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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
Título: A FÍSICA DO COTIDIANO: TEXTOS PARADIDÁTICOS DE CALORIMETRIA E
TERMOMETRIA
Autor CLAUDIO ROBERTO LOPES ZEN
Disciplina/Área Física
Escola de Implementação do
projeto e sua localização
Colégio Estadual Carlos Gomes – Ensino
Fundamental e Médio e Profissionalizante
Município da escola Ubiratã - PR
Núcleo Regional de Educação Goioerê
Professor Orientador Prof. Dr. Ricardo Francisco Pereira
Instituição de Ensino Superior UEM – Campus de Maringá
Relação Interdisciplinar
Resumo
Esse trabalho pretende-se mostrar a importância da
utilização de textos paradidáticos no processo de
ensino aprendizagem como recurso que pode
contribuir no cotidiano da sala de aula. Estes textos
estabelecem elementos que podem propiciar a
análise das interações discursivas para que o
professor e o aluno possam avançar no
conhecimento científico. Essa estratégia tem
despertado grande interesse entre os
pesquisadores, a utilização de textos alternativos em
aulas de Física, porque eles tratam dos conteúdos
científicos num contexto das relações científicas,
tecnológicas, sociais e ambientais. Para tanto, o
cenário atual das salas de aula quanto às
dificuldades de aprendizagem nas aulas de Física e
com relação à prática pedagógica que permeia a
construção do conhecimento e dos conceitos faz
com que se possa observar que a atuação do
professor deve ir muito além da simples transmissão
de informações sobre os conteúdos que aparecem
nos livros didáticos e que são apresentados em sala
de aula. É necessário e fundamental que o ensino
da Física seja apresentado de forma
contextualizada. Consideramos que a apresentação
de textos paradidáticos tem grande potencial para
suprir essa necessidade escolar e, ao mesmo
tempo, oportunizar ao professor e aos alunos, a
possibilidade de utilização de uma metodologia
diferenciada que visa, além de trabalhar a Física de
forma contextualizada, também busca resgatar o
interesse dos alunos pelos conteúdos de Física
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)
Textos paradidáticos, ensino de Física,
Termometria, Calorimetria.
Formato do Material Didático Unidade didática
Público Alvo Alunos do segundo ano do Ensino Médio
2. APRESENTAÇÃO
Esta unidade pedagógica objetiva através da abordagem de conteúdo
de Termometria e Calorimetria, um maior interesse dos alunos no estudo da
Física.
Ao relacionarmos os conceitos de Física com situação da vida
cotidiana, estaremos tentando resgatar o interesse dos alunos para uma
abordagem dos conteúdos de Termometria e Calorimetria, propiciando um
ambiente de trabalho onde a pesquisa, produção e discussão será o principal
ponto para obtermos a análise necessária dos conteúdos e temas que serão
propostos.
A análise e a produção de textos paradidáticos, deverá relacionar os
conceitos físicos com o cotidiano das pessoas.
Objetivos
Trabalhar a importância de relacionar os conceitos físicos com situações cotidianas das pessoas;
Abordar os temas de Termometria e Calorimetria tentando resgatar o interesse dos alunos pelos conteúdos;
Propiciar um ambiente de trabalho em grupos para discutir e pesquisar sobre os temas propostos;
Propor aos grupos a produção de textos paradidáticos relacionando os conceitos físicos trabalhados em sala de aula com o cotidiano das pessoas;
Apresentação e discussão dos textos produzidos em sala de aula;
Socialização do material produzido.
Sugestão de organização do tempo
Serão organizadas para apresentação do projeto, 9 módulos de onde
serão trabalhadas 4 aulas cada módulo.
Módulo 1: INTRODUÇÃO À CALORIMETRIA E TERMOMETRIA
Objetivo
Promover o estudo inicial sobre a Calorimetria e Termometria a partir de
debates e a produção de desenhos sobre o que foi debatido.
Sugestão de organização do tempo: 04 aulas
Orientações metodológicas
Este trabalho será desenvolvido com turma de 2º ano do Ensino Médio,
desta forma, na primeira aula do ano, onde será feita a explanação da
formatação da proposta e as etapas para seu desenvolvimento.
Os alunos participarão de uma dinâmica onde serão colocados num
mural vários temas relacionados a calorimetria e termometria como (fotos de
elementos que revertem a calorimetria a termometria, corpos com diferentes
cores, pedaços de madeira, pisos, ferro, alumínio, latas, etc) e que tem
influência no dia a dia e a partir disso, será promovido um debate sobre o que
os alunos entendem por Calorimetria e Termometria e de que forma ela pode
se apresentar a em nosso cotidiano.
Os alunos serão incentivados a produzirem desenhos, uma história em
quadrinhos ou um texto sobre o que aprenderam a partir do debate em sala de
aula.
MÓDULO 2: ESTUDOS EM SALA DE AULA
Objetivos
Estudar os conceitos de temperatura, medição de temperatura e escalas
termométricas;
Estudar os conceitos de calor e transmissão de calor.
Sugestão de organização do tempo: 8 aulas
Orientações metodológicas
O professor deverá trabalhar em sala de aula utilizando o livro didático
para abordar qualitativamente e quantitativamente os tópicos de Termometria e
Calorimetria. A escolha na forma de abordagem fica a cargo do professor, que
pode abordar da mesma forma que faz na sala de aula durante o ano.
Recomenda-se que o professor realize pelo menos 2 experimentos com
os alunos, um para trabalhar o conceito de temperatura e o outro, para
trabalhar o conceito de calor ou trocas de calor.
MÓDULO 3: TEXTOS PARADIDÁTICOS COMO APOIO AO ENSINO DE
FÍSICA
Objetivo
A partir de textos paradidáticos, trabalhar os conceitos de calor,
temperatura, sensação térmica, troca de calor, pressão, influência das
cores e funcionamento do ar condicionado.
Tempo previsto: 12 aulas
Orientações metodológicas
Para cada um dos textos o professor trabalhará de forma diferente ao
abordar os temas.
Sensação térmica
Inicialmente o professor promoverá um debate com os alunos pedindo
para eles dizerem o que é quente e o que é frio para eles. O professor dividirá
o quadro em 2 partes e tudo o que os alunos disserem que é quente vai para
um lado e o que disserem que é frio vai para o outro. Depois de um tempo e de
muitas contribuições dos alunos, o professor deverá começar a explorar, em
cima do que os alunos disseram, a questão do quente e frio. A partir dessa
exploração, entrar no tema de sensação térmica utilizando em sala de aula os
textos: “Porque o piso de azulejo parece mais frio que o de madeira?” e o “Por
que sentimos um piso de ladrilho mais frio do que um de madeira ou borracha,
apesar de ambos estarem à mesma temperatura ambiente?” que estão em
anexo. Com eles, o professor pode explorar os conceitos de temperatura e
trocas de calor entre superfícies e materiais diferentes.
Para finalizar, pedir aos alunos que escrevam uma reflexão sobre tudo o
que estudaram e aprenderam sobre esse tema.
Panela de pressão
Inicialmente o professor lançará a seguinte questão: como funciona uma
panela de pressão? Essa norteará um debate em sala de aula com os alunos
explicando as suas respostas. Ao longo desse debate o professor deverá
incrementar o debate com mais questionamentos: Como ocorre a manutenção
de uma panela de pressão? Quais os riscos da panela de pressão não
funcionar direito? E também perguntar se algum dos alunos conhece alguma
pessoa que sofreu um acidente com uma panela de pressão e se houve
consequências.
Após esse primeiro momento, o professor trabalhará em sala de aula
com os alunos o texto “Como funciona a panela de pressão?” (ver anexo).
Depois desse trabalho em ala de aula, os alunos serão orientados a realizarem
uma pesquisa para responder e entregar por escrito os seguintes
questionamentos:
O que significa válvula de escape?
Qual a utilidade da válvula?
O porquê da borracha numa panela de pressão?
Como fechar corretamente uma panela de pressão?
Após a entrega dessa pesquisa, o professor deverá promover um debate
com os alunos sobre as respostas das perguntas.
A influência das cores
O professor deverá iniciar utilizando uma metodologia chamada de Mapa
Mental. Nesta metodologia, o professor lança um tema aos alunos, neste caso
“a influência das cores na temperatura” e os alunos deverão escrever em uma
folha de papel, individualmente, tudo o que eles acham que tem alguma
relação com o tema proposto de uma forma bem curta. Após um tempo para os
alunos pensarem e escreverem, o professor pedirá que os alunos passem a
contribuir dizendo o que eles escreveram e o professor anotará tudo no quadro,
então o resultado final é uma contribuição de todos os alunos. Após esse
momento, o professor deverá explorar todas as opiniões dos alunos tentando
mostrar a real influência das cores na temperatura.
Para finalizar essa atividade, o professor irá passar para os alunos o
texto “Por que sentimos mais calor em dias quentes se estivermos vestidos
com tons escuros?” (ver anexo) e debater a temática finalizando esse tema.
MÓDULO 4: PRODUÇÃO, APRESENTAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS
TEXTOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS
Objetivos
Orientar os alunos para a construção de textos paradidáticos, em uma
linguagem simples sobre qualquer um dos temas trabalhados no projeto
e que tenha relação ao cotidiano das pessoas;
Propiciar aos alunos apresentarem e discutirem os textos em sala de
aula com o objetivo de melhorar o material produzido;
Socializar os textos produzidos pelos alunos n site da escola.
Sugestão de organização do tempo: 16 aulas
Orientações Metodológica
Neste módulo os alunos serão orientados pelo professor sobre como
produzir textos paradidáticos sobre qualquer assunto ligado à Física. Deverá
ser trabalhado a estrutura do texto, qual o objetivo e sobre o que eles
precisarão escrever. Vários exemplos serão mostrados e explicados aos
alunos.
A partir de toda a vivência no projeto, o professor deverá orientar os
alunos no estudo e pesquisa para a produção de um texto paradidático, em
linguagem simples, relacionando os conceitos trabalhados no projeto ao
cotidiano das pessoas. Tudo relacionado a calor, temperatura e trocas de calor
pode ser tema abordado nos textos. Além dos textos já trabalhados pelo
professor durante o projeto, que servem de exemplo, também serão mostrados
mais textos para ajudar a direcionar os alunos ao objetivo da atividade.
Os trabalhos poderão ser desenvolvidos individualmente ou em grupos,
ficando a cargo do professor escolher a forma de trabalho dependendo da
quantidade de alunos participando do projeto.
Após esse tempo de estudo, pesquisa e produção, os alunos
apresentarão os textos produzidos em sala de aula, que serão debatidos com o
objetivo de melhorar o material produzido e após um tempo para correções, os
alunos deverão entregar ao professor as versões finais dos textos, que serão
disponibilizados na internet no site da escola
(www.utacarlosgomes.seed.pr.gov.br) para que fique acessível a toda a
comunidade escolar.
ANEXOS
Porque o piso de azulejo parece mais frio que o de madeira?
(autoria própria)
Imagem 1:editada do site http://www.laboratoriodefisica.com.br/GREF/termo/termo9.pdf.
O Calor é uma forma de energia em movimento, que sempre é
transmitida quando há diferenças de temperatura. Espontaneamente o calor se
propaga de um corpo, ou região de maior temperatura para um corpo de menor
temperatura.
A transmissão de calor pode ocorrer por três processos distintos:
condução, convecção e irradiação.
Imagem 2: http://www.oocities.org/br/fabiopacheco/images/formascalor.jpg.
Na condução, o calor se propaga em meios materiais, sem que as
partículas que constituem o meio sejam transportadas, ou seja, a energia
térmica se transfere de partícula para partícula, de tal forma que cada partícula
transmite um aumento de vibração para a partícula vizinha.
Meios materiais nos quais o calor se propaga rapidamente de partícula
para partícula são denominados bons condutores de calor, e meios nos quais o
calor tem dificuldade de se propagar são denominados maus condutores de
calor, ou ainda, isolantes térmicos.
Ao tocarmos um piso de madeira, temos a sensação de que este é mais
quente que o piso de ladrilho. O pé e o ladrilho trocam calor muito mais
rapidamente do que o pé e a madeira. A madeira é um mal condutor de calor.
Os maus condutores de calor são chamados de isolantes térmicos.
Por que sentimos um piso de ladrilho mais frio do que um de madeira ou
borracha, apesar de ambos estarem à mesma temperatura ambiente?
Fonte:http://www.mundoeducacao.com/quimica/por-que-os-metais-parecem-mais-frios-que-
madeira.htm
Ao tocarmos um piso de madeira ou de borracha, temos a sensação de
que este é mais quente que o piso de ladrilho. O pé e o ladrilho trocam calor
muito mais rapidamente do que o pé e a madeira ou borracha. A madeira ou
borracha é um mau condutor de calor. Os maus condutores de calor são
chamados de isolantes térmicos.
As diferentes condutibilidades térmicas das substâncias também
permitem explicar por que pode-se ter sensações diferentes ao se ter contato
com corpos que estejam na mesma temperatura. Por exemplo, quando se anda
descalço na sala, onde o piso é de madeira ou borracha, para a cozinha, onde
o piso é cerâmico, a sensação é que o piso cerâmico está mais frio, mesmo
que a temperatura dos dois pisos seja a mesma.
A explicação é que o coeficiente de condutibilidade da madeira e
borracha é bem menor, o que dificulta a troca de calor entre os pés e o piso. A
sensação térmica quando o calor flui mais rapidamente dos pés para o piso
cerâmico é de frio, se comparada com a sensação térmica dos pés em contato
com o piso de madeira ou borracha.
Você já percebeu que num mesmo ambiente, se tocarmos num objeto
feito de algum metal ele parecerá mais frio do que um objeto de madeira? Por
que isso acontece?
Para entendermos o que acontece temos primeiro que saber o que
significam alguns conceitos tais como energia térmica, temperatura e calor,
para que não haja nenhuma confusão.
As moléculas, átomos ou íons que compõem os materiais estão em
constante agitação, que é o seu movimento térmico. A soma das energias de
todos os átomos ou moléculas de um copo é a sua energia térmica.
Quanto maior for a agitação dessas partículas, maior será a temperatura
do corpo. Assim, a temperatura dos materiais é relacionada com a intensidade
dessa agitação e não com o nosso tato, pois ele não é confiável. Por exemplo,
ao pegarmos na maçaneta de metal ela parece estar mais fria que a porta de
madeira, no entanto, elas estão num mesmo ambiente e por isso as suas
temperaturas são as mesmas.
No entanto, quando dois objetos de temperaturas diferentes são postos
em contato, ocorre a transferência de energia térmica do corpo com maior
temperatura para o de menor temperatura, até atingirem o equilíbrio térmico. O
calor é exatamente isso, não é algo estático, mas pode ser definido como a
transferência de energia térmica entre corpos de diferentes temperaturas.
Assim, num dia frio, por exemplo, a nossa mão está com uma
temperatura mais elevada que a maçaneta e do que a madeira da porta, por
isso, quando as tocamos flui calor de nossa mão para esses objetos. Esse
processo é chamado de condução, onde a energia térmica passa de partícula
para partícula no meio.
Acontece que os metais são ótimos condutores de calor, enquanto que a
madeira é péssima condutora, sendo inclusive usada como isolante. Isso
significa que como os metais são bons condutores térmicos, a taxa de
transferência de energia de nosso corpo para o metal ocorrerá mais
rapidamente do que a taxa de transferência de energia para a madeira.
Para se entender melhor, é como se os metais “roubassem” o calor da
nossa mão mais rapidamente e por isso sentimos aquela sensação de frio (não
porque a temperatura do metal está menor, mas porque a temperatura da
nossa mão diminuiu devido ao fluxo rápido de sua energia térmica para o
metal). Ao tocar na madeira, entretanto, o calor vai fluir bem devagar e não
haverá a sensação de frio.
É por esse mesmo motivo que os seguintes fatores acontecem:
Quando pisamos num chão de cerâmica achamos que ele está mais frio
do que quando pisamos num piso de madeira;
Quando aquecemos uma panela feita de metal, ela fica quente,
enquanto que o seu cabo de madeira não fica;
Uma colher de madeira não esquenta quando colocada numa panela
quente, mas uma de alumínio sim;
A água num copo de alumínio parece que está mais fria, no entanto, isso
é mentira. Na verdade, esses recipientes têm a desvantagem de a
bebida “esquentar” mais depressa, ou seja, o copo perde calor para a
água. É por isso que o copo fica mais frio, mas a bebida fica mais
quente.
Como funciona a panela de pressão?
Fonte: http://fisicanossa.blogspot.com.br/2011/09/como-funciona-panela-de-
pressao.html
A água ferve normalmente a 100 graus Celsius ao nível do mar e num
recipiente aberto. Qualquer que seja o tempo que a água demore para ferver
nessas condições, a temperatura continuará a mesma. Se você mantiver alta a
chama de gás, depois que a água já estiver fervendo, estará apenas
desperdiçando gás. O que estiver dentro da água levará o mesmo tempo para
cozinhar. O excesso de calor produzirá apenas a evaporação mais rápida da
água.
É possível, entretanto, tornar a água mais quente que 100 graus Celsius,
aumentando a pressão. É o que fazem as panelas de pressão. Como são
recipientes fechados, conservam o calor e a pressão aumenta. Nessas
panelas, em vez de ferver a 100 graus Celsius, a água (e o vapor) atingem
temperaturas mais altas, cerca de 120 graus Celsius.
Evidentemente a carne, batata e feijão ou qualquer outro alimento
cozinham muito mais depressa. Como o vapor exerce uma pressão
considerável, as panelas possuem válvulas de segurança que funcionam
quando a pressão atingir um ponto perigoso.
Por que sentimos mais calor em dias quentes se estivermos vestidos com
tons escuros?
Fonte: http://fisicanossa.blogspot.com.br/2011/09/por-que-sentimos-mais-calor-em-
dias.html