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Clarice Lispector• Poesia intimista•Linguagem poética•Epifania•Fluxo de consciência•Temática feminina

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Amor• Ana, mulher casada e mãe dois filhos (vida

pacata)• Vai fazer compras• Vê uma cena inusitada quando está no bonde:

um cego mascando chiclete (DESEQUILÍBRIO)

• Desce no ponto errado (vai até o Jardim Botânico – árvores)

• Através de um processo de EPIFANIA, questiona as diferenças entre homem e mulher.

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• Ana perde a noção do tempo• Percebe que tem uma família• Ela procura alguém que possa ajudá-la a sair do

parque • INVERSÃO DE VALORES

• Velho mascar chiclete???• Seu próprio estilo de vida de dona de casa se

torna uma loucura• Ela ainda ama a todos, mas de uma forma

incomodante, sentindo até nojo.

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Feliz aniversário• Narrado em 3º pessoa• D. Anita, 89 anos • Tudo foi organizado pela sua filha, Zilda• Todos se reúnem (APENAS FORMALIDADE)

• Todos lhe são alheios (ódio e vergonha à idosa)• Todos são “CARNE DE JOELHO” • Menos seu neto Rodrigo, de 7 anos, “CARNE DE SEU

CORAÇÃO”

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•Ela cospe, mas tudo é entendido...• Nesse momento, D. Anita triunfa sobre sua

família.•Um de seus filhos discursa e se despede

“Até o ano que vem”•Apesar da MEDIOCRIDADE de sua

família, D. Anita está acima deles.

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Uma galinha• Narrado em 3ª pessoa• Foi escolhida para ser o almoço de domingo• Ela consegue fugir, mas é apanhada pelo chefe

da família• Na volta, COLOCA UM OVO

• Na véspera da morte, ela dá vida, e acaba sendo poupada da morte por esse acontecimento

• Agora , ela é a rainha do lar

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• O tempo passa, ACABA SUA FEMINILIDADE• É morta para servir como refeição• Compara-se a galinha com a

desvalorização da mulher

• ELA É SÓ RESPEITADA E TRATADA COMO RAINHA DURANTE O PERÍODO DE

GRAVIDEZ

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Felicidade Clandestina•Narrado em 1º pessoa•Uma menina encantada pela leitura convive

com as suas colegas•Apenas uma de suas colegas era antipática e

desprovida de beleza•Porém, essa menina ruiva era filha de um

homem que possuía uma livraria

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• Por pura maldade, diz que emprestaria o livro “Reinações de Narizinho” de Lobato.

•Quando foi retirar o volume, a colega disse que já havia emprestado

•E nos outros dias também• A história sempre se repetia, até que um

dia a mãe escuta o diálogo entre as duas e desmente a história da filha

•O livro sempre estivera disponível

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• Escondia sempre o livro ou fazia outras coisas para ter sempre aquela felicidade

• “Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante”

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Rubem Fonseca• Violência urbana• Versatilidade linguística• Espaço urbano – RJ• Escândalos sociais

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A força humana• Narrado em 1ª pessoa - Frustrações de um jovem

que trabalha em uma academia de musculação• Ele é treinado pelo dono da academia, João• Queria se tornar uma referência no fisiculturismo• Possui uma distração: ouvir música em frente a

uma loja de discos.• Um dia, ele enxerga um negro, Waterloo

dançando a fim de ganhar dinheiro• Os dois conversam

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• O protagonista vê o corpo do negro e o convida para ser seu ajudante nos trabalhos de musculação

• Warteloo se destaca e torna-se o preferido de João• Ofendido, o narrador joga uma queda de braço e

vence (ser forte)• Apesar da vitória, sente-se triste• Vai à casa de sua namorada, a prostituta Leninha• Os dois passam a noite juntos pela última vez• Anda pelas ruas de madrugada• Pela manhã, mais uma vez para em frente à loja.

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Feliz Ano Novo• Narrado em 1º pessoa• O narrador-protagonista pouco interfere no

discurso, deixando fluir os diálogos CURTOS, uma das características do autor

• Na véspera de Ano Novo, Zequinha, Pereba e o personagem-narrador no subúrbio do RJ

• O narrador diz que as armas de um amigo chamado Lambreta estão em um apartamento vizinho, decidem assaltar um bairro nobre da cidade

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• As “ferramentas” estavam na casa de D. Candinha• Eram 25 pessoas na sala e mais uma senhora • Assim, começa a violência, os estupros, as mortes.• Uma menina morena• Um senhor chamado Maurício• Uma gordinha• A senhora• O homem de cabelos longos• Chegaram em casa e os assaltantes celebraram:• “Que o próximo ano seja melhor. Feliz Ano Novo”

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Passeio Noturno – parte I

• Conta a história de um homem – pai de família, trabalha em uma companhia (classe média-alta)

• Perguntas comuns, dias comuns• Ele sempre saía para passear...para relaxar• Ia sempre de carro (tinha orgulho do seu carro)• Saía de carro para procurar alguém para atropelar• Ele escolhe uma mulher, arquiteta o plano e não deixa

nenhuma prova do crime• Chega em casa e segue a sua rotina normal (“Relaxou?”)

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Passeio Noturno – parte II

• É a mesma situação• O homem está voltando para sua casa em seu

carro Jaguar• No semáforo, uma mulher joga um bilhete com

um número do telefone e o nome Ângela• Ele liga e eles marcam um encontro• Ele a humilha (ato no semáforo)

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• Nem mesmo o fato de ela ser parecida com sua filha faz com que ele simpatize com ela

• Leva Ângela em casa e a espera sair do carro, atropelando-a depois.

• O conto acaba da mesma forma que o primeiro.• O homem em casa com a família

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A confraria dos espadas

• O conto revela um grupo de homens que se reúnem formando uma sociedade secreta denominada “A confraria das espadas”

• “Espada como sinônimo de Fodedor veio do mundo marginal, espada fura e agride, assimé o pênis tal como o veem, erroneamente, bandidos e ignorantes em geral.”

• O objetivo do grupo é trabalhar o orgasmo múltiplo sem ejaculação

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• Dessa forma, estabelecem uma forma mais sofisticada de relação sexual

• O intuito é diferenciar os homens dos animais e criar um sentido para a vida

• E se a minha mulher, que eu amava tanto, pedisse,e ela poderia fazer isso a qualquer momento, que eu ejaculasse sobre seus delicados seios alabastrinos? Perguntei a um dos médicos da Confraria - havia vários médicos entre nós - se eu poderia voltar a ejacular. A medicinanada sabe sobre sexo, essa é uma lamentável verdade, e o meu colega respondeu que isso seria muito difícil, tendo em vista que eu, como todos os outros, criara uma forte dependência àquele condicionamento físico e espiritual;

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Logo outros Confrades disseram que enfrentavamo mesmo problema, que suas mulheres começavam a achar artificiosa, ou então assustadora, aquela inesgotável ardência. Acho que me tornei um monstro, disse o poeta que trouxera o problema ao nosso exame coletivo.E assim terminou a Confraria dos Espadas. Antes da debandada fizemos todos um juramento de sangue de que jamais revelaríamos o segredo doMúltiplo Orgasmo Sem Ejaculação, que ele seria levado para o nosso túmulo.

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Continuamos tendo uma mulher à nossa espera, mas essa mulher tem de ser trocada constantemente, antes de descobrir que somos diferentes, estranhos, capazes de gozar com infinita energia sem derramamento de sêmen. Não podemos nos apaixonar, pois nossas relações são efêmeras. Sim, eu também me tornei um monstro e meu único desejo na vida é voltar a ser um macaco.

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Dalton Trevisan • Personagens solitárias e desajustadas

• Realismo macabro

• Espaço urbano – Curitiba

• Estilo conciso

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O vampiro de Curitiba• Relata os devaneios de um sujeito chamado

Nelsinho, o vampiro de Curitiba• Vive atormentado pelos desejos carnais• Como numa espécie de delírio voluptuoso,

lembra-se de mulheres, revive sentimentos• Tenta encontrar uma explicação para seus

impulsos• Verdadeira confissão sexual de um

sujeito atormentado pelos desejos

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Uma vela para Dario• Narra em 3ª pessoa a história de Dario (moço

elegante) que sofre um mal súbito nas ruas da cidade

• Encosta-se na parede e as pessoas questionam o que estaria acontecendo

• Da sua boca, saía uma espuma• Ninguém se interessava• Alguns de seus objetos sumiram: o guarda-

chuva e o cachimbo

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• Levaram-no até um táxi, mas ninguém pagou a corrida

• O corpo já não possuía sapatos, nem a pérola de sua gravata

• A polícia aparece• Dario chega a ser pisoteado• Ainda havia uma aliança de ouro (ele só a tirava

com água e sabonete)• Um homem comovido arruma o paletó embaixo

da cabeça e cruza as mãos do morto

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• Todos olhavam...• No final, o corpo foi saqueado• O ato de humanismo encontra-se no fato de

um menino negro e descalço colocar uma vela ao lado do seu corpo.

• Começa a chuva e a vela se apaga

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Caio Fernando Abreu• Prosa introspectiva• Temas: homossexualismo/HIV• Espaço urbano• Personagens marginalizados

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Aqueles dois• Narrado em 3ª pessoa• Envolvimento de dois jovens: Raul e Saul• Eles se conheceram em uma repartição pública• A convivência fez com que os dois se aproximassem• Aos poucos, a relação torna-se amorosa• Ambos começam a ser motivo de chacota • Um dia foram demitidos (comportamento impróprio)• Sem triunfantes, sem se abalarem com o ocorrido

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Linda, uma história horrível

• Decadência de uma família de acordo com a passagem do tempo• Um homem visita a casa de sua mãe depois de muitos anos• A decadência se vê nos objetos da casa, nas roupas e no precário

diálogo entre ambos• Lembram-se do passado e o comparam com o presente• Não construíram nada juntos• Pergunta sobre seu estado de saúde (cabelos caídos e estava

magro)

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• Pergunta sobre um antigo amigo do filho (indica que o filho teria um relacionamento homossexual

• Queria contar uma notícia pesarosa para a mãe, mas desiste da ideia

• O protagonista nota as manchas róseas no pelo da cadelinha Linda

• Compara com as suas próprias manchas• Conclui-se que o protagonista tem o vírus HIV

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Lygia Fagundes Telles• Realismo mágico

• Conflito de costumes • x

• conflito psicológico

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O moço do saxofone• Um caminhoneiro conta uma experiência que tivera

no passado, quando se hospedou em uma pensão• O lugar era ponto de encontro de homens exóticos,

como anões que trabalhavam no circo• Havia também um homem que passava o dia

inteiro tocando saxofone• A música era uma forma de o homem manifestar

seus sentimentos

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• Sua mulher tinha relacionamentos extraconjugais com os moradores da pensão

• Um dia, a mulher convida o caminhoneiro para dirigir-se ao seu quarto

• Aceita a proposta, mas abre a porta justamente do quarto do saxofonista

• “E você aceita tudo assim quieto!”• “Eu toco saxofone”

• Sentimentalmente abalado, o caminhoneiro sai no meio da chuva, liga o caminhão e sai sem rumo

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A caçada• Narrado em 3º pessoa• O personagem protagonista tem o costume de

visitar uma loja de antiguidades• Ele é completamente interessado por uma peça

de tapeçaria que representa uma cena de caça• Um caçador lançando uma flecha em direção a

um animal• Toda vez que vai até o lugar, vê a imagem cada

vez mais clara

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• Escuta o ruído da flecha passando pela mata• Caindo aos chão, tenta alcançar com as mãos

a peça de tapeçaria• Em seguida, leva as mãos ao coração

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A estrutura da bolha de sabão

• Narrado em primeira pessoa• A personagem protagonista relembra seus

encontros e desencontros com um ex-namorado• Um físico que estudava a estrutura das bolhas de

sabão• Um dia, ela o encontra em um bar com sua esposa• Sentam-se na mesma mesa, mas o ciúme da

esposa começa a pegar e eles se despedem

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• Depois, reencontram-se em uma exposição de arte• Ele convida a protagonista para ver um quadro• Sua esposa chega e fica enciumada• Fica sabendo que o sujeito estava doente• Resolve visitá-lo e é bem recepcionada pela esposa

do homem• A esposa fala que a saúde do marido está muito

boa, e em seguida se despede, deixando os dois a sós

• Enxerga a realidade: ele estava à beira da morte

O título remete à profissão do personagem masculino, mas também uma metáfora para a vida (ELA É TÃO FRÁGIL COMO A BOLHA DE SABÃO)