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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CLAUDIA REGINA CAYRES VIEIRA
GINÁSTICA DE ACADEMIA COMO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
ÁREA CURRICULAR: EDUCAÇÃO FÍSICA
LONDRINA
2013
CLAUDIA REGINA CAYRES VIEIRA
GINÁSTICA DE ACADEMIA COMO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
LONDRINA
2013
O ensino da ginástica de academia como conteúdo da Educação Física no Ensino Médio
Claudia Regina Cayres Vieira1
Fernando Pereira Cândido2
Resumo: O artigo a seguir consiste de um estudo a respeito do ensino do conteúdo ginástica, considerando a sua manifestação ginástica de academia, no ensino médio. Parte das seguintes problemáticas: O que é a ginástica? O que o aluno tem que saber para conhecer a ginástica? Como o ensino da Ginástica de Academia pode mediar o conhecimento da ginástica na escola? A pesquisa elaborada para a implementação do projeto na respectiva temática foi fundamentado em uma pesquisa bibliográfica. Partimos de uma abordagem histórica para conhecer o fenômeno estudado. A partir das construções pedagógicas de caráter crítico sobre a ginástica e a Educação Física, delimitamos a base teórica para a análise dos dados obtidos durante a aplicação do projeto por meio de questionários estruturados com 8 questões abertas e 1 questão objetiva. Contém a discussão da ginástica considerando sua história, dimensões biológicas, anatômicas, fisiológicas, nutrientes e, os resultados da implementação no Colégio Estadual Professora Reni Correa Gamper. Enquanto sistema de exercitação, o fundamental na ginástica é o desenvolvimento da aptidão física, cujos elementos são as valências físicas: força, velocidade, resistência, flexibilidade, agilidade. Para que o aluno aprenda a ginástica ele deverá estudar suas múltiplas dimensões constituintes, como a histórica, biológica, fisiológica, anatômica, técnica, social, etc. Palavras-chave: Ginástica de academia; Conteúdos; Educação Física escolar.
Introdução
O artigo a seguir consiste de um estudo a respeito do ensino do
conteúdo ginástica, considerando a sua manifestação ginástica de academia,
no ensino médio. Relata também a aplicação do conteúdo Ginástica de
Academia realizado no Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper –
EMPN, localizado no município de Manoel Ribas, PR.
A disciplina de Educação Física agrega múltiplos conhecimentos como a
1 Orientanda PDE/ 2013. Área PDE: Educação Física. NRE: Ivaiporã. Escola de Implementação: Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper– EMPN 2 Orientador: Me. Fernando Pereira Cândido, EMH/CEFE/UEL. [email protected]
dança, os jogos e brincadeiras, os esportes, as lutas e a ginástica (SOARES
et.al.,1992). Estes conteúdos são de grande valor para área, por conseguinte,
devem ser estudados com mais clareza. Nessa pesquisa, em particular,
pretendemos focar a ginástica de academia como tema a ser tratado na
disciplina de Educação Física.
Ayoub (2003, p. 84) entende que a ginástica quase não existe na escola
devido a preconceitos, como o entendimento de que ela seria composta por
atividades extremamente difíceis. Afirma que a educação física escolar
brasileira é restrita basicamente ao esporte “deixando de lado a ginástica”
(entre outros temas da cultura corporal).
Considerando a importância que a escola possui na formação dos
indivíduos, percebemos a necessidade de ampliar os meios para apropriação
do saber elaborado nesse espaço. A partir da colaboração de todos os
elementos que a constituem, pressupondo os conhecimentos postulados no
interior de cada disciplina prevista no currículo, devemos considerar as
barreiras de diversas ordens que enfrentamos. A Escola apresenta limitações
não apenas de ordem estrutural, como também cultura;, além da limitação do
espaço físico, dos materiais e implementos necessários, da formação
acadêmica dos professores, existe também o regionalismo que determina os
hábitos e costumes locais no que se refere às práticas da cultura corporal mais
aceitas. Estas questões regionais, no entanto, não se desligam de uma lógica
maior e mais abrangente, própria do tipo de sociedade em que vivemos e que,
por diversos mecanismos, seleciona o que vai e o que não vai ser ensinado no
ambiente escolar.
[...] a Educação Física tal qual a conhecemos hoje, expressa, de alguma maneira, a forma como os seres humanos se relacionam no modo societário capitalista. As modificações do seu conteúdo e da forma de aplicá-los, bem como as disposições legais desta disciplina no âmbito escolar, tendem a obedecer à lógica das modificações dessa organização social (MELLO, 2009, p. 10).
Conforme as DCE ’s, (2008, p.38), a “ginástica surgiu, principalmente, a
partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação
moral dos cidadãos brasileiros”. Essa era a função original da ginástica, mas
entendemos que suas possibilidade pedagógicas são muito mais amplas, por
exemplo: “Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de
reconhecer as possibilidades de seu corpo (DCE’s, 2008, p. 67). Nessa
direção, o ensino da Ginástica de Academia se apresenta como um tema de
grande destaque na sociedade contemporânea e, conforme defendemos, pode
mediar o conhecimento concreto sobre a ginástica na escola.
A realidade dessa manifestação cultural como um dos conteúdos da
Educação Física está presente nas propostas das Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná (PARANÁ, 2008), mas ainda é pouco abordada pelos
professores em suas aulas:
A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes (PARANÁ, 2008, p. 53).
Prevendo essas inúmeras formas constitutivas da cultura corporal,
desenvolvidas pelo homem ao longo dos tempos, nos preocupamos com a
prática pedagógica na Educação Física a partir dessa abrangência, refletindo
sobre a atuação dessa disciplina atrelada quase exclusivamente à prática
esportiva no contexto escolar. Considerando que a ginástica nasce primeiro
que o esporte –apesar da sua anulação no espaço escolar em favor da
esportivização, chegamos aos seguintes questionamentos: O que é a
ginástica? O que o aluno tem que saber para conhecer a ginástica? Como o
ensino da Ginástica de Academia pode mediar o conhecimento da ginástica na
escola?
Considerando estas problemáticas, estabeleceu-se para a intervenção o
objetivo geral de estudar a Ginástica de Academia nas aulas de Educação
Física, a partir de uma proposta de ensino do conteúdo ginástica que
contemple as suas múltiplas determinações. Os objetivos específicos
elencados são: estudar a origem e desenvolvimento da ginástica e da ginástica
de academia; sistematizar para o ensino alguns conhecimentos que
fundamentam a ginástica como conteúdo da Educação Física escolar;
desenvolver o trabalho pedagógico com a ginástica de academia considerada
como conteúdo específico da Educação Física.
Dada esta estruturação, desenvolvemos o artigo sobre a Ginástica de
Academia como conteúdo da Educação Física escolar que apresentamos aos
colegas professores, contendo os seguintes pontos:
História da Ginástica e da Ginástica de Academia;
Dimensões biológicas da Ginástica;
Dimensões Anatômicas: Ossos e Músculos;
Dimensões Fisiológicas;
Exercício físico e nutrientes;
Ginástica de academia como conteúdo da Educação Física escolar;
Modalidades da ginástica de academia;
A Ginástica de Academia no Colégio Estadual Professora Reni Correa
Gamper.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa elaborada para a implementação do projeto na respectiva
temática foi fundamentado em uma pesquisa bibliográfica. Partimos de uma
abordagem histórica para conhecer o fenômeno estudado. A partir das
construções pedagógicas de caráter crítico sobre a ginástica e a Educação
Física, delimitamos a base teórica para a análise dos dados obtidos durante a
aplicação do projeto por meio de questionários estruturados com 8 questões
abertas e 1 questão objetiva.
O questionário foi composto por 9 questões, aplicadas no início e ao
término da intervenção. Em seguida os dados foram tabulados e categorizados
para, finalmente, serem analisados.
Metodologia de implementação
A intervenção foi feita partindo de uma avaliação realizada por meio de
um questionário, propondo examinar o que os alunos conhecem sobre a
ginástica e ginástica de academia. Foram apresentados os elementos básicos
da ginástica e de ginástica de academia, oportunizando ao aluno conhecer o
próprio corpo, bem com as possibilidades de movimentos. Desenvolveu-se
atividades teóricas e práticas, empregando leitura de textos, imagens, músicas
e vídeos no ensino do conteúdo e na busca de informações pelos alunos que
pudessem auxiliar a caracterização da origem e a evolução da ginástica.
Neste trabalho foram necessárias leituras dirigidas, seleção de fotos e
vídeos acerca da evolução histórica da ginástica, dos seus fundamentos
anatômicos, fisiológicos e sociais.
Os recursos materiais necessários para a sua implementação foram
equipamento de som, TV pendrive, computador, internet, projetor multimídia,
cópias de Xerox, pendrive, 15 colchonetes, 15 bastões, 15 arcos, 15 tablados,
15 jumps, 15 garrafas pet, 15 cordas individuais de 1,5m. Para o andamento
das aulas com maiores possibilidades, estes materiais foram emprestados pela
Academia Ação, do município de Manoel Ribas, situada no centro da cidade.
A Intervenção seguiu as seguintes etapas descritas abaixo, onde
contaram-se 15 aulas teóricas 15 aulas práticas; 2aulas de avaliação.
As 15 aulas teóricas foram distribuídas da seguinte forma: aulas
expositiva, leitura dos textos, leitura individual e em grupo, debates, pesquisa
na internet. As 15 aulas práticas foram distribuídas da seguinte forma: aulas
utilizando movimentos básicos da ginastica geral, com séries individuais e em
grupo; aulas de step, aulas de jump e de localizada - membros inferiores e
superiores. Desse total de aulas, 2 foram ministradas na Academia Ação, e as
demais na quadra e no pátio do colégio.
História da Ginástica e da Ginástica de Academia
Conhecer um pouco mais sobre a história da ginástica permite
compreender a sua evolução desde seu nascimento até os dias atuais. Os
exercícios físicos hoje são diferentes do que eram vistos há algumas décadas
atrás. Segundo Ramos (1982 apud NORONHA, 2007, p.13):
A Ginástica reconhecida como a prática do exercício físico ou atividade física, vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea.
Desde a sua origem mais remota, o homem vem adaptando-se, criando
fórmulas, buscando novas soluções para seguir adiante no seu processo de
evolução. O homem primitivo, em função do habitat hostil, desenvolveu hábitos
específicos para essas condições, onde a luta com animais como também a
caça ao alimento incorporavam no seu dia a dia as primeiras caracterizações
de "Educação Física" (MARINHO, 1980; COSTA, 1996; NETTO, NOVAES,
1996 apud ARSEGO, 2012, p.11).
Segundo Malta (1998, p. 11), “[...] os gregos utilizavam em seus
treinamentos inúmeros implementos que persistem até hoje, tais como: bolas
de medicine rústicas, halteres para saltos, pedras, traves de madeira [...]”
(DIEN 1966, apud MALTA, 1998, pg.11), “[...] afirma que o conceito de beleza
corporal para o ocidente nasceu na Grécia, onde a prática de exercícios físicos
e as artes eram consideradas atividades irmãs [...] (MARTINS; SOUZA;
REZENDE 2011; p. 04)
A ginástica é um elemento que constitui a educação dos indivíduos em
diferentes momentos da história e, a educação, é um elemento fundamental à
reprodução social. Assim, a ginástica também deve ser analisada neste
sentido, enquanto formação para a reprodução do arranjamento social em
vigor. Neste sentido, Soares, (2001, p. 33,) explicita que:
O corpo dos indivíduos, como mais um instrumento da produção, passava a constituir uma preocupação da classe no poder. Tornava-se necessário nele investir. Todavia, esse investimento deveria ser limitado para que o corpo nunca pudesse ir além de um corpo de um "bom animal". Era preciso adestrá-lo, desenvolver lhe o vigor físico desde cedo...discipliná-lo, enfim, para sua função na produção e reprodução do capital.
Ainda para Soares, (2001, p.6) a Educação Física será a própria
expressão física da sociedade do capital. Ela encarna e expressa os gestos
automatizados, disciplinados, e se faz protagonista de um corpo "saudável";
torna-se receita e remédio para curar os homens de sua letargia, indolência,
preguiça, imoralidade, e, desse modo, passa a integrar o discurso médico,
pedagógico, familiar.
O termo “Ginástica” emana da palavra grega “Gymnos” que significa
“Nu”, o que se deve ao fato de, na antiguidade clássica, este tipo de atividade
se praticava sem qualquer peça de roupa, sendo considerada uma atividade
excepcionalmente masculina. Podemos afirmar, segundo vários autores, que de
todos os períodos evolutivos da história, o Renascimento é o período que
marca a origem de uma nova perspectiva para as atividades físicas. Esse
período permite o retorno à preocupação com a educação física, socialmente
legitimada, de forma que posteriormente:
A partir do ano de 1800 vão surgindo na Europa, em diferentes regiões, formas distintas de encarar os exercícios físicos. Essas formas receberam o nome de métodos ginásticos (ou escolas) e correspondem, respectivamente, aos quatro países que deram origem às primeiras sistematizações sobre a ginástica nas sociedades burguesas: a Alemanha, a Suécia, a França e a Inglaterra (que teve um caráter muito particular, desenvolvendo de modo mais acentuado o esporte). Essas mesmas sistematizações serão transplantadas para outros países fora do continente europeu (SOARES,1994, p.64).
Para Marinho (1980) apud Levien (2011, pg.15), foi entre os séculos XVII
a XIX que apareceram de forma sistematizadas as linhas doutrinárias
contemporâneas da ginástica. Paoliello (s.d.) destaca a escola inglesa (mais
relacionada aos jogos e ao esporte) e as escolas alemã, sueca e francesa,
como responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos. Mas foi
no final do século XVIII que surgiram os criadores da Ginástica Moderna: O
alemão Guts Muths (1759-1839) foi o autor da obra "Gymnastik for Jugend"
publicada em 1793; Francisco Amoros Y Ondeano (1769-1849), de origem
espanhola, fundou uma escola de ginástica na França; Ling (1776-1839) era
sueco, foi quem criou o primeiro Instituto Nacional de Educação Física de
Estocolmo (PÚBLIO, 2002, apud LEVIEN, 2011, p. 16).
Segundo Soares, (2001, p. 5):
O século XIX é particularmente importante para o entendimento da Educação Física, uma vez que é neste século que se elaboram conceitos básicos sobre o corpo e sobre a sua utilização como força de trabalho. [...]É nesta perspectiva que podemos entender a Educação Física como a disciplina necessária a ser viabilizada em todas as instâncias, de todas as formas, em todos os espaços onde poderia ser efetivada a construção deste homem novo: no campo, na fábrica, na família, na escola.
A Ginástica, como se aprecia hoje, tem uma origem recente, passou a
existir no início do século XIX e desenvolveu-se rapidamente até ao nível que
conhecemos hoje. No Brasil pode-se entender que a historia da ginástica, teve
seu início com a colonização dos alemães. Os primeiros imigrantes alemães
chegaram ao Brasil logo após a Independência, dentro de um programa de
colonização idealizado pelo governo brasileiro que visava o desenvolvimento da
agricultura e a ocupação das terras do Sul do País. A primeira colônia alemã foi
fundada em 1824, com o nome de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Durante o período do fluxo imigratório (entre 1824 a 1937) entraram no Brasil
aproximadamente 250 mil imigrantes alemães. Esta imigração se caracterizou
pela participação contínua no processo de colonização em frentes pioneiras
SEYFERTH, (1982,) apud LEVIEN, (2011, p. 21).
O movimento Fitness, desde o seu início, no final dos anos 70, não
demonstra fortes sinais de enfraquecimento. O grande número de pessoas que
experimentam uma melhora na qualidade de vida, saúde, estética e bem estar
interior e social, através da prática sistemática das atividades orientadas, faz
com que esse movimento continue a crescer. A comprovação disso é evidente
pela proliferação do número de academias de ginástica em todo mundo, o que
lhe confere o status de ser um fenômeno internacional. Como os primeiros
professores de Ginástica de Academia no Brasil eram estrangeiros, por muito
tempo a tendência foi que os primeiros trabalhos sofressem influências
europeias da Ginástica Rítmica de Dalcroze, do ballet e da dança moderna.
Com o passar dos anos, foram fundamentados trabalhos de acordo com as
necessidades do povo brasileiro, desenvolvendo-se métodos próprios voltados
aos valores estéticos (NOVAES, 2001 apud MOURA; GRILLO; MERIDA;
CAMPANELLI, 2007, p. 104 ).
Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram diretamente a
Ginástica de Academia até ela tomar o formato atual. Nos anos 60 e 70, foi a
Calistenia; nos anos 80, a Ginástica Aeróbica (Alto e Baixo Impacto), seguidos,
nos anos 90, pelo Step Training e a Ginástica Localizada, que tem sua base na
musculação. Vários fatores, tais como cinesiológicos, anatômicos e de melhoria
de desempenho, são comuns nestas atividades, o que aumenta a correlação
entre elas (NETO e NOVAES, 1996). Recentemente, cresceu a procura por
ginásticas suaves, como por exemplo: Yoga, Ginástica Postural, Tai-chi Chuan,
Pilates e ginástica com movimentos de animais (SABA, 2003 apud MOURA;
GRILLO; MERIDA; CAMPANELLI, 2007, p. 104). A respeito do Pilates,
podemos afirmar que:
Pilates é um método de condicionamento físico que integra o corpo e a mente, ampliando a capacidade de movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. É um sistema de exercícios que possibilita maior integração do indivíduo no seu dia a dia. (CAMARÃO, 2004, p.4).
Há poucos anos a técnica Pilates passou a ser muito conhecido no mundo,
sendo praticado não só por aqueles que precisam manter a boa forma, mas
também por pessoas que se preocupam em viver de maneira saudável.
A ginástica de academia tem como objetivo trabalhar o condicionamento
físico. Como toda forma de exercício é uma atividade física, proporciona
qualidade de vida em aulas coletivas. Utiliza-se trilha musical, além de alguns
equipamentos, e sempre há a monitoramento de um professor. A ginástica de
academia promove a obtenção e manutenção da estética corporal, assim como
outros benefícios (SABA, 2003 apud MOURA; GRILLO; MERIDA;
CAMPANELLI, 2007, p. 105). A ginástica é conhecida pela forma de apor os
conteúdos e uso de seus meios de acordo com o resultado final que se deseja
obter.
A Ginástica Geral, que se apresenta como uma leitura contemporânea da
Ginástica, abarca o conjunto das várias modalidades ginásticas, bem como
elementos da dança, do circo, da capoeira, dos jogos, das lutas, enfim, das
diversas manifestações da cultura corporal que, todavia, ao serem apropriadas
e interpretadas pelos movimentos ginásticos, são transformadas e
incorporadas à linguagem gímnica. Podemos assim dizer que o eixo
fundamental da Ginástica Geral continua sendo a Ginástica, a qual, embora
possa dialogar e interagir com outras práticas e outros elementos da cultura
corporal, contém uma narrativa própria, constituída pelos signos e caracteres
(conteúdo, forma, historia, objetivos e orientações metodológicas) que
configuram o seu tipo de linguagem (MARCASSA, 2004, p.3).
Dimensões biológicas da Ginástica
Enquanto um sistema de exercitação, consideramos que o fundamental
na ginástica é o desenvolvimento da aptidão física. Dizer isto não significa
desconsiderar que existem as questões culturais, históricas, psicológicas e sua
relação com o desenvolvimento da saúde, de forma geral. Porém, seu
fundamento mais essencial, conforme seu processo histórico permite entender,
está no desenvolvimento da aptidão física, cujos elementos constituintes são
as valências físicas.
Essa compreensão não nos coloca no campo do biologicismo, não leva
às teorias que tratam o homem como ser de natureza imutável e a-histórico.
Estabelecemos essa compreensão a partir da explicação dada por Mello,
segundo a qual:
[...] as atividades físicas, não obstante o seu caráter ineliminavelmente biológico, são cada vez mais determinadas pelas relações sociais. Isso só reafirma o princípio segundo o qual em qualquer forma de sociedade os homens terão que manter o seu bom funcionamento orgânico, caso contrário, definham ou padecem definitivamente. Mesmo aquelas atividades físicas predominantemente ligadas à saúde possuem esse caráter social. Por isso, a dicotomia entre “corpo” (homem) e sociedade não existe efetivamente (MELLO, 2009, p.82).
A aptidão física é constituída pelas valências físicas naturais ao
organismo humano, mas que podem, refletindo seu estado de exercitação,
serem aprimoradas, mantidas ou perdidas ao longo da vida.
Valências físicas
FORÇA: A força muscular pode ser definida como a força ou tensão que um
músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra
uma resistência, em um esforço máximo.
RESISTÊNCIA: É o tempo em que o indivíduo suporta desempenhar uma
atividade com determinada intensidade, ou seja, o indivíduo não se fadiga com
facilidade ou pode até trabalhar em estado de fadiga.
FLEXIBILIDADE: É a amplitude de movimento ao redor de uma articulação.
VELOCIDADE: É a capacidade de o sistema neuromuscular reagir a uma dada
estimulação no mínimo tempo, rapidez de um movimento.
AGILIDADE: É a capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com
mudanças nas direções, que as pessoas necessitam para ter uma boa forma
física.
Estas capacidades que o ser humano desenvolve ao longo da sua vida,
aprimora ou perde durante sua maturidade biológica são resultado de
interações anatomofisiológicas, motivo pelo qual apresentaremos em seguida,
de forma resumida, os principais aspectos anatômicos e fisiológicos envolvidos
no ensino da ginástica de academia.
Dimensões Anatômicas: Ossos e Músculos
Os principais ossos, músculos e articulações do corpo humano
envolvidos com os movimentos de membros inferiores e superiores.
A cabeça é constituída pelos ossos do crânio. Os principais ossos são o
occipital, parietais, frontal e temporais. Os ossos da face: nasais, lacrimais,
maxilares e mandíbula. As 7 cervicais são grupo flexível que sustenta a cabeça
e o pescoço. Manter a cabeça ereta desenvolve e mantém a curvatura destas
vértebras.
O tórax é um conjunto móvel de estruturas essenciais à função
respiratória, alojando vísceras delicadas como pulmões e o coração. O esterno
consiste de ossos fundidos, onde as articulações são fibrocartilaginosas. As
cartilagens costais unem a maioria das costelas ao esterno e conferem
considerável elasticidade ao tórax. As sete costelas superiores (verdadeiras)
ligam-se diretamente a cartilagens costais individuais; das 5 costelas seguintes
(falsas), 3 ligam-se à 7ª cartilagem costal e as duas restantes (flutuantes)
terminam na parede muscular abdominal.
Os ossos do membro superior a clavícula e a escápula formam uma
plataforma móvel a parti da qual o úmero se move livremente através da
articulação escápulo - umeral. No cotovelo, a articulação principal está entre a
ulna e o úmero. Distal mente, a ulna afina e não forma nenhuma articulação
importante com os ossos do carpo. O rádio, formando a menos estável das
duas articulações que existem no cotovelo, espessa-se distal mente, tornando-
se o osso principal do antebraço na articulação com ossos do carpo. Note
como cada osso metacárpico e falange formam uma unidade de sustentação. A
ação de garra da mão, possível graças à estrutura articular, é mais eficiente
quando a articulação do pulso (radiocárpica) está estendida. As articulações
mediocárpicas auxiliam a radiocárpica para permitir as ações do pulso. A
cintura do membro inferior é formado por 2 ossos do quadril que se unem
através da sínfise púbica. A pelve é esta bacia criada pelos dois ossos do
quadril, além do sacro e cóccix. Tem uma abertura superior e uma inferior. Os
dois ossos do quadril, cada um com sua forma propulsora, juntamente com o
sacro, formam um arco que sustenta o peso do corpo, dirigindo para o fêmur.
As pelves feminina e masculina se diferenciam bastante uma da outra, a
feminina é mais arredondada e mais larga para poder acomodar mais
facilmente um feto em desenvolvimento. A articulação do quadril, embora
similar em estrutura ao ombro, é muito mais seguro com sua fossa profunda e
fortes ligamentos. Por estas razões seus movimentos são um pouco mais
limitados do que as do ombro.
O fêmur é o maior osso do corpo e é curvado oblíqua e medialmente de
modo que os pés situem diretamente sob o peso do corpo. A articulação do
joelho é uma das mais complicadas articulações do corpo, pois precisa
sustentar o peso do corpo todo em equilíbrio e proporcionar liberdade de
movimento na locomoção. A tíbia é o osso mais forte do corpo. Ela transmite
diretamente o peso do corpo para a articulação talocrural (tornozelo). O pé é
uma estrutura móvel que suporta peso. Os largos ossos társios e as curtas
falanges estão ligados a esta função. A estrutura óssea, reforçada e mantida
por ligamentos e sob a influência de músculos, forma arcos – longitudinal e
transverso. Estes ossos são importantes na absorção de cargas de choque e
no equilíbrio do corpo. O arco longitudinal (medial) transmite a força do peso do
corpo para o chão quando se está em pé, parado, e para o hálux durante o
movimento, criando uma alavanca gigante que ocasiona o andar. Os ossos do
pé são falanges, metatársicos, cuneiformes, navicular, cuboide, tálus e
calcâneo.
As funções primárias do esqueleto são a sustentação do corpo, a formação do sistema de alavancas utilizado na locomoção e na proteção das partes moles. Constitui também importante reservatório de cálcio que pode ser mobilizado no atendimento de determinadas atividades metabólicas. Osteogênese é o
processo através do qual se forma um osso. O tecido ósseo é um elemento vivo, suprido por vasos sanguíneos e nervos e não apenas na forma externa, mas também na arquitetura interna, que pode mudar em resposta às pressões e tensões a que se encontra submetido durante a vida. ( ARAÚJO, 2011, pg.17).
Os grandes músculos envolvidos nos movimentos dos membros
inferiores, superiores, anterior e posterior do tronco, serão tratados a seguir.
Um músculo esquelético consiste de feixes (fascículos) de células musculares
(fibras) envoltas em sua bainha de tecido conjuntivo (epimísio, perimísio,
endomísio, respectivamente). À medida que o músculo esquelético se
aproxima de seu ponto de inserção, as fibras musculares terminam; e o tecido
conjuntivo continua como tendão.
Os músculos da expressão facial geralmente se originam de osso ou
cartilagem e se inserem na fáscia superficial ou num dos músculos
esfinctéricos da órbita e da boca, esses músculos são principalmente inervados
pelo nervo facial; se esse nervo se danificar, os músculos do lado afetado se
tronam flácidos e a pele cai, especialmente em torno dos olhos e da boca. O
pescoço constitui uma área muitíssimo complicada de qualquer perspectiva e o
arranjo muscular não é exceção. Aparecem aqui os músculos mais superficiais
do pescoço ajustados dentro de duas áreas triangulares e o músculo
demarcatório esternocleidomastóideo, esse músculo é uma estrutura chave, já
que separa os triângulos anterior e posterior do pescoço. As artérias carótidas,
as veias jugulares internas e os nervos vagos correm por detrás desses
músculos.
O Transverso-Espinhal: Semispinhal da cabeça, do pescoço, do tórax,
multífido, rotadores e elevadores são músculos em grande parte rotadores da
coluna, pois em geral eles vão dos processos transversos de uma vértebra
para o processo espinhoso da vértebra superior ou podem abranger três ou
quatro vértebras. Os semispinhais são os músculos maiores de seu grupo, que
também estendem a coluna vertebral. E já os Inter transversais e Inter espirais
são músculos pequenos, sob a musculatura sobrejacente mais ampla,
estendem e flexionam lateralmente a coluna vertebral.
Os músculos da parede abdominal anterior são o transverso, reto,
oblíquo interno e externo. Em geral, os músculos da parede abdominal anterior
são semelhantes aos músculos intercostais da parede torácica em termos de
orientação. O músculo mais profundo é o transverso do abdômen, que
corresponde ao músculo intercostal mais interno, que é bem grosso. O
transverso encerra as fibras inferiores do reto, depois soma-se à camada
posterior da bainha do reto. O reto do abdômen se origina em segmentos
conectados por tendões planos, é enclausurado numa bainha para a qual
contribuem as aponeuroses dos outros três músculos abdominais, e é um
flexor questionável da coluna vertebral. As fibras dos oblíquos externo e interno
são orientadas a 90º uma com relação à outra e correspondem aos músculos
intercostais interno e externo, respectivamente. Estes músculos são ativos na
compressão do conteúdo abdominal, como no estiramento, e contribuem para
a flexão e rotação do dorso. Todos esses músculos se tornam ativos nos
exercícios de sentar e levantar. Os da região inguinal são os ligamentos
inguinal, cremaster, anel inguinal superficial, funículo espermático e ligamento
fundi forme do pênis. Essa região é a porção medial mais baixa da parede
abdominal e é importante porquanto o funículo espermático atravessa a parede
obliquamente em seu percurso desde a cavidade pélvica até o escroto.
Os músculos da parede abdominal posterior são diafragma do tórax e
músculos intercostais. Esses músculos intercostais ocupam os espaços entre
as costelas e são importantes músculos da respiração. Eles mudam as
dimensões (o volume) da cavidade torácica, assim criando alterações em sua
pressão interna. O diafragma é um grande músculo que fecha e abertura
torácica inferior hermeticamente. Ele se contrai durante a inspiração e é o
principal músculo da respiração. O diafragma se origina no processo xifóide,
das seis costelas inferiores e das vértebras lombares; a parte direita e a
esquerda do músculo se inserem uma na outra ao nível do largo centro
tendíneo. A artéria principal que vai do coração para o abdômen (aorta), a
principal veia que vai para o coração desde o abdômen e abaixo (veia cava
inferior) e o esôfago passam através de aberturas individuais (hiatos) no
diafragma.
Músculos que atuam no antebraço, na parte flexora são: bíceps do
braço, braquial, braquiorradial, pronador redondo e extensor: tríceps do braço e
ancôneo. Os principais flexores da articulação do cotovelo são o braquial e o
bíceps do braço, dos quais o primeiro tem mais vantagem mecânica. Dado o
modo pelo qual o tendão do bíceps se insere ao nível da tuberosidade do rádio,
é ele também um supinador do antebraço. O braquiorradial, ao que se tem
demonstrado, é ativo na flexão do cotovelo e na rápida extensão onde contraria
a força centrífuga produzida por esse movimento. O pronador redondo ajuda na
flexão do cotovelo, mas é antes de tudo um pronador. Já o principal extensor
do antebraço é o tríceps do braço (com três cabeças). O ancôneo, menor,
auxilia nesta função. A exemplo do bíceps é fácil sentir o tríceps apalpando-o.
Os músculos que atuam no pulso, na mão e nos dedos. Os flexores do pulso e
dos dedos tornam a maior parte do compartimento anterior do antebraço,
originando-se como um grupo do epicôndilo medial, da parte superior do rádio
e da ulna e da membrana interóssea interveniente. Cruzando a articulação do
pulso, os músculos “cárpicos” se inserem nos ossos cárpicos distais ou
metacárpicos, ao passo que os dois flexores dos dedos, um imediatamente por
trás do outro e partilhando o mesmo túnel e a mesma bainha, prosseguem para
as falanges média e distal.
O palmar longo, ausente em cerca de 10% da população, funde-se com
o tecido conjuntivo palmar (aponeurose). Os extensores se originam no
epicôndilo lateral e das partes superiores dos ossos e da membrana Inter
óssea do antebraço, com exceção do lado posterior, criando um compartimento
extensor. Como você pode ver prontamente em seu próprio antebraço, a
massa de músculo aqui é menor que no lado flexor. Os músculos “cárpicos” se
inserem nos ossos cárpicos distais ou metacárpicos, ao passo que os
extensores dos dedos formam uma expansão de tendão sobre as falanges
média e distal em que se inserem os pequenos músculos intrínsecos da mão.
O flexor longo do polegar é um membro do compartimento flexor, situado ao
longo do flexor profundo dos dedos.
Os músculos das nádegas operam a articulação do quadrado, eles são
responsáveis pela extensão, abdução e rotação do fêmur. O glúteo médio é um
importante estabilizador do quadril e músculo postural, porquanto mantém o
nível dos quadris quando se anda ou corre. O glúteo máximo, geralmente com
uma polegada ou mais de espessura, desempenha seu maior papel quando
corremos ou galgamos obstáculos. Há uma quantidade variável de gordura na
fáscia superficial sobrejacente a essa região, que da mais forma à nádega.
Músculos posteriores da coxa são: semimembranoso, semitendinoso e bíceps
da coxa.
Os músculos da mão e do pé são em geral complementares em sua
estrutura. Entretanto, o pé é estruturado para suportar o peso do corpo e para
proporcionar uma plataforma móvel numa variedade de terrenos. Os músculos
da face plantar são arranjados em cerca de 4 camadas, em conjunção com os
músculos da perna que contribuem com tendões para o pé, criam uma
superfície estável e, ao mesmo tempo, com considerável mobilidade. Os
músculos intrínsecos do pé estão em grande parte relacionados com a
estabilização do pé na posição ereta ou ao andar/correr em qualquer das
muitas superfícies diferentes.
Dimensões Fisiológicas
O exercício físico é uma condição onde ocorre um aumento da demanda
energética do organismo visando a manutenção da atividade muscular. A
energia derivada dos nutrientes ingeridos na alimentação tem fundamental
importância para o fornecimento de energia química, contribuindo com a
manutenção do trabalho muscular a partir da geração de adenosina trifosfato
(ATP) (FOX, BOWERS & FOSS, 1991).
Inicialmente é importante descrever um resumo das funções do sistema
cardiorrespiratório. Segundo Fox, Bowers e Foss (1991) o sistema respiratório
proporciona em primeiro lugar o meio pelo qual o ar é movimentado para
dentro e para fora dos pulmões. Movimento este denominado de ventilação
pulmonar. Assim o oxigênio do ar é oferecido ao sangue graças a uma extensa
rede de capilares que circundam os alvéolos, e o sangue venoso se torna
arterial. A Segunda tarefa é o transporte do sangue arterial aos tecidos, que é
realizado pelo coração e por seus vasos sanguíneos, que se capilarizam e
promovem a troca a nível de tecido de C02 por 02 utilizado para obtenção de
energia, para trabalho dos músculos.
Segundo Fox, Bowers & Foss (1991, p.19); “o sistema aeróbico libera
energia para a produção de ATP graças a desintegração de carboidratos e
gorduras.” Com o treinamento os músculos conseguem mobilizar, transportar e
oxidar a gordura, aumentando o fluxo sanguíneo e maiores quantidades de
enzimas para mobilizarem e metabolizarem as gorduras. Um dos fatores mais
importantes dos exercícios relacionados à saúde é o condicionamento
cardiovascular, que ocorre quando “há hipertrofia cardíaca nos atletas,
caracteriza-se por um aumento da cavidade ventricular e por espessura normal
da parede ventricular”. Além desta adaptação que ocorre, de forma e função do
coração (anatomo-fisiológica), outros conceitos importantes devem ser
conhecidos por nós quando estudamos a ginástica e os exercícios físicos.
Estes conceitos são as valências físicas citadas anteriormente.
Sendo assim é necessário ingerir alimentos categorizados como
nutrientes energéticos essenciais que são os carboidratos, as gorduras e as
proteínas. Por serem as únicas fontes de energia alimentar recebem a
designação de nutrientes energéticos. Por não possuírem carbono os minerais
e a água constituem os nutrientes inorgânicos. As vitaminas desempenham
papel metabólico em todas as células do organismo, com o complexo B sendo
particularmente importante no metabolismo energético (FOX, BOWERS &
FOSS, 1991).
Exercício físico e nutrientes
Carboidratos
Os açucares são compostos químicos que abrangem o grupo nutricional
denominado carboidratos. Açucares simples tipo glicose e frutose
(monossacarídeos), açúcares duplos tipo sacarose e maltose (dissacarídeos) e
açúcares complexos tipo amido e glicogênio ( polissacarídeos) estão entre os
carboidratos mais importantes.
Fontes alimentares de carboidratos são o feijão seco, o pão, os bolos, os
cereais, as frutas secas, o mel, as panquecas, as massa, as batatas, os
espaguetes, a calda de açúcar, os vegetais (legumes) e os bolinhos.
Gorduras
Gorduras ou lipídios são encontrados no corpo principalmente como
triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. Os triglicerídeos são armazenados nas
células gordurosas existentes em todo o corpo e dentro dos músculos
esqueléticos. Representam a forma de gordura utilizada como combustível
alimentar na produção aeróbica de energia ATP (adenosina trifosfato).
Fontes alimentares de ácidos graxos, as gorduras saturadas encontram- se
habitualmente em forma sólida à temperatura ambiente. Incluem a maioria das
gorduras animais como, por exemplo, as gorduras presentes nas carnes de
gado, porco e carneiro. Os ovos e produtos lácteos também contêm altos níveis
de gorduras saturadas.
As gorduras insaturadas apresentam-se em estado líquido nas
temperaturas ambientes. São encontradas nos óleos vegetais tipo óleo de
amendoim, óleo de milho, óleo de soja e óleo de algodão. Outras fontes de
gordura são o toucinho, a manteiga, a margarina e os óleos para salada.
Proteínas
Proteínas desempenham uma ampla variedade de funções fisiológicas
que são consideradas essenciais para a saúde e o desempenho físico. Apesar
do papel da proteína no fornecimento de energia não ter sido considerado
importante para a maioria das formas de atividades musculares, está se
tornando cada vez mais claro que o catabolismo proteico aumenta durante a
atividade de endurance (mais de 60 minutos) e pode contribuir com entre 5 e
15% das necessidades energéticas.
Fontes alimentares de proteínas, os alimentos mais ricos em
aminoácidos essenciais são as proteínas animais e o leite. As proteínas
vegetais contêm alguns porém não muitos dos aminoácidos essenciais. Os
principais alimentos que são fontes de proteínas são os cereais, os queijos, os
ovos, os peixes, as carnes magras, o fígado, o leite.
Ginástica de academia como conteúdo da Educação Física escolar
Em vários enfoques conceituais que se possam apresentar sobre
ginástica, todas estimulam os profissionais de educação física a investir cada
vez mais em sua formação, trabalhando e focando sempre em um futuro com
melhor saúde aos seus usuários ou praticantes, assim a ginástica é vista como
uma importante ferramenta.
A Ginástica vista como um importante conteúdo da Educação Física
escolar e expressivo componente da cultura corporal." Além disso, a
abordagem deste tema justifica-se também porque, contraditoriamente, sua
concepção e manifestação têm empobrecido muito na atualidade, embora seja
hoje uma das atividades mais procuradas, como também uma das mais
diversificadas, com visível proliferação de modalidades, visões e métodos de
ensino, variadas inserções, origens, finalidades e possibilidades de acesso e
experimentação" (MARCASSA, 2004, p.01).
Pensando em conhecer a prática sobre a cultura corporal, além do
conteúdo hegemônico na esfera da educação física, é que se pensou na
proposta dentro da ginástica, a fim de possibilitar ações que pudessem
despertar maior interesse pelos assuntos tratados em aula, oportunizando e
levando ao alcance dos alunos além do conhecimento cientifico, o prazer, o
bem-estar, a satisfação e a alegria, nas aulas de Educação.
Segundo DALLO (2007), NUNOMURA e TSUKAMOTO (2009, p. 15)
apud CAPARROZ (2014) afirmam que:
A atividade ginástica pode envolver a ajuda mútua na realização da habilidade e na elaboração da composição coreográfica, a cooperação para deslocar e organizar os equipamentos, o compartilhamento de materiais, a autoavaliação e a avaliação dos outros, a demonstração de capacidades e habilidades, a expressão de sentimentos e emoções e o exercício da criatividade.
Aprender ginástica geral na escola significa, portanto, estudar, vivenciar,
conhecer, compreender, perceber, confrontar, interpretar, problematizar,
compartilhar, apreender as inúmeras interpretações da ginástica para, com
base nesse aprendizado, buscar novos significados e criar novas
possibilidades de expressão gímnica. A ginástica traz consigo a possibilidade
de realizarmos uma reconstrução da ginástica na educação física escolar numa
perspectiva de confronto e síntese e também, numa perspectiva lúdica, criativa
e participativa. ( AYOUB 2003, p.87 apud OLIVEIRA 2004, p.1).
As autoras ressaltam a importância da criação de projetos de extensão
direcionados à comunidade que possibilitem um reconhecimento das
dificuldades que podem surgir na prática das ginásticas: "Projetos que tenham
como objetivo maior proporcionar ao graduando o ensinar Ginástica,
viabilizando, assim, futuras adaptações dessas modalidades aplicadas nas
escolas". (SCHIAVON, NISTAPICCOLO, 2007, pg.132. apud LOPES e
FÁTIMA, 2012).
A escola deve ser um espaço relacionado à apropriação do saber
elaborado, portanto pode propor projetos que busquem a prática da ginástica
de academia do mesmo modo que oferta o treinamento desportivo, projeto de
dança na lógica dos projetos de contra turno que priorizem a prática da
ginástica e até mesmo da especificidade da academia, considerando que
existem alguns utensílios que podem enriquecer a sua vivência motora.
Modalidades da ginástica de academia
O conceito de ginástica engloba modalidades competitivas e não
competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos que exigem
força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento
físico e mental. A ginástica de academia, até ela tomar o formato atual, passou
por vários momentos como da Calistenia, nos anos de 60 e 70, já na década de
80 foi a ginástica aeróbica ( alto e baixo impacto), e nos anos de 90 foi o step e
a ginástica localizada. A ginástica de academia tem como objetivo trabalhar o
condicionamento físico, a saúde e a estética corporal, entre outros benefícios.
Para que isso aconteça tem que focar em exercícios que trabalhem com
resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força muscular,
flexibilidade e composição corporal.
Hoje em dia nos centros maiores as academias estão investindo na
Body System que é uma empresa Americana que vende seus programas e
ministra cursos de treinamento para professores. Somente professores
certificados e academias licenciadas podem ministrar as aulas da Body
System, que contém várias modalidades entre elas: Body Attack, Body
Balance, Body Combat, Body Jam, Body Pump, Body Step, o Power Pool e o
Power Jump.
Algumas modalidades de ginásticas para serem trabalhadas dentro do
âmbito escolar são: o Step, o jump e a ginástica localizada.
O step é uma atividade cardiovascular desenvolvida com a utilização
das plataformas conhecidas como steps. Ela promove gasto energético, e a
consequentemente queima calórica, além de fortalecer glúteos e pernas. São
exercícios de sobe e desce em uma plataforma de altura variável entre 10 e
30cm, essa modalidade é de baixo impacto. O movimento básico é composto
por quatro fases: partindo da posição inicial parado, de frente para a plataforma
a pessoa sobe a perna direita e depois à esquerda na plataforma e de costa,
desce a perna direita e depois à esquerda voltando à posição inicial; faz-se o
movimento também na lateral, com elevação do joelho, elevação do calcanhar
e colocando movimentos de braços, executando varias repetições.
O jump é uma atividade cardiovascular desenvolvida num mini trampolim
conhecida também como cama elástica. Ela promove queima calórica e
proporciona uma espécie de drenagem linfática, que ativa a circulação e facilita
o processo de eliminação das toxinas do organismo, fortalecendo a
musculatura do core e tonifica os membros inferiores. A aula é segura e o
impacto nas articulações e na coluna é mínimo. Os movimentos básicos são
correr, polichinelo, tesoura, saltito para frente e para trás e na lateral simples e
duplos.
A ginástica localizada são séries de exercícios com número elevado de
repetições, para manter e desenvolver a força e a resistência de um
determinado músculo ou grupo muscular, dos membros superiores e inferiores.
Com essa prática é possível melhorar a postura e contribuir para preservar
massa magra. Geralmente ela é praticada só por mulheres pelo fato dos
homens não se sentirem bem com algumas posições voltada para o
fortalecimento dos glúteos. Essa ginástica pode ser executada com alguns
equipamentos como: halteres, caneleiras, colchonetes, bastões ou sem
equipamento.
Para a escritora Soares, (1994, p. 111).
[...] como elemento capaz de promover a saúde através do "saudável" exercitas dos músculos [...]. Portanto a ginástica não deveria ficar fora da escola[...]. Uma educação popular que não contemplasse a ginástica seria considerada indigna desse nome, porque esta deveria acompanhar todo o ensino e plantar
no homem o sentimento de sua necessidade [...].
Com o desenvolvimento recente das academias em vários setores,
muitas atividades, tratadas por alguns autores como ginástica, foram sendo
oferecidas, tais como: Yoga, Ginástica Postural, Tai-chi Chuan, Pilates e
ginástica com movimentos de animais. A ginástica de academia, visa ao
condicionamento físico, além de proporcionar melhor qualidade de vida a partir
de aulas coletivas. Nas aulas normalmente se utiliza o estímulo musical e
equipamentos variados, e são desenvolvidas a partir de uma organização
sistemática feita pelo professor.
Para que um indivíduo desenvolva uma boa condição física é necessário
a utilização de exercícios voltados à resistência aeróbica, resistência muscular
localizada, força muscular, flexibilidade e composição corporal.
A escola, como estabelecimento formador, tem um respeitável papel na
sociedade contemporânea. Ela objetiva o ensino das habilidades físicas e
intelectuais necessárias ao desempenho das diferentes funções do indivíduo,
além de criar espaços de intervenção mais elaborados que visem a
ressignificação dos saberes discentes, organizando criativamente os
conhecimentos a serem tratados. A Educação Física escolar poderia contribuir
mais efetivamente na oferta de atividades físicas que despertam a curiosidade
e o interesse da população jovem como: caminhada, corrida, musculação e
aulas de ginástica localizada, atividades tão procuradas fora do ambiente
escolar entre os jovens de hoje. Entretanto, evidências têm mostrado um
quadro desfavorável em relação ao aproveitamento da ginástica enquanto
conteúdo nas aulas de educação física escolar.
A implementação deste projeto deve oportunizar aos alunos a ampliação
do seu conhecimento sobre a cultura corporal, contribuindo para a formação
humana dos alunos, permitindo a eles o aprimoramento da saúde corporal e
mental, fomentando o respeito o outro independentemente de etnia, habilidade
ou nível social.
A Ginástica de Academia no Colégio Estadual Professora Reni Correa Gamper Ao iniciarmos a implementação do projeto elaborado para o PDE,
realizamos uma avaliação inicial, por meio de um questionário previamente
elaborado que, após o processo de ensino-aprendizagem do conteúdo
ginástica de academia nas aulas de educação física, foi novamente aplicado,
como forma de avaliação final. Os resultados destas avaliações são expostas a
seguir.
Com a primeira questão (A) de nossa avaliação pretendíamos obter
uma visão sobre a compreensão mais geral dos alunos em relação ao
conteúdo ginástica.
Questionário Inicial
Questionário Final.
Nas respostas a esta primeira questão pudemos identificar que a maior
parte das respostas remeteram a movimentos específicos da ginástica, tendo
crescido o número de respostas nesta categoria. Na segunda avaliação,
evidenciou-se que diminuiu a incidência de respostas que estabeleciam
confusão entre a especificidade da ginástica e outras atividades relacionadas à
educação física. Tiveram conhecimento maior da relação entre ginástica e
saúde.
A)O que vocês lembram quando ouvem a palavra ginástica?
Desenvolvimento da saúde
Movimentos especí3icos da ginástica Atividades da Educação Física Lugar/Evento relacionado a Educação Física Desenvolvimento da aptidão 3ísica Modalidade especí3ica
A)O que vocês lembram quando ouvem a palavra ginástica?
Desenvolvimento da saúde
Movimentos especí3icos da ginástica Atividades da Educação Física Lugar/Evento relacionado a Educação Física Desenvolvimento da aptidão 3ísica Modalidade especí3ica
Na segunda (B) questão a intenção se referia ao sentido pessoal que os alunos dão ao conteúdo estudado
Questionário Inicial.
Questionário Final. Pudemos observar um aumento relativo nos movimentos específicos
da ginastica e no desenvolvimento da saúde, mostrando uma compreensão
B)O que é ginástica para você?
Desenvolvimento da aptidão 3ísica
Desenvolvimento da saúde
Movimentos especí3icos da ginástica
Atividades da Educação Física
Opção de lazer
Educação Esportiva
Lugar/Evento relacionado a Educação Física
B)O que é ginástica para você?
Desenvolvimento da aptidão 3ísica
Desenvolvimento da saúde
Movimentos especí3icos da ginástica
Atividades da Educação Física
Opção de lazer
Educação esportiva
Lugar/Evento relacionado a Educação Física
mais precisa sobre a ginástica e um melhor conhecimento sobre a relação
entre o exercício físico e a saúde. Porém, a categoria opção de lazer e
educação esportiva não aparece no questionário final.
Esta questão (C) visava medir, objetivamente, a participação dos alunos nas atividades referentes ao tema.
Questionário Inicial.
Questionário Final. A questão (D) do questionário nos permitiria averiguar a distinção entre
modalidades do conteúdo ginástica e outras atividades relacionadas,
C)Você já fez ginástica algum dia?
Sim
Não
C)Você já fez ginástica algum dia?
Sim
Não
entendidas por eles – correta ou incorretamente - como ginástica.
Questionário Inicial.
Questionário Final. Foram constatadas as seguintes categorias: modalidades ginásticas,
movimentos específicos da ginástica, atividade de educação física.
Mostrando no questionário final que houve uma melhor compreensão dos
alunos quanto à ginástica. E também uma queda brusca quanto aos
D)Quais as modalidades de ginástica você conhece?
Modalidades ginásticas
Movimentos especí3icos da ginástica
Atividade de Educação Física
D)Quais modalidades de ginástica você conhece?
Modalidades ginásticas
Movimentos especí3icos da ginástica
Atividade de Educação Física
movimentos específicos e atividades de educação física.
A quinta questão (E) nos permite reconhecer em que medida os alunos já tiveram acesso à ginástica de academia, bem como a outras modalidades.
Questionário Inicial.
Questionário Final. Nesta resposta foram encontradas as seguintes categorias: modalidades de
ginástica, movimentos específicos da ginástica. Notando-se então um
E)Você já praticou uma das modalidades de ginástica que conhece?
Modalidade de ginástica
Movimentos especí3icos da ginástica
Outras atividades da Educação Física
Inde3inida
E)Você já praticou umas das modalidades de ginástica que conhece?
Modalidade de ginástica
Movimentos especí3icos da ginástica
Outras atividades da Educação Física
Inde3inida
maior enriquecimento quanto ao conhecimento dos alunos em ambas as
modalidades já praticadas, mostrando uma maior facilidade dos participantes
em distinguir as práticas.
Quanto a questão (F) buscamos saber de qual ordem seriam os motivantes para a prática da ginástica.
Questionário Inicial
Questionário Final. Foi constatado que todos os alunos participantes declararam ter praticado e demonstraram grande apreço pela prática, salientando terem gostado e
F)Se nunca praticou gostaria de praticar? Por que?
Aptidão 3ísica
Saúde
Lazer
Aprendizado
Negação com base estética
Preferência por esporte
Inde3inido
F)Se nunca praticou gostaria de praticar? Por que?
Não houve respostas
aprendido mais dessa prática. Haja vista a predominância das modalidades esportivas na escola e a necessidade de compreender a autonomia e especificidade da ginástica, a questão (G) foi elaborada.
:Questionário Inicial
Questionário Final. Primeiro, nota-se um enriquecimento na compreensão dos alunos desta
G)Existe alguma relação entre esporte e ginástica? Qual?
Relação com o movimento
Relação com a saúde
Ginástica como preparação para o esporte Realação com a competição
Desenvolvimento da aptidão/atividade 3ísica
Relação com a estética
Ginástica como modalidade esportiva
Capacidade motora
G)Existe alguma relação entre esporte e ginástica? Qual?
Relação como movimento
Relação com a saúde
Ginástica como preparação para o esporte Relação com a competição
Desenvolvimento da aptidão/atividade 3ísica Relação com a estética
Ginástica como modalidade esportiva Capacidade motora
inde3inida
relação, uma vez que as respostas do questionário final apresentaram 3 novas categorias, a saber: relação com a estética, ginastica como modalidade esportiva e capacidade motora. Segundo, as categorias relação com a saúde, ginástica como preparação para o esporte e desenvolvimento da aptidão/atividade física apresentam um crescimento total ou relativo. Cabe ressaltar que todos os alunos entenderam que esta relação existe.
Questionário inicial.
H)O que você pensa sobre a prática de ginástica de academia?
Aprimoramento do movimento
Concepção positiva/vaga
Meio para a saúde
Concepção negativa/vaga
Associação com o esporte
Aptidão 3ísica
H)O que você pensa sobre a prática de ginástica de academia?
Aprimoramento do movimento
Concepção positiva/vaga
Meio para saúde
Concepção negativa/vaga
Associação com o esporte
Aptidão 3ísica
Questionário Final. As questões (H, H1, H2, H3) visam avaliar o conhecimento específico sobre a ginástica de academia. Sobre a questão H, no questionário final, a categoria concepção negativa não ocorre como no questionário inicial, mostrando também maior compreensão dos alunos quanto à importância para a saúde.
Questionário Inicial.
Questionário Final. Na questão H1 pode-se ressaltar que os alunos atentaram mais para os
H1) Para que serve?
Aptidão 3ísica
Saúde
Estética
Inde3inida
H1) Para que serve?
Aptidão 3ísica
Saúde
Estética
Inde3inida
fatores estéticos relacionados à sua prática, aumentando também a
compreensão de sua função quanto à saúde.
Questionário Inicial.
Questionário Final. No questionário final (H2) tivemos um aumento apenas da aptidão física, diminuindo a categoria saúde e mantendo-se a estética, onde encontramos discrepância quanto às respostas anteriores. Considerando a centralidade da aptidão física quanto ao conteúdo ginástica de academia, foi positivo.
H2) Que tipo de beneOícios ela pode trazer?
Saúde
Estética
Aptidão 3ísica
Psicológica
Inde3inido
H2) Que tipo de beneOícios ela pode trazer?
Saúde
Estética
Aptidão 3ísica
Psicológica
Inde3inido
Questionário Inicial.
Questionário Final. Nesta questão (H3) houve um aumento considerável das questões de
lesão e fase do desenvolvimento, mostrando preocupação e enfatizaram a
necessidade de acompanhamento e supervisão profissional.
H3) Ela pode causar algum dano ao seu praticante?
Lesões
Sobrecarga/Fase do desenvolvimento
Problemas de saúde pré-‐existentes
Supervisão pro3issional
Avaliação médica
inde3inido
H3) Ela pode causar algum dano ao seu praticante?
Lesóes
Sobrecarga/Fase do desenvolvimento
Problemas de saúde pré-‐existentes
Supervisão pro3issional
Avaliação médica
Inde3inido
Com a última questão (L) a perspectiva era avaliar a especificidade e domínio técnico dos alunos a respeito dos fundamentos da ginástica de academia.
Questionário Inicial.
Questionário Final. No questionário final da questão (L) podemos ressaltar que os alunos
L) Escreva todos os nomes de exercícios especíOicos de ginástica de academia
que você conhece.
Indicação de exercícios ginásticos
Indicação de modalidades ginásticas
Indicação de práticas esportivas
Indicação de seguimentos corporais
inde3inidos
L) Escreva todos os nomes de exercícios especíOicos de ginástica de academia
que você conhece.
Indicação de exercícios ginásticos
Indicação de modalidades ginásticas
Indicação de práticas esportivas
Indicação de seguimentos corporais
Inde3inidos
participantes encontram menor dificuldade em distinguir os exercícios
específicos da ginástica, pois a categoria indicação de modalidades
ginásticas mostrou diminuição nas respostas. Outro indicativo de que houve
um aumento do conhecimento sobre os exercícios específicos da ginástica de
academia, que antes eles não conheciam, foi a inexistência de citações de
práticas esportivas no questionário final.
Considerações Finais
Segundo Almeida (2005, p. 40), “a ginástica no sistema escolar
brasileiro foi implementada a partir de políticas educacionais para atender o
modelo produtivo industrializado, o qual exigia novos padrões sociais,
econômicos e culturais.”
Esta situação nos auxilia a pensar de acordo com Mello (2009, p. 10)
que: “(...) as instituições, os complexos sociais, toda a práxis humana, são
frutos das relações sociais estabelecidas em determinados períodos históricos,
respondendo a determinadas necessidades humanas”.
A ginástica é um elemento que constitui a educação dos indivíduos em
diferentes momentos da história. A ginástica também deve ser analisada neste
sentido, enquanto formação para a reprodução do arranjamento social dado,
considerando sua história moderna de constituição no momento de
consolidação do capitalismo. A ginástica de academia tem como objetivo
trabalhar o condicionamento físico. Como toda forma de exercício é uma
atividade física. Enquanto um sistema de exercitação, consideramos que o
fundamental na ginástica é o desenvolvimento da aptidão física. Seu
fundamento está no desenvolvimento da aptidão física, cujos elementos
constituintes são as valências físicas: força, velocidade, resistência,
flexibilidade, agilidade.
Para que o aluno aprenda a ginástica ele deverá estudar suas múltiplas
dimensões constituintes, como a histórica, biológica, fisiológica, anatômica,
técnica, social, etc.
A ginástica de Academia surge e se desenvolve sobre os fundamentos
da ginástica. Enquanto uma das suas modalidades, ao conhecê-la o aluno
poderá relacionar a parte ao todo, numa perspectiva de totalidade.
“Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de
reconhecer as possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo
deve ser as diferentes formas de representação das ginásticas” (DCE’s, 2008,
p. 67). Nessa direção, o ensino da Ginástica de Academia pode mediar o
conhecimento concreto sobre a ginástica na escola.
Conforme os resultados de nossa pesquisa, verificamos que o trato
pedagógico deste conteúdo é possível e apresenta resultados expressivos
quanto à apropriação deste elemento da cultura corporal pelos alunos, a
compreensão de suas modalidades, dos motivos de seus praticantes e das
possibilidades deste conteúdo na sua saúde e bem estar diário. Os limitantes
estruturais da Escola são barreiras reais, mas a formação e o conhecimento
específico do professor, aliado a parcerias com estabelecimentos do ramo do
fitness, podem abrir caminhos a novos conhecimentos para os alunos.
Cabe ao espaço designado para a formação inicial prever formas de
garantir o acesso de todos os indivíduos a toda proposição de conhecimento
elaborada pelos homens nas suas relações sociais. A ginástica nasce em meio
ao culto do corpo e também como preparação para a guerra, sua evolução
permitiu atender às necessidades que o homem desenvolveu socialmente. A
ginástica de academia nasce para satisfazer a ausência de movimento no
mundo moderno, sendo que a satisfação encontrada permitiu a continuidade do
desenvolvimento de atividades voltadas à busca da força, da beleza e da
saúde. Tendo em vista a apropriação desses conhecimentos a Educação
Física deve relacionar não apenas os aspectos motores do movimento
humano, mas também os demais momentos desse desenvolvimento como o
afetivo, o cognitivo e o social. Para abordar a Ginástica de Academia e as
expectativas formadas em torno do universo escolar é necessário repensar a
prática pedagógica da Educação Física e propor alternativas muito além dos
esportes.
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TOSCANO, José Jean de Oliveira. Academia de ginástica: um serviço de saúde latente. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Taguatinga, jan. 2001. Apêndice 1 - Questionário inicial/final sobre ginástica
. a) O que vocês lembram quando ouvem a palavra Ginástica?
. b) O que é ginástica para você?
. c) Você já fez ginástica algum dia: ( ) sim ( ) não
. d) Quais modalidades de ginástica você conhece?
. e) Você já praticou uma das modalidades de ginástica que conhece?
. f) Se nunca praticou, gostaria de praticar? Por que?
. g) Existe alguma relação entre ginástica e esporte? Qual?
. h) O que você pensa sobre a prática da Ginástica de academia? Para que serve? Que tipo de benefício ela pode trazer? Ela pode causar algum dano ao seu praticante?
. i) Escreva todos nomes de exercícios específicos de ginástica de academia que você conhece.