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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
AQUECIMENTO GLOBAL: Estratégias de educação ambiental no
âmbito do ensino fundamental
Danielle Glaser Boal1
Paulo Henrique Carneiro Marques2
RESUMO
Este artigo mostra os resultados obtidos com a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica, desenvolvido durante o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Professor Elias Abrahão em Curitiba. O foco principal deste trabalho foi criar estratégias inovadoras e motivantes para compreender as causas do Aquecimento Global e favorecer a participação dos educandos no comportamento cotidiano de compromisso com a vida no planeta. Para isso foram desenvolvidas diversas atividades no âmbito da Educação Ambiental com enfoque no Aquecimento Global, buscando novas maneiras de pensar e agir individual ou coletivamente em relação ao meio ambiente, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida.
Palavras-chave: meio ambiente; aquecimento global; educação ambiental; sustentabilidade; ensino de ciências.
1.INTRODUÇÃO
Este artigo relata resultados obtidos na implementação do Projeto de
Intervenção Pedagógica “Aquecimento Global: Estratégias de Ensino e
Aprendizagem”, e também na aplicação do material didático, vinculado ao PDE –
Programa de Desenvolvimento Educacional- da Secretaria de Estado da Educação
do Estado do Paraná. A proposta de trabalho foi desenvolvida com os alunos do 9º
ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Professor Elias Abrahão, na cidade
de Curitiba, Paraná e discutida no GTR (grupo de trabalho em rede) da SEED. No
início do ano letivo de 2014, a proposta foi apresentada a direção, equipe
pedagógica e alguns professores presentes no momento para que todos tivessem
conhecimento do trabalho que seria desenvolvido com os alunos do 9º ano do
período vespertino, no primeiro semestre do referido ano.
1 Professora PDE 2013, graduada em Ciências Biológicas pela UFPR, especializada em Educação
Ambiental pela IBPEX.
² Professor Adjunto UFPR Setor Litoral – Orientador PDE
Apresentamos aqui uma breve fundamentação teórica com os pressupostos
que sustentam este trabalho, referentes ao tema Aquecimento Global e concepções
sobre Educação Ambiental.
1.1 Educação Ambiental
Em 1972 em Estocolmo ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente, a qual foi responsável pela repercussão da questão ambiental em
âmbito mundial. Pensar em educação, acrescida nos tempos de hoje da palavra
ambiental, implica, portanto, rever conceitos como ética, cidadania, liberdade,
solidariedade. A educação ambiental deve ser considerada como processo de
interação entre a sociedade e o meio em que ela vive, desenvolvida a partir da
observação e da reflexão da população.
A qualidade de vida das pessoas depende da conservação da natureza,
torna-se necessário buscar o desenvolvimento sem agredir o ambiente. A escola
torna-se o melhor lugar para realizar ações em prol do ambiente. Ela exerce grande
influência sobre os educandos em especial contribuindo na formação de valores e
princípios. Assim, a construção do conhecimento dos alunos ocorre no espaço da
escola, onde também são estimuladas as atitudes participativas. Os estudantes
devem se sensibilizar com as causas e consequências do aquecimento global nos
ecossistemas e perceber suas responsabilidades com o futuro de seus
descendentes.
As questões ambientais tem adquirido uma grande importância em nossa
sociedade nos últimos anos. Acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as
catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima
mundial. Nunca se viu mudanças tão rápidas e com efeitos tão devastadores nos
ecossistemas. O grande culpado é o aquecimento global, causado principalmente
pelo “efeito estufa”, ou seja, pelo conjunto das atividades humanas como um todo, o
que ressalta o papel da Educação na transformação das atitudes necessárias à
modificação deste quadro. Este projeto de intervenção pretende desenvolver nos
alunos princípios que os tornem responsáveis com o ambiente, buscando atitudes
que os levarão a ter responsabilidades com o futuro do planeta.
A indústria química introduziu mudanças significativas em nossos hábitos
cotidianos. Paradoxalmente, o mundo mudou tanto para melhor quanto para pior: de
um lado trazendo conforto do outro trazendo prejuízos para o ambiente. O início do
século XXI tem sido marcado por intensos debates mundiais sobre as questões
ambientais. Em decorrência do grande desenvolvimento tecnológico e do próprio
consumismo, o meio ambiente tem passado por grandes transformações causadas
pelo próprio homem.
Pela gravidade da situação ambiental encontrada no mundo, assim como no
Brasil, há a necessidade de se implantar a Educação Ambiental para as gerações
em formação de valores e atitudes, pela emergência da situação a qual nos
encontramos. Assim, este projeto enfatizou a urgência de um trabalho de educação
ambiental que contemplasse as questões da vida cotidiana dos educandos. De
acordo com a Lei nº 9.795/99, a Educação Ambiental envolve a promoção de
processos pedagógicos que favoreçam a construção de valores sociais,
conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a conquista da sustentabilidade
socioambiental e a melhoria da qualidade de vida. A Lei também define que os
sistemas de ensino têm obrigação legal de promover, oficialmente, a prática da
Educação Ambiental em escolas de Ensino Fundamental e de Ensino Médio.
De acordo com a Lei Estadual nº 17505 de 11 de janeiro de 2013, Capítulo I
artigo 2º; A nossa vida depende da apropriação da natureza, a Educação Ambiental
surgiu no Brasil tardiamente. Em 31 de agosto de 1981 surge a Lei Federal nº 6938
que criou o Conselho Nacional do Meio Ambiente e no Artigo 2º estabeleceu a
necessidade de promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Em
1999 vem a Lei Federal nº 9795 que institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e no Artigo 1º diz que:
“ Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
A Educação Ambiental nas escolas leva os alunos a participarem de uma
mudança de atitude percebendo e cuidando do presente e se preocupando com o
futuro.
“A Educação Ambiental é um processo contínuo e permanente de aprendizagem, de caráter formal e não-formal, por meio dos quais o indivíduo e a coletividade de forma participativa constroem, compartilham e privilegiam saberes, conceitos, valores socioculturais, atitudes, práticas, experiências e conhecimentos voltados ao exercício de uma cidadania comprometida com a preservação, conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida, para todas as espécies”.
As atuais Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de
Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da
investigação da natureza, a interferência do ser humano possibilita incorporar
experiências, conhecimentos e valores produzidos na coletividade (PARANÁ, 2008).
Ainda segundo as Diretrizes, “ ...a avaliação do processo ensino-aprendizagem,
entendida como questão metodológica, de responsabilidade do professor, é
determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os
encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a
intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de
avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de
expressar seu conhecimento. Ao professor cabe acompanhar a aprendizagem dos
seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.”
Considera-se a Educação Ambiental como uma dimensão orientada para a
resolução dos problemas do meio ambiente e de uma participação ativa e
responsável de cada indivíduo e do coletivo.
A Educação Ambiental pode ser realmente transformadora quando trás novas
maneiras de conviver com o mundo, respeitando os seres, obtendo valores e
impondo limites à exploração do ambiente.
Figura 1 – Dimensões da Sustentabilidade.
Social
Sustentabilidade
Ambiental
Econômica
1.2 Aquecimento Global
Com a Revolução Industrial (século XIX) o desenvolvimento se acelerou. O
mundo tornou-se cada vez mais industrializado e urbano, interligado por novas
tecnologias de comunicação e transporte. A vida ganhou conforto e bem estar, a
globalização é um avanço na história da humanidade. O que é problemático é a
globalização competitiva, onde os interesses do mercado se sobrepõem aos
interesses humanos, o que ocasionou mudanças significativas no ambiente. Uma
das consequências desse processo é a elevação gradual da temperatura do planeta.
O aquecimento global não teria acontecido se não fosse a rápida expansão em
números e riqueza da humanidade. Esta avançou sobre os recursos naturais sem
observar as regras da própria natureza, uma das suas maiores causas é o aumento
do efeito estufa.
O efeito estufa há muito mantém quente o ar da superfície e, na ausência de
poluição, é benigno: sem ele, a Terra seria 32º C mais fria e provavelmente
incompatível com a vida. O problema é que as atividades humanas têm aumentado
à intensidade do efeito estufa.
As ações humanas têm interferido sobre o ambiente de uma maneira muito
acelerada. A cada hora, a humanidade injeta na atmosfera milhões de toneladas de
dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e nitrogênio e destrói áreas consideráveis
de florestas tropicais. Ao mesmo tempo, nascem milhares de pessoas no mundo e
espécies são extintas (Oliveira, Silva, Henriques, 2009).
No Brasil, as emissões de dióxido de carbono vêm das mudanças nos usos
da terra, em particular da conversão das florestas para uso agropecuário e pela
queima de combustíveis fósseis. Emissões de metano são oriundas na sua maioria,
das atividades pecuárias, mais precisamente pela fermentação dos dejetos do gado.
As emissões do óxido nitroso ocorrem no setor agropecuário por deposição de
dejetos de animais em pastagem ou pela aplicação de fertilizantes em solos
agrícolas (Oliveira, G. S; Silva, N. F; Henriques, R, 2009).
As causas da degradação ambiental e da crise na relação sociedade-natureza
não são consequência apenas do uso indevido dos recursos naturais; mas sim de
um conjunto de variáveis interconexas: capitalismos, modernidade, industrialismo,
urbanização e tecnologia. Nesse sentido vários estudos tem demonstrado que os
países com maior grau de desenvolvimento industrial e tecnológico são os principais
responsáveis pelo aquecimento global.
1.3 Objetivos
O presente artigo buscou sensibilizar e envolver os alunos em aprendizagens
ativas para garantir a construção de conhecimentos abrangentes e relacionados ao
cotidiano. E também motivar os alunos para a compreensão das causas que levam
ao aquecimento global e que possibilitam uma participação ativa no comportamento
de compromisso com a vida. Os alunos deveriam compreender que existem
alternativas para minimizar os problemas ambientais. Assim, foram traçados os
seguintes objetivos norteadores do trabalho:
Desenvolver diversas atividades como forma de proporcionar um
envolvimento e um incentivo maior, obtendo um aprendizado mais
contextualizado e significativo.
Promover o debate sobre o que podemos fazer para amenizar os efeitos do
aquecimento global no nosso planeta, como também despertar a curiosidade
em nossos alunos.
Desenvolver o senso crítico, valorizando suas opiniões e percebendo como
as situações ambientais envolvem a natureza, os seres vivos e os aspectos
econômicos e sociais.
Realizar um trabalho de conscientização e sensibilização dos alunos para a
importância de se preservar o ambiente
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto de intervenção e o material didático utilizado foram elaborados com
base em uma sequência metodológica organizada em 5 fases distintas, para que no
final, os alunos tenham condições de ter uma postura crítica em relação à
conservação ambiental, estimulando atitudes responsáveis.
Segue aqui o relato de cada uma destas fases, com os comentários pertinentes
em função dos objetivos estabelecidos.
2.1 - Sensibilização:
Como estratégia de sensibilização e para verificar o conhecimento prévio dos
alunos foi desenvolvida uma atividade em grupo na qual os alunos elaboraram uma
história em quadrinhos, a partir de ilustrações pré-estabelecidas, com situações que
provocam a degradação ambiental e consequentemente o aquecimento global. Os
objetivos desta atividade foram:
Resgatar o conhecimento prévio dos alunos, através da montagem e criação
de uma história em quadrinhos sobre a degradação ambiental, a partir de
ilustrações pré-estabelecidas.
Sensibilizar os alunos a repensar suas atitudes cotidianas relacionadas ao
ambiente.
Estimular a percepção dos alunos sobre a maneira pela qual o ser humano
interage e modifica o ambiente, buscando suprir suas necessidades.
Fig. 2 – Histórias em Quadrinhos elaboradas pelos alunos
Logo após a atividade, os alunos colaram toda a sequência no papel bobina
dimensionando o trabalho. Cada grupo apresentou sua história para o restante da
turma. O trabalho ficou exposto na escola, e foi possível verificar certo impacto
perante outros estudantes.
Ao longo desta atividade, percebeu-se um falso conhecimento do tema
Educação Ambiental, pois muitas vezes os alunos sentiram-se inseguros para
desenvolver questões básicas como o aquecimento global. Apesar da mídia divulgar
constantemente o assunto aquecimento global, essas ações não estão presentes no
dia a dia dos jovens, gerando essa insegurança.
2.2 – Problematização:
Para a problematização foram utilizados 4 textos de fontes científicas
diversificadas, com aula expositiva sobre os conceitos relacionados com Educação
Ambiental e discussão sobre os aspectos abordados nos textos. Em seguida os
alunos responderam as “perguntas desafiadoras” que os conduziram ao passo
seguinte, que era a reelaboração dos conceitos. Os objetivos desta atividade foram:
Trabalhar os principais conceitos de educação ambiental, as causas e os
efeitos do aquecimento global, efeito estufa, protocolo de Kyoto para poder
compreender o envolvimento da sociedade mundial com o referido tema. Desenvolver a leitura dos textos relacionados e interpretar os aspectos
abordados nos mesmos. Responder a questionamentos que o conduzam aos conceitos trabalhados.
Saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para
adquirir e construir conhecimentos.
Compreender o envolvimento da sociedade mundial com o tema em questão.
Fig. 3: Energia Alternativa Fonte: http://www.officemicrosoft.com
2.1 Fase 3 – Pesquisa de Campo:
Foi realizada uma visita à Usina de Reciclagem de Lixo de Campo Magro
(cidade vizinha de Curitiba), onde puderam compreender a importância da
preservação. Os objetivos desta atividade foram:
Associar o termo sustentabilidade com produção de lixo.
Perceber como as situações ambientais envolvem a natureza, os seres vivos
e os aspectos econômicos e sociais.
Estar consciente da necessidade da redução do consumo e da reutilização
dos materiais.
Incentivar a separação do lixo de forma seletiva.
A saída de campo tinha sido inicialmente proposta para o mês de abril e devido
a contratempos foi agendada para junho, exatamente no dia Mundial do Meio
Ambiente (5/06). A visita monitorada foi na Usina de Valorização de Rejeitos e no
Museu do Lixo, no Município de Campo Magro, região metropolitana, distante 30 Km
de Curitiba. Chegando lá, os alunos foram recepcionados por uma monitora que
mostrou um vídeo da Prefeitura de Curitiba realizando a coleta seletiva do lixo,
explicou a confecção de objetos de arte, moda e decoração usando
reaproveitamento de materiais que foram coletados no processo seletivo dos
resíduos. Houve um pequeno debate aonde foram colocadas as questões do dia a
dia para sondagem das atitudes dos alunos e suas famílias.
Logo em seguida, os alunos dirigiram-se a plataforma de visitação para observar
todo o processo de armazenamento, separação e compactação do lixo reciclado. Foi
verificada a importância da limpeza das embalagens descartadas no lixo, pois ela
contribui para a não proliferação de doenças. A maior surpresa entre os alunos foi
saber que a embalagem de salgadinhos, tão utilizada por eles, deve ser descartada
no lixo orgânico, pois ainda não temos um processo de reaproveitamento desse
material.
Dando continuidade a visita, entramos no museu do lixo onde os alunos puderam
observar os diversos objetos que foram encontrados pelos funcionários
responsáveis pela separação do “ lixo que não é lixo”. Como por exemplo: vestido de
noiva, álbuns de fotografia, materiais tecnológicos, televisão, telefone, arte indígena
e folclórica, objetos de prata, jóias, moedas e cédulas antigas e um busto em
bronze, este último com um imenso valor financeiro.
Terminada a visitação os alunos se dirigiram a um espaço ao ar livre aonde
realizaram um lanche coletivo. Imediatamente, foi observada a preocupação com o
descarte do lixo gerado por eles, denotando que o objetivo de sensibilização
proposto nesta atividade foi atingido.
Figura 4: Poltronas e bolsas fabricadas com material reciclado
Figura 5: Esquerda: Plataforma para visualização da linha de reciclagem. Central e direita:
funcionários trabalhando na separação do lixo que será reciclado
2.4 Fase 4 – Aprofundando os conceitos:
Como estratégia de aprofundamento dos conceitos foram analisados dois filmes
específicos que abordam o tema Aquecimento global. Depois houve um debate
envolvendo o assunto em questão. Os objetivos da atividade foram:
Mostrar através do filme “Uma verdade inconveniente” (Al Gore, ex-vice-
presidente dos Estados Unidos apresenta um alerta com dados, tabelas e
gráficos sobre o aquecimento global) e através do documentário “Ilha das
Flores” (que aborda o consumismo e a desigualdade social) fatos reais que
ocorrem no planeta.
Desenvolver uma postura crítica e consciente em relação às questões
ambientais
Compreender o papel da sociedade e suas responsabilidades nas mudanças
ambientais.
Foram utilizadas duas aulas para a visualização dos filmes, com o apoio da
professora de geografia que iria trabalhar com o mesmo tema com os alunos. Após
o debate dos filmes, os estudantes elaboraram um relatório da atividade. Seguem
aqui alguns comentários selecionados, proporcionando uma visão sobre a
abrangência e as possibilidades didáticas da atividade realizada:
Figura 6 – Exemplos de conclusões e apontamentos dos estudantes sobre a atividade.
Figura 6 (continuação) – Exemplos de conclusões e apontamentos dos estudantes sobre
a atividade.
2.5 Fase 5 – Elaboração de materiais didáticos e Divulgação:
Depois de realizadas as atividades e como forma de avaliação os alunos
produziram cartazes sobre o Aquecimento global, com suas próprias conclusões. Os
objetivos foram:
Desenvolver a capacidade de pesquisar.
Desenvolver a habilidade da interpretação e a produção textual.
Estimular a reflexão e a possibilidade de intervenção nas ações humanas do
dia-a-dia.
Promover a sensibilização ambiental, melhorando as ações dos indivíduos,
acarretando na melhora da qualidade do ambiente.
Figura 7 – Exemplo de material de divulgação elaborado pelos estudantes.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acreditamos que atividades como estas devem ser pontos de partida para a
implementação da Educação Ambiental nas escolas, mas devem ser realizadas de
forma contínua e não apenas organizadas em atividades esporádicas e isoladas. As
práticas de EA podem possibilitar a formação de cidadãos capazes de assumir um
compromisso com o presente e com o futuro sustentável de nosso planeta. Sendo
muito difícil detectar mudanças de comportamento em um curto espaço de tempo, a
continuidade e a persistência do processo educativo é um fator fundamental para
que as atitudes dos alunos sejam percebidas e assimiladas.
Os resultados observados indicam que a maioria dos alunos se sentiram
motivados e envolvidos desde o início, foram engajados, mas um pequeno grupo
não se modificou. Temos aqui um grande desafio que poderá ser minimizado
quando se desenvolvem atividades diversificadas, enfraquecendo assim, a
resistência dos alunos menos participativos. Buscou-se desenvolver sempre
atividades dentro da realidade do aluno, para que o mesmo conseguisse entender a
relação entre teoria e prática, efetivando assim a apreensão do conhecimento e a
sensibilização ambiental.
Os objetivos propostos foram atingidos pelas inúmeras atividades
desenvolvidas no decorrer da aplicação deste trabalho e na concretização de ações
realizadas pelos alunos, como por exemplo, a separação correta do lixo, após a
visita na Usina de Valorização de Rejeitos e no Museu do Lixo, como também na
coleta para o placar do Colégio (atividade de coleta de material reciclado que o
colégio desenvolve há 7 anos, como uma forma de incentivar a consciência
ambiental).
Em uma perspectiva mais geral, trata-se de desenvolver o respeito pela
natureza, pela vida. Espera-se que as informações e mudanças de atitudes sejam
perceptíveis no ambiente escolar e se propaguem chegando às famílias onde vivem
os educandos e também na comunidade. A escola é um espaço onde se
desenvolvem processos educativos capazes de sensibilizar o indivíduo e o coletivo
para a construção de conhecimentos, saberes, habilidades, valores e atitudes para a
construção de uma sociedade ambientalmente justa. A preservação e recuperação
do meio ambiente depende de uma consciência ecológica, e a formação desta
consciência depende da educação.
O ex-senador e ex-vice-presidente dos EUA, Al.Gore, que esteve
recentemente no Brasil falando sobre o aquecimento global, ressaltou que o nosso
país tem grande potencial para ajudar nesta área. O Painel intergovernamental
sobre mudanças do clima (IPCC) pela primeira vez enfatizou a importância de se
organizar seriamente sobre o futuro. Usou expressões muito dramáticas, alguns
alertas muito sombrios: “se não entrarmos em ação, veremos consequências muito
danosas e irreversíveis, dificuldades para fornecer alimentos adequados, enchentes
nas cidades”. Uma dessas previsões já está ocorrendo, por exemplo, a seca neste
mês de novembro em São Paulo que se compara com a seca ocorrida no estado da
Califórnia-EUA.
Dentro da complexidade deste tema, percebemos como é importante a
educação ambiental deixar de ser apenas um tema transversal, para se tornar uma
disciplina independente. Através de atividades diárias, sensibilizar o aluno com os
problemas ambientais fazendo dele um verdadeiro cidadão consciente e
participativo.
4. REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1998. Da Ordem Social,
Capítulo do Meio Ambiente, Artigo 225. Disponível em: http://www.
senado.gov.br/legislacao/const/con1988/con1988_05.10.1988/art_225_.shtm.
acesso: 29 de agosto de 2014.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GORE, A. Brasil pode ter papel crucial na crise do clima. Folha de São Paulo
Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/11/1543377-brasil-
pode-ter-papel-crucial-na-crise-do-clima-diz-al-gore.shtml>. Acesso em 5 de nov
2014.
GRÜN, M. Ética e educação ambiental: A conexão necessária. Campinas: Papirus,
1996.
HAZEN, Robert M. & James Trefil. Saber ciência. São Paulo: Editora de Cultura,
2005.
LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
LISBOA, Cassiano Pamplona; KINDEL, Eunice Aita Isaia (Org.).Educação
Ambiental: da teoria à prática. Porto Alegre: Mediação, 2012.
OLIVEIRA, G. S; SILVA, N. F; HENRIQUES, R. Mudanças Climáticas. Brasília:
MEC, SEB; MCT; AEB. 2009.
PARANÁ. Lei 17505. Dispõe sobre a Política Estadual de Educação Ambiental e
adota outras providências. Disponível em:
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=85
172. Acesso: 30 de outubro de 2014.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino
de Ciências para o Ensino Fundamental, 2008.