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S. Paulo, 9 de Outubro de 1933 Redator-chcfc" GERALDO FERRAS B*___i____H ^_______H^B ^B bb Bgy*j___l SuMB ^______r ____$ÍFi__- BhsSI _____!___! ^^Hv ,^^^^^h^^^^^h ^H _HL__m __V ^___l___^^___________________ ASSINATURAS: ANO201000 SEMESTREÍòSÍÒOO NUMERO AVULSO $20» Rua do Carmo, 11 1." andar Os crimes nojentos do fascismo A monstruosidade do processo pelo incêndio do "Reichstag'* ..;._ .x .*. ,." ..,.•. ?... ,-> Av nnlnvi-ns desfie heróico trabalha- Está demonstrado á sueiedade que o processo de Leipzig nâo passa duma macabra comédia organizada pc- los fascistas alemães para, nssassinnn- do quatro vitimas inocentes, se livrar da pecha de um crime pelo qual todo o mundo os responsabilizou. O protesto veemente da opinião pu- blica da Europa e da América, como também a posição assumida por uma parte dn própria intelectualidade hur- güesa contra a infâmia e o ciiiisinlo do hitlerismo, derámipor julgado o pro- cesso. As conclusões d;*. "Comissão Inter- nacional de Inquérito sobre o incêndio d0 Rciclistag", da qual participam ele- mentos burguesisshnos, como D. N. Pritt, King's Counsellor (Conselheiro do rei) da Inglaterra, o prof. l.uis Ji- menes de Asúa, da Universidade de Madrid, o deputado francês Gastou Bergcry e o antigo "Prémier" Itália- n0 Francisco Nitti, acusam hasean- do-se em documentos irrespondíveis, os chefes do nazismo, e parti- cularmente os ministros Goering e Goebbels, como responsáveis pelo incên. dio do Parlamento alemão. O deputado comunista Torgler, que se apresentou espontaiièàmenti ás autoridades para ser julgado de um crime praticado pelos seus acusadores,, è os refugiados búlgaros Dimitrov, Po- poy e Tarkv são apenas os bodes e.\- piatbrios duma maquinação tenebrosa, sem precedentes nos anais judiciários e na historia da reação capitalista. Os quatro acusados ofereceram ali- bi» que demonstram até aos cegos a sua não participação na destruição do Reichstag. Nenhum deles, antes de ser preso, sabia (Ia existência de Marinus Van der Lubbe, essa enigmática persona- gem, cujo papel aparece agora mais do que nunca como sendo o de provo- cador. Mau grado as torturas sofridas (fi- caram durante cinco meses algemados dia e noite!) as vitimas da sanha fas- cista não se cansaram e não se. cansam de proclamar a própria inocência. Essa inocência demonstra-a c pro- clama-a o protesto de todos os ho- mens deJ>em,-desmanchando-assim-por- completo a imunda "mise en scénc" do governo nazista. A própria "justiça" hitlcrista não pode furtar-se ao dever de ensaiar uma defesa qualquer, deante das provas in- sofismaveis apresentadas pelas "Co- missão Internacional de Inquérito. O "procurador geral do Reich", Wer- ner, viu-se forçado a discutir direta- mente com Romain Rolland e com o advogado sueco Branting. Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên- dió, para terrorizar 0 eleitorado con- servador e pequeno-burguês, e pôr, ao mesmo tempo, fora da lei, os partidos do proletariado, não tiveram sorte igual com o ultimo ato da miserável comédia. O diaho que sabe fazer a tigela nem sempre é capaz de pôr-lhe tt tampa... O governo nazista organizou o pro- cesso com todos os cuidados dos mal- feitores mais experimentados, mas não previu o desfecho do mesmo. Com ——êf-Ttorfõi o processo de Leipzig que arrancou definitivamente a mascara dos criminosos assentados no poder e destruiu o castelo de papelão armado pela magistratura "ariana" com o l'ito de sepultar eternamente a verdade. Tanto assim que, ao verem-se desço- bertòs con a mão no saco, os gover- multes da infeliz Alemanha não acha- ram outro recurso senão mandar pren- der e expulsar jornalistas estrangeiros de diversas nacionalidades, inclusive o correspondente dc um diário brasilei- ro, e adiar o processo. Van der Lubbe, o personagem cen- traí do plano arquitetado do qual se falou a valer logo depois do incêndio, acabou de lingua atada deante dos jui- zes, isto é. quando era mister esclare- cer ()s homens da "justiça" e o mundo. Por quê essa esfinge emudeceu? Te- ria sido o remorso? Ou, como muitos pensam, a policia hitlcrista reduziu Van der Lubbe a um boneco incòn- ciente, com o auxilio de poções entor- pecentes, para impedi-lo dc dizer como se passaram os fatos na realidade. A esse respeito, os telegrammas pro- cedente; da miesmissima Alemanha sao sobremaneira impressionantes. Um deles, do dia 2(i d0 mês passado, dizia :i seguinte: LETPZ1G, 2(5 (H.) A audiência de hoje, do Tribunal Superior do "Reich" que está julgando os implicados no processo relativo ao incêndio do "Rei- chstag", foi curta, mas fértil em sur- ¦iresas. O presidente, sr. Bungcr, declarou iiue a "passividade" do acusado Van der Lubbe exigia a modificação do pro- ces«o até agora seguido pelo Tribunal. O juiz de instrução e os policiais que tomaram parte no inquérito deporão depois do acusado, sempre que o pre- sidente julgar necessário. Van der Lubbe sentou-se numa ca- deira, colocada no centro do pretovio, ladeado de seu advogado e do interpre- te holandês. O presidente convida o acusado a explicar como empregou 0 tempo an- tes do incêndio, Van der Lubbe não mostras de reação e continua prós- trado. O presidente arranca-lhe algu-- mas palavras penosamente." Depois disso, achamos que não é preciso acrescentar mais nada. Agora, ao lado da atitude equivoca de Marinus Van der Lubbe, resultam a coragem e a altivez de Dimitrov, de Popov, de Taniev e de Torgler. Os quatro acusados, sobre cuja cabeça pai- ra a ameaça de morte, mais do que a própia pessoa, dé.enderami perante o tribunal o seu partido. As declara- ções de Dimitrov repetem as declara- ções de Eugênio Léviné deante dos jui- zes de Munich e as palavras de todos os verdadeiros militantes da causa dos oprimidos. Terminou ele o seu depoimento com com esta profissão de fé: "Sou revo- lucionário proletário, membro do Co- milé Central d„ Partido Comunista búlgaro e do Comitê Executivo Inter- nacional Comunista. Estou nessa qua- lidade pronto a assumir todas as res- ponsabilidades dos meus atos e dos átòs do meu Partido. E', porém, precisa- mente, por essa razão que não sou um vulgar aventureiro nem um terrorista. Sou apenas partidário da revolução As palavras desse heróico trabalha- dor devem ter calado fundo no cora- ção dos proletários alemães. Elas cons- tituem a primeira afirmação antifas- cista feita Alemanha, depois da to- mncla do poder pelos hitlcristas. Por isso Dimitrov, inocente, está des- dc condenado pelos assassinos na- zistas, cobertos da roupagem de juiz. A mlenos que os homens livres do mundo c todos os que cultuam a cora- gem e a nobreza de alma não se le- van tem contra o novo crime prepara- do pelos asseclas de Hitler. Refutando uma afirmação covarde desse miserável cabotino que é Bernard Shaw, segundo a qual não cabe a es- trangeiros iritròmetér-sc num. processo cm que os réus não são seus compatrio- tas, miss Wilkinson exclamava, ha dias, que "os direitos da justiça não conhecem fronteiras". E temos o orgulho de ter sido no Brasil, entre os poucos, para não dizer os únicos, a levantar uma voz de pro- testo contra esta infâmia fascista e dc solidariedade para com Dimitrov e os seus camaradas, quando os próprios ___/'i ÍIÚ/M rm\wr^m a?r y'___ mmm\J hLWs*A J\mmmm\'^^m\'J^*-^ tmmmm__K !_______? Wafcà ,jmSíi.''' * f^^^Ef^V _K^I________-E*fcfifc__!!_^ ij-g*¦ ir '._.________________^____b*Z____P^_H _____________wb4_Fv5 t*_________H____-___ 'RHflw "Heil Hitler!" proletária única que pôde resolver a companheiros de partido deles não situação mundial."| souheram fazer outra coisa senão ca- «5 mm (Haagsche Post.) _-___BIF2 lar lamentavelmente. Onde foram parar aqueles que tanto se comoveram por Ferrer, por Sacco e Vanzetti e por Matteotti? Onde aqueles que se bate- ram contra as mais clamorosas iniqui- dades destes ul limos anos? Tendes a boca cheia dc frases sonantes, sabeis tão bem falar em Liberdade, em Fra- ternidade, em Justiça, si o perigo está longe, mas agora é que é preciso falar! O TERROR HITLERIÁNO "A orgia de barharismo e brutalidade que o regime de Ilerr Hiller anuncia- va foi conhecida no estrangeiro, de inicio, através de relatórios dc jornais e dc boatos incertos. Ultimamente, po- rém, o processo de investigação e ve- rificação por parte de inquéritos dignos dc credito assumiram um papel i*ele- vante e os fatos mais importantes se podem agora considerar estahelccidos acima de qualquer duvida. A parle substancial do trabalho dc investiga- ção foi realizada pelo Comitê Inter- nacional sob a direção dc Einstein e, no livr0 (1) publicado pôr esse Co- mité a história do Terror está comiple- ta e sistematicamente desenvolvida. O '¦iimi:mm ._.__c_______WWBI^^__BiBk J.S _4__ _SV i_.___i-__*i *M*******_ ¦_¦_. ^HM__ 9 r iSOm w Éíatmmt^^-¦mmmmmml^^mm mm\Tm\m\m m'^mmW____¦ ______ *fK&3-A _W_K ^GJ^^^'»•__i ^E_____ ^^^ ____________EM. Áwff ^v_____B_______^_______F^^___________L mH^B^BH __¦ ___*ih^^^^^ ^HL- Como foi orgaoizade o incêndio livro é francamente polêmico e está redigido com vigor c realismo cicero- Pianos. E, si os' acontecimentos que lhe urdem a contexturu reavivam mais a época da conspiração dc Catalina, do que o XX século europeu, o estilo não poderia ser melhor apropriado á matéria. Como garantia da veracidade dos documentos recolhidos, temos o nome do professor Albert Einstein, presidente do Comitê Internacional que procedeu á_sua_j_3mpilação, e-um TnTrõitõ^de. Lord Marley, presidente efetivo do mesmo Comitê. Nesse in- tróito, Lord Marley declara que todos os documentos tomados em considera- ção pelo Comitê foram cuidadosamente verificados antes de sua publicação c que todos os fatos relatados são tipicos de uma serie de casos análogos, ten- do sido omitidos os fatos individuais mais sensacionais, a-pesar-de- autênti- cos. O livro principia com uma breve sintesc da hisHória politicjh da Ale- manha desd a fundação do "Partido Trabalhista Alemão", cm 1919 até a queda do gabinete presidido pelo Ge- neral Scbleicher, em 30 de Janeiro de 1933. "Todas aB conclusões do processo nos conduzem a um único resultado: o in- cendiário do Reichstag foi Goering, o capitão morfinômano, que não pos- suia todos os meios para executar o crime como também a perversão moral necessária. (Moro-Giaffieri, do Comitê Interna- cional Contra as Vitimas do Fascismo Hitleriano) Em substancia, contudo, e em virtude da evidencia do que «e segue a essa parte, o livro constitue uma ter rivel e esmagadora acusação dos fins, dos nétodos e do espirito do movi- mento nazi. Da queda do Gabinete Schleicher em diante, os aconteci- mentos são relatados com minúcias e uma grande parte do livro' é dedicada ao dia 27 de Fevereiro, data do inecn- dio do Reichstag. Eis como é ali re- latado o incêndio do Parlamento Ale- mão: POR QUE FOI INCENDIADO O PAR- LAM-NTO "Os nazis foram ri mil idos ao gover- uo por Hindenburg, afim de abafar os escândalos dos empréstimos á Prússia Oriental, mas a sua situação estava difícil. Haviam entrado para o Gabi- nele sob condições restritivas c ti- nham contra si a Reiehswehr, ¦ uquan- to que os comunistas estavam quasi ganUandoas eleições ás suas expen- sas. O dr. G oebbels, então, urdiu um plano, que foi aceito por Hitler e Goe- ring, que consistia na descoberta de um imaginário^ TOíujssijno_^complot_l Comunista, descoberta essa que devia ser acompanhada por uma violenta campanha propagandistica. Em primei- ro lugar, no dia 24 de Fevereiro, uma grande quantidade de documentos sensacionais falsificados, compromete- dores para os comunistas, foi "desço- herta" pela policia na "Casa dc Licb- knecht". Essas falsificações eram por demais inhabeis e infamantes para en- ganar as próprias masas, tanto que Pa- pen, Hugenbcrg, e Seldts censuraram, a Goering, no Gabinete, ter lançado mão de tão ridículo embuste. O Gabi- riète recusou aos Nazis a permissão de publicar as falsificações e a interdição do Partido Comunista (o que daria aos hitlcristas a maioria no Parlamento). Em 27 de Fevereiro, a imprensa nazi iniciou uma furiosa campanha sobre » questão essencial. Nem Hitler, nem Goering, nem Goebbels tinhami assumi- do o compromisso de falar na campa- nha eleitoral e ficaram em Berlim. As tropas de assalto mantiveram-se reco- Ihidas nas suas tendas durante todo o dia, e o presidente do Reichstag, reco- lheu-se á sua residência a uma hora da tarde, contrariamente aos seus ha- bitos. Durante a tarde, uma grande quantidade de mraterial inflamavel foi (Continua na 3a. pag.)

Os crimes nojentos do fascismo Reichstag'* A ......Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên-dió, para terrorizar 0 eleitorado con-servador e pequeno-burguês,

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Page 1: Os crimes nojentos do fascismo Reichstag'* A ......Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên-dió, para terrorizar 0 eleitorado con-servador e pequeno-burguês,

S. Paulo, 9 de Outubro de 1933

Redator-chcfc"GERALDO FERRAS

B*___i____H ^_______H ^B ^B bb Bgy*j___l Su MB ^______r ____$ÍFi__- BhsSI _____! ___! ^^Hv ^^^^^h ^^^^^h ^H _HL__m __V ^___l ___^^ ___________________ ASSINATURAS:ANO 201000SEMESTRE ÍòSÍÒOONUMERO AVULSO $20»

Rua do Carmo, 11 — 1." andar

Os crimes nojentos do fascismo

A monstruosidade do processo pelo incêndio do "Reichstag'*..;._ .x .*. ,. " ..,.•. ?... ,-> Av nnlnvi-ns desfie heróico trabalha-

Está jã demonstrado á sueiedade

que o processo de Leipzig nâo passaduma macabra comédia organizada pc-

los fascistas alemães para, nssassinnn-

do quatro vitimas inocentes, se livrar

da pecha de um crime pelo qual todo

o mundo os responsabilizou.O protesto veemente da opinião pu-

blica da Europa e da América, como

também a posição assumida por uma

parte dn própria intelectualidade hur-

güesa contra a infâmia e o ciiiisinlo do

hitlerismo, já derámipor julgado o pro-cesso.

As conclusões d;*. "Comissão Inter-

nacional de Inquérito sobre o incêndiod0 Rciclistag", da qual participam ele-

mentos burguesisshnos, como D. N.

Pritt, King's Counsellor (Conselheirodo rei) da Inglaterra, o prof. l.uis Ji-

menes de Asúa, da Universidade de

Madrid, o deputado francês Gastou

Bergcry e o antigo "Prémier" Itália-

n0 Francisco Nitti, acusam — hasean-do-se em documentos irrespondíveis,— os chefes do nazismo, e parti-cularmente os ministros Goering e

Goebbels, como responsáveis pelo incên.

dio do Parlamento alemão.O deputado comunista Torgler, que

se apresentou espontaiièàmenti ás

autoridades para ser julgado de um

crime praticado pelos seus acusadores,,è os refugiados búlgaros Dimitrov, Po-

poy e Tarkv são apenas os bodes e.\-

piatbrios duma maquinação tenebrosa,sem precedentes nos anais judiciários e

na historia da reação capitalista.Os quatro acusados ofereceram ali-

bi» que demonstram até aos cegos a

sua não participação na destruição do

Reichstag.Nenhum deles, antes de ser preso,

sabia (Ia existência de Marinus Van

der Lubbe, essa enigmática persona-gem, cujo papel aparece agora mais

do que nunca como sendo o de provo-cador.

Mau grado as torturas sofridas (fi-caram durante cinco meses algemados

dia e noite!) as vitimas da sanha fas-

cista não se cansaram e não se. cansam

de proclamar a própria inocência.Essa inocência demonstra-a c pro-

clama-a o protesto de todos os ho-

mens deJ>em,-desmanchando-assim-por-completo a imunda "mise en scénc"

do governo nazista.A própria "justiça" hitlcrista não

pode furtar-se ao dever de ensaiar uma

defesa qualquer, deante das provas in-

sofismaveis apresentadas pelas "Co-

missão Internacional de Inquérito.

O "procurador geral do Reich", Wer-

ner, viu-se forçado a discutir direta-mente com Romain Rolland e com o

advogado sueco Branting.

Mas os nazistas, que souheram tão

bem arranjar o servicinbo do incên-

dió, para terrorizar 0 eleitorado con-

servador e pequeno-burguês, e pôr, ao

mesmo tempo, fora da lei, os partidosdo proletariado, não tiveram sorte

igual com o ultimo ato da miserável

comédia. O diaho que sabe fazer a

tigela nem sempre é capaz de pôr-lhett tampa...

O governo nazista organizou o pro-cesso com todos os cuidados dos mal-

feitores mais experimentados, mas

não previu o desfecho do mesmo. Com——êf-Ttorfõi o processo de Leipzig que

arrancou definitivamente a mascarados criminosos assentados no poder e

destruiu o castelo de papelão armado

pela magistratura "ariana" com o l'ito

de sepultar eternamente a verdade.

Tanto assim que, ao verem-se desço-

bertòs con a mão no saco, os gover-multes da infeliz Alemanha não acha-

ram outro recurso senão mandar pren-der e expulsar jornalistas estrangeiros

de diversas nacionalidades, inclusive o

correspondente dc um diário brasilei-

ro, e adiar o processo.Van der Lubbe, o personagem cen-

traí do plano arquitetado do qual se

falou a valer logo depois do incêndio,

acabou de lingua atada deante dos jui-

zes, isto é. quando era mister esclare-

cer ()s homens da "justiça" e o mundo.

Por quê essa esfinge emudeceu? Te-

ria sido o remorso? Ou, como muitos

pensam, a policia hitlcrista reduziu

Van der Lubbe a um boneco incòn-

ciente, com o auxilio de poções entor-

pecentes, para impedi-lo dc dizer como

se passaram os fatos na realidade.A esse respeito, os telegrammas pro-

cedente; da miesmissima Alemanha sao

sobremaneira impressionantes. Um

deles, do dia 2(i d0 mês passado, dizia

:i seguinte:LETPZ1G, 2(5 (H.) — A audiência de

hoje, do Tribunal Superior do "Reich"

que está julgando os implicados no

processo relativo ao incêndio do "Rei-

chstag", foi curta, mas fértil em sur-¦iresas.

O presidente, sr. Bungcr, declarou

iiue a "passividade" do acusado Van

der Lubbe exigia a modificação do pro-ces«o até agora seguido pelo Tribunal.O juiz de instrução e os policiais quetomaram parte no inquérito deporão

depois do acusado, sempre que o pre-sidente julgar necessário.

Van der Lubbe sentou-se numa ca-

deira, colocada no centro do pretovio,ladeado de seu advogado e do interpre-

te holandês.

O presidente convida o acusado a

explicar como empregou 0 tempo an-

tes do incêndio, Van der Lubbe não

dá mostras de reação e continua prós-

trado. O presidente arranca-lhe algu--

mas palavras penosamente."

Depois disso, achamos que não é

preciso acrescentar mais nada.

Agora, ao lado da atitude equivocade Marinus Van der Lubbe, resultama coragem e a altivez de Dimitrov, dePopov, de Taniev e de Torgler. Os

quatro acusados, sobre cuja cabeça pai-ra a ameaça de morte, mais do que a

própia pessoa, dé.enderami perante o

tribunal o seu partido. As declara-

ções de Dimitrov repetem as declara-

ções de Eugênio Léviné deante dos jui-zes de Munich e as palavras de todos os

verdadeiros militantes da causa dos

oprimidos.Terminou ele o seu depoimento com

com esta profissão de fé: "Sou revo-

lucionário proletário, membro do Co-

milé Central d„ Partido Comunistabúlgaro e do Comitê Executivo Inter-

nacional Comunista. Estou nessa qua-lidade pronto a assumir todas as res-

ponsabilidades dos meus atos e dos átòsdo meu Partido. E', porém, precisa-mente, por essa razão que não sou um

vulgar aventureiro nem um terrorista.

Sou apenas partidário da revolução

As palavras desse heróico trabalha-

dor devem ter calado fundo no cora-

ção dos proletários alemães. Elas cons-

tituem a primeira afirmação antifas-

cista feita ná Alemanha, depois da to-

mncla do poder pelos hitlcristas.Por isso Dimitrov, inocente, está des-

dc já condenado pelos assassinos na-

zistas, cobertos da roupagem de juiz.A mlenos que os homens livres do

mundo c todos os que cultuam a cora-

gem e a nobreza de alma não se le-

van tem contra o novo crime prepara-do pelos asseclas de Hitler.

Refutando uma afirmação covarde

desse miserável cabotino que é Bernard

Shaw, segundo a qual não cabe a es-

trangeiros iritròmetér-sc num. processocm que os réus não são seus compatrio-tas, miss Wilkinson exclamava, ha

dias, que "os direitos da justiça não

conhecem fronteiras".E temos o orgulho de ter sido no

Brasil, entre os poucos, para não dizer

os únicos, a levantar uma voz de pro-testo contra esta infâmia fascista e dc

solidariedade para com Dimitrov e os

seus camaradas, quando os próprios

___/'i ÍIÚ/M rm\wr^m a?r y'___mmm\J hLWs*A J\mmmm\'^^m\'J^*-^ tmmmm __K

!_______? Wafcà jmSíi.''' *f^^^Ef^V _K^I________-E*fcfifc__!!_^ij-g*¦ ir '._.________________ ^____b*Z____P^_H _____________wb4_Fv5t*_________H____-___ 'RHfl w

"Heil Hitler!"

proletária única que pôde resolver a companheiros de partido deles não

situação mundial." | souheram fazer outra coisa senão ca-

«5mm

(Haagsche Post.)

_-___BIF2

lar lamentavelmente. Onde foram pararaqueles que tanto se comoveram porFerrer, por Sacco e Vanzetti e porMatteotti? Onde aqueles que se bate-ram contra as mais clamorosas iniqui-dades destes ul limos anos? Tendes a

boca cheia dc frases sonantes, sabeistão bem falar em Liberdade, em Fra-ternidade, em Justiça, si o perigo está

longe, mas agora é que é preciso falar!

O TERROR HITLERIÁNO"A orgia de barharismo e brutalidade

que o regime de Ilerr Hiller anuncia-

va foi conhecida no estrangeiro, de

inicio, através de relatórios dc jornaise dc boatos incertos. Ultimamente, po-rém, o processo de investigação e ve-

rificação por parte de inquéritos dignos

dc credito assumiram um papel i*ele-

vante e os fatos mais importantes se

podem agora considerar estahelccidos

acima de qualquer duvida. A parlesubstancial do trabalho dc investiga-

ção foi realizada pelo Comitê Inter-

nacional sob a direção dc Einstein e,

no livr0 (1) publicado pôr esse Co-

mité a história do Terror está comiple-

ta e sistematicamente desenvolvida. O

'¦iimi:mm

._. __c_______WWBI^^__BiBk J.S _4__ _SVi_. ___i-__*i *M*******_ ¦_¦_. ^HM__ 9 r iSOm wÉíatmmt^ ^-¦mmmmmml^^mm mm\Tm\m\m m'^mmW ____¦ ______ *f K&3-A _W_K^GJ^^^ '»• __i ^E_____ ^^^ ____________ EM. Áwff^v_____B_______ ^_______F^^___________L mH^B^BH __¦ ___*ih^^^^^ ^HL-

Como foi orgaoizade

o incêndio

livro é francamente polêmico e está

redigido com vigor c realismo cicero-

Pianos. E, si os' acontecimentos quelhe urdem a contexturu reavivam mais

a época da conspiração dc Catalina,do que o XX século europeu, o estilo

não poderia ser melhor apropriado á

matéria. Como garantia da veracidadedos documentos recolhidos, temos o

nome do professor Albert Einstein,

presidente do Comitê Internacional

que procedeu á_sua_j_3mpilação, e-umTnTrõitõ^de. Lord Marley, presidenteefetivo do mesmo Comitê. Nesse in-

tróito, Lord Marley declara que todos

os documentos tomados em considera-

ção pelo Comitê foram cuidadosamenteverificados antes de sua publicação c

que todos os fatos relatados são tipicosde uma serie de casos análogos, ten-

do sido omitidos os fatos individuais

mais sensacionais, a-pesar-de- autênti-

cos.O livro principia com uma breve

sintesc da hisHória politicjh da Ale-

manha desd a fundação do "Partido

Trabalhista Alemão", cm 1919 até a

queda do gabinete presidido pelo Ge-

neral Scbleicher, em 30 de Janeiro de

1933.

"Todas aB conclusões do processo nos conduzem a um único resultado: o in-

cendiário do Reichstag foi Goering, o capitão morfinômano, que não só pos-suia todos os meios para executar o crime como também a perversão moral

necessária.(Moro-Giaffieri, do Comitê Interna-cional Contra as Vitimas do FascismoHitleriano)

Em substancia, contudo, e em

virtude da evidencia do que «e segue

a essa parte, o livro constitue uma ter

rivel e esmagadora acusação dos fins,

dos nétodos e do espirito do movi-

mento nazi. Da queda do Gabinete

Schleicher em diante, os aconteci-mentos são relatados com minúcias e

uma grande parte do livro' é dedicada

ao dia 27 de Fevereiro, data do inecn-

dio do Reichstag. Eis como é ali re-

latado o incêndio do Parlamento Ale-

mão:

POR QUE FOI INCENDIADO O PAR-

LAM-NTO"Os nazis foram ri mil idos ao gover-

uo por Hindenburg, afim de abafar os

escândalos dos empréstimos á Prússia

Oriental, mas a sua situação estava

difícil. Haviam entrado para o Gabi-

nele sob condições restritivas c ti-

nham contra si a Reiehswehr, ¦ uquan-

to que os comunistas estavam quasi

ganUandoas eleições ás suas expen-

sas. O dr. G oebbels, então, urdiu um

plano, que foi aceito por Hitler e Goe-ring, que consistia na descoberta de

um imaginário^ TOíujssijno_^complot_lComunista, descoberta essa que devia

ser acompanhada por uma violenta

campanha propagandistica. Em primei-ro lugar, no dia 24 de Fevereiro, uma

grande quantidade de documentossensacionais falsificados, compromete-dores para os comunistas, foi "desço-

herta" pela policia na "Casa dc Licb-

knecht". Essas falsificações eram pordemais inhabeis e infamantes para en-

ganar as próprias masas, tanto que Pa-

pen, Hugenbcrg, e Seldts censuraram,

a Goering, no Gabinete, ter lançado

mão de tão ridículo embuste. O Gabi-

riète recusou aos Nazis a permissão de

publicar as falsificações e a interdição

do Partido Comunista (o que daria aos

hitlcristas a maioria no Parlamento).Em 27 de Fevereiro, a imprensa nazi

iniciou uma furiosa campanha sobre »

questão essencial. Nem Hitler, nem

Goering, nem Goebbels tinhami assumi-

do o compromisso de falar na campa-

nha eleitoral e ficaram em Berlim. As

tropas de assalto mantiveram-se reco-

Ihidas nas suas tendas durante todo o

dia, e o presidente do Reichstag, reco-

lheu-se á sua residência a uma hora

da tarde, contrariamente aos seus ha-

bitos. Durante a tarde, uma grande

quantidade de mraterial inflamavel foi

(Continua na 3a. pag.)

Page 2: Os crimes nojentos do fascismo Reichstag'* A ......Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên-dió, para terrorizar 0 eleitorado con-servador e pequeno-burguês,

->> O HOMEM LIVRE 9-10-1933—i—ww

QUE SIGNIFICA ISSO?Os jornais dc 8. Paulo e do Bio publicaram esto telegrama:«FLORIANÓPOLIS, 28 (//J — Numerosos professores das

escolas alemãs de 8. Paulo, Paraná e 8mtà Catarina redlimrafi

uma reunião em Blumenau, para estudar os meios de metodizar

o ensino nas suas escolas».

ti ir- — yn-mmrifr-i—ijif-r-"*" ¦¦"—--¦

* * ít

Perguntamos: as escolas «alemã*» que funcionam no Brasil

dependem dos departamentos de ensino daqui ou depende,,, du

direção do partido nazista fW esta a primeira vez (pie se organiza no Brasil nm congrer

so de escolas estrangeiras. .Para falar mais claramente, isso se deu so depois do adven-

to do fascismo nos paises europeus. Isso quer dizer que o aseis-

mo europeu está agindo entre nós,, mesmo por intermédio das es.

colas implantadas no estrangeiro.Que acham de tudo isso os senhores integralistas.

Crônica do fascismoEm proseguimento das noticias publicadas no boletim

de "L'Informazione Italiana", reproduzimos aquinovas informações acerca da condenação dos 1

"confinados" ou Ponza:5°

Os nossos fascistas

AGITAÇÕES E PRISÕES EM NÁPOLESE SALERNO

"Também na Híúí-a, a-pesar-da si-

tuàçno de terror que ali vige constan-

temente, realizaram).se manifestações

de p:nlost() e existe uma viva agita-

ção.Entre as massas trabalhadoras na-

politanas a agitação em favor dos 152

confinados de Ponza extendeu-se até

as camadas importantes de intelectuais

e estudantesl>urante a primeira quinzena de ju-

lho. foram distribuídos nas estradas

c nas fábricas, muitos manifestos

contra a condenação dos confinados.Naturalmente a policia e a "Ovra"

puseram-se logo á caça dos autores.Efetuaram-se numerosas-perquisições,seguidas dc miais de 100 prispes de

operários, intelectuais e estudantes,

que foram acusados de haver organi-

zado células comunistas e de ter de-

senvolvido propaganda anti-fascistacm favor dos confinados.

Também em Salerno foram presosnumerosos ferroviários, pelas mesmasrazões,

E' por isso que tiramos a conclu-são de que o governo fascista não se

sente tranqüilo.Os confinados devem ser libertados

c a portai ia-cabresto deve ser supri-

mida."

WOlíNTES TRATADOS A SO(JOs>E PONTA-PES

"E' conveniente conhecer tambémeste particular da deportação de Pon-za. Os deportados Renato Pini e Giu-

seppe Vallarelli recolheram-se ao lei-

to por se sentirem indispostos.

Chegada TlümrtUTTisiUi de contro-le ,oh doentes procuraram convenceros milicianos de que não estavam emcondições de se levenlar e que procu-rassem assinar a "ausência por moles-tia" no registo d0 desfile matutino.

Os fascistas responderam-lhes, arro-

gantemente, que apresentassem o certi-ficado médico. Os dois deportados ob-

jetaram que, sentindo-se indispostos

na tarde do dia precedente, ainda não

tinham tid0 a oportunidade de se sub-

meter a visita médica, que é dispensa-

da só de mmihã, razão por que não

possuíam o certificado.

Os fascistas não iceifaram essas ex-

plieações e como os presos repetiamscr-lht-s impossível manter-se de pé,iVram brutalmente obrigados a levan-tar-se e vestir-se, em seguida, conduziram-nos ao controle a socos e pon-ta-pés"

DOENTES PUNIDOS COM O ISOLA-MENTO

"O socialista Alessandro Pertini,condenado por antifascismo em 1929.

a 11 anos de reclusão, devido ás pre-carias condições de saúde, foi sempre

. preso nas chamadas "casas penais pa-ra doentes" (onde não recebem trata-

mento especial) — antem em Turi dc

Bari — o presidio cm que AntônioGramsci vem sendo assassinado aos

poucos e, posterioremnte, na liba Pia-

nosa.Pertini, após unia ligeira discussão

com o diretor do presidio foi trans-

ferido para a cela de rigor.Esta punição significa: pão e água,

láboa em lugar de cama, privação da

hora de passeio, numa palavra, estar

na situação dc um enterrado vivo por

tempo indeterminado.Como sairá da cela o companheiro

Pertini, que é tuberculoso?"

OS TRATADOS DE EXTRADIÇÃO

"E' geralmente conhecido que o Es-

tado Fascista assinou com muitos paises (e lambemi com o Urasil, N. d. 11.5

tratados dc extradição, de modo a per-seguir também no estrangeiro os seus

adversários, e eom o fim dc facilitar

a obra reacionária do Estado policial.Agora, dois antifascistas italianos

presos cm paises estrangeiros estão

ameaçados de sereia entregues ao go-vêrno dc Mussolini. Um é o operário

Ângelo Giangulauo, que se encontra

cm Bilbao, na Espanha, e que foi pre-so unicamente por não possuir do-

cumentoa consulares, visto que fugiu

ilegalmente da Itália. O outro é o is-

triano Smotlak, que foi recolhido ao

hospital austríaco de Klangcnfurt.Convém recordar que o governo aus-

triaco já é responsável pela morte de

um operário italiano, Marcelo Fer-

rarri, que se atirou do trem quandoera conduzido á Itádia."

PRISÕES EM DIVERSAS LOCALI-DA DES

"Durante o aniversário da entrada

da Itália na guerra, foram efetuadas--como acontece todos os anos — mi-

lhares dc prisões em toda a penin-sida.

Em Roma, foram detidas para mais

de 1.000 pessoas, tendo sido condena-

das pelo tribunal especial, cerca de 40.

Na Apúlia, as prisões subiram a vá-

rias centenas.Em Massa Carrara, a cerca de 30.

Como se vê, o "regime indestruti»vel" estremece ao minimo movimento

das massas, as quais aumentam cada

vez mais a própria combatividade con-

tra o fascismo, c cuja miséria é ver-

dadeiramente indescritível."

"Todos os cidadãos alemães erguem-se

espontaneamente aos acordes do

«Horst Vessel".

(Dos jornais nazis.)

A COOPERATIVA jMOVEIS E TAPEÇARIAS

Rua .losc Paulino, 80-ATel. 4-0Ò18'I

Para -os nossos leitores <pienunca ou riram falar do maiorpintor desta bendita terra deSanta Cruz, é bom fazer a aprersentação do sr. Virgílio JHuuri.cio, irmão do ardoroso bispo deIWugança e autor duma papela-da que tem por titulo «O trape-Po da Vida», cuja edição comple-M, pode ser encontrada nos pirrões do «sebo» e nó Gazeuu.

No dizer dos seus amigos. Vir.gilio foi até hoje a único pintorque obteve a consagrarão oficialda mais acreditada das eêpoM-ções parisienses. Hempre segun.do as informações procedentesda rnesma fonte, um quadro da«8U(t)) lavra, «A pré* le rêve», te-ria deslumbrado a «Ville tAi-miérre» e feito desmaiar de comoçãoo bombeiro-mór da critica cou-servadora francesa, Camilo Mpn»Glávr. aquele que Jacqucs paconrchamou de «sob inoffensif», o bo-bo inofensivo.

W verdade, porém, que mau

grado aquilo que acabamos de dr'zer, ninguém até este momento

conseguiu ver o grande artistadc pincel na mão. E há, também,

quem sustenta que ele nunca pin-tou uma «croute» siquer.

Esse é o destino dos gênios ver-dadeiros. Como há quem negue

que Shakcspeare seja o autor dc«llamlet»e de «Julieta e Romeu»,assim hoje há malvados que sus

il

Correspondência de"O Hontem Livre"

F. L. — Está cerfo.. A criação dos nu-

cleos "Pró "O Homem Livre", tem,

apenas, essa finalidade e o priuucipiode organização está claramente lex-i

presso no apelo que. publicamos em

outra parte deste numero: o principioda frente única dos antifascistas eon-

tra as diversas manifestações do fas-

cism0 entre nós.II. T. R. — l.o) Quanto maior <¦ nu-

mero, tanto melhor...; 2.0) A respos-ta a F. L. serve para o vosso caso;

3.o) A série A constará dos núcleos

formiados em capitais dc Estado; 4.o)

os fundos recolhidos devem ser en-

viados para a rua do Carmo n. 1.1, l.o

andar, sala 3, São Paulo.S. P. Q. — Nã0 ba razão para não

se unir na ação comum. Se outros

pontos dc vistas deles são contrários

aos vossos, cm questões que não to-

cam diretamente o antifascismo, não

vemos motivos para abandonar aunião na luta que interessa, indistin-

lamente'; a todos. O peor serviço quese pôde prestar á causa, neste caso, é,

justamente, o sectarismo.

Rffllp RussaL. TROTSKY

0 Sporte Club Germâniacurva-se diante de Hitler

Recebemos esta carta, datada de 5de Setembro de 1933, sob a assinatu-ra de X. X., pseudônimo sob o qual seesconde um alemão que pede deseul-

pas por não poder assinar o seu nomeverdadeiro, para não entregar os seus

parentes na Alemanha ás fúrias vin-

gativas dos Hitlcr, Goering e Cia.* * *

"Hitler decretou que as associaçõesesportivas, por ocasião de suas ses-

O QUE E' A REVOLUÇÃO DE OUTU-BRO

Nenhum estudioso da questão social

deve deixar de ler a extraordinária con-

ferencia realizada por Trotsky em Co-

penhague, em Novembro de 1932. Em

perfeita tradução portuguesa, com um

apêndice contendo a famosa carta do

grande chefe bolchevique ao lider so-,

cialista Emilio Vandervelde, encontra-so á venda nesta redação, ao preço de

1$500 o exemplar.

sões, devem fazer içar ao lado da ban-

í deira nacional, a bandeira da cruz ga-

mada, além cl c serem obrigadas a can-

tar, justamente com o "Deutschland" o

canto de Horst WeBsel. Nas ultimas

reuniões do Esporte Clube Germânia,

só se tem içado a bandeira gamada.

Quando será cantado o "Horst Wcs-

sei"? Achamos que os representante»

de Hitler daqui como a direção do Es-

porte Clube Germânia ainda não eom-

preenderam que proceder com os clu- {bes daqui como si se tratasse de "so-

ciedades esportivas arianas", baseia-,

das nos moldes das que existem hoje

no Terceiro Reich, é prestar um mau

serviço aos alemães.

Considera o Fuhrer os brasileiros

e japonezes, que são também membros

do Esporte Clube como arianos e co-

mo deve fazer então o Clube Gerina-

nia quando tem que lutar com os ou-

tros clubes paulistanos, que tem em

suas fileiras na qualidade de membros

com iguais direitos, brasileiros de côr,

que, segundo Hitler, são idênticos aos

judeus?Sabemos também que os membros

arianos do Esporte Clube são absolu-

lamente contrários á posição politica

partidária da direção do clube, c, no

entanto, como se conduz a sua direto-

ria?

Um grande numero de membros do

Esporte Clube Germânia espera queeste tome uríia posição clara a respei-

to, sem condescendência para com os

representantes do governo, que não

tôni nenhum direito cm mandar na so-

ciedade e sem os quais o clube sem-

pre existiu e existirá talvez ainda me-

lhor."

ttMANUAL ORTOGRÁFICOBCSflgB " '¦" "I "l"*'"—-—'

»9

POR UM PROFESSOR

Com prefácio de Medeiros e Albuquerque. Aprovado pela Federação

das Escolas d« Comércio de S. Paulo

PREÇO 12100»A' venda em todait as livrarias

Gráfico Editora Unitas Ltda.aaHmaHHnsBMDraaHB

tentam, que os trabalhos de Vir-gilio foram adquiridos pelo «aw ..tor-)) nas ((feiras livres» de pin-tura do Quui Medieis e de 1'Ave-nue de Neuillc, ua capital daFra riça.

Ma* o nosso grande artistanão ê somente pintor: êle é tam-bem uma das glorias mais julga-rentes do nosso jornalismo. Co-mo tal, noutros tempos, Vir gilioMauricio, juntamente, com Urasil Gerson e Corifeu dc AzevedoMarques, foi o redator da «pugi-na brasileira)) do diário fasoista(dl Piccolo», onde leve o bomgasto de publicar todas as car-tas elogiosas que tinha recebidodo desastrado autor da {(Vidahumilhada dr. 11 cine».

Portanto o pintor que nuncapintou é um fascista du velhaguarda.

Nessa* condições, logo de rolta da sua ultima viagem á Eunrpa, êle não podia dciwar de dizeruma porção de bobagens acercada situação politica e econômicado velho mundo e, particular-mente do fascismo luso-itálieo.

Numa entrevista fielmente re.colhida por um H rum mel do su-burbio que, uas horas vagas, mi'ja na* colunas do «Fanfulla». oirmão de d. dose Mauricio e.vpeUu as considerações qne vão se.gidr:

«A Europa está doente; mui.to doente. Atravessa neste, mo-mento uma das fases mais afflrUvas da sua vida e da sua his-tória. Miséria genralizada, con.vulsões políticas, exércitos de dc-*cmpregados. 8ÓmenTe"aItália êPortugal escapam a essa realida-de cruel; mas na Inglaterra, nafrança, nu Alemanha, na Àus~Iria, na flungrUi c noutras na-ções, o estrangeiro sente.se ate.uazar a alma pelo* sofrimentosque atormentam todas as cias-ses sociais».

«Nesse espetáculo de dezohrção da Europa contemporânea, aItália constitue, uma espécie deoásis Oficie há homens que cons-troem».

Pelo que acabam de ver, osI nossos leitores se apercebem jáque o Virgilinho c mais realista.do que o rei, isto é, mais f a seis-ià do que os escriba* do «fascio».Com efeito, o .mesmissimo govêr-no de Mussolini declara que aItália conta com mais de um mi-íhão de desempregados.

Quando a estatística mussolia'na diz «um milhão», pode-se ler:três milhões. W esta uma cifra¦mais próxima, da verdade.

Diariamente lemos cartas quechegam da Itália e repetem to.das o mesmo estribilho: a fomecrônica que assola a Peninsula e

que não constitue a ultima màí-dição do fascismo.

Aonde foi o Virgílio Mauricioestuda,r o regime fascista? No*museus? Nos cabarés? Nqs ho-teh de luxo?

Esteve êle nas usifias, nos cum,-pos, bairros operários? Compor-Ulhou da vida dos trabalhadorescom,o tem feito Alfredo Kurella,

que, há pouco, voltou dá Itéüia,trazendo uma reportagem, horro.rizante ?

Não é só: o pintor que «nin~

guém não viu» pintar tem- a ou-sadia, para não dizer a desfaça-tez, de opor o inferno francês ao

paraíso fascista. Agora é bom,

que ele saiba que na França vi-vem e trabalham, centenas e cen-tenas de milhares de italianos;centenas de milhares de italianosque, para não morrer de fome,tiveram, que deixar o... paraísodo «Duce».

O Virgilinho não sabia disso?Tome nota. então, e seja mai»

prudente noutra ocasião,

BEIMATim.

Page 3: Os crimes nojentos do fascismo Reichstag'* A ......Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên-dió, para terrorizar 0 eleitorado con-servador e pequeno-burguês,

23-9-1933 O HOMEM LIVRE 3Dimii «.umiiiiihi»

O terror hitleriano JOS aüliflOS (lO "0 HOM Livre"____________________MI| . *•

(Continuaçfio da Ia. pag.)

levada da casa de òoering, pela passa-

gem subterrânea quc a lijía ao Par-

lamento, até este, por alguns milícia-nos fias tropas de Assalto sob a dire-

ção dó famigerado Heines e dc Goering.Van der Lubbe um renegado comunis-ta holandês quc mantivera por al-

guin tempo relações estreitas eom al-

gúns dos mais proeminentes chefesNaxis:. foi deixado no edifieio, com"papeis comunistas" e eom insira-í;5cs de culpar os sociais-democrataslanto quanto os comunistas. Algunsminutos depois dc declarar o incêndio,Hitler. Goebbcís e Goering aparece-

ram no Rcichstag.Pouco dei)0is, Van der Lubbe foi

preso e, eni seguida, juntamente comTorgler. o lider comunista, e três bul-

gaTÓs acusados dc ter ateado fogo ao

Parlamento.

AS PKOVAS

A« provas dadas cm apoio dessa bis-toria sâo de quatro espécies: primeiro,as circunstancias evidentes da situa-

cão politica cm geral; segundo, o me-

morandum preparado pelo Nacionalis-tu dr. oherfobren; terceiro, as contra-(lições íninicrosas e sérias contidas no

relatório oí'ici;.l nazista e quarto, va-

rios. trechos dc informações coleeio-nad-a,*- pelo próprio Comitê Interna-eioual. S.nbc-se pela situação geral, queapenas os Nazis poderiam ter tirado

proveito do incêndio, e que é politicadeclarada dos comunistas evitar todos

os atos de provocação. No memoran-dum dc Obcrfobren, aqui citado quasiintegralmente, , pode-se colher um

grande numero dc informações até

aqui inéditas. O dr. Obcrfobren estava

encarregado da campanha eleitoral na-

cioníit.sta, e posteriormente escreveu

e fez circular secretamente unii memo-

rawiuni sobre os acontecimentos que

precederam o incêndio. Isso foi desço-

berto no fim de Abril... e o dr. Ober-

fobren é encontrado morto, segundo a

imprensa Nazi. O memorandum afir-

ma qne "o dr. Goebbels, sem escrupu-lo algum", preparou o plano para as

falsificações da "Casa de Liebknccht"e para o incêndio; e segue-se a bisto-

ria da.- discussões dentro do Gabinete,

e a introdução eventual dos incendia-

rios no Rcichstag por Heines através

di) subterrâneo. Das 30 ou mais con-

dicôcs con'tida|B no relatório oficial,

a miais importante refere-se ao sr.

Torgler, quc é acusado de ter dei-

xado-o Rcichstag .cerca das dez horas;

mai varias testemunhas independentes

provaram que êle sairá ás oito ç um

quarto, e que estava em outra parte dc

Berlim, na ocasião do incêndio. As—pro'-"»,''- colecionadas p*cío Comitê do

Professor Einstein são múltiplas, mas

mostram entre outras ocisas que Van

der Lubbe mantinha relações intimas

com .-ertos lideres nazistas, que era

imlpossivel deixar o Rcichstag depois

da:** nove horas, excepto pela passagempava a casa de Goering, e que o próprioGoering declarou em um momento de

distração, que os incendiados se tinhamescapado por aquele caminho; que Di-

mitrov, um- dos búlgaros detidos esta-

va em Munich no dia em que alegaram

tê-lo visto em Berlim com Van der

Lubbe: c que o sr. Gempp, diretor do

corpo de bombeiros dc Berlim, revelou

(depois de ter sido detido) quc o cor-

po de bombeiros foi chamado muito

tarde, ,, que Goering impediu-o de to-

mar medidas adequadas para a extin-

ção do fogo. Depois da compilaçü-.*- do"Livro Pardo", pelo Comitê do Pro-

fessor Einstein, novas e importantesinformações vieram á luz. Relata o

correspondente especial do Manchestcr

Guardian que o sr. Torgler suspeitava

j da conspiração do incêndio do Reichstag vários dias antes de 27 de Fcvc-rciro, c que revelara a sua suspeita em

uni discurso no Conselho de Estado

Prussiano a 215 de Fevereiro (cuja ataé agora impossível de obter). Parece,de fato, que os Nazis tinham tão boasrazões para desejarem descinbaçar-scdo sr. Torgler como do dr. Obcrfobrene do dr. Bell (que sabia algo de ver-dade a respeito do incêndio e foi as-sassinado pelos Nazis na Áustria). Nasegunda parle, o livro dá uma narra-

ção autentica e bem documentada, comfotografias, do.s "campos dc concen-tração" e outras formas da brutali-dade Nazi, agora geralmente conheci-das fora da Alemanha. Acentua-se qucesses métodos não são simples expio-r/õe's esporádicas, mas conseqüênciasdiretas de incitamento pelos lideresNazis (Mesmo que só pudesse atirar,:', queima roupa, atiraria de qualquermodo" e Goering em Esscn, 11 deMarco, de 1983). O Comitê estima qucC0.O0Ü pessoas foram sujeitas a vio-Inicias desde 27 de Fevereiro, e que,cm Julho, mais dc 25.000 estavam noscampos de concentração. Diferente dcalgumas das atrocidades originais, oscampos de concentração são instru-mentos permanentes de crueldade, on-

da a oportunidade para sadismo fisicoe mental continuará provavelmentetanto quanto durar o regime nazista.Um escritor modrno, que provável-mente não se apoia no marxismo, con-clüe. nr> Times uma longa descrição dc

un. campo de concentração Nazi, com

a seguinte nota: — O visitante dei-xa o campo com um sentimento dc

repulsa. Sente-se culpado de qualquercoisa que se aproxima da indecência,

por se ter permitido testemunhar tra-

tamento tão desbumano, imposto porhomens cruéis sobre o seu própriosangue, c carne." O Comitê possúetambém informações definidas dc

quinhentos assassinios efetuados pe-los Nazis desde 2 dc Março; nada me-

nos de quarenta e três judeus foram

assassinados, pelo sinvpUs fato dc se-

rem judeus. O livro é além disso ilus-

tra do com fotografias de Hitler, Goc-

ring e Goebbels ocupados em falar ao

publico, e por fotografias de um; car-

tãp registrado de um asilo de Langro,

(Suécia) que recorda a admissão de

Goering, em 1025, c dc certificado de

um medico de Stockolmo de que "O

capitão Goering é um morfinómano"c que por conseguinte a sua casa é"imprópria" para seu filho. Ha tam-bem uma narração detalhada da cam-

paniia contra a cultura c da persegui-ção a todos os artistas e cientistas"anti-germnnieos". Recorda-se que as

obras do Professor Einstein foram

queimadas—cm—i)ublico-=^para—nãomencionar as de André Gide, Proust,

Zola, Emil Ludwig, Thomas Mann e

inúmeros outros. A confirmação por

provas inteiramente dignas de con-

fiança das pcores suspeitas a respei-

to d0 incêndio do Rcichstag e do ter-

ror hitleriano, provavelmente produ-•/.irá um choque de repulsão e horror

através do inundo civilizado. E levam

tara também a questão de saber si o

direito dc igualdade de Estado entre

as nações, pode ser reclamado por um

Governo quc, sem olhar os cânones or-

dinarios de justiça e humanidade, vin-

íça-se nos seus próprios compatriotas,

(Do "Economjst", de 2 de Setcm-bro).

"0 Homem livre" não podesuspender a sua publicação

Há poucas semanas fizemos umapelo aos nossos amigos» no qua! pro-curámos mostrar que o "O HomemLivre", único jornal antifascista quecircula atualmente em territôro bra~sileiro não poderia continuar a viversem o AUXILIO DIRETO dos anti-fascistas, uma vez que a sua exis-teneia é garantida unicamente pelaboa vontade e pelos esforços de um

grupo de elementos que se cornpene-traram da importância desta luta pa-ra os nossos destinos políticos.

Vários amigos de "O Homem Li«vre" responderam ao apelo, reafir-

mando a sua devoção á causa.No entanto, o que se fez, ainda es- j

tá longe do que se deveria e poderiater feito.

Não o afirmamos para censurar os

nossos amigos, mas para despertar-lhes a atividade que cada um é ca

paz de desenvolver-ímjavor da cam

panha contra o obscurantismo fa.-.*

cista.A luta em que estamos empenha-

dos é dificil e requer de nós todas

as energias de que dispomos. E' pre*ciso dizê-Io claramente: os inimigos

que devemos enfrentar são podero-sos, pois dispõem do controle de to*

dos os meios aptos a nos esmagare, além disso, contam com aliados

igualmente fortes.

Nessas condições, os antifascistasdevem compreender que o seu apoio

deve ser decidido, enérgico e, sobre

tudo, CONSTANTE.A circulação de "O Homem Livre"

representa entre nós uma arma po-derosa contra o integralismo mas,

para que essa arma se fortifique, tor-

nando-se mais eficiente, precisamosde auxilio. Para isso, temos em nos-

sa redação, cartões de subscrição

cujo resultado será utilizado para ga-rantir a vida do jornal, melhora lo,

aumentar a sua tiragem. Como um

trando que si os gra-údos da co-lonia mussoliuesca aplaudem aopintor cortezão, os verdadeirositalianos, aqueles que trabalham,estão conosco.

dos meios para alargar a sua divu!gação» sugerimos aos nossos amigosa constituição de NÚCLEOS PRO'-"O HOMEM-LIVRE". Esses nu-cleos poderão ser formados de quan--tos antifascistas estejam dispostos alutar, sem distinção de tendências

partidárias ou simplesmente, ideoló-

gicas. As suas finalidades serão: La)angariar fundos para as despesas da

publicação; 2.a) desenvolver a suadivulgação; 3.a) centralizar a colabo*.ração.

Todos os verdadeiros antifascistasterão, assim, a possibilidade de de-senvolver um trabalho pratico contrao fascismo. E é só trabalhando quese pode vencê-lo. Enquanto a inér.cia for a carateristica dos antifascis-tas, o fascismo continuará a desen-volver-se e aqueles que forem, de-

pois, ,por êle esmagados, não terãosiquer o direito de lastimar a sua derrota, pois terão contribuído, com asua abstenção, para a vitória do ini-migo.

Antifascistas do Brasil! Sentido!

Subscrição de solidariedadeao "O Homem Livre"

Cera Ida Ferraz criticou, hádias, pelas colunas do «Diário daNoite,)) nm quadro, do pintor Ilu.go Adami, caraierizando o seu-autor como propagou dist a dofascismo. Fm «resposta)), umgrupo de fascistas abriu uma su.bserição por interemedio do«Wanfullmii; para oferecer o qua-dro ao Oircolo Italiãlio. Revidan-do essa atitude, um grupo de tra"balhadores da Moóca nos reme.teu uma contra-subscrição de so-liduriedudc ao nosso jornal.

A significação do gesto dosoperários italianos vae além daim poiíta n cia reco lliida, dem o ns-

Sottoscrizione di solidarietá conGeraldo Ferraz, critico d'arte dei"Diário da Noite" e direttore di "O

Homem Livre", ingiuriato dal "Fan-

fulla" per aver criticato un quadrode Hugo Adami intitolato "Viva ilDuce".

(La somma raccolta saradestinata al giornale antifas-cista "O Homem Livre").

A Ido Messina 2$000Hugo Ramacciotti 3$000F. Bini 2Ç000S. Silvio 2$000F. Retefori .. .. 2$00i)I. Adello .. .*. 1$000F. Rosetta .. 2$000Luigi Santarelli 1$000Nino Olivieri 3$000Tomasi 1$000Giorgio Camiato 2$000F. Berremo 2$0A0Ugo Vittori 2$000ítalo Carbonelli . .. 1$000A. Donati l$50flB. Vittori ISOODTuristano 1$000

Aplaudindo ao protesto dos..companheiros italianos:

Mário Pedrosa .. ..Ivone QaldoMário XavierE. AtranoB. BarretoM. RuasCaüxto GarciaLivioChico José Morais AndradePaulo MeirellesBarros FerreiraVicente FuscoPlínio Rolim de MouraN.

Total

295500

1$0001$0002$000ISOOO1$0002$0002SO0O2X0002S00O1$0002$Ô002$0002$0002$0002$0«0

57$500

O dever das organizações operárias

Drs. Bruno Barbosae Silveira Melo

advogado.*-

Rua Sâo Bento, 58 — 2.» «nd«vTel. 2-3780 .

(1) O "Livr0 Pardo do Terror Hi-

tlc-riano e do Incêndio do Reich^tag",

compilado piplo Comitê Internacional

sob a presidência do Alberto EinB-

tein — Gollancz.

"WS

_J

•Mg

O fascismo é, antes de tudo, a dc-

fesa da burguesia contra o proleta-riacio. Si bem que, por força das cir-

cunstáncias, as próprias organizaçõesburguesas devam sofrer as conse

quências da diciplina severa t]iie o

fascismo .significa para a classe ca-

pitulista em seu conjunto, as primei-nus vítimas são, necessariamente as

organizações operárias. K' o prOleta-riacio que a burguesia teme mais do

"que tudo. I^rraiioando-llTê^ijdos u.,s

meios de combate, destruindo-lhe os

sindicatos e csmagando-lhe os par-tidos, a burguesia tem a possibilida-de de estabelecer ainda, por um pra-zo relativamente longo, um certo

equilíbrio de sua podridão econômica

e política. A Itália é a ilustração

mais expressiva desse equilíbrio. A

Alemanha segue-lhe o exemplo. E

todo o mundo capitalista se prepara,hoje, para fazer o mesmo.

Até no Brasil, onde não existe um

proletariado suficientemente org.uii-

zado para ameaçar, mesmo dc longe,

o poder da classe dominante, o fas

cismo principia a desenvolver-se. O

caráter mundial da economia capita-

lista determinou, a uma crise mais

profunda, a necessidade de uma poli-Lica mundial correspondente: o fas-

cismo universaliza-se. Os aventurei-

ros sem eira nem beira não poderiamencontrar melhor ocasião para um

ensaio. Os Plínio Salgado, os Gus-

tavo Barroso, os J. Fabrino, os Mi-

guel Reale e todos esses detritos quese amontoam na periferia da socie.dade contemporânea, não têm outromeio de subir sinão o de se transfor-rnarem em mercenários e lacaios. Is-

so está na lógica das coisas. A lite.ratura nunca foi um negócio muitorendoso nem muito seguro. Era pre-ciso aliá-la a algo de mais concreto,

quo faUisse mais de perto ao esto-

mago e á bolsa. Ora, si os operáriossão mal pagos, c precisamente paraque a burguesia remunere melhor osseus valetes. Com os seus botões,Plínio Salgado há de dizer que a ar-te de lamber as botas, si não é mui-to difícil nem requer aprendizagem,é entretanto bastante incômodo: po.de ferir a lingua num prego mal co-locado.

Os fascistas brasileiros têm bons

uliadoíV-No-govêrno,- como-no-excr---cito. existe gente disposta a não me-

dir sacrifícios para garantir a prós-

peridade do bando. E' explicável: —

quando o fim é o mesmo, porque não

se fazer uma aliança quanto aos-

meios para atingi-lo? Não vemos

porque um ladrão não possa combi-

nar com outro as medidas praticas

para o assalto. Quando a empresa é

muito arriscada, não só salteadores

mas até grupos dc salteadores po-dem unir-se. Ora, existem muitos,

tudo depende da<s conversações pre-liminares. E é o que sc está fazendo,

não é verdade?Plinío Salgado não joga no bicho,

nem compra bilhetes, nem tem di-

nhelro na Caixa Econômica. Conía.i-

do, porem, com bons amigos, resol-

veu fazer uma viagem. Esteve no

norte, percorreu todos os Estados.

Deitou falação, organizou grupos,deu instruções, conversou com sacer-

dotes e oficiais. Todos de pleno acôr-

do. O caixeiro-viajánte soube vender

a mercadoria da casa. Para que jo-

gar, si os patrões pagam bem?

Amanhã, toda essa gente estará

no poder. O Brasil será um grande

trust de banditismo. A Religião, a

Família e a Propriedade formarão o

lema da nova bandeira. E, .por baixo

da podridão imperante, toda a gran-

de massa do povo.

As organizações operárias, já o

i dissemos, serão as primeiras vítimas.Só haverá um partido — o fascista;um poder — o fascista; uma impren-sa — a fascista. Em nome da Reli-

gião e da Propriedade, a Fámiliáburguesa continuará a matar de fo-me, sem riscos imediatos, milhões defamílias proletárias.

Os acontecimentos não esperam eii sua marcha nunca foi tão aceleradacomo- na atualidade. Si. _qs_ operáriosnão reagem, si não organizam osseus grupos de combate desde já,amanhã será tarde demais.

O proletariado do Brasil está divi-dido pela luta de tendências. Seriautópico pretender que as divergemcias desaparecessem por um simples

acordo entre os vários agrupamentos

e partidos. Por um lado, essa luta •?

mesmo salutar, porque ensinará a

encontrar o caminho justo. Mas não

é, de modo algum, motivo para quese deixe dc fazer, momentaneamente,íi frente única contra o inimigo co-

mum. Que os operários concientes se

rebelem contra os seus líderes que

não querem lutar!A Frente Única Antifascista foi

feita. E' muito pouco. Não basta

aderir formalmente ao antifaseismo.

As organizações aderentes precisam

ter atividade e uma atividade em co.

mum, sobre uma única frente de ba-

talha. Não existe lugar para os fra-

cos e os covardes. Os operários pre-

cisam lutar, si não quizerem morre;.

R. PIRAJA'

CASAMILIONALFAIATARIA E

ROUPAS FlilTAS

Rna Sta. Ephigeriia, 12» a

Page 4: Os crimes nojentos do fascismo Reichstag'* A ......Mas os nazistas, que souheram tão bem arranjar o servicinbo do incên-dió, para terrorizar 0 eleitorado con-servador e pequeno-burguês,

O HOMEM LIVRE 9-10-1933

O PLANO DE NACIONALIZAÇÃO BANCARIADO PARTIDO TRABALHISTA INGLÊS

Uma das ultimas publicações do

partido, preparatórias da Conferência

que se realizará cm Hastiugs durante

a primeira semana de Outubro, trata

do "Socialismo da condição do povo"e inclue o projeto de fusão Big Five,

como são geralmente denominados os

maiores bancos du Inglaterra, isto é,

o Midland, o Lloyds, o Barolays, o

Westminstcr e o National Provirei"..

O plano é baseado no caráter do mo-

nopólio virtual que tim <Mes bancos

dos depósitos bancários n0 pais c se

realizaria pela fusão dos Big Fiv,

conseqüente á aquisição pelo governo

das suas ações. Assim, o governo t-ría

o direito de nomear os diretores, e

concentraria numa pequena c poucodispendiosa direção o trabalho exigido,

atribuindo ainda parte das verbas as-

sim economizadas á criação de um

departamento de estatística e pesqui-su realmente eficaz.

O governo indicaria as linhas ge-

rais .Ia politica bancária e faria com

que a Corporação bancária resultante

da fusão dos Big Five cooperasse eom

o Banco da Inglaterra lambem sociali-

zado, e com o futuro National Invest-

ment Board, em vista do "plano de

desenvolvimento nacional".As ações que representam somente

5o|o do capital dos eijico bancos, sen-

do o restante fornecido pelos deposi-

tantes, seriam adquiridas "por preço

justo e equitativo". As auloridades pu-blicas nacionais ou locais, teriam o di-

reito de opção na compra das proprie-dades dispensáveis -. que seriam ada-

ptadas á serventia publica.A direção da Corporação Bancária;

conquanto sujeita á obrigarão de coo-

perar com as instituições encarregadasde pôr em prática, a politica fináncci-

ra do governo, teria poderes, quasi

Cartões de visita emrelevo

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Soldadose Bestas

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Tel. 4-6066

Em discurso recente, p deputado hi-

tlerista Hinckel, o que vale dizer uma

das bocas de Hitler, pois ninguém, na

Alemanha pensa mais nem fala mais

senão pela cachola e pela boca de Hi-

tler, declarou que "um soldado das

secções de. assalto serve melhor á cau-

sa alemã que cem be-stas intelectuais."

Í5squeccu=lhe acrescentar: ... hitle-

ristas. S»iH---ttQríLtie_os intelectuais quese não conformaram com o nazismo «-

não andam aos pés do ex-pintor de

paredes austríaco, estão no seu verda-deiro papel e não podem ser incluídosna cliVisificação do tWçalissimo depu-tado Ititlerista. Quanto aos que, amou-cados, estão de rojo deante do nazis-mo, só merece palmas o. bruíamontesem assim classifical-os.

Em que categoria de bestas seráclassificado o sr. Gustavo Barroso, to-do cheio de peuduricalhos, se o "chefe

nacional", ua sua qualidade de super=besta, fizer a classificação dos creti-nos que n acompanham agora nas suasexcursões ás "províncias"?

E a propósito: porque será que a po-licia veda qualquer atividade comu-ni8ía, a ponto do baixar "canoas" nascelulaa e permite a propaganda do"ducicolo" paulista, cujo intuito étambém a destruição do Estado demo-cratico? Será porque náo o leva a se-rio, como ele o merece?

Na ribaltado escândalo

«Um partido que, se transformaem Casa de Orates»

«O «mitegralisnío» nunca foilevado a sério. Nesta capital oracasso da nova «doutrina»,

i.i;jor. -pgiadpiO-S fuiulameutaisse assentam em «marchas», foicompleto. Mo chegou a ser rui-doso, porque ninguém dele to-mou conhecimento. Entretanto,os aventureiros qne organizaramo «integralismo» julgaram que oNorte poderia ser um vasto cam-po para suas operações. E, umbelo dia, IA se foi o chefe dashostes em excursão pelos Esta-dos do Septentriâo. Novo fracas-s.o. No Ceará, por exemplo, aconferência do «chefe» acaboudebaixo de formidável vaia. EmPernambuco, a mesma coisa. Portoda parte, o integralismo eraapupado. O Norte, pelas suas ne*cessidades etnológicas, pelosseus fenômenos biológicos, pe-las suas aspirações coletivas, pa-recia-ihe fadado a aceitar asidéias «salvadoras» do integra-lismo. Felizmente, os nortistastiveram juizo e compreenderam

Queremos conhecer o "Ime"O órgão hitlerista de Munich, «Voelbischer Beobdchter», num

numero anterior de poucos dias ao Congresso de Nureniberg, pu-"blicou a seguinte nota que traduzimos da revista parisiense«Ln» (N. 35) :

«Lista dos representantes dos paises que comparecerão, naqualidade de hóspedes de honra, no Congresso nacional-socialistade Nureniberg:

{(Estônia, Dinamarca, Bolivia, Egito, Portugal, Haiti, S. Do-mingos, Peru, Bulgária, Lituânia, China, Pérsia, Argentina, No-mega, Rumania, Letônia, Suissa, México, Sião, Hungria, Crécia,Estado Livre da Irlanda, Finlândia, Guatemala, Turquia, Itália,Afganistão, Cuba, Nicarágua, Brasil».

O que á primeira vista resalta aos olhos do leitor, é a presen-ça ao congresso nazista de paises que, na quasi totalidade, figirram entre os mais atrazados do mundo. Por uma curiosa fatali-lidade, o Brasil foi posto mesmo na rabeira.AE', sem duvida,, umaatenção especial dos arianos puros da Alemanha para com um po.vo ((africano».

Agora, é pena que o jornal nazista tenha ocultado os nomesdos que representaram os paises acima nesse certamede~bmi,diidos-W pena, também, que fique o cavalheiro que, «sem mandato deniguém» teve a cara-dura de falar «em nome do Brasil» peranteos bandoleiros reunidos em Nureniberg. Por isso, destas colunas

pedimos ao «home» que deixe dc lado a modéstia Pire a mascara

para nos permitir de ver-lhe o focinho de suino.

discricionários quando se tratasse de

npplieações particulares de crédito, es-

pecialinente no cas0 tle créditos para

particulares e firmas.O Parlamento conservaria o direito

de discutir c criticar as linhas geraisda politica bancária exposta pelo mi-

nistro responsável. Para evitar o pe-rigo da perda cie posição liquida, da

corporação no fornecimento de credi-

tos para a industrio, será criada uma

nova instituição de crédito, conforme

as recomendações da comissão Macni-

llan, mas como propriedade publica e

controle do governo, para conceder

créditos ás industrias e á agricultura.Essa instituição assumirá, sob uma

avaliação razoável, os créditos bloquca-

dos deixados pelas antigas organiza-

jõts. Os outros bancos e casas banca-

rias serão fundidos também ou no

Banco da Inglaterra ou na Corporação

Bancária. A cidade de Loíidres e o

mundo financeiro em geral, afirma o

relatório em questão, carecem de uma

reorganização drástica em beneficio da

industria produtiva. *ws**çg

(pie o Brasil não pode ser arras-tado a uma aventura ridicula,que só poderá causar prejuízosá sua reconstrução moral e eco-nômica. Desde então, o «integra-lismo» não apareceu mais nocartaz da publicidade. Os seuscorifeus, aliás, em numero redu-zido. se recolheram á sombra dosilêncio.

Agora, porém, voltou êle á ri-balta do escândalo. Numa, reu-nião que se realisou. num cine-ma de S. Gonçalo, os «integra-listas» promoveram um «rolo»alucinante, que forçou a inter-venção da policia, para acalmaros ânimos exaltados dos «refor*hmd(rre^rr---0-barulho^,aliás foi

provocado pelo dissidio entre os

próprios membros do partido.Questões de familia, onde todosmandam e ninguém se entende.Foi isso a assembléia dos «inte-

gralistas. «Casa de Orates». Osseus oradores divergiram funda-mentalmente na defesa das

idéias. Quer dizer que o «inte-

gralismo» não tem priucipios.Cada um pensa como quer e,

daí, o conflito qne a policia teve

de acalmar. Ora, não sabemos

como os pândegos do «integra-

lismo» pensarão em engrossaras suas fileiras, se, dentro delas,tão novas e tão débeis, já reina

a indisciplina e a desordem. A

disciplina é a base fundamentalde todas as organizações. Quan-do os seus membros se entregamâs brigas, esquecendo as suasresponsabilidades, vae tudo porágua abaixo... E foi o que acon-

teceu com a familia «integralis-ta».•.

(Do Diário Carioca, de 15-8-933).

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"Os arreganhos dofascismo no Brasil

A seguir, transcrevemos a conclusão do artigo publicado pelo«Diário da. Tarde», de São Luis do Maranhão, cuja primeira partefoi por nós reproduzida em nosso ultimo numero'.

«Omne ignotum, pro magnífico»...Tácito, ao proferir essa sentença, por certo tarabeizam que

no Brasil, um dia, surgiria um partido integralista, com umasidéias c modos misteriosos, cheio de in sinceridade, e nos quiz pou-par, decerto, ao trabalho de ereá-la

E essa sentença ia ser necessária, porque só parece que o pti-nianismo visa, apenas, isto: estabelecer a confusão uo espirito dopovo, tornando as suas idéias o mais desconhecidas possivel, pamserem tidas por magníficas c para que, assim, n povo oáiw, commais facilidade, nu cilada.

Foi, pelo menos, o único juizo que pudemos formular, leitão o«Manual, do Integralista», um dos «mosaicos de de sho nest >4u deisintelectuais», pois, após botarmos á vista acervos dc palavrasdesconexas, sentenças que eram contraditas, mais adiante, por m-trás, nunca nos permitiu chegar a uma conclusão lógica do queali se queria dizer, donde se evidencia a má fé, os propósito.* mis-tifieadores dos «camisas verdes».

Haja vista o «homem integral».. . O que é esse homem? Nin-

guém sabe... Para o explicar, os homens que têm por emblema o«sigma» grego não foram nada «integrais»!...

O próprio «Estado .Integralista», esse conúbio dc um absoútírtismo revoltante sêlirepondo-sc a todas as conciências, com o eóV-dido e hipócrita clcricalismo, estava disfarçado eom tal «engenhoe arte», que impossível seria á massa trabalhadora, d massa popu-lar, deixada, muito a propósito, pela burguesia, ua ignorância., tra~zc-lo á luz do raciocínio.

Mas, esse pequeno estudo permite-nos subentender que no re-

gime integralista continuará a exploração do homem pelo homvm,

porque será mantido o privilégio de classes.Numa antevisão, contemplemos o Brasil integralista. Lem-

bremo-nos de Prometeu. Façamos uma paródia. F poderemos dt-zer: o Proletariado, um dia, ereou e deu vida ao ideal de liberta.cão do jugo burguês. O fascismo, para lhe castigar a audécia,amarrou-o, passivo, no alto da cúpula da igreja romana, onde oabutre capitalista lhe vai roubando a força de trabalho, coníimui-mente, á proporção que' vai renacendo!...

Esse estudo permite-nos antever o homem brasileiro, incon-ciente da sua personalidade, indistinto, vacilando entre o indivi-dualismo, o coletivismo, o liberalismo e a escravidão, sem forçade agir, de pensar, de querer, de aspirar alguma cousa, sob o posoeverestiauo dessa tirania absolutisla.clerical, eom a concerniaesmagada, acachapada debaixo do jugo odioso do escrávoemia«Estado Integralista».

Permite-nos antever o Brasil como «a Itália depois de trezeanos de didatura integral», ondTAãTs~-]jTisõcs e *s ilhas-ruinrg}-. _.tam com u'm numero cada vez maior de homens e mulheres que,representantes de classes sociais não tiveram as suas aspiraçõessatisfeitas; e, paralelamente, um numero crescente de desocupa-dos que, segundo as próprias estaiisticas oficais, longe do ewpri.mirem a verdade, são em numero superior a um milhão» («O Ho-mem Livre», de São Paulo)

Permite-nos antever o Brasil, como a Alemanha, onde duasclasses supremas, o nazismo e o clericulismo, imperam, esmaga*-do as outras, matando operários a machado nos prèsuUos nn-tu-lhados, onde «o antisemitismo, essa paixão indigna de um paizcivilizado», segundo Lato, pratica selvagerias horripilantes e on-de (ho! barbaridade trogloditica!) logo de entrada foi incineradaa inteligência condensada em dez mil livros!... ^

Eis o que nos espera no regime, fascista-pliniano!...Essa doutrina, pois, nem pode ser chamada de Ideal pois o

Ideal é um avanço do pensamento ao encontro de algo que a forçada evolução, fará, mais tarde, ser realidade, c o integralismo re-

trograãa para ir buscar um Estado caduco, uma organização so-

ciai fossilizada, fmtaziada com umas tinturas de inovação, miaovemo bárbaro, que se ainda vive na Itália e na Alemanha ¦ em

virtude do fanatismo desses povos pelos tabus clericaleseos e rm-

litaristas. . . .E o fanatismo, segundo Ingemieros, «e uma conspiração de

hostes, para sufocar a verdade alheia». .Não' é digno, pois, dc quem tem caráter, de quem tem brio, de

quem tem dignidade, de quem se ufana de raciocinar. W proprwdos medíocres!...

¦* * * *

Como vem os srs. integralistas, seguimos á risca o conselho

dado no distico do seu Manifesto de Outubro de 1.932, de meditar,

mos sobre essas idéias sob promessa de que elas nos levariam a*

inscrevermo-nos no núcleo mais próximo da. Ação Integraima

Brasileira...Fizemo-lo.Meditamos. , „• „li essa meditação nos levou a 9»W.f>*MW^ f'

*

IDÉIAS DO PARTIDO INTECRAIJHTA W^M^MMTUITO ÚNICO DE MISTIFWAR E TRAIR A MASSA lh,A-

BALHADORA!VÍTOR BUCO BELLARI).

Todos os anti-f ascistas que não quizerem tornar-se

cúmplices da vitória do fascismo, têm o dever de lutar

pratica e constantemente contra as suas investidas.

ii

Composto e Impresso na Typographia PAULISTA — _J. Bignardi & Cia. — Rua Jandaia, 10 e 12 — £. Paulo