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www.premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt Conheça os vencedores em: Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 4128, de 26 de novembro de 2019, e não pode ser vendido separadamente. Os campeões da exportação e internacionalização Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco Empresas mostraram grande poderio Debate As ameaças nos mercados exportadores A radiografia dos premiados Nuno Fonseca

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www.premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.ptConheça os vencedores em:

Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 4128, de 26 de novembro de 2019, e não pode ser vendido separadamente.

Os campeões da exportação e internacionalização

Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco Empresas mostraram grande poderio Debate As ameaças nos mercados exportadores

A radiografia dos premiados

Nuno Fonseca

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II | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

“É a distinção dos cam-peões da ex-portação e da interna-

cionalização”, como referiu André Veríssimo, diretor do Jornal de Ne-gócios, e pretende ser incentivo para que mais “empresas trilhem este ca-minho e que o espírito empreende-dor, exportador e de internaciona-lização dos negócios se afirme ain-da mais na economia portuguesa”.

A excelência desta “elite de empresas”, como lhe chama Al-berto Castro, fica evidenciada quando se comparam as cerca de 160 empresas premiadas ao lon-go das 9 edições, com as restantes empresas portuguesas. “Mostram um melhor desempenho, cresce-ram mais no volume de negócios, nas exportações, no emprego, e são empresas muito mais solven-tes do que o restante tecido em-presarial português, referiu Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco

Um dos objetivos dos prémios é “reconhecer a audácia e a deter-minação de empresários e gesto-res de todo o país que arriscaram desbravar novos mercados contri-buindo para o crescimento e a sus-tentabilidade dos seus negócios e contribuem para o crescimento e robustecimento da economia por-tuguesa e para a criação de empre-go”, salientou André Veríssimo.

Elite de empresas Alberto Castro considerou que há “uma elite de empresas que se tem vindo a afirmar e isso é muito im-

portante do ponto de vista de pu-xar pela economia portuguesa. São empresas que têm cada vez mais envolvimento internacional, sobretudo através da exportação, e, quando há mais músculo, pela internacionalização”.

Estas empresas poderiam ser escolas de negócios, e servir de exemplo para os restantes empre-sários que, como diz Alberto Cas-tro, “estes são muitas vezes muito céticos, e são muito devotos de São Tomé, ver para crer é o pri-meiro passo muito importante”. Mas, além de partilhar conheci-

mento, esta elite poderia “ser a ala-vancagem de novas empresas no espaço da internacionalização, onde as dificuldades são muito maiores porque envolveu um maior investimento e mais risco, ou da exportação”.

Vítor Fernandes sublinhou que Portugal “fez um percurso as-sinalável no crescimento das suas exportações”, e, em dez anos, o seu peso no PIB passou de 28% para quase 44%, com o turismo a ter um papel relevante, mas também o automóvel, a metalomecânica ou o agroalimentar.

O défice comercial Mas não há bela sem senão. “A base de empresas exportadoras continua a ser reduzida e muito pe-queno o número de empresas que exporta para mais do que um país”, que muitas vezes é apenas um cliente. Portugal precisa ainda de aumentar o valor acrescentado das exportações. Uma análise do Ban-co de Portugal mostra que a indús-tria automóvel precisa de impor-tar 70% do que exporta. A aposta na inovação é importante “para aportar valor e competitividade”, sublinha André Veríssimo.

As cerca de 160 empresas premiadas ao longo das 9 edições mostram um melhor desempenho, aumentaram o volume de negócios, as exportações, o emprego, e são muito mais solventes do que o restante tecido empresarial português.

FILIPE S. FERNANDES

André Veríssimo, diretor do Negócios, sublinhou a importância da inovação para “aportar valor e competitividade” às empresas.

Os campeões da exportação e da internacionalização

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

Os empresários portugueses são muito devotos de São Tomé, ver para crer é o primeiro passo muito importante. ALBERTO CASTRO Professor universitário e júri dos prémios

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| III

Fotos: Nuno Fonseca

Empresas exportadoras mostraram um grande poderio

“Temos um contexto bastante de-safiante, abrandamento do co-mércio internacional, temos in-certezas sobre o Brexit e a guerra comercial com a China e os EUA, que terá o seu epílogo, e, em segui-da, vai abrir-se uma guerra comer-cial dos EUA com a União Euro-peia e, muito especialmente, a Alemanha, que tem sido um país com superavits comerciais conse-cutivos que tende a não equili-brar”, alertou Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco.

“Portugal passou défices cró-nicos da balança comercial de bens e serviços e talvez o proble-ma de Portugal não fosse o défi-ce público, embora fosse um tema relevante. O maior proble-ma foi sistematicamente o défi-ce da balança de comércio de bens e serviços”, referiu.

Sublinhou que “houve uma mudança crítica que ocorreu em 2011-2012 e nos sete anos se-guintes estamos em superavit co-mercial. Em 2019 deveremos tem um défice mas tudo aponta que seja pequeno, e se tiver a ver com o investimento, for produti-vo, e transformar os nossos pro-dutos em mais competitivos no mercado, será uma boa notícia”.

Poderio das empresas Considerou que a subida em dez anos do peso das exportações de 27% para 44% do PIB é uma boa performance mas “países com mercados internos de pequena dimensão têm que ter o peso de comércio externo muito maior”.

As empresas exportadoras mostraram um grande poderio neste processo de internacionali-zação, passando de 4% de empre-sas exportadoras para 6%, mas mais importante, o volume de ne-gócios cresceu de 20% para 35%.

“O peso das exportações tor-

nou-se relevante, mas temos um comércio internacional muito concentrado na Europa, onde as perspetivas de crescimento são baixas, e diversificamos pouco para outras geografias como a Ásia, a África e as Américas, que vão registar crescimentos mais elevados” disse Vítor Fernandes. Novo Banco resistente Na agenda das empresas têm de

estar a diversificação para mer-cados com maior pujança econó-mica, bem como a digitalização e os temas do ambiente e das mu-danças climáticas, tendências do comércio internacional.

“O Novo Banco é um banco muito focada nas empresas, com mais de metade do seu ativo inves-tido nas empresas portuguesas. O banco resistiu este tempo todo porque era imprescindível para o tecido empresarial português”, disse Vítor Fernandes. Salientou que têm “uma quota em geral de 15% nas empresas, maior do que nos particulares, mas temos 20% em tudo o que tem a ver com rela-cionamento com o comércio ex-terno, trade-finance”.

“Estamos num momento cru-cial de mudança de paradigma marcado pela predominância dos serviços sobre os bens. As guerras comerciais provavelmente serão resolvidas por um maior equilí-brio entre blocos, pois não pode-riam persistir os desequilíbrios entre a China e os EUA e entre a União Europeia e os EUA. Mas o comércio internacional é funda-mental para o desenvolvimento das economias e do PIB global” concluiu Vítor Fernandes. �

O peso das exportações em Portugal tornou-se relevante, mas o comércio internacional está muito concentrado na Europa, onde as perspetivas de crescimento são baixas.

Além disso, o saldo da balan-ça comercial de bens tem vindo a agravar-se com as importações a crescerem “mais depressa dos que as exportações, e, entre ja-neiro e agosto de 2019, o saldo foi negativo em 3,8 mil milhões de euros, o que significa um agra-vamento de perto de 26% face ao mesmo período de 2018”, aler-tou André Veríssimo. Mesmo com o excedente que existe na balança de serviços, Portugal deve chegar ao fim do ano com um défice comercial, “o que não acontecia há sete anos”.

Hoje os desafios são grandes, “com a procura a fraquejar devi-do aos conflitos comerciais, a instabilidade geopolítica que existe em várias partes do mun-do, mas a diversificação de mer-cados será uma opção vantajosa para as empresas”, disse André Veríssimo. Gonçalo Lobo Xa-vier, membro do júri, asseverou que com “esta envolvente ma-croeconómica é difícil ter em-presas consistentes, com au-mentos continuados do seu vo-lume de exportação, e muitas ve-zes os seus mercados”. �

Na 9.ª edição Prémios Exporta-ção & Internacionalização, os membros do júri foram Alberto Castro, professor da Faculdade de Economia e Gestão da Univer-sidade Católica do Porto, Filipe de Botton, presidente do Conse-lho Diáspora Portuguesa e Gon-çalo Lobo Xavier, membro do Co-mité Económico e Social Europeu e diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Dis-tribuição. Os prémios são uma organização do Jornal de Negócios com o Novo Banco em parceria com a Iberin-form Portugal e distinguem as empresas com melhor perfor-mance exportadora e premeiam os casos de sucesso na interna-cionalização. A cerimónia de en-trega de prémios, onde foram co-nhecidas 16 empresas vencedo-ras, decorreu no passado dia 28 de Outubro, no Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel.

O júri e a cerimónia

Vítor Fernandes: as empresas precisam de diversificar mercados.

Temos um comércio muito concentrado na Europa, onde as perspetivas de crescimento são baixas. Em 10 anos, o peso das exportações passou de 27% para 44% do PIB. VÍTOR FERNANDES Administrador do Novo Banco

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IV | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A Gardengate foi criada em 2007 para o fabri-co de portas e portões de alumínio. Integra o

Grupo Porta XXI, que nasceu a partir da empresa Porta XXI, fun-dada em 1998. O grupo Porta XXI dedica-se à conceção, produção e comercialização de painéis, por-tas, portões, entre outros produ-tos similares em alumínio e é

constituído pela Gardengate, Por-taXXI, e que se dedica ao desen-volvimento, produção e comercia-lização de painéis decorativos em alumínio, com isolamento térmi-co e acústico, para portas de entra-da, sendo detentora da marca Por-tadeluxe, a Greendoor e a Friday Courage, que faz a transformação de vidro plano e design de objetos em vidro nomeadamente vitrais.

A Gardengate surgiu como fornecedora de empresas de ma-teriais de construção, revendedo-res e um dos seus objetivos é “con-tinuar a ser uma referência, entre os fabricantes de portas e portões de alumínio na Europa, e conti-nuar a aposta no desenvolvimen-to de novos produtos inovadores, para reforçar a posição consolida-da da Empresa no mercado euro-

peu”, referiu Pedro Costa, marke-ting manager, R&D engineer e in-ternal auditor da Gardengate.

Com seis unidades desporti-vas, distribuídas por Braga, Gui-marães e Amares, produz 150 mil unidades por ano, a Gardengate tem uma faturação anual de 60 mi-lhões de euros, e coloca, desde o início de sua atividade, no merca-do externo 97% das suas vendas. Tem como principais mercados a França, a Alemanha, a Bélgica, a Holanda e Luxemburgo. Fora da Europa, mas também possui clien-tes no norte da África, América do

Sul e América Central.

Fundo entra no grupo Com 500 colaboradores, a Gar-dengate tem como objetivos futu-ros o crescimento do volume de negócios e da capacidade produ-tiva. Os principais fatores compe-titivos da Gardengate são, segun-do Pedro Costa, “o domínio de toda a cadeia produtiva e boa a ca-pacidade industrial, o desenvolvi-mento de produtos inovadores ajustados às necessidades dos clientes e do mercado, a aposta em design diferenciador, e uma boa

Portas e portões de alumínio para a Europa

97% das vendas da Gardengate têm como destino o mercado externo.

Fotos: Nuno Fonseca

Com seis unidades desportivas, distribuídas por Braga, Guimarães e Amares, produz 150 mil unidades por ano, tem uma faturação anual de 60 milhões de euros, e tem no mercado externo 97% das suas vendas.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

GARDENGATE MELHOR GRANDE EMPRESA EXPORTADORA – SERVIÇOS

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| V

Tem uma rede de distribuição no mercado nacional e uma plataforma internacional de logística que lhe permite exportar 66% da sua produção.

Trader internacional no comércio de madeiras

Em 1960 a J. Pinto Leitão ini-ciou a importação de madeiras exóticas e folha. Hoje as espé-cies exóticas são importados de vários países da África ociden-tal como o Gabão, o Congo, os Camarões entre outros, e do Brasil. As espécies de folhas são oriundas dos Estados Unidos, Rússia e da União Europeia.

Os produtos são utilizados pelos mais diversos tipos de in-dústrias e serviços como a cons-trução civil, o fabrico de mobi-liário, a construção naval, pas-sando pela arquitetura, enge-nharia e decoração

Tem 130 colaboradores e o volume de negócios em 2018 foi de 80,1 milhões de euros, tendo exportado 66% das suas vendas. O foco nas exportações deu-se nos anos 90, depois de a quarta geração ter assumido as rédeas da empresa, com a entrada no mercado espanhol e dos Palops.

A origem da madeira marca internacionalização Na frente interna, em 2008 ad-quiriu duas empresas a Promo-deco, que era participada pela Sonae e a Quimarmat, o que lhe deu uma quota de mercado re-levante no mercado nacional.

É a origem da madeira que determina a estratégia de inter-nacionalização. Em 2002 esta-belecem-se parcerias no Brasil, sendo criado mais tarde uma unidade própria. Em 2010 fez--se uma aposta definitiva nos mercados internacionais por parte da J. Pinto Leitão.

No ano seguinte, a empre-sa fez a centralização logística da sua atividade na Maia com uma área total de 76 mil m2 e uma área coberta de 20 mil metros quadrados. Dispõe de mais de 2 milhões de metros quadrados de folha natural de madeira nos seus armazéns,

com uma vasta variedade de espécies oriundas dos quatro cantos do mundo.

Em 2014 a J. Pinto Leitão

constituiu em parceria uma uni-dade industrial no Gabão e, em 2016, instala-se nos Estados Unidos com uma unidade pró-pria. A presença global, permi-te que a J. Pinto Leitão se torne um trader internacional no co-mércio de madeira e painéis de madeira, que comercializa em mais de 30 países.

Planos passam por ampliar instalações Os projetos J. Pinto Leitão para o futuro são abrir “novos mercados internacionais e acompanhar o desenvolvimen-to de novos produtos tecnoló-gicos ligados à madeira e am-

pliar instalações no sul do País, onde têm instalações próprias, primeiro em Benavente em 1987 e depois em Palmela, de forma criar melhores condi-ções de distribuição nesse mer-cado concreto.

Em 2020 completa 75 anos da sua constituição em socieda-de comercial. No entanto os ne-gócios começaram muito antes, quando, em 1899, Claudino Pinto Martins Leitão iniciou os negócios em Paços de Ferreira. Depois, em 1920 o seu sobri-nho, Joaquim Pinto Leitão, trouxe o negócio para o Porto, estabelecendo-se na Rua do Bonjardim. �

A J. Pinto Leitão tem também unidades industriais no Gabão e EUA.

150 MIL Unidades produzidas pelas seis fábricas em Braga, Guimarães e Amares.

A Gardengate quer continuar a ser uma referência no setor, entre os fabricantes de portas e portões de alumínio na Europa.

J. PINTO LEITÃO MENÇÃO HONROSA MELHOR GRANDE EMPRESA EXPORTADORA – SERVIÇOS

relação qualidade preço”. Recentemente a família

Maiato de Sousa cedeu parte do capital à Crest Capital Partners que gere o fundo CREST I que tem uma capita-lização de 100 milhões de eu-ros e que é liderada por Marco Lebre, David Calém Ferreira, António Lobato Faria e Inês Lopo de Carvalho Spratley.

Já está presente em empre-sas como a Global Fire Equipment e a Createch, na área da produção e comerciali-zação de equipamentos de de-teção de incêndios e de sinali-zação de emergência, Irmarfer, empresa especializada na pro-dução e aluguer de estruturas temporárias como tendas e pal-cos, o Penta Group, produção de rótulos adesivos e embala-gens, e a Queijos Tavares, líder nacional na produção de quei-jo de ovelha e um dos maiores produtores de queijo tradicio-nal em Portugal. �

80,1 MILHÕES A faturação em 2018 foi de 80,1 milhões de euros.

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VI | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A estratégia da Casa Santos Lima tem sido a expansão do seu por-tefólio de regiões nos

vinhos que produz e comercializa e está atualmente presente em cin-co regiões, que são Lisboa, em que é o principal produtor, Algarve, Alentejo, Douro e Vinhos Verdes.

Tudo começou em 2011, quando a família Santos Lima tornou-se sócia da “Sociedade Agrícola Quinta de Porrais” (Douro) sendo responsável ago-ra pela produção e comercializa-ção dos seus vinhos e azeite. Mais recentemente adquiriu a totali-dade do capital de uma outra em-presa vinhateira do Douro, So-ciedade “Quinta da Fronteira”.

Em 2013, deu-se a expansão para o Algarve, em Tavira, com a plantação de vinhas, engarrafa-mento dos primeiros vinhos e construção de uma adega nova. Em 2014 a família Santos Lima adquiriu a totalidade do capital da Casa de Vila Verde - Socieda-de Agrícola, e realizou o primei-ro engarrafamento de vinhos do Alentejo, após estabelecer uma longa parceria com um grande produtor da região de Beja.

“A produção de uvas e vinho é

feita individualmente em cada uma das regiões com a plantação própria de vinha e criação de ade-gas, ou através de parcerias esta-belecidas com diversos produto-res locais. Uma vez engarrafado o vinho, a atividade de comercializa-ção é estabelecida através da sede

da empresa, em Alenquer, onde está a origem da empresa”, expli-ca José Luís Oliveira da Silva, pre-sidente da Casa Santos Lima.

Conta com cerca de 180 cola-boradores. Em 2019 o crescimen-to do volume de negócios será su-perior a 20% e deverá ultrapassar

os 42 milhões de euros. A Casa Santos Lima está presente em mais de 50 países em cinco con-tinentes, e exportam atualmente cerca de 85% da produção.

Como principais mercados de exportação europeus encontram--se a Suécia, Bélgica, Noruega,

Alemanha, Finlândia, Reino Uni-do e Holanda. Fora do território europeu, os principais clientes são os Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, Austrália e Chi-na. Têm vindo a apostar na ex-pansão para novos mercados, com menor ou maior tradição no

Vinhos de cinco regiões para mais de 50 países

O enoturismo é uma das apostas da Casa Santos Lima.

Fotos: Nuno Fonseca

Exportam atualmente cerca de 85% da produção e têm vindo a apostar na expansão para novos mercados, com menor ou maior tradição no consumo de vinho.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

CASA SANTOS LIMA MELHOR PME EXPORTADORA DE BENS TRANSACIONÁVEIS

Com cerca de 180 colaboradores, este ano deverá registar um crescimento do volume de negócios superior a 20%.

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| VII

Em 2018 bateu um recorde de faturação com 28,6 milhões de euros, exporta quase 100% da sua produção e os seus produtos são vendidos na Europa.

As malhas que a Sonix tece na Europa

“Na Sonix criamos e desenvolve-mos artigos de moda e vestuário em malha como t-shirts, camiso-las, camisolas, etc.. Os nossos mo-delos podem ser encontrados a nível global. Maioritariamente encontram-se na Europa, e a ex-portação corresponde a pratica-mente 100% da nossa atividade de produto acabado, mas temos também serviços”, explica Sa-muel Costa, COO e administra-dor da Sonix.

A Sonix é uma empresa his-tórica fundada em 1966, em Bar-celos. Em meados dos anos 2000 surgiu a oportunidade de somar a Sonix ao portefólio de negócios do DiasTêxtil, fundado em 1984 por Conceição Dias. Em 2007 foi concretizada a aquisição, num passo estratégico determinante para o crescimento do grupo.

A integração da Sonix no gru-

po permitiu, numa primeira fase, acrescentar os setores de tintura-ria e acabamentos. Neste sentido, foi possível dotar o grupo de uma estrutura praticamente vertical, à qual já se somavam a tricotagem – com a Modelmalhas - e a confe-ção em malha – desenvolvida nas outras empresas do grupo Dias-Têxtil, Startex, Sewstyle e tam-bém na própria Sonix. Para além das áreas de negócio diretamen-te ligadas à indústria têxtil. O Gru-po Dias Têxtil tem investimentos em áreas tão diversas como I&D, extração e tratamento de minério e imobiliário.

Têxteis I&D “Na Sonix temos tido um cres-cimento sustentado ao longo do tempo”, sublinha Samuel Cos-ta”. Acrescenta que “o ano de 2018 fechou com um volume, de

negócios de 28,6 milhões de eu-ros, que foi histórico, sendo para 2019 já prevíamos uma redução e 2020 será um ano de consoli-dação. Quanto aos nossos cola-boradores, temos cerca de 250

pessoas”. O grupo detém a Sucess

Gadget, que é uma empresa tec-nológica e de I&D, que tem aju-dado o grupo a subir na cadeia de valor, produzindo peças cada vez mais técnicas. “O expoente da nossa inovação tecnológica – pela tecnologia Sil2U, paten-teada para soluções anti-mos-quito, e também anti-odor, en-tre outras -, e pela equipa de in-vestigação que trabalha dedica-da a novos desenvolvimentos tendo em conta objetivos de mercado ainda por explorar. Outro aspeto relevante diz res-peito ao desenvolvimento de produtos em 3D e na agilidade e rapidez que isso traz para nós e para os nossos clientes, tra-zendo mais sustentabilidade a todo o processo”, explica Sa-muel Costa. �

A Sonix tem vindo a desenvolver produtos em 3D.

SONIX MALHAS MENÇÃO HONROSA PME EXPORTADORA DE BENS TRANSACIONÁVEIS

consumo de vinho.

Aposta no enoturismo A Casa Santos Lima tem uma estratégia multimarca e atual-mente os vinhos com maior destaque são da gama “Quin-ta das Setencostas”, “Bons--Ventos”, “Colossal”, “Confi-dencial” e “Cigarra”. Como re-fere José Luís Oliveira da Sil-va, “gostamos de ir aos princi-pais mercados anualmente, por vezes mais do que uma vez. Não esquecendo que o merca-do é muitas vezes imprevisível, o consumidor é cada vez mais exigente e conhecedor, e que a concorrência é permanente. Estamos também atentos às tendências de consumo quer a nível de tipo de vinho, quer a nível de tipo de embalagem”.

No último ano investiram no aumento da capacidade de engarrafamento e expansão da área de armazenagem, na área de vinha plantada e tam-bém ao desenvolvimento de projetos de enoturismo em Alenquer, Parque da Vinha em Lisboa, junto ao Aeropor-to, e em Tavira. “O enoturis-mo tem vindo a crescer em Portugal e a ganhar o seu es-paço no dia-a-dia de várias empresas, e no nosso caso não é diferente”, revela José Luís Oliveira da Silva, e, desde 2017, que têm uma equipa de-dicada ao enoturismo. “Nos últimos anos temos registado um aumento no número de vi-sitantes, principalmente es-trangeiros, que provam os nossos vinhos no seu país e fi-cam curiosos por saber mais. É esta relação de proximida-de que queremos continuar a criar e é com esse foco que tra-balhamos cada atividade de enoturismo” conclui. �

A Sucess Gadget, uma empresa de I&D, tem ajudado o grupo a subir na cadeia de valor, produzindo peças cada vez mais técnicas.

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VIII | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A Mecalbi é uma em-presa portuguesa se-diada em Castelo Branco estabelecida

em 2006, produz principalmente para a indústria automóvel e fa-zem máquinas que auxiliam na produção das cablagens elétricas. São equipamentos para testes para garantir a segurança da ca-blagem, e equipamentos de retra-ção com tecnologia de ar quente, e tecnologia de infravermelhos.

Jorge Amaral, fundador da Mecalbi, é licenciado em Enge-nharia Mecânica e iniciou a sua atividade na Cablesa, hoje Del-phi, em Castelo Branco. Depois passou pelo Grupo Centauro e pela Dinefer até que, em maio de 2006, fundou a Mecalbi – Ativi-dades de Engenharia.

Criou a empresa “por desafio e gosto pessoal. Trabalhei na mesma atividade, indústria au-tomóvel, noutros produtos”. Foi então desenhada como uma em-presa de mecatrónica para a in-dústria automóvel, começou a sua atividade por desenvolver soluções customizadas à medi-da do cliente.

Pouco depois, Jorge Amaral identificou, “como oportunida-de de negócio”, os equipamentos de retração. Em 2008 tornou-se fornecedor preferencial de equi-pamentos de retração para a Ya-zaki. A sua atividade passou a fo-car-se mais nos equipamentos de retração e “é hoje em dia uma das poucas empresas especiali-zadas a nível mundial neste tipo de solução, estando presente no trabalho diário de todos os gran-des fabricantes de cablagens”, como refere Jorge Amaral.

Filias no México e Estados Unidos Como costuma explicar que a em-

presa, que exporta toda a produ-ção, nasceu sabendo que o seu mercado era global e que teria de ter inovação e serviço como van-tagens competitivas em relação aos concorrentes. Os projetos e as soluções são desenhadas e produ-zidas na Mecalbi que disponibili-za serviço e dá resposta aos requi-

sitos e expectativas cada vez mais exigentes dos clientes.

Em 2014 mudou de nome e passou a Mecalbi Engineering Solutions e criou uma filial em El Paso (Estados Unidos), a que se seguiu uma outra filial na Ci-dade de Juarez no México em 2015.

Exporta 99% da sua produ-ção e os principais mercados são a Europa, Américas, Norte Áfri-ca e Ásia e os clientes são os fa-bricantes de cablagens para au-tomóveis como a Delphi, a Ya-zaki, a Fujikura, a Leoni, a Lear, a Sumitomo, a FCI, a Dräxl-maier, a Continental, a Krom-

berg & Schubert.

Distribuição assente no fornecimento direto A sua rede de distribuição ba-seia-se no fornecimento direto por via de exportação ou através de representantes locais como Marrocos, Tunísia, África do Sul;

Máquinas para cablagens made in Castelo Branco

Os clientes da Mecalbi são os fabricantes de cablagens para automóveis.

Fotos: Nuno Fonseca

Exporta 99% da sua produção e os principais mercados são a Europa, Américas, Norte de África e Ásia, e os clientes são os fabricantes de cablagens para automóveis como a Delphi, a Yazaki, a Fujikura, a Leoni, a Lear, a Sumitomo

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

MECALBI PRÉMIO EXPORTAÇÃO MELHOR PME EXPORTADORA – SERVIÇOS

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| IX

Os produtos das várias marcas do grupo estão presentes em 80 países, exportando mais de 90% da produção sobretudo para o Reino Unido, EUA, Europa, Canadá, China, América Latina e Emirados Árabes Unidos.

A celebração do design de mobiliário e iluminação

A Menina Design começou por ser uma empresa e a designação do grupo que nasceu a partir da marca fundadora Boca do Lobo e agrega hoje marcas de mobi-liário e iluminação de produção manual em Portugal. Recente-mente passou a Covet Group e a Menina Design manteve-se como empresa participada.

Como explicou Amândio Pereira, CEO do grupo, numa entrevista à CPPLuxury, a em-presa surgiu para desafiar o mercado. Com Ricardo Maga-lhães saíram da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) “em busca do verdadeiro artesanato português representado no mundo do design de interiores e móveis. Encontramos clara-mente uma lacuna nesse cam-po, pesquisamos, estudamos os mercados e criamos uma cole-ção de móveis mais conserva-dores e outra muito mais ousa-da. O mercado teve uma ótima resposta à ousada coleção, e a águia voou desde então”.

O grupo empresarial que nasceu a partir da marca Boca do Lobo, tem hoje 15 marcas de luxo, quinhentos funcionários, dos quais 200 na produção e 250 nas áreas comercial, de marketing e design, e deverá fa-turar, em 2019, 35 milhões de euros neste ano.

O Covet Group engloba vá-rias marcas e projetos de design, ligados ao mobiliário e à ilumi-nação de luxo: Boca do Lobo, Brabbu, Secret Brands, De-lightfull, Koket, Maison Valen-tina, Circu, Luxxu, Essential Home, Rug’Society, Foogo, Pullcast, Preggo, que é “fábri-ca”. Tem como acionistas a Amândio Pereira e Ricardo Ma-galhães, designer de interiores, detentores pelo Covet Group.

Força online Recentemente num artigo no Diá-rio de Notícias, Ricardo Maga-lhães dizia que o foco era “clara-mente o marketing e o design” e que o grupo gere “internamente mais de cem blogues estratégicos: “Estamos a comunicar com o mundo e a atingir vários alvos”. Para Amândio Pereira está pre-sença muito forte no mundo onli-ne representa “uma abordagem muito clara do comércio eletróni-co”, mas não descura a rede física e têm salas de exposição como o showroom da Covet em Nova Ior-que, Londres, Paris, a Covet Valley e Douro, ambas no Porto.

Os seus produtos estão es-palhados por hotéis como Hil-ton Astana, Pestana Palácio

Freixo, Paramount Dubai, Ho-tel Providence, Four Season NY, Loews Regency Hotel, The Langham Hotel London, Fair-mont Hotel Vier Jahreszeiten Hamburg and Hotel Castel-brac. Os móveis das marcas do grupo foram suadas no filme As Cinquenta Sombras de Grey e os best-sellers de produtos são, por exemplo, a linha Eden (me-sas), a Lapiaz ou os aparadores Heritage e Diamond.

Os produtos das várias mar-cas do grupo estão presentes em 80 países, exportando mais de 90% da produção sobretudo para o Reino Unido, EUA, Eu-ropa, Canadá, China, América Latina e Emirados Árabes Uni-dos. �

As marcas do grupo Menina Design estão presentes em 80 países.

MENINA DESIGN MENÇÃO HONROSA MELHOR PME EXPORTADORA - SERVIÇOS

Japão. Coreia do Sul, China, Índia, Singapura, Taiwan, Fi-lipinas, países da União eu-ropeia, Rússia, Israel, Albâ-nia, Ucrânia, Austrália e Bra-sil. Como projetos para o fu-turo tem a expansão “nos mercados mais longínquos quer através de parcerias quer com presença direta e construir novas instalações”, refere Jorge Amaral.

Na sua filosofia está que a “empresa não precisa dos melhores profissionais mas dos melhores seres huma-nos”. A empresa tem criado oportunidades na área da tecnologia para a mão-de--obra da região de Castelo Branco tanto a que estuda fora como da que está nas es-colas da região. Depois de en-trarem temos sido capazes de os conquistar e manter”. Mais de 65% dos seus traba-lhadores tiveram o primeiro emprego na Metacalbi. �

O grupo nasceu com a Boca do Lobo, tem atualmente 15 marcas de luxo e irá faturar 35 milhões de euros este ano.

A Mecalbi é uma das poucas empresas do mundo com “know-how” em equipamentos de retração.

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X | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A empresa de cerâmica decorativa foi consti-tuída em 1987 por Rui Ferreira dos Santos e

tem-se destacado pela capacidade de design. A Ceramirupe - Cerâmi-ca Decorativa produz louça utilitá-ria e decorativa em grés e exporta 99% da sua produção e os princi-

pais mercados são os EUA, Holan-da, Alemanha, Suíça e Dinamarca.

Sediada na Castanheira (Coz), em 2015 viu aprovado o seu projeto de investimento de 2,5 milhões para a expansão da capacidade produtiva com inova-ção, para crescimento e desen-volvimento, tendo recebido in-

centivos de fundos comunitários de cerca de um milhão de euros.

Em meados da segunda déca-da do século XXI, a Ceramirupe cedeu parte do seu capital à Oxy Capital, que gere o Fundo Revi-talizar Centro. Rui Santos, fun-dador e presidente da empresa explica que “quando se tem uma

estratégia de crescimento bem estruturada e os recursos finan-ceiros são insuficientes, aí temos o parceiro para partilharmos a nossa estratégia e estabelecer-mos a nossa parceria, o FRC.”

Sucesso da cerâmica Este fundo destina-se à injeção de

liquidez em Pequenas e Médias Empresas com modelos de negó-cio sustentáveis, potencial de cres-cimento e projetos viáveis de ino-vação e/ou modernização e o ca-pital do tem origem em fundos co-munitários (FINOVA) e nos prin-cipais bancos portugueses.

O FRC participa em empre-

Uma empresa moldada ao ritmo de um setor exportador

A Ceramirupe exporta 99% da sua exportação. EUA. Holanda, Dinamarca, Suíça e Alemanha são os principais mercados.

Produz louça utilitária e decorativa em grés e exporta 99% da sua produção e os principais mercados são Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Suíça e Dinamarca.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

CERAMIRUPE-CERÂMICA DECORATIVA PRÉMIO EXPORTAÇÃO + EMPREGO

Fotos: Nuno Fonseca

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| XI

A empresa baseia o seu sucesso na conjugação das tecnologias e da experiência dos ceramistas.

Trabalha exclusivamente para a Europa, com foco na Europa Central, em indústrias como o automóvel, mobiliário, eletrodomésticos, iluminação, eletricidade e equipamentos. Tem 163 colaboradores e, em 2018, faturou 20,5 milhões de euros.

A importância da oferta de uma cadeia de valor integrada

A Fundifás era uma empresa fa-miliar de serviços de fundição in-jetada e fabrico próprio de pro-dutos como ferragens para o se-tor da construção civil, que tinha como principal cliente a Prifer.

Em 2012 esta empresa cons-tatou o potencial do negócio, de-cidiu que era estratégica e adqui-riu a unidade industrial, que pas-sou a Prifer-Fundição. “O objeti-vo é oferecer de forma diferencia-da das restantes empresas do se-tor, a possibilidade aos seus clien-tes de fundir, acabar e revestir as peças produzidas, colmatando desta forma uma dificuldade dos clientes e integrando vertical-mente a cadeia de valor”, diz Fi-lipe Prior.

Em parceria com clientes fa-zem o desenvolvimento de peça,

projeto de molde, industrializa-ção, e respetiva produção série dos seus produtos.

Trabalha exclusivamente para a Europa, com foco na Eu-ropa Central, em indústrias como automóvel, mobiliário, eletrodo-mésticos, iluminação, eletricida-de e equipamentos. Tem 163 co-laboradores e, em 2018, faturou 20,5 milhões de euros.

A Prifer Fundição é 100% de-tida pela Prifer sgps, que, por sua vez, é controlada por Carlos Ne-ves (50%) e João Prior (50%). Estes dois sócios têm ainda 29% da J. Prior, que foi a empresa onde se iniciou a atividade indus-trial da família, e participações minoritárias em empresas como a Prilev e Prilux. “Atualmente, a sua ligação ao grupo Prifer é de

parceira e parte integrante das soluções oferecidas aos clientes”, referiu Filipe Prior. Cadeia de valor integrada verticalmente O Grupo Prifer funciona de for-ma integrada entre as suas as-sociadas na oferta de soluções de produção e montagem de componentes para a indústria nacional e internacional, e con-ta, além da Prifer fundição (PDC), com Prifer Metals (PMS), Prifer Technical Molds (PTM), Tecma (TGS), MOP e Prinemo, empresas em que o grupo detém a totalidade ou a maioria do capital.

Como refere Filipe Prior, “a estratégia de cadeia de valor in-tegrada verticalmente, a equipa

multidisciplinar e as tecnolo-gias produtivas de vanguarda permitem apoiar os projetos dos seus clientes em todas as fa-ses da cadeia produtiva, apre-sentando soluções rápidas, efi-cazes e completas”. O que fa-zem em domínios como a enge-nharia & desenvolvimento, pro-dução de moldes e de peças em plástico, alumínio, zamak e me-tal, acabamento e revestimento de superfícies dos mais variados substratos e assemblagem de componentes.

Em 2018 o grupo atingiu um volume de negócios aproximado global de 80 milhões de euros com as exportações a represen-tar aproximadamente os 70%. Tem nove fábricas e mais de 700 colaboradores.�

A Prifer trabalha exclusivamente para a Europa.

PRIFER FUNDIÇÃO MENÇÃO HONROSA EXPORTAÇÃO + EMPREGO

sas como a Felmica, Mota II – Soluções Cerâmicas, Mota Pastas Cerâmicas, na área da cerâmica, e de setores das tecnologias como a Feedzai, os moldes como a DRT – Moldes e Plásticos, DRT Ra-pid – Protótipos e Moldes, Elastictek – Indústria de Plásticos, agroindústria como a Ovargado, Campotec in, e outras como a Maxivi-dro, Vitrocsa Portugal, Amal Module Yard, Socem entre outras.

A empresa baseia o seu sucesso na conjugação das tecnologias e da experiência dos ceramistas, desenvolver uma gama de soluções e pro-dutos que vão de encontro às exigências do mercado. Um dos fatores diferencia-dores da sua cerâmica é o trabalho com vidros reativos que após a sua fusão a alta temperatura.

Em 2018, o valor das ex-portações portuguesas de pro-dutos cerâmicos ascendeu a 726 milhões de euros mais 2,1% do que em 2017. Na cris-talaria as exportações em 2018 ascenderam a 93 mi-lhões de euros o que represen-ta uma variação de 5.1% em relação a 2017. �

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XII | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

E m Setembro de 2919, na maior feira inter-nacional do setor, IBC2019, que decor-

reu em Amesterdão, a Tech4Ho-me apresentou uma solução ino-vadora de smart voice, em que tira partido da Inteligência Arti-ficial e integra no telecomando a ativação do modo de comando por voz ativada por uma palavra chave. “É uma solução inovado-ra e apresentada pela primeira vez num telecomando” refere Miguel Oliveira, CEO da Te-ch4Home.

A Tech4home é uma empre-sa eletrónica que cria, desenvol-ve e comercializa telecomandos e soluções de tecnologia avança-da para as empresas de televisão paga, a nível mundial. Iniciou a sua atividade em Dezembro de 2009 e, apesar de uma longa ex-periência na área de telecoman-dos, adquirida pelos seus promo-tores e atuais acionistas Miguel Oliveira, Graça Cândido, Már-cio Barata, nos anos em que tra-balharam na multinacional Phi-lips, os primeiros anos não foram fáceis.

Os clientes alvo eram em-presas de grande dimensão e os principais concorrentes eram empresas estabelecidas, de grande dimensão e maioritaria-mente multinacionais com ca-pacidade para operar no merca-do global. “A grande dimensão de quase todos os “players” nes-te setor revelou-se uma das grandes barreiras à entrada nes-te mercado. É uma indústria de grandes empresas e de capital intensivo para o investimento em novos produtos e tecnologias e até por causa das garantias bancárias exigidas por alguns concursos comerciais”, afirmou Miguel Oliveira.

O principal mercado é os EUA e a senha de entrada foi o “argumento tecnológico”, diz Miguel Oliveira. “Éramos a em-presa com o maior grau de ma-turidade no desenvolvimento da conjugação das tecnologias Bluetooth e controlo por voz”. A inovação tecnológica e o design

são dois fatores chave de suces-so, mas a sua demonstração no mercado não foi fácil.

Inovação e design A estratégia para romper este cerco foi de diferenciação e foca-lização num segmento muito pe-queno do mercado mas pouco

explorado pelos concorrentes, os telecomandos específicos para crianças e seniores com particu-laridades tecnológicas e de de-sign inovadoras. Foi a porta de entrada em muitos clientes e “a Tech4home é ainda hoje a em-presa nº1 em vendas de teleco-mandos infantis para os opera-

dores de televisão”, diz Miguel Oliveira.

Atualmente as exportações representam 90% do seu volu-me de negócios, que em 2018 foi de 30 milhões de euros. Expor-ta para mais de 40 países, os principais mercados em que opera são a Europa, Médio

Os telecomandos com inteligência artificial

A empresa de eletrónica Tech4Home exporta para mais de 40 países.

Fotos: Nuno Fonseca

As exportações representam 90% do seu volume de negócios, que em 2018 foi de 30 milhões de euros. Exporta para mais de 40 países.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

TECH4HOME PRÉMIO REVELAÇÃO EXPORTAÇÕES

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| XIII

A produção destina-se na íntegra à exportação para o mercado europeu e tem como principal foco o setor automóvel que representa quase a totalidade dos negócios desenvolvidos.

A plasticidade e o molde de um parceiro

A Moldoeste II (ou a Moldoes-te Plásticos) nasceu a 22 de Fe-vereiro de 2002, com o objeti-vo inicial de assegurar interna-mente a realização dos testes dos moldes produzidos pela Moldoeste, garantido assim maior flexibilidade no proces-so de produção. Aos testes de moldes foram-se seguindo a produção de pré-séries por so-licitação de alguns clientes, e assim se foram desenvolvendo ao longo dos anos competên-cias e infraestruturas para a produção em série.

“Em 2010, com a certifica-ção ISO TS 16949 (atualmen-te norma IATF 16949), fica-mos oficialmente homologa-dos para fornecer componen-tes para a indústria automóvel, um setor com o qual nos rela-cionamos há muitos anos por via da produção de molde”, ex-plica Ana Vieira, que é com Valdemiro Pereira Teixeira, acionista de referência das em-presas e administradora do grupo.

A produção passou então a repartir-se por duas entidades. A Moldoeste desenvolve e fa-brica moldes metálicos para a industria de injeção, enquanto a Moldoeste II desenvolve e produz peças plásticas com re-curso à utilização da ferramen-ta, “ o molde”, refere Pedro Ro-drigues, CEO do Grupo Mol-doeste.

Produção vai toda para a exportação A produção destina-se na ínte-gra à exportação quer de forma direta quer e indireta. O mer-cado europeu “tem sido de fac-to o principal mercado, assim como o foco do negócio passar pelo setor automóvel que re-

presenta quase a totalidade dos negócios desenvolvidos”, re-força Pedro Rodrigues. O nú-mero total de funcionários ronda os 170, oscilando em função dos picos de atividade que podem existir. A Moldoes-te II faturou 7,6 milhões de eu-ros em 2018.

Aposta em soluções diferenciadoras Os projetos futuros da Mol-doeste estão alinhados com os objetivos do grupo. A Moldoes-te II “pretende continuar a afirmar-se como um parceiro de referência e preferencial no exigente e competitivo merca-do internacional da indústria automóvel, não desprezando

obviamente outros setores de indústria, pois todos são im-portantes”, sublinha a admi-nistradora Ana Vieira.

Os desafios para o futuro passam por oferecer aos clien-tes soluções de engenharia di-ferenciadoras e sustentáveis, mutuamente benéficas, que nos permitam criar e reforçar laços a longo prazo e orientar a especialização para projetos inovadores e tecnologias de va-lor acrescentado, desenvolver soluções integradas refere o CEO, Pedro Rodrigues. Aspe-tos a que estão atentos e ten-tam integrar nos seus proces-sos a indústria 4.0, a economia circular ou a redução do im-pacto ambiental.�

A Moldoeste II faturou 7,6 milhões de euros em 2018.

MOLDOESTE II MENÇÃO HONROSA REVELAÇÃO EXPORTAÇÕES

Oriente, Estados Unidos e América Latina e os clientes são os operadores de televi-são, quer por satélite, cabo ou IPTV.

“A Europa continua a ser o primeiro mercado-alvo, onde ainda há potencial de crescimento, não só pela en-trada em mais países e clien-tes, mas também nos clientes existentes pela mudança do tipo de tecnologia nos teleco-mandos de soluções de infra-vermelho para radiofrequên-cia”, explica Miguel Oliveira.

Para Miguel Oliveira a chave para o percurso da em-presa têm sido a “inovação e o design, aliados a elevados padrões de qualidade, junta-mente com uma cooperação ativa com os clientes, tem permitido à Tech4home um crescimento contínuo e sus-tentável neste mercado”, a que se acrescenta “o papel ativo na tentativa de definir e suplantar o estado da arte” e “assumir um papel cada vez mais preponderante no “smart home”.�

A senha de entrada da Tech4Home no mercado dos Estados Unidos foi o argumento tecnológico.

Os desafios para o futuro passam por oferecer aos clientes soluções de engenharia diferenciadoras e sustentáveis.

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XIV | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A BA Glass só conside-ra exportação as ven-das que realiza para os países onde não têm

unidades de produção, como ex-plica Sandra Santos. As vendas em Portugal, Espanha, Alemanha, Polónia, Roménia, Bulgária e Gré-cia, independentemente da fábri-ca que produz, não são contadas como exportações. “Tendo isto em conta, as nossas vendas para os mercados de exportação repre-sentaram 24% do nosso volume total de negócios em 2018 e expor-tamos para 70 países”, conclui Sandra Santos.

Desenvolvem garrafas e em-balagens para os mercados de ali-mentação e bebidas e os principais segmentos de consumo a alimen-tação (32%), cervejas (23%), vi-nho e espirituosos (31%) e refri-gerantes (14%). Em 2018 tiveram vendas consolidadas de 854 mi-lhões de euros e resultados líqui-dos de 96,6 milhões de euros.

“Em 2018, o principal cresci-mento chegou através dos seg-mentos da alimentação e da cer-veja. Todos estes segmentos são diferentes e desafiam-nos de for-ma distinta diariamente. Todos têm especificidades muito rele-vantes e que temos sempre de cui-dar como os requisitos de quali-dade, a concorrência com outros tipos de materiais ou os curtos ci-clos de vida dos produtos”, refere Sandra Santos.

BA Glass com presença na América A BA Glass produz por ano mais de 8 biliões de garrafas, em 11 co-res em fábricas em Avintes, Ma-rinha Grande, Venda Nova, Léon, Vila Franca de los Barros, Gar-delegen (Alemanha), Sierakow e Jedlice (Polónia), Bucareste (Roménia), Sófia e Plovdiv (Bul-gária) e Atenas (Grécia). Conta

com 3.800 funcionários, e distri-bui embalagens de vidro em mais de 80 países por todo o mundo. O grupo BA Glass tem como acionistas Carlos Moreira da Sil-va com 50% e a Família Domin-gues 50%.

A BA Glass tem 25% no gru-po norte-americano Anchor Glass. Sandra Santos diz que é uma empresa independente da BA e que têm “trabalhado em conjunto no sentido de partilha

de know-how e das boas práti-cas. Benchmarking é uma pala-vra-chave em todo o processo de gestão da BA”.

“A redução da pegada am-biental é uma das nossas gran-des preocupações, há mais de 20 anos que começamos a in-vestir em estações próprias de tratamento do vidro recolhido para posteriormente o reintro-duzir (reciclar) no nosso pro-cesso produtivo. Hoje em dia te-

mos uma das mais modernas estações de tratamento de reco-lha de vidro, em Avintes, e uma segunda em Villafranca de los Barros”, refere Sandra Santos.

As metas do Porto Protocol Afirma que investiram, nos úl-timos anos, vários milhões de euros na compra de tecnologias mais amigas do ambiente, em energias renováveis com a im-

Vidro à escala da Europa com um pé nos Estados Unidos

Benchmarking é uma palavra-chave em todo o processo de gestão da BA Glass.

Fotos: Nuno Fonseca

A empresa está presente em sete países, tem doze fábricas e produz por ano mais de 8 biliões de garrafas, em onze cores, e distribui embalagens de vidro em mais de 80 países por todo o mundo.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

BA GLASS MELHOR GRANDE EMPRESA EXPORTADORA – SERVIÇOS

8 GARRAFAS A BA Glass produz mais de 8 biliões de garrafas em 11 cores nas suas 12 fábricas. A empresa conta com 3.800 funcionários.

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| XV

plantação de painéis foto-voltaicos nos telhados de uma das unidades de produ-ção em Espanha, o que será estendido a outras unidades. “A produção de embalagens mais leves e amigas do am-biente faz já parte da rotina de todos os projetos de des-envolvimento de novas em-balagens”, enfatiza Sandra Santos.

São membros fundado-res do Porto Protocol e as-sumiram que até 2030 atin-gem os seguintes objetivos ambientais: usar no mínimo 70% de eletricidade com origem em fontes renová-veis; reduzir a utilização de gás natural em 10%, substi-tuindo-o por eletricidade; reduzir em 75% o uso de água; aumentar a utilização de casco (vidro reciclado) pelo menos na mesma per-centagem do aumento da taxa de recolha; diminuir as emissões de CO2, pelo me-nos, para os níveis definidos pela União Europeia; traba-lhar em conjunto com os nossos clientes e fornecedo-res para reduzir a quantida-de de embalagens secundá-rias utilizadas no produto fi-nal. �

A União Europeia absorve cerca de 81,5% das exportações de madeira e mobiliário, tendo crescido 62% nos últimos 8 anos, passando 1253 milhões de euros em 2010 para 2030 milhões de euros em 2018.

A Indústria 4.0 vai intensificar a mudança nas madeiras e mobiliário

“A inovação, a tecnologia, o layout, a robotização e a digitali-zação, o design, a gestão de mar-cas, a certificação ambiental e de qualidade, a valorização da eco-nomia circular, a capacidade de promoção internacional, a qua-lificação dos recursos humanos e a capacidade para a retenção de talentos são fatores quase indis-sociáveis para o sucesso das em-presas de base industrial deste se-tor”, refere Vítor Poças, presiden-te da Associação das Industrias de Madeira e Mobiliário de Por-tugal (AIMMP).

Acrescenta que “têm sido es-tes os motivos pela qual o setor tem vindo a reduzir o número de empresas, a aumentar a dimen-são das empresas, a produtivida-de e as exportações, tanto em quantidade como em valor acres-centado”.

Esta associação existe há 62 anos e representa as empresas desde o abate e o corte das árvo-res na floresta até à sua transfor-mação e comercialização, in-cluindo uma grande tipologia de indústrias e produtos. Está orga-nizada em cinco divisões subsec-toriais como o abate, corte, ser-ração de madeiras e embalagens, os painéis, derivados de madeira e energia de biomassa, a carpin-taria e outros produtos de madei-ra, o mobiliário e afins e a expor-tação, importação e distribuição de madeiras.

62% de crescimento Em termos de exportações o sub-setor do mobiliário, incluindo a colchoaria e a iluminação, lidera as exportações do setor com um volume de 1,85 mil milhões de euros, seguido das indústrias de primeira transformação, isto é, as serrações que incluem as emba-lagens e o carvão vegetal com 247 milhões de euros e os painéis com

218 milhões de euros. A União Europeia absorve

cerca de 81,5% das exportações de madeira e mobiliário, tendo crescido 62% nos últimos 8 anos, passando de 1253 milhões de eu-ros em 2010 para 2030 milhões de euros em 2018. Representa hoje cerca de 4,3% das exporta-ções portuguesas, “com um sal-do positivo da sua balança co-mercial na casa dos 650 milhões de euros anuais, sendo que este saldo se deteriorou ligeiramente nos últimos quatro anos”, assina-la Vítor Poças.

Segundo Vítor Poças, o setor tem um desafio tecnológico pela frente, há muitas empresas ainda muito tradicionais, “apesar de já termos algumas empresas com níveis de automação verdadeira-mente espetaculares”. Acredita que a Indústria 4.0 vai acontecer no setor, “Falta saber se as nossas

empresas terão dinheiro para realizar os investimentos. Hoje nas feiras internacionais “já qua-se não se vê uma única máquina sem um computador ou sistema de automação nas suas opera-ções”, afirma Vítor Poças.

A AIMMP, além do tradicio-nal apoio associativo e da repre-sentação institucional junto de várias confederações nacionais e internacionais, tem um papel no Centro de Formação Profissio-nal das Indústrias da Madeira e Mobiliário, ou no apoio à quali-ficação, à certificação, às expor-tações e à internacionalização através dos projetos Inter Wood & Furniture, do Associative De-sign – The best of Portugal, Sec-tor Wood & Furniture, Eco Wood & Furniture. “Estas ações têm como principais objetivos re-forçar as capacidades competiti-vas do setor, a imagem e a noto-

riedade das empresas e da fileira da madeira e do mobiliário de modo a facilitar as exportações, bem como promover Portugal enquanto país moderno, com um setor industrial que alia a tradi-ção e o saber-fazer à criatividade, qualidade, design, inovação, sus-tentabilidade e tecnologia avan-çada”, conclui Vítor Poças. �

União Europeia absorve 81,5% das exportações de madeira e mobiliário.

AIMMP PRÉMIO SECTOR ESTRATÉGICO

A Indústria 4.0 vai acontecer no setor. Falta saber se as empresas terão dinheiro para realizar os investimentos.

A BA Glass já investiu vários milhões de euros na compra de tecnologia mais amiga do ambiente.

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XVI | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A fábrica da Continen-tal Mabor em Lousa-do é hoje a fábrica mais eficiente do

grupo em pneus de viaturas de passageiros. “Para que isto fos-se possível, desde o início exis-tiu uma forte aposta na qualifi-cação de todos os colaborado-res, desde formação no posto de trabalho, à formação noutras fábricas do grupo, bem como

com o recurso a entidades na-cionais ou internacionais, cre-denciadas para este efeito”, re-feriu Pedro Carreira, presiden-te da administração da Conti-nental Mabor.

Acrescentou ainda que “o trabalho em equipa foi desde o primeiro dia, o maior sinal que pudemos dar ao nosso acionis-ta, ou seja, que todos estavam comprometidos com o desem-

penho, com a nova forma de tra-balhar, com este novo e impor-tante projeto.

O volume de faturação as-cendeu a 878 milhões de euros e a exportação representa qua-se 99% deste valor. Os princi-pais mercados são a Alemanha, a Espanha, os Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Coreia do Sul. “De referir que a União Europeia representa

quase 75% do nosso volume de faturação”, afirmou Pedro Car-reira.

O centro de competências para pneus radiais e agrícolas O centro de competências para pneus radiais e o desenvolvi-mento de pneus agrícolas, pneus para portos e para movi-mentação de terras na Conti-nental Mabor tem uma “impor-

tância gigantesca”, sublinhou Pedro Carreira. Segundo o presidente do conse-lho de administração da Conti-nental Mabor “a instalação da área de desenvolvimento per-mitiu trazer o Centro de Testes e Avaliação desses mesmos pneus, isto é, diversificar a área de negócios que, para nós, é um fator estratégico, pois em mo-mentos mais difíceis, quanto mais diversificados estivermos, melhor preparados estaremos para reagir”.

Está área, em cinco anos, pode vir a representar 15 a 20% do volume atual de negócios, e assim a Continental Mabor fica com várias áreas de negócios e torna-se cada vez mais estraté-gica para o grupo.

Pedro Carreira diz que uma única vantagem neste momen-to é a “mão-de-obra qualificada e em quantidade que nos permi-te aceitar volume de outras fá-bricas, onde existe alguma difi-culdade para o proporcionar”. A vantagem relativa da relação privilegiada com os países lusó-fonos e de portos relativamen-te acessíveis na exportação para a região Nafta, “mas atualmen-te já não é tanto assim”.

A caminho dos mil milhões de euros em investimentos

A Continental Mabor do Lousado é a fábrica mais eficiente do grupo em pneus de viaturas de passageiros.

Fotos: Nuno Fonseca

O volume de faturação ascendeu a 878 milhões de euros e a exportação representa quase 99% deste valor. A Europa Intracomunitária representa quase 75%.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

CONTINENTAL-MABOR MELHOR EXPORTADORA MULTINACIONAL

As empresas portuguesas do grupo Continental têm vindo a criar sinergias com as suas congéneres alemãs.

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| XVII

Tem a maior rede de resorts no Brasil com nove unidades e os negócios neste país representam 40% da faturação. Em Portugal gere 25 hotéis, um dos quais o Vila Galé Ribeira Porto, o primeiro hotel paper free.

As sinergias e os ganhos de escala ligam os hotéis entre Portugal e o Brasil

A estratégia do grupo tem passa-do pela cobertura de Portugal e in-vestimentos no Brasil. “São dois mercados que se complementam muito bem e onde conseguimos ter sinergias e ganhos de escala. E há a proximidade cultural, de lín-gua e a história que une os dois paí-ses. Por isso, continuamos atentos às oportunidades e temos proje-tos tanto num como noutro”, re-fere Jorge Rebelo de Almeida, presidente da Vila Galé. Revela, ainda, que avaliaram projetos de internacionalização em Moçam-bique, Cuba, Cabo Verde ou Es-panha, sem qualquer avanço.

“Somos a maior rede de re-sorts no Brasil e a marca é reco-nhecida. É certo que os hotéis de cidade têm sofrido um pouco de-vido à crise económica, mas nos resorts corre bem e os brasileiros aderem muito ao conceito de all inclusive”. Em 2018, a operação no Brasil representou receitas de 318 milhões de reais, representan-do um aumento de 20% face aos 265 milhões de reais verificados em 2017. Representam cerca 40% do total da faturação que, em 2018, foi de 184 milhões de euros, mais 6% do que em 2017. Em Portugal, tem uma quota de 30%.

Recentemente lançaram uma submarca com o Vila Galé Collec-tion Palácio dos Arcos, que foi o primeiro hotel de cinco estrelas do grupo em Portugal. “Hoje já temos mais quatro e vamos abrir em 2020, o quinto, o Vila Galé Collec-tion Alter Real”. Hotel de quatro estrelas, 76 quartos, está integra-do na Coudelaria de Alter do Chão, e representa um investi-mento de 8,5 milhões de euros.

Hotel na Serra da Estrela Em 2020 prevê abrir, além do Vila Galé Collection Alter Real, o pri-meiro hotel de montanha do gru-

po, o Vila Galé Serra da Estrela que é unidade de 4 estrelas, localizada em Manteigas, com 91 quartos, o Vila Galé Paulista contará com 110 quartos, na zona da Bela Cintra, e a segunda fase do Vila Galé Douro Vineyards, um agroturismo no Douro Vinhateiro, que passará a ter 49 quartos e suites.

O grupo tem apostado em no-vos negócios como os spa Satsan-ga, o clube Nep para as crianças, as pizzarias Massa Fina, os restau-rantes Versátil e Inevitável, mas também na produção de vinhos e azeites no Alentejo, com a marca Santa Vitória, que permite as pro-postas de enoturismo e ecoturis-mo através do hotel de turismo ru-ral, Vila Galé Clube de Campo, e a produção de frutas na herdade que têm no Alentejo, para abaste-cer os hotéis, fazer compotas que podem ser vendidas a terceiros.

“Desde sempre tivemos a con-vicção que os hotéis não devem ser apenas sítios para dormir. Para se diferenciarem e para proporcio-narem estadias e experiências úni-cas, devem ter ligações à comuni-dade local e à história da região e até do país onde estão localizados. Isso também contribui para tor-nar cada destino único”, assevera

Jorge Rebelo de Almeida. Nesta diversidade incluem-se

os hotéis temáticos com uma componente cultural muito evi-dente, como o Vila Galé Collec-tion Palácio dos Arcos que é dedi-cado à poesia, o Vila Galé Collec-tion Elvas, cujo tema são as forti-ficações portuguesas no mundo, ou a pintura, no Vila Galé Porto Ribeira, que é um hotel pioneiro em sustentabilidade com hotel pa-per free, em que o papel é substi-tuído pelo recurso a dispositivos móveis, à internet e a aplicações.

O grupo Vila Galé tem como acionistas Jorge Rebelo de Almei-da com 60,98%, José Silvestre La-vrador 14,51% e Maria Helena Jorge 14,51% e é atualmente res-ponsável pela gestão de 34 unida-des hoteleiras das quais 25 em Portugal e nove no Brasil, com um total de 7.454 quartos e 15.286 ca-mas. ��

O grupo Vila Galé tem a maior rede de resorts no Brasil.

VILA GALÉ PRÉMIO INTERNACIONALIZAÇÃO GRANDES EMPRESAS

O elevado peso dos impostos Considera que as desvanta-gens se agravaram como im-postos elevados, a legislação laboral que continua a não flexibilizar a relação laboral. “Somos comparados todos os anos a nível interno do Grupo e essas comparações são cada vez mais difíceis. Apenas os nossos indicado-res de eficiência permitem--nos ganhar novos concur-sos, mas a distância está a fi-car cada vez mais curta”, considera Pedro Carreira.

Desde 1990 que a Conti-nental-Mabor que investiu mais de 900 milhões, mas “quando os projetos que te-mos em curso estiverem concluídos, estimamos que esse valor seja superior a 1000 milhões de euros”, ad-mite Pedro Carreira.

Em Portugal, o grupo alemão Continental contro-la, além da Continental Ma-bor, a Continental Pneus, Continental Indústria Têx-til do Ave, Continental Lemmerz, Continental Te-ves e as recentes Continen-tal Advanced Antenna e Continental Engineering Services

Ao longo dos anos têm vindo a criar sinergias com as outras empresas do grupo em Portugal, “o que nos per-mite a nós e às outras em-presas, que sendo geridas de forma totalmente indepen-dentes e com linhas de re-porte à Alemanha às respe-tivas ”Business Units, alguns serviços partilhados, pou-pando dessa forma, recursos ou custos indiretos”, finali-za Pedro Carreira.�

O grupo Vila Galé tem vindo a apostar em novos negócios como spa, restaurantes e produção de vinhos e azeite.

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XVIII | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A história da Unbabel começou em 2013 numa viagem de surf a Aljezur, onde os atuais

fundadores discutiram um con-junto de ideias de negócios e em que se falou de tradução simultâ-nea, porque tanto João Graça, atual CTO, como Vasco Pedro, que é o CEO, eram doutorados em áreas relacionadas com lin-guagem como o processamento de linguagem natural e machine learning. Sofia Pessanha, Bruno Silva e Hugo Silva eram os outros companheiros dessa viagem e também da aventura Unbabel.

“Pensámos que, se fossemos capazes de construir uma forma realmente fácil para pessoas cor-rigirem erros da tradução automá-tica, isso seria muito poderoso e poderia ajudar empresas e pessoas a superar barreiras de linguagem”, recorda Vasco Pedro.

Durante o verão, fizeram pro-tótipos de algumas soluções, ex-perimentaram uma landing page. Encorajados pelos resultados, co-meçamos a construir o produto que é a Unbabel hoje, ou seja, uma plataforma que combina a tradu-ção automática e humana.

Vasco Pedro diz que o que dis-tingue a Unbabel é que sendo uma start-up portuguesa que alia a in-teligência artificial (IA) com pós--edição humana à tradução auto-mática, “elimina a barreira da lín-gua entre as empresas e os seus clientes. Impulsionada pela IA e melhorada por uma comunidade global de linguistas humanos, a Unbabel disponibiliza conteúdo de nível profissional à escala exi-gida pelas empresas modernas”.

Aventura americana A Unbabel chegou a São Francis-co nos Estados Unidos em 2014. Atualmente, trabalham cerca de 250 pessoas na Unbabel, entre os

escritórios de Lisboa, São Fran-cisco, Nova Iorque e Pittsburgh, onde está um novo laboratório de pesquisa liderado por Alon Lavie, antigo responsável pelos serviços de tradução da Amazon e que fica próximo da Universidade de Car-negie Mellon, uma referência em machine learning e processamen-to de linguagem natural. “Os pró-ximos objetivos da Unbabel pas-sam por alargar a sua presença nos Estados Unidos (que poderá re-presentar 70% das receitas da em-presa nos próximos dois anos), na Europa e na Ásia”, refere Vasco Pedro.

Segundo o CEO da Unbabel,

em 2019, a Unbabel registou gran-des avanços na tradução automá-tica, recebendo vários prémios pe-las contribuições para a indústria, mostrando uma melhoria signifi-cativa nas principais métricas de negócios, incluindo o tempo de resposta da tradução e o custo por unidade.

Estão atualmente a traduzir mais de 1 milhão de mensagens de apoio ao cliente por mês. Este va-lor é cinco vezes superior ao volu-me que registado em 2018. “Nes-te momento temos a oportunida-de de desenvolver o próximo pro-duto a integrar a plataforma de Translation-as-a-Service que im-

pulsionará as comunicações das empresas no futuro e, consequen-temente, tornar-se no layer da tra-dução da internet”, revela Vasco Pedro.

A Unbabel lançou recente-mente o serviço para Chatbots como parte do Early Access Pro-gram (EAP). Os bots estão cada vez mais a ser procurados e utili-zados no atendimento ao cliente para automatizar grande parte de tarefas comuns e questões dos clientes. “Acreditamos que, em 2020, mais de 85% das interações com os clientes sejam efetuadas sem a interação de humanos”, sus-tenta Vasco Pedro. ��

Tradução automática para chatbots

A Unbabel é uma plataforma que combina a tradução automática e humana.

Nuno Fonseca

Estão atualmente a traduzir mais de 1 milhão de mensagens de apoio ao cliente por mês. Este valor é cinco vezes superior ao volume registado em 2018.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMIOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

UNBABEL PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI

Os próximos objetivos da Unbabel passam por alargar a sua presença nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

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TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

| XIX

Premiar e promover o sucessodas empresas nacionais.Prémios Exportação

Grandes Empresas Bens Transacionáveis

Vencedor: BA Glass Portugal

Menção Honrosa: Vieira Pocargil

Grandes Empresas Serviços

Vencedor: Gardengate

Menção Honrosa: J. Pinto Leitão

PME Bens Transacionáveis

Vencedor: Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas

Menção Honrosa: Malhas Sonix

PME Serviços

Vencedor: Mecalbi - Engineering Solutions

Menção Honrosa: Meninadesign

Exportação + Emprego

Vencedor: Ceramirupe - Cerâmica Decorativa

Menção Honrosa: Prifer - Fundição

Revelação

Vencedor: Tech4home

Menções Honrosa: Moldoeste II - Indústria Plásticos

Multinacional

Vencedor: Continental Mabor - Indústria de Pneus

Setor Estratégico: Mobiliário

Vencedor: Aimmp - Ass. das Indústrias de Madeira e

Mobiliário de Portugal

Prémios Internacionalização

Grandes Empresas

Vencedor: Vila Galé - Sociedade

Empreendimentos Turísticos

Prémio Especial do Júri

Vencedor: Ascendum Portugal - Serviços de Gestão

Vencedor: Unbabel

Entre 2012 e 2018, o Grupo Ascendum passou a sua faturação de 500 milhões para 942 milhões de euros, vendendo equipamentos de construção e industriais, para Infraestruturas, automóveis e camiões.

Grupo português vende máquinas suecas em 14 países

O grupo Ascendum fez a sua in-ternacionalização nas asas da Volvo Construction Equipment (CE), multinacional sueca e par-ceira histórica do grupo desde 1970, quando esta os convidou a importar e distribuir equipamen-tos de construção da Volvo em Portugal.

A empresa foi fundada em 1959 em Leiria como Auto-Sue-co Coimbra como concessioná-ria de Automóveis e Camiões Vol-vo em 6 distritos da zona centro, tendo como acionistas Ernesto Vieira e a Auto-Sueco, hoje Nors.

No final da década de 1990, consideraram que em termos es-tratégicos os negócios no ramo automóvel e das máquinas e equi-pamentos industriais tinham o crescimento limitado. Foi a par-tir das máquinas industriais que fizeram a internacionalização. Começaram em Junho de 1999 com Espanha, com a aquisição da Volmaquinaria, e depois em 2004 foram para os Estados Uni-dos, onde já se desdobram em 16 unidades que permitem levar os serviços do Grupo à Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Tennessee e Dakota do Norte, a convite da empresa sueca Volvo.

Depois seguiu-se a Turquia, o México e a Europa Central com a Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Croácia, Eslovénia, Bósnia-Her-zegovina e Moldávia.

Nasce a Ascendum Em 2012 transformaram-se em Grupo Ascendum, têm sede em Lisboa, 1500 colaboradores e são hoje um dos maiores distribuido-res mundiais da Volvo Construc-tion Equipment, o que faz da As-cendum um dos maiores fornece-dores mundiais de equipamentos industriais para construção e in-fraestruturas, com 40 mil máqui-

nas espalhadas pelo mundo. Entre 2012 e 2018 o Grupo As-

cendum passou a sua faturação de 500 milhões para 942 milhões de euros, vendendo equipamentos de construção e industriais, para In-fraestruturas, automóveis e ca-miões, bem como da respetiva as-sistência técnica, assim como da sua oferta com o aluguer de equi-pamentos e logística.

Com presença ao longo de toda a cadeia de valor do setor au-tomotive, a Ascendum apresenta um portfólio de produtos e mar-cas premium, extenso e de quali-dade, com aplicações para indús-trias tão diversas como constru-ção e obras públicas, extrativa e transformadora, handling / logís-tica, agricultura, área florestal, re-ciclagem, demolição e movimen-tação de terras, energia, etc.

O segredo para o seu sucesso encontra-se na holding do grupo Ascendum, dizia Ricardo Mieiro, que foi o CEO do grupo durante 20 anos, ao Jornal de Negócios em entrevista em 2016. “Este mo-delo de governo permite criar uma estrutura de gestão mais moder-na, a partir da qual foram criadas sub-holdings para cada país em que a empresa está presente. Esta estrutura torna a empresa ágil e mais próxima dos mercados em que opera”.

Tem como empresas associa-das a TractorRastos, que é uma empresa dedicada à comerciali-zação de peças multimarca e à prestação de serviços para equi-pamentos de construção, indus-triais e agrícolas, e a Air-Rail que é uma empresa especializada em equipamentos para infraestrutu-ras que apoiam as operações em Aeroportos, Portos e Ferrovias, com presença em Portugal e Es-panha e tem cerca de 2.000 má-quinas que operam em mais de 8 países. �

ASCENDUM PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI

TERÇA-FEIRA | 26 NOV 2019

| SUPLEMENTO

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XX | TERÇA-FEIRA

| 26 NOV 2019

A Frulact tem relações co-merciais com mais de 40 países, e plataformas in-

dustriais no Canadá, África do Sul, França, Portugal e Marro-cos e “os desafios têm sido sobre-tudo organizacionais, que tenta-mos combater com talento, pro-cessos, organização, com objeti-vos e com ambição”, segundo Duarte Faria, administrador e CFO do Grupo Frulact.

Participou na mesa-redonda sobre “O Desígnio das Empresas Portuguesas” juntamente com Alberto Castro e Gonçalo Lobo Xavier, membros do júri, Fran-cisco Baptista, CEO da CBI Ves-tuário, Miguel Ferreira, diretor coordenador do Departamento de Empresas Norte do Novo Banco e que contou com a mo-

deração de André Veríssimo, di-retor do Jornal de Negócios.

Duarte Faria sublinhou que a Bélgica e a Holanda exportam acima dos 80% do PIB, mas mais relevante é “a qualidade da sua internacionalização, que é ele-vada porque são atores globais, interferem nas cadeias de valor em que estão inseridos, partici-pam nas dinâmicas dos merca-dos onde estão. Portugal está longe disso. Melhorar a exposi-ção nos mercados internacionais faz-se com gestão, talento e ino-vação. Em vez de minutos ou ho-ras máquina devemos vender produtos e serviço”, concluiu.

A CBI é uma história de recu-peração de empresas de confeção bem-sucedida, com três unidades Ansião, Oliveira do Hospital, Ar-

ganil, em Portugal e uma em Cabo Verde. “Em dez anos, reabilitamos as empresas baseado em parcerias com determinados clientes como a Massimo Dutti, do Grupo Indi-tex, com quem chegamos a ter cer-ca de 80% de concentração mas hoje oscila entre os 30 e os 40%, mas já conseguimos diversificar para 12 países para onde exporta-mos”, confessou Francisco Bap-tista, CEO da CBI Vestuário.

Eficiência de qualidade Este empresário defendeu a ne-cessidade de subir na cadeia de va-lor e que os desafios futuros que se colocam são a inovação e a eficiên-cia. “Esta tem de ser a base das nossas empresas até porque não se podem basear no custo da mão--de-obra. Não podemos ter as bai-

xas produtividades como temos e a questão não está apenas no nú-mero que se produz por hora mas também na eficiência de qualida-de”, concluiu.

Miguel Ferreira, do Departa-mento de Empresas Norte do Novo Banco, assinalou que menos de 10% das empresas exportam, 66% apenas exportam para um país, e, provavelmente, várias só para um cliente, por isso impõe-se a diversificação e mais empresas a exportar.

Contudo, foi “a partir de uma base débil que se passou as expor-tações de 27% em 2009 para 44% em 2018. “A crise empurrou as empresas para fora mas não foi o principal fator, porque há uma vi-são estratégica das empresas na procura de novos mercados. Há a consciência clara de que uma em-presa para ser competitiva não pode ser só no mercado domésti-co”, acentuou Miguel Ferreira.

Disse ainda que os processos

de internacionalização “exigem prudência em empresas que têm uma dimensão relativamente re-duzida e que não podem falhar. Estudar mercados, clientes, par-ticipar em feiras tem de ser fato-res muito ponderados antes de se iniciar o processo.

“Às vezes deve-se evitar o vo-luntarismo do Governo para pu-xar pelas exportações. A certa al-tura um governo disse ‘vamos to-dos para o Brasil’ e deu no que deu. Passados uns anos ‘vamos para Espanha’ e deu no que deu. O pri-meiro passo é que não seja o go-verno a dar palpites, seria impor-tante que tivessem a humildade, mesmo quando é gente que pas-sou pelas empresas, de perceber e trabalhar com as empresas e ou-vir mais as empresas”, alertou Al-berto Castro, membro do júri.

Miguel Ferreira chamou a atenção para o fato de haver “ameaças claras” porque os cinco principais destinos das exporta-ções portuguesas que represen-tam 60% como a guerra comercial dos EUA com a China, as atribu-lações de Espanha, França como os coletes amarelos, a Alemanha com o fim do reinado Merkel, e o Brexit no Reino Unido.

Por sua vez Gonçalo Lobo Xa-vier referiu que “há uma situação gravíssima que é não haver pes-soas para trabalhar, não há pes-soas especializadas para as mais variadas áreas sobretudo para as áreas industriais. Estamos a viver uma situação de quase pleno em-prego”. �

MESA-REDONDA

Há ameaças nos cinco principais mercados de exportação Menos de 10% das empresas exportam, 66% apenas exportam para um país, e, provavelmente, várias só para um cliente, por isso impõe-se a diversificação e mais empresas a exportar.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PRÉMOS EXPORTAÇÃO & INTERNACIONALIZAÇÃO

“O Desígnio das Empresas Portuguesas” foi o tema em debate na mesa-redonda.

Nuno Fonseca

Há uma visão estratégica das empresas na procura de novos mercados. MIGUEL FERREIRA Diretor coordenador de Empresas Norte do Novo Banco