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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · de contos populares que trazem consigo encenações do dia a dia, mensagens de moral, ... músicas, vídeos, slides, dramatizações

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

DRAMATIZAÇÃO DE FÁBULAS COMO FERRAMENTA DE

FORMAÇÃO DE LEITORES

Ivone Chabowski1

Jaime dos Reis Sant’Anna2

Resumo: Este trabalho abordou a importância de oportunizar aos alunos a prática da leitura literária, por intermédio do Gênero fábula utilizando atividades escritas, orais e dramatização com intuito de servir como ferramenta na formação de leitores. Essas atividades foram utilizadas como recursos no processo de ensino aprendizagem voltadas a formação do caráter e conduta. E o uso do lúdico em sala de aula ajudou no desenvolvimento da leitura, interpretação, análise lingüística. As habilidades tais como a reflexão, análise, interação com o texto, previsões e hipóteses a respeito do texto, levantadas pelos alunos antes da leitura e após a leitura da mesma levou o educando a descobrir a importância da leitura, com capacidade de entender as informações explícitas e implícitas. O trabalho abordou vários aspectos, como os estéticos-literários e os valores éticos tão necessários para a formação humana, e os temas abordados relacionam à moral e aos bons costumes dos seres humanos. E como corpus para esse estudo utilizou-se as fábulas de Esopo e percebeu durante a intervenção do projeto que houve um grande entrosamento e interesse no decorrer das atividades. No entanto, sabe-se que ainda existe um longo caminho a percorrer, tendo em vista dificuldades encontradas por alguns alunos e no seu aprimoramento de leitor competente sendo imprescindível desenvolver ações pedagógicas diferenciadas.

Palavras-chaves: Leitura. Dramatização. Fábula. Ética.

INTRODUÇÃO

O Projeto "Dramatização de Fábulas como Ferramenta de Formação de

Leitores". Apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é

parte integrante às atividades da formação continuada da Rede Estadual de

Educação do Paraná. Foi desenvolvido junto aos alunos do 6º ano do Ensino de

uma escola pública, no período de fevereiro a Junho de 2014. Teve como foco o

ensino e aprendizagem da leitura, neste artigo apresentam os resultados das

reflexões sobre o papel da leitura na vida do educando do Ensino Fundamental,

mais precisamente na vida da criança de 6º ano do ensino fundamental.

1 Licenciada em Letras pela Faculdade de Filosofia Ciências e letras de Jandaia do Sul. Pós-Graduação em Didática e Metodologia de Ensino, Educação Infantil, Educação especial: Atendimento às Necessidades Especiais, Psicopedagogia abrangência Institucional e Clínica. Professora PDE 2013- IES UEL. Professora de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Rio Branco- Ensino Fundamental e Médio de Rio Branco do Ivaí da Rede Estadual do Paraná.

2 Bacharel em Letras (FFLCH-USP); Licenciado em Letras (FE-USP); Mestrado e Doutorado (FFLCHUSP) Docente da Universidade Estadual de Londrina

Este trabalho teve o acompanhamento do professor orientador da IES que

acompanhou a escrita do projeto "Dramatização de Fábulas como Ferramenta de

Formação de Leitores", Produção Didática Pedagógica, Projeto de Intervenção e o

Trabalho Final.

Ao optar pelo Gênero Fábulas, em particular as fábulas de Esopo, utilizei as

fábulas: “A cigarra e a Formiga", “O leão e o rato", “A raposa e as uvas”, “O Rato da

cidade e Rato do Campo" e o “O lobo e o Cão”. O gênero literário fábulas originou-se

de contos populares que trazem consigo encenações do dia a dia, mensagens de

moral, com caráter instrutivo, englobando a formação de valores e atitudes do

homem.

Assim, considerando que esse gênero faz parte dos conteúdos da série

escolhida para desenvolver o projeto de intervenção, o presente trabalho teve como

objetivo usar o gênero fábula como recurso didático dentro de uma perspectiva de

estratégia de leitura, com intuito de formação de valores nas crianças, e fazer com

que o educando entenda o discurso admonitório presente. A dramatização foi uma

estratégia didática para despertar o gosto pela leitura e contribuir na formação de

leitores críticos, pois além de dramatizar as fábulas houve também a transposição

de gêneros. Ao longo do desenvolvimento desse trabalho busquei embasar-me em

teorias que sustentaram a ideia para que o ensino e aprendizagem da leitura fossem

efetivados.

A elaboração desse projeto partiu da identificação da problemática

representada pelos alunos na deficiência e ausência da leitura em suas vidas. Com

a utilização de metodologias diferenciadas visou atender o público dessa faixa etária

para que os mesmos tivessem contato com o papel que a leitura representa em sua

vida e compreender melhor tudo aquilo que leem.

A leitura e escrita são processos fundamentais na aquisição de novos

conhecimentos, sem essa aquisição torna-se impossível interpretar os mais diversos

textos e também realizar uma leitura de mundo de forma crítica e consciente. A

leitura amplia o horizonte e o ajuda a ser um sujeito capaz de transformar a

sociedade em que vive.

A produção didática pedagógica foi apresentada em oito oficinas, nas quais

foram apresentadas propostas de leituras e atividades orais e escritas envolvendo a

análise lingüística. As oficinas contam com atividades variadas, envolvendo textos,

músicas, vídeos, slides, dramatizações e atividades lúdicas.

As oficinas apresentaram atividades diversificadas que ao serem aplicadas

ofereceu condições para que se efetivasse a apropriação do conhecimento no que

se refere a leitura e houve um resultado satisfatório no que se refere à leitura e à

escrita para a turma do 6º ano .

É imprescindível, também, que a leitura seja vista como algo indispensável,

pois a problemática ainda é muitos alunos chegarem ao 6º ano com dificuldades na

leitura, não conseguindo ler até mesmo com fluência, entonação e muito menos

reconhecer as inferências presentes no texto. É necessário motivá-los, estimulá-los

para que nesta etapa haja a superação de suas dificuldades e crie uma nova

perspectiva em relação à leitura e sua compreensão.

Portanto, ler é muito mais que decodificar letras, é preciso dominar esses

códigos para que faça uma interpretação, compreendendo principalmente o que está

implícito dentro dos textos. Esse aprofundamento na leitura abre caminhos para

novos olhares diante nas mais diversas leituras que o mundo propõe.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Língua e Linguagens

No contexto da educação escolar é grande a necessidade de refletir e

também apresentar subsídios para repensar o processo de ensino aprendizagem.

Vivemos num tempo em que há uma comunicação rápida com uma grande profusão

de imagens e de linguagens que tem invadido o nosso cotidiano e de acordo com os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa a linguagem é

definida como:

A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história. (BRASIL, 2001, p. 23).

Pressupõe-se então, que essas diversas linguagens não seja apenas uma

condição para que os indivíduos se comuniquem, mas que se apropriem de novos

conhecimentos e ampliem o seu desenvolvimento cognitivo. A linguagem e língua

caminham juntas. E nos PCNs a língua é compreendida como:

A língua é um sistema de signos históricos e sociais que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-la é aprender não só as palavras, mas também os seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas. (BRASIL, 2001, p. 24).

Entretanto, ao falarmos da linguagem, detectamos que a leitura é o eixo

central de todo conhecimento. A linguagem parte de uma série de relações que são

necessárias para se entender a língua escrita. Ela não é a única forma que

utilizamos para nos comunicar, pois, nos comunicamos de diversas maneiras como:

os sons, sinais, gestos, movimentos, olhares, impressões, falar, escrever, escutar e

ler. “O discurso possui um significado amplo: refere-se à atividade comunicativa que

é realizada numa determinada situação, abrangendo tanto o conjunto de enunciados

que lhe deu origem quanto às condições nas quais foi produzido”. (BRASIL, 2001, p.

26).

Os aspectos relevantes para a compreensão da leitura e a interação entre as

diferentes linguagens, e precisam ser analisadas e respeitadas. Como afirma os

PCNs “Produzir linguagem significa produzir discursos. Significa dizer alguma coisa

para alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto histórico".

(BRASIL, 2001, p. 25). Por isso, é necessário que saibamos que todo discurso

apresenta uma intenção, um significado amplo, dependendo das condições em que

é produzido.

Todo o enriquecimento deste discurso, do universo cultural do aluno está

intimamente ligado à dimensão cultural, e é na escola que podemos considerar a

concepção de letramento oferecendo oportunidades para que o educando se torne

um indivíduo funcionalmente letrado. Como afirma Kato (1995, p. 7),

Um sujeito capaz de fazer uso da linguagem escrita para sua necessidade individual de crescer cognitivamente e para atender às várias demandas de uma sociedade que prestigia esse tipo de linguagem como um instrumento de comunicação.

Nesse sentido que desde pequeno somos preparados para aprender, pois o

aprender é uma grande capacidade do ser humano. A escrita é uma linguagem que

precisa era ensinada e exigida para que o cidadão possa cada vez mais, ter domínio

das diferentes linguagens. Além, de todas as linguagens citadas, a linguagem

verbal, língua falada e língua escrita também ocupam lugar de destaque na

comunicação.

Importância da Leitura

Ler é o modo pelo qual nos interagimos com o texto. Toda leitura nos remete

a intenções e as finalidades. Ela ocupa um espaço privilegiado em todas as

disciplinas para todos os tipos de registros tanto verbais e escritos e não somente na

disciplina de Língua Portuguesa. Como diz Silva (2005, p. 24) “A promoção da

leitura é uma responsabilidade de todo o corpo docente de uma escola e não

apenas dos professores de língua portuguesa”.

A escola deve ter a postura de que todos devem ser responsáveis pela

formação da habilidade de leitura. Uma nova visão de todo o corpo docente com

essa responsabilidade pode promover acompanhamentos e desenvolver atividades

que envolvam as mais diversas leituras no decorrer das aulas, criando novas

estratégias como cita Ricardo, Rodrigues e Silva (2012, p. 41),

A leitura na escola precisa de muita reformulação: é necessário torná-la um objeto, sobretudo, social, um pouco mais livre do tratamento cristalizado, avaliativo e qualitativo dado pela escola. Afinal, não cabe mais à escola, em pleno século XXI, ser um abismo entre as necessidades escolares e as sociais. Certas de que a leitura deve ser um objeto de discussão antes, durante e depois de seu processamento, estamos convictas de que ela não pode ser vista apenas como um produto acabado e suficiente em si, mas como uma habilidade que permite aos indivíduos uma gama de abertura para o convívio social.

Entretanto, a preocupação com as deficiências do educando com relação à

leitura e a compreensão de textos tem provocado momentos de discussões entre os

professores no sentido de buscar alternativas que visem uma melhor estratégia para

trabalhar a leitura na escola. Nessa linha de análise Cattani e Aguiar (1986, p. 26)

afirmam que “cabe à escola a formação e o desenvolvimento do hábito de leitura, e

seu papel é tão mais amplo quanto mais restrito for o da família, condicionada a

problemas sócios econômicos”.

De acordo com as Diretrizes curriculares da educação básica (DCEs) da

língua portuguesa a leitura é:

Um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (PARANÁ, 2008, p. 56).

Muitos autores tentam definir com uma variedade de termos, mas todos

levam ao mesmo sentido aprender a ler. O progresso dessa interpretação de tal

forma que se possam detectar as possíveis incompreensões produzidas durante a

leitura. Por isso a importância de levar para sala de aula diversos tipos de gêneros,

pois assim a criança tem a chance de melhor desenvolver a sua criticidade.

Vale lembrar que de acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná o professor de língua Portuguesa precisa propiciar que as práticas

discursivas abranjam textos escritos e falados como forma de integração da

linguagem verbal com outras linguagens. (PARANÁ, 2008, p.50). Como relata nas

DCEs da Língua Portuguesa, dentro das práticas discursivas: oralidade, leitura e

escrita a importância do uso das diferentes linguagens:

No processo de ensino-aprendizagem, é importante ter claro que quanto maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo. A ação pedagógica referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e escrita. Bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações. Desse modo, sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as práticas sociais. (PARANÁ, 2008, p. 55).

Quando se fala em leitura e formação de leitores devemos considerar a

mediação do professor, nas etapas percorridas pelo sujeito leitor, nas relações que

há entre as diferentes linguagens como forma de tornar-se leitor crítico. De acordo

com Zilberman (1986, p. 19), “a leitura pode ser qualificada como a mediadora entre

cada ser humano e seu presente” e com essa mediação, o professor através de seu

trabalho possa mediar à transformação do leitor.

Na leitura, é imprescindível que o educando aprimore a competência

linguística através das práticas de leitura, escrita e oralidade através dos contatos

com os gêneros discursivos, e através desse contato e seleção, formule o seu

próprio discurso e interfira na sociedade em que está inserido. Assim, Fulgêncio e

Liberato (1998, p. 26) consideram como uma leitura pode ser feita:

[...] fazer uma leitura eficiente é fazê-la rápida e seletivamente. Para isso, o leitor deve ser capaz de selecionar no texto apenas as partes que contêm a informação mais importante, saltando aquelas que podem ser previstas. A previsão adequada é de suma importância para que a leitura possa fluir eficientemente; um erro na previsão pode significar a compreensão inadequada do texto.

Nesse sentido, deve-se dizer que, compreender aquilo que se lê parte do

conhecimento prévio do aluno e a sua compreensão se dá ao entender o que está

explícito e o que está implícito nas entrelinhas como afirma Fulgêncio e Liberato

(1998, p. 28)

A compreensão da linguagem é então um verdadeiro jogo entre aquilo que está explícito no texto (que é em parte percebido, em parte previsto) e entre aquilo que o leitor insere no texto por conta própria, a partir de inferência que faz, baseado no seu conhecimento do mundo.

Por outro enfoque, percebe-se que o conhecimento de mundo que o aluno

traz é muito importante e relevante e contribui para seu aprendizado. Como também

afirma Kleiman (2004 p. 13)

A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimentos prévios:o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o leitor consegue construir o sentido do texto.

Para que o ensino possa ser algo que ajude o educando a interessar-se pela

leitura, de forma que entenda com proficiência aquilo que se lê é necessário propor

atividades que o ajudem aumentar seu conhecimento de mundo. Uma vez que o ato

de ler, é visto como uma descoberta de mundo, precedida de muita imaginação é

necessário que tenhamos sensibilidades como afirma Fiorin (1988, p. 9) “para

enxergar no texto produções geniais ele apresenta duas respostas: para analisar um

texto, é preciso ter sensibilidade; para descobrir os sentidos do texto, é necessário

lê-lo uma, duas, três, n' vezes”. Sendo que muitas vezes aluno desta faixa etária tem

preguiça em ler mais que duas, três vezes, precisando o professor buscar meios

para que leia até entender o que o texto expressa.

Adquirir certa fluência na leitura, sem a qual não terão percepção de um

conjunto significativo. A única maneira de chegar a isso é, de fato, lendo, assim

como nadar se aprende nadando. (ZILBERMAN, 1986, p. 47).

A leitura apresenta-se como um dos processos que dão oportunidade da

participação do homem na vida em sociedade, compreendendo o presente e o

passado, e preparando-o para participar da transformação sociocultural futura. Ao

enfocar essa questão Ricardo, Rodrigues e Silva (2012, p.115) afirma:

A leitura é o principal meio de aquisição de conhecimentos. No entanto, para adquirir conhecimentos através da leitura, é necessário que o leitor interprete o texto escrito, o que muitas vezes, não acontece em virtude de a leitura se restringir a um ato de decodificação.

Por isso o professor ao trabalhar com a leitura deve mediar estratégias para

que o aluno possa exercitar a compreensão daquilo que lê, e pressupõe-se que se

desenvolva como leitor crítico, através dessa aquisição de conhecimentos. Nessa

perspectiva, a leitura é um dos elementos fundamentais no processo de ensino e a

forma de trabalhar com a leitura, precisa ser diferenciada.

Segundo Rojo e Almeida (2012, p. 27):

Vivemos em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadãos, dirigentes) que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na direção do possível, do necessário e do desejável, que tenham autonomias e saibam buscar como aprender, que tenham flexibilidade e consigam colaborar com urbanidade.

E assim, toda a escola tem buscado ao longo do tempo uma maneira mais

eficaz de trazer para a escola leituras que ajudem o aluno a amadurecer a sua

autonomia.

Fábulas

O hábito de narrar e ouvir histórias faz parte da nossa cultura. Os seres

humanos têm a capacidade de relacionar-se através da demonstração da sua

afetividade, possibilitando um maior envolvimento e ensinamentos através da

oralidade. Como relata Fernandes (2001, p. 7). “Além disso, a princípio, as fábulas

não eram contadas para crianças, mas para adultos, como um jeito de aconselhá-los

e distraí-los.”

E o estudo do gênero discursivo conforme as esferas de circulação

Literário/Artística “Fábulas” retratam uma narrativa de tradição oral que se difundiu

através dos tempos transmitindo muitos ensinamentos por meio de criaturas

imaginárias. E como afirma Portella (1983, p. 120) “A fábula, por muitos séculos e

ainda hoje exerce um papel de singular importância como suporte didático na

transmissão de conhecimentos relacionados à moral e aos bons costumes.”

Nas Fábulas geralmente se apresentam cenas vividas por animais, plantas

ou objetos que falam e agem como se fossem gente. Com intuito de dar conselhos,

transmitir algum ensinamento, para fazer alguma crítica, uma ironia e também alertar

sobre algo que pode acontecer na vida real, por isso, no final da história temos a

moral da história. E conforme os PCNs dos Temas Transversais afirma:

A inclusão dos Temas Transversais exige, portanto, uma tomada de posição diante dos problemas fundamentais e urgentes da vida social, o que requer uma reflexão sobre o ensino e a aprendizagem de seus conteúdos: valores, procedimentos e concepções a eles relacionados. (BRASIL, 2001, p. 35).

Com a proposta da transversalidade, o gênero fábula permite que valores e

normas sejam amplamente discutidos, sendo que a escola não consegue controlar

todos os fatores que interagem na formação do aluno e não impõem valores.

Porém, a fábula é uma tipologia textual que circula com grande frequência na

sala de aula e que instiga discussões e reflexões a respeito da moral. Trata-se de

narrativas curtas que tem ajudado na educação de muitas gerações, desde os

tempos mais remotos. Conforme Fernandes (2001, p.7)

O gênero fábula, como tantos outros gêneros narrativos, registra as experiências e o modo de vida dos povos. É por meio das histórias que ouvimos, lidas ou contadas de boca em boca, que aprendemos boa parte do que precisamos saber para viver em sociedade.

Uma das preocupações da escola hoje é o compromisso com uma prática

social. O educando deve ter uma melhor compreensão da realidade social e também

dos seus direitos e deveres como cidadão para atuar no meio em que vive com mais

responsabilidade e as fábulas abrem espaço para esse tipo de reflexão.

De acordo com Fernandes (2001, p. 18) as fábulas são muito antigas e não

se sabe quem as criou. Conhecemos algumas fábulas que foram escritas no século

VIII a.C. e que fábulas muito antigas, do Oriente, foram difundidas na Grécia no

século VI a.C., há 2.600 anos, por um escravo chamado Esopo. Nos anos que se

seguiram, elas continuaram a ser contadas e foram também escritas.

E embora seja um gênero de data imprecisa, o gênero ganhou registros

ainda na Antiguidade. Segundo Portella (1983, p.127).

Foi com Fedro, poeta que introduziu a fábula em Roma, ex-escravo, perseguido e oprimido pela sanha dos poderosos políticos de sua época, este gênero literário serviu para camuflar suas críticas e sátiras em defesa de todos os oprimidos pelas injustiças dos tiranos.

Machado (1994, p. 57) relata que a fábula nasceu no Oriente e foi reiventada

no Ocidente por Esopo, escravo grego que produzia narrativas baseadas em

animais para mostrar como agir com sabedoria. Mais tarde, essas fábulas foram

reescritas em versos, num tom satírico, pelo escravo romano Fedro. O grande

responsável pela divulgação dos textos de Esopo, no Ocidente moderno, foi o poeta

francês Jean de La Fontaine.

E Portella (1983) a exemplo de Esopo, espécie de orador popular, inseria em

seus discursos, histórias inventadas ou reais como um meio atraente e eficaz de

persuasão e que a fábula adquiriu caracteres de gênero literário autônomo a partir

de Fedro.

As fábulas de Esopo foram reescritas e adaptadas pelo escritor francês Jean

de La Fontaine, nos anos de 1600 (século XVII), um nome muito importante no

mundo das fábulas. Muitos outros escritores escreveram fábulas no mundo todo. No

Brasil, Monteiro Lobato, reescreveu antigas fábulas. Seus primeiros livros dirigidos

às crianças foram publicados em 1921, século XX.

Em virtude dessas considerações, o trabalho com as fábulas de Esopo

proporciona aos educandos uma interação com as diferentes fábulas e os levam a

distingui-las dos demais gêneros textuais. E tornando-os capazes de fazer análise

das moralidades e reflexões proporcionando mudanças de comportamento no

indivíduo.

Teatro na Escola

Partindo do pressuposto que a utilização do teatro na sala de aula estimula as

diferentes linguagens e que o ato de dramatizar de uma maneira lúdica leva o

educando a liberar suas habilidades, sentimentos e emoções.

Reverbel (1997) cita que a utilização do teatro como forma de expressão vem

de tempos remotos, sendo que personagens como grandes filósofos Aristóteles,

Platão e outros já utilizaram o teatro como meio para expressar os seus

pensamentos filosóficos como forma de demonstração a sua posição diante dos

valores da época. E também nos dias atuais o discurso é a maneira que

expressamos nossos pontos de vistas.

A escola deve cumprir o seu papel oferecendo ao educando diversas

atividades que promovam o desenvolvimento dessa capacidade. E as atividades

teatrais desenvolvidas dentro do espaço escolar levam ao exercício da imaginação,

da invenção, da descoberta ampliando o aprimoramento do diálogo, bem como o

desenvolvimento da aprendizagem da arte e da criatividade.

Como afirma Japiassu (2005, p. 91):

O trabalho pedagógico teatral com o conceito de fisicalização pode ser desenvolvido em qualquer ambiente escolar, até mesmo naqueles de extrema carência material (em que não se tenha á disposição figurinos, adereços, objetos de cena, cenários etc.).

É necessário que o professor seja criativo e faça uso do que dispõe na

escola, aproveitando as habilidades e criatividades dos alunos. Entretanto, todo

trabalho no ambiente escolar precisam de metodologias e estratégias que

direcionem todo trabalho pedagógico, seja coletivo ou individual, como cita Reverbel

(1997, p. 26) “A metodologia de ensino de teatro na escola baseia-se em atividades

globais, coletivas, e na participação ativa e voluntária do educando”. A

representação dramática é um dos recursos educativo, que incentiva no educando a

desenvolver a sensibilidade artística, favorecer a liberação de sentimentos, e ajuda

na criação de bons hábitos, atitudes e habilidades, sendo ela uma das atividades

educativas mais ricas e completas no processo ensino aprendizagem.

O teatro é uma fonte poderosa com muitas ferramentas que auxiliam no

desenvolvimento da linguagem oral, necessitando ser entendida como uma

combinação de várias atividades que ajudam no desenvolvimento global do

educando. É um processo de socialização consciente e crítica, com o exercício da

convivência da atividade artística podendo ser enriquecido a todo o momento. O

ensino e o incentivo à leitura através da dramatização valorizam e proporcionam ao

educando desenvolverem-se em seus aspectos intelectuais, morais e estéticos no

contexto escolar e social como se apresenta nos documentos que norteiam a

educação

Entretanto, as atividades de expressão artística proporcionam aos alunos que

apresentam grande dificuldade de relacionamento, e com algum bloqueio em

relação à espontaneidade gestual e verbal onde eles aprendem a conviver com os

outros. Como diz Japiassu (2005, p. 92): “Isso faz com que os sujeitos se lançam

numa grande aventura criativa e conheçam melhor os limites e as possibilidades

expressivas de seus corpos.”

Fazer o uso da prática teatral como vínculo transmissor do conhecimento e

assim desenvolver a linguagem oral tornando-os desinibidos para falar em público e

aprender a ler, criar gestos, exprimir emoções e memorizar textos. Pois, de acordo

com Japiassu (2005, p. 91) “o fato de a criança e o principiante, no uso da

comunicação teatral, tomar posse do conceito de fisicalização oferece-lhes nova

perspectiva de visão e leitura do fenômeno teatral”, sendo que a dramatização é um

recurso da expressão artística que proporciona a aquisição de habilidades no auxílio

do crescimento, não somente afetivo e psicomotor como também cognitivo do aluno.

Portanto, as atividades de expressão, da auto-expressão através da

dramatização de fábulas não visam a formação de um artista, mas oportuniza ao

educando a uma atuação efetiva no mundo gerando uma capacidade de opinar,

criticar e sugerir e dando novos estímulos para a prática de leitura. Como afirma

Reverbel (1997, p. 36) ”[...] como já acentuamos não visam à formação de um

artista, mas á formação da personalidade da criança e do adolescente, considerando

sua atuação no meio social”. E sendo assim, a leitura é uma grande descoberta de

mundo que vem sempre precedida de uma grande imaginação e de muitas

experiências individuais e coletivas visando o enriquecimento pessoal do leitor.

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

O projeto de pesquisa teve como objeto de estudo as fábulas de Esopo, com

ênfase no processo de ensino aprendizagem de leitura. As atividades apresentadas

na unidade didática e aplicadas em sala de aula foram aplicadas no período

vespertino, de fevereiro a junho de 2014, com os alunos do 6º ano de uma escola do

núcleo de Ivaiporã estado do Paraná.

O primeiro passo para a implementação do projeto foi apresentação do

projeto ao na semana Pedagógica à direção, equipe pedagógica, aos professores e

funcionários e comunidade escolar para que todos tivessem a oportunidade de

conhecer o projeto e perceber a relevância e a contribuição que ele traria aos

educandos e também acompanhar o seu desenvolvimento. Na exposição foi

utilizado slides, data show. A intervenção foi dividida em oito oficinas no formato de

unidade didática.

O segundo passo foi a apresentação do projeto para a turma com 32 alunos e

neste momento fiz uma explanação da importância do ato de ler focando a

necessidade de estabelecer objetivos para ser um bom leitor.

A primeira oficina foi apresentada a música “Mais uma vez” de Renato Russo,

onde foi trabalhada a função do compositor. Essa conversa abordou outros

compositores brasileiros e houve também uma conversa aberta sobre os tipos de

música que cada um gosta. Foi realizada uma reflexão o trecho que mais chamou a

atenção de cada um. E também a confecção de cartão com mensagem de otimismo

que posteriormente seria exposto em mural. Ainda nessa oficina foi apresentado um

questionário para pesquisar e fazer uma sondagem para conhecer melhor cada

criança, com folha impressa com as questões para ser respondida individualmente.

E esse questionário teve intuito de conhecer cada aluno. Nessa etapa pude

perceber que houve uma interação entre os alunos.

Na segunda oficina iniciei indagando os alunos sobre o que entendem sobre

gêneros textuais e quais eles conheciam, observei que muitos já tinham um

conhecimento elaborado sobre o gênero a ser estudado. A exposição foi feita

através de slides, data show e culminando com os debates. Para a realização da

próxima etapa, foi proposto aos alunos que trouxessem para sala de aula uma

pesquisa sobre as fábulas e uma fábula conhecida deles.

Na terceira oficina foi apresentado um recorte do filme "A fuga das Galinhas",

que após assistirem realizou um debate sobre a importância da liberdade. E em

seguida apresentei a fábula "A galinha dos ovos de ouro" com atividades orais e

escritas que levaram a realização de inferências e o reconhecimento do gênero.

Na quarta oficina realizamos a leitura da fábula "A formiga e a Cigarra". Nesse

momento também foi apresentado para os mesmos as características da fábula

apresentada, bem como, o valor e a mensagem que cada uma traz consigo. As

atividades propostas para alunos eram relacionadas à escrita, que se basearam em

interpretação de textos e análise linguística. Depois de terem completado as

atividades e feita a correção de cada uma delas, deu-se espaço a questionamentos,

comparações de atitudes, comportamentos e valores.

Em um quinto momento, a leitura foi apresentada de forma lúdica, onde as

fábulas foram colocadas num envelope sem a respectiva moral e num outro

envelope a moral das mesmas para que lessem e achassem a moral apropriada

para cada fábula. Ainda nesta oficina houve a leitura da fábula "O leão e o rato" com

muitas inferências. Foi explicado para os alunos o que é um pré-julgamento, bem

como ideias pré-concebidas. A fábula escolhida teve como objetivo mostrar para os

alunos que não se deve subestimar a capacidade das pessoas apenas baseando

nas aparências. Esse momento foi muito válido, pois muitas vezes até mesmo em

sala de aula o aluno critica o outro pela sua aparência.

A próxima etapa, na sexta oficina foi realizada a leitura da fábula "A raposa e

as uvas" com dramatização informal em sala de aula e que no final houve um debate

embasado nas observações sobre os valores e atitudes que o ser humano deveria

trazer consigo no seu dia-a-dia. E nesta ocasião pesquisamos outras versões de das

fábulas já estudadas e conhecidas por eles.

Na sétima oficina, houve a leitura da fábula "O Rato da Cidade e o Rato do

Campo", a importância do discurso admonitório na vida das pessoas, foi proposta

atividades de interpretação, produção escrita e análise linguística. Também nesta

oficina houve a dramatização informal.

Na oitava oficina houve a leitura da fábula "O Lobo e o Cão" e nesse

momento foi discutida com a turma a idéia de liberdade, todos os alunos deram suas

opiniões, foi um momento muito rico de troca. Logo após foi dividida a turma em

equipes para trabalharmos a transposição de gênero. E após houve a dramatização

dos textos em sala de aula. Foi um momento gratificante e que pude observar que

os valores devem ser cultivados e os bons hábitos de convivência e de respeito

devem ser instigados em todos os momentos dentro e fora da escola. Houve durante

o desenvolvimento da implementação a participação da professora de artes na

confecção das máscaras para as apresentações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo dos estudos realizados dentro do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) pude perceber que foram momentos de grandes expectativas em

relação aos estudos e novos aprendizados. O projeto de intervenção "Dramatização

de fábulas como ferramenta na formação de Leitores" teve muitos momentos de

leitura, escrita e oralidade e pude observar e verificar os objetivos e as metas que

pretendia. E também pude perceber através dos resultados que confirmam a

hipótese levantada de que o teatro/ dramatização estimulam a criatividade, a

capacidade de imaginação, a desenvoltura diante do público e a capacidade de

memorizar textos, e principalmente fez com que esses alunos buscassem novas

leituras.

Constatou-se também grande progressão na leitura e no desenvolvimento

de habilidades como: reflexão, análise, interação como texto, previsões e hipóteses

a respeito do texto, levantadas pelos alunos antes da leitura e confirmadas após a

mesma.

A realização deste curso possibilitou que novos horizontes se abrissem para

mim e com certeza para os outros professores, que participaram comigo realizando

o curso do GTR (Grupo de trabalho em rede). Durante os estudos foram muitas as

contribuições fornecidas por eles. A produção ficou a disposição e foi acompanhada

por meus colegas cursistas para que pudessem opinar e fazer adequações para um

futuro uso e também grandes sugestões.

No ensino de Língua Portuguesa, a linguagem que circunda em todas as

esferas sociais envolve todas as disciplinas, e a linguagem oral ou escrita é

responsável para a construção de diversos conhecimentos. E ao rever a prática

pedagógica e seu posicionamento frente ao trabalho escolar acredita-se que com

esforço é possível reverter o índice de defasagem de leitura presente em todas as

escolas.

Toda a Intervenção dedicada a cada oficina foram momentos de satisfação

ao ver o envolvimento de todos apesar da turma ser numerosa, mas com muita

vontade de saber e produzir cada vez mais. É válido desafiar os nossos educandos

para que possam mostrar o seu potencial e se interessar cada vez mais pela leitura,

pois o sujeito se transforma em relação ao meio só se for estimulado e muitas vezes

desafiado.

No desenvolvimento do trabalho houve o envolvimento com a disciplina de

arte, e o lúdico se fez presente no decorrer das atividades. Focalizei todas as

atividades com muitas reflexões utilizando a fala/escrita e fazendo uso da gramática

contextualizada.

Portanto, com esse trabalho pude oportunizar aos educandos momentos de

apropriação dos conhecimentos inerentes ao estudo das fábulas e também de

desenvolver suas capacidades intelectuais, discursivas e linguísticas, para serem

capazes de identificar os elementos explícitos e implícitos nos diferentes textos e

assim tornarem-se leitores conscientes e seguros de seus atos.

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