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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
¹ Graduado em Educação Física, pela FACEPAL em 1997, Pós Graduado em Magistério da
Educação Básica com concentração em Interdisciplinaridade na Escola em 1998, Colégio de atuação: Gabriela Mistral E.F.M – Porto Barreiro. ² Doutor em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EERP/USP); Professor Adjunto do curso de Educação Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) – Paraná.
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA POR MEIO DO FUTEBOL/FUTSAL
COM BASE NOS PRINCÍPIOS DO ESPORTE EDUCACIONAL
Autor: Rainer Elmar Back¹
Orientador: Professor Dr Silvano da Silva Coutinho²
RESUMO
Este artigo apresenta o estudo realizado durante o período do PDE turma 2013/2014, nas aulas de Educação Física, com alunos do sexto ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Gabriela Mistral E.F.M. Através da metodologia empregada nas Unidades Didáticas, procuramos ampliar as possibilidades de desenvolvimento de conteúdos para além de uma abordagem restrita à dimensão procedimental. . Para tanto, utilizamos as seguintes estratégias: abordagem de cunho educacional do esporte o resgate histórico de jogos brincadeiras pré-desportivas, jogos da cultura popular relacionados a modalidade de maior aceitação pelos alunos de ambos os sexos, no caso o futebol/futsal; lógica tática dos esportes coletivos de invasão, as mudanças de regras e as possibilidades de adaptações. Também incluímos os jogos de futebol de mesa e tampinhas, os esportes derivados e misturados com o futebol; a questão do gênero nas nossas aulas e no futebol. A realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014 contribuiu para incrementar esse megaevento nas aulas, culturalmente com jogos ancestrais, a história do futebol e da Copa do Mundo. Apresentamos aos alunos uma nova modalidade esportiva. O relato da implantação das trinta e duas Unidades Didáticas, das dificuldades e potencialidades, somando-se ao questionário final aplicado na turma que foi o público alvo do Projeto de Intervenção Pedagógico, e na turma de controle, na qual seguimos o Plano de Trabalho Docente, colaboraram para comprovar a viabilidade e necessidade de se trabalhar as dimensões do ensino, conceitual e atitudinal nas aulas.
Palavras-chave: Unidade Didática; futebol; cultura; dimensões do ensino.
INTRODUÇÃO
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de contribuir na melhoria do
processo ensino aprendizagem dos alunos, através das atividades propostas e do
uso de práticas pedagógicas diferenciadas no esporte, nas dimensões conceitual,
procedimental e atitudinal.
Verificamos a necessidade da valorização das dimensões conceitual e
atitudinal dentro da sistematização dos conteúdos na Educação Física e, os
exemplos de estudos na literatura existente que colaboram nessa discussão.
A Educação Física e os programas esportivos, ao longo de sua história, priorizaram os conteúdos numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o fazer e não o saber sobre o fazer e a cultura corporal ou como se deve ser – embora esta última categoria aparecesse na forma de currículo oculto. (DARIDO; OLIVEIRA, p. 213).
Nesse sentido, incluir a dimensão conceitual nos conteúdos significa que os
alunos se apropriarão dos conhecimentos relacionados aos temas em questão e do
incremento cultural nas nossas aulas. Desse modo, espera-se que seja extrapolado
o fazer, sem saber por que se está fazendo, beneficiando com mais um mecanismo
de emancipação para depois que concluir a sua passagem pelo estabelecimento de
ensino, o aluno possa se tornar um atleta, desportista ou espectador dos esportes e,
também muito importante, uma pessoa consciente da importância e dos benefícios
de uma prática esportiva para a saúde, lazer, convívio social. Os conceitos,
conteúdos e cultura, ajudam no incremento da dimensão procedimental nas aulas
quando discutimos um texto, visualizamos os movimentos que serão realizados na
prática, previamente em um vídeo e nas flexibilizações e mudanças nas regras das
modalidades esportivas trabalhadas.
Trabalhar a dimensão atitudinal significa valorizar os comportamentos,
sentimentos, respeito para com os colegas, as diferenças, tanto de talento como de
gênero e para com os professores, que devem ficar atentos a qualquer manifestação
de preconceito e agressividade. Acreditamos que os professores trabalham as
dimensões do ensino, com uso de metodologias diferenciadas e adaptações,
principalmente a atitudinal, mas esta, muitas vezes não é registrada no livro registro
de classe, fica como um “ensino oculto”, mesmo que o professor verifique e
intervenha, por exemplo, quando necessário, nas condutas dos alunos durante a
aula.
O esporte e o jogo, são conteúdos estruturantes da Educação Física, dentro
das Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008), cumprem com seu papel de
desenvolver individualmente e socialmente o aluno, além de trazer o hábito pela
prática de atividades físicas.
O Brasil está em um momento de grandes eventos esportivos, como a Copa
das Confederações e a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e, mais adiante, em
2016 o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos, portanto é importante o
professor de Educação Física aproveitar para ensinar algo a mais aos alunos, do
que somente o ato de jogar.
Sobre o esporte e a Educação Física, faz-se necessário observar
historicamente e, dentro dos grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil,
a utilização política do esporte e da Educação Física pela mídia e os governos.
Desse modo, torna-se importante que o aluno reflita acerca desse elemento
articulador e o professor não pode ficar alheio a essa discussão (PARANÁ, 2008 p.
61).
A cultura do futebol no Brasil também é reproduzida na escola. A aula de
Educação Física não deve ser somente “jogar bola”. É gratificante para o professor
trabalhar pedagogicamente a modalidade do futebol/futsal, ainda mais com a
facilidade e habilidade que o brasileiro tem para com o esporte, podemos trabalhar
nas aulas de Educação Física, em outras áreas e modalidades.
O professor de Educação Física pode elaborar várias estratégicas metodológicas para esse conteúdo, como: discussão sobre a predominância do futebol como esporte na sociedade brasileira; o discurso sobre a identidade brasileira ao futebol; as inúmeras outras possibilidades de jogarmos futebol, modificando as regras. (PARANÁ, 2008, p. 64).
Neste sentido, Borsari (1989, p. 18) afirma sobre as “causas da grande
popularidade do futebol no Brasil”, da facilidade que se pratica esse esporte. Então
vejamos, o futebol pode ser jogado com qualquer quantidade de jogadores; homens
e mulheres, jogadores profissionalizados, amadores, jovens e crianças, num espaço
improvisado ao ar livre, em qualquer tempo, até em meio a uma pastagem, na praia,
terrenos de chão batido, em instalações modernas com cobertura; com chuteiras ou
descalços; os “com camisa” contra os “sem camisa”; “casados contra solteiros” e,
lógico, uma bola. Atrativos? Uma grande variedade de jogadas maravilhosas com
muita técnica, o jogo tático das equipes e de belos lances, outros nem tanto, para a
diversão dos espectadores. Além de uma ótima atividade física.
O futebol com as características atuais, somente surgiu em 1860 na
Inglaterra. No Brasil foi introduzido por Charles Miller a partir de 1894. Nestes quase
120 anos após o começo do futebol no Brasil, com a ajuda de governos e a mídia, a
popularidade atinge todas as partes do nosso imenso país, com suas culturas locais
e peculiaridades. Atualmente o Brasil tem cinco títulos da Copa do Mundo de
Futebol. Dos campeonatos oficiais de futebol, o Brasil ainda não conquistou a
Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos. Os clubes brasileiros de futebol estão entre
os melhores do planeta. Dez deles já conquistaram a Copa Libertadores da América.
Seis clubes se sagraram campeões mundiais.
Antes da primeira metade do século XX, surgem as primeiras derivações do
futebol, com formações diferentes e regras próprias estabelecidas, como por
exemplo, temos o futebol de salão ou futsal, o qual relatamos os acontecimentos
históricos e a disputa pela criação do novo esporte entre brasileiros e uruguaios.
O futebol de salão tem duas versões sobre o seu surgimento, e, tal como em outras modalidades desportivas, há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que o futebol de salão começou a ser jogado por volta de 1940 por frequentadores da Associação Cristã de Moços, em São Paulo (SP), pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para poderem jogar e então começaram a jogar suas ''peladas'' nas quadras de basquete e hóquei.No início, jogavam-se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe, mas logo definiram o número de cinco jogadores para cada equipe. As bolas usadas eram de serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada, mas apresentavam o problema de saltarem muito e frequentemente saiam da quadra de jogo, então tiveram seu tamanho diminuído e seu peso aumentado, por este fato o futebol de salão foi chamado de “Esporte da bola pesada”. Há também a versão, tida como a mais provável, de que o futebol de salão foi inventado em 1934 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani, que chamou este novo esporte de “Indoor-foot-ball. (PARANÁ, 2013) (CBFS, 2013).
É oportuno destacar a importância dos uruguaios na criação das primeiras
regras do novo esporte futsal, no entanto, coube aos brasileiros o aprimoramento da
modalidade, a divulgação e as modificações nas regras que tornaram o futsal mais
atrativo, tanto para as pessoas como para a mídia. “De tal forma, podemos afirmar
que devido a identificação, popularidade e dimensão alcançada no Brasil, o futsal é
um desporto genuinamente brasileiro” (LUCENA, 2008, p. 02).
No contexto das mudanças necessárias com relação às práticas pedagógicas
e metologias na Educação Física, está a ênfase no esporte educacional, passando
pela ideia rígida das regras, fundamentos, técnicas e táticas dos esportes, todavia
sejam também necessários mas, por outro lado, é importante que o professor
consiga “problematizar, interpretar, relacionar, desenvolver com seus alunos as
amplas manifestações da cultura corporal, de tal forma que os alunos compreendam
os sentidos e os significados impregnados nas práticas corporais” (DARIDO;
OLIVEIRA, p. 209).
O esporte educacional incluído na Educação Física tem seu enfoque em
evitar a competição, desmistificar a necessidade de resultados, a ansiedade
provocada em um organismo em formação, com rendimentos e cobranças
exageradas, mas sim em valorizar e incluir todos os alunos, com suas diferentes
manifestações corporais, habilidades individuais que muitas vezes não são
aproveitadas pedagogicamente. Um aluno que não tenha tanta habilidade em uma
modalidade, por exemplo, tenha uma maior afinidade com outro esporte.
Observamos desse modo, a importância do professor em incentivar o aluno nas
dificuldades em um esporte que ele não tenha familiaridade e, ter cuidado para não
desestimular aquele aluno que tem facilidade de aprendizagem do ou dos esportes.
Atualmente, observamos muitas críticas ao meio tradicional e procedimental
da Educação Física, todavia, não podemos esquecer que os fundamentos e técnicas
dos esportes devem ser vivenciados pelos alunos, o que é necessário discutirmos, é
quando e quanto de técnica e tática poderemos incluir nos programas de aulas, o
que se propõe, é após a compreensão da dinâmica do jogo.
Também é preciso ressaltar que a aprendizagem de técnicas pelos alunos não é antagônica ao prazer e ao lúdico nas aulas. Podem, dependendo do tipo de intervenção pedagógica do professor, ser considerados aspectos simultâneos e complementares. Por isso, é importante a capacidade do professor de identificar os momentos e os modos de ensinar as técnicas esportivas. Adiciona-se o fato de que os professores atuam em ambientes de alta complexidade, incerteza, instabilidade, caráter único e dotados de conflitos de valores, em que o ensino da técnica é apenas um dos elementos que compõem essa trama. (DARIDO; OLIVEIRA, p. 227).
Cabe aqui ressaltar, que durante a elaboração deste Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola, chamou a atenção da necessidade de criatividade e da
busca de equilíbrio, por parte do professor, na preparação das suas aulas, entre o
racional e o emocional, o pedagógico e a competição, os conceitos e procedimentos,
o lúdico e rendimento, o coletivo e o individual, solidariedade e respeito.
IMPLEMENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA
A implementação da Unidade Didática se realizou dentro de 32 aulas de 50
minutos cada durante o primeiro semestre de 2014. Produzimos uma proposta de
trabalho a partir de pesquisa bibliográfica, internet, criadas e reelaboradas pela
vivência do professor. A sequência de aulas são fundamentadas nas modalidades
futebol/futsal, com ênfase no esporte educacional, com vistas a estimularem os
alunos a se desenvolverem para além do procedimental, mas também nos aspectos
ligados às dimensões conceituais e atitudinais dos conteúdos.
As aulas teóricas foram vivenciadas na sala de aula, laboratório de
informática e na biblioteca do Colégio.
As atividades práticas aconteceram na quadra de esportes, no Ginásio de
Esportes do Município de Porto Barreiro e no campo de futebol sete da comunidade.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS ADOTADOS NO ESTUDO
PRIMEIRA ETAPA – aulas 01 e 02
Como forma de sensibilização dos atores que eventualmente poderiam estar
incluídos no projeto, na primeira etapa, com as aulas 01 e 02, foi apresentado o
projeto com seus objetivos, primeiramente à Direção, Equipe Pedagógica, Técnico
Administrava e colegas Professores durante a Semana Pedagógica de
fevereiro/2014. Após a apresentação, esclarecemos como seria desenvolvido o
Projeto de Intervenção para os alunos do 6º ano, dirimindo eventuais dúvidas e
estimulando a participação de todos. Elaboramos uma Ata de Compromisso com o
Colégio e encaminhamos o Termo de Consentimento aos pais e/ou responsáveis
dos alunos, para conhecimento e autorização do seu filho (a) para participar do
estudo.
SEGUNDA ETAPA – aulas 03 e 07
Na segunda etapa das unidades didáticas, utilizamos duas aulas para o tema
“Brincadeiras e jogos pré-desportivos do futebol/futsal e de outras modalidades e,
três aulas para os jogos da cultura popular relacionados ao futebol.
O objetivo desta etapa foi conhecer e vivenciar brincadeiras e jogos pré-
desportivos relacionados ao futebol e futsal.
Foram abordadas as três dimensões dos conteúdos conforme expresso
abaixo:
- Conceitual: resgatar, historicamente, algumas brincadeiras populares e
jogos pré-desportivos. Apresentar ideias de jogos e alterações de regras no grupo;
- Procedimental: vivenciar brincadeiras, jogos pré-desportivos e jogos da
cultura popular relacionados ao futebol e futsal;
- Atitudinal: escutar as ideias de jogos e alterações de regras dos
companheiros de turma.
A aula de número três foi a primeira aula prática do Projeto de intervenção e,
com certa ansiedade tanto do professor, como dos alunos. Para os alunos se
familiarizarem entre eles e o professor, o jogo pré-desportivo aplicado foi com o uso
de balões, onde cada aluno ganhou um balão. Inicialmente, os alunos podiam soltar
o balão para o alto e usar várias partes do corpo para não deixar o balão cair.
Depois variando as regras para facilitar ou dificultar, solicitamos que os alunos só
pudesse usar determinada parte do corpo para impulsionar o balão. Também
trabalhamos em grupo para cooperação. Alguns alunos tiveram dificuldades, mas
como o balão demora um pouco mais para cair, comparado a uma bola, a atividade
teve grande aceitação. Depois realizamos o jogo adaptado de “quem passa mais,
ganha”, com algumas dificuldades para se formar os pares entre meninos e
meninas. Na aula quatro, os jogos pré-desportivos utilizados foram: acertar um
bambolê amarado no pé da trave como alvo, futebol de duplas, com certa dificuldade
para alguns alunos no acerto ao alvo e na formação das duplas e, futsal com bolas
de diversos tamanhos. Nessa atividade, uma bola de futebol de campo, dificulta o
domínio, o passe e a recepção na quadra, mas interrompemos a atividade para
dialogar para contornar eventuais problemas. Esse jogo pré-desportivo com bolas de
outros tamanhos, utilizamos com outras turmas e em outras modalidades, por
exemplo, bola gigante no voleibol.
Também tivemos como objetivo desta etapa, conhecer e vivenciar jogos da
cultura popular relacionados ao futebol. Para este objetivo, as três dimensões dos
conteúdos foram abordados da seguinte maneira:
- Conceitual: o papel do futebol de rua na construção do estilo peculiar do
futebol brasileiro;
- Procedimental: vivência dos jogos populares relacionados ao futebol nas
suas diversas variações;
- Atitudinal: discussão sobre a importância de resgatar esse patrimônio que
são os jogos de futebol de rua; discussão democrática das regras adotadas nos
jogos.
Em sala de aula, começamos a aula de número cinco questionando os alunos
sobre quem são os melhores jogadores de futebol do mundo e por que. Para ajudar
nas respostas, disponibilizamos um texto como material de apoio: anexo 1 p. 42 do
Livro Ensinando e Aprendendo Esportes no Programa Segundo Tempo – Volume 1:
O estilo do futebol brasileiro. O futebol sul-americano, em especial o brasileiro, é
reconhecido por um estilo peculiar, marcado pela criatividade expressa,
principalmente por meio do drible e jogadas de efeito.
O primeiro jogo da cultura popular utilizado foi o tradicional “bobinho”.
Observamos e adaptamos as regras para facilitar a saída do bobinho para não
constranger os alunos.
Para o jogo popular do futebol golzinho, contamos com a compreensão por
parte da Direção do Colégio para aquisição de duas mini-traves medindo 60 cm de
altura por 80 cm de largura. O golzinho, realizado dentro da marcação da quadra de
voleibol, teve grande aceitação entre alunos e alunas. Utilizamos as mini-traves com
as outras turmas. Na aula seguinte de número seis, o jogo popular controle
apresentou dificuldades no domínio e chute por parte do aluno. O jogo linha foi mais
fácil, pois os alunos jogam nas comunidades quando tem poucos colegas para jogar
e também durante as aulas com espaço reduzido na quadra. Ao final desta aula,
pedimos que os alunos perguntassem para seus pais, irmãos mais velhos, tios,
como eles jogavam a rebatida no “seu tempo”.
Começamos a sétima aula ouvindo as respostas dos alunos e as
curiosidades, inclusive com alunos que não conheciam a rebatida, relacionando com
a importância de se resgatar esses jogos populares relacionados ao futebol.
Adaptamos as regras que repassamos com algumas dos alunos. O jogo trave-a-
trave é interessante para quando dois ou três alunos estiverem em uma quadra com
uma bola.
TERCEIRA ETAPA aulas 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17: elementos básicos
da lógica tática do futebol/futsal. Problematizar, apresentar e utilizar regras que já
fizeram parte do voleibol e do futsal em outras épocas. Jogos de futebol de
tampinhas e jogos de futebol de mesa. Esportes provenientes do futebol.
Objetivo: conhecer e vivenciar elementos básicos da lógica tática do futebol/futsal.
Conceitual: os princípios operacionais de defesa e de ataque (Ex: proteger o alvo ou
conserva a posse da bola).
Procedimental: vivências das estruturas funcionais do futebol e jogos reduzidos.
Atitudinal: valorização do diálogo como estratégia para solucionar os conflitos
gerados nos jogos; incentivo a comunicação verbal e não-verbal entre os membros
das equipes durante o jogo.
Começamos essa unidade didática conversando com os alunos sobre a
importância de se compreender os princípios elementares da lógica tática do jogo
futebol/futsal, que durante as partidas, os alunos devem saber se posicionar
adequadamente, tanto no ataque, como na defesa. Fizemos a leitura do excelente
texto os “Princípios operacionais do jogo coletivo”. Os princípios táticos dos esportes
coletivos de invasão. Esses princípios táticos não se aplicam somente ao
futebol/futsal e, também utilizamos o texto para debater com os alunos das outras
turmas em todos os esportes coletivos de invasão, como o handebol e o
basquetebol, por exemplo.
Para facilitar o entendimento da lógica tática, aplicamos nas aulas de número
08 e 09 os joguinhos 1 contra 1, o popular “mano-a-mano”, para entender a
marcação e o drible, o 2 contra 1, com um coringa para dar a opção de tabelar; no
jogo 2 contra 1, que é semelhante aos jogos populares relacionados a futebol, no
caso o linha e o controle, a ideia foi de passar a noção de garantir a superioridade
numérica para facilitar o ataque, contando com o drible para que um jogador passe
pelo adversário. O jogo 3 contra 2 foi semelhante ao 2 contra 1. As maiores
dificuldades foram com o controle da bola, num organismo em formação. Durante as
partidas, procuramos orientar os alunos na defesa, para que procurem não fazer
falta próximo da sua área, tentando tirar o espaço do atacante “cercando-o”.
Dentro dessa terceira etapa, trabalhamos com o conceito de regra e de como
algumas modalidades modificaram as suas regras ao longo da história. Trabalhamos
as três dimensões do ensino da seguinte forma:
Objetivo: problematizar a prática do futsal por meio da apresentação e utilização de
regras que já fizeram parte deste jogo em outro momento histórico.
Conceitual: conceito de regra; principais alterações na regra; influência na dinâmica
do jogo. Demonstração, na prática, sobre o entendimento de organização tática.
Procedimental: vivência do jogo com regras antigas; discussão sobre organização
tática em função da alteração das regras.
Atitudinal: atitude democrática nas discussões; respeito às opiniões nas discussões;
fair play na vivência do jogo.
Utilizamos o voleibol nas aulas de número 10 e 11, para entender as
modificações nas regras, que foram realizadas para atender, principalmente, as
demandas dos patrocinadores e da mídia. Com certa dificuldade, pelo motivo de os
alunos ainda não terem contato com a modalidade voleibol, incluída no
planejamento para o terceiro trimestre letivo, procuramos, adaptar e modificar as
regras para a inicialização ao voleibol. Como tarefa para a próxima aula, os alunos
perguntaram aos pais, avós, irmãos mais velhos, que já jogaram futsal, o que eles
lembram do período histórico no qual aconteceram algumas das modificações nas
regras. Pediram também, como que ficou o jogo após as modificações e se
lembravam de alguma regra que foi modificada.
A aula de número 12 começou na sala ouvindo as respostas da tarefa
anterior, valorizamos as contribuições dos alunos e explicamos que jogaríamos o
futsal com três regras antigas. Entregamos um quadro com a relação de regras do
futsal alteradas contendo as modificações das regras do futsal com implicações na
dinâmica do jogo. Os alunos votaram para escolher ao menos três regras antigas
para jogar na próxima aula. As regras antigas escolhidas para jogar na aula número
13 foram: cobrança de tiro lateral e de canto com as mãos; proibido fazer gol dentro
da área do goleiro adversário e o goleiro não pode sair da área para intervir no jogo.
Após a prática em torno de 10 minutos, paramos para conversar e identificar as
dificuldades. As cobranças de tiro lateral e de canto com a mãos favoreceram as
ações da defesa na interceptação da bola, mas com certa dificuldade em lembrar-se
de cobrar com as mãos, contudo os alunos gostaram de usar as mãos durante o
jogo. A proibição de não entrar na área do goleiro adversário para fazer gol, causou
certa frustração nos alunos. Entendemos que seja pela distância para se chutar ao
gol. A proibição de o goleiro sair da área favoreceu as ações de ataque.
Tivemos como objetivo, dentro da terceira etapa, realizar um resgate dos
jogos de futebol de tampinhas, de pinos e de botão. Contemplamos as dimensões
do ensino assim:
Objetivo: resgatar e valorizar o jogo de futebol tampinhas, os jogos de futebol de
mesa e proporcionar a compreensão da organização e desenvolvimento das
competições esportivas.
Conceitual: resgate e valorização do futebol de tampinhas e dos jogos de futebol de
mesa; a lógica das competições esportivas; compreendendo/construindo as regras
do futebol de tampinhas e dos jogos de mesa.
Procedimental: organização e participação da competição.
Atitudinal: diálogo coletivo e respeito mútuo em relação à valorização dos jogos da
cultura popular; cooperação na construção das regras e organização da competição.
Para esta etapa, apresentamos em sala de aula, uma proposta de valorizar os
jogos de futebol de mesa e com isso realizarmos um torneio de futebol de mesa.
Para praticar o futebol de tampinhas, explicamos através da leitura de um texto, as
principais regras e conversamos sobre a necessidade de adaptar as regras aos
alunos. Pedimos aos alunos que para a próxima aula, perguntassem aos pais e
parentes mais velhos, se eles jogavam e de que forma praticavam os jogos de
futebol de tampinhas e de mesa. Para realizarmos um torneio de futebol de mesa,
fizemos a leitura de um texto com a diferença de campeonato e de torneio ou copa.
Os alunos escolheram o jogo de futebol de botão e de pinos, esse último, os alunos
já possuem uma maior vivência desde a Escola Municipal e, agora no
estabelecimento estadual. Adquirimos dois jogos de futebol de botão que foi muito
apreciado pelos alunos, a maioria jogou pela primeira vez. Nosso Colégio possui três
mesas de futebol de pinos, muito apreciado nos dias de chuva, quando ficamos
impossibilitados de ir ao ginásio de esportes do Município ou na quadra poliesportiva
do Colégio, quadra que até este momento, não possui uma cobertura, que proteja
das intempéries, do sol forte e um piso adequado que não ofereça perigo aos
alunos.
Para o objetivo de conhecer e vivenciar os diversos jogos derivados do
futebol, misturando regras de outras modalidades, apresentamos as dimensões do
conhecimento desta maneira:
Objetivo: conhecer e vivenciar os diversos jogos provenientes do futebol.
Conceitual: discussão sobre as mais diversas formas de manifestações lúdicas do
futebol no nosso cotidiano. Conhecimento e reconhecimento das manifestações
culturais do futebol.
Procedimental: vivência do jogo de futebol nas suas diversas manifestações.
Vivência da combinação do futebol com outros esportes (voleibol e tênis) por meio
de jogos reduzidos.
Atitudinal: discussão sobre a importância de se resgatar os “patrimônios” culturais
dos jogos lúdicos de futebol combinado com outras modalidades. Promoção de
discussão democrática das regras adotadas nos jogos.
Apresentamos as manifestações do futebol, com a história e algumas regras
básicas, para que os alunos entendessem como partes do futebol, combinado com
regras de outra modalidade, no caso o voleibol, possibilitar o surgimento de uma
nova modalidade, no caso da aula da aula de número 16, foi o futevôlei. Procuramos
adaptar para facilitar o jogo, com a rede de voleibol mais baixa e utilizamos uma bola
de voleibol, por ser mais leve e macia. Dialogamos para modificar e adaptar as
regras, sugerimos que seis alunos pudessem jogar em cada equipe e que era
permitido golpear a bola com qualquer parte do corpo.
Na aula seguinte, o esporte derivado e misturado com outra modalidade, foi o
futetênis. Também dialogamos e entendemos que seria necessário facilitar as regras
para os alunos, como no futevôlei. A rede de voleibol ficou da altura da mesma em
relação ao solo e, sem traves para fazer o gol. O futevôlei foi mais apreciado e é
requerido nas aulas, tanto pelo 6º ano, como pelas demais turmas. Para o pebolim
humano, contornamos algumas dificuldades, principalmente, a situação de os alunos
ficarem posicionados em linha sem soltar as mãos, para fazerem as linhas de
defesa, meio de campo e ataque. Utilizamos uma bola de voleibol, por ser mais leve
e para evitar acidentes. A bola de voleibol, pela questão de quicar mais que a de
futebol e futsal, dificultou o domínio da bola e a velocidade do chute. Após um
período, conversamos sobre as dificuldades com a bola de voleibol, então
aproximamos as linhas e, trocamos a bola de voleibol pela de futsal, para que a bola
não atinja a altura do rosto. Desta maneira, o jogo teve melhor aceitação por parte
dos alunos e alunas.
QUARTA ETAPA aulas 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 31: as
desigualdades de gênero no futebol; História e jogos ancestrais com bola. Atividades
relativas a Copa do Mundo de Futebol. Conhecer e vivenciar a prática, as regras
básicas e a filosofia de jogo do Rugby Tag.
A quarta etapa foi a que teve o maior número de aulas para trabalhar os
quatro temas relacionados, num total de 14 aulas. O primeiro tema abordado foi as
desigualdades de gênero no futebol, contemplando as dimensões do conhecimento
assim relacionadas:
Objetivo: proporcionar a reflexão crítica em relação às desigualdades de gênero no
futebol.
Conceitual: conhecimentos relativos ao futebol feminino; conhecimentos sobre a
mudança das regras e espetacularização do voleibol; reflexão sobre a construção de
regras que favoreçam a inclusão.
Procedimental: elaboração de regras inclusivas; vivência de jogos com regras
adaptadas; discussões sobre as desigualdades de gênero que permeiam o universo
do futebol.
Atitudinal: respeito às diferenças de gênero e habilidade; diálogo para construção
coletiva de regras; solidariedade com mulheres que jogam futebol no Brasil e com
colegas de turma que são excluídos das vivências do jogo de futebol.
A aula de número 18 foi realizada na sala de aula, com auxílio da TV
multimídia e de um texto sobre o futebol feminino no Brasil, começamos com alguns
comentários sobre o futebol ser o esporte mais conhecido e praticado no Brasil, o
que não podemos afirmar com relação às meninas e mulheres. As mulheres ainda
sentem dificuldades para praticarem o futebol. Pedimos para os alunos relacionarem
o nome de jogadoras brasileiras conhecidas e, somente duas foram lembradas.
Essa aula teve o diálogo inicial, a leitura do texto e três vídeos sobre o esporte e
futebol feminino na sala. O restante do tempo, os meninos jogaram futsal e com o
propósito de realizar uma reflexão para a próxima aula, não demos tempo para as
alunas jogarem.
Na aula seguinte, as meninas não esqueceram que ficaram sem jogar,
inicialmente dialogamos com os meninos e as meninas sobre o fato ocorrido, se
estava certo de somente os meninos jogarem. Primeiramente eles concordaram,
mas depois das argumentações da necessidade e direito das meninas jogarem o
mesmo tanto de tempo que eles, os meninos aceitaram. Nas outras turmas,
principalmente as meninas observam o tempo dado aos meninos e, se um dia eles
começam jogando, na próxima aula deveria ser elas, procurando sempre a
igualdade. Nessa aula, realizamos algumas alterações para equilibrar tecnicamente
as equipes, com meninos e meninas jogando juntos. Dialogamos sobre as intenções
pedagógicas da aula.
Nas próximas quatro aulas do número 20 até a 23, trabalhamos a história do
futebol, começando com os jogos ancestrais que deram origem ao que nós
conhecemos como modalidade esportiva. As dimensões do ensino foram abordadas
dessa maneira:
Objetivo: conhecer a história do futebol, os jogos ancestrais com bola e a evolução
até o futebol moderno.
Conceitual: conhecimentos sobre a história do futebol; elaboração de regras
inclusivas; os antigos jogos com bola e a evolução até o futebol moderno.
Procedimental: vivência dos antigos jogos com regras adaptadas.
Atitudinal: respeito às desigualdades e com os menos habilidosos; discussão sobre
o caráter machista e elitista nos primórdios do futebol.
Iniciamos a aula em sala, argumentando sobre a origem do futebol, que o
futebol é fruto da evolução de vários jogos com bola praticados por diferentes povos
em diferentes épocas e, que foi institucionalizado como modalidade esportiva no fim
do Século 19. Para facilitar o entendimento dos jogos antigos com bola, passamos
um vídeo sobre um jogo original da China e praticado no Japão imperial, de outra
época e em lugar distante, o xcaret, praticado pelos povos Maias, no atual México e
o espetacular com bolas em chamas, que chamou muito a atenção dos alunos, mas
esse jogo ficamos somente no vídeo. Para finalizar os jogos ancestrais, um jogo
praticado na Itália, mais parecido com o rugby, o gioco Del Calcio. Desses jogos
ancestrais do futebol, o que os alunos mais gostaram de praticar e ainda pedem
para jogar, foi o gioco Del Calcio. Também usamos o gioco Del Calcio como pré-
desportivo para o rugby, com possibilidade de ser usado para o handebol.
Comentamos que nesses quase 120 anos, como o futebol foi introduzido no Brasil,
os títulos mundiais da seleção brasileira, dos principais clubes, as mudanças e
polêmicas, o elitismo, a passagem de espectadoras para praticantes pelas mulheres
e, mesmo sem muito incentivo, conquistaram a medalha de prata em duas
oportunidades.
O próximo objetivo foi com relação à realização do mega evento da Copa do
Mundo de futebol no Brasil, de triste lembrança para nós brasileiros, após as
goleadas sofridas frente à Alemanha e a Holanda. Trabalhamos as dimensões do
conhecimento em quatro aulas, da número 24 até a 27 assim respectivamente:
Objetivo: desenvolver atividades relacionadas a Copa do Mundo de Futebol de 2014
que foi realizada no Brasil.
Conceitual: conhecimentos sobre a História da Copa do Mundo de Futebol, os
países Campeões Mundiais, os melhores jogadores nas Seleções e as grandes
jogadas.
Procedimental: visualização de vídeo sobre a História da Copa do Mundo; identificar
os jogadores de destaque; encenar e apresentar.
Atitudinal: reconhecer que o futebol é um fenômeno social, político e cultural.
Empenhar-se para contribuir nos trabalhos em grupo.
A aula começou na sala argumentando sobre a organização da Copa do
Mundo pelo Brasil, se era a primeira vez que o país recebia esse evento de alcance
mundial. Os alunos assistiram um vídeo sobre a história da Copa do Mundo e o
vídeo FIFA FEVER – Os dez mais, para os alunos escolherem dois gols históricos
em jogadas individuais, nomes de craques para representarem e escolher uma
jogada em equipe para encenarem. Chamou atenção dos alunos o capítulo sobre as
faltas violentas e brigas, infelizmente. Compartilhamos os vídeos com as outras
turmas, como atividade de aquecimento para a Copa do Mundo no Brasil. Outra
atividade dentro do objetivo foi a divisão entre os alunos, das cidades-sede da Copa
do Mundo para pesquisa sobre cultura local, clubes de futebol e demais
curiosidades. Houve muita dificuldade pela pouca convivência com computadores
por parte de alguns alunos, mas foi importante culturalmente, apresentado em forma
de seminário.
O último tema trabalhado nesta quarta etapa foi o desafio de apresentar e
vivenciar, em quatro aulas, da número 28 a 31, uma modalidade esportiva pouco
conhecida, neste caso o rugby e o rugby tag. O objetivo e as dimensões do
conhecimento ficaram organizados desta maneira:
Objetivo: conhecer e praticar o Rugby;
Conceitual: aspectos principais do Rugby e do Rugby tag;
Procedimental: movimentações básicas do jogo: passe, pontos e disputa;
Atitudinal: valorização da participação e envolvimento de todos na execução da
atividade, respeitando as limitações e potencialidades de cada um.
Primeiramente, em sala, explicamos a história do rugby, que existem no Brasil
76 clubes de rugby e, que nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, o rugby
voltará a fazer parte dos jogos, que a modalidade pode ser jogada entre meninos e
meninas, que o contato físico é substituído pela retirada da fita da cintura para ficar
com a posse da bola. Nas nossas aulas utilizamos um colete preso a cintura. Os
alunos assistiram um vídeo sobre as formas de jogar o rugby. Começamos a
vivência prática com dois jogos pré-desportivos. O primeiro foi o jogo dos dez
passes, com a bola de rugby, que despertou muita curiosidade. Na aula seguinte
após um vídeo de passe e recepção, utilizamos o jogo ancestral do futebol gioco Del
Calcio como pré-desportivo para o rugby. O mais difícil foi entender que a bola só
pode ser passada para o lado ou para o colega que está atrás. A esta altura, os
alunos já demostravam certa impaciência com a quantia de vídeos trabalhados, mas
necessários para o melhor entendimento das dimensões conceitual e procedimental.
A quinta e última etapa com a aula de número 32, avaliamos junto aos alunos
as aulas propostas, as adaptações, os pontos positivos e as dificuldades.
QUINTA ETAPA aula 32:
Objetivo: avaliar a aceitação das atividades propostas pelo professor e pelos
alunos; a organização coletiva na construção de regras, as adaptações, as
discussões com relação ao gênero e a solidariedade nas dificuldades. Avaliação oral
e escrita junto com os alunos dos pontos positivos e negativos dos trabalhos
realizados no projeto PDE. Aplicação de questionário de autoavaliação para o aluno
sobre a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógico na Escola/Colégio.
Para facilitar a avaliação por parte dos alunos, utilizamos um questionário de
autoavaliação sobre o Projeto de Intervenção Pedagógico no Colégio. Aplicamos o
questionário no sexto ano “A”, público alvo do projeto e no sexto ano “B”, turma que
seguimos o Plano de Trabalho Docente de 2014 e serviu, neste caso, como grupo
controle.
As perguntas e respostas, números, índices e a resposta descritiva, estão nos
dois quadros a seguir, o quadro um do 6º ano “A” e o quadro dois do 6º ano “B”:
Quadro 1: Questionário de autoavaliação sobre o projeto de intervenção pedagógica na Escola dos alunos do sexto ano “A”
Aspectos a serem observados:
Sim Não Algumas vezes
Não opinou Total
1- Sei aplicar as principais regras do futebol e do futsal
13 (68%)
2 (11%)
4 (21%)
0 (0 %)
19 (100%)
2- Cumpro as regras do jogo 14 (74%)
0 (0 %)
5 (26 %)
0 (%)
19 (100%)
3- Passo a bola aos companheiros
14 (74 %)
0 (0%)
5 (26%)
0 (0%)
19 (100%)
4- Aceito e respeito as decisões do Professor
19 (100%)
0 (0%)
0 (0%)
0 (0%)
19 (100%)
5- Aceito os erros dos colegas
6 (31 %)
7 (38%)
6 (31 %)
0 (%)
19 (100%)
6- Desenvolvo o espírito de equipe
10 (53 %)
4 (21%)
5 (26 %)
0 (%)
19 (100%)
7- Ajudo os colegas
9 (48 %)
1 (5 %)
8 (42 %)
1 (5 %)
19 (100%)
8- Sou capaz de admitir os meus erros
14 (74 %)
1 (5 %)
4 (21 %)
0 (0 %)
19 (100%)
9- Aceito o resultado do jogo
10 (53 %)
3 (16%)
6 (31 %)
0 (0%)
19 (100%)
10- Participo das atividades com as meninas e meninos
3
(16 %)
1 (5 %)
15 (79 %)
0 (0 %)
19 (100%)
11- Gostou das atividades propostas pelo Professor
16 (84%)
3 (16%)
0 (0%)
0 (0 %)
19 (100%)
TOTAL DE RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO
128
(61 %)
22 (10%)
58 (28 %)
1 (1 %)
209 (100%)
Questão descritiva: qual atividade você mais gostou? Por que?
Respostas:
- Oito alunos responderam que gostaram mais do futebol e futsal;
- Cinco alunos responderam que gostaram do jogo ancestral do futebol, no caso o
“Gioco Del Calcio”;
- Dois alunos responderam que gostaram dos vídeos apresentados durante as
unidades didáticas;
- Um respondeu que gostou do jogo da cultura popular relacionado ao futebol, no
caso o “golzinho”;
- Um aluno respondeu que é quando vai jogar bola na quadra;
- Um aluno respondeu que gostou de ir ao Laboratório de Informática do Colégio;
- Um aluno respondeu que gostou do basquetebol.
Em relação ao questionário final do sexto ano “A”, de um total de 19 alunos,
público alvo do Projeto de Intervenção Pedagógica, ficou evidente nas questões
objetivas, sobre a importância de se trabalhar nas aulas também a dimensão
atitudinal. Nas respostas dos alunos, alguns aspectos que a turma necessita avançar
para se relacionar melhor em sala de aula. Estes aspectos estão associados,
principalmente, à dificuldade expressa em se “aceitar os erros dos colegas”, “ajudar
os colegas”, “aceitar o resultado do jogo” e “participar das atividades com as
meninas e meninos”. Acreditamos, com relação a aplicação de aulas mais
contextualizadas do Projeto de Intervenção Pedagógica, que as respostas foram
mais críticas e coerentes sobre as dificuldades do convívio e com o sentimento dos
alunos na época da aplicação do questionário do que as expressas no grupo
controle do sexto ano “B”. Questões que obtiveram um resultado mais positivo foram
sobre: “passo a bola aos companheiros”, “aceito e respeito as decisões do professor”
e “gostou das atividades propostas pelo professor”. Na questão descritiva, é
incontestável o gosto pelos alunos do futebol/futsal, no entanto, foi importante
também o interesse deles por um jogo antigo “novo”, no caso, o Gioco Del Calcio.
Que se caracteriza pela vivência do novo, do desconhecido, pois até aquele
momento, este jogo não era de conhecimento de nenhum aluno.
Quadro 2: Questionário de autoavaliação sobre o projeto de intervenção pedagógica na Escola dos alunos do sexto ano “B”
Aspectos a serem observados: alunos do sexto Ano “B”
Sim Não Algumas vezes
Não opinou
Total
1- Sei aplicar as principais regras do futebol e do futsal
12 (52 %)
6 (26 %)
5 (22 %)
0 (0 %)
23 (100%)
2- Cumpro as regras do jogo 19 (83 %)
0 (0 %)
4 (17 %)
0 (0%)
23 (100%)
3- Passo a bola aos companheiros
20 (87 %)
0 (0 %)
3 (13 %)
0 (0 %)
23 (100%)
4- Aceito e respeito as decisões do Professor 22 0 0 1 23
(96%) (0%) (0%) (4 %) (100%)
5- Aceito os erros dos colegas
15 (65 %)
1 (4 %)
7 (31 %)
0 (0 %)
23 (100%)
6- Desenvolvo o espírito de equipe
14 (61%)
6 (26 %)
2 (9 %)
1 (4 %)
23 (100%)
7- Ajudo os colegas
17 (74%)
2 (9 %)
4 (17 %)
0 (0 %)
23 (100%)
8- Sou capaz de admitir os meus erros
21 (91 %)
0 (0 %)
2 (9 %)
0 (0%)
23 (100%)
9- Aceito o resultado do jogo
14 (61 %)
3 (13 %)
5 (22 %)
1 (4 %)
23 (100%)
10- Participo das atividades com as meninas e meninos
10
(43 %)
2 (9 %)
9 (39 %)
2 (9 %)
23 (100%)
11- Gostou das atividades propostas pelo Professor
19 (83 %)
1 (4 %)
3 (13 %)
0 (0 %)
23 (100%)
TOTAL DE RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO
183
(72 %)
21 (8 %)
44 (18 %)
5 (2 %)
253 (100%)
Questão descritiva: qual atividade você mais gostou até este momento? Por que?
Respostas:
- Quatorze alunos responderam que gostaram mais do futsal/futebol;
- Quatro responderam que gostaram mais do basquetebol;
- Um respondeu que gostou de futsal, handebol, basquete e voleibol;
- Um respondeu que gostou mais do futsal e do handebol;
- Um respondeu que gostou mais do futsal, futebol de campo e do basquete;
- Um respondeu que gostou mais do voleibol, por que todos participam, tanto menino
como menina;
- Um respondeu que gosta mais de jogar de goleiro, por que não joga bem na “linha”
e do handebol.
Analisando o questionário final do sexto ano “B”, de um total de 23 alunos,
público de controle no Projeto de Intervenção Pedagógico, onde seguimos o Plano
de Trabalho Docente de 2014, é perceptível a necessidade de se trabalhar a
dimensão conceitual no ensino nas aulas. No primeiro trimestre trabalhamos a
modalidade handebol e no segundo, o basquetebol, intercalando com futebol 7 e
futsal. Na primeira questão “sei aplicar as principais regras do futebol e do futsal”,
seis alunos responderam que não e cinco que algumas vezes. A dimensão atitudinal
também precisa ser trabalhada, com base nas respostas das perguntas “aceito os
erros dos colegas” e “participo das atividades com meninos e meninas”. Importante
destacar que 22 alunos responderam “aceito e respeito as decisões do professor”,
com 21 alunos respondendo que “sou capaz de admitir os meus erros”. Na questão
descritiva, novamente a maioria respondeu que a atividade que mais gostou foi
futebol/futsal. Interessante que as modalidades trabalhadas até a aplicação do
questionário, também foram lembradas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos como objetivo deste projeto, trabalhar a modalidade esportiva de
maior aceitação entre os alunos de ambos os sexos, no caso o futebol/futsal, mas de
uma maneira que contemplasse não só o jogar (dimensão procedimental), mas
também conceitos, inclusão dos menos habilidosos, o esporte de uma forma mais
educacional, cultural, respeito, a questão de gênero, deveres e, conciliar o resgate
de jogos pré-desportivos e brincadeiras dos tempos de nossos pais e avós, com o
desafio de uma nova modalidade para conhecimento, no caso o rugby tag.
Aproveitamos a realização do megaevento da Copa do Mundo de Futebol no Brasil
para trabalhar culturalmente e conceitualmente, jogos ancestrais, a história do
futebol e da Copa do Mundo. Em 2016, o Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, será
sede de outro megaevento de alcance mundial, neste caso, os Jogos Olímpicos.
Poderemos explorar os Jogos Olímpicos para também incluir conceitos e cultura nas
nossas aulas e nas demais turmas do Ensino Fundamental e Médio.
No estudo realizado durante as unidades didáticas, constatamos e
compartilhamos através do relato ao longo da implantação das aulas, através das
atitudes dos alunos, das dificuldades em se tratando de um organismo em formação,
da receptividade para as atividades propostas, das respostas dos questionários
aplicados ao final das unidades didáticas, no público alvo do Projeto de Intervenção
e no público controle, da necessidade de se trabalhar o nosso objetivo proposto para
melhorar o convívio, das atitudes dos alunos e alunas em todas as turmas, situação
que verificamos uma melhora gradativa na questão de coexistência do gênero.
Também observamos durante os dias de trabalho, juntamente com as demais
turmas, uma ansiedade muito grande por parte dos alunos e alunas, para sair da
sala e fazer algo diferente das outras 23 aulas semanais de outras disciplinas,
principalmente jogar futsal, condição que estamos trabalhando para que os alunos
aceitem, valorizem e vivenciem as outras modalidades. Lembramos que no Ensino
Fundamental, a Educação Física ficou restrita a duas aulas por turma.
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