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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2014
Título: O discurso historiográfico e a identidade social : Ruy Christovam Wachowicz
e a História do Paraná
Autor: Marinês Chioquetta Ledur
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação:
Colégio Estadual Tancredo Neves-EFM
Município da escola: São João
Núcleo Regional de Educação:
Pato Branco
Professor Orientador:
Liliane Da Costa Freitag
Instituição de Ensino Superior:
Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO – Guarapuava
Relação Interdisciplinar:
Arte e Geografia
Resumo:
Considerando a importância de uma proposta pedagógica, que fomente o estudo e a pesquisa, acerca da participação do aluno na construção do conhecimento, o presente projeto foi elaborado, como uma possibilidade de trabalho utilizando a temática: O discurso historiográfico e a identidade social : Ruy Christovam Wachowicz e a História do Paraná. Neste sentido, uma das finalidades deste trabalho é a real compreensão da História, percebendo como a História é escrita através das histórias e interpretações que resistiram ao tempo. Serão desenvolvidas pesquisas, com a finalidade de desconstruir mitos impostos pela historiografia tradicional, buscando lançar olhares, para além, dos livros didáticos e das versões historiográficas oficiais. Assim, as atividades de aprendizagem serão trabalhadas de modo a não se resumir a reproduzir conhecimentos, e sim, construir o conhecimento da História do Paraná, através, de uma relação entre: professor , aluno, objeto e realidade, buscando um caminho que leve o aluno a analisar e sintetizar as versões historiográficas da História do Paraná, de modo que ele chegue a um conhecimento mais
elaborado, não fragmentado, e baseado apenas no senso comum. Com isso, espera-se, oferecer ao aluno, a possibilidade de compreender a ocupação do Paraná, através da historiografia, levando-os a sentir-se participantes da história a partir da construção individual e coletiva da sociedade.
Palavras-chave: Historiografia, Identidade, História do Paraná.
Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público Alvo: A Unidade Didática será desenvolvida com alunos do 9º Ano da rede Estadual de Ensino.
Esta Unidade Didática é parte do Programa de Desenvolvimento Educacional
do Paraná –PDE, será aplicado em uma turma do 9º ano do ensino fundamental e
se fundamenta nas pesquisas historiográficas. Oferece subsídios ao trabalho
pedagógico do professor de História da rede pública, possibilitando assim,
experiências através de textos, pesquisas, debates, mapas conceituais, explanação,
vídeos, sobre a História do Paraná, tendo como embasamento a obra de Ruy
Christovam Wachowicz.
Nesta perspectiva, a renovação historiográfica promoveu uma profunda
alteração nos valores atribuídos às fontes históricas, ampliando o seu tipo e uso em
sala de aula. Antes centralizadas nos documentos escritos, predominantemente
oficiais, acabava por enaltecer, como sujeitos da história, apenas os “grandes
homens”, restando excluídas grandes parcelas da sociedade. Tal quadro vem sendo
alterado radicalmente há algumas décadas, graças às contribuições de autores da
nova esquerda inglesa, da micro-história e da nova história cultural.
Nesse sentido, não basta ter acesso aos mais diferentes documentos como
imagens, filmes, músicas, mapas, registros, entre outros, é necessário que
busquemos suporte teórico-metodológico para problematizar essas fontes e para
levar à construção do conhecimento sobre o processo histórico. Conforme expressa
nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.
Ao trabalhar com vestígios na aula de História, é indispensável ir além dos documentos escritos, trabalhando com os iconográficos, os registros orais, os testemunhos de história local, além de documentos contemporâneos, como: fotografia, cinema, quadrinhos, literatura, e informática. Outro fator a ser observado é a identificação das especificidades do uso desses documentos, bem como entender a sua utilização para superar as meras ilustrações das aulas de História. (DCEs, 2008, p. 69).
A história desde o seu surgimento como ciência, no final do século XIX,
deixou de ser uma possibilidade de verdade única. A história é produzida conforme o
tempo em que foi escrita e nesse caso, poderíamos dizer que a escrita da história se
articula de forma diferente e produz suas verdades no tempo histórico e, portanto,
não é algo que acontece independente da vontade do historiador, ela é uma
experiência científica.
Contudo, os avanços das técnicas de crítica externa e interna vivenciados
desde o século XVII até o fim do XIX proporcionaram uma renovação historiográfica,
a qual concorreu para a edificação da história como uma ciência autônoma. De lá
para cá, houve muitas mudanças na concepção sobre a história e
consequentemente na relação entre os historiadores e os documentos a fim de
atingir uma verdade histórica.
Cabe ressaltar que a história é uma prática científica marcada pelas
problemáticas criadas pelos historiadores ao observarem os vestígios e registros
deixados pelos homens através dos tempos.
Nesse sentido, se faz necessário a análise dos conteúdos curriculares de
história do Paraná, identificando como o discurso que cerca um conteúdo de história
do Paraná pode, construir uma verdade sobre o Paraná. Esta que sem a análise
historiográfica de referenciais teóricos poderá cair em generalizações e
anacronismos.
Assim, a proposta é problematizar em que medida a escrita da história do
Paraná defendida pelo historiador Ruy Christovam Wachowicz corrobora para a
criação de certa identidade social para aquele estado.
Para tanto, esta obra consistirá na fonte de análise para a compreensão da
identidade social propalada pelo texto do autor. Tal qual, foi eleita como a fonte de
nossa pesquisa. Como tantas fontes é o produto de uma escola e também um
indício. É um documento: resultado do sujeito e do seu lugar na sociedade. Ele
informa e também situa a visão de mundo do seu autor no momento da produção.
No entanto, o conhecimento que possuímos sobre um determinado período é
sempre incompleto. As novas correntes historiográficas têm diversificado o uso das
fontes, mas por si só não informam. Além das escritas selecionadas para discutir o
tema, precisamos nos apoiar em outros documentos, outras fontes, que nos
permitam compreender o significado da historiografia.
As escritas não representam uma prova do real, mas um indício, fragmento
que potencializa questionamentos e pode nos dar uma série de possíveis respostas,
desde que munidos de um conhecimento do contexto em que foi produzido. Para
tanto, a Unidade Didática propõe o diálogo entre as fontes, o conhecimento da
cultura, da ideologia, que, por fim fornecem informações que possibilitam a escrita
histórica.
Ao recorrer à pesquisa como uma das metodologias para desenvolver a
unidade temática, a condição de aprendizagem e formação da consciência histórica.
Cabe ao professor ajudar nesse processo lento e gradativo, pois cada aluno aprende
a seu modo e tempo. A pesquisa escolar é portanto, de extrema importância, uma
vez que soma o saber escolar, o saber do aluno, suas vivências familiares e sociais.
Além disso, a pesquisa é um dos caminhos para a formação de alunos autônomos e
ativos no processo educativo.
É diante deste contexto educativo que se insere a unidade didática, ou seja, é
perceptível como a historiografia constrói verdades. A identidade social é uma delas.
Propomos então, esta Unidade Didática que tem o desafio de levar nossos alunos a
perceber verdades criadas pela escrita da história do Paraná, elaborada pelo
pesquisador Ruy Wachowicz, na obra História do Paraná, cuja 1ª Edição data 1966.
Essa mesma obra foi republicada no ano de 2011 pela Editora Farol do Saber, na
qual foram acrescidos 3 capítulos.
A unidade percorre, ao longo de 39 aulas, o tema identidade paranaense,
iniciando pelo universo dos conceitos que constitui o campo da história. A Unidade
quer desconstruir verdades que cercam o discurso histórico sobre o Paraná que
chegam até nós. Entretanto, para levar a diante esse intento, primeiramente
necessitamos conhecer que discurso é esse que estamos nos referindo.
As primeiras aulas servirão de suporte teórico, seguido da explanação dos
conteúdos da história que serão tratados de forma mais aprofundada no decorrer
das aulas, momento que a Unidade agrega conteúdos informativos a critica
historiográfica.
Para iniciar o curso que almejamos queremos (re) destacar que a escrita de
Paraná inserida no conjunto de obras sobre a propalada história paranaense, é
muitas vezes interpretada como uma realidade a priori e não como uma idéia, fruto
da gênese da moderna disciplina de história.
As informações apresentadas no decorrer da primeira etapa da disciplina
sintetizam aquelas formações produzidas pela historiografia paranaense, a qual
surge de um projeto de nação que se edifica pelo conjunto plural de narrativas
estéticas de Brasil.
Enfim, nesta unidade, pretende-se desconstruir a concepção de que a
história é o estudo do passado para compreender as origens das questões do
presente, possibilitando assim o verdadeiro entendimento de que a escrita da
história cria verdades é dentre as ações dessa Unidade Didática seu carro-chefe.
O DISCURSO HISTORIOGRÁFICO E A IDENTIDADE SOCIAL: RUY CHRISTOVAM WACHOWICZ E A HISTÓRIA DO PARANÁ
AULA 1:
FONTE:http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=2568&picture=construindo-pontes
AULAS 2 e 3:
Uma grande roda de conversa
Professor:
Lembre-se que a Unidade que apresentamos não é como uma “receita”
pronta, cabe a cada um acrescentar as “pitadas” de referenciais teóricos e
conceituais que darão “sabor” ao “prato” servido. Um bom profissional da história
deve ser um competente chef no preparo de sua iguaria. Um bom chef é aquele que
sabe por um lado, dispor dos materiais que tem a sua disposição para dar toque
refinado a seu prato, e por outro, é aquele sujeito que sabe ir a busca das
especiarias necessárias para sua criação. Um bom criador é aquele que aproveita o
conhecimento apreendido mas é sobretudo aquele sujeito que sabe que necessita ir
além de sua despensa para criar seus melhores sabores.
Essa Unidade Didática ao apresentar conteúdos e temas de forma
cronológica não estará simplesmente reaquecendo um alimento já cozido, ao
contrário, estará dispondo daquele mesmo alimento dando-lhe um novo sabor.
Metáfora também válida quando o assunto é a história. Sempre existirão novos
olhares para as velhas fontes. Existirão sempre novas interpretações para o já
interpretado. A inserção do tema terá um encaminhamento dialógico e a partir dele,
cada aluno escreverá o seu entendimento a acerca do que entende por história,
memória e documento. O objetivo dessas aulas iniciais é entender o ponto de vista
de cada aluno para :
1- percebermos se existem confusões entre história e memória,
2- percebermos se os alunos sabem a diferença entre historia de vida e história-
ciência ( ou história escrita por historiadores),
3- percebermos se os alunos compreendem que a memória faz parte das histórias
de vida, mas que por outro lado, a memória também pode ser transformada em
história através da escrita.
Após essa rodada de conversas, serão distribuídas folhas almaço para os
alunos para que escrevam sobre os assuntos ( eles poderão exemplificar com suas
histórias de vida quando estiverem falando de memória, poderão redigir com suas
palavras o que é história para eles, podendo também falar dos documentos e da
importância para a história.) Esse momento será fundamental para o
encaminhamento das demais aulas.
O importante nessa tarefa não é o número de páginas, mas o registro
individual.
Após essa fase o material será recolhido para análise e será um importante
suporte para a preparação das explicações das aulas.
Professor esse material conceitual retornará aos autores ao final da proposta
de intervenção para que possam realizar a crítica de seus conceitos (memória,
história, documento, historiografia, identidade.
Portanto: Para iniciarmos nossa unidade didática, devemos antes,
diagnosticar os conhecimentos dos alunos no que se refere aos conceitos que serão
explorados. Assim sendo, a sala será organizada em dois grupos, de maneira que
um grupo fique de frente para o outro e que cada um dos grupos deverá dialogar
entre seus componentes e chegar a uma concepção final sobre os conceitos
indicados e depois debater com o outro grupo:
- O que é História para vocês? (Deixar os alunos interagir no grupo, falar,
debater com o grupo contrário e ir registrando paralelamente as falas dos mesmos);
-O que é Historiografia para vocês?( Novamente deixar que os alunos falem
sobre seu entendimento em relação a isso)
- O que vocês entendem por Identidade?( Nesse quesito, lembrar aos alunos
que esse conceito não se refere ao documento que identifica os mesmos, mas
aquilo relacionado ao "ser" de cada um, o "eu", quem eu sou, o que me identifica
perante aos demais)
- O que é Documento para vocês? (Deixar que os mesmos falem o que
pensam ser esse termo na visão empírica dos mesmos para só depois fundamentar
cientificamente)
- Enfim, o que é Memória para vocês? (Deixar que cada um fale seu ponto de
vista apenas orientando o debate para depois intervir de maneira a esclarecer os
conceitos.
PROFESSOR: Para a próxima aula encontro solicite aos alunos que tragam documentos. Essa será a oportunidade para você conhecer o conceito de documento de
seus alunos ( é provável que apareçam certidões de nascimento, casamento, RGs, cópias de procurações, etc.... ) Aproveite para desconstruir essa idéia.
De igual forma, você professor, levará materiais para contribuir na apresentação. ( As fontes poderão contemplar vários assuntos, inclusive da história de sua vida, porém procure levar o livro História do Paraná de Ruy Wachowicz e diga os assuntos que ele trata, o ano da publicação, fale da formação do pesquisador, da sua produção como um todo em forma bem coloquial). Aproveite o momento para marcar a diferença entre as duas narrativas históricas: a sua e a do autor .
Vejamos que tratam-se de histórias, porém a primeira trata-se da uma memória e a segunda de uma escrita.
AULAS 4 e 5:
=> Na continuidade dos trabalhos, você poderá solicitar que os alunos que sentem-se no chão da sala ou em uma área externa da escola em forma de círculo. Se preferir poderá ficar na sala. Ou ainda: peça que os alunos distribuam as fontes sobre as carteiras. Permita que circulem para observar os materiais dos colegas. Explique o conceito de documento (ou fonte ), memória, acervo e escrita da História.
A idéia é apresentar conceitos de tal forma que os alunos não sintam o “peso de uma aula teórica”
Portanto:
Permita que falem sobre a história dessas fontes e seus significados.
Explique, a partir das falas a diferenças entre história de VIDA e história ciência.
RESULTADO: a sala dará início ao pôster denominado Documentos e História (s)
pois trata-se de uma exposição que irá destacar a relevância dos documentos quer
seja para as histórias de vida ou para a historiografia.
Uma cruzadinha conceitual, tal como tarefa é um bom exercício para os
alunos colocar a prova a memória da aula.:
Tarefa:
Cruzada
Horizontal 5. Sentimento de pertencimento, definição de si que muda e que
podemos negar com o tempo. Vertical 1. Uma prática de escrita científica que muda com o tempo. 2. Vestígios dos homens no tempo, não são somente papéis escritos. 3. Palavra com origem no antigo termo grego "historie", palavra que no
século XIX era entendida como sendo o estudo do passado. 4. Capacidade de trazer a tona eventos vividos ou que ouviu falar, que
são selecionados pelo narrador e que também é objeto da história. 5. Conjunto de particularidades particulares, que identificam uma pessoa
e – ou um grupo. Ex: sou torcedor do …, sou...
Professor : Lembre-se que nesse momento é dado o início dos trabalhos para a exposição final. E que vocês poderão levar várias semanas fazendo ajustes pois trata-se de uma construção conjunta. A estética será importante, porém a criatividade deverá FALAR. MAIS ALTO, portanto ouça seus alunos e valorize seu imaginário. Veja que você ainda não deu nenhum texto formal para eles, porém, já trabalharam bastante.
AULAS 6 e 7:
Professor:
Retome as conversas anteriores recolhendo o material (cruzadinha que será colocado na pasta de cada aluno.
Apresente em power point algumas citações que você extraiu dos textos produzidos pelos alunos durante a segunda e a terceira aula.
Divida os assuntos do material visual por conceitos.
Utilize aspas, crie um pseudônimo para o autor da idéia. Fale do que vem a ser uma citação direta, (destaque a data e o local da fala ao final da citação) Esse expediente já destaca a importância do uso das citações. Informar autor, local, data. É importante assegurar que haja anonimato.
O objetivo é ressaltar:
1- as confusões entre história e memória, 2- as confusões entre história de vida e história-ciência ( ou história escrita por historiadores), 3- a idéia equivocada de que os documentos trazem a verdade, 4- a idéia equivocada de que o historiador estuda o passado.
Depois das reflexões é hora de você destacar para os alunos os conceitos
que já discutiram utilizando para isso o quadro. Aproveite a participação para
ELABORAR A LISTA dos conceitos que nos interessam para dar suporte ao tema
IDENTIDADE PARANAENSE e migrações através de Ruy Wachowicz:
HISTÓRIA, MEMÓRIA, DOCUMENTO, IDENTIDADE E HISTORIOGRAFIA.
É o momento de distribuir a série de verbetes:
HISTÓRIA
HISTORIOGRAFIA
DOCUMENTO
MEMÓRIA
IDENTIDADE
CONCEITOS SEGUNDO O DICIONÁRIO DE CONCEITOS HISTÓRICOS
HISTÓRIA
Não há um único conceito de História. A definição desse conceito deve ser
entendida segundo as linhas gerais do debate em torno da natureza da História; ou
seja: os significados da História são diferentes conforme cada época.
Segundo Langlois e Seignobois, - historiadores franceses do século XIX,
conhecidos como representantes da história metódica, na obra Introdução aos
Estudos Históricos (escrita durante 1896-97); - a história é uma ciência que estuda o
passado. A característica dessa história é o fato de ser considerada uma ciência de
observação indireta dos fatos pois só pode ser atingido através dos documentos. A
história ciência proposta na França no fim do XIX visava a verdade através de
documentos escritos e oficiais. A busca pela verdade deveria ser um trabalho
criterioso de crítica interna e externa dos documentos buscando selecionar somente
aqueles fatos verdadeiros. Visava-se a verdade cujo documento escrito seria
depositário. A recusa dos modelos literários e metafísicos também são elementos
que eram levados em consideração no desejo de se constituir a história sob bases
científicas, positivas.
Segundo Leopold Von Ranke, conhecido como representante da história
científica alemã, - a história “baseava-se principalmente nos documentos
diplomáticos para fazer a história do Estado e de suas relações exteriores, pois
acreditava que as relações diplomáticas determinavam as iniciativas internas do
Estado” (REIS, 1996, p. 11). O trabalho do historiador para Ranke seria o de
“recuperar os eventos, suas interconexões e suas tendências através da
documentação e fazer-lhe a narrativa”, sendo que “a história se limitaria a
documentos escritos e oficiais de eventos políticos” (REIS, 1996, p. 12). Ranke
argumentava que os fatos a serem narrados pelo historiador “eram os eventos
políticos, administrativos, diplomáticos, religiosos, considerados o centro do
processo histórico, dos quais todas as outras atividades eram derivadas” (REIS,
1996, p. 14).
March Bloch na década de 1940 possui outra versão para o conceito de
história. A história para ele é a ciência dos homens no tempo. O historiador não deve
trabalhar somente com o passado mas também com eventos presentes. Os fatos
devem ser estudados através da ótica do presente. O historiador não resgata a
história mas recupera fragmentos das sociedades. Não existe uma verdade única. O
fato não é a história. O fato é uma criação dos historiadores segundo as
interpretações de cada um. O método da história consiste em ir do presente ao
passado e vice-versa. As origens não explicam as sociedades no tempo. Portanto a
história não é para ele a ciência dos fatos passados. Para a "História situa o homem
no tempo, dando referências as ações dos indivíduos". Bloch (2001) diz que a
própria ideia que o passado, enquanto objeto de ciência é absurda. Como sem uma
decantação prévia, poderíamos fazer, de fenômenos que não tem outra
característica comum a não ser não terem sido contemporâneos, matéria de um
conhecimento racional? Ora, o tempo verdadeiro é, por natureza, um continuum. É
também, segundo Bloch (2001, p. 55), constante mudança.
Enquanto ciência, a História deveria gerar compreensão, não se atendo a
enumerar datas e fatos, mas através da interdisciplinaridade, entender o homem em
sua relação com o tempo. Diante de tais ideias é licito dizer que dessa relação, a
história se constrói.
HISTORIOGRAFIA
Historiografia é o registro escrito da história. Podemos dizer que é a arte de
escrever e registrar os eventos do passado.
O termo historiografia também é utilizado para definir os estudos críticos
feitos sobre aquilo que foi escrito sobre a História. Um exemplo: se um historiador
faz um estudo crítico sobre o trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na
Grécia Antiga e escreveu sobre o período), então ele está produzindo um trabalho
de historiografia.
O termo historiografia é composto a partir dos termos “história” (que vem
do grego e significa pesquisa) e “grafia” (que também vem do grego e
significa escrita). Sendo assim, o próprio nome já contém o sentido mais claro da
expressão, isto é, “escrita de uma pesquisa” ou “pesquisa que precisa de uma forma
escrita, de uma narrativa”. De forma sucinta: uma escrita da história.
DOCUMENTO:
Do latim "documentum", um documento é uma carta, um diploma ou um
escrito que reproduz um acontecimento, uma situação ou uma circunstância.
Também se trata de um texto que apresenta dados susceptíveis de serem utilizados
para comprovar algo. Por exemplo: “Tenho um documento que prova o desvio de
verbas que o governador fez”, “Esta carta não constitui um documento que atesta a
sua inocência”.
Os documentos históricos são documentos registrados no passado que
ajudam a contar e a identificar a história de uma pessoa, de uma cidade, de um país.
Através de consultas e pesquisas podemos encontrar os mais variados
objetos e tipos de documentos. Eles podem ser divididos em escritos, iconográficos,
materiais, visuais, sonoros e orais. Vamos comentar sobre esses documentos.
Desde crianças, convivemos com muitos documentos que trazem informações sobre
nós. Essas informações estão em imagens e textos. Podemos entender por
documentos escritos as cartas, as certidões, textos de jornais e revistas. As
fotografias, ilustrações, desenhos, obras de arte, gravuras são documentos
históricos iconográficos.
As imagens também são importantes fontes de informação para conhecermos
não só a nossa história, mas a história de toda uma sociedade, um país, uma nação.
O documento traz indícios de acontecimentos.
Sonoros
Músicas e gravações são documentos que lembram em algum momento de
nossas vidas fatos importantes. Determinadas músicas que são perfeitos hinos de
expressão de liberdade, de democracia, que fizeram parte da história do país, ou,
simplesmente, lembram épocas importantes.
Orais
Fatos que alguém conta e que ajudam a identificar uma história são
considerados documentos históricos orais.
Visuais
Os filmes e desenhos animados vistos na televisão ou no cinema são
exemplos de documentos históricos visuais.
Materiais
As roupas, os brinquedos, os móveis, os cadernos, livros, automóveis e
construções são considerados documentos históricos materiais.
MEMÓRIA
A memória (do latim memória) é a faculdade psíquica através da qual se
consegue reter e (re)lembrar o passado. A palavra também permite referir-se à
lembrança/recordação que se tem de algo que já tenha ocorrido, e à exposição de
factos, dados ou motivos que dizem respeito a um determinado assunto. Segundo
Jacques Le Goff, a memória é a propriedade de conservar certas informações,
propriedade que se refere a um conjunto de funções psíquicas que permite ao
indivíduo atualizar impressões ou informações passadas, ou reinterpretadas como
passadas.
E enquanto a História representa fatos distantes, a memória age sobre o que
foi vivido. Nesse sentido, não seria possível trabalharmos a memória como
documento histórico. Essa posição hoje é muito contestada. Antonio Montenegro,
por exemplo, considera que apesar de haver uma distinção entre memória e
História, essas são inseparáveis, pois se a História é uma construção que resgata o
passado do ponto de vista social, é também um processo que encontra paralelos em
cada indivíduo por meio da memória. A memória recupera o que está submerso, seja
do indivíduo, seja do grupo, e a História trabalha com o que a sociedade trouxe a
público.
Os depoimentos orais são fontes da história. Esses depoimentos são
construídos pela memória, e esta reelabora a realidade vivida pela imaginação. A
memória é um dos objetos de estudo para a história.
IDENTIDADE
Identidade cultural não pode ser vista como sendo um conjunto de valores
fixos e imutáveis que definem o indivíduo e a coletividade a qual ele faz parte. é um
conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente
compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os
membros de uma sociedade. Identidade cultural é o conjunto das características de
um povo, oriundas da interação dos membros da sociedade e da forma de interagir
com o mundo. Identidade cultural são as tradições, a cultura, a religião, a música, a
culinária, o modo de vestir, de falar, entre outros, que representam os hábitos de
uma nação. Num primeiro momento a idéia subjacente se refere à imagem das
características individuais, muito comum para evidenciar as propriedades exclusivas
do ser , como fotografias, medidas corporais, físicas, estatura, cor de pele entre
outros. No entanto outros elementos são considerados pela estudiosa como
imprescindíveis na questão da construção da identidade como algo que relaciona o
passado, o presente e se projeta no futuro.(PPOENÇA, TENO, 2011, p. 134)
Identidade social
Identidade social é um elemento que facilita o reconhecimento de uma pessoa
no âmbito social, designando o seu posicionamento em uma sociedade. Pode ser
construída de forma individual ou coletiva.
Existem vários fatores que influenciam a identidade social, porque afetam as
suas interações em um sistema social, como por exemplo: a idade, gênero, classe
social, nacionalidade, etc.
É importante referir que a identidade social não está relacionada apenas com
indivíduos, mas também com grupos. A identidade social tem um componente de
inclusão e de exclusão, porque elementos de um mesmo grupo têm a esma
identidade social e ao mesmo tempo são diferentes socialmente de pessoas de
outros grupos.
CONSTRUIR PEQUENOS TEXTOS CHAMADOS DE VERBETES. PARA A
PRODUÇÃO DE SEUS TEXTOS UTILIZE BIBLIOGRAFIAS RECENTES QUE VEM
DESTACANDO CONCEITOS HISTORICOS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO
DA HISTÓRIA.
ESSE É O SEU MOMENTO DE COLOCAR -SE COMO PESQUISADOR E CRIAR
SEUS MATERIAIS E APROVEITAR PARA CONSNTRUIR O CONHECIMENTO
HISTORICO.
ELABORE VERBETES COM UMA LINGUAGEM ADEQUADA PARAS OS ALUNOS
DO ENSINO MÉDIO E VOCE ESTARÁ COLOCANDO EM PRÁTICA A RELAÇÃO
ENSINO-PESQUISA, PONTOS FUNDAMENTAIS DA NOSSA PROFISSÃO.
VOCE ESTARÁ COLOCANDO ORIGINALIDADE NA SUA PRÁTICA POIS ESSE
TIPO DE MATERIAL É PRATICAMENTE INEXISTENTE.
- Para cada verbete, uma lauda em espaço duplo, já é suficiente. Esse recurso não
torna cansativo.
- Nunca se esqueça de citar a autoria das ideias que você coloca no texto. A citação
indireta é uma boa saída.
- Referência bibliográficas que apoiaram seu texto são fundamentais.
- Uma boa revisão das normas da ABNT não poderá faltar.
- Crie uma capa e, na contracapa crie, com o auxílio de um bibliotecário, ou consulte
o guia da ABNT para criar a sua ficha catalográfica. Siga o modelo das que já
existem e você estará DANDO VISIBILIDADE A SEU TRABALHO DE
HISTORIADOR.
BIBLIOGRAFIA DE APOIO PARA A COSNTRUÇÃO DOS VERBETES HISTÓRICOS
SIMAN, Lana Mara de Castro. Inaugurando a História e construindo a nação; discursos e imagens no ensino de História/ organizado por Lana Mara de Castro Siman, Thais Nívia de Lima e Fonseca. -- Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
SOIETH Raquel, ABREU, Marta. Ensino de História, conceitos temáticos e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2003. Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva. Dicionário de conceitos históricos – Ed. Contexto – São Paulo; 2006.
http://www.escolakids.com/o-que-e-historiografia.htm. http://www.colegioweb.com.br/historia/documentos-historicos.html#ixzz3gkEfC8dU
http://www.colegioweb.com.br/historia/documentos-historicos.html#ixzz3gkEPXOEu: Conceito de documento - O que é, Definição e Significado http://conceito.de/documento#ixzz3gkCfMu00
http://historianointerior.blogspot.com.br/2012/05/artigo-o-que-e-um-documento-historico.html
Conceito de memória - O que é, Definição e Significado http://conceito.de/memoria#ixzz3gkHHt2qr
http://www.brasilcultura.com.br/sociologia/identidade-cultural-sociologia
Reúna pequenos grupos para a leitura e discussão do verbete HISTÓRIA
Peça que façam apontamentos no próprio material, grifando as ideias que
mais chamaram a atenção.
Encerre essa etapa com uma discussão geral.
Chama a atenção para o avanço em relação aos conceitos que eles
apresentaram nos primeiros encontros.
Cada alunos poderá resumir a ideia do verbete no caderno ou, poderá fazer
um resumo em folha separada para alocar na sua pasta.
Tarefa
Solicitar que tragam para a próxima aula livros de história do Paraná. Você deverá trazer o Livro História do Paraná de Ruy Chistovam Wachowicz
AULA 8:
Retome os assuntos, segundo a produção de cada um.
A leitura em voz alta da questão poderá ser um bom recurso para “esquentar”
as discussões.
Esse momento você lançará mão de seus conhecimentos para dar porta de
entrada ao verbete HISTORIOGRAFIA
Porém, antes de dar início ao estudo sistemático do verbete procure:
Retomar o conceito de história como escrita distanciando-o da história de vida (que constitui a memória). Questionar: Se levarmos em conta que história é uma ciência que é historiografia .O próprio nome já contém o sentido mais claro da expressão, isto é, “escrita de uma pesquisa” ou “pesquisa que precisa de uma forma escrita, de uma narrativa”. De forma sucinta: uma escrita da história.
Solicite a(os) aluno(s) que fale(m) sobre o livro que trouxeram localizando
autor, data, assunto.
Explique que uma obra de história compõe a escrita da história –
historiografia.
Uma obra pode ser tratada como uma fonte. Ela é um documento que tem
uma autoria, um objetivo e uma mensagem. Um livro carrega as concepções
da história e as interpretações de eventos históricos através de documentos e
de teorias.
Localize que tipo de documentos o autor trabalhou.
Identifique os assuntos
Faça o mesmo com o seu livro.
Para tanto: projete a capa do livro, a contra-capa, a ficha-catalográfica, o
sumário, as fontes e a bibliografia que o autor usou destacando com isso que
essa obra é o resultado do trabalho de historiador: ele usa fontes, baseia-se
em outros autores,ele t/possui uma formação acadêmica etc...
A formação acadêmica, permitiu essa escrita da história do Paraná. O autor
teve intenções que são didáticas e portanto a obra possui um valor
pedagógico.
É um texto historiográfico e que pode servir de fonte para o trabalho do
historiador.
Reúna os alunos para a leitura do verbete HISTORIOGRAFIA
Peça que façam apontamentos no próprio material, grifando as ideias que
mais chamaram a atenção.
Encerre essa etapa com uma discussão geral.
Chame a atenção para o avanço em relação aos conceitos que eles
apresentaram nos primeiros encontros.
Tarefa Resumo do verbete no caderno ou, em folha separada para colocar na pasta. Solicitar que tragam para a próxima aula outras documentações (fotografias, acessórios de época, roupas, certidões, cadernos de receitas de família, utensílios em geral...
AULAS 9 e 10:
Abra a sua aula solicitando que os alunos exponham na sala os documentos ,
- fontes, - sobre as carteiras. Permita que circulem para observar os objetos dos
colegas e imaginar as histórias que essas fontes contam. Retome as explicações
sobre o que é história e explique o que é uma fonte histórica, ou documento.
Após esse momento peça para que os alunos falem sobre o documento que
trouxe. Peça que ele explique acerca da tipologia do documento. (Tipologia
documental é um termo que você professor, deverá utilizar explicando devidamente
que tipologia consiste na forma de apresentação do documento ( oral, escrita,
imagem, utensílio …). EX: EU TROUXE UMA FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA. ESSA
FOTO FOI TIRADA NAS FÉRIAS PELO(A ) MEU ou MINHA …. POR MIM NO DIA
….( ou época do ano). ESSA FOTO FOI TIRADA PARA ….. ( MOTIVO).
No exercício é importante que seja destacado o produtor da fonte, ou o seu
proprietário. Quem criou o documento e a que época ele pertencera. Que evento ou
situação destaca e porque resolveu trazer esse material.
É importante que você, professor questione o motivo pelo qual o aluno
escolheu aquele e não outro documento. Com isso você deverá levar os alunos a
saberem que os documentos tratam-se de escolhas, ou seja: o material de cada um
foi transformado em um documento por uma opção pessoal.
Houve uma intenção por parte do aluno ( assim como os documentos da
história só vieram a público por uma intenção. E mesmo indiretamente, um
documento qualquer pode acionar uma memória a exemplo de uma fotografia.
A estética, a divisão e as explicações que devem compor o expositor ficam
por sua conta e por conta da criatividade da sala. A exposição poderá contar com
fotografias e demais utensílios que a turma procurará alocar devidamente na
exposição. E, assim, … sucessivamente procurando criar um ambiente de discussão
que leve os alunos a refletir sobre o tema MEMÓRIA.
O momento de encerrar as contribuições será determinado de acordo com
dinâmica da turma.
1- Os documentos podem ser espaços de memória assim como por exemplo, fotos,
cartas, álbuns, monumentos diversos, como os monumentos a personagens ou
eventos. Atas, decretos, projetos de lei, também com o tempo passam a fazer parte
da memória política de um país, ou de uma pequena cidade. Certidões de
casamentos, batizados, listas nominativas, quadros também podem tornar-se parte
de uma memória. Simbologias regionais (hinos, bandeiras, brasões, roupas
chamadas típicas, músicas regionais, comidas regionais, modos de vida, …. ),
também, consistem em indícios criados pela sociedade e que a mesma sociedade
estabelece como sendo importante para a sua memória. Com o passar do tempo,
quanto mais as festas, danças, hinos e comemorações regionais vão se repetido, as
pessoas incorporam a ideia.
Com isso, resulta que as festas, danças, músicas e os hinos, acabam sendo
parte da chamada memória - da localidade, estado ou país.
2- Os museus são espaços de memória, assim como os nomes de praças, avenidas,
cidades, nome de escolas, os hinos nacional, estaduais e municipais.
3- Uma fotografia, ou um conjunto de fotografias, os diários pessoais, enfim, podem
indicar a memória social de uma pessoa.
4-Os momentos que recordamos falam sobre nós e sobre nossa IDENTIDADE.
SEMPRE retome o expositor de materiais e converse com a turma sobre a
tipologia dos documentos que eles trouxeram (imagens, fontes escritas, materiais,
etc....) destacando que muitos documentos, (a exemplo da fotografia) tem a
capacidade de recriar um momento, eternizando um instante de vida e, portanto,
esse é um trabalho de memória.
Reúna pequenos grupos para a leitura e discussão do verbete MEMÓRIA
Peça que façam apontamentos no próprio material, grifando as ideias que
mais chamaram a atenção.
Encerre essa etapa com uma discussão geral.
Chama a atenção para o avanço em relação aos conceitos que eles
apresentaram nos primeiros encontros.
Cada alunos poderá resumir a ideia do verbete no caderno ou, poderá fazer
um resumo em folha separada para alocar na sua pasta.
TAREFA N. 1:
VOCÊ O MEMORIALISTA Incentive os alunos para que registrem alguma experiência de suas vidas. Ou Incentive-os a coletar alguma narrativa de memória de familiares ou pessoas próximas. Um bom ponto de partida pode ser uma fotografia, uma notícia de revista ou jornal, um evento recente ou distante no tempo que teria ocorrido e que teria marcado a recordação do narrador. Esse narrador não precisa ter uma idade avançada, pois todos possuem memórias. O critério é que o narrador da memória consiga expressar a sua lembrança
.
Atividade: entregue para os alunos a seguinte ficha:
Nome do narrador_____________________________________________
Local da coleta da lembrança: ___________________________________
Data da coleta________________________________________________
Local_______________________________________________________
Horário: entre ( : ) as ( : )
Nome do entrevistador:_________________________________________
Dica para a redação do texto
1- LEMBRE SEUS ALUNOS DE: IDENTIFICAR o autor da fala, da época
em que o momento narrado ocorreu, local, pessoas presentes (se
houverem).
2-EXPLIQUE QUE: se o narrador não lembrar a data exata não importa,
importante é a representação, é a lembrança e portanto que o seu aluno
compreenda o significado da importância da memória como algo que
constitui a identidade dos sujeitos.
3- O aluno encerra o texto explicando porque o narrador quis falar
daquele assunto.
Sugestão para a confecção do texto: Esta é a memória de seu José … que
nasceu em …. , hoje tem …... e mora na …..... No dia ….. ele me contou
uma história que aconteceu …. na (o). ...
Tarefa n. 2
Procurar em casa ou com familiares, pelo menos mais uma fonte para ser alocada no painel chamado TIPOLOGIA DOCUMENTAL que será trabalhado na próxima aula
AULAS 11, 12 E 13:
Até aqui a nossa meta consistiu em proporcionar o domínio dos conceitos
HISTORIA, HISTORIOGRAFIA E MEMÓRIA. Vejamos que já adentramos no
conceito DOCUMENTO, antes mesmo de distribuir o material impresso para estudo.
Inicie essa aula retomando o conceito MEMÓRIA, e coletando de memória
solicitada.
Guarde o material na pasta para que você analise e classifique aquelas que
farão parte da exposição: MEMÓRIAS.
Apresente e distribua o quadro que segue para os alunos.
TIPOLOGIA DOCUMENTAL.
Fontes materiais
Utensílios, mobiliários, roupas, ornamentos pessoais e coletivos, armas, símbolos, instrumentos de trabalho, construções (templos, locais de moradia, sepulturas), esculturas, moedas, ruínas, monumentos, ...
Fontes escritas Documentos jurídicos, ( constituições, códigos, decretos), sentenças, testamentos, inventários, discursos escritos, lendas, correspondências, livros de contabilidade, autobiografias, livros de história, romances, biografias, crônicas, poemas, mapas, gráficos, cadernos de receita, atas, letras de músicas, livros de registros de casamentos, nascimentos, mortes, batizados ...
Fontes visuais e áudio-visuais
Pinturas, caricaturas, fotografias, charges, gravuras, quadrinhos, filmes, filme-documentário, ficção, vídeos, programas diversos, ...
Fontes orais Entrevistas ou gravações de entrevistas de primeira ou segunda mão, demais gravações em áudio de programas
de rádio, ...
Documento Consiste em todo vestígio deixado pelos sujeitos das diferentes épocas. Porém, um documento só existe segundo a vontade do historiador pois ele transforma o vestígio (fotografia, monumento, mapa, livro, festa, letra de música, ….) em um objeto de pesquisa.
Problematize retomando as primeiras discussões da Unidade.
- Construa o Painel TIPOLOGIA DOCUMENTAL
- Use sua criatividade e a criatividade dos alunos.
- Você poderá acrescentar as fontes que os alunos trouxeram, fazer cópias, colando-
as ao lado das explicações enfim.... a crie e aproveite a sugestão da turma.
A seguir: provoque seus alunos com a Música: Te amo meu Paraná,
Cantores: Fernando e Sorocaba, Link letra da música:
http://www.vagalume.com.br/fernando-e-sorocaba/te-amo-meu-parana.html
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=OssS-bLALdc
Te Amo Meu Paraná
Paraná é rica sua história É abençoado seu sagrado chão Orgulho do Brasil seu povo Incansável inspira toda a nação Terra vermelha do trigo, da soja e do milho, café e feijão Natureza bela cidades modernas Quem mora aqui não sai mais não Aqui é o meu lugar Te Amo meu Paraná Aqui é o meu lugar Te Amo meu Paraná
HINO DO ESTADO DO PARANÁ Música: Bento Mossurunga Letra: Domingos Nascimento
Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir! Paraná! Serás luzeiro! Avante! Para o porvir!
O teu fulgor de mocidade Terra, tens brilho de alvorada Rumores de felicidade Canções e flores pela estrada Rumores de felicidade Canções e flores pela estrada! Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir! Paraná! Serás luzeiro! Avante! Para o porvir! Outrora apenas panorama De campos ermos e florestas Vibra agora a tua fama Pelos clarins das grandes festas Vibra agora a tua fama Pelos clarins das grandes festas! Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir! Paraná! Serás luzeiro! Avante! Para o porvir! A glória... A glória... Santuário! Que o povo aspire e que idolatre-a E brilharás com brilho vário Estrela rútila da Pátria E brilharás com brilho vário Estrela rútila da Pátria! Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir! Paraná! Serás luzeiro! Avante! Para o porvir! Pela vitória do mais forte Lutar! Lutar! Chegada é a hora Para o Zênite! Eis o teu norte! Terra! Já vem rompendo a aurora! Para o Zênite! Eis o teu norte! Terra! Já vem rompendo a aurora! Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir! Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir! HINO DA SUA CIDADE
LETRA: OVILDO PEDROLO
MÚSICA: SEBASTIÃO LIMA
1ª Estrofe
Entre Os Filhos Desta Terra. És O Mais Brilhante A Surgir. A Paz Que No Âmago Encerra, Faz De Ti O Alvor Do Porvir. 2ª Estrofe Tua Beleza Se Iguala A Outras Mil, Varão Que O Tempo Preditará. És Entre Os Municípios Do Brasil, Brilhante Estrela Do Paraná. Estribilho Salve Terra De União, De Prosperidade E De Cultura. A Tua Bandeira É São João, Retrata A Paz Que Entre Nós Perdura. 3ª Estrofe Tua Terra Retrata Tua Glória, Teu Povo Marca Com A Tradição. Passo A Passo Da História Do Meu Querido São João.
PROFESSOR,
- LEVE SEUS ALUNOS A REFLETIR SOBRE AS TRES MENSAGENS.
- Faça uma busca na internet por: IDH do Brasil e por regiões brasileiras. Compare
esses dados com outros estados ou países e discuta coma turma.
- Após imprimir para os alunos as letras da músicas e Hinos, solicite para que
acompanhem as mensagens das letras ao som do(s) vídeo(s).
- Após refletir com os alunos:
- Sobre o que as letras falam ?
- Quem são seus autores?
- Quando foram criadas?
- Qual o objetivo?
- Para quem elas falam?
- Que tipo de história elas criam para Paraná e para as localidades citadas nas
letras?
- A realidade desses lugares reflete o que diz os textos?
Leve seus alunos a seguinte conclusão:
Os textos carregam uma mensagem comum: amor pela terra,pelo estado,
pela cidade, trabalho, fé, força do progresso.
Os símbolos oficiais do Estado e do Município endossam oficialmente um
banco de imagens bonitas, românticas sobre a história.
A Música chamada Te amo meu Paraná, por sua vez, é outro discurso
regionalista, ufanista, cujo apelo é sentimental....
As imagens ou as representações perpassadas nas letras da música e dos
Hinos criam uma verdade e muitas vezes uma memória.
Desconstrua essas imagens românticas de forma crítica.
Como você poderá fazer isso:
Questione: progresso para quem?
Apresente: Índices de Desenvolvimento Humano do Estado e da região (IDH),
índices do IDEB, consultando taxas de analfabetismo nesses locais, taxas de
desemprego, mortalidade infantil. Esses dados são acessíveis em domínio
público.
Ver sites WWW.IBGE. ORG. BR.
Tarefa em sala.
Em dupla: Destaque as representações do Paraná e do Município conforme foram
colocadas nas letras.
Destaque
Imagens positivas Imagens negativas
Responda:
Você concorda com as representações da identidade do Paraná e do Município
que foram destacadas nos textos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
O que significa ufanismo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Poderíamos dizer que as mensagens são ufanistas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
De acordo com o que falam as letras, explique qual é a identidade criada sobre
o Paraná, ( terras e suas gentes)?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Re-criem a letra de um dos Hinos utilizando os dados e os índices que o
professor apresentou.(coloque autoria e data )
Ao término, construir um painel com as produções faça um comentário sobre
a ilustração chamando a atenção para os trabalhos políticos de criação de
identidades sociais.
.
Tarefas:
- Ler e resumir o verbete. - Criar sue mapa IDENTITÁRIO. Obs: O formato diagrama fica a critério do professor e-ou dos alunos.
Como me vejo: (sou alto, baixo, médio, flamenguista, corintiano, paranaense, brasileiro, bagunceiro, organizado, dorminhoco, esportista, tenho espinhas, …. minha personalidade é …., forte, sou uma pessoa segura, ….critica
Eu gosto: de assistir filmes de terror, de luta, assistir programas de esporte, ver novela, seriados de ação,.... de comer macarrão, de dormir até tarde Eu detesto:........ violência, macarrão, fazer regime....ter que..... Eu tenho pertenço ou faço parte do (a) …. grupo de jovens da …. turma do criativa (da).... faço natação no .... jogo futebol com ….. sou da igreja …., sou do grupo de rock, ….. toco guitarra.... gibi,.... sou da equipe de.... Eu acredito em ….... anjos.... santos.... que a educação pode salvara sociedade....
O trabalho com o mapa identitário deve ser uma expressão criativa e que revele a forma pela qual cada sujeito cria sua auto- imagem (identidade social). A discussão em sala dessa produção objetiva destacar que as identidades mudam com o tempo e que nós podemos nos sentir pertencendo a diferentes grupos. Desempenhamos diferentes papéis sociais. ( ex: sou aluno da escola.... torcedor do.... namorado de.... filho de.... sou católico mas ... evangélico... acredito em .... gosto de comer....
Esse momento é fundamental para a compreensão do conceito IDENTIDADE
AULAS 14, 15 e 16
Até o momento, a Unidade temática destacou aspectos conceituais.
Procuramos contextualizar cada um no âmbito da história como uma escrita e da
presença de representações da memória como forma de criar certas histórias.
Destacamos que esses expedientes ( a exemplo das letras de músicas regionalistas,
e demais manifestações são tais como festas típicas, são criações da sociedade as
quais incorporamos como verdade até o ponto de as concebermos como verdades
acabadas.
Desconstruímos por outro lado a idéia de que uma identidade se restringe as
chamadas tradições e seus heróis. Essas questões cercam os conteúdos de história
local e regional. São essas questões que a Unidade Didática quer relativizar e
colocar em dúvida.
O Nosso trabalho, a partir dessas aulas insere-se com mais aprofundamento
no tema identidade. Sobretudo tratará de estudar os discursos que foram criados
sobre o Paraná e que dão existência a essa região. Como? Iremos destacar para os
alunos as representações tecidas pela historiografia paranaense. Em outras
palavras: iremos apresentar certas as verdades para depois buscar com os alunos
desconstruí-las. Esse recuso é fundamental na construção de conhecimento.
Dando prosseguimento a Unidade, optamos por apresentar o tema povos
indígenas no Paraná.
Fonte: Ruy Christovam Wachowicz.
:
Sabemos que essa bibliografia não é crítica e, portanto possui muitas
limitações. Teremos que cuidar com a abordagem. Leve em conta que esse discurso
historiográfico é relativo a visão do autor. Você terá a possibilidade de explorar
outras abordagens através de sítios especializados os quais apresentaremos
sugestões a seguir. O tratamento que você deverá dar a esse discurso
historiográfico deverá seguir a crítica documental. A perspectiva que deve ser
adotada será discutir a verdade historiográfica de Wachowicz com os alunos para
depois você desconstruir essa mesma verdade.
Texto 1
Os índios do Paraná pertencem a dois grandes grupos, a família tupi - guarani
e a família jes ( caingangues, xokléngs).
Os portugueses entendiam - se melhor com os tupis - guaranis, por se
encontrarem mais adiantados, porém classificados como estando na pedra polida. A
agricultura era a base de subsistência. Plantavam milho, mandioca, algodão e fumo.
Não conheciam arado, mas plantavam em covas abertas no chão com paus
pontudos. Sua alimentação era complementada com frutas e raízes coletadas na
natureza.
Os tupis - guaranis confeccionavam recipientes e vasilhas de barro cozido.
Fabricavam cestos e peças variadas, com fibras e taquaras.
Uma das maiores conquistas dos tupi - guaranis foi o domínio da técnica da
eliminação do ácido dihidrocianídrico, muito venenoso, contido na raiz da mandioca.
Quanto ao trabalho, havia nitidamente uma divisão de trabalho conforme o
sexo. A mulher cuidava do trabalho doméstico, das peças de cerâmica, fazia a
farinha de mandioca, trançava rede e cuidava da plantação. O homem, dedicava - se
a caça, a pesca, da construção das ocas e das pirogas e cuidavam da segurança da
tribo.
Aos indígenas devemos:
* influencia étnica.
* vocabulário
* alimentação
* o uso da rede para dormir.
* a erva - mate
* o fumo
* o costume do banho diário e do cabelo cheio de loção.
PROFESSOR: Após leitura do texto com os alunos, discuta: - Vocês acham que essas informações nos esclarecem de forma suficiente o tema das populações indígenas ? Quais impressões tiveram? - O texto fala de índios mais adiantados que outros. Que estereótipo esse tipo de ideia constrói? Essas informações são suficientes para compreendermos como os índios viviam no Paraná? Hoje no Paraná ainda existem povos indígenas? Onde? Com base nas discussões solicitar que se organizem em duplas, e com uso do laboratório de informática, explorar pesquisar o site POVOS INDÍGENAS MIRIM http://pibmirim.socioambiental.org/ Depois de explorar o site, solicite a leitura atenta das janelas: 1-modos de ocupar o território 2-como vivem 3- terras indígenas.
Solicite que explorem os mapas e localizem os povos indígenas situados no Paraná
Solicite que assistam ao vídeo sobre o cotidiano das crianças guarani kaiowá que vivem hoje acampadas às margens da rodovia BR-163, em Mato Grosso do Sul. Esclareça aos alunos que existem Guaranis em território paranaense. Uma das terras Guarani situa-se na localidade de rio da Areia no município de Inácio Martins.
Solicite que façam o seu cadastramento no site para ficarem por dentro dos assuntos que envolvem as populações indígenas que habitam o território brasileiro. Eles poderão criar seus avatares e fazer pesquisas e enviar dúvidas para serem respondidas.
Tarefa: Em uma cartolina ou criar um material visual que exponha: a) as terras indígenas no Paraná; b) as formas de habitar na atualidade, c) a densidade populacional; d) a mitologia, Esses são os sítios que deverão ser consultados pelo professor com antecedência e que os alunos deverão realizar suas pesquisas https://www.youtube.com/watch?v=fCltPHuXq58
https://www.youtube.com/watch?v=7ytMrFErkzY
https://www.youtube.com/watch?v=PtAm12Iz2m4
https://www.youtube.com/watch?v=Znw5IUoWy5o
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
68
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=554#kaingang
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=554#xeta
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=554#xokleng
AULAS 18 e 19
Nessas duas aulas você deverá retomar os conhecimentos adquiridos pela
turma durante as quatro aulas que a antecederam. Você poderá projetar na sala os
vídeos eleitos para esse estudo e propor discussões.
Trabalhando com os vídeos:
Após a análise do material áudio-visual, procure selecionar com os alunos atributos de auto-identificação dos povos indígenas. A auto-identificação poderá estar expressa em alguma mensagem dos vídeos. Finalize o trabalho com um pequeno texto coletivo no quadro.
Lembre aos alunos que a identidade é uma auto-atribuição de sentido, ou
seja, como os próprios indígenas se vê e se coloca diante do mundo.
Vejamos que o que eles fala de si pode ser diferente daquilo que Wachowicz
representa.
Retome o conceito de que a Identidade cultural é o conjunto das
características de um povo, oriundas da interação dos membros da sociedade e da
forma de interagir com o mundo. Identidade cultural são as tradições, a cultura, a
religião, a música, a culinária, o modo de vestir, de falar, entre outros, que
representam os hábitos de uma nação.
Após esse trabalho: hora da exposição
Solicite que os alunos apresentem a tarefa solicitada na aula anterior explicando - a para os colegas.
Tarefa:
Escrever um texto com os novos conhecimentos adquiridos. O número de linhas poderá ser combinado com a turma.
AULAS 20 e 21
Retomada:
No bojo da criação da identidade nacional e, portanto, paranaense
depreendem-se vários povos. Além das populações indígenas que foram estudadas,
destacam-se outros tais como: negros, japoneses, ucranianos, alemães, italianos,
muçulmanos.
Cada grupo a sua maneira constitui e cria a identidade para o Paraná. Por um
lado, não devemos fazer apologia a determinados grupos étnicos e por outro não
devemos desconsiderar ou diminuir a importância de outros.
Apresente aos alunos o discurso de Ruy Christovam Wachowicz sobre o tema
imigração no Paraná.
TEXTO 2- IMIGRAÇÃO NO PARANÁ (SEGUNDO RUY CHRISTOVAM
WACHOWICZ)
Em meados do século XIX o território Paranaense era mal povoado, até
mesmo próximo à Curitiba.
Com a dificuldade em se conseguir escravos negros, era necessário substituir
essa mão de obra, com vantagens e também para o Brasil não se tornar um país
essencialmente negro o governo imperial acelera a imigração européia para o país.
A primeira iniciativa de se trazer imigrantes ao Paraná foi em 1829, com João
da Silva Machado, que tinha a intenção de que com a atividade agrícola realizada
pelos 238 alemães, que ali chegaram afugentassem o indígena Xokleng mais para a
mata, diminuindo o ataque aos grupos de colonizadores. Em 1833, uma nova leva
de Alemães, em número de 100, para lá foi dirigida.
Em 1852, nas vésperas da emancipação política do Paraná, Carlos Perret
Gentil, sem auxílio o suíço fundou na entrada da Baía de Paranaguá uma colônia
com 35 imigrantes suíços e alemães. Por causa de sua localização, o mar era seu
único acesso, apesar de seu progresso inicial, a colônia não prosperou mas também
não desapareceu completamente e hoje constituiu o município de Guaraqueçaba.
O Paraná pertenceu à província de São Paulo até 1853, quando ocorreu a
emancipação política do estado, o que foi fundamental para a elevação do nível
cultural, social e econômico do povo paranaense. Milhares de imigrantes,
principalmente alemães, italianos, poloneses e ucranianos chegaram ao Paraná em
busca de trabalho e terras férteis, tendo grande importância na construção do estado
e formando colônias por suas regiões. Entre 1853 e 1886, o Paraná recebeu cerca
de 20 mil imigrantes. As estradas e rodovias abertas em 1880, que faziam ligação
com São Paulo e com o litoral do Paraná, contribuíram para acelerar a ocupação da
província. A proibição do tráfico de escravos aumentou a procura de mão-de-obra
nas fazendas de café, principalmente no norte do Paraná, gerando o
desenvolvimento das lavouras de café e da pecuária, até então a principal cultura do
Paraná, o que levou à colonização em massa do estado.
O Assungui foi uma colônia criada para o Paraná se igualar economicamente
a Santa Catarina porém problemas de infra-estrutura fizeram com que essa colônia
entrasse numa grande crise, Lamenha Lins assume o governo do paraná em 1875 e
tem como sua principal meta de administração o problema imigratório da província,
uma de suas principais medidas foi estabelecer os imigrantes próximos a Curitiba e
com isso a mesma não sofreu mais crises de abastecimentos.
Em 1876 a possibilidade de receber 20000 imigrantes russos, Lamenha Lins
já não estava mais no poder e suas teorias sobre a colonização já haviam sido
deixada aos russos e já na primeira colheita percebeu-se que as terras eram
impróprias e em levas dirigiam-se a pé a Paranaguá para abandonar o Brasil.
Em 1885 o então presidente Alfredo Taunay elogiou a política exercida por
Lamenha Lins de 1875-75 e seu sucesso no abastecimento de Curitiba, em
conseqüência estimulou o retorno da imigração polonesa ao Paraná.
Em 1907 com as “novas colônias federais” terras mais afastadas praticamente
no centro do Estado foram atingidas, e o elemento humano nestas colônias foi o
polonês, ucraniano e alemão. Após a primeira guerra mundial dentre as várias
correntes migratórias dirigidas ao Paraná, nota-se o predomínio japonês,
localizando-se principalmente no Norte do Paraná.
A contínua imigração européia também marcou a história do estado nesse
século; nos anos 1920, chegaram os imigrantes não europeus, como os japoneses,
e com a expansão do cultivo do café, o estado continuou recebendo imigrantes até
os anos 1950. Migrantes de outros estados do Brasil também ocuparam as terras
paranaenses, procuradas na época por seu baixo custo e grande fertilidade.
Nos campos gerais localizaram-se inicialmente os holandeses, em Palmeira a
partir de 1951 localizaram-se os alemães menonitas e os Campos de Guarapuava
também se fixaram um grupo de alemães.
Devido a tanta entrada de imigrantes europeus, a região sul do Brasil é uma
região com características mais européias do que o Rio de Janeiro, Minas Gerais ou
o Nordeste.
LEVE SEUS ALUNOS A REFLETIR A MENSAGEM DO TEXTO
COMEÇANDO PELA PRIMERA FRASE:
Em meados do século XIX o território Paranaense era mal povoado, até mesmo próximo à Curitiba.
Se o Paraná não era povoado, onde estavam os povos indígenas?
Qual o conceito de povoamento do autor?
Quem foram tais povoadores?
Porque alemães, italianos, poloneses e ucranianos?
Qual a ética do trabalho em que esses povos estavam pautados?
Para quem interessava povoar o país com populações brancas?
Qual Paraná se queria com o incentivo a vinda de imigrantes?
A palavra colonização está associada com a ideia de progresso? Caso a
resposta for sim, significa que a presença indígenas nessas terras está
associada a ideia de atraso.
E PELA ULTIMA:
Devido a tanta entrada de imigrantes europeus, a região sul do Brasil é uma região com características mais europeias do que o Rio de Janeiro, Minas Gerais ou o Nordeste.
O discurso da europeização do Paraná indica a uma pretensa superioridade
em relação aos outros estados supostamente “menos europeu” .
Esse discurso revela uma luta simbólica em torno de uma dada regional e
serve para diminuir a importância de outras regiões do país no que tange ao
progresso e a cultura nacionais.
A ideia de estado mais europeizado do Brasil é excludente e silencia a
participação de indígenas e negros na história nacional e paranaense.
Leve seus alunos a seguinte conclusão:
O texto carrega a mensagem de que o território paranaense era vazio mesmo
que nele habitassem populações indígenas.
O texto destaca a ideia de um vazio demográfico
O texto dá ênfase a imigração europeia mas não leva a refletir sobre o
chamada política do branqueamento
Os símbolos oficiais do Estado e do Município JÁ ESTUDADOS endossam A
EUROPEIZAÇÃO e o trabalho desses povos silenciando negros e indígenas.
O texto contribui pra a invisibilidade indígena e negra na formação do Paraná.
Reflita com os alunos:
Que significa ser invisível?
Você já se sentiu invisível em alguma ocasião?
Essa reflexão abre as portas para o assunto da próxima aula. Para tanto, você
deverá conhecer a seguinte bibliografia, cujo resumo segue abaixo:
Bibliografia de apoio ao professor para as aulas 22 e 23.
Moraes e Souza. Invisibilidade, preconceito e violência racial em Curitiba..
REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA n.º 13: 7-16 NOV. 1999
RESUMO
Resultado de uma competente propaganda, Curitiba, capital do estado Paraná, tem
aparecido na mídia local e nacional de diversas maneiras entre as quais
destacamos: capital de Primeiro Mundo, capital ecológica, e, por fim, capital das
etnias2 (RIBEIRO & GARCIA, 1996). Não obstante a qualidade de vida nesta capital
seja, segundo os índices, uma das melhores do país., Curitiba vem enfrentando
problemas O artigo propõe-se analisar o processo de construção de Curitiba
enquanto “capital européia” o que, por sua vez, implicou tornar invisível a população
negra. Demonstra-se como esta imagem, que pode ser vislumbrada através do
projeto arquitetônico da cidade, tem suas origens em um falsa idéia de que o Paraná
constituiu-se como um “Brasil diferente”, que não teria tido a mesma configuração
racial que o restante do país. Principalmente porque, segundo o argumento de
intelectuais e pesquisadores locais, não houve escravidão nem população negra
significativa. Argumentamos que estas conclusões são incorretas e que tanto no
passado quanto hoje há um contingente populacional de negros que são tornados
invisíveis, com consequências negativas para este grupo, na assim chamada “capital
das etnias”.
PALAVRAS-CHAVE: negros; racismo; invisibilidade; violência
Na íntegra em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/rsp/article/view/39234/24060.
AULAS 22 e 23
Professor: faça um resumo desse texto utilizando uma linguagem acessível
aos alunos. Distribua para a turma e discuta com o grupo: Quem são os sujeitos invisíveis na história paranaense? Quem são os grupos tidos como pioneiros do progresso do Paraná? Porque a história cria um silencio em torno das populações indígenas e negras? Como eu me coloco diante do tema? Eu contribuo para a existência da invisibilidade indígena e negra na história paranaense? Na história da minha cidade existem populações invisíveis? Quem são elas e onde vivem? Nos espaços dedicados a memória tais como o Museu de Dois Irmãos, será que negros, índios, homens e mulheres pobres tem visibilidade?
Retome o tema memória pois os museus são espaços de uma memória selecionada e que destaca determinada história que dá visibilidade a determinados grupos sociais mesmo que também silencia a presença de outros.
Bom trabalho !!!!!!!!
AULAS 24 e 25
Visita ao Museu de Dois Irmãos, onde possui um acervo de ferramentas
utilizadas na economia local, bem como acervos culturais do povoamento do
município de São João.
Durante a visita cada aluno devera:
1- Observar a geografia interna do local. É uma casa, prédio, quando foi
construído, como os materiais estão expostos ( por temas, por cronologia....)
2- Procurar saber com o funcionário responsável pelo acervo: origens do museu,
quantidade do acervo, tipo de documentação, a formação desse profissional
3- Ficar atento para o tipo de explicação do funcionário no momento da vista
percebendo qual é o discurso da história que cerca essa comunidade. ( atenção para
a presença dos povos indígenas, negros e populações pobres tais como sem terras,
sem teto, crianças pobres, etc... enfim a parcela do que chamamos de excluídos da
história)
4- Catalogar ao menos 5 pecas que estão expostas no Museu, com o objetivo de
apresentar aos demais colegas. O aluno devera tirar uma foto de cada peça e criar
uma legenda sobre os mesmos.
AULAS 26 e 27
Apresentação dos trabalhos solicitados na visita ao Museu da Escola de Dois
Irmãos.
Aspectos a serem observados na apresentação da pesquisa:
Falar da geografia interna do local. É uma casa, prédio, quando foi construído,
como os materiais estão expostos ( por temas, por cronologia....)
2-Falar do acervo e de sua conservação, caracterizar o perfil do profissional que lá
trabalha
3-Analisar a fala do funcionário ( discurso da história que cerca essa comunidade.
Levar em conta os itens 1 a 3 da aula anterior
4-Analisar criticamente porque é dada importância a determinados objetos do acervo
e o que isso revela sobre o discurso da historia oficial da comunidade. Será que
esses objetos revelam a história de um povo? Ou Será que esses objetos contam
somente parte de uma história?
5- A tecnologia compreendida nos objetos observados;
6- A sua utilidade, qual necessidade levou a construção de tal objeto...;
7-Apresentação das imagens para observação da turma;
6-Conclusões críticas;
Um museu é um lugar de memórias escolhidas para contar uma história
escolhida
AULAS 28 e 29
Nessas duas aulas, os alunos produzirão textos onde deverão escrever sobre
o conhecimento adquirido nas aulas anteriores, onde deverão relatar a história do
Paraná a partir da historiografia de Ruy Christovam Wachowicz, seguindo o seguinte
roteiro:
- Primeiro parágrafo: Escrever o conceito que cada aluno adquiriu sobre história,
historiografia, memória e identidade social;
- Segundo parágrafo: A história do Paraná: Como se formou o Estado do Paraná,
imigrações, populações silenciadas pela história;
- Terceiro parágrafo: Identificar os pontos importantes na formação do Povo
paranaense e na sua identidade.
Ao final deverão comparar com o que tinham escrito no início dessa unidade
didática e ver o que mudou na maneira deles entenderem a construção da
identidade de um povo através da historiografia.
AULAS 30 e 31
Seleção e exposição dos textos que se destacam no relato da história do
Paraná. Organização de um compêndio dos relatos dos alunos sobre a História do
Paraná para ficar exposto na Biblioteca da escola.
AULAS 32
Organização de painéis e cartazes dentro do tema: Identidade social
paranaense, indígenas e negros na criação do Paraná e o silencio que existe acerca
desses grupos na historiografia e na memória que é apresentada no museu da
localidade. Expor no saguão da escola.
Exposição dos materiais confeccionados pelos alunos a longo das aulas.
REFERÊNCIAS:
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Trad.
Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, S.A, 1990.
GRACIANO, Ivan. Belarmino e Gabriela: História, causos e prosas. Curitiba:
Gramofone Produtora Cultural, 2009.
LOBATO. Monteiro. Urupês. 7ª reimpressão da 37ª edição, 1994. São Paulo:
Brasiliense, 2005.
NEPOMUCENO, Rosa. Música caipira: da roça ao rodeio. São Paulo: Ed. 34,1999.
OLIVEIRA, Dennison de. Urbanização e industrialização no Paraná. Curitiba:
SEED, 2001.
PARANÁ, obra coletiva. Representações, Memórias e identidades. Curitiba: 2008.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo:
Scipione, 2004.
SILVA, Lilia Maria da. NO RASTRO DA VIOLA ESTUDO SOBRE PATRIMÔNIO
CULTURAL IMATERIAL POR MEIO DA MÚSICA SERTANEJA (1940 - 1960).
TRINDADE, Etelvina Maria de Castro; ANDREAZZA, Maria Luiza. Cultura e
Educação no Paraná. Curitiba: SEED, 2001, p.108. Disponível:
http://www.utp.br/historia/revista_historia/numero_4/PDF/Lilia.pdf Acesso
04/02/2014.
WACHOWICZ,Ruy Christovam. História do Paraná. Ponta Grossa: Editora UEPG,
2010. 2.ed.