de uso específico

utilizando ensaio por ultra-som é a caracterização dos materiais cerâmicos usando a

velocidade ultra-sônica medindo o tempo de percurso do pulso sônico, que está

relacionado com a sua porosidade (material cerâmico). Nesse trabalho, o método de

determinação do intervalo de tempo entre dois ecos consecutivos é denominado de

técnica convencional.

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

4,12

E-0

6

4,62

E-0

6

5,12

E-0

6

5,62

E-0

6

6,12

E-0

6

6,62

E-0

6

7,12

E-0

6

7,62

E-0

6

8,12

E-0

6

8,62

E-0

6

9,12

E-0

6

9,62

E-0

6

1,01

E-0

5

1,06

E-0

5

1,11

E-0

5

1,16

E-0

5

1,21

E-0

5

1,26

E-0

5

1,31

E-0

5

1,36

E-0

5

Tempo (s)

A(V

)

Figura 15: Sinal adquirido pela técnica de pulso-eco no domínio do tempo com um

transdutor de 5MHz em um metal com a espessura de 10mm [18].

A determinação da velocidade do sinal ultra-sônico é obtida a partir da relação abaixo:

V = 2S/T (22)

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27

Onde V é a velocidade da onda ultra-sônica; S é a espessura do material

analisado e T é o tempo de percurso que é determinando pela distância entre dois ecos

consecutivos.

Cabe informar que o pulso ultra-sônico emitido pelo cristal do transdutor,

percorre a espessura do material analisado e reflete nas interfaces formadas no fundo do

material e na superfície, sempre ocorrendo de forma contínua, o sinal vai e volta [6].

Para cada incidência do sinal do ultra-som na superfície do transdutor, após a

reflexão do sinal no interior do material, um eco correspondente a esta reflexão será

visualizado no equipamento ultra-sônico, formando o sinal no domínio do tempo.

Portanto, em um pulso ultra-sônico em geral é possível observar vários ecos

correspondentes as reflexões de fundo.

Em certos tipos de materiais (Ex: cerâmicos a base de alumina), dependendo da

sua densidade, ocorre uma forte atenuação do sinal; o que pode dificultar a

determinação dos ecos como mostra a figura abaixo.Cabe informar que neste trabalho

foi utilizando como um dos materiais pastilhas cerâmicas a base de alumina como será

visto no tópico 4.2.

(a)

(b)

Figura 16: Sinal ultra-sônico atenuado da pastilha de alumina com 37,30 %de

porosidade (a) e 36,80 % (b) [19]

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28

Então quando o material é pouco denso (muito poroso) causa dificuldade da

passagem do sinal ultra-sônico, isso é explicado pelo fato de que o sinal ultra-sônico é

influenciado pelas características do material em que se propaga como, por exemplo, o

módulo de elasticidade e a densidade do material [9].

Outro motivo que dificulta a medição do tempo de percurso do sinal do ultra-

som é quando o material tem espessura reduzida, ocorrendo uma sobreposição dos ecos

correspondentes as reflexões de fundo, com isso não permitindo a seleção dos ecos para

a medição.

Esta sobreposição dos ecos (figura 17) pode ser explicada porque o cristal

piezelétrico (cristal que compõem o transdutor) após emitir o pulso recebe a resposta do

sinal ultra-sônico que percorre o material analisado em um espaço curto de tempo, pois

a espessura é muito fina, assim acaba não ocorrendo tempo suficiente para que o eco

correspondente a este sinal seja identificado no aparelho ultra-sônico antes da próxima

emissão. Com isso os ecos ficam muito próximos uns dos outros, impossibilitando

defini-los e realizar a medida do tempo de percurso da onda ultra-sônica [6].

(a)

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29

(b)

Figura 17: Sinal ultra-sônico pastilha E2.5 (a) e sinal da chapa de alumínio A(b)

Na figura 15 podemos perceber que é muito fácil determinar a distância entre os

ecos, por outro lado, se torna difícil a determinação dos ecos da figura 17, pois os ecos

estão muito próximos, sendo difícil determinar dois ecos consecutivos.

Devido a essas dificuldades (sinais sobrepostos e atenuados) o grupo de

pesquisas do laboratório de ultra-som do Instituto de Engenharia Nuclear (LABUS) está

desenvolvendo técnicas para a determinação do tempo de percurso da onda ultra-sônica.

Neste trabalho será apresentado o desenvolvimento de uma técnica alternativa de

determinação do tempo de percurso da onda ultra-sônica utilizando o sinal ultra-sônico

por outra abordagem; não só medindo o tempo de percurso pela distancia entre dois

ecos consecutivos, mas sim com outro método de análise de sinais, utilizando a

transformada rápida de Fourier (FFT).

3.2. Ultra – som no domínio da freqüência

Tendo em vista as dificuldades, utilizando a medida do tempo de percurso do

sinal ultra-sônico apresentado no tópico anterior (sinal ultra-sônico sobreposto e sinal

atenuado), foi necessário outra abordagem para alcançar o objetivo deste trabalho que é

o desenvolvimento de uma técnica alternativa para determinar o tempo de percurso da

onda ultra-sônica. Para isso foi necessário uma nova forma de visualizar o sinal ultra-

sônico agora não mais no domínio do tempo (técnica convencional), mas sim no

domínio da freqüência o que acarreta outra forma de apresentar o sinal.

O ato de passar o sinal do domínio do tempo para o domínio da freqüência traz

a vantagem de visualização do sinal de outra forma e com outras informações como, por

exemplo, ângulo de fase, freqüência e amplitude de freqüência.

A representação nos domínios pode ser imaginada como a projeção de senóide

em cada um deles. No domínio do tempo a forma de onda assume o aspecto já

conhecido sendo bem determinada pela sua amplitude e seu período, mas como

mencionado anteriormente mesmo bem definido os ecos podem ficar sobrepostos

dificultando a sua determinação. No domínio da freqüência a projeção da senóide

assume a forma de impulso (pulso com tempos de subida e de descida instantâneos)

como pode ser analisado na figura 18 abaixo [12].

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30

(a)

(b)

Figura 18: Sinal no domínio do tempo da pastilha B2.3 (a) e sinal no domínio da

freqüência (b)

Observando a figura 18 é verificado que no sinal ultra-sônico no domínio da

freqüência possui espectro bem definido, mas no domínio do tempo, a identificação dos

ecos torna-se prejudicada pelo intervalo de tempo muito curto entre eles.

A técnica matemática que permite a visualização do sinal ultra-sônico no

espectro de freqüência foi desenvolvida por Jean Baptiste Joseph Fourier. Segundo ele

“qualquer função periódica, por mais complicada que seja, pode ser representada como

a soma de várias funções, seno e cosseno com amplitudes, fases e períodos escolhidos

convenientemente“ [12].

Um sinal ultra-sônico no domínio do tempo com um período T pode ser

expresso no domínio da freqüência por uma série trigonométrica da forma.

(23)

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31

onde f = 1/T que tem o nome de freqüência fundamental.

Outra forma de representar o sinal no domínio da freqüência é coloca – lo na

forma exponencial.

(24)

A maior vantagem de utilizar o domínio da freqüência ao visualizar o sinal ultra-

sônico é que quanto mais sobreposto o sinal do domínio do tempo estiver - o que remete

mais pacote de dados com isso mais ecos – o sinal se torna melhor definido na

freqüência, como pode ser visualizado na figura 19(a) e 19(b). O que significa que

quando o sinal no domínio do tempo fica com os ecos sobrepostos não é possível obter

a informação necessária para a determinação da velocidade ultra-sônica com a técnica

convencional, pois a determinação do intervalo entre os ecos torna-se impraticável, já

no domínio da freqüência a forma do sinal se torna bem definida com intervalos fixos

como será visto mais a frente o que facilita o processo de obtenção dos dados necessário

para a utilização da técnica proposta neste trabalho [12]

(a) (b)

Figura 19: Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha E2.3 (a) e no domínio da

freqüência (b)

Observando a figura 19(a), verifica-se que não é possível distinguir os intervalos

ecos, enquanto, na figura 19(b) mostra nitidamente que os picos de freqüência estão

bem definidos possibilitando a obtenção das informações necessárias para a utilização

da técnica proposta.

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32

Mesmo o sinal no domínio do tempo tendo poucos dados, com o uso desta

técnica - de passar o sinal no domínio do tempo para o domínio da freqüência – a

técnica proposta é capaz de fornecer a distinção entre os picos de freqüência, que é a

informação necessária para o uso desta técnica, pois na construção do sinal no domínio

da freqüência (como será visto no tópico 3.2.1) é utilizada a freqüência fundamental

para a sua construção - como pode ser visto na figura 20(a) e 20(b). Com isso até não

possuindo uma quantidade significativa de informações o sinal no domínio do tempo

permite que a transformada para o domínio da freqüência tenha um padrão periódico.

(a) (b)

Figura 20: Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha A1.5 (a) e sinal

ultra-sônico no domínio da freqüência (b)

No decorrer do trabalho será visto que os sinais periódicos no tempo contínuo ou

discreto - no caso o sinal ultra-sônico - possuem representações, pela família de Fourier,

dada pela soma ponderada de senóide complexa com freqüências múltiplas inteiras da

freqüência fundamental [13][20].

Cabe informa que o membro da família de Fourier aplicado neste trabalho foi à

transformada discreta de Fourier (DFT), que é uma seqüência de dados discretizados e

periódicos, proveniente da transformada de Fourier no caso que os dados no domínio do

tempo são periódicos. Como já foi visto anteriormente no tópico 2.3.3, a DFT possui

uma forma bem mais rápida de se calcular que é denominada transformada rápida de

Fourier. A figura 21 mostra o sinal da pastilha C2.3 no domínio do tempo (a) e a sua

FFT correspondente (b) que mostra a definição dos picos de freqüência.

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33

Pastilha C2.4

-1,6

-1,4

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,00E+00 5,00E-06 1,00E-05 1,50E-05 2,00E-05 2,50E-05

tempo (s)

amp

litu

de

(v)

(a)

Pastilha C2.4

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 4000000 4500000 5000000

freqüência (Hz)

amp

litu

de

(v)

(b)

Figura 21 : Sinal no domínio do tempo utilizando transdutor de onda transversal da

pastilha C2.4 (a) e sinal no domínio da freqüência (b)

Os espaçamentos entre cada pico do sinal ultra-sônico no domínio da freqüência

serão denominados de �f. Esses �f possuem mesmos valores gra�as a propriedade de

periodicidade (ver tópico 3.2.1.1) como pode ser observado na figura 22.

Figura 22: Determinação dos �f do sinal no dom�nio da freqüência da pastilha C2.4

A figura 22 mostra os valores (�f1= 650E3 Hz, �f2= 650E3 Hz, �f3= 650E3

Hz, �f4= 651E3 Hz e �f5=649E3 Hz) de todos os �f do sinal. Os �fs s o os intervalos

entre os picos de freqüência e a sua metodologia da medida será apresentada no item

3.2.1. Este sinal sendo totalmente discretizado podem ocorrer certos erros nas medidas,

como pode ser analisar nos valores encontrados nos �f da pastilha C2.4, pois em alguns

destes �f (�f4 e �f5) os resultados não foram idênticos, mas se diferenciam por pouco,

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34

então para amenizar este erro na medida basta realizar uma média aritmética dos valores

encontrados de cada pico de freqüência.

Acima foi mencionado que o sinal ultra-sônico no domínio do tempo é

periódico, assim como, o sinal no domínio da freqüência e também tendo uma forma de

determinar o �f an�loga a determinação do tempo; por sua vez sabendo que o �f � igual

a freqüência e a freqüência é o inverso do tempo. Esta relação é a base para a utilização

da técnica proposta.

Com base nesses argumentos a maneira de determinar a velocidade ultra-sônica

no domínio da freqüência se torna análogo a determinação pela técnica convencional; a

única diferença é na equação que calcula a velocidade ultra-sônica, pois ao invés de usar

o tempo aplicar-se-á o inverso dele, que por sua vez é a freqüência.

Para poder compreender todas as informações apresentadas até o momento será

necessário entender melhor o processo de construção do sinal ultra-sônico no domínio

da freqüência, tema este apresentado no tópico 3.2.1

3.2.1. Determinação do delta f

Já foi demonstrado que um sinal no domínio do tempo pode ser transformado

para o domínio da freqüência sem perder suas propriedades. Também já foi mostrado

que um sinal periódico no domínio do tempo tem como transformada outro sinal

periódico no domínio da freqüência.

Agora será mostrado como se determina teoricamente o �f para que se possa

calcular a velocidade ultra-sônica no domínio da freqüência.

Um sinal no domínio do tempo f(t) pode ser expresso no domínio da freqüência

F(t) pela relação abaixo:

(25)

Então, para provar que o modo de determinar o tempo de percurso da onda ultra-

sônica no domínio da freqüência (técnica proposta) é análogo a determinação do tempo

pela técnica convencional, tem-se que mostrar que a relação,

é verdadeira.

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35

Faz-se necessário realizar a transformada de Fourier

(26)

para provar que a FT de um sinal periódico consiste em impulsos () localizados nas

freqências harmônicas do sinal, sendo que a amplitude de cada impulso corresponde a

coeficientes da série exponencial [12].

Sabendo que a FT é dado pela relação (25), para uma função deslocada no tempo

tem a forma,

(27)

Aplicando uma mudança de base, obtêm-se:

Onde

é a transformada de Fourier do sinal.Portanto a FT deslocada no tempo apresenta-se,

Com isso a FT e fica descrita desta forma,

e

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36

Tendo em vista que a transformada de Fourier do impulso no tempo t é igual a 1,

onde esta demonstrada na relação abaixo [13]:

(28)

Então para este problema, basta resolver a equação (26) com os valores acima.

Resolvendo:

(29)

Chamando de (a) e de (–a) e resolvendo o termo

que esta dentro do parênteses obtêm-se:

(30)

Generalizando para e a equação descrita acima fica

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37

Efetuando a diferença dos valores, tem-se:

(31)

Na prática, primeiramente se adquire o sinal ultra-sônico no domínio do tempo

após percorrer o material. O sinal utilizado, como exemplo foi o da pastilha C2.5 (figura

24) que será definido do capitulo 4 .

Figura 24: Sinal no domínio do tempo da pastilha C2.5

Após a aquisição do sinal ultra-sônico no domínio do tempo realiza – se a

transformada rápida de Fourier do sinal para o domínio da freqüência (figura 25), no

caso deste experimento, o osciloscópio usado possuía a capacidade de realizar

automaticamente a FFT.

am

pli

tud

e (v

)

tempo (s)

Pastilha C2.5

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38

Figura 25: Sinal no domínio da freqüência da pastilha C2.5

Com o sinal já transformado cabe agora determinar os intervalos entre os picos

de freqüência. Será determinado para este exemplo o intervalo entre apenas dois picos,

pois o processo é o mesmo e não haverá necessidade de mostrar para todos os intervalos

entre os picos deste sinal.

Inicialmente foi escolhido os picos 1 e o 2 do sinal no domínio da freqüência

(figura 26).

Figura 26 : Pico 1 e 2 da pastilha C2.5 em destaque

Para selecionar os picos 1 e 2 basta encontrar os valores referentes a estes picos

na planilha de dados, que corresponde ao sinal do material analisado (figura 27) e

destacá–los.

Figura 27: Dados divididos do sinal ultra-sônico destacados

Tendo separado os picos, agora basta localizar os valores máximos de cada um e

subtraí-los (figura 28), assim o valor correspondente ao �f � determinado.

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39

(a)

(b)

Figura 28: Pico 1 do sinal ultra-sônicos da pastilha C2.5 (a); pico 2(b)

4. Materiais e Experimentos

4.1. Generalizações

Nesse trabalho foram realizados cincos experimentos com objetivo de validar

essa nova técnica de determinação do tempo de percurso da onda ultra-sônica. Estes

experimentos estão resumidamente descritos abaixo. Os detalhamentos destes

experimentos estão apresentados no tópico 4.4

1) Primeiro experimento – Determinação da velocidade ultra-sônica nas pastilhas

cerâmicas - a base de alumina - com diversas espessuras e porosidades; utilizando o

método convencional (intervalo ente dois ecos consecutivos visto no tópico 3.1) quando

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40

possível. As velocidades calculadas pelo tempo de percurso do sinal ultra-sônico vão ser

comparadas com os valores calculados com a técnica proposta (tópico 3.2).

Cabe ressaltar que nesta primeira parte do trabalho, ao transformar o sinal do domínio

do tempo para o domínio da freqüência, o pulso inicial será incluído, pois em alguns

casos o pulso inicial se encontra sobreposto com as reflexões do sinal ultra-sônico.

2) Segundo experimento - Realizar o experimento acima citado, porém excluindo o

pulso inicial do sinal no domínio do tempo.

3) Terceiro experimento – Determinação e a comparação das velocidades ultra-sônicas

nas pastilhas cerâmicas utilizando um transdutor de onda transversal. Com o transdutor

de onda transversal é possível determinar todos os tempos de percursos das pastilhas

cerâmicas utilizada neste trabalho.

4) Quarto experimento - Determinação da espessura das chapas de alumínio utilizando

a técnica proposta. Nesse caso não foi possível a determinação das espessuras com o

uso da técnica convencional.

5) Quinto experimento – Determinação da espessura de uma chapa de alumínio

utilizando a técnica proposta pelo método por imersão. Neste experimento a chapa de

alumínio esta imersa em água em um tanque. Este experimento é o inicio dos estudos

com o método de imersão que é a forma adequada para a inspeção das pastilhas

combustível do reator nuclear.

4.2. Materiais

Para a realização dos três primeiros experimentos foram selecionadas 20

pastilhas cerâmicas - a base de alumina (figura 29) - produzida pelo Instituto de

Engenharia Nuclear (IEN), com diferentes temperaturas de sinterização. Estas pastilhas

foram separadas em cinco grupos A, B, C, D e E, conforme a temperatura de

sinterização. As temperaturas de sinterização selecionadas foram 1150ºC, 1400ºC,

1480ºC, 1540ºC e 1580ºC que representam respectivamente os grupos A, B, C, D e E.

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41

Figura 29: Pastilha cerâmica quadrada, a base de alumina

Como observado, na figura 29, todas as pastilhas utilizadas na pesquisa possuem

formas quadradas planas.

Cada grupo de pastilhas foi subdividido - conforme sua tensão de prensagem – a

50MPa e 100MPa. Foram denominadas de A1 as pastilhas sintetizadas a 1150ºC e com

a prensagem de 50MPa e assim, para as prensagens de 100MPa foi à nomenclatura A2.

Desta mesma forma foi definido para os demais grupos (B1 e B2, C1 e C2, D1 e D2, E1

e E2).

Além da temperatura de sinterização e da tensão prensagem, outro fator

importante destas pastilhas, é a porosidade que foi medida pela Técnica de Arquimedes.

As pastilhas também foram dividas em subgrupos de acordo com sua própria

numeração. Cabe informar que as pastilhas não têm espessura padronizada, todos esses

dados assim como a denominação das pastilhas, pode ser conferido na tabela 2 abaixo:

Tabela 2: Pastilhas cerâmicas quadradas

Pastilha Temperatura de

sinterização

Prensagem em

MPa

Espessura (mm) Percentual de

porosidade (%)

A1.3 1150 50 4,282 39,0

A1.5 1150 50 4,269 39,8

A2.3 1150 100 4,138 37,1

A2.5 1150 100 4,168 37,2

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42

B1.3 1400 50 3,952 28,5

B1.4 1400 50 4,008 29,7

B2.3 1400 100 3,972 28,7

B2.5 1400 100 4,012 28,7

C1.1 1480 50 3,686 22,4

C1.2 1480 50 3,792 21,4

C2.4 1480 100 3,815 19,4

C2.5 1480 100 3,685 19,6

D1.3 1540 50 3,658 11,1

D1.5 1540 50 3,511 11,9

D2.3 1540 100 3,634 10,6

D2.5 1540 100 3,584 10,4

E1.3 1580 50 3,428 6,67

E1.5 1580 50 3,406 5,87

E2.3 1580 100 3,523 5,54

E2.5 1580 100 3,516 5,81

No quarto experimento foram utilizados, três chapas de alumínio, que receberam

a denominação - de chapa A, chapa B e chapa C – com as respectivas espessuras

0,94mm, 2,47mm e 3,32mm. Já no quinto experimento foi empregada apenas a chapa B.

Essas espessuras foram medidas com o micrometro, da marca Mitutoyo, com precisão

0,01 mm.

4.3. Equipamentos e Métodos

Na aquisição dos sinais ultra-sônicos, foram empregados os equipamentos,

conforme a figura 30:

� Osciloscópio TDS3032B da marca Tektronix

� Gerador de Pulsos Epoch 4 Plus da Panametrics

� Computador

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43

Figura 30: Osciloscópio e gerador de sinais ultra – sônicos

Para aquisição dos sinais - tanto no domínio do tempo como no domínio da

freqüência - foi utilizado o software Wavestar (figura 31), que consiste em um

programa de captura e armazenamento dos sinais ultra-sônicos. Cabe informar que o

Waverstar salva o sinal em uma planilha de dados com dez mil pontos discretizados. No

domínio do tempo todos os pontos são usados na construção do sinal, já no domínio da

freqüência cem pontos foram usados para representar o sinal.

Figura 31: Captura do sinal ultra-sônico com o programa waverstar

A figura 31 mostra a tela do programa wavestar, onde foi realizada a captura de

um sinal ultra-sônico.

Após a descrição dos equipamentos citados acima será descrito o processo de

aquisições dos sinais ultra-sônicos.

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44

Para realização de cada experimento foram adquiridos 10 (dez) sinais ultra-

sônicos no domínio do tempo e 10 (dez) sinais ultra-sônicos no domínio da freqüência.

O transdutor utilizado para o primeiro, segundo e quarto experimento foi um

transdutor de onda longitudinal de 5 MHz , enquanto o terceiro experimento foi

utilizado um transdutor de onda transversal 2,25 MHz e no quinto experimento um

transdutor de imersão de 10 MHz. Todos os transdutores são da marca Panametrics e

mostrados na figura 32.

Figura 32: Transdutores ultra-sônicos utilizados nos experimentos

A figura 32 mostra os transdutores que foram utilizados nos experimentos da

direita para esquerda: transdutor de 2,25MHz de onda transversal, no meio o transdutor

de imersão de 10MHz e na esquerda o transdutor longitudinal de 5MHz.

Os acoplantes usados foram:

� Vaselina liquida para os experimentos - no primeiro, segundo e quarto

experimentos que utilizaram o transdutor longitudinal.

� Acoplante COUPLANT SWX da Panametrics, no terceiro experimento

que usou o transdutor transversal.

� Água no último experimento que utilizou o transdutor de imersão de

10MHz.

A determinação do tempo de percurso do sinal ultra-sônico foi realizada por

um programa desenvolvido pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) chamado

Chronos (figura 33), que mede o tempo de percurso do sinal ultra-sônico de dois ecos

consecutivos utilizando a correlação cruzada.

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45

Para determinar o tempo de percurso do sinal ultra-sônico utilizando o

programa Chronos é necessário introduzir os dados referentes a dois ecos consecutivos

do material analisado. Para isso utiliza-se o programa Wavestar (mencionado acima)

para a captura destes dois ecos e com esses dados o programa pode calcular o tempo de

percurso do sinal ultra-sônico no domínio do tempo. Uma dificuldade para a

determinação do tempo de percurso utilizando o Chronos é quando os ecos do sinal

ultra-sônico estão sobrepostos, isso acarreta que a captura dos dados necessários (dois

ecos consecutivos) para o uso do programa se torna impraticável mesmo expandindo ao

máximo a escala horizontal do osciloscópio. Não é possível destacar apenas duas

reflexões. Outra dificuldade é quando o pulso inicial está sobreposto à primeira

reflexão. A figura 33 mostra a tela do programa chronos [21].

Figura 33: Tela do programa chronos

O método de aquisição de medidas de velocidade ultra-sônica utilizando o

domínio da freqüência consiste em determinar o �f (delta de freqência) a partir do

intervalo entre dois picos de freqüência adjacentes do sinal da FFT, que estão presentes

no pulso ultra-sônico (figura 34) como já foi explicado no tópico 3.2.

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46

Figura 34: Determinação do delta de freqüência

Como já foi visto anteriormente na seção 3.2 que tratava da técnica proposta

(sinal ultra-sônico no domínio da freqüência), a série de Fourier de um sinal de

comprimento N, possui uma amostragem em N pontos uniformes, com espaçamento

2�/N.

Sabendo que a freqüência é o inverso do tempo, podemos calcular a velocidade

da onda ultra-sônica utilizando o domínio da freqüência, realizando o cálculo de

maneira análoga ao cálculo da velocidade do pulso ultra-sônico no domínio do tempo,

como descrito anteriormente (método convencional) utilizando a equação abaixo.

Equação:

V = 2df (31)

Onde V é a velocidade, d é a distancia e f é a freqüência.

4.4. Procedimentos experimentais

Os experimentos apresentados a seguir têm como finalidade validar a técnica

proposta em diferentes casos como: a determinação da velocidade ultra-sônica no

domínio da freqüência utilizando o sinal completo (pulso inicial + sinal ultra-sônico que

percorre o material) e comparando os resultados com o método convencional

(experimento 1); a comparação dos valores das velocidades ultra-sônicas com o método

convencional com os valores das velocidades com o método proposto, mas antes de

realizar a FFT (do sinal) o pulso inicial sendo excluído (experimento 2); a comparação

dos valores das velocidades ultra-sônicas com o método convencional com os valores

das velocidades com o método proposto utilizando um transdutor de onda transversal

(experimento 3); o cálculo da espessura utilizando apenas a técnica proposta com o

método de contato (experimento 4); e utilizando o método por imersão para o cálculo da

espessura com a técnica proposta (experimento 5).

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47

4.4.1. Primeiro Experimento

Para a realização deste experimento foi utilizado o método de contato com a

técnica convencional,ver tópico 3.1, com um transdutor de onda longitudinal de 5 MHz

da marca Panametrics .

Os materiais utilizados foram 20 pastilhas cerâmicas - a base de alumina - com

diferentes espessuras, porosidades e temperaturas de sinterização (ver seção 4.2).

A aquisição dos sinais ultra-sônicos no domínio da freqüência foi feita a partir

do sinal inteiro no domínio do tempo (sinal ultra-sônico que percorre o material + pulso

inicial) como pode ver na figura 35.

(a) (b)

Figura 35: Sinal no domínio do tempo da pastilha B2.3 (a) e sinal no domínio da

freqüência (b)

A figura 35a mostra o sinal completo da pastilha B2.3 no domínio do tempo,

onde pode ser percebido o pulso inicial e o sinal ultra-sônico que percorre o material, já

na figura 35b o sinal ultra-sônico no domínio da freqüência da mesma pastilha B2.3;

cabe relembrar que esse sinal contém a transformação do pulso inicial mais o sinal

ultra-sônico que transcorre o material no domínio do tempo.

O motivo para a experimentação do pulso inicial é que em alguns materiais com

a porosidade muito pequena ou com a espessura muito fina pode ocorrer uma

sobreposição dos ecos de modo que não possa realizar a distinção correta do pulso

inicial e com isso impossibilitando a sua exclusão.

Este experimento tem como finalidade a determinação da velocidade ultra-

sônica no domínio da freqüência utilizando como base o sinal completo no domínio do

tempo.

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48

4.4.2. Segundo Experimento

A finalidade deste experimento é determinar a velocidade ultra-sônica no

domínio da freqüência, tendo como base apenas o sinal ultra-sônico - no domínio do

tempo que percorre o material.

Para que isso fosse possível, o pulso inicial foi localizado e excluído (quando

possível) antes de realizar a mudança para o domínio da freqüência, como mostra as

figuras apresentadas a seguir.

(a) (b)

Figura 37: Sinal no domínio do tempo com o pulso inicial da pastilha D1.5 (a) e sem o

pulso inicial (b)

A figura 37a mostra o sinal no domínio do tempo da pastilha D1.5 completo -

sinal ultra-sônico + pulso inicial - logo foi realizada a exclusão do pulso inicial, figura

37b, e transformando o restante do sinal para o domínio da freqüência - como mostra a

figura 38b.

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49

(a) (b)

Figura 38: Sinal no domínio da freqüência da pastilha D1.5 tomando como base

o sinal completo (a) e sinal no domínio da freqüência tomando como base o sinal sem o

pulso inicial

A figura 38a, mostra o sinal - no domínio da freqüência - tendo como base o

sinal completo, enquanto na figura 38b tem o sinal - no domínio da freqüência - sem o

pulso inicial da pastilha D1.5.

4.4.3. Terceiro Experimento

A fim de confirmar melhor a técnica proposta um último experimento utilizando

as pastilhas cerâmicas à base de alumina foi realizado. Nesse experimento foi utilizada a

técnica por contato (figura 39) com um transdutor ultra-sônico de onda transversal que

permitia a determinação do tempo de percurso pela técnica convencional em todas as

pastilhas.

Tendo uma forma de determinar as velocidades ultra-sônicas no domínio do

tempo de todas as pastilhas será realizada a comparação destas velocidades com as

encontradas utilizando a técnica proposta.

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50

Figura 39: Técnica por contato utilizando o transdutor de onda transversal

O procedimento adotado neste experimento foi o mesmo realizado anteriormente

no segundo experimento, foram adquiridos dez sinais no domínio do tempo e dez sinais

no domínio da freqüência com um transdutor de 2,25 MHz de ondas transversal da

marca Panamétrics e antes de transformar o sinal ultra-sônico para o domínio da

freqüência o pulso inicial foi excluído.

As determinações das velocidades ultra-sônicas seguem o mesmo padrão

adotado anteriormente. Adquiri-se um sinal ultra-sônico no domínio do tempo, como o

da figura 40a, exclui-se o pulso inicial e depois se realiza a transformada rápida de

Fourier. Com o sinal transformado para o domínio da freqüência (figura 40b)

determinam-se os deltas f (distância entre dois ecos consecutivos). O valor médio dos

deltas f é aplicado na equação 22 e seu resultado é a velocidade ultra-sônica no domínio

da freqüência.

(a) (b)

Figura 40: Sinal ultra-sônico no domínio do tempo da pastilha E1.5 utilizando o

transdutor de onda transversal (a) e sinal ultra-sônico no domínio da freqüência(b)

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51

Depois de determinada a velocidade ultra-sônica no domínio da freqüência, compara-se

seu valor com o da técnica convencional.

4.4.4. Quarto Experimento

Todos os experimentos anteriores possuíam uma maneira de comparar os

resultados, pois fora possível determinar as velocidades ultra-sônicas nos dois domínios

(tempo e freqüência). Entretanto, se o material analisado possuir um tempo de percurso

do sinal ultra-sônico muito curto a ponto que os ecos fiquem tão sobrepostos que não

permita a determinação do seu tempo de percurso, então não haverá como comparar os

resultados obtidos pela técnica convencional com a técnica proposta.

Então este experimento tem por finalidade medir a espessura do material quando

apenas a técnica proposta é capaz de calcular (espessura), medindo a distancia entre dois

picos consecutivos no domínio da freqüência para a determinação do � f.

Para realização deste experimento foram selecionados três chapas de alumínio

com diferentes espessuras como descrito na seção 4.2 (figura 41).

Figura 41: Chapa de alumínio

A figura 41 mostra uma das chapas de alumínio que foi utilizada no

experimento.

Todas as chapas de alumínio possuem espessuras diferentes como mostra a

figura 42. Da esquerda para a direita esta a chapa com 3,32mm, no meio a chapa com

2,47mm e na direita a chapa com 0,94mm.

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52

Figura 42: Chapas de alumínio

Como em nenhuma das chapas de alumínio foi possível determinar o tempo de

percurso do sinal ultra-sônico (figura 43) utilizando o programa chronos, o uso da

técnica convencional não pôde ser aplicada.

(a)

(b)

Figura 43: Chapa alumínio de 2,47mm (a) e o sinal ultra-sônico no domínio do tempo

da chapa de alumínio de 2,47mm

Na figura 43 é mostrada uma das chapas de alumínio utilizada no experimento e

seu sinal ultra-sônico correspondente ao domínio do tempo, todavia não é possível

determinar o tempo de percurso utilizando o programa chronos, em função da

sobreposição dos ecos.

Para calcular as espessuras das chapas, foi adotada uma velocidade longitudinal

ultra-sônica, tabelada para o alumino que foi de 6320 m/s [22].

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53

Com a velocidade estipulada, basta obter os valores dos deltas de freqüência e

calcular a própria espessura com a equação abaixo, e depois confrontar com a espessura

encontrada no micrômetro MITUTOYO com precisão de 0,01mm.

d= V/2f (32)

Cabe informar que o pulso inicial será excluído (quando possível) antes de

realizar a transformada rápida de Fourier. Foi utilizado um transdutor longitudinal de 5

MHz da marca Panamétrics o mesmo utilizado no primeiro e segundo experimento.

4.4.5. Quinto Experimento

O quinto experimento consiste em determinar a espessura da chapa de alumínio B

(no caso a chapa B se encontra imersa) descrita no tópico 4.2 com o uso das duas

técnicas (proposta e convencional).

Outro objetivo do sexto experimento é a inicialização no método por imersão do

grupo de pesquisa do laboratório de ultra-som do IEN, visando utilizá-lo em materiais

onde o método por contato não poderá ser realizado como análise ultra-sônica do nas

pastilhas combustíveis do reator nuclear por necessitar de um acoplante que pode

contaminar o material.

Neste experimento o método de aquisição do sinal ultra-sônico foi o de imersão.

Este método consiste em utilizar um tanque repleto com líquido - no caso deste

experimento o líquido utilizado foi água bidestilada.

Com o material imerso foi possível o cálculo da espessura com a técnica

convencional, então os resultados das duas técnicas serão comparadas com o valor

encontrado pelo micrômetro.

O tanque de imersão utilizado neste experimento foi fabricado pelo Instituto de

Engenharia Nuclear (IEN) e contêm as seguintes dimensões: 40 cm de Altura, 60 cm de

comprimento e 28,5 cm de largura, apresentado nas figuras 44.

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54

Figura 44: Tanque de imersão

A figura 44 mostra o tanque de imersão com seus componentes: o trilho e o braço

mecânico.

O tanque de imersão possui um suporte para um braço mecânico (o trilho) que tem

por objetivo utilizar o braço mecânico e utilizá-lo por toda a extensão do tanque como

mostra na figura 45.

(a)

(b)

Figura 45: Trilho do tanque de imersão

O braço mecânico (figura 46) tem por finalidade fixar o transdutor, para que seja

possível realizar o ensaio ultra-sônico além de conduzi-lo pela extensão do tanque.

(a)

(b)

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55

Figura 46: Braço mecânico

A figura 48 mostra que o braço mecânico que pode se movido tanto para direita

como para a esquerda (figura 46a) e também para cima e para baixo (figura 46b).

A chapa de alumínio ficou elevada em dois suportes mostrados na figura 47,

pois quando a chapa estava encostada no fundo do tanque não era possível distinguir o

sinal ultra-sônico que percorre o material (figura 48); em contra partida a chapa com

esses suportes o sinal ficam nítido como mostra a figura 49.

(a)

(b)

Figura 47: Suporte para as chapa

A figura 47 mostra os suportes que fora utilizado para aumentar a coluna d’água

abaixo da chapa de alumínio.

Figura 48: sinal ultra-sônico da chapa de alumínio

Pode ser observado que com o uso dos suportes o sinal ultra-sônico da chapa de

alumínio fica nítido.

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56

Figura 49: Sinal ultra-sônico da chapa B no domínio do tempo no tanque de imersão

O pacote de dados, utilizado para transformar o sinal no domínio do tempo para

o domínio da freqüência, está indicado pela seta; o pacote mencionado é referente ao

sinal ultra-sônico que percorre a chapa de alumínio.

A figura 50 mostra uma vista expandida do tanque de imersão.

Figura 50: vista expandida do tanque de imersão

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57

5. Resultados e discussão

Após enunciar o método para determinação da velocidade do sinal ultra-sônico

pela freqüência e descrever todos os experimentos realizados para avaliação da técnica;

o próximo passo será a apresentação dos resultados obtidos nos experimentos e a

discussão sobre eles. Desta forma será possível garantir a confiança necessária para a

utilização da técnica proposta. Todos os sinais utilizados nos experimentos são

mostrados nos anexos assim como foi realizado o calculo da incerteza.

5.1. Primeiro experimento

Neste primeiro experimento foram confrontadas as duas técnicas apresentadas

neste trabalho (técnica convencional e técnica proposta) com a utilização de um

transdutor de ondas longitudinais de 5MHz. Na técnica convencional (domínio do

tempo) foram medidos os tempos de percurso da onda ultra-sônica nas pastilhas

cerâmicas a base de alumina com a ajuda do software Chronos (ver tópico 4.3), e com

isso foi calculando a velocidade com que a onda percorre o material. Na técnica

proposta foram determinados os intervalos entre os picos de freqüência (�f). A partir

destes intervalos de freqüência foram calculadas as velocidades ultra-sônicas nos

materiais. Cabe relembrar que foi utilizado todo o sinal no domínio do tempo (pulso

inicial + onda ultra-sônica que percorre o material) para construir o sinal no domínio da

freqüência.

As velocidades ultra-sônica utilizando método convencional estão apresentados

nas tabelas 3, 4, 5, 6 e 7 abaixo e divididos por grupos.

Tabela 3: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo A

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58

Pastilha (grupo

A) Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s)

Velocidade

(m/s)

A1.3 4,282 39,0 2,34E-6 3659,82±9

A1.5 4,269 39,8 ** **

A2.3 4,138 37,1 2,54E-6 3258,26±8

A2.5 4,168 37,2 1,77 E-6 4706,60±10

Tabela 4: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo B

Pastilha (grupo

B)

Espessura

(mm)

Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

B1.3 3,952 28,5 1,18E-6 6698,30±24

B1.4 4,008 29,7 1,20E-6 6680,00±26

B2.3 3,972 28,7 1,15E-6 6907,82±25

B2.5 4,012 28,7 1,19E-6 6742,85±26

Tabela 5: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo C

Pastilha (grupo

C)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

C1.1 3,686 22,4 9,68E-7 7615,70±31

C1.2 3,792 21,4 9,48E-7 8000,00±29

C2.4 3,815 19,4 9,34E-7 8169,16±27

C2.5 3,685 19,6 8,96E-7 8225,44±22

Tabela 6: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo D

Pastilha (grupo

D)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

D1.3 3,658 11,1 7,84E-7 9331,63±26

D1.5 3,511 11,9 7,68 E-7 9143,22±25

D2.3 3,634 10,6 7,60 E-7 9563,15±28

D2.5 3,584 10,4 7,76 E-7 9237,11±44

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59

Tabela 7: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo E

Pastilha (grupo

E)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 6,88 E-7 9965,11±52

E1.5 3,406 5,87 6,88 E-7 9901,16±36

E2.3 3,523 5,54 ** **

E2.5 3,516 5,81 ** **

Algumas pastilhas não puderam determinar os tempos de percurso utilizando o

programa Chronos pelo motivo que o sinal ultra-sônico no domínio do tempo possuía os

ecos sobrepostos, o que dificultava a captura de apenas duas reflexões. Essas pastilhas

foram referidas nas tabelas por dois asteriscos (**) para indicar que não possuem valor

determinado. Os sinais destas pastilhas são apresentados na figura 51.

Como podem ser observados os sinais 51b e 51c, os ecos se encontram

sobrepostos. Um dos motivos para essa sobreposição de ecos é que as velocidades ultra-

sônicas apresentadas nestes sinais são altas devido a sua porosidade baixa. As

porosidades apresentadas nas pastilhas E2.3 e E2.5 são 5,54% e 5,81% respectivamente.

No caso do sinal da pastilha A1.5 (51a), mesmo possuindo ecos bem espaçados,

o chronos não obteve êxito em determinar o tempo de percurso da onda ultra-sônica,

problema esse ainda não esclarecido.

(a)

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60

(b) (c)

Figura 51: Sinal das pastilhas A1.5 (a), E2.3 (b) e E2.5, que receberam **

Após a determinação das velocidades ultra–sônicas no domínio do tempo foi

plotado um gráfico velocidade X porosidade - figura 52; também fora realizado um

ajuste linear da curva pelo método dos mínimos múltiplos quadrados. Assim foi

possível estimar os valores das velocidades ultra–sônicas - no domínio do tempo - das

pastilhas em que a técnica convencional utilizando o software chronos não permitiu sua

medida do tempo de percurso da onda ultra-sônica.

Figura 52: Velocidade X porosidade com ajuste linear

Visivelmente o gráfico da figura 52 tem um padrão linear e com isso podemos

determinar a equação da reta, que tem a forma Y= ax+b.

A equação da reta encontrada no gráfico acima é:

y = -182,67x + 11475 (33)

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61

O R2 que representa a relação entre a reta dos mínimos quadrados e os dados

conhecidos. O R2 varia entre 0 e 1; é dito que os dados seguem um modelo fortemente

linear se o R2 �0,8 [23].

Para a determinação do R2 utiliza – se a equação abaixo:

(34)

O resultado encontrado para o R2 foi de 0, 9314, neste caso, o ajuste linear é

considerado bom aos dados do problema. Caso contrário é dito que a relação entre os

dados não é bem explicada por um modelo linear.

Utilizando a equação 33 é possível estimar os valores de velocidade ultra-sônica

no domínio do tempo para as pastilhas que não puderam ter seu tempo determinado pela

técnica convencional. Os valores estimados são apresentados na tabela 8.

Tabela 8: Valores estimados da velocidade ultra-sônica no domínio do tempo

Pastilhas cerâmicas Velocidade (m/s)

A1.5 4204,73

E2.3 10463,00

E2.5 10413,68

Os valores estimados e apresentados na tabela 8 para as pastilhas E2.3 E2.5

possuem valores da mesma ordem das velocidades medidas pelo método convencional

(tabela 7), como ilustra a tabela 9.

Tabela 9: Valores das velocidades ultra-sônicas do grupo E

Pastilhas do grupo E Espessura (mm) Porosidade (%) Velocidade no

domínio do tempo

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 9965,11

E1.5 3,406 5,87 9901,16

E2.3 3,523 5,54 10463,00

E2.5 3,516 3,516 10413,68

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62

No caso da pastilha A1.5 foi possível determinar o tempo de percurso do sinal

ultra-sônico manualmente utilizando os cursores do osciloscópio. Então posicionando

um cursor no pico máximo de um dos ecos e o outro (cursor) no eco subseqüente (como

mostra a figura 53) foi possível determinar o valor de seu tempo de percurso que foi de

2,10 E-6 s. Cabe ressaltar que este valor não possui a mesma precisão fornecida com o

uso do chronos.

Figura 53: Medida manual usando os cursores do osciloscópio

Os valores das velocidades ultra-sônicas no domínio da freqüência utilizando a

técnica proposta estão apresentados a seguir nas tabelas 10, 11, 12, 13 e 14.

Tabela 10: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A

Pastilha (grupo

A)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

A1.3 4,282 39,0 413 E3 3536,93±22

A1.5 4,269 39,8 435 E3 3714,03±19

A2.3 4,138 37,1 370 E3 3062,12±18

A2.5 4,168 37,2 550 E3 4584,80±20

Tabela 11: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B

Pastilha (grupo

B)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

B1.3 3,952 28,5 870 E3 6876,48±26

B1.4 4,008 29,7 855 E3 6853,68±26

B2.3 3,972 28,7 850 E3 6752,40±23

B2.5 4,012 28,7 805 E3 8459,32±25

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63

Tabela 12: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C

Pastilha (grupo

C)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

C1.1 3,686 22,4 1,02 E6 7519,44±19

C1.2 3,792 21,4 1,07 E6 8114,88±25

C2.4 3,815 19,4 1,09 E6 8316,70±26

C2.5 3,685 19,6 1,15 E6 8475,5±26

Tabela 13: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D

Pastilha (grupo

D)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

D1.3 3,658 11,1 1,24 E6 9071,84±30

D1.5 3,511 11,9 1,29 E6 9058,38±30

D2.3 3,634 10,6 1,30 E6 9448,40±28

D2.5 3,584 10,4 1,31 E6 9390,00±29

Tabela 14: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E

Pastilha (grupo

E)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 1,40 E6 9598,40±32

E1.5 3,406 5,87 1,40 E6 9536,80±33

E2.3 3,523 5,54 1,45 E6 10216,70±32

E2.5 3,516 5,81 1,46 E6 10266,72±32

Os valores das duas técnicas apresentadas acima foram exemplificados pelo

gráfico - figura 54 - que compara os dois resultados.

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64

Figura 54: Comparação das duas técnicas (experimento 1)

Foram determinadas as diferenças da técnica proposta, tendo como base os

valores das velocidades calculadas pela técnica convencional.

A variação relativa entre as velocidades foi calculada pela equação 34, onde E%

é a variação encontrada, V é a velocidade no domínio do tempo, v é a velocidade no

domínio da freqüência.

(34)

Os valores das diferenças estão apresentados abaixo nas tabelas 15, 16, 17, 18 e

19 e separados pelos seus respectivos grupos.

Tabela 15: Diferenças referentes ao grupo A

Pastilhas do grupo

A

Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

A1.3 3659,82 3536,93 3,35

A1.5 4204,73 3714,03 11,67

A2.3 3258,26 3062,12 6,01

A2.5 4706,60 4584,8 2,58

Tabela 16: Diferenças referentes ao grupo B

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65

Pastilhas do grupo

B

Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

B1.3 6698,30 6876,48 2,66

B1.4 6680,00 6853,68 2,60

B2.3 6907,82 6752,40 2,24

B2.5 6742,85 6619,80 1,82

Tabela 17: Diferenças referentes ao grupo C

Pastilhas do grupo

C

Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

C1.1 7615,70 7519,44 1,26

C1.2 8000,00 8114,88 1,43

C2.4 8169,16 8316,70 1,80

C2.5 8225,44 8475,5 3,04

Tabela 18: Diferenças referentes ao grupo D

Pastilhas do grupo

D

Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

D1.3 9331,63 9071,84 2,78

D1.5 9143,22 9058,38 0,92

D2.3 9563,15 9448,4 1,19

D2.5 9237,11 9390,0 1,65

Tabela 19: Diferenças referentes ao grupo E

Pastilhas do grupo E Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

E1.3 9965,11 9598,40 3,67

E1.5 9901,16 9536,80 3,67

E2.3 10463,00 10216,70 2,35

E2.5 10413,68 10266,72 1,41

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66

Verifica-se que a diferença máxima encontrada com as duas técnicas foi de

11,67% enquanto a menor diferença foi de 0,73%. Neste experimento o pulso inicial

estava contido no sinal no domínio do tempo utilizado para transformá-lo para o

domínio da freqüência.

Os valores das diferenças mostrados neste experimento revelam que a técnica

proposta - mesmo utilizando na construção do sinal no domínio da freqüência o pulso

inicial (domínio do tempo) - é capaz de caracterizar as pastilhas cerâmicas a base de

alumina correlacionando a velocidade ultra-sônica com a sua porosidade. Mesmo que

em alguns casos a diferença encontrada seja elevada (casos das pastilhas A1.5, A2.3,

E1.3 e E1.5) os valores das velocidades contém o mesmo padrão encontrados com a

técnica proposta como pode ser observado na figura 54.

Os experimentos mostram também que em alguns casos a diferença entre os

valores das duas técnicas não são tão grandes como nos casos das pastilhas B2.5, C1.1,

C1.2, C2.4, D1.5, D2.3, D2.5 que possuem diferenças menores que 2%.

Comparando o valor da velocidade ultra-sônica utilizando a técnica proposta,

com o valor encontrado medindo o tempo de percurso com o cursor do osciloscópio da

pastilha A1.5 foi observado que a diferença presente neste caso é de 13% e quase 500

m/s de diferença, o que significa que a diferença ficou muito alta.

Tabela 20: Comparação das velocidades com o cursor e com a técnica proposta

Pastilhas A1.5 Velocidade medida

pelo cursor com

técnica convencional

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

4065,71 3536,93 13,00

5.2. Segundo experimento

O segundo experimento - como já foi mencionado - será o mesmo do primeiro

experimento, agora, contudo, somente será utilizado o sinal ultra-sônico que percorre o

material - o pulso inicial será excluído.

Cabe ressaltar que os valores - das velocidades no domínio do tempo - são os

mesmos, inclusive os valores estimados - com o ajuste linear; com isso apenas os

valores no domínio da freqüência serão apresentado nesta etapa e são apresentados nas

tabelas 21, 22, 23, 24 e 25 abaixo.

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67

Tabela 21: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A

Pastilha (grupo

A)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

A1.3 4,282 39,0 420 E3 3596,88±22

A1.5 4,269 39,8 490 E3 4183,62±19

A2.3 4,138 37,1 390 E3 3227,64±18

A2.5 4,168 37,2 575 E3 4793,20±20

Tabela 22: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B

Pastilha (grupo

B)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

B1.3 3,952 28,5 850 E3 6718,40±26

B1.4 4,008 29,7 825 E3 6613,20±26

B2.3 3,972 28,7 875 E3 6951,00±23

B2.5 4,012 28,7 835 E3 6700,04±25

Tabela 23: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C

Pastilha (grupo

C)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

C1.1 3,686 22,4 1,03 E6 7593,15±19

C1.2 3,792 21,4 1,06 E6 8039,04±25

C2.4 3,815 19,4 1,07 E6 8164,10±26

C2.5 3,685 19,6 1,10 E6 8107,00±26

Tabela 24: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D

Pastilha (grupo

D)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

D1.3 3,658 11,1 1,28 E6 9364,48±30

D1.5 3,511 11,9 1,31 E6 9198,82±30

D2.3 3,634 10,6 1,32 E6 9593,76±28

D2.5 3,584 10,4 1,30 E6 9318,4±29

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68

Tabela 25: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E

Pastilha (grupo

E)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 1,45 E6 9941,20±32

E1.5 3,406 5,87 1,45 E6 9877,40±33

E2.3 3,523 5,54 ** **

E2.5 3,516 5,81 ** **

Neste experimento tiveram duas pastilhas que não foram possíveis excluir

apenas o pulso inicial com exatidão, então os mesmos valores encontrados no

experimento 1 foram mantidos como mostra a tabela 26.

Tabela 26: valores das pastilhas E2.3 e E2.5 encontrados no experimento 1

Pastilha Freqüência

E2.3 1,45 E6

E2.5 1,46 E7

Na etapa seguinte, o pulso inicial foi excluído transformando assim apenas o

sinal ultra-sônico no domínio do tempo que percorreu as pastilhas E2.3 e E2.5, os

valores de velocidades ultra-sônica no domínio da freqüência estão na tabela 27.

Tabela 27: Velocidades ultra-sônica no domínio da freqüência das pastilhas E2.3 e E2.5

Pastilha Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência (Hz) Velocidade

(m/s)

E2.3 3,523 5,54 1,46 E6 10287,16

E2.5 3,516 5,81 1,47 E7 10337,04

Os valores das velocidades - ultra-sônicas tanto no domínio do tempo como no

domínio da freqüência - foram comparados assim como no primeiro experimento com

um gráfico que confronta os resultados das duas técnicas (figura 55).

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69

Figura 55: Comparação das duas técnicas (experimento 2)

A técnica proposta - tendo como base apenas o sinal ultra-sônico que percorre o

material – novamente se mostrou capaz de caracterizar as pastilhas cerâmicas a base de

alumina correlacionando a velocidade ultra-sônica com a sua porosidade como

observado na figura 55. A técnica proposta apresenta o mesmo padrão linear encontrado

com a utilização da técnica convencional.

As diferenças entre as duas técnicas também foram obtidas, os valores estão

apresentados nas tabelas 28, 29, 30, 31 e 32 - separados pelos seus respectivos grupos.

Tabela 28: Diferenças referentes ao grupo A

Pastilhas do grupo

A

Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

A1.3 3659,82 3596,88 1,71

A1.5 4204,73 4183,62 0,5

A2.3 3258,26 3227,64 0,93

A2.5 4706,60 4793,20 1,83

Tabela 29: Diferenças referentes ao grupo B

Pastilhas do grupo B Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

B1.3 6698,30 6718,40 0,30

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70

B1.4 6680,00 6613,20 1,00

B2.3 6907,82 6951,00 0,62

B2.5 6742,85 6700,04 0,63

Tabela 30: Diferenças referentes ao grupo C

Pastilhas do grupo C Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

C1.1 7615,70 7593,15 0,29

C1.2 8000,00 8039,04 0,48

C2.4 8169,16 8164,10 0,06

C2.5 8225,44 8107,00 1,43

Tabela 31: Diferenças referentes ao grupo D

Pastilhas do grupo D Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

D1.3 9331,63 9364,48 0,35

D1.5 9143,22 9198,82 0,60

D2.3 9563,15 9593,76 0,32

D2.5 9237,11 9318,4 0,88

Tabela 32: Diferenças referentes ao grupo E

Pastilhas do grupo E Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

E1.3 9965,11 9941,20 0,23

E1.5 9901,16 9877,40 0,23

E2.3 10463,00 10216,70 2,35

E2.5 10413,68 10266,72 1,41

Comparando o valor da técnica proposta com o valor encontrado utilizando o

cursor do osciloscópio. As medidas foram obtidas na pastilha A1.5 e são apresentadas

na tabela 33:

Tabela 33: Comparação da velocidade ultra-sônica com o cursor e a técnica

proposta

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71

Pastilhas A1.5 Velocidade medida

pelo cursor com

técnica convencional

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

4065,71 4183,62 2,90

A técnica proposta - tendo como base o sinal ultra-sônico no domínio do tempo -

apenas com o sinal que passa no material, possui diferença máxima encontrada de

2,35%, enquanto a menor diferença foi de 0,06%. Cabe ressaltar que a maior diferença

apresentada neste experimento corresponde a um valor de velocidade ultra-sônica onde

a base do sinal no domínio do tempo continha o pulso inicial em sua constituição. Outro

dado importante sobre as diferenças encontradas no experimento dois foi que das 18

velocidades encontradas (duas não foram determinadas com esse experimento) - 14

possuem diferenças menores de 1%.

Pode ser observado também que os grupos B, C, D e E tiveram diferenças bem

menores em comparação com o grupo A. isso ocorreu porque o numero de informação

no domínio do tempo (n0 de ecos) é alto, e como foi descrito no tópico 3.2, o aumento

dos ecos provoca uma maior definição no domínio da freqüência e com isso uma maior

precisão nas medidas foi apresentada.

Excluindo o pulso inicial das pastilhas E2.3 e E2.5 mesmo sem exatidão e

confrontando os valores com as velocidades destas pastilhas estimados (ver tópico 5.1),

foram determinados seus respectivas diferenças que estão apresentados na tabela 34.

Tabela 34: Velocidades ultra-sônicas das pastilhas E2.3 e E2.5 sem o pulso inicial

Pastilha Velocidades

estimadas (m/s)

Velocidades com

técnica proposta

(m/s)

Diferença (%)

E2.3 10463,00 10287,16 1,68

E2.5 10413,68 10337,04 0,73

A tabela 34 mostra que com a exclusão do pulso inicial as diferenças

correspondentes as pastilhas E2.3 e E2.5 tem uma redução considerável.

Comparando os valores das velocidades ultra-sônicas no domínio da freqüência

dos experimentos 1 e 2 pode ser notado que o uso do pulso inicial ocasiona uma grande

influência no valor dos sinal (domínio da freqüência). A tabela 35 mostra a comparação

das diferenças apresentadas nas velocidades nos experimentos 1 e 2 -tendo como base

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72

os valores de velocidades com a técnica convencional- com o uso da técnica proposta

nas pastilhas C2.4 e E1.3 que tiveram os menores diferenças no experimento 2.

Tabela 35: comparação das diferenças nos experimentos 1 e 2

Pastilha Diferença no experimento 1 Diferença no experimento 2

C2.4 1,80 0,06

E1.3 3,67 0,23

Isso prova que o pulso inicial tem uma grande influência nos valores das

velocidades ultra-sônicas no domínio da freqüência. Outra influência do pulso inicial é

na forma do sinal no domínio da freqüência que sem o uso do mesmo, o sinal fica mais

definido como podemos verificar na figura 56 que mostra o sinal da pastilha C1.1 com e

sem o pulso inicial.

(a)

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73

(b) (c)

Figura 56: sinal no domínio do tempo da pastilha C1.1 (a); sinal no domínio da

freqüência com o pulso inicial (b) e sem o pulso inicial (c)

5.3. Terceiro experimento

O terceiro experimento tem por finalidade determinar a velocidade ultra-sônica

utilizando a técnica proposta. Neste experimento foi comparada a técnica proposta com

a técnica convencional utilizando um transdutor de ondas transversal. O material

utilizado foi o mesmo dos experimentos 1, 2 e 3.

Os valores das velocidades ultra-sônica no domínio do tempo estão apresentados

nas tabelas 36, 37, 38, 39 e 40 abaixo:

Tabela 36: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo A

Pastilha (grupo

A)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

A1.3 4,282 39,0 3,72 E-6 2303,15±6

A1.5 4,269 39,8 4,60 E-6 1856,08±5

A2.3 4,138 37,1 3,92 E-6 2111,2±7

A2.5 4,168 37,2 4,08 E-6 2043,13±6

Tabela 37: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo B

Pastilha (grupo

B)

Espessura

(mm)

Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

B1.3 3,952 28,5 1,92 E-6 4116,66±12

B1.4 4,008 29,7 1,96 E-6 4175,00±12

B2.3 3,972 28,7 1,88 E-6 4225,53±14

B2.5 4,012 28,7 1,92 E-6 4179,16±13

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74

Tabela 38: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo C

Pastilha (grupo

C)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

C1.1 3,686 22,4 1,52 E-6 4850,00±16

C1.2 3,792 21,4 1,60 E-6 4740,00±15

C2.4 3,815 19,4 1,52 E-6 5019,73±15

C2.5 3,685 19,6 1,48 E-6 4979,72±14

Tabela 39: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo D

Pastilha (grupo

D)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

D1.3 3,658 11,1 1,28 E-6 5715,62±20

D1.5 3,511 11,9 1,24 E-6 5662,90±20

D2.3 3,634 10,6 1,28 E-6 5678,12±20

D2.5 3,584 10,4 1,26 E-6 5688,88±20

Tabela 40: Valores no domínio do tempo referentes ao grupo E

Pastilha (grupo

E)

Espessura (mm) Porosidade (%) Tempo (s) Velocidade

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 1,16 E-6 5910,34±23

E1.5 3,406 5,87 1,16 E-6 5872,41±22

E2.3 3,523 5,54 1,17 E-6 6022,22±24

E2.5 3,516 5,81 1,20 E-6 5860,00±21

Empregando a técnica convencional (determinação da velocidade ultra-sônica no

domínio do tempo) foi possível determinar todos os tempos de percurso do sinal ultra-

sônico.

A razão, da técnica convencional, ter sido capaz de determinar a velocidade do

sinal quando passa no material foi devido ao sinal ser mais lento.

Os valores das velocidades ultra-sônica no domínio da freqüência estão

apresentados nas tabelas 41, 42, 43 , 44 e 45 abaixo:

Tabela 41: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo A

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75

Pastilha (grupo

A)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

A1.3 4,282 39,0 260 E3 2226,64±22

A1.5 4,269 39,8 220 E3 1878,36±21

A2.3 4,138 37,1 255 E3 2110,38±22

A2.5 4,168 37,2 250 E3 2084,00±22

Tabela 42: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo B

Pastilha (grupo

B)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

B1.3 3,952 28,5 513 E3 4054,75±22

B1.4 4,008 29,7 515 E3 4128,24±22

B2.3 3,972 28,7 525 E3 4170,60±22

B2.5 4,012 28,7 520 E3 4172,48±23

Tabela 43: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo C

Pastilha (grupo

C)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

C1.1 3,686 22,4 650 E3 4791,80±22

C1.2 3,792 21,4 635 E3 4815,84±22

C2.4 3,815 19,4 650 E3 4959,50±23

C2.5 3,685 19,6 688 E3 5070,56±22

Tabela 44: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo D

Pastilha (grupo

D)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

D1.3 3,658 11,1 775 E3 5669,90±23

D1.5 3,511 11,9 800 E3 5617,60±23

D2.3 3,634 10,6 775 E3 5632,70±23

D2.5 3,584 10,4 785 E3 5626,88±23

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76

Tabela 45: Valores no domínio da freqüência referentes ao grupo E

Pastilha (grupo

E)

Espessura (mm) Porosidade (%) Freqüência

(Hz)

Velocidade

(m/s)

E1.3 3,428 6,67 850 E3 5827,60±24

E1.5 3,406 5,87 850 E3 5790,20±23

E2.3 3,523 5,54 845 E3 5953,87±25

E2.5 3,516 5,81 835 E3 5871,72±24

A figura 57 demonstra um comparativo entre os valores das velocidades com o

transdutor transversal utilizando a técnica convencional e com a técnica proposta.

Figura 57: Comparação das velocidades no experimento 3

O gráfico mostra que os valores encontrados com a técnica proposta (domínio da

freqüência) possuem o mesmo padrão encontrado com a técnica convencional (domínio

do tempo).

Os valores das diferenças entre as duas técnicas estão apresentados a seguir:

Tabela 46: Diferenças referentes ao grupo A

Pastilhas do grupo A Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

A1.3 2303,15 2226,64 3,32

A1.5 1856,08 1878,36 1,20

A2.3 2111,2 2110,38 0,03

A2.5 2043,13 2084,00 2,00

3

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77

Tabela 47: Diferenças referentes ao grupo B

Pastilhas do grupo B Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

B1.3 4116,66 4054,75 1,50

B1.4 4175,00 4128,24 1,12

B2.3 4225,53 4170,6 1,29

B2.5 4179,16 4172,48 0,15

Tabela 48: Diferenças referentes ao grupo C

Pastilhas do grupo C Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

C1.1 4850,00 4791,80 1,20

C1.2 4740,00 4815,84 1,60

C2.4 5019,73 4959,50 1,19

C2.5 4979,72 5070,56 1,82

Tabela 49: Diferenças referentes ao grupo D

Pastilhas do grupo D Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

D1.3 5715,62 5669,90 0,79

D1.5 5662,90 5617,60 0,79

D2.3 5678,12 5632,70 0,80

D2.5 5688,88 5626,88 1,08

Tabela 50: Diferenças referentes ao grupo E

Pastilhas do grupo E Velocidade (técnica

convencional)

Velocidade (técnica

proposta)

Diferença (%)

E1.3 5910,34 5827,60 1,39

E1.5 5872,41 5790,20 1,40

E2.3 6022,22 5953,87 1,13

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78

E2.5 5860,00 5871,72 0,20

Como é possível verificar os valores das diferenças encontradas neste

experimento são pequenos, tendo o valor máximo da diferença em 3,32% e o menor

valor em 0,03%. Isso confirma que os resultados da técnica proposta estão dentro do

padrão encontrado com a técnica convencional.

5.4. Quarto experimento

O quarto experimento não possuía uma forma de comparar os resultados com as duas

técnicas, pois no domínio do tempo os ecos estão todos sobrepostos impossibilitando

assim a determinação do tempo de percurso utilizando o programa chronos como pode

ser observado na figura 58. O experimento 4 teve como objetivo determinar as

espessuras das chapas de alumínio. Para a determinação das espessuras foi usado uma

velocidade tabelada para o alumínio (ver tópico 4.4.4) e o delta de freqüência. Com as

espessuras calculadas foram verificadas as diferenças (tabela 51) comparando com as

espessuras medidas.

(a1) (a2)

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79

(b1) (b2)

(c1) (c2)

Figura 58: a1(sinal no domínio do tempo da chapa A), a2 (sinal no domínio da

freqüência da chapa A), b1(sinal no domínio do tempo da chapa A), b2 (sinal no

domínio da freqüência da chapa B), c1 (sinal no domínio do tempo da chapa A) e c2

(sinal no domínio da freqüência da chapa C).

Tabela 51: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica proposta.

Chapa de

alumínio

Espessura

medida (mm)

Freqüência (Hz) Espessura

determinada

pela técnica

proposta (mm)

Diferença (%)

A 0,94 3,3 E6 0,9575 1,86

B 2,47 1,3 E6 2,4307 1,59

C 3,32 960 E3 3,2916 0,85

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80

A diferença apresentado neste experimento foi baixo, assim como nos outros

experimentos. Mesmo nos casos das chapas A e B onde não foi excluído o pulso inicial.

5.5. Quinto experimento

O sexto experimento tem por objetivo iniciar os estudos sobre o método por

imersão. Este experimento calcula a espessura da chapa de alumínio B utilizando as

duas técnicas (convencional e proposta) e comparara-las com a espessura medida pelo

micrômetro. Foram determinados os diferenças com as duas técnicas (tabelas 52 e 53).

Os sinais com as duas técnicas são mostrados na figura 59 abaixo.

(a) (b)

Figura 59: Sinal da chapa B usando o método por imersão no domínio do tempo (a);

sinal no domínio da freqüência (b)

Tabela 52: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica convencional.

Técnica Tempo (s) Espessura

encontrada (mm)

Diferença (%)

Convencional 7,76 E-7 2,452 0,0072

Tabela 53: Valores das espessuras encontrados a partir da técnica proposta.

Técnica Freqüência (Hz) Espessura Diferença (%)

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81

encontrada (mm)

Proposta 1,29 E6 2,449 0,0085

6. Conclusões

Este trabalho teve como objetivo apresentar uma técnica alternativa para

caracterizar e determinar a velocidade ultra - sônica pelo domínio da freqüência.

Objetivo este que foi alcançado. Esta técnica não veio em hipótese alguma descartar a

utilização de outras técnicas como a técnica convencional de realizar análise da

velocidade ultra – sônica, mas vem servir de meio alternativo quando a técnica

convencional se torna difícil de utilização em alguns casos como foi mostrado no

decorrer do trabalho.

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82

As conclusões deste trabalho são:

1) A técnica proposta apresentou resultados de medida de tempo de percurso da

onda ultra-sônica próximos aos obtidos com a técnica convencional.

2) A técnica proposta apresentou resultados com poucas diferenças com a técnica

convencional em todos os métodos ultra-sônicos utilizado neste trabalho

(contato usando transdutor longitudinal, transversal e por imersão).

3) A exclusão do pulso inicial apresenta resultado mais preciso, pois só o sinal

ultra-sônico no domínio do tempo que percorre o material é transformado para a

freqüência.

4) A técnica do domínio da freqüência foi capaz de determinar o tempo de percurso

do sinal ultra-sônico, mesmo quando a técnica do domínio do tempo não foi

capaz de determinar, como no caso da pastilha A1.5.

Trabalhos futuros

1) Desenvolvimento de um software para aprimoramento da técnica, onde nele

exista a possibilidade de realizar o cálculo dos intervalos de freqüência (�f),

assim como a transformação direta do domínio do tempo para o domínio da

freqüência. Com isso pretende-se otimizar a analise dos dados com a técnica

proposta, além da obtenção de dados mais precisos para trabalhos futuros.

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83

2) Utilização da técnica proposta para avaliação de tensões em materiais.

Realização de diversos experimentos para verificar a possibilidade da técnica

proposta possuir a resolução necessária para verificar as pequenas variações

de tempo que acontecem em decorrência das tensões.

7. Referência Bibliográfica

[1]Korea Atomic Energy Research Institute, Nuclear Training Center. Nuclear Power

Reactor Tecnology. Disponível em: http://www.kntc.re.kr/openlec/nuc/NPRT . Acesso

em: 20 de janeiro. 2010.

[2]IAEA Safeguards Agreements and Additional Protocols. Verifying Compliance with

Nuclear Non-Proliferation Undertakings. Disponível em: http://www.world-

nuclear.org/. Acesso em: 20 de janeiro. 2010.

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84

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Disponível em: http://www.iaea.org/Publications/Booklets/Development/index.html.

Acesso em: 15 de janeiro. 2010.

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em: http://www.insc.anl.gov/matprop/. Acesso em: 22 de janeiro. 2010.

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Curitiba,Paraná,2003.

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de ensaios não destrutivos. 3a Edição. 2002.

[7] Bittencourt, Marcelo de Siqueira Queiroz.Desenvolvimento de um sistema de

medida de tempo decorrido da onda ultra-sônica e análise do estado de tensões em

materiais metálicos pela técnica da birrefrigência acústica. Tese(Doutorado). Programa

de Pós - Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE

- UFRJ. Rio de Janeiro, 2000.

[8] Krüger, S. E. Caracterização microestrutural de ferros fundidos por ultra - som. Tese

(Doutorado). Programa de Pós - Graduação em Engenharia da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, COPPE - UFRJ. Rio de Janeiro, 1999.

[9] Berutti, Felipe Amorim. Aplicação de métodos de ultra-som para avaliação e

caracterização da microestrutura de materiais cerâmicos à base de alumina e sua

associação com propriedades mecânicas. Porto Alegre:Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, 2004. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Minas, Metalúrgica de Materiais, Escola de Engenharia, Universidade Federal do

Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004.

[10] Penha,R. M.L.da.Análise de Sinais em regime transiente aplicando a técnica de

wavelet.Dissertação de Mestrado.Curso de Mestrado em Ciências na área de Reatores

Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear/Ipen.São Paulo,1999.

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Disponível em: Acesso em: http://www.dspguide.com/ 20 de ago. 2009.

[12] Joaquim, Marcelo B. Análise de Fourier. São Carlos, SP: EESC, Departamento de

Engenharia Elétrica, 2003.Cd-rom.

[13] Haykin, Simon; Veen, Barry V. Sinais e sistemas / tradução José Carlos Barbosa

dos Santos.Porto Alegre:Bookman, 2001.

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85

[14] Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Processamento Digital de

Sinal. Disponível em: http://paginas.fe.up.pt/~ajf/pds/aulas_teoricas.html. Acesso em:

03 de jul. 2009.

[15] Departamento de Engenharia elétrica, Sistemas e Sinais.Universidade Federal do

Rio Grande do Sul. Disponível em: Disponível em:

http://paginas.fe.up.pt/~ajf/pds/aulas_teoricas.html. Acesso em: 29 de mai. 2010.

[16] Kögler, João. Série de Fourier e Transformada de Fourier – I. Disponível

em:http://jkogler.wordpress.com/2008/06/23/serie-de-fourier-e-transformada-de-

fourier-i/. Acesso em: 30 de mar. 2009.

[17] Morettin, Pedro. A. Análise Harmônica de Processos Estocásticos.

Rio de Janeiro: 12º Colóquio Brasileiro de Matemática, IMPA, 1979.

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de Pastilhas de Alumina no Pulso Ultra-sônico no Domínio da Freqüência.Rio de

Janeiro:Instituto de Engenharia Nuclear,2009.Dissertação (mestrado) - Programa de Pós

- Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares, Instituto de Engenharia Nuclear,Rio

de Janeiro, 2009.

[19] Baroni, Douglas B. Desenvolvimento de técnica ultra – sônica para medida de

porosidade em pastilhas de UO2.Rio de Janeiro: Instituto de Engenharia

Nuclear,2008.Dissertação (mestrado) - Programa de Pós - Graduação em Ciência e

Tecnologia Nucleares, Instituto de Engenharia Nuclear,Rio de Janeiro, 2008.

[20] Correia, Diogo C; Laskoski, Gustavo T.Transformada de Fourier Discreta:

Processamento Digital de Sinais.Curitiba:Universidade Tecnológica Federal do

Paraná,Curitiba,2006.

[21]Dutra,Marco A.M. Avaliação Acustelástica Do Aço 20 MnMoNi55, Material

Estrutural Do Vaso De Pressão Dos Reatores Nucleares De Angra II E III. Rio de

Janeiro:Instituto de Engenharia Nuclear,2009.Dissertação (mestrado) - Programa de Pós

- Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares, Instituto de Engenharia Nuclear,Rio

de Janeiro, 2009.

[22] Gómez,Francisco R.;Zolder, Miguel A. F.;Morcillo,Gabriel D.;.Introducíon a los

métodos de ensayos no destructivos de control de La calidad de los materiales.Instituo

Nacional de Técnica Aeroespacial (INTA).2ª edição.Madrid,1990.

[23] Portes, Mariluci F. Cálculo Numérico. IME. Universidade do Estado do Rio de

Janeiro. Disponível em: http://www.ime.uerj.br/professores/Mariluci. Acesso em: 03 de

fev. 2010.

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86

Anexo 1

Experimento 1

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88

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90

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92

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93

Anexo 2

Experimento 2

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94

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95

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96

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97

Anexo 3

Experimento 3

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