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Os 12 Trabalhos de Hércules Site: http://pt.shvoong.com/books/dictionary/1813667-os-12-trabalhos-h%C3%A9rcules/ Um dos maiores mitos greco-romanos sempre enfrentou perseguição de Hera, mulher de seu pai, Zeus. Quando era ainda bebê, a madrasta colocou 2 serpentes em seu berço, que ele estrangulou. Quando já homem, foi enfeitiçado por Hera e teve uma crise de loucura matando a própria mulher e os filhos. Pelo crime virou servo de Euristeu, que o condenou a executar 12 difíceis tarefas. 1ª - Matar o leão de Neméia, monstro caído da Lua, de quem ele deu cabo e passou a vestir a sua pele como escudo protetor. 2 ª- Destruir outra monstrenga, a Hidra Lerna, que tinha 7 cabeças e cuspia fogo. 3ª - Capturar a corsa de Gerínia que, por ter patas de bronze, era extremamente veloz. Acabar com um gigantesco javali selvagem que assolava o monte Erimanto. 5ª - Limpar em 1 só dia as estrebarias do rei Augeas, que estavam atulhadas de estrume, para isso, ele desviou o curso de um rio, que lavou tudo. 6ª - Acabar com as aves ferozes que habitavam o lago Estinfale e comiam carne humana. 7ª - Capturar uns touros loucos, que amedrontava os moradores da ilha de Creta. 8ª- Eliminar as éguas antropófagas do rei da Trácia, ele o fez antes dando o próprio rei como pasto. 9ª - Roubar o cinto de ouro da rainha Hipólita, no país das guerreiras amazonas. 10ª - Capturar os bois selvagens do Gerião, da ilha Eritéia. 11ª - Entrar no fantástico jardim das espécies e roubar as maçãs douradas das ninfas, tendo que passar pelo gigante Atlas.

Os 12 Trabalhos de Hércules

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Os 12 Trabalhos de Hércules

Site: http://pt.shvoong.com/books/dictionary/1813667-os-12-trabalhos-h%C3%A9rcules/

Um dos maiores mitos greco-romanos sempre enfrentou perseguição

de Hera, mulher de seu pai, Zeus. Quando era ainda bebê, a madrasta colocou 2

serpentes em seu berço, que ele estrangulou. Quando já homem, foi enfeitiçado por

Hera e teve uma crise de loucura matando a própria mulher e os filhos. Pelo crime

virou servo de Euristeu, que o condenou a executar 12 difíceis tarefas.

1ª - Matar o leão de Neméia, monstro caído da Lua, de quem ele deu cabo e passou a

vestir a sua pele como escudo protetor.

2 ª- Destruir outra monstrenga, a Hidra Lerna, que tinha 7 cabeças e cuspia fogo.

3ª - Capturar a corsa de Gerínia que, por ter patas de bronze, era extremamente veloz.

Acabar com um gigantesco javali selvagem que assolava o monte Erimanto.

5ª - Limpar em 1 só dia as estrebarias do rei Augeas, que estavam atulhadas de

estrume, para isso, ele desviou o curso de um rio, que lavou tudo.

6ª - Acabar com as aves ferozes que habitavam o lago Estinfale e comiam carne

humana.

7ª - Capturar uns touros loucos, que amedrontava os moradores da ilha de Creta.

8ª- Eliminar as éguas antropófagas do rei da Trácia, ele o fez antes dando o próprio rei

como pasto.

9ª - Roubar o cinto de ouro da rainha Hipólita, no país das guerreiras amazonas.

10ª - Capturar os bois selvagens do Gerião, da ilha Eritéia.

11ª - Entrar no fantástico jardim das espécies e roubar as maçãs douradas das ninfas,

tendo que passar pelo gigante Atlas.

12ª - Capturar e levar para o rei o temido cão de 3 cabeças, Cérbero, o guardião dos

portões do inferno. (não foi fácil)

Site: http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_286437.shtml

Quais foram os 12 Trabalhos de Hércules?

Foram tarefas que só podiam ser realizadas por alguém com força sobre-humana, como enfrentar uma serpente de várias cabeças. Na mitologia greco-romana, Hércules era filho de uma mortal com Zeus, o chefe dos deuses. Seu nascimento provocou a ira de Hera, a esposa oficial de Zeus, que mandou duas serpentes matarem o recém-nascido. Este, porém, sem grande esforço, estrangulou as cobras, mostrando desde cedo possuir uma força descomunal. Hércules cresceu, mas Hera continuou a persegui-lo e usou seus poderes para provocar um acesso de loucura no herói, que acabou matando a própria

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esposa e os filhos. Quando Hércules recuperou a razão, procurou o Oráculo de Delfos - o mais famoso templo de consulta às divindades gregas - para buscar orientação sobre como enfrentar a tragédia.

O Oráculo mandou-o se entregar em servidão a Euristeus, rei da cidade de Micenas, que ordenou a realização das 12 famosas tarefas. "Os 12 trabalhos foram realizados para que Hércules se redimisse das mortes que cometeu e, também, para elevá-lo à condição divina ao fim de sua jornada", diz a historiadora Renata Beleboni, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após o último trabalho, Hércules se casou com uma mulher chamada Dejanira. Numa viagem, o centauro Néssus tentou violentá-la e o herói o matou. Entretanto, antes de morrer e disposto a se vingar, Néssus disse a Dejanira que seu sangue era um elixir do amor e a aconselhou a guardar um pouco caso o marido deixasse de amá-la. Quando de fato Hércules se apaixonou por outra mulher, Dejanira mandou-lhe um manto com gotas do sangue de Néssus. Ao vesti-lo, o herói sentiu o veneno e percebeu que ia morrer.

Segundo a mitologia, seu corpo humano foi queimado numa pira, mas sua essência ascendeu ao Olimpo - a morada dos deuses. Apesar de tudo ser um mito, alguns historiadores suspeitam que a história de Hércules possa ter sido inspirada num homem real, que seria um poderoso líder escravizado por algum reino grego.

Tarefas colossais

Herói enfrentou vários monstros e teve que limpar um gigantesco estábulo

1 - LEÃO DE NEMÉIA

Um leão gigantesco, quase invulnerável, devastava a região de Neméia, próxima à cidade de Micenas. Hércules tentou matá-lo com sua clava e com seu arco, sem sucesso. Então, encurralou o animal e o estrangulou até a morte. Realizado o primeiro trabalho, o herói tirou a pele do leão e passou a usá-la como manto.

2 - HIDRA DE LERNA

Na cidade de Lerna, vivia uma enorme serpente com nove cabeças, uma delas imortal. Hércules decepou oito cabeças e Iolau, seu sobrinho, queimou as feridas para elas não nascerem mais. A cabeça imortal foi enterrada num buraco fundo. Ao molhar suas flechas no sangue da Hidra, o herói as tornou venenosas.

3 - JAVALI DE ERIMANTO

Um javali aterrorizava as vizinhanças do monte Erimanto, no noroeste da Arcádia. Enorme e feroz, ele matava quem cruzasse seu caminho. A tarefa era capturá-lo vivo. O animal foi cercado e, quando se cansou, foi dominado por Hércules.

4 - CORÇA CERINÉIA

No monte Cerineu - também próximo da região da Arcádia - havia uma corça com chifres de ouro e pés de bronze. Ela era muito veloz e tinha que ser capturada viva. Hércules a perseguiu por um ano até os confins do mundo conhecido. Finalmente a capturou durante a travessia de um rio.

5 - AVES DO ESTÍNFALE

Num bosque às margens do lago Estínfale, no norte da Arcádia, escondiam-se aves que, além de devorar as colheitas da região, também atacavam os homens. Para matá-las, Hércules primeiro usou um címbalo (antigo instrumento de cordas) para atraí-las. Assim que as aves saíram do bosque, o herói pôde atingi-las com suas flechas venenosas.

6 - CAVALARIÇAS DE ÁUGIAS

Áugias, rei da Élida, região a oeste da Arcádia, tinha grandes rebanhos de cavalos (ou gado, conforme a versão), mas não cuidava de seus estábulos, que acumularam uma colossal quantidade de estrume ao longo dos anos. Hércules conseguiu lavá-los num só dia, usando a água de dois rios, cujos cursos desviou com sua força.

Page 3: Os 12 Trabalhos de Hércules

7 - TOURO DE CRETA

Por vingança, Poseidon, deus do mar, havia deixado louco um lindo touro pertencente ao rei de Creta, uma ilha grega. O animal devastava os campos da região e Hércules foi até lá para dominá-lo. Após controlar o touro, o herói precisou nadar de Creta até o continente levando a fera consigo.

8 - ÉGUAS DE DIOMEDES

Diomedes - filho de Ares, deus da guerra - vivia na Trácia (região hoje pertencente à Turquia e à Bulgária). Ele tinha quatro éguas ferozes e carnívoras, que alimentava com os estrangeiros que apareciam em suas terras. Hércules capturou as éguas e, notando que elas estavam famintas, serviu-lhes Diomedes como refeição.

9 - CINTO DE HIPÓLITA

Hipólita era rainha das amazonas, tribo de mulheres guerreiras que viviam perto do mar Negro. Ela tinha um belo cinto, desejado pela filha de Euristeus. A mando do rei, Hércules convenceu Hipólita a lhe entregar o objeto, mas Hera incitou as amazonas à guerra e o herói teve que matar a rainha.

10 - BOIS DE GÉRION

Gérion, um gigante de três cabeças, vivia na ilha de Erítia (possivelmente perto de Cádiz, no sul da Espanha) e possuía um numeroso rebanho de bois. Os animais eram guardados por um pastor monstruoso, Eurítion, e seu cão, ambos com diversas cabeças. Após matar a dupla, Hércules acabou com Gérion, usando sua clava, e entregou os bois a Euristeus.

11 - POMOS DE OURO

As maçãs de ouro ficavam num jardim desconhecido e Hércules vagou o mundo atrás delas. Segundo alguns textos mitológicos, quem finalmente encontrou os pomos para o herói foi Atlas - que havia recebido de Zeus o castigo de carregar o mundo nas costas. Enquanto Atlas foi atrás das maçãs, Hércules sustentou o mundo em seu lugar.

12 - GUARDIÃO DO HADES

Cérbero, um cão de três cabeças e cauda em forma de serpente, guardava a entrada do Hades, o mundo subterrâneo, permitindo a entrada de todos, mas não deixando ninguém sair. Hércules o capturou e, após mostrar Cérbero a Euristeus, devolveu o cão guardião ao inferno.

Site: http://ondaencantada10.blogspot.com/2009/11/os-12-trabalhos-de-hercules-10-trabalho.html

S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 1 2

Os 12 Trabalhos de Hércules - 1º Trabalho

Page 4: Os 12 Trabalhos de Hércules

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Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Page 5: Os 12 Trabalhos de Hércules

Para a jornada da alma

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

1º Trabalho

“A Captura das Éguas Antropófagas”

O aprendizado sobre o controle da mente

Mitologia

Diomedes, filho de Marte, governava uma terra de pântanos onde

criava os cavalos e as éguas para a guerra. Os cavalos eram

selvagens e as éguas eram ferozes, diante dos quais os homens

tremiam, pois elas matavam todos os que cruzassem seu caminho e

procriavam sem cessar cavalos extremamente selvagens e perversos.

Hércules recebeu a tarefa de capturar as malignas éguas e dar um

fim às suas atrocidades. Por isso, Hércules chamou seu inseparável

amigo, Abderis.

Após planear seus actos cuidadosamente, os dois seguiram os

cavalos soltos pelos pântanos da região e, finalmente, encurralaram

Page 6: Os 12 Trabalhos de Hércules

as éguas bravias num campo onde não havia espaço para que se

movessem. Lá ele agarrou-as e acorrentou-as e deu gritos de alegria

pelo sucesso alcançado.

Tão feliz se sentia que julgou indigno de si conduzir as éguas até

Diodemes e para isso chamou Abderis, deu-lhe a tarefa e seguiu

adiante. Mas Abderis era fraco e teve medo. Não conseguiu conter as

éguas que se voltaram contra ele e mataram-no, fugindo em seguida.

Hércules retornou à sua tarefa, mais sábio, presa da dor, humilde e

abatido. Procurou os cavalos por toda a parte, deixando o amigo

morto no chão. Prendeu novamente os cavalos e conduziu-os ele

mesmo. Mas Abderis estava morto. Os cavalos foram conduzidos para

um lugar de paz para serem domesticados e adestrados e o povo

aclamava Hércules como seu libertador e salvador de sua terra. Mas

seu amigo estava morto e Hércules sabia que o Primeiro Trabalho

estava feito, mas mal feito.

Sabia que havia uma importante lição a aprender dessa tarefa antes

de prosseguir.

Astrologia

Este primeiro trabalho está associado ao signo de Carneiro.

Carneiro governa a cabeça, portanto é um signo mental. Todos os

começos se originam no plano mental e na mente do criador.

Consequentemente, está claro que em Carneiro começam a correcta

direcção e a correcta orientação de Hércules. O alvo simboliza a

actividade intelectual: o cavalo branco representa a mente iluminada

Page 7: Os 12 Trabalhos de Hércules

do homem espiritual e cavalos negros, representam a mente inferior

com as suas ideias falsas e erróneos conceitos humanos.

O significado desta prova está agora muito mais evidente. Hércules tinha

que começar no mundo do pensamento para obter o controlo mental. As

éguas do pensamento vinham produzindo cavalos guerreiros e, através do

pensamento errado, da palavra errada e de ideias erróneas, devastavam os

campos.

Uma das primeiras lições que todo o principiante tem que aprender é o

tremendo poder que ele exerce mentalmente, e a extensão do mal que ele

pode causar no meio que o circunda, através das “éguas reprodutoras da

mente”. Por isso ele tem que aprender o correcto uso da sua mente e a

primeira coisa a fazer é capturar as éguas e providenciar para que não

gerem mais cavalos guerreiros.

Para aquele que pretende seguir o Caminho, basta que dedique um único

dia a observar o pensamento e perceberá que quase todo o tempo, a

maldade, o amor, a fofoca e a crítica estão a ser fertilizadas pelo egoísmo e

ilusão.

Hércules compreendeu o mal que as éguas estavam causando e

correu em socorro das pessoas, determinado a capturá-las; porém ele

superestimou-se quando não percebeu a potência e a força que elas

possuíam, tanto que as entregou a Abderis, o símbolo do eu inferior

pessoal.

Hércules, a alma, e Abderis, a personalidade, juntos eram necessários

para guardar as éguas.

Sozinho, Abderis não tinha força suficiente e por isso foi morto.

Abderis, incapaz de contrariar quem ama, tal como no signo da

Page 8: Os 12 Trabalhos de Hércules

Balança, não teve coragem de enfrentar o seu amigo, mostrando o

seu medo, temendo perder o seu Amor.

Com a morte de Abderis, e a necessidade de tratar do seu corpo,

após o cumprimento da sua tarefa (apanhar as éguas), Hércules

defronta-se com o seu orgulho e vaidade e com a aprendizagem dos

limites entre o eu e o outro. Enquanto na Balança, o respeito por si

próprio ao assumir que não seria capaz de tal tarefa, espelha-se no

Carneiro, destemido, que na sua ânsia e coragem de guerreiro, nem

compreende a incapacidade do outro.

Assim funciona a grande lei: pagamos em nossas próprias naturezas o

preço das palavras incorrectamente proferidas e pelas acções mal

julgadas. Assim, uma vez mais, a alma da pessoa de Hércules teve

que lidar com o problema do pensamento erróneo, e somente mais

tarde ele consegue realmente atingir o controlo total dos processos

de pensamento e de sua natureza.

Tarot

Page 9: Os 12 Trabalhos de Hércules

O caminho de Hércules pode muito bem ser associado ao caminho do

herói através do Tarot.

Em cada trabalho que Hércules realiza há uma lição de vida a

aprender. Cada passo dado pelo herói é um passo na construção do

seu mundo interior que o levará de volta a estado inicial – a Casa do

Pai.

Em cada trabalho tenta-se recriar um percurso possível neste Mundo

Manifestado e cada um deles terá uma aprendizagem, sumarizada

num único Arcano Maior. Todavia, o interesse reside no percurso feito

para chegar a um fim e não no inverso.

Em cada lição o herói assume uma energia, representada por um Arcano,

mas também um adjuvante na sua história, que o encaminhará para a lição

pretendida.

Hércules está no seu estado inicial, é o Mago com todos os instrumentos e

Page 10: Os 12 Trabalhos de Hércules

características necessárias para iniciar a Viagem. A sua primeira prova é

recolher as éguas do filho de Marte e levá-las para um local onde possam

ser domadas. Ao retirar as éguas e cavalos dos pântanos, Hércules, dá o

primeiro passo no domínio do exterior, consegue o pretendido e fica

arrogante. O iniciado muitas vezes, quando começa a ver no exterior os

resultados das suas acções, começa a ficar convencido de que já é capaz de

fazer tudo. Torna-se arrogante e avança por caminhos que o retardarão de

certeza.

Levando a lição para o tarot, podemos ver o Mago a transformar facilmente

no Imperador e, na vez de realizar a tarefa, manda o seu amigo fazê-la. A

energia do Imperador é neste estado ainda muito forte para o herói, ele

ainda não aprendeu a dominar as suas próprias atitudes e, por isso, não

poderá dominar os outros. Antes de chegar ao domínio completo e ao poder

total de si e dos outros, ele precisa de enfrentar outras provas.

O Mago é a ingenuidade, a inexperiência do iniciado, mas é também a sua

Vontade nata, a sua força impulsionadora, a sua acção. Quando a acção do

Mago é bem direccionada, o herói avança de etapa em etapa, respeita as

regras, mostra a sua reverência perante os mistérios e respeita as provas

pelas quais tem de passar. Porém, quando a Vontade do Mago o leva a

exercer o seu poder de forma desenfreada, desregrada e ambiciosa...nada

mais há a fazer do que voltar atrás e fazer tudo de novo.

Por conseguinte, ao agir dessa forma impulsiva e altiva, Hércules acende na

sua Viagem a energia de um Arcano poderoso, a Torre. Hércules é obrigado

a refazer a sua tarefa, pois a morte do seu amigo atinge-o como um raio na

Torre, e da forma mais cruel o herói compreender que ninguém pode fazer a

sua missão. Além disso, compreende agora o percurso que terá de trilhar

até poder chegar ao Imperador. O herói encontra a humildade e com ela o

domínio do seu ego, da sua impulsividade, da acção desconcertada.

A energia mais forte presente nesta lição é a de Marte, senhor da acção,

Page 11: Os 12 Trabalhos de Hércules

representante do nosso centro energético solar. Para agir devemos dominar

os pensamentos, as emoções, a intuição e as sensações. Só aí seremos

capazes de agir correctamente, sem a força destruidora das éguas dos

pântanos, só aí o herói as conseguirá domar, mas nunca dominar, só aí se

tornará no Imperador.

A energia adjuvante nesta lição é a Torre. O herói pode prosseguir confiante

nas suas acções, pois quando elas estiverem a levá-lo para longe do seu

caminho, a Torre fulminá-lo-á e encarregar-se-á de o recolocar o trilho

correcto. O perigo da Torre muitas vezes tem a ver com a frequência com

que ela nos surge no caminho, quanto mais a ignorarmos mais forte e

implacável ela se tornará. Como um pai cansado de avisar um filho

negligente no cumprimento das regras, o raio atinge-nos e desmorona a

nossa vida.

«Do Mago ao Imperador há etapas a cumprir. Se o herói se atrever a

ultrapassá-las, a Torre é inevitável!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 10:00  

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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 1 4

Os 12 Trabalhos de Hércules - 2º Trabalho

Page 12: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma

Page 13: Os 12 Trabalhos de Hércules

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

2º Trabalho

“A Captura do Touro de Creta”

O aprendizado sobre a natureza dos desejos.

Mitologia

Triste e só Hércules segue o seu Caminho para realizar o 2º trabalho.

No horizonte erguia-se a ilha onde vivia o touro que ele deveria capturar. O

touro era guardado por um labirinto que desnorteava os homens mais

audazes: o labirinto de Minos, Rei de Creta, guardião do touro.

Cruzando o oceano até à ilha ensolarada, Hércules iniciou a sua tarefa de

procurar o touro e conduzi-lo ao lugar sagrado onde habitam os homens de

um só olho, os Ciclopes.

De um lugar para o outro ele caçava o touro, seguindo a luz que brilhava na

testa do animal. Sozinho ele perseguiu-o, encurralou, capturou e montou, e

assim guiado pela luz, atravessou o oceano rumo à terra dos Ciclopes que

eram três e chamavam-se Brontes, Esterope e Arges.

É importante observar que Minos, Rei de Creta, o dono do touro sagrado,

possuía também o labirinto no qual o Minotauro vivia, e o labirinto tem sido

Page 14: Os 12 Trabalhos de Hércules

sempre símbolo da grande ilusão. A palavra “labirinto e o touro é um

destacado símbolo da grande ilusão. Estava separada do continente, e

ilusão e confusão são características do eu-separado, mas não da alma em

seu próprio plano, onde as realidades grupais e as verdades universais

constituem o seu reino.

Para Hércules, o touro representava o desejo animal, e os muitos aspectos

do desejo no mundo da forma, a totalidade dos quais constitui a grande

ilusão.

O discípulo, tal como Hércules, é uma unidade separada; separada do

continuente, símbolo do grupo, pelo mundo da ilusão e pelo labirinto em

que vive. O touro do desejo tem que ser capturado, domado e perseguido

de um ponto a outra da vida do eu-separado, até ao momento em que o

aspirante possa fazer o que Hércules conseguiu: montar o touro.

Montar um animal significa controlar. O Touro não é sacrificado, ele é

montado e dirigido, sob o domínio do homem.

Astrologia

Este trabalho está associado ao signo de Touro e a Escorpião. A

consumação do trabalho é realizada em Touro, e o resultado da influência

deste signo, é a glorificação da matéria e a subsequente iluminação por seu

intermédio.

Tudo o que actualmente impede a glória, que é a alma, e o esplendor que

emana de Deus dentro da forma, de brilhar em sua plenitude, é a matéria

ou aspecto-forma. Quando esta tiver sido consagrada, purificada e

espiritualizada, então a glória e a luz poderão realmente brilhar através

dela.

Neste trabalho procura-se vencer o desejo, representado pelo dono da ilha,

que tem por alimento a fraqueza daqueles que se perdem, na tentativa de

Page 15: Os 12 Trabalhos de Hércules

capturar o Touro ou o corpo e que são comandados pelo ego.

Aqui o trabalho de resgate do submundo (Escorpião), representa as pessoas

que no passado ficaram ligadas ao desejo e que não trabalharam a forma

mas sim a sedução, que não materializaram e se apropriaram das vontades

daqueles igualmente dominados pelo ego e pelo desejo. Ao trazer este

desejo à consciência e dominá-lo é ter o poder de vencer os vícios e as

forças negativas.

Tarot

Depois de uma lição dura e “falhada” como a anterior, o herói vira-se para

dentro de si e vai em busca do seu poder. Para isso o herói terá de

encontrar o touro desenfreado que habita no labirinto e levá-lo para um

lugar sagrado onde habitam os ciclopes, gigantes de um olho só. A analogia

é simples para encontrarmos a nossa percepção devemos trabalhar bem o

nosso poder intuitivo, domá-lo e elevá-lo aos céus. Caso contrário,

estaremos sempre a andar em círculos dentro de um labirinto infindável, de

nós e das nossas ilusões.

O herói torna-se neste trabalho na Alta Sacerdotisa, pois para conseguir

Page 16: Os 12 Trabalhos de Hércules

caçar o Touro de Creta ele segue a luz que brilha na testa do animal. A Alta

Sacerdotisa é o lado intuito, a centelha divina que todos somos. Ela é a

guardiã do nosso livro da vida, ela sabe de onde viemos, para onde vamos e

regista tudo o que fazemos, quem a encontra terá acesso a tudo.

A Alta Sacerdotisa ensina ao herói que tudo na vida é duplo, que neste

Plano Manifestado há divisão binária em todas as coisas, até em si próprio.

Para alcançar o seu lado espiritual ele precisa de conhecer o seu lado

animal.

Mas, o objectivo deste trabalho de Hércules é o encontro do Arcano A Lua,

senhora e regente do lado nocturno do Homem. A Lua é a energia da

percepção no seu apogeu. Ela representa o herói que alcançou a terra dos

Ciclopes e que apenas rege a sua vida através do olho da mente.

Não obstante, esta energia pode ser prejudicial ao herói. Quando a Lua não

é dominada, ela própria nos faz andar em círculos, embrenha-nos num

labirinto onde a sua luz nos faz ter uma visão muito pouco clara do

caminho. A tarefa do herói neste arcano é dominar o seu lado animalesco e

passar a prova, deixar de agir de forma impulsiva, advenha ela de um ego

descontrolado ou de uma percepção mal domada.

Portanto, neste trabalho para alcançar a energia da Lua de forma correcta,

o herói tem de passar pelo Diabo primeiro, pois ele terá de compreender a

natureza das coisas. O Diabo é o confronto connosco, com os nossos

desejos, com as nossas ambições, com a utilidade que damos à nossa

percepção. A alta Sacerdotisa coloca o herói frente à besta e numa luta

interminável, o herói acaba por a conseguir montar.

Neste trabalho, porém, parece que Hércules conseguiu de forma muito

simples montar o animal e a pergunta que nos será obrigatório colocar é

«Estará esse animal bruto em nós algum dia dominado? Seremos nós que o

montamos sempre ou haverá alturas em que ele nos monta a nós?»

Page 17: Os 12 Trabalhos de Hércules

«Para alcançar a luz da Lua o herói precisa de ir conhecer a escuridão do

Diabo. Para sair da escuridão, o herói precisa de aceder à luz, usando da

sua criatividade.»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 1 6

Os 12 Trabalhos de Hércules - 3º Trabalho

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Page 18: Os 12 Trabalhos de Hércules

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

 

3º Trabalho

“Os pomos de ouro de Hespérides” 

O conhecimento de si próprio

Num longínquo país crescia a árvore sagrada, a árvore da sabedoria, que

produzia as maçãs de ouro de Hespérides. Esse frutos eram desejados por

todos os filhos dos homens que se reconheciam igualmente como filhos de

Deus. Havia duas coisas que Hércules sabia sobre a árvore sagrada: que ela

era carinhosamente cuidada por três belas donzelas e que um dragão de

cem cabeças protegia as donzelas e a árvore. 

Hércules pôs-se a caminho, cheio de confiança, seguro de si, de sua

sabedoria e de sua força. Seguiu em direcção ao norte e percorreu a terra à

procura da árvore sagrada, mas não a encontrou. Perguntava a todos os

Page 19: Os 12 Trabalhos de Hércules

homens que encontrava, mas nenhum pode guiá-lo no caminho; nenhum

conhecia o lugar.

O tempo passava e ele ainda procurava, vagando de um lado para o outro,

frequentemente retornando sobre os próprios passos. Triste e

desencorajado, ainda assim procurava por toda a parte. Não encontrando a

árvore sagrada no caminho do norte, Hércules partiu para o sul e, no lugar

da escuridão, continuou na sua busca. Sonhou com um rápido sucesso, mas

Anteu, a serpente, atravessou-lhe o caminho e lutou com ele, vencendo-o a

cada investida. “Ela guarda a árvore”, disse Hércules, “isto me disseram,

portanto a árvore deve estar por perto. Preciso derrubar sua guarda e

assim, destruindo-a, vencê-la e arrancar os frutos.”

Contudo, lutando com todas as forças, ele não as vencia. “Onde está o meu

erro?” dizia Hércules. “Por que Anteu pode vencer-me? Mesmo quando

criança destruí uma serpente em meu berço. Com as minhas próprias mãos

a estrangulei. Porque fracasso agora?”

Lutando novamente com todo o seu poder, ele agarrou a serpente em suas

mãos e levantou-a no ar, longe do chão. E conseguiu realizar seu intento.

Feliz, confiante, seguro de si e com nova coragem, Hércules continuou em

sua busca. Agora se voltou para o ocidente, e tomando essa direcção,

encontrou o fracasso. Atirou-se ao terceiro grande teste sem pensar e por

muito tempo o fracasso atrasou seus passos.

Lá ele encontrou Busiris, o grande arqui-enganador, filho das águas e

parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens

através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e

rapidamente eles acreditam. Ele diz belas palavras: “Eu sou o mestre. A

mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu

sei, ninguém mais. Minha verdade é correcta. Qualquer outra verdade é

errónea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu: e a cada dia

enfraquecia em seu anterior caminho, a sua vontade estava minada. Ele

amava Busiris e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais

Page 20: Os 12 Trabalhos de Hércules

fraco, até que chegou o dia que o seu amado mestre o amarrou a um altar e

lá o manteve um ano inteiro. 

Repentinamente, um dia, quando lutava por se libertar, e lentamente

começava a perceber quem Busiris realmente era, palavras que ouvira há

muito tempo vieram-lhe à mente: “A verdade está dentro de ti mesmo. . No

teu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para o

teu interior e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os

homens que são filhos de Deus.”

Com a força que é a força de todos os filhos de Deus, ele rompeu as

amarras, agarrou o falso mestre e prendeu-o no altar em seu lugar.

Não disse uma palavras, apelas deixou-o lá para que aprendesse. Mais

contido, embora cheio de indagações Hércules percorreu longas distâncias

sem rumo certo, prosseguindo em sua busca.

Aprendera muito durante o ano que passara preso ao altar e agora percorria

o Caminho com maior sabedoria. Por todos os caminhos a busca prosseguiu;

de norte a sul e de leste a oeste foi procurada a árvore, mas não

encontrada. Até que um dia, esgotado pelo medo e pela longa viagem, ele

ouviu, de um peregrino que passava no caminho, rumores de que, perto de

uma montanha distante a árvore seria encontrada, a primeira afirmação

verdadeira que lhe fora feita até então.

Assim, ele retrocedeu sobre seus passos em direcção às altas montanhas do

leste, e num certo dia, brilhante e ensolarado, ele viu o objecto da sua

busca e então apressou o passo. “Agora tocarei a árvore sagrada”, gritou

alegre, “montarei o dragão que a guarda; e verei as belas renomadas

virgens, e colherei as maçãs.”

Mas novamente foi detido por um sentimento de profunda tristeza. À sua

frente estava Atlas, cambaleante sob o peso dos mundos às suas costas.

Sua face estava vincada pelo sofrimento; seus membros vergados pela dor;

Page 21: Os 12 Trabalhos de Hércules

seus olhos cerrados em agonia; ele não pedia auxílio; ele não viu Hércules;

apenas lá estava, curvado pela dor, pelo peso dos mundos. Trémulo,

Hércules observava e avaliava o quanto havia de peso e de dor. E esqueceu

sua busca. 

A árvore sagrada e as maçãs desapareceram de sua mente; ele só pensava

em como ajudar o gigante rapidamente. Correu para ele e animadamente

retirou a carga dos ombros de seu irmão, passou-a para suas próprias

costas, aguentando ele mesmo a carga dos mundos. Cerrou os olhos,

enrijecendo os músculos sob o esforço e então eis que a carga se

desprendeu e lá estava ele livre, como Atlas.

Diante dele, as mãos estendidas num gesto de amor, o gigante ofereceu a

Hércules as maçãs de ouro. Era o fim da busca. As virgens trouxeram mais

maçãs de ouro e também as depositaram em suas mãos e Aegle, a bela

virgem que é a glória do sol poente, disse-lhe: “O Caminho que traz a nós é

sempre marcado pelo serviço. Actos de amor são sinalizações do Caminho.”

Então Eritéia, a guardiã do portão que todos devem atravessar antes de se

apresentarem diante do Criador, deu-lhe uma maçã na qual estava inscrita

em luz a palavra de ouro SERVIÇO. “Lembra-te disto” disse ela “jamais te

esqueças.” Por ultimo veio Héspero, a maravilha da estrela vespertina, que

com clareza e amor disse: “Vai e serve, e a partir de hoje e para sempre,

palmilha o caminho de todos os servidores do mundo.” “Então eu devolvo

estas maçãs para aqueles que virão”, disse Hércules, e retomou ao lugar de

onde viera. Então ele ouviu a voz de seu Mestre, que lhe falava pela

primeira vez desde que iniciara o Caminho: “Não houve retardamento. A

regra que acelera todo o sucesso na senda escolhida é Aprender a servir”.

Astrologia

Page 22: Os 12 Trabalhos de Hércules

Este trabalho, no signo de Gémeos e Sagitário, é relacionado com o

trabalho activo do aspirante no plano físico à proporção que ele chega a

uma compreensão de si mesmo. Antes que este trabalho activo se torne

possível, deve haver um ciclo de pensamento interior e anseio místico; a

aspiração à visão é um processo subjectivo desenvolvido, talvez por longo

tempo, antes que o homem, no plano físico, comece o trabalho de

unificação da alma e corpo. Este é o tema deste trabalho. É neste plano

físico de realização, e no trabalho de obter as maçãs de ouro da sabedoria,

que a prova real da sinceridade do aspirante tem lugar.

Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os factos da vida

espiritual, esforços para auto-disciplina, oração e meditação, precedem

quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço. O visionário

(Sagitário) precisa tornar-se um homem de acção; o desejo tem que ser

trazido para o mundo da concretização, e é nisto que consiste a prova de

Gémeos. O plano físico é o lugar onde se obtém a experiência e onde as

causas, que foram iniciadas no mundo do esforço mental, têm que se

manifestar e alcançar objectividade. É também o lugar onde o mecanismo

de contacto se desenvolve, onde, pouco a pouco, os cinco sentidos abrem

ao ser humano, novos campos de percepção e lhe oferecem novas esferas

de conquistas e realização. É o lugar, portanto, onde conhecimento é obtido,

e onde esse conhecimento tem que ser transmutado em sabedoria.

Conhecimento é a busca do sentido, enquanto que sabedoria é o

omnisciente e sintético conhecimento da alma. Contudo, sem compreensão

na aplicação do conhecimento, nós perecemos; pois compreensão é a

aplicação do conhecimento sob a luz da sabedoria aos problemas da vida e

à conquista da meta.

Neste trabalho, Hércules defronta-se com a tremenda tarefa de aproximar

os dois pólos do seu ser e de coordenar, ou unificar, alma e corpo, de modo

que a dualidade dê lugar à  unidade e os pares de oposto se mesclem. É

através das virgens que o serviço altruísta é cumprido, pois foi este mesmo

que o conduziu até elas, pois ela representavam o seu alinhamento na

tridimensionalidade.

Page 23: Os 12 Trabalhos de Hércules

Agora como consciência-alma é responsável pela sua própria sabedoria.

Tarot

O herói encontra-se no caminho para encontrar a Imperatriz. O terceiro

Arcano é a energia da abundância, da fertilidade, é a árvore com maçãs de

ouro. Alcançar este grau de prosperidade é a tarefa de qualquer iniciado,

que além de conseguir a abundância espiritual deve também, senão mesmo

primeiro, esforçar-se pela abundância física.

Para realizar este trabalho, Hércules começa uma viagem em busca do

objecto do seu desejo. A sua busca começou a correr de forma diferente

daquela que previa, pois Hércules não estava a conseguir encontrar a

árvore. A Roda da Vida estava em funcionamento e parece que o herói falha

em conseguir aceitá-la e seguir com ela. Muitas vezes estamos obstinados

nos nossos caminhos e falhamos em compreender as energias que nos são

Page 24: Os 12 Trabalhos de Hércules

enviadas. A Roda da Vida é o Arcano que representa a chegada inesperada

de uma oportunidade, uma situação que devemos aproveitar. Todavia essa

oportunidade não dura muito, pois a Roda gira rápido, e quando falhamos

em aceitá-la, continuamos a caminhar em vão, esperançosos que

novamente ela gire e nos dê o que não agarrámos.

Mas a Roda gira eternamente e graças a

Deus teremos novas oportunidades. O herói teve a sua primeira a Sul, onde

lida com a Serpente. Sul é o ponto cardeal do Fogo e ao afastar a serpente

da Terra, a única forma de conseguir o pretendido, o herói começa o seu

trabalho árduo de separar o subtil do espesso, dando início ao seu trabalho

alquímico. A alquimia é de facto uma das Artes mencionadas neste episódio

mitológico. As Três Donzelas são os Três Princípios activos do Mundo e o

Dragão de Cem Cabeças o representante da luta interna que o alquimista

tem de realizar para conseguir a pedra verde.

A Ocidente Hércules vai ao encontro da água e aí encontra os falsos

mestres, aqueles que julgando ter alcançado um grande feito se consideram

aptos a transmitir o conhecimento. Nesta parte do mundo Hércules deixa-se

aprisionar pelas suas emoções, pelos seus desejos de conhecimento e, por

isso, vai falhando na missão.

Page 25: Os 12 Trabalhos de Hércules

A Leste, ponto representante do Ar, encontra a prova final, a utilização da

sua missão pessoal em prol de uma causa maior. Ao largar a sua missão

para ajudar o próximo, o herói consegue encontrar a abundância que tanto

desejava.

Neste trabalho o herói deseja tornar-se

na Imperatriz e conseguir dar a abundância aos outros, todavia, para o

conseguir ele tem de passar por provas para compreender a equilibrar a sua

alma e a sua ambição. Falhando em compreender isso, a Roda da Vida vai

girando e girando, o tempo passa e o herói começa a perder forças, até ao

dia em que acorda e se liberta dos falsos mestres. Nesta altura, a

Temperança é o Arcano que vai permitir ao herói encontrar o equilíbrio da

sua alma e corpo, do seu desejo de individualidade e de unidade, dos seus

desejos e dos desejos dos outros, é assim que ele percebe o que deveria ter

sido desde o início a sua missão e o porquê de tantos atrasos. É nesta

energia e apenas com ela que conseguirá a abundância de receber para

dar.

A Temperança ou Arte, como prefiro chamá-la, é a energia da Alquimia. É

Page 26: Os 12 Trabalhos de Hércules

através dela que compreendemos como equilibrar os opostos da lição

anterior, é nela que vamos conseguindo misturar os ingredientes que fazem

a nossa personalidade, é nela que aprendemos a transformarmo-nos em

ouro, o metal mais puro da Terra. É nela que conseguimos compreender a

prosperidade da Imperatriz. A Arte seguida de uma oportunidade da Roda

da Vida é um caminho seguro.

O desejo de qualquer iniciado deverá ser o de receber para dar, se os seus

desejos forem única e exclusivamente egoístas, a Imperatriz nunca

funcionará, entrando em acção a Roda da Vida até aprendermos. Porém,

quando os seus desejos se misturam com o altruísmo e compreendemos

que todos somos o mesmo e tudo é de todos, a Arte entra em

funcionamento e podemos seguir confiantes a Viagem sem preocupações,

sem atrasos, sem percalços.

«Receber para Retribuir. Juntar para Dividir. Misturar para Separar. Só assim

a Imperatriz reinará!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

- - -

S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 1 9

Os 12 Trabalhos de Hércules - 4º Trabalho

Page 27: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte 

Os 12 Trabalhos de Hércules 

é um trabalho conjunto elaborado

por 

Onda Encantada (Difusão da Alma)  

Shin-Tau (Grimoire do Mago) 

Para a jornada da alma 

Page 28: Os 12 Trabalhos de Hércules

Escolhemos abordar os seguintes temas 

Mitologia, Astrologia e Tarot 

4º Trabalho

 “A Captura da corsa” 

O desenvolvimento da intuição

Mitologia 

Hércules foi incumbido de capturar a corsa com galhada de ouro.

Olhando ao redor de si, viu que ao longe, erguia-se o Templo do Deus-Sol.

No alto de uma colina próxima viu o esguio cervo, objecto de seu quarto

trabalho.

Foi então que Ártemis, que tem a sua morada na lua, disse a Hércules, em

tom de advertência: “A corça é minha, portanto não toque nela. Por longos

anos eu a alimentei e cuidei dela. O cervo é meu e meu deve permanecer.” 

Então, de um salto surgiu Diana, a caçadora dos céus, a filha do sol. Pés

calçados de sandálias, em passos largos movendo-se em direcção ao cervo,

também ela reclamou a sua posse. “Não, Ártemis, belíssima donzela, não; o

cervo é meu e meu deve permanecer”, disse ela, “Até hoje ele era jovem

demais, mas agora ele pode ser útil. A corça de galhada de ouro é minha, e

minha permanecerá.”

Page 29: Os 12 Trabalhos de Hércules

Hércules observava e ouvia a disputa e perguntava-se porque as donzelas

lutavam pela posse da corça. Uma outra voz atingiu-lhe os ouvidos, uma voz

de comando que dizia: “A corça não pertence a nenhuma das duas

donzelas, oh Hércules, mas sim ao Deus cujo santuário podes ver sobre

aquele monte distante. Salva-a, e leva-a para a segurança do santuário e

deixa-a lá. Coisa simples de se fazer, oh filho do homem, contudo, e reflete

bem sobre as minhas palavras; sendo tu um filho de Deus, deves ir à sua

procura e agarrar a corça. Vai.”

De um salto Hércules lançou-se à caçada que o esperava. À distância, as

donzelas em disputa tudo observavam. Ártemis, a bela, apoiada na lua e

Diana, a bela caçadora dos bosques de Deus, seguiam os movimentos da

corça e, quando surgia uma oportunidade, ambas iludiam Hércules,

procurando anular os seus esforços. Ele perseguiu a corça de um ponto a

outro e cada uma delas subtilmente o enganava. E assim o fizeram muitas e

muitas vezes. 

Durante um ano inteiro, o filho do homem que é um filho de Deus, seguiu a

corça por toda a parte, captando rápidos vislumbre de sua forma, apenas

para descobrir que ela desaparecer na segurança dos densos bosques. 

Correndo de uma colina para outra, de bosque em bosque, Hércules a

perseguiu até à margem de uma tranquila lagoa, estendida sobre a relva

ainda não pisada, ele viu-a a dormir, exausta pela fuga. Com passos

silenciosos, mão estendida e olhar firme, ele lançou uma flecha, ferindo-a

no pé. 

Reunindo toda a vonta de que estava possuído, aproximou-se da corça, e

ainda assim, ela não se moveu. Assim, ele foi até ela, tomou-a nos braços, e

enlaçou-a junto ao seu coração, enquanto Ártemis e a bela Diana o

observavam. “Terminou a busca”, bradou ele, “Para a escuridão do norte fui

levado e não encontrei a corça. Lutei para abrir meu caminho através de

cerradas, profundas matas, mas não encontrei a corça; e por lúgubres

planícies e áridas regiões e selvagens desertos eu persegui a corça, e ainda

Page 30: Os 12 Trabalhos de Hércules

assim não a encontrei. A cada ponto alcançado, as donzelas desviavam

meus passos, porém eu persisti, e agora a corça é minha! A corça é minha!”

“Não, não é, oh Hércules”, disse a voz do Senhor, “A corça não pertence a

um filho do homem, mesmo embora sendo um filho de Deus. Carrega a

corça para aquele distante santuário onde habitam os filhos de Deus e

deixa-a lá com eles.”

“Porque tem que ser assim, oh Senhor? A corça minha; minha, porque muito

peregrinei à sua procura, e mais uma vez minha, porque a carrego junto ao

coração.”

“E não és tu um filho de Deus, embora um filho do homem? E não é o

santuário também a tua morda? E não compartilhas tu da vida de todos

aqueles que lá habitam? Leva para o santuário de Deus a corça sagrada, e

deixa-a lá, oh filho de Deus.”

Então, para o santuário sagrado de Micenas, levou Hércules a corça;

carregou-a para o centro do lugar santo e lá a depositou. E ao deitá-la

lá diante do Senhor, notou o ferimento em seu pé, a ferida causada pela

flecha do arco que ele possuíra e usara. A corça era sua por direito de caça.

A corça era sua por direito de habilidade e destreza do seu braço. “Portanto,

a corça é duplamente minha”, disse ele.

Porém, Ártemis, que se encontrava no pátio externo do sagrado lugar ouviu

seu brado de vitória e disse: “Não, não é. A corça é minha, e sempre foi

minha. Eu vi a sua forma, reflectida na água; eu ouvi seus passos pelos

caminhos da terra; eu sei que a corça é minha, pois todas as formas são

minhas.”

Do lugar sagrado, falou o Deus-Sol. “A corça é minha, não tua, oh Ártemis,

não podes entrar aqui, mas sabes que eu digo a verdade. Diana, a bela

caçadora do Senhor, pode entrar por um momento e contar-te o que vê.” A

caçadora do Senhor entrou por um momento no santuário e viu a forma

daquilo que fora a corça, jazendo diante do altar, parecendo morta. E com

tristeza ela disse: “Mas se seu espírito permanece contigo, oh grande Apolo,

nobre filho de Deus, então sabes que a corça está morta. A corça está

Page 31: Os 12 Trabalhos de Hércules

morta pelo homem que é um filho do homem, embora seja um filho de

Deus. Porque pode ele passar para dentro do santuário enquanto nós

esperamos pela corça lá fora?”

“Porque ele carregou a corça em seus braços, junto ao coração, e a corça

encontra repouso no lugar sagrado, e também o homem. Todos os homens

são meus. A corça é igualmente minha; não vossa, nem do homem mas

minha.”

Hércules diz então ao Mestre: “Cumpri a tarefa indicada. Foi simples, a ser

pelo longo tempo gasto e o cansaço da busca. Não dei ouvidos àqueles que

faziam exigências, nem vacilei no Caminho. A corça está no lugar sagrado,

junto ao coração de Deus, da mesma forma que, na hora da necessidade,

está também junto ao meu coração.”

“Vai olhar de novo, oh Hércules, meu filho”. E Hércules obedeceu. Ao longe

se descortinavam os belos contornos da região e no horizonte distante

erguia-se o templo do Senhor, o santuário do Deus-Sol. E numa colina

próxima via-se uma esguia corça.

“Realizei a prova, oh Mestre? A corça está de volta sobre a colina, onde eu a

vi anteriormente.”

E o mestre respondeu: “Muitas e muitas vezes precisam todos os filhos dos

homens, que são os filhos de Deus, sair em busca da corça de cornos de

ouro e carregá-la para o lugar sagrado; muitas e muitas vezes. O quarto

trabalho está terminado, e devido à natureza da prova e devido à natureza

da corça, a busca tem que ser frequente e não te esqueças disto: medita

sobre a lição aprendida.”   

Astrologia 

Este trabalho está associado ao signo de Caranguejo e Capricórnio.

Nos quatro primeiros signos o aspirante prepara o seu equipamento e

aprende a utilizá-lo.

Em Carneiro ele apossa-se da sua mente e procura submetê-la, aprendendo

Page 32: Os 12 Trabalhos de Hércules

o controlo mental.

Em Touro, “a mãe da iluminação”, ele recebe o primeiro lampejo daquela

luz espiritual cujo brilho aumentará progressivamente à medida que ele se

aproxima da sua meta.

Em Gémeos, ele não só se apercebe dos dois aspectos da sua natureza,

como o aspecto imortal começa a crescer às custas do mortal.

Agora, em Caranguejo, ele tem o seu primeiro contacto com aquele sentido

mais universal que é o aspecto superior da consciência da massa. Equipado

com uma uma mente controlada, com uma capacidade para registar a

iluminação, habilidade para estabelecer contacto com o seu aspecto imortal

e reconhecer intuitivamente o reino do espírito, ele está pronto para o

trabalho maior.

Vimos que a corça era sagrada para Ártemis, como o instinto animal; para

Diana, como o intelecto e para Apolo, como a intuição.

Cada um deles via nela um aspecto, porém Hércules, o caçador, viu nela

algo mais: a intuição espiritual, essa extensão da consciência, esse

altamente desenvolvido sentido de viva percepção que dá aos discípulos a

visão de novos campos de contacto e lhe revela um novo mundo. Ele tem

que aprender a usar o intelecto sob a influência de Diana, e por meio dele

entrar em sintonia com o mundo das ideias e da pesquisa humana. Tem que

aprender a levar essa capacidade que possui para o templo do Senhor e, vê-

la transmutada em intuição e por meio da intuição tomar consciência das

coisas do espírito e daquelas realidades espirituais que nem o instinto, nem

o intelecto lhe podem revelar.

Com o tempo, o herói vence a corsa pelo cansaço, como os nativos de

Caranguejo fazem com as pessoas, quando desejam realmente algo. No

momento oportuno, sem ansiedade, e absolutamente seguro de todos os

seus movimentos, e com a frieza de Capricórnio ele captura a corsa. Ao

colocá-la junto do coração, o herói dá-lhe o calor, a segurança e o Amor de

Caranguejo, e quando olha para trás depois de a ter liberto no templo, vê-a

Page 33: Os 12 Trabalhos de Hércules

feliz nas montanhas, e porta em si a compreensão de que aquele ser que

ele verdadeiramente amava, está solto e livre, em paz e em segurança. Não

precisava de a ter consigo por posse (Caranguejo), mas liberta e segura

(Capricórnio) porque ela estava no seu coração. 

Tarot

Quando Hércules tem de realizar a 4.ª tarefa já se encontra num estado

avançado de integração dos seus vários corpos, vários sentidos, vários

elementos. Ele já é capaz de ouvir as vozes dos Mestres que o guiam, já não

se deixa enganar por outras vozes, respeita as suas tarefas como elas

merecem. É já um homem maduro.

Esta é a aprendizagem que o Imperador oferece, um autodomínio, um

autocontrolo que nos permite ser capaz de lidar com qualquer situação.

Agora sim o herói está pronto para receber a sua energia pura e não

deturpada.

Como qualquer iniciado, o desejo de algo é o que nos move. O herói aqui

sente o desejo pela corça, símbolo sagrado entre as comunidades antigas, e

Page 34: Os 12 Trabalhos de Hércules

ainda por cima esta corça tem as hastes em ouro, mais uma vez o metal

puro.

O Arcano que nos oferece esta lição é Os Amantes. Diana e Ártemis são

ambas a mesma personalidade, uma romana outra grega, e ambas se

encontram a disputar a corça com o herói, seguindo o olhar atento do Deus-

Sol, imagem muito bem representada no tarot de Toth para este Arcano.

Os Amantes é a energia do Amor, do

desejo, da primeira escolha que o herói tem de fazer. Nesta etapa a escolha

é simples, quereremos o nosso Amor e o nosso Amado só para nós,

encerrando-o numa prisão de desejos e manipulações, ou seremos capazes

de o partilhar com quem quer que o deseje. Seremos nós egoístas ao ponto

de o matar para o capturar ou conseguiremos libertá-lo mesmo antes disso?

Page 35: Os 12 Trabalhos de Hércules

A esta energia muitas vezes é

associado o Diabo. Enquanto os Amantes nos mostra a escolha de um

caminho para o Amor livre, o Diabo mostra-nos a escolha de um caminho

aprisionado. Quando o escolhemos vivemos as emoções mais densas,

achamos que quem gostamos é um objecto que nos pertence, assim como o

herói quando de apaixonou pela corça, e a desejava possuir apenas para si.

A lição a aprender é a partilha do Amor, seja ele qual for, deve ser

partilhado e o receptor do nosso Amor deve ser livre de fazer as suas

próprias escolhas. O Amor como a corça deverá ser levado para o lugar

sagrado, onde a flecha do cupido não o matará com paixões e desejos

egoístas, mas o libertara para avançar na espiral da espiritualidade. 

«Se o herói não compreender a natureza livre do Amor, será Governado

pelo Diabo.»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 2 1

Os 12 Trabalhos de Hércules - 5º Trabalho

Page 36: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte 

Os 12 Trabalhos de Hércules 

é um trabalho conjunto elaborado 

por 

Onda Encantada (Difusão da Alma)  

Shin-Tau (Grimoire do Mago) 

Para a jornada da alma 

Page 37: Os 12 Trabalhos de Hércules

Escolhemos abordar os seguintes temas 

Mitologia, Astrologia e Tarot 

5º Trabalho 

“A morte do Leão de Neméia” 

Aprender a utilizar o poder e a coragem  

Mitologia

Hércules, descansando de seus trabalhos, desconhecia a próxima prova.

Sentia-se forte e passava os dias perseguindo a corça sagrada até ao

templo do Senhor. Chegou um momento em que a tímida corça conheceu

bem o caçador que a perseguia, e mansamente submeteu-se ao seu

comando. Assim, muitas e muitas vezes, ele carregava-a junto ao coração e

dirigia-se ao templo do Senhor.

Assim descansava nosso herói. Foi então que lhe indicaram o Quinto

Trabalho e para executá-lo, Hércules, armou-se até aos dentes, enquanto os

deuses observavam-lhe os passos e as mãos firmes e o olhar decidido.

Porém, no fundo do seu coração havia dúvidas, “Que estou fazendo aqui?”

disse ele. “Qual é a prova, e porque razão estou assim armado?”

“Soou um chamado, oh Hércules, um chamado de profunda angústia. Teus

ouvidos externos não responderam a esse chamado, e contudo, o ouvido

interno conhece bem a necessidade, pois ouviu uma voz, sim, muitas vezes,

falando-te da necessidade e incitando-te a ousar mais. O povo de Neméia

procura a tua ajuda. Eles estão sofrendo muito. As noticias das tuas proezas

espalharam-se. Eles procuram-te para que mates o leão que devasta a sua

terra e vitima os seus homens.” 

Page 38: Os 12 Trabalhos de Hércules

“É dele este som selvagem que eu escuto? É o rugido de um leão

atravessando o ar que estou a ouvir?”, perguntou Hércules.

E o mestre respondeu-lhe: “Vai, procura o leão que devasta as terras que

estendem além. O povo desta terra vive silenciosamente a portas fechas,

não ousam sair para as suas tarefas; não cultivam a terra, não semeiam. De

norte a sul, de leste a oeste ronda o leão, e nessa ronda furtiva apodera-se

de todos os que cruzam o seu caminho. O seu temível rugido é ouvido

durante a noite e todos tremem por detrás das portas trancadas. Que farás

tu, Hércules?” 

E Hércules, o ouvido atento, respondeu à necessidade. Sobre o caminho ele

depositou as suas armas, retendo para seu uso o ramo que cortara com as

suas próprias mãos de uma tenra e verdejante árvore. Ele acreditava que o

belo conjunto de armas o tornavam pesado e retardariam os seus passos.

Não precisaria de nada mais a não ser o seu forte ramo; e com ele o seu

coração destemido, caminharia à procura do leão. Mandou avisar o povo de

Neméia que estava a caminho e disse que expulsassem o medo dos seus

corações. Hércules andou procurando muito o leão. Encontrou os habitantes

de Neméia escondidos atrás de portas fechadas, a não ser por alguns

poucos que se aventuravam a sair movidos pela necessidade ou pelo

desespero. A princípio aclamavam Hércules com júbilo, depois com dúvida

ao verem que ele estava desarmado. Diziam-lhe que fosse buscar as suas

armas porque o leão era muito perigoso e forte, porém ele não lhes

respondia e continuava seguindo o rasto e o rugido do leão. Perguntava

aqui e ali, onde estava o leão e alguém lhe disse que o havia visto perto da

sua toca e Hércules dirigiu-se para lá, com medo, mas destemidamente;

sozinho, contudo não solitário, pois havia outros que acompanhavam seus

passos, esperançosos.

Repentinamente ele viu o leão que ao ver Hércules como um inimigo que

não demonstrava medo, rugiu violentamente fazendo tremer as árvores.

Hércules correu ao encontro do leão gritando loucamente. O animal parou

estupefacto diante de uma proeza que ele jamais vira, pois Hércules

continuava avançando. De repente o leão deu meia volta e correu, à frente

Page 39: Os 12 Trabalhos de Hércules

de Hércules e desapareceu misteriosamente. Hércules vasculhou todo o

Caminho cuidadosamente até que descobriu uma caverna de onde partiu

um trovejante rugido. Ele penetrou na caverna escura e saiu do outro lado,

para a luz do dia, sem encontrar o leão. Ali parado ouviu o leão às suas

costas, não à sua frente. 

“Que farei?” 

Enquanto pensava, olhava ao redor buscando uma solução e ouvia o rugido

do leão. Então viu algumas pilhas de toros e gravetos em profusão. Puxou-

os e arrastou-os com toda a sua força, bloqueou ambas as saídas,

encerrando-se a si próprio e ao leão dentro da caverna. Com as suas mãos

nuas agarrou o leão, prendendo-o ao seu próprio corpo, apertando-lhe o

pescoço. O hálito do leão queimava-lhe o rosto, mas sem afrouxar as suas

mãos, mantinha-o preso. Os rugidos tornaram-se cada vez mais débeis; seu

corpo amolecia e escorregava. E, assim, sem armas, com as suas próprias

mãos e a sua própria força, ele matou o leão, tirou-lhe a pele e mostrou-a

ao povo do lado de fora da caverna.

Em triunfo, Hércules retornou ao seu Mestre, depositou a pele do leão aos

seus pés e teve permissão para usá-la em substituição à velha e gasta pele

que usava. 

 

Astrologia 

Este trabalho associa-se ao signo de Leão e Aquário. O Quinto Trabalho, o

quinto signo. Este é o trabalho mais conhecido de Hércules e se distingue

por ser o número cinco que contém em si mesmo um profundo significado.

Do ponto de vista do ocultismo, o número cinco representa o homem,

porque o homem é um divino filho de Deus, mais o quaternário que consiste

na sua natureza quádrupla inferior: o corpo mental, o corpo emocional, o

corpo vital e o corpo físico. 

Page 40: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Leão é a fera que existe dentro do homem, e que se representa pela

cobiça, ego, inveja, arrogância, vaidade, ódio e todos os tipos de

sentimentos de baixa vibração. Por causa desta fera, todas as pessoas

vivem fechadas dentro de si mesmas e não confiam em ninguém, porque na

verdade vivem encerradas com medo de si próprias, não as deixando em

paz nem durante a noite. 

Em Carneiro, a alma tomou para si o tipo de matéria que lhe permitiria

entrar em relação com o mundo das ideias. Revestiu-se de um invólucro

mental. O homem tornou-se uma alma pensante.  

Em Touro, fez o contacto com o mundo do desejo e seguiu-se um processo

idêntico. Fez contacto com o mundo do sentimento e da emoção e o homem

tornou-se uma alma que sente.

Em Gémeos, foi construído um novo corpo de energia vital através da

reunião das energias da alma e da matéria e o homem tornou-se uma alma

vivente.

Em Caranguejo, que é o signo do nascimento física e da identificação da

unidade com a massa, o trabalho da encarnação foi completado e a

natureza quádrupla manifestada.

Mas é em Leão que o homem se torna a “estrela de cinco pontas”, pois essa

estrela é o símbolo da individualização, da sua humanidade, do ser humano

que sabe que é um individuo e toma consciência de si mesmo com o “EU”.

Aqui a relação entre o Quinto Mandamento com o Quinto Trabalho e o

quinto signo torna-se clara: "Honra teu pai e tua mãe para que teus dias se

tornem longos na terra que o Senhor, teu Deus, te deu", pois em Leão, Pai-

Espirito e a Mãe-Matéria se unem no individuo e dessa união resulta aquela

entidade cosnciente que é a alma.

Leão é também o signo no qual o homem auto-consciente começa o seu

treino para a iniciação. Quando o trabalho deste signo termina, começa o

treino específico da iniciação, em Capricórnio. 

Page 41: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Leão de Neméia representa essencialmente a personalidade coordenada,

dominante. Aqui, o aspirante, o leão de Judah, tem que matar o leão da sua

personalidade. Tendo emergido da massa, e desenvolvido a individualidade

(Aquário), ele então tem que matar aquilo que ele criou; ele tem que tornar

inútil aquilo que fora o grande agente protector até o tempo actual. O

egoísmo, o instinto de auto-protecção, tem que dar lugar ao altruísmo que é

literalmente a subordinação do ego ao todo.

Sufocando o ego (o Leão) com as próprias mãos, Hércules sai em silêncio da

caverna libertando (Aquário) o povo.

O arrancar da pele do leão, algo inútil, e torná-lo útil entregando-o a Deus e

posteriormente, utilizando-a para se cobrir, mostra a inteligência de

Aquário, transformando o mal em bem e mostrando ao Leão que o ego não

é mesmo para ser sublimado.

 

Tarot

 

 

Page 42: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Imperador torna-se nesta tarefa no Hierofante. Enquanto Imperador ele

exerce o seu poder sobre o exterior, ele conseguiu seduzir a corça, ela

obedece-lhe e está seguro do seu poder. Naqueles momentos mais nada

importa senão ele e a corça, os Amantes aprendidos! 

Porém, as suas tarefas começaram a valer-lhe alguma popularidade e

quando o povo de Neméia o chama para ajudar, já não é o Imperador, cheio

de armas que vai ter com eles, mas sim O Hierofante, o Papa, munido

apenas com um pau, um bastão, símbolo do seu poder e da sua auto-

confiança. Qualquer iniciado passara por uma prova similar, vencer o seu

orgulho e dominar o seu ego. 

Quando o povo o vê, seguindo o rasto do Leão apenas com um pau na mão,

começa a desconfiar das suas capacidades e mesmo se aparentemente o

herói não se deixa abater pela falta de confiança demonstrada, no fim

acaba por ter necessidade de guardar a pele do leão para a usar como

símbolo da sua vitória. Esta é a luta que o herói tem enfrentar no

Hierofante, vencer a necessidade de receber do exterior adoração. O

Hierofante é o Papa, o grau do professor em qualquer arte ou ofício. Para se

ser professor precisam-se de alunos, para ensinar é preciso público e o que

estaremos prontos para fazer em prol desse público. 

Para que o Hierofante seja uma energia produtiva e nos leve no Caminho

certo para sermos o verdadeiro Louco, precisamos de passar pela Força. A

Força é a imagem de uma mulher que agarra um leão, abrindo-lhe a boca

mas não o magoando. O leão é o animal não dominado, a fera que existe

dentro de nós em forma de sentimentos menos produtivos. Muitas vezes o

herói falhou nesta tarefa, o animal não é para ser morto, mas sim para ser

dominado. O melhor exemplo que vos podemos oferecer de um Leão

domado é a história de São Jerónimo que ao ajudar o Leão o tornou seu

amigo, de tal forma que quando S. Jerónimo morreu o leão faleceu com ele.

Os sentimentos como ciúme, raiva, inveja, orgulho, e por aí fora, não são

para ser eliminados, erradicados de nós pois isso é impossível. Se ao invés

de os continuarmos a ignorar os trouxermos à luz do nosso coração e

mente, eles transformar-se-ão rapidamente na sua versão mais elevada.

Page 43: Os 12 Trabalhos de Hércules

Ignorar ou lutar contra alguma coisa é também uma forma de lhe dar força.

Mas o herói ainda precisa de continuar a trabalhar essa parte, pois no fim

cede ao orgulho e à necessidade de demonstrar as suas conquistas

representado pelo novo fato que ganha com a pele do Leão derrotado.

«O Hierofante exige uma personalidade domada. Se o herói continuar a

matar os seus adversários, a Força nunca será domada.»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 2 3

Os 12 Trabalhos de Hércules - 6º Trabalho

Imagem de Canato Arte

 

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Page 44: Os 12 Trabalhos de Hércules

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

 

6º Trabalho

“A Tomada do cinturão de Hipólita”

A preparação do discípulo, a primeira iniciação

Mitologia

 

Este trabalho leva Hércules até às praias onde vivia a grande rainha, que

reinava sobre todas as mulheres do mundo conhecido. Elas eram suas

vassalas e guerreiras ousadas. Nesse reino não havia homens, só as

mulheres reunidas em torno da sua rainha, Hipólita.

Page 45: Os 12 Trabalhos de Hércules

A ela pertencia o cinturão que lhe fora dado por Vénus, a rainha do Amor.

Aquele cinturão era um símbolo da unidade conquistada através da luta, do

conflito, da aspiração, da maternidade e da sagrada Criança para quem

toda a vida humana está verdadeiramente voltada. 

“Ouvi dizer”, disse Hipólita às guerreiras, “que está a caminho um

guerreiro cujo nome é Hércules, um filho do homem e no entanto um filho

de Deus; a ele eu devo entregar este cinturão que eu uso. Deverei obedecer

a ordem, oh Amazonas, ou deveremos combater a palavra de Deus?”

Enquanto as Amazonas reflectiam sobre o problema, foi passada uma

informação, dizendo que ele se havia adiantado e estava lá, esperando para

tomar o sagrado cinturão da rainha guerreira. 

Hipólita dirigiu-se ao encontro de Hércules. Ele lutou com ela, combateu-a,

e não ouviu as palavras sensatas que ela procurava dizer. Arrancou-lhe o

cinturão, somente para deparar-se com as mãos dela estendidas e lhe

oferecendo a dádiva, oferecendo o símbolo da unidade e amor, de sacríficio

e fé. 

Entretanto, tomando-o, ele, matou quem lhe dera o que ele exigira. E

enquanto estava ao lado da rainha agonizante, consternado pelo que fizera,

ele ouviu a voz do mestre que dizia: “Meu filho, por que matar aquilo que é

necessário, próximo e caro? Por que matar a quem você ama, a doadora

das boas dádivas, guardiã do que é possível? Por que matar a mãe da

Criança sagrada?

Novamente registamos um fracasso (recorde-se na morte de Abderis no

Primeiro Trabalho). Novamente você não compreendeu. Ou redimirá este

momento, ou não mais verá a minha face.” 

Page 46: Os 12 Trabalhos de Hércules

Hércules partiu em silêncio deixando as mulheres lamentando a perda da

liderança e do amor. Quando ele chegou às costas do grande mar, perto da

praia rochosa, ele viu um monstro das profundezas trazendo presa em suas

mandíbulas a pobre Hesione. Os seus gritos e suspiros elevavam-se aos

céus e feriram os ouvidos de Hércules, perdido em remorsos e sem saber

que caminho seguir. Dirigiu-se prontamente em sua ajuda quando ela

desapareceu nas cavernosas entranhas da serpente marinha. 

Esquecendo-se de si mesmo, Hércules nadou até o monstro e desceu até o

fundo do seu estômago onde encontrou Hesione. Com a sua mão esquerda

ele agarrou-a e segurou-a junto a si, enquanto com a sua espada se

esforçou para abrir caminho para fora do ventre da serpente até a luz do

dia. E assim ele salvou-a, equilibrando seu feito anterior de morte. 

Pois assim é a vida: um acto de morte, um acto de vida, e assim os filhos

dos homens, que são filhos de Deus, aprendem a sabedoria, o equilíbrio e o

caminho para andar com Deus.

Astrologia

Este trabalho está associado à Virgem, signo onde a consciência de Cristo

é concebida e nutrida através do período de gestação até que por fim em

Peixes, o signo oposto, o salvador mundial nasce.

Note-se que nos dois Trabalhos onde Hércules vence, na verdade, são os

dois onde ele se saiu mal justamente com os seus opostos, femininos (as

éguas bravias e a rainha das Amazonas).

Assim a guerra entre os sexos é de origem antiga, na verdade, está

inerente na dualidade da humanidade.

Page 47: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Leão é o rei dos animais. Nele alcançamos a personalidade integrada;

mas em Virgem é dado o primeiro passo para a espiritualidade, a alma é

chamada de filho da mente, e Virgem é regida por Mercúrio, que leva a

energia da mente.

É em virgem que, o mau uso da matéria representa o maior erro de toda a

peregrinação de Hércules: atentar contra o Espírito Santo; quando ele não

compreendeu que a rainha das Amazonas devia ser redimida pela unidade,

e não morta, e foi aí que ele sentiu a dor do signo de Peixes, diante do

sofrimento humano provocado pela violência e pela agressividade, criada

muitas vezes pela falta de diálogo ou até mesmo de compreensão. 

O cinto é o símbolo da união e do amor, e ele mata quem lho quisera

entregar por amor a Deus. Aqui o herói é abatido pela depressão e pena

que sente de si mesmo, característica de Peixes. 

Ao salvar Hesione da boca do monstro, Hércules compreende que tudo o

que se faz, se reflecte no universo eternamente, e que para que o ser pare

de sofrer, deve compreender que a dor é uma forma de redenção e

aprendizagem que nos conduz ao crescimento. Que a aceitação da

imperfeição do mundo é um caminho para atingir a perfeição.

Enquanto nos martirizamos com a culpa do mal feito, não assumimos a

responsabilidade dos erros, mas quando aceitamos esta responsabilidade,

transformamos esta dor em atitude, fazemos o bem e libertamo-nos das

amarras do sofrimento. É neste momento e com esta tomada de

consciência que passamos do trabalho ao serviço à humanidade.

Tarot

Page 48: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Hierofante encontra-se agora com a energia dos Amantes integrada, mas

depois de ter passado e, embora não explícito, chumbado na prova

anterior, o herói precisa outra vez de reviver a energia deste Arcano para

compreender que há sempre hipóteses, que as escolhas envolvem sempre

várias possibilidades. É preciso alargar os horizontes da nossa alma para

termos acesso aos estados seguintes.

 

Quando o iniciado compreende o que é o Amor, opta por começar a fazer as

suas escolhas seguindo o coração, mas muitas vezes se esquece que o

equilíbrio reside na utilização das duas forças de escolha, o mental e o

emocional. Os Amantes trazem consigo essa energia, a dualidade da vida e

a escolha de realizar um caminho equlilibrado. Aqui Hércules não opta

inicialmente por uma escolha correcta, ele mata Hipólita e falha em ver

que esta estava pronta a abdicar do seu cinturão de livre vontade.

 

Ao tomar tal decisão o herói abra a porta para a energia do Arcano XIII a

Morte. A Morte é a carta das transformações, das metamorfoses, das

Page 49: Os 12 Trabalhos de Hércules

mudanças. Falando em compreender que é preciso usar sensatamente o

seu poder de destruição, a Morte surge como um castigo e Hércules tem de

mergulhar dentro da escuridão das entranhas da serpente marinha para

salvar a mulher que lá se encontra. Na Morte a transformação do herói

será completa, ele terá de reconhecer a existência de um lado emocional

em si e usá-lo na tomada das suas decisões.

 

A simbologia por trás deste episódio é simples, o herói precisa de integrar

em si as duas froças existentes em si, o seu lado masculino e o seu lado

feminino. Se na missão anterior ele tinha conseguido provar que era forte e

dominador, agora ele deveria ter provado que era sensato e compreensivo.

Felizmente que os seus mestres lhe dão sempre uma segunda oportunidade

e o herói pode sempre remediar o que errou. Porém, o herói não poderá

nunca negar esse seu lado mais predominante, apenas deverá balançá-lo

com o seu oposto.

 

«Nos Amantes aprendemos a integrar os opostos, mas se as nossas

escolhas continuam a ser baseadas na segurança das nossas capacidades, a

Morte ataca-nos com força! O iniciado deve compreender que o coração e a

mente, o masculino e o feminino, andam sempre de mão dada!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 2 6

Os 12 Trabalhos de Hércules - 7º Trabalho

Page 50: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules 

é um trabalho conjunto elaborado

por 

Onda Encantada (Difusão da Alma)  

Shin-Tau (Grimoire do Mago) 

Page 51: Os 12 Trabalhos de Hércules

Para a jornada da alma 

Escolhemos abordar os seguintes temas 

Mitologia, Astrologia e Tarot

7º Trabalho

“A captura do javali de erimanto”

A aquisição e integração do equilíbrio dos opostos. A segunda

iniciação

Mitologia  

Neste sétimo trabalho, Hércules é incumbido de capturar o Javali de

Erimanto, sem contudo saber que este trabalho era na verdade uma dupla

prova: a prova da amizade rara e da coragem destemida. Foi-lhe

recomendado que procurasse pelo javali e Apolo que lhe deu um arco novo

para usar, porém Hércules disse que não o levaria consigo, porque temia

matar. Ele disse: “Eu não o levarei comigo neste trabalho, pois temo matar.

No meu último trabalho nas praias do grande mar, eu matei. Desta vez não

farei isso. Deixo aqui o arco.”

E assim desarmado, a não ser por sua clava, ele escalou a montanha,

procurando pelo javali e encontrando um espectáculo de medo e terror por

toda a parte. Mais e mais ele subia e em determinada altura encontrou um

amigo, Pholos, que fazia parte de um grupo de centauros, conhecidos dos

Page 52: Os 12 Trabalhos de Hércules

deuses. Eles pararam e conversaram e por algum tempo Hércules

esqueceu-se do objectivo da sua busca. E Pholos convidou Hércules para

furar um barril de vinho, que não era dele mas do grupo de centauros e que

viera dos deuses, juntamente com a ordem de que eles jamais deveriam

furar o barril, a não ser quando todos os centauros estivessem presentes, já

que ele pertencia ao grupo. Mas Hércules e Pholos abriram-no na ausência

dos seus irmãos, convidando Cherion, um outro sábio centauro, para se

juntar a eles. Assim ele fez, e os três beberam e festejaram e se

embebedaram-se e fizeram muito ruído que foi ouvido pelos outros

centauros.  

Enraivecidos eles vieram e seguiu-se uma feroz batalha e uma vez mais

Hércules fez-se mensageiro da morte e matou os seus amigos, a dupla de

centauros com quem ele antes tinha bebido.  

E, enquanto os demais centauros com altos lamentos choravam as suas

perdas, Hércules escapou novamente para as altas montanhas e reiniciou a

sua busca pelo javali. Até aos limites das neves ele avanlou, seguindo a

pista do animal, mas não o encontrava. Depois de muito pensar, Hércules

colocou uma armadilha habilidosamente oculta e esperou nas sombras pela

chegada do javali.  

Quando a aurora surgiu, o javali saiu da sua toca levado por uma fore atroz

e caiu na armadilha de Hércules que, no tempo devido, libertou a fera

selvagem, tornando-a prisioneira da sua habilidade. Ele lutou com o javali e

domesticou-o, e fê-lo fazer o que lhe determinava e seguir para onde

Hércules desejava. Do pico nevado da alta montanha Hércules desceu,

regozijando-se no caminho, levando adiante de si, montanha abaixo, o

feroz, contudo domesticado javali. Pelas duas pernas traseiras ele conduziu

o javali, e todos na montanha se riam ao ver o espectáculo. E todos os que

encontrava Hércules, cantando e dançando pelo caminho, também riam ao

ver a sua caminhada. E todos na cidade riram ao ver o espectáculo: o

exausto javali e o homem cantando e rindo.

Page 53: Os 12 Trabalhos de Hércules

Quando reencontrou seu Mestre, este lhe disse: “O Sétimo Trabalho foi

completado. Medita sobre as lições do passado, reflecte sobre as provas.

Por duas vezes mataste a quem amavas. Aprende porquê.” E Hércules

permaneceu onde estava, preparando-se para o que mais tarde iria ocorrer:

a prova suprema. 

Astrologia 

Este sétimo trabalho está associado ao signo da Balança e Carneiro, onde

a aprendizagem consiste na capacidade de manter o equilíbrio perante as

adversidades (Balança), sendo capaz de manter as necessidades básicas

atendidas (Carneiro).

A Balança é o primeiro signo que não tem um símbolo humano ou animal,

mas sustentando a balança, está a figura da Justiça – uma mulher com os

olhos vendados. Ele apresenta-se com muitos paradoxos e extremos,

dependendo de se o discípulo que se voltou conscientemente para o

caminho de volta ao Criador segue o zodíaco segundo os ponteiros do

relógio, ou no caminho inverso. Diz-se que é um interlúdio, comparável com

a silenciosa escuta na meditação; um tempo de cobranças do passado.  

Neste ponto percebemos como o equilíbrio dos pares de opostos deve ser

atingido. A balança pode oscilar do preconceito até à injustiça ou

julgamento; da dura estupidez à sabedoria entusiástica. Neste majestoso

signo de equilíbrio e justiça nós verificamos que a prova termina numa

explosão de riso, o único trabalho em que isso acontece. 

Hércules conviveu, riu e cantou com os amigos, sendo que a socializar é

uma característica da Balança, e em vez de seguir a recomendação, de abrir

o barril para o grupo, abriu-o para celebrar com um único centauro,

Page 54: Os 12 Trabalhos de Hércules

procurando aqui um espelho, uma identificação com o outro. E embora

estivesse determinado a não matar, o seu impulso, primeiro, de Carneiro foi

mais forte. No entanto, Hércules conseguiu também entregar o javali ainda

com vida e já domesticado, demonstrando que era possível domesticar o

animal, devido à sua dedicação e delicadeza no trato, atributo natural da

Balança. 

Tarot

O Herói chegou ao fim de um ciclo de

provações e precisa agora de demonstrar que consegue aplicar tudo o que

aprendeu. Não basta ficar com a lição aprendida na nossa mente e no nosso

coração, é preciso demonstrá-lo, como? Concretizando aquilo em que

acreditamos. Esta é a energia do Carro.

Hércules teve problemas em fazer escolhas correctas, optava sempre por

matar e não domar as suas vítimas. Todavia, nesta tarefa, mesmo se ainda

não é o ideal, o herói demonstra na prática as suas conquistas. Consegue já

domar os animais que tem de enfrentar, como o condutor do Carro que se

Page 55: Os 12 Trabalhos de Hércules

vê frente a dois cavalos que puxam em direcções opostas, mas que com a

sua habilidade os leva onde pretende.

Demonstra Amor a quem encontra mas quando em perigo decide usar as

suas capacidades, pois poderia ter escolhido não matar os Centauros, mas

afinal encontrava-se numa batalha e nela apenas ainda sabe usar a sua

Força.

Ao demonstrar que aprendeu as lições anteriores, o herói deixa de ser o

Mago e passa ao Louco, realiza uma nova inicação. O louco não se preocupa

mais com o que o exterior pensa de si, o Louco apenas É o que É e age

dessa forma. 

«Com os opostos equilibrados o Carro avança! O domínio dos opostos leva o

herói em frente!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 2 8

Os 12 Trabalhos de Hércules - 8º Trabalho

Page 56: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules 

é um trabalho conjunto elaborado

por 

Onda Encantada (Difusão da Alma)  

Shin-Tau (Grimoire do Mago) 

Para a jornada da alma 

Escolhemos abordar os seguintes temas 

Mitologia, Astrologia e Tarot

 

Page 57: Os 12 Trabalhos de Hércules

8º Trabalho 

“A destruição da Hidra de Lerna” 

O Controle e superação dos desejos. A sua maior prova. 

Mitologia

Conta a lenda que na antiga terra de Argos ocorreu uma seca. Amímona

que reinava nessas terras, procurou a ajuda de Neptuno. Este recomendou

que se batesse numa rocha, e quando isto foi feito, começaram a correr três

correntes cristalinas; mas logo uma hidra fez ali a sua morada.

O mestre disse a Hércules: “Para além do Rio Amímona, fica o fétido

pântano de Lerna, onde está a hidra, uma praga para as redondezas. Nove

cabeças tem esta criatura, e uma delas é imortal. Prepara-te para lutar com

essa asquerosa fera e não penses que os meios comuns serão de valia; se

uma cabeça for destruída, duas aparecerão em seu lugar.” 

Hércules estava ansioso e antes de partir, seu Mestre ainda lhe disse: “Uma

palavra de aconselhamentos só, posso dar. Nós nos elevamos, nos

ajoelhando; conquistamos, nos rendendo; ganhamos, dando. Vai, oh filho de

Deus e filho do homem, e conquista.”

Chegando ao estagnado pântano de Lerna, que era um charco que

desanimava quem dele se aproximasse e cujo mau cheiro poluía toda a

atmosfera em um raio de sete milhas; Hércules teve que fazer uma pausa

pois o simples odor por pouco o derrotava. As areias movediças eram uma

ameaça e mais uma vez Hércules rapidamente retirou seu pé para não ser

sugado para dentro da terra que cedia. Finalmente ele descobriu onde se

ocultava a hidra. 

Page 58: Os 12 Trabalhos de Hércules

Numa caverna de noite perpétua vivia a fera, porém não se mostrava e

Hércules inutilmente vigiava. Recorrendo a um estratagema, ele embebeu

suas setas em piche ardente e as despejou directamente para o interior da

caverna onde habitava a horrenda fera. Uma enorme agitação se seguiu e a

hidra com as suas nove e zangadas cabeças emergiu, chicoteando a água e

a lama furiosamente. Com três braças de altura, algo tão feio como se

tivesse sido feito de todos os piores pensamentos concebidos desde o

começo dos tempos. A hidra atacou, procurando envolver os pés de

Hércules que saltou e lhe deu um golpe tão severo que logo decepou uma

das cabeças, mas mal a horrorosa cabeça tocou o solo, duas cresceram em

seu lugar. Repetidamente Hércules atacou o monstro, mas ele ficava cada

vez mais forte. Então Hércules lembrou-se das palavras do Mestre: “nós nos

levantamos ajoelhando”.

Pondo de lado a sua clava, Hércules se ajoelhou, agarrou a hidra com suas

mãos nuas e ergueu-a. Suspensa no ar, a sua força diminuiu. De joelhos,

então, ela sustentou a hidra no alto, acima dele, para que o ar purificado e a

luz pudessem surtir o seu efeito. O monstro, forte na escuridão e no lodo,

logo perdeu a sua força quando os raios do sol e o toque do vento o

atingiram. As nove cabeças caíram, mas somente quando elas jaziam sem

vida Hércules percebeu a cabeça mística que era imortal. Ele decepou essa

cabeça e a enterrou, ainda sibilante, sob uma rocha.

Astrologia

Este trabalho está associado ao signo de escorpião. O verdadeiro teste de

Escorpião nunca tem lugar antes que o estudante fique coordenado, antes

que a mente, a natureza emocional e a natureza física estejam funcionando

como uma unidade. Então o homem entra em Escorpião onde o seu

equilíbrio é subvertido e o desejo parece exagerado, quando ele pensava

que se havia livrado dele.

Aqui ele descobre que a personalidade não deve ser morta, nem pisoteada;

ele deve ser reconhecida como um triplo canal de expressão para três

Page 59: Os 12 Trabalhos de Hércules

aspectos divinos. Tudo depende de se nós usamos a tríplice personalidade

para fins egoístas. Resumindo: em Escorpião o Ego está determinado a

matar o pequenino ego para ensinar-lhe o significado da ressurreição. Em

Escorpião também, o homem é testado para ver quem vai triunfar, a forma

ou o Cristo, o Eu Superior ou o eu inferior, o real ou o irreal, a verdade ou a

ilusão.

Foi dito a Hércules que encontrasse a hidra de nove cabeças que vivia num

fétido e húmido pântano. Este monstro tem a sua contra parte que habita

nas cavernas da mente, na escuridão e lama dos recessos obscuros da

mente, onde ele floresce. Profundamente alojada nas regiões subterrâneas

do subconsciente, ora calma, ora explodindo em tumultuado frenesim, a

fera estabelece morada permanente. Não é fácil descobrir a sua existência

e lutar contra um inimigo tão formidável é de facto uma tarefa heróica para

o homem. Uma cabeça decepada, e eis que outra cresce no seu lugar. Toda

a vez que um desejo, ou pensamento baixo é eliminado, outro toma o seu

lugar.

Hércules fez três coisas: ele reconheceu a existência da hidra, procurou

pacientemente por ela, e finalmente destruiu-a.

É necessário ter discriminação para reconhecer a sua existência; paciência

para descobrir a sua toca; humildade para trazer lodosos fragmentos do

subconsciente à superfície, e expô-los à lua da sabedoria.

Enquanto ele lutou no pântano, no meio da lama e das areias movediças,

ele foi incapaz de dominar a hidra. Ele teve de erguer o monstro no ar; isto

é, deslocar seu problema para outra dimensão para poder resolvê-lo. Com

toda a humildade, ajoelhando-se na lama, ele teve de examinar seu dilema

à luz da sabedoria e na elevada atmosfera do pensamento que buscava. É

Page 60: Os 12 Trabalhos de Hércules

dito que uma das cabeças é imortal o que implica que toda a dificuldade,

por mais terrível que possa parecer, contem um jóia de grande valor.

Nenhuma tentativa para dominar a natureza inferior e descobrir aquela jóia,

jamais será fútil.

A cabeça imortal, separada do corpo da hidra, é sepultada sob uma rocha,

isto implica que a energia concentrada que cria um problema ainda

permanece, purificada, redireccionada e aumentada após a vitória ter sido

conquistada. Tal poder deve ser correctamente canalizado e controlado. Sob

a rocha da vontade persistente, a cabeça imortal torna-se uma fonte de

poder.

A tarefa tinha nove facetas e cada cabeça da hidra representa um dos

problemas que assaltam a pessoa corajosa que busca conquistar o domínio

de si mesmo. Três dessas cabeças simbolizam os apetites associados ao

sexo, o conforto e o dinheiro. Os próximos três dizem respeito às paixões do

medo, do ódio e do desejo de poder. As últimas três cabeças representam

os vícios da mente humana não iluminada: orgulho, separabilidade, e

crueldade.

As dimensões da tarefa que Hércules empreendeu são assim claramente

aparentes. Ele teve que aprender a arte de transmutar as energias que tão

frequentemente precipitam os seres humanos em tragédias. As nove forças

que, desde o princípio dos tempos, trouxeram destruição entre os homens,

tiveram de ser redireccionadas e transmutadas. Ainda aspiramos à

conquista espiritual que Hércules alcançou.

Os problemas que surgem do mau uso da energia conhecida como sexual

ocupam nossa atenção a cada instante. O amor ao conforto, à luxúria e às

posses externas ainda cresce. A luta pelo dinheiro como um fim em vez de

um meio reduz as vidas de incontáveis homens e mulheres.

Assim a tarefa de destruir as primeiras três cabeças continua a desafiar as

forças da humanidade, milhares de anos depois Hércules haver realizado o

seu extraordinário feito. As três qualidades do carácter que Hércules tinha

Page 61: Os 12 Trabalhos de Hércules

de expressar eram a humildade, a coragem e a discriminação. Humildade

para ver o seu compromisso objectivamente e reconhecer as suas falhas;

coragem para atacar o monstro que jazia enroscado nas raízes da sua

natureza; discriminação para descobrir uma técnica para enfrentar o seu

inimigo mortal.

Tarot

Com os cavalos do Carro dominados, o herói avança para a Justiça. Com

esta energia ele terá de provar que as suas decisões são tomadas em

consciência, usando o mental tão bem como o emocional. E assim o faz,

nesta tarefa Hércules demonstra que o seu lado racional está activado e

que prevalece em relação aos seus instintos naturais, ele não é mais um

animal instintivo mas sim um animal racional, que sabe usar sensatamente

cada um.

A Justiça tem pouco a ver com o que a palavra justiça representa para nós

actualmente. A Justiça deveria ser chamada de Equilíbrio para evitar que

Page 62: Os 12 Trabalhos de Hércules

julguemos tratar-se aqui de um momento em que as contas se vão acertar.

A Justiça representa um momento de avaliação, sim, mas um momento de

avaliação em que cada um terá de provar que alcançou o equilíbrio interior

dos opostos para poder avançar. Por isso, ela é representada com uma

balança, é o momento em que pesamos quais dos dois lados estamos mais

a utilizar e reflectir sobre o assunto para evitar excessos. A Balança deve

estar equilibrada, nem mais emoção, nem mais racional, e como

conseguimos isso? Ajustando cada dia. Em cada acção compreender como

temos tendência para agir e modificar. Foi o que Hércules fez, pois a sua

primeira atitude foi agir como sempre, até que parou, ponderou e ajustou.

Nesta tarefa esconde-se uma aprendizagem importante, não mais que as

outras, mas bastante importante. O Héroi encontra-se perante um estado

avançado de iniciação e, como tal, tem na sua frente uma prova a esse

nível. No Tarot podemos equipara esta prova com a passagem do Arcano

XVIII, a Lua, para o XIX, o Sol, que é complicada por ser brusca. Passar de

um estado de inconsciência, onde utilizamos os nossos dons de forma

instintiva e não racionalizada, para outro onde sabemos e escolhemos o que

fazemos e quando o fazemos, não é fácil e muitos iniciados falham em

superar esta prova.

Quando mergulhamos nas nossas águas interiores, muitas vezes ficamos lá

prisioneiros pois o lodo pode ser muito e a consciência para lidar com ele

pouca. Era o que estava acontecer com o nosso herói, mas tal como

acontece connosco, há sempre uma voz que nos avisa e aconselha. Essa

voz aconselhou-o a elevar e assim é sempre. Quando conseguimos elevar os

nossos lados negros à Luz tudo se resolve. Quando conseguimos trazer a

Luz do Sol ao lodo interior que habita em nós, o lodo seca e torna-se num

campo fértil pronto para ser cuidado. O lodo é criado por acções repetidas,

nesta ou noutras vidas, o lodo é mantido por falta de reflexão. As emoções

muitas vezes se escondem nesse lodo, o racional pode ajudar a clarificar e

transmutar essas emoções.

Não queremos com isto dizer que o lodo é negativo, lembrem-se é no

equilíbrio que reside a Sabedoria. O Ying e o Yang devem ser perfeitos em

nós!

Page 63: Os 12 Trabalhos de Hércules

«Na Justiça o herói precisa de revelar humildade para ouvir conselhos,

coragem para agir perante tanta escuridão e discriminação para escolher o

que deve permanecer o que deve transmutar. As escolhas feitas no

equilíbrio darão a chave para avançar da Lua ao Sol!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 3 0

Os 12 Trabalhos de Hércules - 9º Trabalho

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

Page 64: Os 12 Trabalhos de Hércules

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

9º Trabalho

A morte dos Pássaros de Estínfalo

Acabar com as tendências do uso do pensamento destrutivo

Mitologia

Era tempo de mudar o seu caminho. Desta vez Hércules teria que procurar

no pântano de Estínfalo, lugar de habitação dos pássaros destruidores e

descobrir a forma de os espantar desta sua morada.

Page 65: Os 12 Trabalhos de Hércules

O mestre disse-lhe “A chama que brilha além da mente revela a direcção

certa”. Após longa procura, conseguiu encontrar o fétido pantanal e os

barulhentos ameaçadores pássaros.

Cada pássaro tinha um bico de ferro, afiado como uma espada. As penas

pareciam dardos de aço que ao caírem poderiam cortar ao meio a cabeça

de quem por ali passasse. As suas garras eram igualmente ferozes.

Ao verem-no três pássaros se lhe dirigiram ao que ele ripostou com a sua

clava, fazendo cair no chão duas penas.

Parado à beira do pântano pensava em como livrar-se dos terríveis

pássaros. Pensou em setas, em armadilhas no pântano e lembrou-se então

do conselho que recebera “A chama que brilha além da mente revela a

direcção certa” e reflectindo longamente lembrou-se de dois pratos de

bronze que possuía e que emitiam um som estridente, não terreno; um som

áspero e penetrante capaz de acordar os mortos. Até para si próprio o som

se torna intolerável.

Aguardando pela noite, em que os pássaros estariam todos pousados, tocou

os pratos aguda e repetidamente. Assustados e perturbados por ruído tão

monstruoso, os pássaros levantaram voo guinchando e, fugindo para nunca

mais voltar.

Astrologia

Este nono trabalho está associado a Sagitário e Gémeos. O ruído dos

pássaros é associado ao excesso de comunicação e expressão do signo de

gémeos, e que os pássaros utilizam para devastar a região. Em Sagitário, o

arqueiro, bem como em Escorpião, Hércules assumiu e completou o

Page 66: Os 12 Trabalhos de Hércules

trabalho iniciado em Carneiro. Em Carneiro, ele lidava com o pensamento,

enquanto em Sagitário, ele já demonstra completo controlo do pensamento

e da palavra. No momento em que nos libertamos da ilusão, entramos em

Sagitário e vemos o objectivo. Nós nunca o víramos antes, porque o-entre-

nós-e-o-objectivo, encontram-se sempre os pensamentos-forma que nos

impedem de vê-lo, ou seja, não conseguimos ver as nossas metas.

Sagitário é o signo preparatório para Capricórnio, e por vezes chamado de

“o signo do silêncio”, porque esta é a lição de Sagitário: restrição da fala

através do controlo do pensamento porque depois de abandonar o uso das

formas comuns da fala, tais como falar da vida alheia, então será preciso

aprender a silenciar sobre a vida da alma. O recto uso do pensamento, o

calar-se e a consequente inofensividade do plano físico, resultam na

libertação; pois nós somos conservados na unidade humana não por alguma

força externa que nos mantenha ali, mas pelo que nós mesmos temos dito e

feito. No momento em que não mantivermos mais relações erradas com as

pessoas pelas coisas que dissermos quando deveríamos ter ficado calados,

no momento em que paramos de pensar sobre as pessoas, coisas que não

deveríamos pensar, pouco a pouco aqueles laços que nos prendem à

existência planetária são rompidos, ficamos livres e escalamos a Montanha

como o bode em Capricórnio. Em Sagitário, o primeiro dos grandes signos

universais, vemos a verdade como o todo quando usamos as flechas do

pensamento correcto. Todas as várias verdades formam uma verdade; é

disso que nos damos conta em Sagitário.

Tarot

Page 67: Os 12 Trabalhos de Hércules

Nesta tarefa é o Eremita que entra em acção. Mais uma vez o herói vai

ajudar alguém, mas desta vez não é o Hierofante que sai à rua mas sim o

Eremita. m novo caminho começa a ser a trilhado e o herói já não precisa

de ter seguidores, ele sabe agora que a única presença que precisa é a sua

voz interior. O Eremita é um Arcano muito interessante, ele é o ser

triunfante das lutas no lodo, ele é o lado introspectivo do Louco.

A sua Sabedoria é evidente, ele sabe quando esperar e quando actuar. Sabe

a Força que tem e acima de tudo já se conhece a si próprio. Note-se que o

lodo foi substituído por pântanos, as águas começam a ser domadas. O

Eremita nesta tarefa vai encontrar o Juízo Final para o ajudar a concretizar a

sua missão. O Juízo Final é uma energia de despertar, é um som anunciador

de novidades, é a voz de um Anjo que chama por nós. É a derradeira prova,

a morte acontece para que depois das outras provas se possa renascer na

liberdade total do Ser.

Page 68: Os 12 Trabalhos de Hércules

O herói ouve o chamado e já não tem medo, reconhece que a sua vida é

uma missão constante e que em cada virar da esquina há aprendizagens a

fazer. Ele é o condutor do seu carro, mas também ele é guiado por uma voz

superior.

«O Eremita vive sozinho, mas nunca em solidão. Ele ouve as vozes do

Mundo e sabe onde é o seu lugar»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E G U N D A - F E I R A , N O V E M B R O 2

Os 12 Trabalhos de Hércules - 10º Trabalho

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado 

por  

Page 69: Os 12 Trabalhos de Hércules

Onda Encantada (Difusão da Alma) 

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma  

Escolhemos abordar os seguintes temas  

Mitologia, Astrologia e Tarot 

10º Trabalho  

“A morte de Cérbero” 

A elevação da personalidade – terceira iniciação 

Mitologia

O Mestre disse a Hércules: “Enfrentaste com êxito mil perigos. Hércules, e

muitas consquistas foram feitas. A sabedoria e a força pertencem-te. Farás

uso delas para salvar alguém em angústia, uma presa de imenso e

infindável sofrimento?” e tocando gentimente a fronte de Hércules, diante

de seu olho interno, surgiu uma visão. Um homem jazia sobre uam rocha e

gemia como se seu coração fosse partir-se. Suas mãos e pés estavam

acorrentados; as fortes correntes que o prendiam estavam ligadas a anéis

de ferro. Um abutre, feroz e audacioso, mantinha-se bicando o fígado da

vítima; em consequência, uma corrente de sangue jorrava do seu flanco. O

homem elevava suas mãos acorrentadas e clamava por socorro; mas suas

palavras ecoavam em vão na desolação e eram engolidas pelo vento. A

Page 70: Os 12 Trabalhos de Hércules

visão desapareceu e o Mestre falou: “Aquele que viste acorrentado chama-

se Prometeu. Ele sofre assim há muito tempo, e contudo, sendo imortal não

pode morrer. Do céu ele roubou o fogo; por isso foi punido. O lugar de sua

morada é conhecido por Inferno, o reino de Hades. Pede-se que seja o

salvador de Prometeu, Hércules. Desce às profundezas e liberta-o do

sofrimento.” 

 

Hércules iniciou a sua viagem descendo sempre através das ligações dos

mundos da forma. A atmosfera tornava-se cada vez mais pesada, e a

escuridão crescia. Contudo, a sua vontade era firme. Essa descida longa

demorou muito tempo e sozinho, mas não absolutamente só, ele vagueava,

e quando ele procurou no seu íntimo ouviu a voz prateada da deusa da

Sabedoria, Athena, e as palavras encorajadas de Hermes. Por fim, dele

chegou a um rio escuro e envenenado que as almas dos mortos tinam que

cruzar. Uma moeda tinha de ser dada a Caronte, o barqueiro, para que ele

as levasse para o outro lado.

O visitante da terra assustou Caronte que levou Hércules ao outro lado, sem

lembra-se de cobrar-lhe, Hércules penetrou o Hades, uma nevoenta e

escura região onde as sombras, ou melhor, as conchas dos que haviam

partido esvoaçavam. Quando Hércules percebeu a Medusa, com o seu

cabelo encaracolado com serpentes sibilantes, ele tomou a espada e tentou

atingi-la, mas não bateu senão no ar vazio. Ele seguiu por caminhos

labirínticos até chegar à corte do rei que governava o mundo subterrâneo,

Hades. Este, inflexível, severo e com semblante ameaçador, sentava-se em

seu negro trono quando Hércules se aproximou. “Que procuras, um mortal

vivo, em meus reinos?” Interpelou-o Hades.

Hércules disse, “Procuro libertar Prometeu”.

“O caminho está guardado pelo cão Cérbero, um cão com três grandes

cabeças, cada uma com serpentes enroladas em torno”, replicou Hades. “Se

puderes derrotá-lo com tuas mãos vazias, um feito que ninguém jamais

realizou, poderá libertar o sofredor Prometeu”.

Page 71: Os 12 Trabalhos de Hércules

Satisfeito com a resposta, Hércules prosseguiu até deparar-se com o cão de

três cabeças e ouviu o seu feroz latido. Ameaçador, avançou para Hércules

que agarrou a primeira cabeça e a manteve presa em seus braços enquanto

o monstro se debatia. Finalmente a sua força cedeu e Hércules seguiu até

encontrar Prometeu numa laje de pedra, em dores atrozes. Hércules partiu

as correntes e libertou o sofredor. 

Astrologia 

Este trabalho está associado ao signo de Capricórnio/Caranguejo, que é um

dos mais difíceis para se escrever e é o mais misterioso de todos os doze.

Há dois portões de importância dominante: Caranguejo, no que

erroneamente chamamos a vida, e Capricórnio, o portão para o reino

espiritual. Capricórnio, o portão através do qual nós finalmente passamos

quando não mais nos identificamos com o lado forma da existência, mas

nos tornamos identificados com o espírito. É isto que significa ser iniciado.

Um iniciado é uma pessoa que não põe mais a sua consciência na sua

mente, ou desejos, ou corpo físico. Ele pode usá-los, se quiser; e fá-lo para

ajudar toda a humanidade, mas não é neles que focaliza a sua consciência.

Ele está focalizado no que chamamos a alma, que é aquele aspecto de nós

mesmos que está livre da forma. É na consciência da alma que finalmente

funcionamos em Capricórnio, conhecendo-nos como iniciados e entramos

nos dois grandes signos universais de serviço à humanidade.

É em Capricórnio, o adulto que existe em nós que Hércules desce às

profundezas do inferno, munido da compaixão de Caranguejo, para

conseguir resgatar Prometeu.

O caminho da alma é exactamente o mesmo, é com profundo amor

(Caranguejo) que necessitamos de descer às profundezas dos nossos

Page 72: Os 12 Trabalhos de Hércules

infernos interiores, amá-los e resgatar em nós a nossa sombra, para

podermos depois, escalar a montanha, que caracteriza Capricórnio, com o

mesmo determinismo e firmeza com que descemos ao inferno.

Após cumprir a sua tarefa, o héroi regressa ao reino dos vivos e ali

reencontra a sua alma e é-lhe mostrado que aquele foi o seu primeiro

serviço em prol de um mundo melhor.

Enquanto nos pássaros de Estínfalo, Hércules ainda tinha mergulhado nos

pântanos do inferno pessoal, é em Cérbero que o mergulho se dá no inferno

colectivo.

Este crescimento na capacidade de prestar serviço é a realização da alma.

Não se pode aprender por ‘ouvir dizer’, mas sim através da realização e

vivendo as circunstâncias.

Tarot

Page 73: Os 12 Trabalhos de Hércules

Depois de ter compreendido a lição do Eremita, o herói avança para a Roda

da Fortuna. Este Arcano encerra em si a aprendizagem de conseguirmos

estar em sintonia com o Universo e aproveitar os momentos para elevação.

Nesta tarefa Hércules consegue no seu próprio ritmo avançar cada etapa da

descida ao Inferno e consegue compreender o momento e o tempo que

deve despender em cada uma delas.

É uma tarefa aparentemente fácil pois muito já foi trilhado. Com as

aprendizagens anteriores alcançadas, o herói agora dedica o seu tempo a

ajudar efectivamente os outros. A Roda gira muitas vezes e em cada volta o

iniciado deve estar atento para poder compreender os momentos que lhe

são dados. Quando assim não acontece temos de esperar por uma nova

oportunidade, que virá, mas nós nunca sabemos quando.

O herói ao conseguir estar permanentemente atento, em sintonia com o seu

interior e com o exterior, vê antecipadamente as oportunidades que lhe são

postas à frente e assim torna-se na Energia viva do Universo.

O arcano XXI - O Mundo é a energia da abertura dos portais, é a tomada de

consciência final do iniciado, é a sua elevação total. Quando conseguimos

estar neste estado podemos avançar para a entrega total de ajudar os

outros, pois já nos conhecemos e dominamos, só assim se revelam as

verdadeiras missões.

«A Roda gira vezes sem conta. Se o herói está atento, a Porta abra-se e o

Mundo é revelado!»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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Q U A R T A - F E I R A , N O V E M B R O 4

Os 12 Trabalhos de Hércules - 11º Trabalho

Page 74: Os 12 Trabalhos de Hércules

Imagem de Canato Arte

Os 12 Trabalhos de Hércules

é um trabalho conjunto elaborado

por

Onda Encantada (Difusão da Alma)

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma

Page 75: Os 12 Trabalhos de Hércules

Escolhemos abordar os seguintes temas

Mitologia, Astrologia e Tarot

11º Trabalho

“A limpeza dos estábulos de Augias”

O serviço de limpeza e purificação, com uso da água, preparando o

encerramento do ciclo

Mitologia

O Mestre chamou Hércules e disse: “Onze vezes a roda girou e agora estás

diante de outro Trabalho. Por muito tempo perseguiste a luz que tremeluzia,

primeiro de maneira incerta, depois aumentando até tornar-se um firme

farol, e agora brilha para ti como um sol brilhante. Agora volta tuas costas

para o brilho, inverte os teus passos; volta para aqueles para quem a luz é

apenas um ponto de transição e ajuda-os a fazê-la crescer. Dirige teus

passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal.”  

E Hércules saiu à procura de Augias, o rei. Quando ele se aproximou do

reino onde Augias governava, um terrível mau cheiro fê-lo quase desmaiar.

Durante anos, ele ficou sabendo, o Rei Augias jamais fizera limpar o

excremento que o seu gado deixava nos estábulos reais. Então os pastos

estavam tão adubados que nenhuma colheita crescia. Em consequência, a

Page 76: Os 12 Trabalhos de Hércules

pestilência varria o país, devastando vidas humanas.

Hércules dirigiu-se para o palácio e procurou pelo próprio Augias.

Informado de que Hércules vinha limpar os fétidos estábulos, Augias

confessou a sua dúvida e descrença dizendo: “Dizeis que farás esta imensa

tarefa sem recompensa? Não confio naqueles que anunciam tais bazófias.

Hás-de ter algum plano astucioso que arquitectaste, oh Hércules, para me

roubar o trono. Jamais ouvi de homens que procuram servir ao mundo sem

recompensa. Nunca ouvi. A esta altura, contudo, eu de bom grado acolheria

qualquer tolo que procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato, para que

não zombem de mim como sendo um rei bobo. Se tu, em um único dia,

fizeres o que prometeste, um décimo de todo o meu rebanho será teu; mas

se fracassares, tua vida e teus bens estarão em minhas mãos. Não penso

que possas cumprir tuas bazófias, mas podes tentar”

Hércules então deixou o rei. Ele vagou pela pestilenta área, e viu uma

carroça passar empilhada com cadáveres, as vítimas da pestilência. Dois

rios, ele observou, o Alfeu e o Peneu, fluíam mansamente pela vizinhança.

Sentado à beira de um deles, a resposta a este problema veio-lhe à mente

como um relâmpago. Com determinação e força ele trabalhou. Com enorme

esforço ele conseguiu desviar ambas as correntes dos cursos seguidos por

séculos. Ele fez com que o Alfeu e o Peneu derivassem as suas águas

através dos estábulos e aceleradas limparam a imundície por tanto tempo

acumulada. O reino foi limpo de toda a sua fétida treva. Num único dia foi

cumprida a tarefa impossível.

Quando Hércules, bastante satisfeito com o resultado, voltou a Augias, este

último franziu a testa e disse: “Conseguiste êxito com um truque”, berrou

de raiva o Rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu. Foi uma manobra

para me tirar meu gado, uma conspiração contra o meu trono. Não terás

uma recompensa. Vais, sai daqui ou mandarei decapitar a tua cabeça!”

O enraivecido rei assim baniu Hércules, e proibiu-o de voltar ao seu reino,

sob pena de morte imediata.

Hércules cumpriu a tarefa que lhe fora dada e voltou ao Mestre, que disse:

Page 77: Os 12 Trabalhos de Hércules

“Tu tornaste-te um servidor mundial. Avançaste ao recuares; vieste à Casa

da Luz por um outro caminho, gastaste a tua luz para que a luz dos outros

pudesse brilhar. A jóia que o décimo primeiro Trabalho dá é tua para

sempre”. Hércules sendo o iniciado, deveria fazer três coisas, que podem

ser resumidas como as características principais de todos os verdadeiros

iniciados. Se não estiverem presentes em alguma medida, o homem não é

um iniciado. A primeira é o serviço impessoal, que não é o serviço que

prestamos porque nos dizem que o serviço é um caminho de libertação,

mas o serviço prestado porque a nossa já não é mais centrada em nós

mesmos. Não estamos mais interessados em nós mesmos e sim na nossa

consciência, que sendo universal nada há a fazer, senão assimilar os

problemas dos nossos semelhantes e ajudá-los. Para o verdadeiro iniciado,

isso não representa esforço. A segunda é o trabalho grupal que é

permanecer sozinho espiritualmente na manipulação dos assuntos pessoais,

esquecendo completamente de si mesmo no bem-estar do particular

segmento da humanidade ao qual está associado. A terceira é o auto-

sacrifício que significa tornar o ego sagrado. Isto lida com o ego do grupo e

o ego do individúo; esse é o trabalho do iniciado. 

Astrologia 

Em Augias, o trabalho é feito pelo eixo Aquário/Leão, em que com a sua

lâmpada acesa (Leão) através do serviço altruísta e alinhamento com os

níveis superiores de consciência (Aquario), que Hércules deve levar a luz

aos outros, pois é a partir do momento em que a luz se acende na

consciência que o Homem deixa de ter possibilidade de voltar às trevas do

mundo.

É aqui que Hércules deixa de prestar atenção a si mesmo (Aquário), indo ao

encontro dos que ainda não acenderam a sua própria luz.

Quando Hércules se dirige ao reino de Áugias, simbolizado pelo Leão e a

propriedade, o domínio, o poder e a arrogância demonstrado pelo Rei, sente

o cheiro, acumulado de tempos imemoriais, desse mesmo preconceito. Sem

se sentir intimidado por estar a prestar um serviço à humanidade apesar do

desprezo do rei e o seu descrédito naqueles que prestam serviço

Page 78: Os 12 Trabalhos de Hércules

desinteressado, Hércules levou a cabo a sua tarefa e acaba por se retirar

em silêncio após as palavras de medo de perda de poder do próprio rei.

Mas Hércules já sabe que as únicas contas a prestar são a Deus. E que

usando a sua intuição e a sua própria luz (Leão em equilíbrio), trazendo luz

àqueles que não a viam, são um presente de Aquário para as forças

retrógradas e provisórias que representa este rei no seu reino.

Tarot

A elevação está concluída, agora o herói

dedica o seu tempo a ajudar os outros, mesmo quando deles não recebe o

agradecimento necessário. A sua Força foi alcançada definitivamente. Nas

outras tarefas em que o herói enfrentou a Força, nem sempre havia

conseguido dominar os seus impulsos e aprender a lição, mas agora

Hércules comanda o seu Leão interior e, por isso mesmo, não precisa da

aprovação exterior, nem se sente injustiçado, avança, cumpre a sua tarefa e

basta-lhe ter sido útil.

Page 79: Os 12 Trabalhos de Hércules

O Arcano XI foi alcançado, a sua energia está integrada e agora o herói

pode avançar e tornar-se na Estrela. A Estrela muitas vezes pode

simplesmente estar lá para nós, ajudando e direccionado o nosso Carro,

mas numa elevação como a que o herói alcançou, a Estrela é ele mesmo.

Quando Hércules compreendeu que usando a água dos dois rios conseguiria

realizar a tarefa com facilidade ele acedeu a este Arquétipo, pois a Estrela,

com um pé no chão e outro na água, consegue manter a fonte de Luz a

jorrar constantemente sobre os lugares onde houver obscuridade. Enquanto

que a Temperança ainda realiza apenas uma energia de transmutação

interior e pessoal, é o Alquimista no Laboratório pessoal, a Estrela é o

Alquimista Universal por excelência. Ela dá Luz e transmuta o podre em

fértil.

«A Força aplicada à transmutação, liberta o herói para a entrega plena. A

Estrela brilha de dentro para fora, numa liberdade total.»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00  

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S E X T A - F E I R A , N O V E M B R O 6

Os 12 Trabalhos de Hércules - 12º Trabalho

Page 80: Os 12 Trabalhos de Hércules

Os 12 Trabalhos de Hércules 

é um trabalho conjunto elaborado

por 

Onda Encantada (Difusão da Alma) 

Shin-Tau (Grimoire do Mago)

Para a jornada da alma 

Escolhemos abordar os seguintes temas 

Mitologia, Astrologia e Tarot

Page 81: Os 12 Trabalhos de Hércules

12.º Trabalho

“A captura do gado vermelho de Gerião”

A transcendência da animalidade, a salvação

Mitologia

O Mestre chamou Hércules e disse-lhe: “Tu agora estás diante do último

Trabalho. É o que falta para que o ciclo seja completo, e liberação

conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéia, onde a Grande

Ilusão está entronizada; onde Gerião, o monstro de três cabeças, três

corpos e seis mãos, é rei e senhor. À margem da lei ele mantém um

rebanho de gado vermelho escuro. De Eritéia deves trazer até a nossa

Sagrada Cidade, este rebanho. Cuido com Euritião, o pastor, e seu cão de

duas cabeças Ortus.” E depois de uma pausa continuou: “Mais um aviso

posso dar. Invoca a ajuda de Hélio.”

Hércules partiu e no templo, fez oferendas a Hélio, o deus do fogo e do sol.

Por sete dias Hércules meditou, e depois mereceu dele um favor. Um cálice

dourado caiu no chão aos seus pés. Ele sentiu no seu íntimo que esse

objecto brilhante o capacitaria a cruzar os mares para alcançar o país de

Eritéia. E assim foi. Sob a segura protecção do cálice dourado, ele velejou

pelos mares agitados até chegar a Eritéia.

Numa praia naquele país distante, Hércules desembarcou. Não muito longe

dali ele chegou a um pasto onde o gado vermelho escuro pastava. Era

guardado pelo pastor Euritião e o cão de duas cabeças, Ortus.

Quando Hércules se aproximou, o cão lançou-se como uma flecha para ele,

rosnando ferozmente, tentando alcançá-lo. Com um golpe decisivo Hércules

derrubou o monstro. Então, Euritião amedrontado pelo bravo guerreiro que

Page 82: Os 12 Trabalhos de Hércules

estava diante dele, suplicou que a sua vida fosse poupada. Hércules

concedeu-lhe o pedido. Conduzindo o gado vermelho-sangue adiante dele,

Hércules voltou a sua face para a Cidade Sagrada. Ainda não estava muito

longe daquelas pastagens quando percebeu que o monstro Gerião vinha em

louca perseguição. Logo Gerião e Hércules estavam face-a-face. Exalando

fogo e chamas de todas as três cabeças simultaneamente, o monstro

avançou sobre ele. Esticando bem o seu arco, Hércules lançou uma flecha

que parecia queimar o ar e que atingiu o monstro no seu flanco. Tamanho

foi o ímpeto com que fora lançada, que todos os três corpos de Gerião

foram perfurados. Com um guincho desesperado, o monstro oscilou, depois

caiu, para nunca mais se levantar.

Hércules conduziu, então o lustroso gado para a Cidade Sagrada. Difícil foi a

tarefa. Volta e meia alguns bois se desgarravam e Hércules deixava o

rebanho para procurar aquelas cabeças que se perdiam. Através dos Alpes

ele conduziu o seu rebanho até Halia. Onde quer que o mal tivesse

triunfado, ele golpeava as forças do mal com golpes mortais, e corrigia a

balança em favor da justiça. Quando Eryx, o lutador, o desafiou, Hércules o

derrubou tão vigorosamente que ele permaneceu caído.

Novamente quando o gigante Alcioneu lançou sobre Hércules, uma rocha

que pesava uma tonelada, este último a deteve com a sua clava e a

mandou de volta, matando o seu agressor.

Às vezes ele perdia o seu rumo, mas sempre se voltava, refazia os seus

passos, e prosseguia. Embora exausto por este cansativo trabalho, Hércules

por fim voltou. Quando chegou, o Mestre que o esperava, disse-lhe: “A jóia

da imortalidade pertence-te. Por estes doze Trabalhos tu superaste o

humano e te revestiste do divino. De volta ao lar viestes, para não mais

partires. No firmamento estrelado o teu nome será inscrito, um símbolo para

os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos

humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa”. 

Astrologia 

Em Peixes/Virgem, Hércules termina um grande ciclo de realizações que

Page 83: Os 12 Trabalhos de Hércules

marcam a sua libertação das formas terrestres e da maioria dos apegos que

prendem os homens à roda de reencarnações.

É aqui que o homem crítico e rígido do passado aprende a ter fé.

Hércules tem que conduzir o rebanho de gado vermelho-sangue (representa

a quinta raça) para fora das terras da ilusão até à Cidade Sagrada. Para

desempenhar a sua tarefa, é advertido de que deverá invocar Hélio – Deus

do sol, senhor da luz e da consciência, que só se consegue encontrar nos

planos interiores do ser.

Aqui ficamos a saber, que a união da consciência cósmica com a terrestre, e

o apelo a esse deus interior que existe dentro de todos nós, é imprescindível

para enfrentar tarefas que exigem um esforço maior. Hércules medita em

consciência, na sua essência repleta de luz, que significa a busca de Peixes,

ser que vem ao mundo para compreender a própria essência e para se

revelar como fé.

Como resultado da sua meditação, recebe o Santo Graal – cálice dourado –

depósito de toda a sabedoria.

É com a frieza de Virgem que Hércules consegue enfrentar Gerião, mas esta

frieza levada ao extremo pode revelar-se em tirania, daí que o bom senso

demonstra bem o signo de Peixes em equilíbrio. O lutador com que Hércules

se debate, mostra a raiva contida de peixes e falta de firmeza na sua

própria colocação e acção no mundo; e o ter que abandonar

momentaneamente o rebanho para ir apanhar algum boi desgarrado,

demonstra também a dificuldade que o signo de peixes sente com os

imprevistos.

Quando chega à cidade sagrada e ouve “A jóia da imortalidade pertence-te.

Por estes doze Trabalhos tu superaste o humano e te revestiste do divino.

De volta ao lar viestes, para não mais partires. No firmamento estrelado o

teu nome será inscrito, um símbolo para os batalhadores filhos dos homens,

de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa

Cósmica começa”, aprende finalmente que necessitava de ter coragem e fé

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para ver tudo o que viu, e que estes valores são o seu legado para os seus

irmãos. E para o conseguir, o homem tem que tirar o seu Cristo da cruz e

caminhar ao seu lado.

Tarot

Depois de tantas tarefas, depois de passar por provas incontornáveis,

difíceis e algumas falhas, o herói está pronto para o auto-sacrifício. O

Dependurado chegou, é o momento em que o herói tem de assumir que os

seus pés estão no Céu e as suas mãos na Terra. É o momento em que

compreende que a sua missão sempre foi a de regressar à Casa do Pai, mas

que afinal ele sempre lá esteve, e que por isso passou por tudo o que

passou. Grato pelas lições de vida ele mostra como está diferente, como

conseguiu adquirir as qualidades que lhe faltavam desde a primeira tarefa,

em que ingenuamente colocou a vida do seu amigo em perigo.

O Dependurado é o reinício de uma fase na vida do herói. As tarefas não

terminaram por aqui, agora na escalada da Árvore da Vida ele terá novas

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provas a superar, mas nestas aprendeu que apenas com a inversão das

polaridades, trilhando um caminho equilibrado, buscando a perfeita

harmonia das coisas, ele poderá chegar ao seu destino. Compreende agora

que não há ilusões, apenas mudanças da realidade, não há adversários,

apenas coadjuvantes, não há princípio nem fim, apenas uma eterna dança

cósmica.

Com todo este conhecimento, o herói avança na Vida como o Louco,

seguindo em frente, voltando atrás, parando e reflectindo, dançando e

rindo, mas tudo isso feito com muita consciência, pois agora ele sabe que

nunca esteve só, nunca falhou ou passou, nunca perdeu ou ganhou, apenas

viveu. 

«O Dependurado sacrifica-se pois sabe que isso não existe. Ele inverte a

ordem da vida e age com as raízes no Divino e a mente na Terra. Agora ele

nem precisa de se mexer para poder actuar. O Louco ganha forma.»

DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00