16
OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM CAMPO GRANDE/MS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL Gabriela Oshiro Reynaldo 1 José Manfroi 2 Reginaldo Brito da Costa 3 RESUMO Com o acelerado crescimento das cidades, amplia-se também o consumo e com ele a produção de resíduos sólidos, que para muitos são considerados “lixos”, sendo que alguns desses materiais poderiam ser reciclados. Dessa maneira, a figura do catador de materiais recicláveis ainda que invisível, passa a ter um papel socioambiental extremamente importante. Nos últimos sete anos houve um aumento significativo do número de cooperativas no município de Campo Grande/MS. Passou de uma para seis cooperativas e, ainda, uma associação. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a contribuição dos catadores de materiais recicláveis no município em estudo e o desenvolvimento de políticas públicas como alternativas para o setor. Nota-se que a hipótese inicial para desenvolver a problemática desse estudo, foca- se na invisibilidade e exclusão social que os catadores vivenciam diariamente. Por isso, é preciso um olhar mais detido sobre a realidade desses trabalhadores. Outra hipótese encontra- se ligada ao potencial de material reciclável gerado diariamente e a necessidade para a qualidade do nosso meio ambiente. Junto com a solução da questão econômica da família e do desenvolvimento local, deve-se construir uma nova consciência de preservação ambiental. Compreende-se que o Desenvolvimento Local possa propiciar caminhos de inclusão para os catadores de materiais recicláveis, bem como políticas públicas que gerem alternativas viáveis neste setor trazendo benefícios para o DL no âmbito familiar e social. Palavras-chave: Catador de Material Reciclável; Invisibilidade Social; Direitos Humanos; Políticas Públicas; Desenvolvimento Local. 1 Graduada em Geografia pela UEMS. Acadêmica do 9º semestre no curso de Direito na UCDB, pesquisadora voluntária PIBIC-UCDB no projeto intitulado “Diversidade cultural e grupos em processo de inclusão no MS: análise sócio jurídica interdisciplinar”, coordenado pelo professor Doutor José Manfroi. Mestranda em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/TAXA/PROSUP, com ênfase em Políticas Públicas e Dinâmicas de Inovação em Desenvolvimento Territorial. E-mail: [email protected] 2 Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela UFMS. Doutor em Educação pela UNESP Campus de Marília/SP. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco e Professor no Curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco; Pesquisador e orientador no PIBIC/UCDB/CNPQ. E-mail: [email protected]. 3 Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso. Mestre em Ciências Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Doutor em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco. E-mail: [email protected] Anais do XIV Congresso Internacional de Direitos Humanos. Disponível em http://cidh.sites.ufms.br/mais-sobre-nos/anais/

OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM CAMPO … · fonseca, 2011, p. 03). Em Campo Grande MS, nos últimos sete anos houve um aumento significativo do – número de cooperativas,

  • Upload
    lehanh

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM CAMPO GRANDE/MS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Gabriela Oshiro Reynaldo1 José Manfroi2

Reginaldo Brito da Costa3

RESUMO

Com o acelerado crescimento das cidades, amplia-se também o consumo e com ele a produção de resíduos sólidos, que para muitos são considerados “lixos”, sendo que alguns desses materiais poderiam ser reciclados. Dessa maneira, a figura do catador de materiais recicláveis ainda que invisível, passa a ter um papel socioambiental extremamente importante. Nos últimos sete anos houve um aumento significativo do número de cooperativas no município de Campo Grande/MS. Passou de uma para seis cooperativas e, ainda, uma associação. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a contribuição dos catadores de materiais recicláveis no município em estudo e o desenvolvimento de políticas públicas como alternativas para o setor. Nota-se que a hipótese inicial para desenvolver a problemática desse estudo, foca-se na invisibilidade e exclusão social que os catadores vivenciam diariamente. Por isso, é preciso um olhar mais detido sobre a realidade desses trabalhadores. Outra hipótese encontra-se ligada ao potencial de material reciclável gerado diariamente e a necessidade para a qualidade do nosso meio ambiente. Junto com a solução da questão econômica da família e do desenvolvimento local, deve-se construir uma nova consciência de preservação ambiental. Compreende-se que o Desenvolvimento Local possa propiciar caminhos de inclusão para os catadores de materiais recicláveis, bem como políticas públicas que gerem alternativas viáveis neste setor trazendo benefícios para o DL no âmbito familiar e social. Palavras-chave: Catador de Material Reciclável; Invisibilidade Social; Direitos Humanos; Políticas Públicas; Desenvolvimento Local.

1 Graduada em Geografia pela UEMS. Acadêmica do 9º semestre no curso de Direito na UCDB, pesquisadora voluntária PIBIC-UCDB no projeto intitulado “Diversidade cultural e grupos em processo de inclusão no MS: análise sócio jurídica interdisciplinar”, coordenado pelo professor Doutor José Manfroi. Mestranda em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/TAXA/PROSUP, com ênfase em Políticas Públicas e Dinâmicas de Inovação em Desenvolvimento Territorial. E-mail: [email protected] 2 Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela UFMS. Doutor em Educação pela UNESP Campus de Marília/SP. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco e Professor no Curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco; Pesquisador e orientador no PIBIC/UCDB/CNPQ. E-mail: [email protected]. 3 Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso. Mestre em Ciências Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Doutor em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco. E-mail: [email protected]

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

THE RECYCLABLE MATERIAL CATALYSTS IN CAMPO GRANDE/MS AND ITS CONTRIBUTION TO LOCAL DEVELOPMENT

With the rapid growth of cities, consumption is also expanding and with it the production of solid waste, which for many are considered "waste", and some of these materials could be recycled. In this way, the figure of the collector of recyclable materials, although invisible, has an extremely important socio-environmental role. In the last seven years there has been a significant increase in the number of cooperatives in the municipality of Campo Grande / MS. It went from one to six cooperatives and also an association. In this context, the present work has the objective of demonstrating the contribution of the collectors of recyclable materials in the city under study and the development of public policies as alternatives for the sector. It is noted that the initial hypothesis to develop the problem of this study, focuses on the invisibility and social exclusion that the collectors experience daily. That is why it takes a closer look at the reality of these workers. Another positive hypothesis is related to the potential of recyclable material generated daily and the need for the quality of our environment. Along with the solution of the family economic issue and local development, one must build a new awareness of environmental preservation. A priori, it is understood that Local Development can provide paths of inclusion for collectors of recyclable materials, as well as public policies that generate viable alternatives in this sector bringing benefits to DL in the family and social.

Keywords: Recyclable Material Collector; Social Invisibility; Human rights; Campo Grande, MS; Local Development.

1 INTRODUÇÃO

Com o acelerado crescimento das cidades, amplia-se também o consumo e com ele a

produção de resíduos sólidos, que para muitos são considerados “lixos”, sendo que grande parte

desses materiais poderiam ser reciclados.

É nesse contexto que figura do catador de materiais recicláveis passa a ter um papel

socioambiental extremamente importante. De um modo geral, no que tange números acerca

desses trabalhadores, o Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis (MSCR), estima a

existência de mais de 800.000 mil catadores em todo território nacional (FREITAS;

FONSECA, 2011, p. 03).

Em Campo Grande – MS, nos últimos sete anos houve um aumento significativo do

número de cooperativas, passou de uma para seis cooperativas e, ainda, uma associação. Assim,

com a capacidade de mobilização e organização, essas pessoas conseguem gerar renda e

contribuir com a destinação dos resíduos gerados na referida cidade.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a contribuição dos

catadores de materiais recicláveis no município em estudo e as propostas de políticas públicas

como alternativas para o desenvolvimento local do setor.

Em um panorama nacional, analisando o mapa de distribuição do número de catador

por microrregião brasileira (IBGE, 2012), pode-se avaliar que a região Centro-Oeste ainda

apresenta um número considerado baixo de catadores. Todavia, o município de Campo Grande

tem destaque com uma classificação superior a 493 catadores.

Figura 01. Distribuição do número de catador por microrregião.

Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2012).

Pode-se presumir que o número de catadores de materiais recicláveis é condizente com

a produção de lixo da cidade em questão, o que torna interessante e relevante o presente estudo,

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

pois é através dessa perspectiva que irá se pensar a contribuição desses atores para o

Desenvolvimento Local, bem como políticas públicas que os envolvam.

A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica e de campo com ênfase na pesquisa

qualitativa. Na pesquisa de campo foi aberto espaço para observações científicas dos

procedimentos, tarefas, modo de vida, atividade comercial e integração dos catadores. Foi

empregado um segundo procedimento, consistindo em entrevista não estruturada, de modo

especial com os catadores de materiais recicláveis, buscando compreender o ponto de vista

quanto às alternativas viáveis para o Desenvolvimento Local do setor em Campo Grande – MS.

2 INVISIBILIDADE SOCIAL DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

O modelo de cidade vigente nos dias atuais é resultado de forças contraditórias no

território, que acirra todos os tipos de desigualdades. A exclusão se tornou tão presente nos

diversos “cotidianos” que acabamos por aceitá-la como um fenômeno natural, contribuindo

para seu repetitivo ciclo de reprodução (WANDERLEY, 2011).

O Estado Democrático de Direito tem como fundamento os Direitos Humanos, que

nada mais são “[...] direitos que possuímos pelo simples fato de que somos humanos. [...]”

(RABENHORST, 2014, p. 04). Nesse sentido, em termos legais, há de se ressaltar que a própria

Carta Magna - Constituição Federal de 1988, no artigo 225, garante a todos os cidadãos direito

ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como os responsabiliza por sua

preservação.

Em tal perspectiva percebe-se que a Constituição valoriza as relações de harmonia

homem-natureza, o que reforça a necessidade de um olhar mais atencioso para esses

importantes atores que equilibram a esfera socioambiental, através de seu trabalho.

Ocorre que os catadores sofrem diariamente com a invisibilidade social, causada

principalmente pelo exercício de sua profissão. Desse modo, a invisibilidade pública/social

“[...] forma-se entre ‘cegos superiores’ e ‘subalternos invisíveis’. [...]” (COSTA, 2008, p. 376).

Em outras palavras, cabe interpretar que a invisibilidade social refere-se àquelas pessoas

invisíveis aos olhos da sociedade, através da humilhação, preconceito, discriminação, desprezo,

exclusão, dentre outros, que apontam para os grupos que vivem à margem da sociedade

(PORTO, s/d.). A exclusão, por sua vez, é verificada como um “[...] processo complexo e

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

multifacetado, [...]” (SAWAIA, 2011, p. 09), ou seja, designa diversas sensações e

subjetividades, que vão desde o sentir-se excluído ou mesmo incluído.

Veras (2011) fazendo uma reeleitura do sociólogo José de Souza Martins, indica que,

por volta das décadas de 60 e 70, sobretudo com o advento do êxodo rural, que a pobreza se

enraiza na sociedade brasileira, isto é, fruto de um modo de produção que não integra os sujeitos

(leia-se trabalhadores) de forma equânime (VERAS, 2011, p. 31).

Sob a perspectiva filosófica, a pensadora política Hannah Arendt (2007), pondera que

é através do trabalho que o homem tem oportunidade de qualificar-se e consolidar, na práxis, a

sua existência. Isso significa afirmar que o exercício de um labor é tanto uma necessidade, como

também, pode ser um prazer, tendo em vista que o homem cria vínculos sociais e institucionais,

garante sua sobrevivência. Dessa forma, cabe ressaltar que é recente a ideia de que o homem se

eleva através do trabalho e isso justifica o aparato legal frente ao trabalho, bem como a

conversão de trabalho social em assalariado (MEDEIROS; MACEDO, 2006, p. 63).

O modo de produção capitalista carregando em seu bojo o ideal de “integração”, não

leva em consideração as condições mínimas de vida do trabalhador (vide figura 02),

desvalorizando sua capacidade de produção e alienando o indivíduo.

Organograma 01. Inserção dos catadores de materiais recicláveis no modo de produção capitalista.

Elaborado com base em GALON, T. (2015, p. 37). Org.: OSHIRO REYNALDO, G. (2016).

Ante a problemática residual posta na sociedade brasileira, é pertinente recorrer ao

sociólogo Zygmunt Bauman (2008), que traz uma importante reflexão sobre a cultura

consumista, afirmando que aquelas pessoas que consomem somente o necessário, são na lógica

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

do atual sistema de produção capitalista, considerados consumidores falhos. Neste cenário, a

expansão global moderna colocou em movimento indivíduos privados de meios dignos de

sobrevivência, “[...], rotineiramente, as pessoas declaradas ‘redundantes’ são consideradas,

sobretudo, um problema financeiro” (BAUMAN, 2005, p. 59).

Nessa perspectiva, o processo educativo emerge como uma maneira de conscientização

no entendimento socioambiental, tendo em vista que educar esta para além de transmitir

habilidades e competências. A educação encontra-se intimamente ligada ao processo de

formação de indivíduos críticos e ativos em sociedade (AMARAL; CAMARGO; MURTA,

2013, p. 34).

3 ANÁLISE DOS AVANÇOS DOS DIREITOS DOS CATADORES COM A PNRS

Sob a ótica jurídica, a Política Nacional de Resíduos Sólidos corrobora para as formas

de organização dos Catadores de Materiais Recicláveis, uma vez que estipula no corpo do artigo

8º, inciso IV que “[...] o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras

formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; [...]” (BRASIL,

2010). Ou seja, com a PNRS, princípios como autogestão, economia solidária e de acesso a

oportunidades de trabalho decente se fortaleceram e ampliaram o campo de atuação do catador.

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos representou um grande avanço na gestão e

destinação dos resíduos sólidos, bem como na inclusão da figura do catador de material

reciclável no âmbito legal, conforme demonstra o artigo 7º, em específico, o inciso “XII-

integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; [...]” (BRASIL, 2010).

Na esfera federal, destaca-se o programa “Pró-Catador”, instituído pelo Decreto nº

7.405/10, Art. 1º, com a finalidade de

[...] integrar e articular as ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, à melhoria das condições de trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica e à expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos, da reutilização e da reciclagem por meio da atuação desse segmento. [...] (BRASIL, 2010).

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

A lei 11.445/07 que estabelece diretrizes para o saneamento básico, realizando

alterações no inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei nº 8.666/93, passa a vigorar com a

seguinte redação:

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública (BRASIL, 1993, inciso XXVII).

Ainda, há de se ressaltar, em nível local, a Política Municipal de Resíduos Sólidos do

município de Campo Grande/MS, a lei nº 4952 de 2011, sendo que um dos objetivos é a

“Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”. (DIOGRANDE, 2011).

Todavia, verifica-se que muitos são os impasses que os catadores ainda enfrentam em

Campo Grande/MS. No ano de 2012 ocorreu o “I Encontro de Catadores em Campo Grande-

MS”, com a reunião de aproximadamente 600 pessoas (catadores, familiares, dentre outros) na

qual foi entregue uma carta com reivindicações do MNCR ao Secretário de Meio Ambiente de

Campo Grande:

Pauta de Demandas para Inclusão Social dos Catadores (as) de Materiais Recicláveis na Cidade de Campo Grande MS 1 – O Poder Público municipal da Cidade de Campo Grande – Mato Grosso do Sul, por intermédio dos órgãos competentes promoverá a inclusão social dos catadores (as) que atuam na cidade em situação de rua ou aterro sanitário (lixão) com base nas diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010. 2 – O Poder Público Municipal da cidade de Campo Grande - Mato Grosso do Sul, por intermédio dos órgãos competentes, incentivará, fomentará, estruturará, organizações de catadores (as) em número compatível a atender a Cidade de Campo Grande. 3 – Todo o material proveniente de coleta seletiva, deverá ser destinado para os catadores (as) de materiais recicláveis, organizados em associações e cooperativas. 4 – Promover e ou fortalecer de forma imediata a organização dos(as) catadores(as) que atuam no aterro sanitário (Lixão), priorizando a inclusão destes(as) em usina de triagem, no local. 5 – O Poder Executivo Municipal deverá aderir ao programa Pró-Catador Instituído pelo decreto federal 7.705 de 23 de Dezembro de 2010 6 – As cooperativas e associações serão operadores do sistema de limpeza urbana do município como prestadores de serviços de coleta, triagem, beneficiamento e comercialização dos resíduos sólidos recicláveis. 7 – As cooperativas e associações de catadores (as) serão incluídas no sistema de limpeza urbana, atendo ainda a legislação pertinente ao saneamento básico, por meio da lei 11.445 que institui a Política Nacional de Saneamento Básico.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

8 – Para efeito prático deste compromisso, os catadores (as) que já atuam no aterro sanitário (lixão) devidamente formalizados em associação ou cooperativa, deverão em até 90 dias a partir desta data, iniciar e assumir a operação da usina de triagem, que se encontra em processo de construção. 9 – O poder executivo instituirá o conselho gestor para o programa de coleta seletiva com inclusão social e econômica dos catadores (as). De caráter deliberativo, fiscalizador e consultivo, este conselho tem como objetivos básicos a coordenação, o acompanhamento e a fiscalização do programa.

A primeira demanda foi cumprida com sucesso, pois de 2012 a 2015 foram criadas cinco

cooperativas no município. No entanto a segunda demanda, foi cumprida em parte e não no

todo, pois os catadores são operadores no do sistema de limpeza urbana, mas não foram

registrados de forma oficial pela Prefeitura de Campo Grande, como “prestadores de serviços

de coleta, triagem beneficiamento e comercialização” do processo, o que leva a entender que a

segunda demanda não foi cumprida na sua essência. Por interesses das empresas que “venceram

licitação” para a limpeza e coleta em Campo Grande não foi realizada a terceira demanda, não

foi feita a “formalização em associação ou cooperativa dos catadores que atuam e/ou atuavam

no aterro sanitário (lixão) Faz-se interessante observar nesta terceira e quarta demanda, a sua

não efetivação uma vez que desde 2012 inúmeras vezes os trabalhadores foram impedidos de

ter acesso aos resíduos, criando forte tensão envolvendo catadores e suas famílias, a prefeitura

de Campo Grande e a Defensoria Pública. Inúmeras vezes os meios de comunicação social e as

redes sociais noticiaram estes confrontos e estes conflitos. As cooperativas e associações de

catadores não foram incluídos oficialmente no sistema de limpeza urbana. A Usina de Triagem

foi bloqueada em algumas situações, o que não efetiva a quarta demanda e demonstra, segundo

posicionamento da própria Defensoria Pública, uma falta de respeito para com os trabalhadores,

principalmente no ano de 2012. E por último, a quinta demanda, referente ao Conselho Gestor,

nem de longe foi levada a sério pelo Poder Publico Municipal de Campo Grande, utilizando a

estratégia de dificultar a formalização dos catadores na associação e na consequente

possibilidade de participação nas Cooperativas. Além do mais, em depoimento dos próprios

catadores, as lideranças são cooptadas para fins eleitoreiros, provocando a desmobilização e

a descrença dos trabalhadores.

A situação continua assim: os catadores continuam simplesmente catadores. A

passagem de catador para “operador do sistema de limpeza urbana” reconhecidos e apoiados

pelo poder público, está longe de se tornar realidade. O que traria maior segurança e dignidade

ao seu relevante serviço.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

4 A CONTRIBUIÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL

A cidade, de modo geral, desde sua concepção configurou-se como um espaço de

contradições, desde a criação das instituições sociais, propiciando uma relação de dominação e

exploração, até o surgimento da sociedade de classes e da divisão do trabalho (SPOSITO,

1998).

Nesse sentido, o catador é o sujeito de direito que não se integrou de forma justa ao

modo de produção capitalista. A ele cabe a manipulação do lixo; cabe a invisibilidade social e,

paradoxalmente, cabe, também, a brilhante função de contribuir para a construção de um meio

ambiente mais equilibrado e minimamente saudável, sobretudo, nos tempos de consumo voraz.

Em uma breve análise acerca da produção de resíduos sólidos em Campo Grande – MS,

é possível constatar que no ano de 1990 uma população de aproximadamente 498.671 mil

habitantes chegavam a produzir cerca de 77.815,99 ton./ano de resíduos urbanos coletados.

Quadro 01. Evolução da geração de lixo doméstico em Campo Grande/MS (2012). ANO POPULAÇÃO

TOTAL (Hab.)

TAXA DE ATENDIMENTO

POPULAÇÃO ATENDIDA

(Hab.)

QUANTIDADE COLETADA (Ton. /Ano)

ÍNDECE PERCAPITA (Kg. /Hab./

dia) 1990 498.671 90% 448.804 77815,99 0,475 1991² 526.126 90% 473.513 88.952,44 0,515 1992¹ 547.984 90% 493.186 88.201,21 0,49 1993¹ 565.785 90% 509.207 90.399,15 0,486 1994¹ 584.027 90% 525.624 95.495,44 0,498 1995¹ 601.661 90% 541.495 111.573,79 0,565 19963 600.069 91% 546.063 122.806,10 0,616 1997¹ 618.508 92% 569.027 127.376,29 0,613 1998¹ 634.031 92% 583.309 134.295,86 0,631 1999¹ 649.593 92% 597.626 140.771,68 0,645 2000² 663.621 92% 610.531 147.124,56 0,66 2001¹ 679.281 93% 631.731 157.684,20 0,684 2002¹ 692.549 93% 644.071 160.693,75 0,684 2003¹ 705.975 93% 565.557 160.692,91 0,671 2004¹ 734.164 93% 682.773 171.249,31 0,687 2005¹ 749.768 95% 712.280 177.042,02 0,681 2006¹ 765.247 95% 726.985 189.032,24 0,712 20073 724.524 95% 688.298 196.866,27 0,784 2008¹ 747.189 95% 709.830 203.352,77 0,785 2009¹ 755.107 98% 740.005 217.331,85 0,805 2010² 787.204 98% 771.460 227.011,70 0,806

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

2011¹ 796.252 98% 780.326 236.226,09 0,81 IBGE e Prefeitura Municipal de Campo Grande, 2011. ¹ Estimativas da população ² Censo demográfico ³Contagem da população Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico – GIRS, PLANURB, 2012, pg. 91.

No ano de 2011, verifica-se que a população de Campo Grande chega ao número de

796.252, com a produção de resíduos de 236.226,09 ton./ano. Isso demonstra que em um

período de 21 anos, a população cresceu 59,67%. Nesse ritmo a produção de resíduos disparou,

com um aumento de 303.57% (ver quadro 01).

A coleta seletiva não é realizada em toda a cidade, conforme demonstra a figura 3, o

que compromete o equilíbrio ambiental.

Figura 03. Coleta seletiva sobrepondo o mapa de divisão por bacias em Campo Grande/MS.

Fonte: SISGRAN (2017).

No que diz respeito a organização em cooperativas e associações no município de

Campo Grande – MS, tem-se as seguintes informações:

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

Quadro 02. Informações sobre as cooperativas e associação dos recicladores em Campo Grande/2016.

COOPERATIVA OU ASSOCIAÇÃO

FUNDAÇÃO LOCALIZAÇÃO QUANTIDADE DE COOPERADOS

MÉDIA DE RENDIMENTOS

POR COOPERADO NA

FUNDAÇÃO ATUAL

COOPERVIDA – Cooperativa dos Agentes Recicladores Vida Nova

2000 Bairro Vida Nova 223 09 R$ 800,00

ATMARAS – Associação de

Trabalhadores de Materiais Recicláveis nos Aterros Sanitários

do MS

2010 U.T.R – Usina de triagem de Resíduos

200 16 R$ 1.000,00 a R$ 1.600,00

COOPERMARAS – Cooperativa de

Catadores de Materiais Recicláveis nos Aterros

Sanitários do Mato Grosso do Sul

2012 U.T.R – Usina de triagem de Resíduos

47 34 R$ 1.000,00 a R$ 1.600,00

CATA/MS – Cooperativa de

Catadores do Bairro Dom Antônio Barbosa

em Campo Grande

2013 U.T.R – Usina de triagem de Resíduos

21 34 R$ 1.200,00

COOPERSOL – Cooperativa de

Processadores de Resíduos Sólidos

2013 Coophavilla II e a partir de

março/2016 irá para U.T.R.

700 Lixão 208 nas ruas

de vários bairros

Não informa

do

R$ 800,00 a R$ 1.500,00

COOPERNOVA – Cooperativa de Trabalho

dos Catadores de Material Reciclável

Nova Campo Grande

2014 Bairro São Conrado

50 08 R$ 400,00

NOVO HORIZONTE – Cooperativa dos

Catadores de Materiais Recicláveis

2015 U.T.R – Usina de triagem de Resíduos

30 25 R$ 800,00

FONTE: CALVIS, L. O. AREDES, A. (2016). Reelaborado por: OSHIRO REYNALDO, G.; (2017).

É notória a capacidade de mobilização e organização dos catadores de materiais

recicláveis, sobretudo, nos últimos 5 anos, conforme demonstra o quadro 2.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o crescimento da geração de resíduos sólidos, entende-se que o campo de atuação

do catador em Campo Grande está ainda em aberto. Por isso surgem os questionamentos que

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

esta pesquisa pretende se desdobrar para responder: 1) Qual a contribuição que os catadores

de materiais recicláveis em seu contexto sócio-cultural podem dar para o desenvolvimento

local em Campo Grande/MS? ; 2) que políticas públicas seriam necessárias para gerar

alternativas viáveis neste setor, trazendo benefícios para o desenvolvimento local no âmbito

familiar e social?; 3) Até que ponto e de que forma podem-se envolver os catadores na

construção das propostas de cooperativa nas quais eles sejam também sujeitos e agentes de

suas decisões?; 4) Que alternativas existem dentro da conjuntura local, para o desenvolvimento

de propostas para os catadores de materiais recicláveis em Campo Grande/MS?

Estes questionamentos serão respondidos aos poucos, com pesquisa bibliográfica em

experiências que já foram muito bem sucedidas em outras cidades e metrópoles brasileiras e

que servem como referência para a busca de soluções em Campo Grande/MS que não frustrem

as expectativas dos trabalhadores quando criadas.

Outra fonte de resposta a estas perguntas, está nos próprios catadores de materiais

recicláveis, tentando, através da entrevista não estruturada, da observação científica com foco

no objeto de estudo, na busca da compreensão do seu meio sócio-cultural, encontrar as

aspirações que alimentam o seu universo, os sonhos que permeiam o seu cotidiano e as

necessidades e possibilidades do seu meio local e social.

A dinâmica do Desenvolvimento Local não podem e nem devem prescindir dos

próprios agentes do local. Gestores externos não podem pensar, planejar e decidir pelos agentes

do local. Foi esse o motivo que levou ao fracasso as iniciativas anteriores ligadas ao catadores

de materiais recicláveis em Campo Grande/MS. Os agentes locais, ou melhor, os interessados

na proposta, devem pensar, planejar, decidir e executar as propostas junto com os apoiadores,

políticos ou gestores externos.

Existem muitas alternativas viáveis na conjuntura local para o desenvolvimento de

propostas com os catadores de materiais recicláveis. Mas nenhuma pode ser construída sem a

participação forte, ativa e contínua deles. Há que se buscar.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

REFERÊNCIAS AMARAL, A. P. M.; CAMARGO, C. L. de; MURTA, E. F. Educação em Direitos Humanos – Princípios Fundamentais. In: GUTIERREZ, José Paulo; URQUIZA, Antônio H. Aguilera (Orgs.). Direitos Humanos e Cidadania: Desenvolvimento pela Educação em Direitos Humanos. Campo Grande, MS: UFMS, 2013, pp. 42 – 64.

ARENDT, H. A Condição Humana. Tradução Roberto Raposo. 10 ed. São Paulo: Forense Universitária, 2007. BAUMAN, Z. A vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008. __________. Vidas Desperdiçadas. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 2012. ______. Decreto n. 7.404 de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.Brasília, 2010. ______. Decreto n. 7.405 de 23 de dezembro de 2010. Institui o Programa Pró-Catador. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7405.htm> Acesso em set/2015. ______. Lei n. 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais par o saneamento básico. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm> Acesso em set/2015. ______.Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 2010. ______. Resolução CONAMA n. 275 de 25 de abril 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Diário Oficial da União n. 117, de 19 de julho de 2001, seção 1, página 80. Brasília, 2001.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

______. Ministério do Trabalho – MT. Classificação Brasileira de Ocupações –CBO. Disponível em <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf> Acesso em set/2015. CALVIS, Lucimara de Oliveira; AREDES, Airton. Organização Territorial das Cooperativas e Associações de Catadores de Materiais Recicláveis no Perímetro Urbano de Campo Grande/MS em 2016. In: DA SILVA, Walter Guedes; JURADO DA SILVA, Paulo Fernando (Orgs.). Mato Grosso do Sul no início do século XXI: Integração e desenvolvimento urbano-regional. Campo Grande, MS: Life Editora, 2017, p. 141 - 161. (Vol. 2). COSTA, Fernando Braga da. Moisés e Nilce: retratos biográficos de dois garis. Um estudo de psicologia social a partir de observação participante e entrevistas. 2008. 403 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. GALON, T. Do lixo à mercadoria, do trabalho ao desgaste: estudo do processo de trabalho e suas implicações na saúde de catadores de materiais recicláveis. 2015. 225 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Programa de Pós-Graduação Enfermagem Fundamental, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. GIL, A. C. Como encaminhar uma pesquisa?. In: GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. P. 17 – 29. GONÇALVES, R. S. Catadores de materiais recicláveis: trajetórias de vida, trabalho e saúde. 2004. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Rio de Janeiro, 2006. LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991. LIMA, P.C.V. Cartilha O Catador é Legal. Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS). Promotoria de Justiça. Minas Gerais, 2013. Disponível em <http://www.coopcentabc.org.br/documentos/CARTILHA_CATADORES.pdf> Acesso em set/2015. MEDEIROS, L. F. R. de; MACÊDO, K. B.; Catador de Material Reciclável: uma profissão para além da sobrevivência?. In: Revista Psicologia & Sociedade, 18 (2): 62 – 71; mai./ago. 2006. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/psoc/v18n2/08.pdf> Acesso em 07 fev. 2016. ORTIGOZA. S, A, G. CORTEZ. A, T, C. (Orgs.). Da Produção ao Consumo: Impactos Socioambientais no espaço urbano. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

PORTO, J. Invisibilidade Social e a Cultura do Consumo. Disponível em <https://xa.yimg.com/kq/groups/22690463/1813839104/name/Invisibilidade_social_e_a_cultura_do_consumo_-_Juliana_Porto.pdf> Acesso em 03/02/2015. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – PMCG. Guia Pedagógico de Resíduos Sólidos. Campo Grande: SEMADUR/PMCG, 2012. ______. Plano Municipal de Saneamento Básico - Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. DIOGRANDE. Nº 3.497 de 10 de abril de 2012. ______. Perfil Socioeconômico Campo Grande 2014. 21ª edição PLANURB, julho/2014. Disponível em <http://pmcg.ms.gov.br/egov/imti/perfil-pageflip/pages2014/perfil-socio-economico-campo-grande-2014.pdf> Acesso em set/2015. ______. Lei Municipal n. 4.952, de 28 de junho de 2011. Institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos do Município de Campo Grande – MS RABENHORST, E. R. O que são Direitos Humanos?. Disponível em < http://www.cchla.ufpb.br/redhbrasil/wp-content/uploads/2014/04/O-QUE-S%C3%83O-DIREITOS-HUMANOS.pdf> Acesso em 08 fev. 2016. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 22ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e urbanização. 9. ed. – São Paulo: Contexto, 1998. SAUER, L.; CAMPELO, E.; CAPILLÉ, M. A. L. O mapeamento dos índices de inclusão e exclusão social em Campo Grande-MS: Uma nova reflexão.Campo Grande, MS. Ed. Oeste, 2012. SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 11 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. SILVA, S. P.; GOES, F.L.; ALVAREZ, A. R. Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável – Brasil. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2013. Disponível em <http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/situacao_social/131219_relatorio_situacaosocial_mat_reciclavel_brasil.pdf> Acesso em 05 fev. 2016.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/

VERAS, M. Exclusão Social – Um problema brasileiro de 500 anos (notas preliminares). In: SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 11 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, pp. 29 – 54.

Anais do X

IV C

ongresso Internacional de Direitos H

umanos.

Disponível em

http://cidh.sites.ufms.br/m

ais-sobre-nos/anais/