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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · da grade curricular no Ensino Fundamental e Médio. ... um tema muito polêmico dentro das escolas, ... TEMA Esta

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – TURMA 2013

Título: ENCONTROS E DESENCONTROS NO SISTEMA DE AVALIAÇÃO.

Autor Márcio Teixeira Gonçalves

Disciplina/Área Geografia.

Escola de Implementação Colégio Estadual Professor Newton Guimarães Ensino Fundamental e Médio. Rua Guarujá, nº 228. Jardim Flórida.

Município da escola Londrina.

Núcleo Regional de Educação

Londrina.

Professor Orientador Profª Drª Jeani Delgado Paschoal Moura. Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Londrina.

Relação Interdisciplinar Este material didático poderá ser aplicado numa perspectiva interdisciplinar entre todas as disciplinas da grade curricular no Ensino Fundamental e Médio.

Resumo

A avaliação constitui um importante instrumento no processo de ensino e aprendizagem para o professor acompanhar o grau de apreensão dos conhecimentos obtidos pelos seus alunos e, ao mesmo tempo, refletir criticamente a sua própria prática docente. Por esta razão, a avaliação da aprendizagem tem sido foco de muitas discussões e debates entre os agentes envolvidos no contexto escolar e, também, motivo de bastante ansiedade e inquietação entre os professores. Assim, esta Unidade Didática objetiva valorizar o processo avaliativo como uma ação coletiva e compreender a importância da adoção de diferentes formas de verificação de aprendizagem no contexto do processo de ensino e aprendizagem escolar. Como metodologia de ensino serão aplicados, junto aos professores de diferentes áreas, pedagogos e alunos, diagnósticos sobre o processo de avaliação, os quais servirão para fomentar o debate acerca das diferentes possibilidades de aplicação da avaliação escolar com caráter permanente e transformador. Como resultados, busca-se contribuir com novos conceitos sobre avaliação que subsidiem uma formação docente mais crítica, frente aos diferentes contextos sociais que se apresentam.

Palavras-chave Avaliação. Ensino. Aprendizagem. Construtivismo. Geografia.

Formato do Material Didático

Unidade Didática.

Público Docentes da disciplina de Geografia e demais áreas do conhecimento.

2. APRESENTAÇÃO

PARA INÍCIO DE CONVERSA

A avaliação há muito tem sido foco de preocupações no ambiente escolar,

constituindo uma tarefa inerente ao processo de ensino e aprendizagem, necessária

e permanente. Vários pesquisadores e autores vêm se debruçando sobre a questão

da avaliação no contexto escolar, colocando este tema como um dos mais

importantes na discussão histórica sobre as práticas educativas elaboradas e

efetivamente praticadas no interior das escolas.

É através do processo avaliativo que os resultados, sobre os objetivos

inicialmente propostos, podem ser observados no decorrer do trabalho que se

concretiza na relação entre professor e alunos nas escolas.

A avaliação pode ser apreendida como um instrumento através do qual

podem ser constatados progressos, dificuldades e, naturalmente, a reorientação do

trabalho docente no sentido de que se atinjam os objetivos traçados de forma plena

e satisfatória no contexto do processo de ensino e aprendizagem,

independentemente da disciplina por ele ministrada.

Desta forma, é possível concluir que a avaliação, enquanto processo,

constitui uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e

atribuições de notas. Deve ir além. A avaliação deve ser encarada como uma

reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos

alunos.

Em certa medida, esta é uma das razões pelas quais a avaliação é sempre

um tema muito polêmico dentro das escolas, pois a prática avaliativa constitui um

dos instrumentos de que os professores dispõem para verificar o grau de

aprendizagem escolar de seus alunos, mas, também, a eficácia de sua própria

prática docente.

No entanto, o que se observa cotidianamente nas escolas é que o real

sentido que deve ser dado à avaliação, neste contexto, acaba se perdendo em

função de uma série de fatores que contribuem para dificultar as necessárias

mudanças no pensar o processo avaliativo.

Dentre estes fatores, a falta de espaços/momentos adequados para a

construção de um debate permanente e mais profundo sobre a avaliação nos

processos de ensino e aprendizagem, constitui um grande entrave para a

compreensão de sua importância no contexto escolar e, também, sobre a

possibilidade de mudança de paradigmas no que se refere tanto ao modo de avaliar

quanto aos instrumentos utilizados neste processo, e que predominam, ainda hoje,

no interior de nossas escolas.

Nesta perspectiva, esta Unidade Didática busca contribuir para fomentar a

discussão sobre a avaliação dos processos de aprendizagem, em seu caráter

interdisciplinar, no contexto do ensino fundamental e médio.

O material que o compõe é constituído por oficinas nas quais são

apresentados textos teóricos, vídeos, imagens, dinâmicas e outras atividades

práticas que, ao serem desenvolvidas contando com a participação do quadro de

professores da escola, visam à construção de um espaço de discussão permanente

sobre os processos avaliativos, sua dinâmica e perspectivas de mudanças frente

aos novos desafios didáticos e pedagógicos que tem se apresentado aos

professores na atualidade.

TEMA

Esta Unidade Didática constitui uma Produção Didático-Pedagógica que

resulta das discussões por nós apresentada através da elaboração Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola, intitulado “Encontros e desencontros no

sistema de avaliação”, o qual tem como tema geral de fundo a avaliação do

processo ensino-aprendizagem como prática interdisciplinar. Este material deverá

ser implementado na escola no 1º semestre letivo do ano de 2014 e também servirá

de base para a oferta de um Grupo de Trabalho em Rede (GTR), através da

modalidade EaD, aos professores da escolas públicas do Estado do Paraná, no

mesmo período.

JUSTIFICATIVA

Como salientamos anteriormente, a avaliação da aprendizagem constitui um

dos temas mais caros àqueles que se dedicam ao estudo dos processos de ensino e

aprendizagem. Sua discussão também é fundamental aos professores que atuam

cotidianamente em sala de aula, uma vez que o processo avaliativo apresenta-se

intrinsecamente ligado as práticas pedagógicas que se materializam e, não raro, se

cristalizam no ambiente escolar.

Neste contexto, não é incomum perceber que, ao mesmo tempo em que

cada escola precisa expor a concepção de avaliação que deverá nortear a prática

docente em seu Projeto Político Pedagógico (VEIGA, 1995), o qual, quase sempre

se pauta na visão de avaliação preconizada pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDBEN, 2008) que estabelece que esta deva ser formativa,

diagnóstica e processual, a ideia de que a avaliação deve servir apenas de

procedimento para sancionar o progresso dos alunos pelo currículo, através da

aferição de notas, medições, classificações, cálculos, verificações, cujo resultado

implicará na promoção ou não para a série seguinte continua a pautar o trabalho de

muitos professores.

Além desta visão distorcida sobre como a avaliação deve ser tomada no

contexto do processo de ensino e aprendizagem, vale lembrar que um dos

instrumentos de avaliação mais utilizados no cotidiano escolar ainda hoje – a prova

–, quase sempre é usada como instrumento coercitivo e punitivo, através do qual o

professor busca conseguir o controle disciplinar da dinâmica da turma dentro da sala

de aula, bem como impor-se nas relações que estabelece com seus alunos.

Vale destacar ainda, que a pressão exercida pelos mais diferentes agentes

que formam a comunidade escolar, tais como os próprios alunos e suas famílias, os

diretores, os pedagogos, sobre os professores quanto aos resultados que se espera

ao final de cada período escolar (bimestre, trimestre, semestre e ano letivo

propriamente), que é a aprovação, contribui para que a necessária reflexão sobre

suas práticas educacionais cotidianas, dentre as quais a avaliação, seja colocada

em segundo plano, em função da busca por melhorias nos indicadores de

desempenho escolar dos alunos.

Desta forma, muitas vezes a avalição acaba por tornar-se motivo de

angústia e frustração para o professor que sob pressão da comunidade escolar e,

também, das instâncias institucionais, por resultados positivos, se vê obrigado a

“baratear” suas práticas docentes e a flexibilizar seu conceito sobre o sucesso ou o

fracasso escolar de seus alunos. Conforme relata Sanches (2012, p. 3),

Não raro, pode ocorrer que no último conselho de classe, momento de articulação entre os diversos segmentos da escola, ocorre a frustração do educador ao ver aprovado pelos colegas o aluno que em sua disciplina nada produziu durante o ano, sob alegações diversas como “ele tem potencial, embora não demonstre” e/ou “tem condições de aprender é só descobrir a metodologia apropriada”. Nesse momento o educador busca para si a responsabilidade da reprova e questiona o valor do trabalho que desenvolveu.

Por não ser um agente passivo no contexto escolar, o professor está sempre

em busca de novos conhecimentos teóricos e, sobretudo, metodológicos que

possam contribuir para amenizar suas angústias e suavizar os caminhos por ele

trilhados em sua prática docente cotidiana.

Em que pese essa busca, o que se verifica é que raros são os momentos em

que os professores podem se debruçar sobre novas leituras e debater com seus

pares e, também, com os demais agentes da comunidade escolar sobre temas tão

relevantes para o processo de ensino aprendizagem, como é o caso do processo de

avaliação, suas concepções e suas mais diversas manifestações no âmbito escolar.

Portanto, é de extrema importância a criação, no interior da escola, de

espaços para que os professores, enquanto agentes fundamentais no desenrolar do

processo de ensino e aprendizagem, possam debater sobre questões que interferem

diretamente em suas práticas docentes cotidianas, como é o caso do processo

avaliativo adotado e de suas implicações, tanto sobre o sucesso ou fracasso escolar

dos alunos e da escola como um todo, quanto como instrumento de libertação na

busca por uma prática mais condizente com as mudanças que se fazem necessárias

na escola e na sociedade.

Acreditamos que a concepção de avaliação que permeia o currículo escolar

deve ser uma construção coletiva e não uma escolha solitária do professor. E, por se

pautar no que estabelecem os documentos escolares como o Projeto Político

Pedagógico (PPP), o Plano de Trabalho Docente (PTD) e as próprias Diretrizes

Curriculares, a discussão sobre a avaliação da aprendizagem deve envolver o

coletivo da escola, para que todos possam assumir seus papeis a fim de concretizar

um trabalho na perspectiva interdisciplinar de relevância para a formação dos

alunos.

É nesta perspectiva que Santiago (1995, p. 163), ao discutir sobre os

desafios à organização dos educadores na construção do projeto político

pedagógico da escola, analisa:

[...] é preciso que a organização coletiva dos educadores na construção de propostas pedagógicas, que de fato se fazem necessárias em nível de escola e de sistema, esteja pautada em concepções claras que, ao conduzirem as mudanças intra-escolares, inscrevam as práticas pedagógicas em projeto histórico consensualmente assumido pelo grupo, porque emanado da compreensão construída na análise da conjuntura social e na comunicação argumentativa dos sujeitos que instituem as relações escolares.

Assim, quando assumimos uma opção político-pedagógica por um currículo

que se organiza em disciplinas que deve dialogar numa perspectiva interdisciplinar,

também a avaliação da aprendizagem, enquanto processo, deve ser

pensada/discutida, no interior das escolas, numa perspectiva interdisciplinar, com

foco na apropriação dos conteúdos pelos alunos e em seu posicionamento crítico

frente aos diferentes contextos sociais.

OBJETIVOS

Inicialmente, nossa ideia era criar uma Produção Didático-Pedagógica que

contribuísse para a discussão sobre o tema da avaliação de aprendizagem com foco

na disciplina de nossa formação, que é a Geografia. No entanto, à medida que nos

debruçamos sobre o tema, em nossas pesquisas e leituras percebemos que o

entendimento do ato de avaliar no contexto escolar, enquanto parte do processo de

construção do conhecimento deve transcender a sua percepção sob o viés,

exclusivista, desta ou daquela disciplina escolar, guardadas, naturalmente, as

especificidades inerentes a cada ramo do conhecimento científico, transformado em

disciplina escolar.

Assim, objetivamos com este Caderno Pedagógico valorizar o processo

avaliativo como uma ação coletiva e compreender a importância da adoção de

diferentes formas de verificação de aprendizagem no contexto do processo de

ensino e aprendizagem escolar.

3. PROCEDIMENTOS

A implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, ocorrerá

na forma da participação dos professores da escola em um conjunto de Oficinas

através das quais serão apresentados materiais teóricos que visam enriquecer o

debate sobre o tema da avaliação da aprendizagem numa perspectiva

interdisciplinar, bem como serão propostas atividades práticas para que os

participantes possam, através do desenvolvimento destas, expor seus

questionamentos, vivências, as ideias que já tem sobre o tema, enfim, ampliar e

enriquecer seus conhecimentos sobre a avaliação como etapa intrínseca ao

processo de ensino e aprendizagem.

Cada oficina, cuja previsão de duração será de 04 horas, em média, deverá

realizar-se aos sábados – portanto, fora do período escolar dos alunos – para que

todos os professores da escola que queiram se aprofundar no tema da avaliação da

aprendizagem possam fazer a opção por participar, sem prejuízo sobre a carga

horária letiva a que tem direito os alunos conforme preconizado pela LDBNE (Lei nº.

9394/96).

Para a efetivação desta proposta de trabalho, durante seus

encaminhamentos serão utilizados vários instrumentos, tais como: data show, TV

pendrive, recursos oferecidos pela internet, textos científicos e literários, charges e

outras imagens, além de vídeos que tratam da questão da avaliação da

aprendizagem e de seu papel no processo de construção do conhecimento no

contexto escolar.

Quanto à metodologia, será apresentada palestra com o tema da avaliação

da aprendizagem e serão realizadas leituras e discussões com base nos variados

instrumentos a serem utilizados. Além disso, os professores, alguns alunos (por

amostragem) e a equipe pedagógica da escola deverão responder a um questionário

com questões sobre a percepção que estes grupos têm do processo avaliativo e das

estratégias de avaliação adotadas na escola. A tabulação e compilação dos dados

apresentados nos questionários e a construção de textos a partir destes dados

deverá subsidiar parte dos debates que serão levantados.

A construção de mapas conceituais com o tema geral do Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola também será utilizada como estratégia

metodológica durante a realização das oficinas.

Os professores participantes de todas as oficinas deverão receber certificado

de participação com carga horária de 32 horas, que será emitido pela Universidade

Estadual de Londrina – UEL.

3.1. OFICINA 1 – APRESENTAÇÃO DO PROJETO E APLICAÇÃO DO

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO

Objetivos:

Apresentar aos professores o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola e

seus objetivos.

Aplicar um questionário diagnóstico aos professores, com questões

pertinentes ao universo da avaliação da aprendizagem na escola.

Compilar e apresentar os dados e informações obtidos através da aplicação

dos questionários e analisá-los com a contribuição dos professores

participantes da Oficina.

Compará-los aos dados obtidos – e previamente compilados – a partir da

aplicação de questionário com temática semelhante, realizado junto aos

alunos.

Tempo: 06 horas.

Procedimentos da oficina:

1º momento: A título de introdução ao assunto, o professor PDE deverá

utilizar-se de data show para apresentar o tema, as justificativas e os principais

objetivos constantes no Projeto de Intervenção Pedagógica por ele elaborado, assim

como a maneira como o curso se encontra estruturado em oficinas e a carga horária

prevista para a realização de cada uma delas. Deverá, ainda, propor junto aos

participantes um calendário para a realização de cada uma das oficinas, objetivando

que todos os professores inscritos possam efetivamente participar e dar sua

contribuição durante o desenvolvimento dos trabalhos e das discussões.

2º momento: Realização de uma dinâmica de grupo com os professores

participantes, conforme enunciado no Quadro1:

Quadro 1: Dinâmica Para “Quebrar O Gelo”.

O objetivo desta dinâmica é de descontrair, promovendo o relacionamento interpessoal e um momento divertido entre os participantes. Espera-se que ao participarem desta dinâmica, os professores sintam-se mais tranquilos, relaxados e integrados para a realização da atividade prevista para o 3º momento. Materiais: folhas de papel sulfite branco cortadas ao meio; canetas. Procedimento: Solicitar que cada professor escreva na metade da folha sulfite duas características e duas manias dele, sem deixar que os colegas vejam o que está sendo escrito. O professor PDE recolhe as anotações, embaralha-as e as redistribui entre os professores presentes, de tal modo que nenhum receba sua própria folha de anotações. Cada participante deverá, através de mímica, interpretar as características e manias descritas na folha que lhe foi entregue pelo professor PDE. À medida que as mímicas são realizadas, o grupo tenta adivinhar que características e manias são essas. Após todos terem dramatizado ao menos uma das características e uma das manias presentes em sua folha, o professor PDE explica porque escolheu esta dinâmica para iniciar as atividades desta Oficina. Abre-se para plenárias e comentários do grupo sobre suas impressões a respeito da dinâmica. Dica: Analisar se os participantes estão atentos, se têm boa percepção, se estão se integrando e como reagem com as revelações pessoais dos colegas. Templo de aplicação: 30 minutos.

3º momento: Os professores participantes da Oficina acompanharão o

professor PDE até o laboratório de informática da escola onde, por meio da

utilização dos computadores e da internet, deverão acessar o questionário

diagnóstico sobre avaliação da aprendizagem, disponibilizado em ambiente virtual

on-line.

O objetivo desta atividade é levantar dados e informações que possibilitem

traçar um panorama geral sobre a percepção que os professores da escola tem a

respeito da avaliação da aprendizagem, as dinâmicas e os instrumentos que lhes

são inerentes, bem como sobre o papel por ela exercido no contexto do processo de

ensino e aprendizagem no ambiente escolar.

As questões que compõem o questionário estão apresentadas no Quadro 2:

Quadro 2: Questionário Sobre Avaliação Da Aprendizagem Para Os Professores Do Colégio Estadual Professor Newton Guimarães – EFM.

O preenchimento deste questionário constitui parte das atividades desenvolvidas junto aos professores desta escola, e integra o Caderno Pedagógico elaborado a partir do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola intitulado "Encontros e Desencontros do Sistema de Avaliação", de autoria do Professor Márcio Teixeira Gonçalves, Professor PDE/Geografia/2013. Seu preenchimento e os resultados obtidos a partir dele serão de grande importância para os debates que ocorrerão durante as Oficinas sobre Avaliação da Aprendizagem.

1. Assinale a(s) disciplina(s) que leciona nesta escola: (a) Arte. (b) Biologia. (c) Ciências. (d) Educação Física. (e) Ensino Religioso. (f) Filosofia. (g) Física. (h) Geografia. (i) História. (j) Língua Estrangeira Moderna – Inglês. (k) Língua Estrangeira Moderna – Espanhol. (l) Matemática. (m) Português. (n) Química. (o) Sociologia. 2. Há quanto tempo você trabalha nesta escola? (considere o último período de tempo ininterrupto) (a) Menos de um semestre letivo. (b) Mais de um semestre letivo e menos que dois. (c) Um a dois anos. (d) Dois a três anos. (e) Três a quatro anos. (f) Quatro a cinco anos. (g) Mais de cinco anos. 3. Você já leu o Projeto Político Pedagógico desta escola? (a) Sim, integralmente. (b) Sim, parcialmente. (c) Não. 4. O conhecimento que você tem sobre a concepção e os critérios de avaliação adotados por esta escola foi criado, principalmente, a partir: (a) da leitura do Projeto Político Pedagógico da escola. (b) das instruções recebidas através da equipe pedagógica da escola. (c) das instruções recebidas através da direção da escola. (d) de conversas informais com os demais professores da escola. (e) eu costumo avaliar da mesma maneira em todas as escolas onde trabalho ou já trabalhei, e isso nunca foi o problema. (f) Outro._________________________________________________________ 5. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96) preconiza que a avaliação escolar deve ser “formativa, diagnóstica e processual”. Considerando a seguinte afirmação: “Esta escola tem conseguido realizar uma avaliação da aprendizagem conforme estabelecido pela LDBEN”, você: (a) Concordo totalmente. (b) Concordo parcialmente. (c) Não sei responder. (d) Discordo parcialmente.

(e) Discordo totalmente. 6. Assinale, de acordo com o grau de angústia e/ou sentimento de sofrimento, que cada uma das situações abaixo se apresenta para você (o número 1 representa menor grau de angústia e/ou sentimento de sofrimento, e o número 5 representa maior grau de angústia e/ou sentimento de impotência): (a) A escolha e/ou elaboração dos diferentes instrumentos de avaliação. (1) (2) (3) (4) (5) (b) O dia do conselho final, quando você precisa aprovar ou reprovar seus alunos. (1) (2) (3) (4) (5) (c) O tempo gasto com a correção/atribuição de notas aos instrumentos de avaliação utilizados para avaliar o desempenho dos alunos. (1) (2) (3) (4) (5) (d) Ter que dar satisfação a outros membros da comunidade escolar (alunos, pais de alunos, pedagogo(a) ou direção da escola) sobre a maneira como você avalia seus alunos. (1) (2) (3) (4) (5) (e) Quando, durante a correção de uma atividade ou prova, você percebe que a maioria dos alunos não atingiu o grau de aprendizagem que você esperava. (1) (2) (3) (4) (5) 7. Para constatar o grau de aprendizagem dos seus alunos, você costuma/prefere utilizar-se de (assinale até cinco instrumentos que você mais utiliza para avaliar seus alunos): (a) Provas dissertativas. (b) Provas mistas. (c) Provas objetivas/simulado. (d) Apresentação de seminários. (e) Confecção e apresentação de painéis. (f) Produção de textos. (g) Trabalhos de campo. (h) Confecção de maquetes e/ou experimentos práticos. (i) Portfólios. (j) Formulação de mapas conceituais. (k) Relatórios. (l) Auto avaliação. (m) Entrevistas. (n) Tarefas de casa. (o) Realização de peças teatrais. (p) Cópias de textos/figuras/mapas do livro didático ou de outro material. (q) Outro._________________________________________________________ 8. Qual o principal critério que você costuma levar em conta, durante o conselho final, para aprovar ou reprovar um aluno? (a) As notas obtidas ao longo do ano letivo. (b) O número de faltas que o aluno apresentou durante o ano letivo. (c) O histórico do desempenho do aluno nos anos letivos anteriores. (d) O histórico do desempenho do aluno durante o ano letivo, independentemente das notas obtidas. (e) O histórico familiar do aluno. (f) O grau de compreensão que o aluno apresentou sobre os conteúdos estudados durante o ano, através da utilização dos diferentes instrumentos de avaliação, independentemente das notas obtidas. (g) Outro._________________________________________________________ 9. Na escolha do instrumento de avaliação que será aplicado em determinada turma de alunos, qual o grau de importância que você dá para os seguintes fatores (considere o número 1 para mínima importância e o número 5 para máxima importância): (a) O grau de maturidade psíquico-cognitiva dos alunos. (1) (2) (3) (4) (5) (b) O número de alunos por turma. (1) (2) (3) (4) (5) (c) A faixa etária dos alunos. (1) (2) (3) (4) (5) (d) O grau de indisciplina apresentado pela turma. (1) (2) (3) (4) (5) (e) As deliberações sobre avaliação presentes no Projeto Político-Pedagógico da escola. (1) (2) (3) (4) (5)

(f) O grau de dificuldade e/ou o tempo dispendido na correção/atribuição de nota ao instrumento avaliativo utilizado. (1) (2) (3) (4) (5) 10. Para você, os instrumentos de avaliação mais utilizados na escola (provas dissertativas, mistas e simulado) são suficientes para verificar o grau de aprendizagem dos alunos? (a) Concordo plenamente. (b) Concordo parcialmente. (c) Não sei responder. (d) Discordo parcialmente. (e) Discordo plenamente. 11. Você tem acompanhado as discussões conceituais e metodológicas mais recentes sobre avaliação da aprendizagem? (a) Sim. (b) Não. Caso a resposta seja afirmativa cite de que maneira, preferencialmente, você vem acompanhando estas discussões: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12. Pensando em suas práticas avaliativas na escola, você considera que elas se enquadram melhor em qual modalidade teórica? (a) Avaliação de Excelência. (b) Avaliação Diagnóstica. (c) Avaliação Somativa. (d) Avaliação Formativa. (e) Nenhuma das apresentadas. (f) Se outra resposta, qual?__________________________________________ 13. No momento em que você está aplicando algum instrumento de avaliação, sobretudo a prova e simulado, como você costuma se comportar? (a) Observa a turma durante todo o tempo a partir da sua mesa para evitar as tentativas de consultas não permitidas. (b) Ocupa-se com outras coisas da escola, como preparar aulas, atividades, corrigir provas ou fazer a leitura de algum material. (c) Durante o período em que os alunos estão com as provas/simulados, você anda pela sala passando pelos corredores entre as carteiras. (d) Você se posiciona em sua mesa ou outro canto qualquer da sala de aula e aguarda pelas dúvidas e questionamentos dos alunos para respondê-los. (e) Aguarda que o primeiro tente utilizar-se de alguma anotação, ou “cola”, para que você possa recolher sua prova, e atribuir-lhe nota zero para que sirva de lição ao restante da turma. (f) Permite que os alunos consultem algum material e tire as dúvidas que, naturalmente, surgem durante a realização da prova e/ou simulado. (g) Outro._________________________________________________________ 14. Para você, o problema que mais interfere negativamente sobre o processo de ensino e aprendizagem nesta escola é: (a) A falta de interesse generalizada dos alunos pelas aulas e pelos estudos. (b) O desrespeito com que os alunos costumam tratar-se e aos professores da escola. (c) A falta de apoio da família quando o aluno apresenta um comportamento indesejado, ou considerado inadequado para a sala de aula e a escola. (d) A concepção de avaliação da aprendizagem adotada pela escola e prevista no PPP. (e) Os instrumentos de avaliação mais utilizados, como a provas e os simulados não tem sido suficientes para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma plena e satisfatória. (f) A falta de estrutura material e humana na escola, tais como laboratórios mais equipados e adequados, uma biblioteca mais completa e profissionais mais qualificados. (g) Outro._________________________________________________________ Observação importante: Este questionário encontrar-se-á disponível para respostas no período da realização da Oficina, através do ambiente virtual on-line: https://docs.google.com/forms/d/1_lJx1aCbT0CaKBwcMbc7YVSyBzd6515yB6UXjpi167U/viewform

4º momento: Intervalo – 20 min.

5º momento: Com os professores participantes reunidos na sala de

conferências da escola, o professor PDE deverá acessar a planilha digital virtual

onde se encontrarão agrupados todos os resultados dos questionários preenchidos

e, juntamente com todos os participantes da Oficina, deverá proceder à tabulação e

análise dos dados e informações obtidos, através da confecção de gráficos e tabelas

que subsidiarão a produção de textos a respeito destes resultados.

Caberá ao professor PDE levantar questionamentos e hipóteses a respeito

dos resultados obtidos com a aplicação do questionário, com vistas a que a

avaliação da aprendizagem esteja no centro dos debates até ao final do período

proposto para esta Oficina.

Concomitantemente à esta etapa da Oficina, o professor PDE deverá

apresentar os dados dos questionários aplicados previamente por ele, ao alunos, já

tabulados, de modo que possam ser comparados com os dados dos questionários

dos professores no sentido de fornecer subsídios para que seja possível traçar um

perfil geral sobre a percepção que estes dois grupos da comunidade escolar -

professores e alunos – têm sobre o sistema de avaliação de um modo geral, e o

adotado na escola, de modo mais particular.

As questões que compõem o questionário a ser aplicado junto aos alunos,

previamente à realização desta Oficina, são apresentadas no Quadro 3, abaixo:

Quadro 3: Questionário Sobre Avaliação Da Aprendizagem Para Os Alunos Do

Colégio Estadual Professor Newton Guimarães – EFM. O preenchimento deste questionário constitui parte das atividades desenvolvidas nesta escola e destina-se aos alunos. Integra o Caderno Pedagógico elaborado a partir do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola intitulado "Encontros e Desencontros do Sistema de Avaliação", de autoria do Professor Márcio Teixeira Gonçalves, Professor PDE/Geografia/2013. Seu preenchimento e os resultados obtidos a partir dele serão de grande importância para os debates que ocorrerão durante as Oficinas sobre Avaliação da Aprendizagem.

1. Assinale a série em que você estuda nesta escola: (a) 6º ano. (b) 7º ano. (c) 8º ano. (d) 9º ano. (e) 1º ano. (f) 2º ano. (g) 3º ano. 2. Há quanto tempo você estuda nesta escola?

(a) Menos de um ano. (b) Um a dois anos. (c) Dois a três anos. (d) Mais de três anos. 3. Durante a sua vida escola, você já reprovou de série alguma vez? Quantas? (a) Sim. (b) Não. (c) Uma vez. (d) Duas vezes. (e) Três vezes. (f) Mais de três vezes. 4. Caso tenha reprovado alguma vez, você acha que isto ocorreu: (a) Porque teve muitas faltas durante o ano. (b) Por sua culpa, devido à falta de interesse nas disciplinas. (c) Por causa do sistema de avaliação da escola. (d) Porque a escola não consegue entender você. (e) Porque você não consegue entender os enunciados das provas e simulados. 5. Sobre as notas e tipos de avaliação, você: (a) Entende tudo. (b) Entende mais ou menos. (c) Entende pouco. (d) Não entende coisa alguma. 6. Para você, as provas, simulados e outras formas de avaliação adotados nesta escola, são: (a) Adequados, pois contribuem com sua aprendizagem. (b) adequados, porque preparam melhor os alunos para a vida profissional. (c) Inadequados, porque atribuem um peso muito grande para as provas e simulados como formas de avaliação. (d) Inadequados, porque não permitem que você demonstre, adequadamente, tudo que conseguiu aprender durante as aulas e seus estudos. 7. Se pudesse, você modificaria a forma de os professores avaliarem sua aprendizagem nesta escola? (a) Sim. (b) Não. 8. Para você, as questões das provas e dos simulados aplicados pelos professores desta escola são claros e condizem com aquilo que foi estudado durante as aulas? (a) Sim. (b) Não. (c) Depende do professor e da disciplina 9. Dentre os tipos de avaliação abaixo, aponte os mais usados pelos seus professores: (a) Provas dissertativas. (b) Provas objetivas e dissertativas. (c) Provas objetivas/simulado. (d) Apresentação de seminários. (e) Confecção e apresentação de painéis. (f) Produção de textos. (g) Trabalhos de campo. (h) Confecção de maquetes e/ou experimentos práticos. (i) Portfólios. (j) Formulação de mapas conceituais. (k) Relatórios. (l) Auto avaliação. (m) Entrevistas. (n) Tarefas para casa.

(o) Realização de peças teatrais. (p) Cópias de textos/figuras/mapas do livro didático ou de outro material. (q) Outro.________________________________________________________________________ 10. Dentre os tipos de avaliação abaixo, escolha até cinco que você considera melhores para avaliar o quanto você aprendeu de uma matéria: (a) Provas dissertativas. (b) Provas objetivas e dissertativas. (c) Provas objetivas/simulado. (d) Apresentação de seminários. (e) Confecção e apresentação de painéis. (f) Produção de textos. (g) Trabalhos de campo. (h) Confecção de maquetes e/ou experimentos práticos. (i) Portfólios. (j) Formulação de mapas conceituais. (k) Relatórios. (l) Auto avaliação. (m) Entrevistas. (n) Tarefas para casa. (o) Realização de peças teatrais. (p) Cópias de textos/figuras/mapas do livro didático ou de outro material. (q) Outro.________________________________________________________________________ 11. No momento em que os professores desta escola estão aplicando alguma avaliação, sobretudo a prova e o simulado, você percebe que eles: (a) Observam a turma durante todo o tempo, a partir de sua mesa, para evitar as tentativas de consultas não permitidas (“cola”). (b) Ocupam-se com outas coisa da escola, como preparar aulas, atividades, corrigir provas ou fazer a leitura de algum material. (c) Durante o período em que os alunos estão com as provas/simulados, o professor anda pela sala passando pelos corredores entre as carteiras. (d) O professor se posiciona em sua mesa ou outro canto qualquer da sala de aula e aguarda pelas dúvidas e questionamentos dos alunos, e costuma respondê-los. (e) Aguardam que o primeiro tente utilizar-se de alguma anotação, ou “cola”, para que eles possam recolher a prova do aluno e atribuir-lhe nota zero para que sirva de lição ao restante da turma. (f) Permitem que os alunos consultem algum material e tire as dúvidas que, naturalmente, surgem durante a realização da prova e/ou simulado. (g) Quando estou fazendo provas e simulados, não presto atenção no que o professor está fazendo. 12. Para você, o que mais interfere em sua aprendizagem nesta escola é: (a) A falta de interesse generalizada dos alunos pelas aulas e pelos estudos. (b) O desrespeito com que os alunos costumam tratar-se e aos professores da escola. (c) A falta de apoio da família quando algum aluno apresenta um comportamento indesejado ou considerado inadequado para a sala de aula e a escola. (d) A falta de diversificação dos tipos de avaliação realizados pelos professores nesta escola. (e) A concepção de avaliação da aprendizagem adotada pela escola. (f) Os instrumentos de avaliação mais utilizados, como as provas e simulados, não tem sido suficientes para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma plena e satisfatória. (g) A falta de estrutura material e humana na escola, como laboratórios mais equipados e adequados, uma biblioteca mais completa e profissionais mais qualificados.

6º momento: Agradecimento pela participação de todos os presentes e

chamamento para a próxima Oficina.

3.2. OFICINA 2 – PALESTRA SOBRE O TEMA “A AVALIAÇÃO DA

APRENDIZAGEM” E DEBATE.

Objetivos:

Convidar um(a) especialista, preferencialmente doutor(a) no tema avaliação

para proferir uma palestra aos professores da escola.

Levantar o debate sobre o tema proposto através de questionamentos

elaborados a partir da palestra proferida.

Tempo: 04 horas.

Procedimentos da Oficina:

1º momento: O professor PDE deverá fazer a apresentação do currículo

do(a) professor(a) palestrante convidado.

2º momento: O(a) professor(a) palestrante proferirá palestra sobre o tema

“Avaliação da Aprendizagem”, na qual deverá apresentar questões inerentes ao

tema, tais como: um rápido histórico do processo de avaliação da aprendizagem; as

principais correntes teóricas e/ou tendências pedagógicas mais recentes que tratam

sobre avaliação da aprendizagem no contexto escolar; a diferença entre métodos e

instrumentos de avaliação; e, as possíveis perspectivas para o tema da avaliação da

aprendizagem frente às demandas da comunidade escolar e da sociedade em geral.

3º momento: Intervalo – 20 min.

4º momento: Com base nas reflexões levantadas durante a apresentação

da palestra proferida, os professores poderão expor seus comentários e

questionamentos, a fim de que se consubstancie um debate geral sobre o tema da

avaliação da aprendizagem. A participação de todos, considerando a

interdisciplinaridade do tema, deverá enriquecer qualitativamente o debate proposto

para este momento da oficina. O professor-PDE deverá, quando necessário, mediar

os questionamentos e análises realizados pelos participantes em relação ao exposto

pelo(a) professor(a) palestrante.

5º momento: Agradecimento pela participação dos presentes e

chamamento para a próxima oficina.

3.3. OFICINA 3 – GRUPO DE ESTUDOS SOBRE A AVALIAÇÃO DA

APRENDIZAGEM COM USO DE TEXTOS.

Objetivos:

Disponibilizar textos acadêmicos como materiais de apoio para o

aprofundamento em questões ligadas a avaliação da aprendizagem no

contexto do processo de ensino e aprendizagem.

Debater sobre o processo de construção do conhecimento a partir das

diferentes formas de compreensão que se tem do processo avaliativo nas

escolas e das práticas delas decorrentes.

Tempo: 04 horas.

Procedimentos da Oficina:

1º momento: O professor PDE deverá enviar previamente à realização da Oficina,

no endereço eletrônico institucional de cada um dos professores participantes os

arquivos, em formato PDF, dos textos selecionados que tratam de questões

relacionadas à avaliação da aprendizagem e seu papel na construção do

conhecimento, e cuja leitura prévia servirá para subsidiar os debates que serão

realizados durante a Oficina.

A indicação bibliográfica dos textos selecionados encontra-se discriminada

no Quadro 4, abaixo:

Quadro 4 – Referências Bibliográficas Dos Textos Selecionados Para O Debate

Sobre A Avaliação Da Aprendizagem.

HADJI, Charles. Compreender que a avaliação formativa não passa de uma “utopia promissora”. In:

Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação e construção do conhecimento. In:______. Avaliação:

Mito e Desafio - uma perspectiva construtivista. 35. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 11-22.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do

exame. In: Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 12. d. São Paulo: Cortez,

2002. p. 17-26.

Texto complementar (leitura facultativa):

ESTEBAN, Maria Teresa. A avaliação no processo ensino/aprendizagem: os desafios postos pelas

múltiplas faces do cotidiano. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, n.19, abr. 2002.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

24782002000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 19 out. 2013.

2º momento: O professor PDE deverá destacar os principais aspectos

apresentados pelos textos selecionados e buscará estabelecer uma relação entre

estes aspectos e os fatos e atitudes pedagógicos observadas cotidianamente na

escola, resgatando também aqueles já levantados através da aplicação do

questionário diagnóstico da Oficina anterior, sobretudo no que respeita à construção

do conhecimento e ao papel exercido pela avaliação no contexto do processo de

ensino e aprendizagem.

Para estimular a participação dos professores presentes, o professor PDE

solicitará que estes formem pequenos grupos de três ou quatro pessoas para que,

através de discussões coletivas, respondam a algumas questões em folha de papel

almaço, as quais deverão nortear o debate geral do grupo sobre os conteúdos dos

textos. As questões propostas serão aquelas apresentadas no Quadro 5:

Quadro 5: Questões Para Debate.

1. De que formas é possível identificar em nosso cotidiano na escola, a presença da chamada

“Pedagogia do Exame”, conforme explicitada por LUCKESI (2002)?

2. Por que, para HADJI (2001), a Avaliação Formativa não passa de uma “utopia promissora”?

3. Qual a análise apresentada por HOFFMANN (2005) a respeito da dicotomia entre educação e

avaliação na perspectiva da pedagogia construtivista?

4. Para o grupo, as análises apresentadas nos textos podem contribuir para transformar a visão que

temos sobre a avaliação no contexto escolar, e sobre nossas práticas avaliativas cotidianas?

Expliquem de que forma isto pode ocorrer citando exemplos práticos.

Tempo para a realização das questões em grupo: 30-40 min.

3º momento: Intervalo – 20 min.

4º momento: Cada grupo fará a exposição das suas respostas, em ordem

crescente, da questão número 1 até a questão número 4. Caberá ao professor PDE

incentivar o debate entre os professores à medida que estes forem apresentando as

argumentações presentes em suas respostas e confrontá-las com as

argumentações presentes nas respostas dos professores dos demais grupos.

5º momento: Finalização da Oficina com agradecimento pela presença e

participação de todos e chamamento para a próxima Oficina.

3.4. OFICINA 4 – APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO: “A

EDUCAÇÃO PROIBIDA” E DEBATE SOBRE A ATUAL LÓGICA

PEDAGÓGICA FRENTE ÀS DEMANDAS ESCOLARES.

Objetivos:

Realizar uma dinâmica de motivação e sensibilização dos professores para o

tema da avaliação da aprendizagem.

Apresentar o documentário: “A Educação Proibida”.

Debater sobre o projeto pedagógico que praticamos em nossas escolas na

atualidade, e a necessidade de transformação deste projeto frente às

demandas mais recentes no contexto do processo de ensino e aprendizagem.

Situar a avaliação da aprendizagem neste contexto de busca por mudanças

no projeto pedagógico praticado atualmente na escola.

Tempo: 04 horas.

Procedimentos da Oficina:

1º momento: Realizar uma dinâmica sobre situações vivenciadas em sala

de aula com foco nos processos avaliativos realizados pelos professores da escola,

conforme explicitado no Quadro 6:

Quadro 6: Dinâmica “Histórias De Encontros E Desencontros No

Sistema De Avaliação”*

O objetivo desta dinâmica é estimular a motivação e sensibilização para o tema da avaliação da

aprendizagem através de histórias e vivências em sala de aula, além de promover a autoconfiança e

o relacionamento interpessoal entre os professores da escola.

Materiais: Um certificado ou “prêmio” divertido para cada professor.

Procedimento: O professor PDE deverá solicitar aos professores que pensem em

ocorrências, acontecimentos ou realizações, envolvendo os processos avaliativos pelos quais tenham

passado em sala de aula até hoje. Pode ser uma experiência que ele considere entre as mais

importantes de sua vida profissional ou mesmo uma pequena vivência com os alunos que tenha sido

especialmente desafiadora.

Após um curto período de tempo, o professor PDE deverá pedir aos professores

participantes que tomem mais alguns minutos para identificar o que, especificamente, ocorreu que

tornou esta uma de suas maiores realizações e/ou acontecimentos em sala de aula, e quais os

efeitos que o seu comportamento, como professor, tiveram sobre os alunos.

Cada professor deverá ficar em pé e relatar ao grupo sobre esta sua “façanha”.

Cada um desses “vencedores” deverá receber um “prêmio” em reconhecimento de sua

realização diante do problema relatado.

Dicas: O professor PDE deverá perceber se o participante que está fazendo o relato tem

um bom autoconhecimento, se se comunica de forma clara e articulada e se está motivado para se

aprofundar e debater sobre o tema da avaliação da aprendizagem durante ao longo das próximas

Oficinas.

Tempo de aplicação: 20 minutos.

* Esta dinâmica é uma adaptação da dinâmica intitulada “As maiores histórias – Motivação e

Autoconfiança”. Disponível em: http://www.esoterikha.com/downloads/pdf/dinamicas-dia-do-professor-

esoterikha.com-redemotivacao.com.br.pdf. Acesso em 27 out. 2013.

2º momento: Apresentação do documentário “A Educação Proibida”, como

apoio ao aprofundamento das ideias e questões levantadas nos textos lidos e

debatidos através da Oficina realizada anteriormente, bem como ao debate que se

seguirá em momento posterior. A ficha técnica e a sinopse do documentário

encontram-se no Quadro 7.

Quadro 7: Documentário “A Educação Proibida”

Ficha Técnica:

Título Original: La Educación Prohibida.

Ano produção: 2012.

Direção: German Doin; Verónica Guzzo.

Estreia: 2012 (Brasil).

Duração: 120 minutos.

Classificação: L – Livre para todos os públicos.

Gênero: Documentário.

País de origem: Argentina.

Sinopse:

O documentário, parte da ideia de que apesar de a educação e a escola constituírem objeto

de análise em foros acadêmicos, políticas públicas, instituições educativas, meios de comunicação e

pela própria sociedade civil, desde sua origem a escola se caracteriza pela presença de uma

estrutura e de um conjunto de práticas que hoje podem ser consideradas herméticas e obsoletas, não

tendo acompanhado as reais necessidades das sociedades do século XXI.

A obra destaca que a principal falência da instituição escolar está no fato que esta manter e

reproduzir, ainda hoje, um projeto pedagógico que não considera a natureza da aprendizagem, a

liberdade de compreender a importância do amor e dos vínculos humanos no desenvolvimento

individual e coletivo das pessoas em geral e, em especial, dos jovens.

Visa, portanto, questionar a lógica da escola moderna e como compreender a educação,

tornando visíveis diferentes experiências educacionais, não convencionais que colocam um novo

paradigma educacional.

Trata-se de um projeto realizado por jovens que partiram do ponto de vista dos alunos e

embarcaram em uma investigação que abrange 8 países, entrevistando mais de 90 educadores de

alternativas educacionais. O filme foi financiado coletivamente por coprodutores e tem centenas de

licenças livres que permitem e incentivam a cópia e reprodução.

La Educación Prohibida constitui importante ferramenta na proposição de uma discussão

reflexiva e social sobre os fundamentos que sustentam a escola, e na promoção do desenvolvimento

de uma educação integral centrada no amor e respeito à liberdade e à aprendizagem.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=AeubY7iqQ2U. Acesso em 30 de out.

2013.

3º momento: Intervalo – 20 min.

4º momento: No retorno do intervalo, os professores participantes da

Oficina serão reunidos na sala de multimeios da escola onde o professor PDE

apresentará, com uso de Datashow, algumas questões que deverão nortear os

debates sobre o documentário apresentado.

O debate ocorrerá através da mediação do professor PDE sem a

necessidade de que as questões sejam respondidas por escrito. À medida que os

questionamentos forem sendo expostos e debatidos, espera-se que os professores

retomem conceitos e discussões já realizadas nas Oficinas anteriores e sejam

capazes de estabelecer relações entre as práticas pedagógicas que utilizam

cotidianamente na escola com aquelas apresentadas no documentário.

Espera-se, ainda, que os professores sejam capazes de refletir sobre a

possível necessidade de, eventualmente, realizar mudanças e adaptações em suas

práticas pedagógicas, sobretudo no que se refere à avaliação da aprendizagem, em

função das demandas escolares que tem se apresentado atualmente.

As questões que deverão nortear os debates neste momento da Oficina são

as apresentadas no Quadro 8:

Quadro 8: Questões Para Debate Sobre O Documentário

“A Educação Proibida”

1. O grupo acredita que a visão de Ensino e de Escola apresentada no documentário “A Educação

Proibida” pode ser alcançada em nossa sociedade (brasileira), considerando os recursos humanos

e materiais de que dispomos nas escolas atualmente?

2. Quais pontos positivos e negativos o grupo destacaria em relação às propostas apresentadas pelo

documentário?

3. Pensando na realidade da nossa escola, é possível apontar iniciativas que se aproximam daquelas

apresentadas no documentário? Quais?

4. O grupo considera que, frente à visão da avaliação da aprendizagem como parte de um processo

maior, que é o da construção do conhecimento, há necessidade de realizar mudanças na proposta

pedagógica da escola em relação á este tema?

5. Como essas mudanças poderiam ser realizadas e quais os benefícios de sua aplicação prática?

6º momento: Finalização da Oficina com agradecimento pela presença e

participação de todos e chamamento para a próxima Oficina.

3.5. OFICINA 5 – ESTUDO DIRIGIDO ATRAVÉS DE FRAGMENTOS DE

TEXTOS E DINÂMICA DE JÚRI SIMULADO

Objetivos:

Levar o grupo a debater sobre alguns dos principais mitos e desafios

envolvendo a avaliação da aprendizagem no contexto escolar atual através

da leitura de fragmentos de textos selecionados pelo professor PDE.

Aprofundar os conhecimentos e avaliar a assimilação e aceitação, entre os

professores, das principais ideias apresentadas durante as discussões dos

fragmentos de textos, através de uma dinâmica de grupo.

Realizar uma dinâmica de Júri Simulado com foco na relação existente entre

a avaliação da aprendizagem e o momento do conselho de classe.

Buscar possíveis soluções para questões que envolvem as práticas adotadas

em relação à avaliação da aprendizagem na escola e que, eventualmente,

possam estar interferindo negativamente no processo de construção do

conhecimento dos alunos.

Tempo: 06 horas.

Procedimentos da Oficina:

1º momento: O professor PDE distribuirá aos professores participantes da

Oficina um conjunto de fragmentos de textos por ele selecionados, que tratam de

questões ligadas à avaliação da aprendizagem e que levam a refletir sobre ela em

várias de suas perspectivas, tais como a avaliação como instrumento de dominação;

a avaliação como instrumento de libertação; a avaliação como instrumento de

construção do conhecimento; e, a avaliação como instrumento de transformação nas

práticas docentes; etc.

Será solicitado que os professores formem um círculo com as cadeiras, de

modo que cada um fique de frente para o grupo. O professor PDE solicitará que um

voluntário inicie a leitura em voz alta, passando a palavra para o outro a seu lado

depois de ter lido o primeiro parágrafo do primeiro fragmento de texto, e assim

sucessivamente, até que todos os fragmentos tenham sido lidos integralmente.

À medida que as leituras forem sendo realizadas, o professore PDE deverá

estimular os eventuais comentários sobre os conteúdos em estudo que poderão

surgir entre os professores.

O tempo estimado para esta primeira atividade é de 30 minutos.

Os fragmentos selecionados constam no Quadro 9:

Quadro 9 – Fragmentos De Textos Sobre Avaliação Da Aprendizagem Para

Análise.

Fragmento 1:

“[...] a avaliação educacional, em geral, e a avaliação da aprendizagem escolar, em

particular, são meios e não fins em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela

prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem

se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de

educação, traduzido em prática pedagógica.

Nessa perspectiva de entendimento, é certo que o atual exercício da avaliação

escolar não está sendo efetuado gratuitamente. Está a serviço de uma pedagogia, que nada

mais é do que uma concepção teórica da educação, que, por sua vez, traduz uma

concepção teórica da sociedade. O que pode estar ocorrendo é que, hoje, se exercite a

atual prática da avaliação da aprendizagem escolar – ingênua e inconscientemente – como

se ela não estivesse a serviço de um modelo teórico de sociedade e de educação , como se

ela fosse uma atividade neutra. Postura essa que indica uma defasagem no entendimento e

na compreensão da prática social [...].

A avaliação da aprendizagem escolar no Brasil, hoje, tomada in genere, está a

serviço de uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a um modelo social

dominante, o qual, genericamente, pode se identificado como modelo social liberal

conservador, nascido da estratificação dos empreendimentos transformadores que

culminaram na Revolução Francesa.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e

proposições. 12. d. São Paulo: Cortez, 2002. p. 28-29.

Fragmento 2:

“Medir é régua” e “testar” é ver se funciona, respondeu Elisa com oito anos. A

criança buscou definir os termos através de sua lógica infantil, de sua experiência de vida. E

como os professores definem esses termos? Parece-me que os equívocos se ampliam na

proporção da relação entre esses termos e a prática avaliativa classificatória das escolas. A

palavra medida, principalmente, recebe várias definições e assume uma ampla e difusa

conotação.

Pelo seu significado próprio, medimos extensão, quantidade, volume e outros

atributos dos objetos e fenômenos. O que medimos deve ser invariavelmente expresso em

escalas ou graus numéricos, [...]. Assim, nem todos os fenômenos podem ser medidos, por

não haver instrumentos para tanto, ou por não admitirem tal precisão numérica. (Felizmente,

os cientistas ainda não fabricaram instrumentos para medir o amor ou a tristeza e outros

sentimentos humanos). Podemos medir, na escola, a frequências às aulas, por exemplo.

(Elemento sempre presente nos regimentos escolares). Ou podemos medir (contar) o

número de acertos em uma tarefa, o número de livros lidos ou de trabalhos entregues.

Mas o que se percebe é que os professores não definem o termo medida com essa

clareza. E muito menos o utilizam nesse sentido. O que acontece é, então, a atribuição de

graus numéricos à vários aspectos relacionados à vida do aluno na escola,

indiscriminadamente. Decorre, desse equívoco, a atribuição de notas a aspectos atitudinais

dos estudantes (comprometimento, interesse, participação) ou a tarefas deles que não

admitem escores precisos (redações, desenhos, monografias).

Nem todas as tarefas escolares são organizadas de forma a resultar em contagem

de acertos (os denominados itens objetivos). Mesmo assim, os professores atribuem valores

numéricos a essas tarefas com a mesma determinação com que o fazem em relação aos

itens objetivos. Algumas vezes definem critérios, parâmetros, para a atribuição de pontos.

Mas a precisão desses critérios é tema de várias teses em educação devido à complexidade

do assunto.

O que percebo é que a compreensão de muitos professores é de que “tudo pode

ser medido”, sem que se deem conta de que muitas notas são atribuídas arbitrariamente, ou

seja, por critérios individuais, vagos e confusos, ou precisos demais para determinadas

situações.

[...]

Ou seja, os educadores aceitam e reforçam o velho e abusivo uso das notas, sem

percebê-lo como um mecanismo privilegiado de competição e seleção nas escolas.

Ingenuamente ou arbitrariamente, obstaculizam o projeto de vida de crianças e

adolescentes com base em décimos e centésimos. Preocupam-se sobremaneira em atribuir

nota 7 ou 7,5, enquanto relegam a último plano os sérios problemas de aprendizagem.

Perdem o sono por tais problemas imaginários ao invés de se deter em problemas

verdadeiramente reais de aprendizagem.

Comumente, em grupos de professores com que trabalho, a denúncia de certas

incoerências provoca, entre eles, uma reação de delegar a responsabilidade desses

equívocos ao sistema, órgãos oficiais de educação ou setores de supervisão e

administração das escolas. Os professores tendem a lançar para fora de si esse problema,

defendendo-se na obrigatoriedade de obediência a ditames dos regimentos escolares.

Sem dúvida, alguns documentos referentes à avaliação, elaborados por órgãos

oficiais e orientadores dos regimentos, contem inúmeras distorções e confusões teóricas.

Reforçam, ao mesmo tempo, o caráter burocrático e mensurável da prática avaliativa,

coerente à visão capitalista liberal de suas propostas pedagógicas.

Entretanto, como educadores, não podemos fugir às questões: por quê? Dar notas,

por quê? A que propósitos servimos com tais procedimentos, cometendo determinados

equívocos?

[...]

Julgo que conceber e nomear o ‘fazer testes’, o ‘dar notas’, por avaliação é uma

atitude simplista e ingênua! Significa reduzir o processo avaliativo, de acompanhamento e

ação com base na reflexão, a parcos instrumentos auxiliares desse processo, como se

nomeássemos por bisturi um procedimento cirúrgico.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 35.

ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 40-46.

Fragmento 3:

“Apesar de ser quase unânime a ideia de que a avaliação é uma prática

indispensável ao processo de escolarização, a ação avaliativa continua sendo um tema

polêmico. Há uma intensa crítica aos procedimentos e instrumentos de avaliação

frequentemente usados na sala de aula, que muitas vezes se fazem acompanhar da

sinalização de novas diretrizes ou de novas propostas de ação. O olhar para estas novas

alternativas precisa estar atento aos discursos e às práticas para evitar que a perspectiva

técnica continue colocando na sombra a perspectiva ética.

[...]

Estamos vivendo mais um momento de construção de propostas para a redefinição

do cotidiano escolar e podemos perceber que a avaliação é uma questão significativa nesse

processo. Desde meu ponto de vista, as alternativas que se apresentam oscilam entre três

perspectivas:

a) Retorno ao padrão rígido definido pela avaliação quantitativa. Este me parece ser

o que está sendo assumido pelas propostas vindas do MEC – SAEB e ‘Provão’, no caso da

avaliação, complementados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. O tema central do

discurso é a ‘qualidade da educação’, qualidade esta que será avaliada através da

quantificação do desempenho cognitivo e das habilidades adquiridas, ou seja, o

conhecimento que foi transmitido para os alunos e retido por eles. A avaliação se revela um

‘mecanismo de controle’ dos tempos, dos conteúdos, dos processos, dos sujeitos e dos

resultados escolares. O estabelecimento de uma avaliação nacional pressiona no sentido de

uma homogeneização curricular, pois todos os alunos e alunas devem ter acesso a

conteúdos iguais para que tenham as ‘mesmas oportunidades’ num processo de avaliação

padronizado. A dinâmica da sala de aula está limitada aos procedimentos que possam

favorecer a produtividade.

b) Consolidação de um modelo híbrido. Esta perspectiva de redefinição do

processo de avaliação dá continuidade a uma dinâmica estabelecida a partir do modelo

qualitativo e agrupa propostas que, embora possam apresentar intencionalidades distintas e

muitas vezes opostas, desencadeiam práticas com consequências semelhantes. Essas

propostas afirmam uma ruptura com a avaliação quantitativa, se constroem com um

discurso crítico à concepção de avaliação como quantificação dos resultados, compartilham

a afirmação de que os sujeitos escolares são sujeitos históricos e sociais.

[...]

Este modelo híbrido engloba duas perspectivas distintas: uma que não abandonou

a ideia de que a avaliação deva ser um instrumento de controle, de adaptação e de seleção,

ainda que o controle deva ocorrer por meio de mecanismos cada vez menos visíveis, de

modo a adquirir uma aparência democrática e a seleção deva ser resultado de um processo

que analise o sujeito em sua complexidade, atuando no sentido de adaptá-lo ao seu lugar na

hierarquia social; a outra perspectiva tem como objetivo romper com o sistema de controle e

de segregação, mas ainda não encontrou os aspectos-chave que devem ser transformados,

por isso propõe modificações superficiais, ainda que aparentemente indique mudanças

profundas.

c) Construção de uma avaliação democrática, imersa numa pedagogia da inclusão.

A terceira perspectiva, para a qual só vamos encontrar alguns processos que não

estão consolidados nem completamente definidos, engloba as alternativas de avaliação que

estão pensadas como parte de um processo de construção de uma pedagogia multicultural,

democrática, que vislumbra a escola como uma zona fronteiriça de cruzamento de culturas.

Esta percepção implica numa mudança radial na lógica que conduz às práticas de avaliação

porque supõe substituir a lógica da exclusão, que se baseia na homogeneidade inexistente,

pela lógica da inclusão, fundamentada na heterogeneidade real. [...]”. (grifo nosso).

ESTEBAN, Maria Teresa (org). A avaliação no cotidiano escolar. In: ESTEBAN, Maria

Teresa . Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5. ed. Rio de Janeiro:

DP&A, 2003. p. 10-14.

Fragmento 4:

“Na velha e boa mitologia grega, havia um personagem muito cruel que se

chamava Procusto. Já ouviu falar desse nome horrível? Procusto era um malfeitor que

morava numa floresta. Ele tinha mandado fazer uma cama que tinha exatamente as

medidas do seu próprio corpo, nem um milímetro a mais nem um milímetro a menos.

Quando capturava uma pessoa na estrada, Procusto amarrava-a naquela cama. Se a

pessoa fosse maior do que a cama, ele simplesmente cortava fora o que sobrava. Se fosse

menor, ele a espichava e esticava até ela caber naquela medida. Simpático ele, não?

Procusto foi morto pelo herói Teseu, o mesmo que depois matou o Minotauro.

É fácil decifrar a simbologia desse mito. Procusto representa a intolerância diante

do outro, do diferente, do desconhecido. Representa a visão de mundo totalitária daquele

sujeito que quer moldar todos os demais seres humanos à sua própria imagem e

semelhança. É a recusa da multiplicidade, da diversidade, da criatividade, da originalidade.

‘Quem não se conforma ao meu tamanho não pode andar solto por aí, a menos que vá

jogando fora tudo o que eu não tenho até caber na minha medida, ou a menos que se

espiche e se estique até ter o mesmo que eu e ser igual a mim.

O espírito de Procusto esteve presente em várias etapas da história da

humanidade. Esteve presente durante a Inquisição, que condenou à fogueira tudo que não

se encaixava nos dogmas da Igreja. Esteve presente na caça às bruxas, que levou à morte

milhares de mulheres, cujo único crime era saber um pouco mais que os homens a quem

deviam submissão. Esteve presente na conquista da América, que representou o extermínio

de civilizações inteiras de norte a sul do continente. Esteve presente no longo e doloroso

processo de escravização de milhões de negros africanos. Esteve presente nos campos de

concentração onde nazistas eliminaram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e todo e

qualquer opositor ao regime. Esteve presente nos regimes totalitários de esquerda e de

direita que imperaram depois da 2ª Guerra Mundial em vários países do mundo.

Infelizmente, ao longo da história, percebemos que a escola teve um papel muito

importante na difusão do espírito de Procusto. A educação tradicional – repressora e

intolerante – sempre se guiou pelo autoritarismo e pela consolidação de preconceitos dos

mais diversos tipos. Não acha que já é hora de tentarmos mudar esta situação?”.

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2012. p.

53-55.

2º momento: Após a realização da leitura dos fragmentos de textos, o

professor PDE apresentará os encaminhamentos de uma dinâmica de grupo que

simulará um Júri no qual metade dos participantes deverá acusar e a outra metade

deverá defender um aluno fictício – considerado problemático por parte dos

professores da escola, também esta fictícia –, de nome Joãozinho, com vistas a

manutenção ou não de sua reprovação escolar, já obtida em Conselho de Classe

Final.

A dinâmica deverá seguir os apontamentos presentes no Quadro 10:

Quadro 10: Dinâmica De Júri Simulado*

O objetivo desta dinâmica é levar os professores participantes a refletirem sobre os critérios utilizados

no julgo de um aluno fictício considerado “problema” durante um Conselho de Classe de final de ano

letivo, bem como sobre as práticas avaliativas desenvolvidas pelos professores ao longo do ano e

que, eventualmente, possam ter contribuído para que o aluno em debate se encontrasse naquela

situação.

A dinâmica de Júri Simulado, além de contribuir para o debate sobre o tema proposto, leva os

participantes a tomar um posicionamento e a exercitar a expressão e o raciocínio, amadurecendo o

senso crítico sobre o tema debatido.

Materiais: Ficha de acompanhamento do desempenho pedagógico anual de um aluno

fictício, que simule as anotações realizadas pelos professores das diversas disciplinas, ao longo do

ano letivo; Ficha das médias anuais obtidas pelo aluno fictício, em cada disciplina da grade curricular;

Ata do Conselho de Classe Final onde consta a decisão pela reprovação do aluno fictício.

Tempo de Aplicação: A dinâmica deverá realizar-se em dois momentos distintos, sendo

que o 1º momento deverá durar aproximadamente 30 minutos e o 2º momento deverá durar entre 50

minutos e 1 hora.

Procedimentos:

1º Momento: O professor PDE dividirá os professores participantes, ficando em números iguais os

dois grupos – todos os participantes (exceto o juiz e os jurados) podem ser testemunhas.

Participantes e suas funções:

Juiz: dirige e coordena as intervenções e o andamento do júri.

Jurados: ouvirão todo o processo e no final das exposições, declaram o vencedor,

estabelecendo a pena ou indenização a se cumprir.

Advogados de defesa: defendem o “réu” e respondem às acusações feitas pelos

promotores.

Promotores (advogados de acusação): devem acusar o “réu” a fim de condená-lo.

Testemunhas: falam a favor ou contra o acusado, colocando em evidência as contradições

e argumentando junto com os promotores ou advogados de defesa.

Obs.: o professor PDE deverá fixar bem o tema, assim como os fatos que serão matéria do

julgamento. Para isso, combinará previamente com todas as partes, apontando com antecedência, os

argumentos que poderão ser apresentados.

2º momento: O juiz deverá apresentar, com neutralidade, uma breve explanação sobre os

acontecimentos que culminaram na formação daquele júri, indicando sob qual acusação o aluno “réu”

encontra-se em julgamento.

Com base nas provas apresentadas, os promotores deverão acusar o aluno buscando que

o júri o considere culpado e que seja condenado à manutenção da reprovação;

Os advogados deverão defender o aluno, apontando para as falhas ocorridas quanto ao

processo pedagógico avaliativo praticado pelos professores durante o ano letivo. Poderão, ainda,

apelar para outras questões (familiares, socioeconômicas) que interferiram sobre o desempenho do

aluno acusado, com vistas à sua absolvição, aprovação e promoção para a série seguinte.

As testemunhas deverão colaborar nas discussões, havendo um revezamento entre a

acusação e a defesa, sendo que os advogados podem interrogar a testemunha “adversária”.

Terminado o tempo das discussões e argumentações dos dois lados, os jurados devem

decidir sobre a sentença. Cada jurado deve argumentar, justificando sobre a sua decisão.

Das provas e dos fatos:

Antes de iniciar o Júri Simulado, todos os participantes terão acesso às seguintes provas e

fatos:

Prova 1 – Ficha de ocorrências e acompanhamento pedagógico anual do aluno Joãozinho

(2013):

Fevereiro:

18/02 – o aluno não realizou a tarefa de Geografia agendada para esta data.

21/02 – foi solicitado pela professora de Matemática que o aluno se retirasse da sala porque

estava conversando e dando risadas, atrapalhando a explicação dos conteúdos.

Março:

05/03 – nesta data, o aluno Joãzinho chutou a perna de um colega de sala durante um jogo

de handebol, na aula de Educação Física. O professor registrou ocorrência e solicitou que o aluno

fosse até a sala da Supervisão. Os pais foram comunicados e foi solicitado que compareçam na

escola. A mãe foi até a escola e foi informada sobre os acontecimentos mais recentes envolvendo o

aluno.

08/03 – nesta data, Joãozinho ficou sem a nota do trabalho de Português, realizado

coletivamente, sob a alegação dos demais participantes do grupo de aquele não fez nada do

trabalho, portanto, não merece nota alguma.

08/03 – o aluno não apresentou a tarefa de História, por esta razão ficou sem a nota.

18/03 – hoje, Joãozinho não compareceu para realizar a prova de Geografia.

20/03 – o aluno não compareceu para realizar a prova de História.

21/03 – Joãozinho não entregou o trabalho de Ciências e apresentou como justificativa o

fato de ter passado a noite na cada da avó por conta de uma briga entre os pais na noite anterior.

26/03 – a família do aluno foi comunicada sobre o fato de que este não compareceu na

escola vários dias durante as duas últimas semanas e que perdeu avaliações e trabalhos. A mãe do

aluno explicou que o mesmo estava doente e que, por esta razão, ele voltaria para a escola apenas

no dia seguinte.

27/03 – o aluno faltou novamente, perdendo trabalho de Educação Física realizado em sala

de aula.

Abril:

03/04 – o aluno não compareceu para realizar a prova de recuperação de Geografia.

09/04 – durante uma palestra realizada na escola pelos técnicos da Copel sobre o uso

adequado de energia elétrica, o aluno Joãozinho comportou-se inadequadamente e foi retirado da

sala, sendo encaminhado para a Supervisão.

17/04 – o aluno não trouxe o material da disciplina de Arte e ficou incomodando os colegas

durante a aula, atirando-lhes bolinhas de papel. O aluno ficou sem a nota da atividade.

23/04 – o aluno não quis mostrar o caderno para a professora de Ciências, por esta razão

ficou sem a nota da tarefa.

25/04 – nesta data, Joãozinho discutiu com a professora de Português porque não quis

participar da atividade de produção de texto. Agrediu a professora com palavrões. Disse que a odiava

e que não faria mais nada na matéria dela. Foi, então, encaminhado para a Supervisão.

29/04 – durante a aula de Geografia, Joãozinho foi agressivo com o professor porque este

disse que ele perderia a nota da tarefa, já que não a havia realizado. O aluno foi retirado da sala pela

supervisora por ter respondido de forma mal educada ao professor. Os pais foram comunicados.

Maio:

07/05 – durante a entrega de boletins do primeiro bimestre, Joãozinho acusou os

professores da escola de persegui-lo e foi agressivo com a professora de História, depois que esta

entregou o boletim para a mãe dele. A supervisora convidou a mãe do aluno para conversarem

reservadamente. A mãe explicou que Joãozinho havia sido diagnosticado com problema de visão e

que passaria a usar óculos assim que o mesmo ficasse pronto. Solicitou ainda que seu filho fosse

acomodado entre as carteiras mais à frente, dentro da sala de aula.

16/05 – não entregou trabalho da disciplina de Inglês.

22/05 – o aluno disse que não resolveria as atividades propostas pela professora de

Matemática em sala de aula e que faria isto em casa. A professora lhe disse que a atividade deveria

ser realizada em sala, para que ela pudesse orientar aos alunos. O aluno fechou o caderno e abaixou

a cabeça, não tendo mais participado da aula. Ficou sem a nota da atividade.

28/05 – Joãozinho entregou a prova de Ciências com as respostas em branco. No verso da

folha, fez desenhos agressivos e escreveu: “não sei nada sobre esta porcaria!”. A prova foi entregue

para a Supervisão e os pais foram solicitados na escola. Ninguém compareceu.

29/05 – o aluno conversou o tempo todo na aula de Matemática. Não realiza as atividades

propostas durante as aulas.

Junho:

03/06 – o aluno ficou boa parte da aula de Geografia sem realizar as atividades propostas e

não fez a correção dos exercícios no caderno. Ficou parte da aula com a cabeça abaixada sobre a

carteira. Quando o professor perguntou se estava tudo bem, o aluno disse que sim, mas que não

queria fazer as atividades. O professor disse que ele ficaria sem a nota, ele fez um gesto com os

ombros como quem não se importava com isso.

06/06 – Hoje, Joãozinho pediu para ir embora sob a alegação de que não estava bem.

Disse que estava com dores de cabeça muito fortes e náusea. A mãe foi comunicada e veio até a

escola para buscar o aluno.

06/06 – Joãozinho não compareceu na escola hoje e perdeu a prova de Português.

11/06 – entregou a prova de recuperação de Português praticamente em branco.

21/06 – em razão das várias reclamações dos demais alunos da turma, o aluno foi trocado

de lugar pela professora de Arte, passando a sentar-se na última carteira da fileira da porta, ficando,

desta maneira, isolado do restante da turma por outra carteira que não é ocupada por qualquer aluno,

logo à sua frente.

26/06 – Joãozinho dormiu o tempo todo na aula de História, mesmo sob o protesto da

professora. A supervisora foi comunicada ao final da aula.

27/06 – o aluno não compareceu para realizar o simulado do segundo bimestre. Os outros

alunos da sala disseram para a professora de Matemática que o aluno teria matado aula, pois teria

sido visto nas imediações da escola antes do sinal para a entrada. A professora registrou ocorrência

e comunicou a supervisão, a qual tentou contato com os pais, mas não obteve sucesso.

Julho:

04/07 – a mãe de Joãozinho esteve na escola para buscar o boletim do segundo bimestre e,

em conversa com a Supervisão, revelou sua disposição em transferi-lo para outro colégio uma vez

que este, mesmo sendo aluno antigo da escola, não conseguia se adaptar à série, aos colegas, aos

professores, à escola, enfim, e melhorar seu desempenho. Disse também que o aluno estava

amparado por laudos de especialistas que comprovavam seu déficit de aprendizagem. Porém, não

apresentou os laudos. Confessou à supervisora que seu casamento estava em crise e que achava

que isto poderia estar afetando o desempenho do filho. Não estaria conseguindo lidar

adequadamente com esta situação.

29/07 – o professor de Geografia comunicou a Supervisão que o aluno estava faltando em

suas aulas. A Supervisora lhe passou a informação de que os pais estavam avaliando retirá-lo da

escola e que, talvez, ele não voltaria mais.

Agosto:

12/08 – a Supervisão conseguiu contato com os pais do aluno Joãozinho, depois de várias

tentativas, para comunicar que este não havia retornado depois do recesso de Julho e que, se

pretendiam levá-lo para outra escola, o correto seria realizar a transferência junto à secretaria da

escola. A mãe avisou que ela e o marido haviam tido uma boa conversa com o filho e que este,

depois de pensar um pouco, decidiu não sair da escola. Comprometeu-se a melhorar seu

comportamento, tanto em relação à disciplina quanto aos estudos. Disse ainda que o filho retornaria a

escola no dia seguinte.

27/08 – apesar de estar realizando as tarefas solicitadas, o aluno não entregou o trabalho

de pesquisa solicitado pela professora de Ciências.

30/08 – o aluno entregou o trabalho de Ciências com atraso, pelo que perdeu metade da

nota.

Setembro:

12/09 – hoje, Joãozinho esteve apático durante toda a aula de História. Quando a

professora foi conversar com ele para tentar entender o que estava acontecendo percebeu que ele

estava chorando de cabeça abaixada sobre a carteira. Ela perguntou o que estava acontecendo e ele

não respondeu, continuando com a cabeça abaixada. Os outros alunos não souberam dizer o porquê

do choro. A professora lhe disse baixinho que se quisesse sair da sala para lavar o rosto poderia ir. O

aluno levantou-se e foi. Não retornou mais naquela aula.

25/09 – nesta data, Joãozinho disse que esqueceu o caderno de Arte em casa, por esta

razão perderá a nota desta atividade.

30/09 – Hoje, Joãozinho entregou o caderno de Arte para a professora. Esta constatou que

o caderno estava incompleto, faltando todas as atividades do período em que o aluno havia faltado na

escola. A professora lhe atribuiu alguma nota para que não ficasse com 0 (zero).

Outubro:

16/10 – durante uma partida de handebol entre sua turma e outra que estava sem professor,

Joãozinho foi agressivo em uma jogada, tendo chutado com força a bola contra um colega do time

adversário. O aluno do time rival que foi atingido teve parte do lábio inferior cortado e apresentou uma

luxação no rosto. Em conversa com a supervisora, o Joãozinho disse que não teve a intenção de

machucar o colega e que ficou nervoso porque em outro momento do jogo o aluno agredido o havia

chutado. Houve um início de discussão entre os dois na sala da Supervisão. No final da conversa, o

Joãozinho se desculpou com o outro aluno e pediu que a supervisora não comunicasse seus pais,

pois não queria ser mais um problema para eles. Ela disse que não poderia fazer isso e comunicou a

família de Joãozinho sobre o ocorrido. Na manhã seguinte, sua mãe veio até a escola e tomou

ciência de todo o ocorrido.

29/10 – o aluno não realizou a tarefa do professor de Matemática.

31/10 – Hoje, Joãozinho não apresentou a tarefa de Ciências da semana anterior. Quando a

professora disse que faria uma ocorrência, o aluno se desculpou e disse que se esforçaria para

melhorar.

Novembro:

08/11 – o aluno não compareceu para realizar a prova de Ciências. Quando indagado pela

professora, na aula seguinte, sobre o porquê não havia feito a prova, o aluno respondeu que não

tinha mais chance. A professora lhe disse que “todos tem chance de passar até o dia do Conselho

Final”, e propôs que fizesse uma nova prova na aula seguinte. O aluno aceitou.

18/11 – nesta data, Joãozinho entregou o trabalho de Geografia incompleto.

22/11 – durante a realização da prova de simulado do quarto bimestre, o aluno Joãozinho

disse que estava passando mal e que precisa ir embora. A família foi comunicada e a mãe foi buscá-

lo na escola. Entregou a prova de simulado incompleta.

26/11 – segundo relato da professora de História, hoje Joãozinho esteve apático e não

conseguiu se concentrar em nada. Debruçou-se sobre a carteira e teve dificuldade em prestar

atenção na revisão de conteúdos para a prova de recuperação.

Dezembro:

03/12 – a professora de Português relatou à Supervisão que, em atividade de produção de

texto, Joãozinho fez um relato preocupante sobre sua visão para o futuro. A atividade consistia em

produzir um texto no qual os alunos deveriam relatar sobre suas expectativas para o futuro. No texto

produzido por Joãozinho, este dizia, entre outras coisas, que seu futuro só poderia ser virar bandido

ou marginal de rua, já que era burro e preguiçoso. No relato, afirmou ainda que seus pais e

professores tinham razão quando falam essas coisas para ele.

17/12 – durante realização do Conselho de Classe Final, o aluno foi considerado inapto para

promoção à série seguinte, tendo sido reprovado.

Prova 2 – Médias anuais obtidas pelo aluno durante o ano letivo:

Arte – 7,0

Ciências – 5,2

Educação Física – 8,2

Geografia – 4,5

História – 5,3

Língua Portuguesa – 7,3

L e M - Inglês – 6,7

Matemática – 4,1

Prova 3 – Ata de Reunião do Conselho de Classe Escolar Final

Aos dezessete dias do mês de dezembro do ano letivo de dois mil e treze, convocamos

para este Conselho de Classe Final, os professores das disciplinas de: Arte, Ciências, Educação

Física, Geografia, História, Língua Portuguesa, Inglês e Matemática; a Direção; e, as supervisoras

pedagógicas, realizado na sala de aula nº 10, do Colégio Estadual de Londrina (nome fictício), para

deliberar sobre a aprovação ou reprovação dos alunos da série: 8º (oitavo) ano TB, do turno

vespertino, conforme lista de alunos abaixo discriminados:

Aluno: Joãzinho – reprovado. O aluno deixou de realizar várias atividades, individuais e coletivas,

bem como perdeu provas e simulados de várias disciplinas durante o ano letivo. Não conseguiu

apreender os conceitos e conteúdos fundamentais das diversas disciplinas, e nem obteve a média

mínima para sua aprovação nas disciplinas de: Ciências, Geografia, História e Matemática. Em várias

das oportunidades ofertadas, o aluno não demonstrou interesse em buscar melhorar seu

desempenho, negando-se, muitas vezes, a realizar as atividades propostas pelos professores em

sala de aula e fora dela, não apresentando os requisitos mínimos necessários para sua promoção à

série seguinte.

*Ideia extraída e adaptada de: MACEDO, Giélia Silva. Neoliberalismo. Será o caos? Mundo Jovem: um jornal de ideias. Porto Alegre, Política e Cidadania. Ano XLI, nº 339, p. 20, agosto 2003.

3º momento: Intervalo – 20 min.

4º momento: Após o Tribunal do Júri anunciar seu veredicto, o professor

PDE deverá levantar e coordenar o debate, estimulando os professores a

participarem das discussões através de um feedback dos momentos mais

controversos que, porventura, tenham ocorrido durante a realização da dinâmica de

Júri Simulado.

Para nortear o debate, o professor PDE lançará alguns questionamentos

com a finalidade de que os professores consigam compreender e estabelecer as

relações existentes entre as análises teóricas presentes nos fragmentos de textos

lidos no início da Oficina, e os encaminhamentos que culminaram no veredicto a que

chegaram através da dinâmica de Júri Simulado.

As questões que servirão de base para as análises e discussões após o Júri

Simulado estão inseridas no Quadro 11:

Quadro 11 – Questões Para Análise Em Grupos

1. Observamos que na análise de LUCKESI (2002), a prática escolar predominante hoje se realiza

dentro de um modelo teórico de compreensão que pressupõe a educação como um mecanismo de

conservação e reprodução da sociedade. A que tipo de sociedade este autor se refere? E, no interior

de nossas escolas, que tipos de práticas tem sido colocadas à serviço da manutenção desta

sociedade?

2. Partindo das análises apresentadas por Jussara Hoffmann (2005), e da sua percepção sobre o

assunto abordado pela autora, vamos refletir:

a) Qual o significado de se atribuir notas a toda e qualquer tarefa do aluno, desde que ele ingressa na

escola?

b) Por que se usam canetas vermelhas, salientando a ação corretiva?

c) O quanto somos responsáveis pelos fantasmas das provas? E com que propósito?

3. Pensando nas perspectivas que se apresentam neste momento de construção de propostas para a

redefinição do cotidiano escolar, com destaque para a questão da avaliação, conforme apresentadas

por ESTEBAN (2003), em qual delas se enquadram as práticas pedagógicas que observamos em

nossa escola? O grupo acredita que é necessário fazer alguma mudança? Qual(is)?

4. Reflitam sobre os fatos e/ou acontecimentos do dia a dia no ambiente escolar que podemos

associar ao mito de Procusto, conforme explicitado por Marcos Bagno (2012).

5º momento: Finalização da Oficina com agradecimento pela presença e

participação de todos e chamamento para a próxima Oficina.

3.6. OFICINA 6 – A CONSTRUÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS COMO

ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Objetivos:

Convidar uma Professora Doutora para apresentar uma palestra aos

professores participantes das Oficinas sobre as possibilidades de

instrumentalização nos processos de avaliação da aprendizagem, com

enfoque na construção de Mapas Conceituais.

Realizar uma dinâmica de construção de mapa conceitual sobre a avaliação

da aprendizagem, como possível estratégia de avaliação que pode ser

utilizada no processo de construção do conhecimento.

Avaliação final do curso e confraternização de encerramento.

Tempo: 04: horas.

Procedimentos da Oficina:

1º momento: O professor PDE deverá fazer a apresentação do currículo da

professora palestrante convidada.

2º momento: A professora palestrante proferirá palestra sobre o tema

“Estratégias de Avaliação da Aprendizagem – A Construção de Mapas Conceituais

como Proposta”, na qual deverá apresentar análises sobre a instrumentalização dos

processos avaliativos no contexto do processo de ensino e aprendizagem, e se

aprofundará na temática da elaboração de mapas conceituais como possibilidade de

estratégia de avaliação da aprendizagem, e também como instrumento que

possibilita a construção do conhecimento no ambiente escolar.

3º momento: Com base nas reflexões levantadas durante a apresentação

da palestra proferida, os professores serão estimulados a expor suas impressões e

questionamentos, a fim de que se desenvolva um debate geral sobre o tema dos

instrumentos e estratégias envolvidos no processo de avaliação da aprendizagem.

A participação de todos, considerando a interdisciplinaridade do tema, será

muito importante para enriquecer o debate proposto para este momento da Oficina.

O professor-PDE deverá, quando necessário, mediar os questionamentos e análises

realizados pelos participantes em relação ao exposto pela professora palestrante.

4º momento: Intervalo – 20 min.

5º momento: Os professores deverão participar de uma dinâmica de grupo

através da qual deverão construir um mural com o objetivo de expressar sua

percepção e sensibilidade sobre os assuntos apresentados pela palestrante, mas,

também sobre os demais temas analisados e debatidos nas Oficinas anteriores.

Os procedimentos inerentes a esta dinâmica estão expressos no Quadro 12:

Quadro 12 – Dinâmica Em Grupo – Confecção De Mapa Conceitual E

Exposição Em Mural

O objetivo desta dinâmica é aprofundar os conhecimentos adquiridos pelos professores sobre os

temas apresentados, analisados e batidos durante esta e as demais Oficinas do Curso – através das

palestras proferidas; dos textos e fragmentos de textos lidos e analisados; do documentário

apresentado e debatido. Além de permitir avaliar a assimilação de todos os conteúdos levantados e

estudados durante as Oficinas, esta dinâmica permitirá a troca de informações, o desenvolvimento do

trabalho em equipe, a criatividade, e a percepção sobre os temas estudados, bem como a integração

entre os professores.

Materiais: Cartolina, canetas coloridas, canetas piloto, jornais, revistas, figuras diversas,

tesouras, cola, papel crepom, cola colorida.

Tempo de Aplicação: A dinâmica deverá realizar-se em dois momentos distintos, sendo

que o 1º momento deverá durar cerca de 40 min e o 2º momento deverá durar aproximadamente 01

hora.

Procedimentos:

1º Momento: O professor PDE deverá agrupar os professores participantes em grupos de

três a quatro pessoas. A tarefa de cada grupo é elaborar um painel, ou mural, utilizando materiais

diversos, através do qual os componentes expressam o entendimento obtido sobre os temas

estudados durante as Oficinas realizadas até o presente, através da construção de mapas

conceituais.

2º Momento: Após a construção dos painéis e murais, os trabalhos devem ser expostos e

comentados por todos, buscando o enriquecimento e a troca de experiências, discutir dificuldades

para execução da tarefa, além da compreensão dos outros trabalhos e das impressões obtidas. O

professor PDE deverá colocar-se à disposição para solucionar dúvidas, acrescentado informações à

discussão quando julgar necessário.

6º momento: O professor PDE solicitará que os professores participantes

façam uma avaliação oral geral do Curso, destacando os pontos que consideram

positivos e negativos na realização das Oficinas. Os professores participantes

também serão orientados a comentar sobre a pertinência do Curso para o debate,

na escola, a respeito do tema geral que norteou a realização das Oficinas – a

avaliação da aprendizagem – e, em que medida, estas discussões poderão

modificar a realidade pedagógica atual na qual se pauta o processo de ensino e

aprendizagem em nossa escola.

7º momento: Para encerrar o Curso, os professores presentes participarão

de uma confraternização que poderá culminar em um almoço nas dependências da

escola, ou em outro local previamente combinado.

4. RECURSOS

Além dos recursos humanos, compostos pelo professor PDE, pelos

professores participantes e funcionários da escola, serão utilizados vários recursos

materiais, tais como:

Computadores conectados à internet.

Planilha eletrônica para tabulação de dados dos questionários.

TV Pendrive.

Data show.

Fragmentos de vídeos e documentário.

Textos e fragmentos de textos acadêmicos.

Aparelhos de som e de DVD.

Lousa.

Material escolar (cartolina, papel almaço e de sulfite, canetas e pinceis

atômicos, cola, tesoura, régua, tinta guache e giz de cera) para as

dinâmicas.

5. CRONOGRAMA

Atividades Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

Apresentação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola para os professores. X

Aplicação do questionário sobre avaliação aos

alunos selecionados e tabulação dos dados. X

Elaboração dos materiais para as dinâmicas. X X X X

Realização das Oficinas 1 e 2. X

Realização das Oficinas 3 e 4. X

Realização das Oficinas 5 e 6. X

Certificação dos professores participantes das

Oficinas. X

6. BIBLIOGRAFIA

BONNIOL, Jean-Jacques; VIAL, Michel. Modelos de avaliação: textos fundamentais. Porto Alegre: Artmed, 2001. BRASIL, LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Brasília:

MEC/CFE, 2008. DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação educacional em três atos. 2. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2001. ESTEBAN, Maria Teresa. A avaliação no processo ensino/aprendizagem: os desafios postos pelas múltiplas faces do cotidiano. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, n.19, abr. 2002. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141324782002000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 19 out. 2013. HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação: Mito e Desafio - uma perspectiva

construtivista. 35. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 11-22. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 12. d. São Paulo: Cortez, 2002. p. 17-26.

MACEDO, Giélia Silva. Neoliberalismo. Será o caos? Mundo Jovem: um jornal de

ideias. Porto Alegre, Política e Cidadania. Ano XLI, nº 339, p. 20, agosto 2003. MORETTO, Vasco. Avaliação da aprendizagem: uma relação ética. Síntese da

palestra ministrada no 6º Congresso Pedagógico da ANEB, em 10.07.1996, Brasília-DF. PARANÁ, DCEs. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Geografia. Curitiba:

SEED, 2008. PARANÁ, SEED. Avaliação na escola. Apostila utilizada no Grupo de Estudos durante a Semana Pedagógica de 2008. SACRISTÁN, José Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto

Alegre: Artmed, 2000. SANTIAGO, Anna Rosa F. Projeto Político-Pedagógico na Escola: desafio à organização dos educadores. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995. SANCHES, Ana Maria Domingues de Figueiredo. A avaliação de aprendizagem no ensino de Geografia. Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE – 2012. TOMITA, Luzia Mitiko Saito. Ensino de geografia: aprendizagem significativa por meio de mapas conceituais. 2009. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-28042010-090446/>. Acesso em: 2013-11-19. Acesso em: 27 Out. 2013 VALENTE, Silza Maria Pasello. Avaliação da aprendizagem: desafio cotidiano da prática pedagógica. Texto adaptado e parte integrante da Tese de doutorado: “Parâmetros Curriculares e Avaliação nas Perspectivas do Estado e da Escola”, defendida na UNESP/Marília em 20 de junho de 2002. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995.