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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Sala de Recursos Multifuncional Tipo II, A “[...] é um atendimento educacional especializado para alunos cegos, de baixa visão

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Produção de textos na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I

Autor: Claudesir Rech

Disciplina/Área: Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual do Campo São João Batista de La Salle – Marquesita

Município da escola: Matelândia

Núcleo Regional de Educação: Foz do Iguaçu

Professor Orientador: Andreia Nakamura Bondezan

Instituição de Ensino Superior: Unioeste/ Foz do Iguaçu

Relação Interdisciplinar: Português e Arte

Resumo:

Esse projeto contempla o conteúdo estruturante Discurso Como Prática Social das Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do estado do Paraná, com ênfase na prática da escrita. Será desenvolvido com os alunos da sala de recursos multifuncional tipo I. Compreenderá 11etapas, abrangendo a prática da leitura, a utilização de alguns gêneros textuais e a produção de um livro em sua fase final.

Para este projeto, buscamos fundamentação teórica em Vygotsky (1988, 1997), Bondezan (2012), Antunes (2003), André (2007) e Mello (2006), dentro outros, para mostrar a importância da mediação do professor no processo de aprendizagem dos alunos.

Este material poderá ser utilizado pelos educadores como instrumento de apoio pedagógico nas suas práticas.

Palavras-chave:

Sala de Recursos; Produção de textos; Mediação.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos da sala de recursos do 6º ao 9º ano

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 03

2 ASPECTOS TEÓRICOS..................................................................................... 04

2.1 O estado do Paraná e a educação da pessoa com deficiência.......

2.2 A abordagem Histórico-Cultural e a educação especial..................

2.3 A produção de texto na sala de recursos multifuncionais .............

04

08

10

3 ETAPAS DO PROJETO PRODUÇÃO DE TEXTOS............................... 13

1ª etapa: Sarau da leitura..........................................................................

2ª etapa: Histórias contadas....................................................................

3ª etapa: Produção de um texto sem mediação do professor..............

4ª etapa: Produção de texto com auxílio do ditado...............................

5ª etapa: Ilustração de uma Obra Literária.............................................

6ª etapa: Composição a partir de música...............................................

7ª etapa: Produção escrita a partir de uma carta tradicional e o uso

de e-mail.....................................................................................................

8ª etapa: Produção escrita, bilhete.........................................................

9ª etapa: Visita Planejada (Jornal Stampa)............................................

10ª etapa: Produção do primeiro exemplar do jornal na sala de

recursos.....................................................................................................

11ª etapa: Confecção de um livro da sala de recursos.........................

13

14

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15

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18

20

21

22

22

4 CRONOGRAMA DAS HORAS PREVISTAS NA IMPLEMENTAÇÃO

DO PROJETO PRODUÇÃO DE TEXTOS..................................................

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 25

REFERÊNCIAS.....................................................................................................

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1 APRESENTAÇÃO

Este projeto foi pensado para os alunos da sala de recursos multifuncional

tipo I que apresentam dificuldades na organização do pensamento na hora da

produção escrita. O projeto será desenvolvido com atividades diversificadas para

mostrar que a escrita tem seu significado, uma intencionalidade. Ela representa um

meio de grafarmos, refletirmos e recordarmos o que sentimos, por meio de

diferentes objetivos.

Por meio dessa Unidade Didática, temos o propósito de contribuir com

algumas sugestões de produção de texto para a sala de recursos multifuncional tipo

I, que poderá ser utilizada pelos educadores em suas práticas pedagógicas.

A produção desse material tem como foco principal, tornar a produção escrita

do aluno que frequenta a sala de recursos, mais interessante e abrangente,

procurando sanar as principais dúvidas da produção escrita propriamente dita.

Desta forma, a literatura será uma das grandes aliadas para a produção de

textos. Pois, quando uma criança lê uma história de forma lúdica, ela vai interagindo

e se envolvendo com a mesma. Assim, pensado, a literatura é uma proposta de

trabalho, para desenvolver o projeto em seu início da implementação como um

“Sarau de Leitura”.

Esta Unidade Didática tem como finalidade mostrar a importância da

mediação para a aprendizagem dos alunos, tendo como fundamento a abordagem

Histórico-Cultural e apresenta sugestões de produção de texto e que tem

fundamentação de Irandé Antunes, para a prática da escrita, que estão

contempladas nas Diretrizes Curriculares da Língua Portuguesa (2008).

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2 ASPECTOS TEÓRICOS

Acreditamos que nossa intervenção na escola está atrelada a compreensão

que temos da educação. Para isso, é imprescindível apresentarmos como a

educação inclusiva tem sido organizada em nosso estado. Além disso, é necessário

nos apoiarmos em um referencial teórico que nos forneça subsídios para um ensino

que tem como finalidade a aprendizagem e o desenvolvimento de nossos alunos.

Assim, esta seção, inicialmente aborda um pouco sobre como está sendo

desenvolvida e tratada a pessoa com deficiência no Estado do Paraná e os diversos

atendimentos ofertados ao educando que apresenta uma necessidade educacional

especial; em seguida, pontua o que é a Abordagem Histórico-Cultural e suas

principais contribuições para a educação da pessoa com deficiência e; finalmente

apresenta o projeto a ser desenvolvido com os alunos da sala de recursos e suas

etapas de desenvolvimento, com o qual se pretende possibilitar o desenvolvimento

da produção escrita pela mediação do professor e de outros colaboradores.

2.1 O estado do Paraná e a educação da pessoa com deficiência

A escola tem papel significativo para refletirmos sobre a realidade que nos

cerca, pois permite uma postura de diálogo com os acontecimentos históricos e

sociais. Desta forma, para que a escola tenha real importância para alunos e

comunidade escolar, é preciso que o ensino esteja situado em determinado

contexto.

De acordo com Vygotsky (1977), tanto o ensino regular como a educação

especial devem primar pelo mesmo objetivo comum, isto é, tendo como foco de

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aprendizagem, os mesmos conteúdos científicos do currículo regular. Neste caso, o

que difere, são os elementos, os caminhos diferenciados que precisam ser utilizados

para que ocorra a apropriação de conhecimentos. Góes (2002, p. 100), ancoradas

nos pressupostos da abordagem Histórico-Cultural explica “[...] diante da condição

de deficiência é preciso criar formas culturais singulares, que permitam mobilizar as

forças compensatórias de desenvolvimento, que implicam o uso de recursos

especiais”.

Por meio da mediação intencional do professor, dos instrumentos físicos e da

linguagem, se torna possível a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos que

apresentam alguma necessidade educacional especial. Ou seja, é necessário que

se adote metodologias alternativas de ensino, fazendo uso de recursos humanos,

técnicos e materiais específicos no redimensionamento do tempo e espaço escolar,

entre outros aspectos, para que esses alunos exerçam o direito de aprender em

igualdade de oportunidades e condições.

Nesta perspectiva, o Paraná, destaca-se na área de educação especial

porque oferece a população diferentes formas de atendimento, como redes de

escolarização hospitalar, professor de apoio a comunicação alternativa, atuação de

professor tradutor de intérprete de língua brasileira de sinais, professor de apoio

educacional especializado, salas de recursos multifuncional tipo I e tipo II e salas de

recursos multifuncional tipo I na educação de jovens e adultos. Estes atendimentos

são orientados por instruções específicas organizadas pela Secretaria de Educação

do Estado do Paraná (SEED), como podemos observar no quadro abaixo:

Quadro 1: Instruções referente a educação especial no estado do Paraná

INSTRUÇÃO DESCRIÇÃO

020/2010 Orientações para organização e funcionamento da sala de

recursos multifuncional Tipo II e/ou centro de atendimento

educacional especializado na área de deficiência visual.

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010/2011 Salas de Recursos Multifuncional tipo I – Altas Habilidades e

Superdotação.

014/2011 Estabelece critérios para o funcionamento da Sala de

Recursos Multifuncional Tipo I na Educação de Jovens e

Adultos.

016/2011 Estabelece critérios para o funcionamento da Sala de

Recursos Multifuncional Tipo I da educação básica nas áreas

da deficiência intelectual, deficiência física neuromotora,

transtornos globais do desenvolvimento, transtornos funcionais

específicos.

002/2012 SUED/SEED- professor de apoio à comunicação alternativa –

(PAC)

003/2012 Atuação do profissional tradutor de intérprete de Língua

Brasileira de Sinais – Libras/Língua Portuguesa TILS

004/2012 SUED/SEED - Professor de apoio educacional especializado –

(PAEE).

016/2012 Implantação e funcionamento dos serviços de atendimento à

redes de escolarização hospitalar.

Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Dentre os atendimentos citados acima, destacamos as salas de recursos

multifuncionais. O Paraná oferece aos alunos com deficiência, transtornos globais de

desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação, a oportunidade de

atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, tipo I e

tipo II. A sala de Recursos Multifuncional Tipo I:

[...] é um serviço de apoio complementar especializado, de natureza pedagógica ofertada aos estudantes que apresentam deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais de desenvolvimento e transtornos funcionais específicos (PARANÁ, 2011c).

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A Sala de Recursos Multifuncional Tipo II, “[...] é um atendimento educacional

especializado para alunos cegos, de baixa visão ou outros acontecimentos visuais

(ambliopia funcional, distúrbios de alta refração e doenças progressivas)” (PARANÁ,

2010).

O atendimento realizado na sala de recursos multifuncional tipo I, no Estado

do Paraná, é regido pela Instrução Nº016/2011-SEED/SUED, conforme quadro 1,

que ao tratar da ação pedagógica determina que:

o trabalho pedagógico a ser desenvolvido na Sala De Recursos Multifuncional Tipo I na educação Básica deverá partir dos interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem específicos de cada aluno, oferecendo subsídios pedagógicos, contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos na classe comum e, utilizando-se ainda de metodologias e estratégias diferenciadas, objetivando o desenvolvimento da autonomia, independência e valorização do aluno (PARANÁ, 2011d, p. 5).

De acordo com o Departamento de Educação Especial do Paraná, nas salas

de recursos multifuncionais tipo I, serão atendidos os alunos devidamente

matriculados na rede Pública de ensino, e que apresentem alguma especificidade já

citada, em contra turno de forma individualizada ou em pequenos grupos, duas ou

três vezes por semana, de acordo com as necessidades educacionais dos alunos.

No caso do estudo em questão, os alunos que frequentam a sala de recursos

multifuncional tipo I, apresentam deficiência intelectual, com dificuldades para

resolver problemas, compreender ideias abstratas, estabelecer relações sociais,

compreender e obedecer regras, realizar atividades complexas .

Para o ensino do aluno com Deficiência Intelectual (DI) é preciso que o

professor faça as adaptações e mediações necessárias, observando as

contribuições da abordagem histórico-cultural, para proporcionar a esse aluno

meios para que ele se aproprie do conhecimento, como os demais alunos do ensino

comum, respeitando o tempo necessário que ele necessita para o aprendizado.

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2.2 A abordagem Histórico-Cultural e a educação especial

Acreditamos que a abordagem Histórico-Cultural é um referencial que propicia

ao professor uma compreensão acerca da pessoa com deficiência e suas

possibilidades de aprendizagem, de desenvolvimento e superação dos déficits que

apresenta.

O estudo sobre as diferenças acerca do ser humano sempre está ligado nas

investigações psicológicas. Tais diferenças podem-se configurar como deficiência ou

não – deficiência, dependendo da natureza de como ela é vista pelos padrões

sociais. Assim, a deficiência não pode ser vista como uma qualidade presente no

organismo da pessoa.

No que se refere a pessoa com alguma necessidade especial no âmbito

educacional, Vygotsky, fala que “A criança com defeito não é indispensavelmente

uma criança deficiente” (VYGOTSKY,1997, p. 84).

Desta forma, deveríamos entender que uma pessoa que possui uma

deficiência deveria ter as oportunidades escolares como uma outra pessoa qualquer,

com todos os direitos iguais e reservadas as particularidades do ato de aprender,

independente de suas necessidades educacionais.

De acordo com Maria Cecilia Rafael de Góes (2002), para que haja o

desenvolvimento humano desde sua infância é relevante as interações sociais,

sejam elas através da cultura, da linguagem e dos instrumentos físicos que são a

base dos elementos mediadores e que outros seres humanos são necessários para

que este se efetive. Sendo que a linguagem é elemento essencial para a interação

social e é no processo de transmissão do conhecimento que se definem as

possibilidades e os limites da aprendizagem e do desenvolvimento humano.

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Vygotsky (1998, p. 117-118) reitera que a aprendizagem é elemento

indispensável para o desenvolvimento das características humanas, e que a mesma

só se desenvolve por meio da mediação. “[...] o aprendizado desperta vários

processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente

quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação

com seus companheiros”.

Assim, na escola esta mediação ocorre com os alunos entre si e alunos e

professores. No entanto, a mediação do professor é aquela que possui a

intencionalidade na superação dos déficits apresentando pelos educandos, por meio

da compensação.

Vygotsky (1997) pontua que juntamente com o déficit são dadas as

possibilidades de desenvolvimento. Mas a compensação de deficiência somente

acontecerá se houver uma real necessidade de mudança, de superação por parte da

criança e apoio social sistemático.

De acordo com Elisabeth Rossetto (2009), o princípio da compensação foi

apresentado por Vygotsky (1997), no qual, uma pessoa que apresenta deficiência

pode ser superada por meio da compensação, e que se trabalhada de maneira

diversificada e principalmente em grupo poderá chegar-se a superação.

Assim sendo, devemos entender que a compensação não é uma relação de

substituição daquilo que está comprometido, por outro mecanismo, mas sim, é uma

forma do indivíduo percorrer outros caminhos para participar, viver em sociedade.

Nas unidades escolares, compreender a possibilidade da compensação se

faz necessário, pois o professor não se limita apenas em determinar o nível ou a

gravidade da deficiência do seu aluno, mas busca maneiras de fazer com que o

aluno compense tais dificuldades. Desta forma, o professor precisa buscar meios

para que a criança que apresente alguma deficiência, tal como as demais, possa

adquirir o conhecimento.

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Nesta perspectiva, Vygotsky (1988) afirma que a apropriação do

conhecimento se efetiva a partir das interações recíprocas do ser humano com o

mundo, considerando as condições físicas, as relações socioculturais e os fatores

históricos.

Para este autor, para a apropriação do conhecimento é preciso a colaboração

de um mediador. Sendo que nas atividades escolares, espera-se que o professor

assuma papéis de mediador, estimulador e possibilitador das interações entre os

alunos e os conhecimentos previstos para apropriação.

O professor da Sala de Recursos precisa ter um embasamento teórico e

conhecer as potencialidades de seus alunos para, a partir dessa realidade,

desenvolver as atividades que se pretende trabalhar, neste caso a produção de texto

com qualidade e significância, na qual o aluno possa expressar a sua criatividade a

partir da escrita.

2.3 A produção de texto na sala de recursos multifuncionais

O simples ato de escrever um texto deve ser feito em etapas. Em se tratando

da produção propriamente dita, o escritor, neste caso, o aluno da sala de recursos,

deverá planejar um rascunho do que pretende produzir, elaborá-lo e reescrevê-lo,

até que chegue ao produto final. Lembrando que este deve ter uma finalidade, um

propósito, reservando a escrita a maior funcionalidade possível.

Desta forma, para tratar da aquisição da escrita pelos alunos recorreremos a

André (2007); Mello (2006) que tem como fundamento a abordagem eleita e os

trabalhos de Antunes (2003; 2008), que traz uma proposta de produção de texto,

firmada nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná,

Língua Portuguesa (2008) que destaca a função do professor neste processo.

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De acordo com André (2007) para Vygotsky, a criança precisa entender a

escrita como uma função cultural complexa para saber com quais intenções usá-la.

As funções psíquicas superiores de conscientização, abstração e intenção exigidas

pela escrita acabam por fazer a criança agir de modo mais intelectual e,

consequentemente, a ter mais consciência da fala.

Segundo Mello (2006), fundamentada em Vygotsky, a escrita precisa se

tornar uma necessidade da criança que vive numa sociedade que lê e escreve,

sendo que a escrita precisa ser apresentada não como um ato motor, mas como

uma atividade cultural complexa considerando o uso social para a qual foi criada.

Desta forma, na Sala de Recursos, vamos propor atividades que venham ao

encontro das necessidades dos alunos que tem dificuldades de aprendizagem.

Realizaremos uma interação com cada um deles na perspectiva de uma boa

produção escrita, ou seja, aquela que apresenta os requisitos básicos da

apropriação da mesma. O objetivo é que o aluno seja capaz de usar os conectivos

necessários à produção clara para o leitor, sendo necessário seu envolvimento com

os textos que produz e compreensão do que escreve.

Partindo desse principio, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do

Paraná (2008), com base nos estudos de Antunes (2003), propõem três etapas

interdependentes e intercomplementares para a escrita de texto pelos alunos, que

podem ser ampliadas e adequadas de acordo com o contexto:

- inicialmente, essa prática requer que tanto o professor quanto o aluno planejem o que será produzido: é o momento de ampliar as leituras sobre a temática proposta; ler vários textos do gênero solicitado para a escrita, a fim de melhor compreender a esfera social em que este circula; delimitar o tema da produção; definir o objetivo e a intenção com que escreverá; prever os possíveis interlocutores; pensar sobre a situação em que o texto irá circular; organizar as ideias;

- em seguida, o aluno escreverá a primeira versão sobre a proposta apresentada, levando em conta a temática, o gênero e o interlocutor, selecionará seus argumentos, suas ideias; enfim, tudo que fora antes

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planejado, uma vez que essa etapa prevê a anterior (planejar) e a posterior (rever o texto);

- depois, é hora de reescrever o texto, levando em conta a intenção que se teve ao produzi-lo: nessa etapa, o aluno irá rever o que escreveu, refletir sobre seus argumentos, suas ideias, verificar se os objetivos foram alcançados; observar a continuidade temática; analisar se o texto está claro, se atende à finalidade, ao gênero e ao contexto de circulação; avaliar se a linguagem está adequada às condições de produção, aos interlocutores; rever as normas de sintaxe, bem como a pontuação, ortografia, paragrafação (PARANÁ, 2008, p. 69).

Com uma seleção de textos, partindo-se dos menos elaborados para os mais

elaborados, do ponto de vista sintático semântico e estilístico, o professor e os

alunos elegem um gênero específico, por exemplo, o conto e, a partir da leitura de

narrativas, os alunos produzem seus textos. Os trabalhos serão lidos pelo professor

e pelos colegas, para que, assim, todos analisem se o encaminhamento da proposta

atendeu às expectativas dos envolvidos nessa atividade.

Tal prática, então, compreende a leitura, a compreensão e interpretação

acerca das possibilidades de sentidos veiculados pelo texto literário e a produção

escrita intertextual. As reescritas passarão pelo processo de reestruturação,

observando, dessa forma, ao padrão da língua.

O referido projeto de produção de textos terá 11 etapas em seu

desenvolvimento desde sua etapa inicial, até sua fase final de implementação.

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3 PROJETO PRODUÇÃO DE TEXTOS NA SALA DE RECURSOS

MULTIFUNCIONAIS TIPO I

O projeto produção de texto tem como objetivo proporcionar alternativas diversas

da apropriação da escrita através da leitura e das mediações do professor na busca

pelo aprendizado. O mesmo será desenvolvido com os alunos do 6º ao 9º, que

frequentam a sala de recursos. O grupo de alunos é composto de seis alunos

devidamente matriculados na sala.

.

1ª etapa do projeto: Sarau da leitura.

Nesta primeira etapa faremos um “Sarau de Leitura”, utilizando várias obras

da nossa literatura para estimular a leitura como fonte de prazer.

O Sarau da Leitura será desenvolvido na casa de um dos alunos que

frequenta a sala de recursos, o qual tem um ambiente bem agradável e favorável

para a realização da atividade planejada. Este Sarau da Leitura acontecerá no início

de março de 2014, quando dar-se-á o começo do projeto, que prevê duas aulas para

a realização.

Neste Sarau da Leitura os alunos terão a oportunidade de conhecer obras

como: O Pequeno Príncipe, Mania de Explicação, O Menino Maluquinho, O

Fantástico Mistério de Feiurinha, Pluft o Fantasminha, A bolsa Amarela, Reinações

de um Narizinho, Meu pé de laranja lima, Caçadas de Pedrinho, Marcelo Marmelo

Martelo, O menino do dedo Verde, entre outras. Estas obras serão emprestadas da

biblioteca da escola para a realização da atividade proposta.

A referida atividade será desenvolvida de maneira lúdica, ou seja livre, onde

os aluno lerão as obras de maneira descontraída individualmente, em duplas e após

faremos uma roda de conversas, na qual, eles poderão contar sobre as histórias que

leram.

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2ª etapa do projeto: Histórias contadas.

FONTE: www.diaadia.pr.gov.br/.

Durante a implementação do projeto, faremos atividades de leitura

direcionada para o prazer do gosto da arte de escrever, no início das manhãs, com

aproximadamente 60 minutos. Esta atividade será realizada nos início das etapas 3

a 8 do projeto.

As atividades sugeridas serão através da leitura de contos, fábulas e histórias

desenvolvidas no laboratório de informática através do site: www.qdivertido.com.br,

e histórias contadas através do site www.diaadiaeducacao.com.br na ferramenta Luz

das Letras, onde ouviremos as histórias ali apresentadas.

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3ª etapa do projeto: Produção de um texto sem mediação do professor

Após a atividade de Histórias contadas, vamos propor uma produção de texto,

para que este sirva de análise inicial de como se encontram os alunos em suas

produções textuais. Este texto, não terá a mediação do professor e dos colegas. No

decorrer do projeto realizaremos vários textos, com a mediação do professor e dos

próprios alunos.

Cada aluno receberá uma folha em branco. Conversaremos sobre a

importância da escrita na qual podemos passar uma mensagem, contar uma

história, verdadeira ou não, nos comunicar com alguém, etc. Mas, para isso é

preciso seguir algumas regras como: iniciar o parágrafo com letra maiúscula, utilizar

pontuação.

Após este momento os alunos terão 2 aulas para esta atividade.

No final do projeto, realizaremos um texto final para compararmos como foi o

desenvolvimento da escrita dos alunos durante o projeto.

4ª etapa do projeto: Produção de texto com auxílio do ditado

Iniciaremos este encontro com a atividade de Histórias contadas. Em seguida

será realizada uma produção de texto, a partir de um ditado, como sugere a

professora Sabrina Vilarinho (2009), do Brasil Educador Escola. O ditado é uma

atividade importante para observar o vocabulário dos alunos bem como o emprego

da ortografia, por eles utilizadas.

A atividade será desenvolvida a partir da distribuição de um grupo de seis

palavras de grupos semânticos iguais e diferentes, como por exemplo, mar, águas,

vento, areia, ondas, profundeza. De posse das palavras escolhidas, o professor

ditará as mesmas e quando do término, fará a correção coletivamente, onde cada

aluno poderá fazê-lo, se alguma grafia foi escrita de maneira errada.

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Podemos dizer que essa atividade de correção ajuda na percepção do erro e

na possibilidade de conhecer novas palavras e seus significados. Após feito isso o

professor irá propor a elaboração de um texto narrativo. Contudo, ao longo da

narrativa, os alunos vão incluindo as palavras do ditado.

Essa tarefa deverá ser feita em sala, para que o aluno não desvie a atenção

com atividades externas e tenha a mediação do professor quando necessitar.

O professor ultrapassará a expectativa pedagógica do ditado, quando o aliar à

produção textual. Não serão apenas termos, mas desde já a criança estará

trabalhando a coerência e a coesão mesmo que não perceba, pois deverá inserir as

palavras do ditado de maneira que tenha sentido lógico para quem lê, além de

clareza.

De acordo com Vilarinho (2009) além de auxiliar na coordenação motora, na

noção de tempo, na grafia, na percepção ortográfica, na introdução à coesão e

coerência, no estímulo à criatividade e na interação professor-aluno, este processo,

que parte do ditado para a produção de texto, passará de uma tarefa complicada e

difícil para uma atividade prazerosa em que o aluno se sentirá seguro da própria

escrita e livre para a produção textual.

5ª Etapa do projeto: Ilustração de uma Obra Literária

Após a atividade de Histórias contadas será realizada uma atividade lúdica a

partir da obra: Caixa Mágica de Surpresa, do autor Elias José (1984).

Nesta atividade os alunos ilustrarão a história dividida em seis momentos,

cada um fará sua ilustração de acordo com a sua interpretação da leitura proposta.

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CAIXA MÁGICA DE SURPRESA

1-Um livro é uma beleza, é uma caixa

mágica, só surpresa.

2- Um livro parece mudo, mas nele se

descobre tudo.

3 - Um livro tem asas longas e leves

que de repente, levam a gente longe,

longe

4- Um livro é parque de diversões,

cheio de sonhos coloridos de doces

sortidos, cheio de luzes e balões.

5- Um livro é uma floresta, com folhas

e flores, bichos cores.

6- É mesmo uma festa, um baú de

feiticeiro, um navio pirata no mar, um

foguete perdido no ar, é amigo e

companheiro.

Com base na leitura acima e da interpretação e ilustração realizada, os alunos

serão motivados a elaborar um parágrafo relatando o que representa o livro para ele.

Após a escrita, todos farão a leitura do que produziu para os colegas da classe com

o objetivo de socialização das ideias e opiniões a respeito da importância do ato da

leitura.

Depois das leituras feitas e as mediações do professor, cada aluno fará a

montagem do livro Caixa Mágica de Surpresa, elaborando a capa do mesmo.

Este livro será disponibilizado no painel das atividades da escola, para que

todos que chegam até a mesma, conheçam o trabalho realizado na sala de

recursos.

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6ª Etapa: Composição a partir de música.

Iniciaremos a aula com a atividade Histórias contadas, em seguida será

proposto a produção de texto a partir da música “Aquarela” do compositores

Toquinho e Vinícius de Moraes.

A atividade será realizada, seguindo as seguintes estratégias:

a) Ouvir a música uma vez para sua familiarização.

b) Ouvir a música novamente escolhendo trechos que mais está lhe agrada.

c) Ouvir a música num terceiro momento escolhendo palavras do mesmo campo

semântico, isto é, palavras da mesma categoria.

d) A partir das palavras escolhidas, produzir um texto narrativo com a mediação do

professor, seguindo as propostas elencadas por Antunes1.

e) Após o término da produção cada aluno fará a leitura do mesmo para a

socialização.

Compreendemos que a atividade de escrita aliada a música permite que o

aluno expresse suas emoções e amplie seus conhecimentos.

7ª Etapa: Produção escrita a partir de uma carta tradicional e o uso de e-mail

Após a atividade de Histórias contadas realizaremos a produção texto a partir

de uma carta tradicional.

1 Ver p 11-12.

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FONTE: www.diaadia.pr.gov.br/

Levaremos para a sala de aula, exemplares de cartas de cunho pessoal, onde

os alunos possam com a mediação do professor, identificar os passos que esta

deverá conter para sua elaboração.

Primeiramente faremos uma leitura prévia das cartas selecionadas, para a

partir delas proceder a identificação dos passos.

O professor vai elencando os passos no quadro branco para que os alunos,

de posse das cartas, possam identifica-los: a) local e data; b) saudação inicial; c)

conteúdo da carta; d) despedida; e) assinatura.

De posse dos passos elencados, os alunos farão os registros no caderno.

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Após serão entregue aos alunos, cartas, faltando informações nas mesmas

para que em dupla ou no coletivo percebam o que falta em cada carta a eles

entregue.

Depois desta atividade os alunos da sala de recursos irão escrever uma carta

para os alunos do curso de Pedagogia da Unioeste/Campus de Foz do Iguaçu, na

qual escreverão um pouco sobre suas vidas.

Os acadêmicos do Curso de Pedagogia, responderão as cartas que serão

entregues pelo professor do projeto e nelas estarão contidos os e-mails para a

continuidade da comunicação. Após o retorno das respostas de suas cartas faremos

um novo contato, desta vez usando as tecnologias, ou seja, fazer as

correspondências, através das trocas de e-mails.

8ª Etapa: Produção escrita, bilhete.

Após a atividade Histórias contadas, explicaremos para os alunos que o

bilhete tem os mesmos critérios da produção de uma carta, apenas com mensagem

curta, onde o emissor escreve sobre determinado assunto para alguém.

Mostrar como exemplo o bilhete de “Carlinhos”:

Matelândia, 10 de agosto de 2013.

Querida mamãe Luiza.

Fui à casa do meu amigo Pedro. Volto até às 4 horas da tarde. Não se preocupe.

Beijos,

Carlinhos.

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Identificaremos com os alunos todos os passos elencados nos passos acima.

Em seguida será explorado que o conteúdo de um bilhete é uma mensagem

curta, mas que tenha significado, ou seja, que transmita um recado.

Vamos anunciar a nossa próxima atividade que será a visita a uma gráfica da

cidade. Iniciaremos uma conversa sobre o funcionamento da mesma e que faremos

a visita se os mesmos tem o desejo de conhecê-la, mas que para isso é necessário

a autorização expressa do responsável.

Após esta conversa os alunos produzirão um bilhete direcionado aos pais ou

responsáveis, pedindo autorização para visitar uma gráfica na cidade de Matelândia,

onde funciona a impressão do jornal que circula na cidade e seus arredores, o qual

servirá como base para o desenvolvimento de um pequeno exemplar de jornal

produzido na sala de recursos na mediação do professor.

Outra produção coletiva de bilhete será um convite aos alunos do curso de

Pedagogia, campos Foz do Iguaçu, para um dia de visita e troca de experiências na

escola, tendo como objetivo o conhecimento pessoal quando do intercâmbio feito

através das cartas e e-mails.

9ª Etapa: Visita Planejada (Jornal Stampa)

A visita terá caráter de aprendizagem para o conhecimento de como se dá o

processo de impressão do jornal. Com a visita, vamos da oportunidade aos alunos

de conhecer como se processa este veículo de comunicação verbal. Faremos visitas

em todos os setores da gráfica para obtermos informações necessárias para a

elaboração do jornal na própria sala de recursos.

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A referida visita acontecerá num determinado dia da semana, que abranja

todos os alunos que frequentam a sala de recursos e que terá duração de 4 horas.

Saída prevista da escola as 7:30 horas e volta com previsão para as 11:30 na

própria escola.

10ª Etapa: Produção do primeiro exemplar do jornal na sala de recursos.

Nesta atividade os alunos irão desenvolver o jornal em sala de aula com a

mediação e acompanhamento do professor.

O jornal será apenas de uma lauda que constará de uma entrevista com um

dos membros da escola; uma dica de saúde; uma receita culinária; uma letra de

música; e uma propaganda.

O conteúdo a ser publicado no jornal será extraído da pesquisa realizada na

internet, com exceção da entrevista que será composta de 5 questões.

Esta atividade será desenvolvida em 4 aulas.

Após a confecção do jornal faremos a divulgação do mesmo na escola, sendo

distribuído um exemplar para cada aluno e funcionário.

11ª Etapa : Confecção de um livro da sala de recursos.

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FONTE: www.diaadia.pr.gov.br/

Como avaliação final do projeto, será proposta uma produção de texto para a

realização de uma comparação entre a produção de texto inicial e final do projeto

que culminará na elaboração de um livro com todos os textos dos participantes.

O livro será digitado, encadernado e terá todos os componentes

necessários que uma obra deve conter.

Depois do livro feito, o professor, juntamente com os alunos, passarão

nas salas dos anos iniciais do ensino fundamental, contando a história que cada

aluno produziu. Por meio desta atividade será possível estabelecer uma relação

entre leitor e autor, fazendo com que o objetivo seja alcançado, isto é, mostrar aos

alunos da sala de recursos que a escrita tem sua função.

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4 CRONOGRAMA DAS HORAS PREVISTAS NA IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO PRODUÇÃO DE TEXTOS

ETAPAS DURAÇÃO

1ª etapa 2h

2ª etapa 2h

3ª etapa 6h

4ª etapa 2h

5ª etapa 2h

6ª etapa 2h

7ª etapa 3h

8ª etapa 2h

9ª etapa 4h

10ª etapa 4h

11ª etapa 3h

Total = 32 h

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreendemos que a língua portuguesa é entendida através dos três eixos:

a oralidade, a leitura e escrita. Para que o aluno produza seus textos é necessário

que seja um leitor, é papel do professor fazer com que o mesmo tenha gosto pela

leitura, sendo assim tornará um escritor.

Destaca-se neste trabalho a importância da presença do professor junto ao

educando, ajudando-o na superação das suas dificuldades, sendo ele o mediador

nas leituras e produções, sendo assim o aluno compreenderá o que leu e terá

compreensão de mundo para produzir os seus próprios textos. Importante ressaltar

que devemos fazer o aluno conhecedor de todos os gêneros textuais.

Para isto, não basta apenas ensinar, é preciso que o professor interaja,

planeje sua mediação no intuito de que seus alunos possam superar suas

dificuldades ou necessidades educacionais especiais. Assim, neste contexto

compreende-se que a mediação é um processo de reciprocidade, onde o professor

ao mesmo tempo que ensina, aprende com seu aluno.

Por fim, com as atividades propostas, busca-se possibilitar que os alunos

tenham acesso a informações que lhe permitam compreender a função social da

escrita e, por meio dela, possa expor suas opiniões, sugestões.

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REFERENCIAS ANTUNES, I. Aula de português: Encontro & Interação. São Paulo: Parábola, 2003.

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MELLO, Suely Amaral. O processo de aquisição da escrita na educação infantil. Contribuições de Vygotsky. In: FARIA, Ana Lúcia Goulart de & MELLO, Suely Amaral (Orgs.). Linguagens infantis. Outras formas de leituras. Campinas: Autores Associados, 2005. PARANÁ, Secretaria de Educação do Estado do Paraná: Educação Especial. 2006. PARANÁ, Secretaria de Educação do Estado do Paraná: Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa. 2008. PARANÁ. Instrução 020/2010 SEED/SUED. Orientações para a organização e funcionamento do Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual. 2010. Disponível em: <

http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao202010.pdf>. Acesso em 12

ago 2013. PARANÁ. Instrução 010/2011 SEED/SUED . Estabelece critérios para o funcionamento da SALA de RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I – para a Educação básica na Área das Altas Habilidades /Superdotação. 2011a. Disponível em: < http://www.nre.seed.pr.gov.br/umuarama/arquivos/File/educ_esp/EDUC_ESP_2013/SRM_INST_10_

2011_AH_S.PDF> Acesso em 12 ago 2013.

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PARANÁ. Instrução 014/2011 SEED/SUED que Estabelece critérios para o atendimento educacional especializado em Sala de Recursos Multifuncional -Tipo I na Educação de Jovens e Adultos – Fase I, Fase II e Ensino Médio – área da deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos. 2011b. Disponível em:

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Acesso em 12 ago 2013.

PARANÁ. Instrução 016/2011 SEED/SUED que Estabelece critérios para o atendimento educacional especializado em SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I, na Educação Básica – área da deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos. 2011c. Disponível em:

<http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/Instrucao162011.pdf> Acesso

em 12 ago 2013.

PARANÁ. Instrução 002/2012 SEED/SUED que Estabelece critérios para a solicitação de Professor de Apoio à Comunicação Alternativa para atuar no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. 2012a. Disponível em:

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PARANÁ. Instrução 016/2012 SEED/SUED que estabelece procedimentos para a implantação e funcionamento do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar. 2012d. Disponível em: <

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