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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A EXPLORAÇÃO DA MADEIRA E DO CARVÃO:
UMA EXPERIÊNCIA ETNOMATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO
Joanita Aparecida dos Santos1
Leoni Malinoski Fillos2
Resumo
A Etnomatemática busca promover o processo de ensino e aprendizagem da Matemática a partir do conhecimento que o aluno adquire em seu ambiente cultural, reconhecendo outras formas de pensar, sob o ponto de vista cognitivo, histórico, social e pedagógico. Nessa perspectiva, o presente artigo apresenta os resultados da implementação da produção didático-pedagógica “Especificidade da Matemática nas atividades extrativas da madeira e do carvão: um estudo etnomatemático”, desenvolvido como parte integrante das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE – 2013). O objetivo do estudo foi investigar saberes matemáticos presentes nas atividades de produção e comercialização da madeira e do carvão em Inácio Martins, com destaque das especificidades destes saberes no contexto de sala de aula. O trabalho foi desenvolvido em uma turma de 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Parigot de Souza, Inácio Martins (PR), a partir da abordagem de cálculos matemáticos utilizados na cubagem da madeira e na produção e comercialização do carvão. Os resultados apontam que a Etnomatemática, enquanto metodologia de ensino contribui para a significação dos conceitos matemáticos pelos alunos, oportuniza o estabelecimento de relação entre os cálculos informais utilizados no mundo do trabalho e os cálculos formais praticados na sala de aula, melhorando o interesse e o desempenho dos estudantes na disciplina de Matemática.
PALAVRAS-CHAVE: Etnomatemática, cubagem de madeira, produção de carvão, saber popular, saber escolar.
INTRODUÇÃO
As discussões atuais no campo da Educação Matemática apontam para a
importância da adoção de propostas pedagógicas que demarquem nos currículos
escolares a possibilidade da participação dos estudantes de forma reflexiva e ativa
1Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, Licenciada em Matemática, participante do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE-2013), e-mail: [email protected]. 2 Professora do Departamento de Matemática da Universidade Estadual do Centro-Oeste –
UNICENTRO, Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), e-mail: [email protected].
no processo de ensino e aprendizagem. Dentre estas propostas destaca-se a
Etnomatemática, que pressupõe promover o processo de ensino e aprendizagem da
Matemática a partir do conhecimento que o aluno adquire no meio em que está
inserido, ou seja, no seu ambiente cultural. A inserção desse conhecimento nas
aulas de Matemática é, portanto, a proposição deste estudo, que faz parte das
atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE – 2013).
A valorização das múltiplas culturas matemáticas tem se destacado no campo
das tendências em Educação Matemática, sob a denominação Etnomatemática, e
tem estimulado o exercício da crítica e a análise da realidade. Trata-se de uma
tendência que leva em consideração que não existe um único, mas vários e distintos
saberes e nenhum é menos importante que o outro (PARANÁ, 2008).
Para D’Ambrósio (1996), a Matemática informal se ramifica na diversidade
cultural e na mistura de saberes provenientes da troca de experiências, muitas
vezes fruto da necessidade cotidiana. Em geral, essa Matemática não está inserida
na matemática escolar, pois o currículo que está posto contribui para o
distanciamento dos conteúdos acadêmicos das atividades nas quais as pessoas
estão envolvidas.
Nessa perspectiva, este estudo teve por objetivo investigar saberes
matemáticos presentes nas atividades de produção e comercialização da madeira e
do carvão em Inácio Martins e destacar as especificidades destes saberes no
contexto de sala de aula. Buscou-se, assim, a promoção de ações pedagógicas
curriculares que permitissem a conexão entre os dois saberes: o saber matemático
desenvolvido por madeireiros e carvoeiros do município e o saber matemático
escolar, entendendo que diferentes saberes “se completam e, mutuamente, podem
contribuir para a elaboração de novos conhecimentos” (LUCENA, 2004, p.55).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Etnomatemática: aspectos teóricos
A Etnomatemática passou a ter destaque no Brasil a partir da década de 70,
sendo o principal idealizador o educador brasileiro Ubiratan D’Ambrósio. A princípio,
as pesquisas nesse campo se voltavam somente para a investigação do
conhecimento matemático de determinados grupos culturais específicos ou para a
matemática do cotidiano. A sala de aula ainda não se constituía como ambiente de
pesquisa em Etnomatemática, pois se tratava de uma forma peculiar de matemática
não ensinada e aprendida nas escolas, mas sim no ambiente familiar, nas
brincadeiras e no trabalho, entre amigos e colegas (D’Ambrósio, 2001). De acordo
com D’ Ambrósio (2005), a Etnomatemática não é apenas o estudo de matemáticas
das diversas etnias. Essa palavra significa que há várias maneiras, técnicas,
habilidades (ticas) de explicar, de entender, de lidar e de conviver com (matema)
distintos contextos naturais e socioeconômicos da realidade (etnos). Segundo o
autor,
O conjunto desses instrumentos se manifesta nas maneiras, nos modos, nas habilidades, nas artes, nas técnicas, nas ticas de lidar com o ambiente, de entender e explicar fatos e fenômeno, de ensinar e compartilhar tudo isso, que é o matema próprio ao grupo, à comunidade, ao etno. Isto é, na sua etnomatemática (D’ AMBRÓSIO, 2005, p.35).
Nesse sentido, a Etnomatemática tem por objetivo reconhecer outras formas
de pensar, sob o ponto de vista cognitivo, histórico, social e pedagógico, entendendo
que todo indivíduo desenvolve conhecimento e, ao se agrupar com outros,
compartilha sua linguagem, sistemas de explicações, mitos, cultos, culinária e
costumes, formando assim uma cultura (D’AMBRÓSIO, 1996; 2005). Os estudos
voltados à Etnomatemática buscam, portanto, a valorização do conhecimento
popular, das experiências vividas no dia-a-dia.
A Etnomatemática é a matemática praticada por grupos culturais, tais como comunidades urbanas e rurais, grupos de trabalhadores, classes profissionais, crianças de certa faixa etária, sociedade indígena, e tanto outros grupos que se identificam por objetivos e tradição comuns aos grupos (D’AMBRÓSIO, 2005, p. 9).
Segundo D’Ambrósio (1996), essa matemática, em geral, não está inserida na
matemática escolar, pois o currículo que está posto contribui para o distanciamento
dos conteúdos estudados nas aulas e as atividades cotidianas nas quais as pessoas
estão envolvidas. Para o autor, a escola deveria privilegiar a elaboração de um
currículo de acordo com a sua cultura, incluindo as práticas populares, sem ignorar a
etnomatemática que o aluno traz da sua convivência familiar.
A proposta pedagógica da etnomatemática é fazer da matemática algo vivo, lidando com situações reais no tempo [agora] e no espaço [aqui]. E, através da crítica, questionar o aqui e agora. Ao fazer isso, mergulhamos nas raízes culturais e praticamos dinâmicas culturais. Estamos, efetivamente, reconhecendo na educação a importância das várias culturas e tradições na
formação de uma nova civilização, transcultural e transdisciplinar (D’AMBRÓSIO, 2001, p.47).
Conforme o texto das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado
do Paraná (PARANÁ, 2008), o papel da etnomatemática é reconhecer e registrar
questões de relevância social que produzem o conhecimento matemático. Essa
tendência leva em consideração que não existe um único, mas vários e distintos
saberes e nenhum é menos importante que o outro. As manifestações matemáticas
são percebidas por meio de diferentes teorias e práticas das mais diversas áreas e
emergem dos ambientes culturais. Por isso, a etnomatemática permite o exercício da
crítica e da análise da realidade, sendo uma importante fonte de produção de
conhecimentos que prioriza um ensino que valoriza a história do estudante,
reconhecendo e respeitando suas raízes culturais. Para Knijnik (1996), as pesquisas
no campo da etnomatemática buscam investigar:
[...] as concepções, tradições, e práticas matemáticas de um grupo social subordinado e o trabalho pedagógico que se desenvolve na perspectiva de que o grupo interprete e codifique seu conhecimento; adquira o conhecimento produzido pela matemática acadêmica, utilizando, quando se defrontar com situações reais, aquele que lhe parecer mais adequado (p. 88).
A autora entende que a etnomatemática precisa ser compreendida como um
tipo de conhecimento que todas as culturas geram, assim como geram linguagem,
crenças, rituais e técnicas específicas de produção. Ao lado da “matemática
acadêmica”, reconhecida como produto do saber legitimado, existe também a
“matemática popular”, isto é, o trabalho desenvolvido por outros grupos sociais, e
que precisa ser reconhecido. Se este saber não for valorizado, segundo
Knijnik(1996), tende a desaparecer, por não ser legitimado pela cultura dominante.
No entender de Carvalho (1991), as experiências e os conhecimentos
informais devem ser trabalhados na escola de forma que possam ser transformados
em conhecimentos formais, pois a escola é um local de encontro de diferentes
mundos. Como nos ensina Freire (1996), é necessário reconhecer os valores,
práticas e saberes dos nossos alunos, para que possamos não apenas identificá-los,
mas principalmente problematizá-los, propiciando, assim, um processo pedagógico
com significado científico e social.
A educação matemática, nessa perspectiva, deve ajudar o estudante a
participar e compreender melhor o mundo em que vive de forma que este possa
intervir na sua realidade, transformando o ambiente em que está inserido
(FONSECA, 2005). A escola tem o dever de respeitar os saberes e as práticas que
os estudantes constroem na sua comunidade, principalmente os das classes
populares (FREIRE, 1996). Para Carvalho (1991), o estudante quando vem para a
escola traz consigo conhecimento que adquiriu na sua comunidade. O professor
deve explorar esse conhecimento para contextualizar os conteúdos acadêmicos e
enriquecer a prática.
O professor, nesse contexto, precisa ser um “inquieto”, querendo sempre
saber das coisas, ter muita curiosidade. Deve ser um pesquisador que busca levar o
estudante à pesquisa, o que só acontecerá se ele próprio, o professor, for curioso
com o seu ambiente (D’AMBRÓSIO, 2005).
Dentre os estudos investigativos que enfatizam a etnomatemática estão
trabalhos relacionados à cultura indígena (FERREIRA, 1991; SCANDIUZZI, 2009);
às comunidades rurais, como nos assentamentos agrícolas (KNIJNIK, 1996); às
classes profissionais, como artesão e pescadores; e na tradição cultural africana
(GERDES, 1989), em comunidade indígena Scandiuzzi (2009). Neste trabalho,
abordaremos especificamente a matemática realizada e praticada por madeireiros e
carvoeiros, em particular como esses grupos realizam a cubagem da madeira e a
produção e comercialização do carvão.
2.2-CUBAGEM DE MADEIRA
A madeira é um produto de grande valor econômico e a sua exploração
envolve vários cálculos matemáticos e formas geométricas. Dentre esses cálculos
está o que os madeireiros chamam de cubagem.
O sistema de cubagem envolve a média simples dos diâmetros das extremidades da tora (média das áreas das extremidades) e o comprimento da tora. No processo de cubagem da tora adotado pela indústria madeireira, considera-se somente o diâmetro menor da tora e o restante da fórmula é a mesma (STERNADT, 2011, p.4).
A medida de volume para o cálculo da madeira é definida em metros cúbicos
(unidade padrão). Os métodos que os madeireiros usam para a cubagem buscam
resultar em menos perda de resíduos e maiores rendimentos. O fator para definir a
forma da árvore geralmente é baseado no cilindro. Segundo Cunha (2004), os
cálculos para cubagem da madeira são realizados por meio de diversas fórmulas,
dentre elas está à cubagem por deslocamento de água, que se baseia no princípio
de Arquimedes, que diz que a perda aparente do peso de um corpo imerso ou
flutuante em um líquido é igual ao peso que o líquido desloca. O método pelo
deslocamento da água e conhecido por Xilômetro. Neste método coloca-se uma
quantia inicial de água num tanque, de preferência cilíndrico, mede-se o nível inicial
e coloca-se a madeira, havendo o deslocamento da água. A diferença entre o nível
inicial e final da água determina o volume da madeira (CUNHA, 2004, p.38).
Mossmann, Maldaner e Blaszak (2002), destacam métodos de cubagem
utilizados por madeireiros. Num dos métodos, a tora é transformada em um
paralelepípedo é descontado 25% da medida do diâmetro médio. Essa medida
passa a ser a largura e a altura do paralelepípedo. Em outro método, a tora é
transformada em um paralelepípedo; divide-se então a medida da circunferência em
4 partes, obtendo-se a largura e a altura.
Conforme Instrução Normativa do IBAMA Nº 187 (2008), para a cubagem de
tora serão apresentados os valores determinado pelos diâmetros cruzados (maior e
menor), sem considerar a casca nas duas extremidades da tora, aceitando-se uma
variação de volume de 10% para mais ou para menos. O cálculo de volume é
chamado de fórmula de Smalian:V =((A1 + A2 )/2).L, sendo V o volume, A1 a área
da extremidade menor em metros quadrados (m2 ), A2 área da extremidade maior
em metros quadrados (m2) e L o comprimento da tora em metros.
2.3 PRODUÇÃO DE CARVÃO
A produção de carvão é realizada em grandes escalas na região Sul do
Estado do Paraná, onde se usa a queima da madeira em fornos rústicos. O carvão
vegetal é produzido a partir da lenha, pelo processo de carbonização ou pirólise.
Ao contrário do que aconteceu nos países industrializados, no Brasil o uso
industrial do carvão vegetal continua sendo largamente praticado. O Brasil é o maior
produtor mundial desse insumo energético.
Conforme Rosolem (2010), além de o Brasil ser o maior produtor é também o
maior consumidor de carvão. O setor siderúrgico consome 85% para produção de
ferro gusa, 9% em residências e 1,5 nas pizzarias, padarias e churrascarias. Boa
parte da madeira produzida no Brasil é destinada à fabricação do carvão vegetal.
Para fabricação de uma tonelada de carvão são necessárias 2,2 toneladas de toras
de eucalipto, que são transformadas em lenha. No Brasil, 43,3% da lenha
consumida é usada na produção de carvão.
A construção das carvoarias, exploração florestal e transformação em carvão
são fiscalizadas pelos servidores do IBAMA, que devem acompanhar todo o
processo de conversão da madeira para a lenha e depois para o carvão. Para medir
a lenha e carvão usa-se o metro estéreo, ou seja, uma caixa ou forma feita de tábua
ou pedaço de madeira, cuja capacidade corresponde a 1 (um) metro cúbico (m3).
Uma tora de eucalipto com 10 anos de idade poderá produzir até 1 m3 de lenha
(CARVALHO, 1948).
Para Mossmann, Maldaner e Blaszak (2002),
[...] pesquisar as diferentes formas de cubagem de madeira, bem como estabelecer relações entre elas, [...] é de suma importância por possibilitar aos alunos meios para que entrem em contato com estes diferentes métodos, principalmente, com aqueles mais usados quotidianamente (p.10).
Por isso, trazer os cálculos da comunidade e integrá-los aos conteúdos
escolares é dar sentido a aprendizagem da Matemática, contextualizando a
disciplina com a realidade do estudante. Como enfatiza Fonseca (2005, p.54), cada
vez mais é necessário “contextualizar o conhecimento matemático a ser transmitido
ou construído, buscando a sua origem e acompanhando a sua evolução, explicando
a sua finalidade, na interpretação e transformação da realidade na qual o aluno se
depara”.
3- Metodologia
O presente estudo foi desenvolvido em 40 aulas, no primeiro semestre do ano
de 2014. Participaram do projeto 36 alunos do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio
Estadual Parigot de Souza, localizado em Inácio Martins (PR).
O material de apoio para a implementação do projeto foi o Caderno
Pedagógico, produzido no segundo semestre da participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE). Neste caderno estão dispostas atividades que
envolvem aspectos históricos da exploração da madeira no Brasil, exploração da
floresta como fonte de renda, reflorestamento, dados estatísticos do município de
Inácio Martins (PR), sistema de Medidas, elementos da circunferência, medida da
altura da árvore pela sombra, cubagem da madeira por diferentes métodos,
transporte e transformação das toras madeira e produção e comercialização de
carvão.
Os dados foram coletados primeiramente a partir de pesquisa em livros,
internet e vídeo sobre a temática e pesquisa de campo, por meio de entrevistas com
trabalhadores do ramo florestal de Inácio Martins, que detalharam procedimentos de
cubagem e comercialização da madeira e do carvão. Em sala de aula a coleta de
dados se deu a partir da observação direta da turma (comentários, atitudes e
questionamentos dos alunos), anotações em diário, registros das atividades escritas
realizadas e entrevista com os alunos para avaliarem a proposta.
Concomitante ao processo de implementação foram realizados estudos junto
ao Grupo de Trabalho em Rede (GTR), com quinze professores de Matemática de
distintas regiões do Paraná, que apontaram sugestões para o desenvolvimento do
projeto e enriquecimento do material didático. As discussões ampliaram os
conhecimentos teórico-metodológicos a respeito da Etnomatemática e, por
consequência, oportunizaram melhor direcionamento à implementação do projeto na
escola.
A seguir são apresentados e discutidos os resultados referentes às atividades
desenvolvidas, à luz de referencial teórico e das contribuições dos professores
participantes do GTR.
4- Resultados e discussões
Inácio Martins é um município localizado na região Sul do Estado do Paraná.
Tem esse nome em homenagem ao engenheiro que construiu a estrada de ferro
São Paulo – Rio Grande do Sul que corta a região, nos idos da década de 1940.
Segundo o censo de 2010, o município possui 11.431 habitantes.
As principais atividades econômicas de Inácio Martins concentram-se nas
ervateiras, madeireiras e carvoeiras, sendo que juntas empregam grande parte da
mão de obra local. Estudantes da região, portanto, têm no ramo de exploração
florestal, a principal perspectiva de trabalho no futuro, sendo um tema que os
interessa, mas também os preocupa. A conclusão da escola básica e a admissão no
mundo do trabalho são, na verdade, elementos fundamentais da inserção social no
mundo adulto, especialmente para aqueles que necessitam trabalhar a fim de ajudar
no sustento da família.
Antes de dar início à intervenção prática, o projeto foi apresentado na semana
pedagógica, à direção, equipe pedagógica, professores e funcionários do colégio,
com a explicitação dos objetivos, metodologia de trabalho e resultados esperados. A
comunidade escolar aprovou e enalteceu a proposta, especialmente pelo caráter
inovador de se trabalhar a matemática relacionada à realidade do município de
Inácio Martins. Para os alunos participantes o projeto foi apresentado na primeira
semana de aula, quando foi enfatizada a importância da participação ativa de todos
para o êxito da implementação.
As primeiras atividades foram desenvolvidas ainda no início do período letivo
e buscaram trazer para o debate, em sala de aula, dados históricos sobre a
exploração da madeira no Brasil, sobre a exploração florestal como fonte de renda e
sobre a importância do reflorestamento. Também incitaram discussões a respeito de
atividades econômicas de Inácio Martins, especialmente sobre a exploração da
madeira e do carvão e sobre geração de emprego e renda. As atividades foram
trabalhadas por meio de textos e vídeos, questionamentos, trabalhos em grupos e
troca de experiências entre os participantes, tendo em vista que muitos deles, ou
suas famílias, têm a atividade madeireira e carvoeira como fonte de renda.
Para os alunos, a exploração adequada da madeira e o desenvolvimento
sustentável poderão trazer vários benefícios para o município, entre eles o turismo, a
geração de emprego e renda e melhorias das condições de vida da população. Eles
têm expectativas, entretanto, de que o Município de Inácio Martins, no futuro, não
dependa tanto do extrativismo da madeira e que a cidade possa se desenvolver em
outros setores, com a instalação de indústrias que oportunizem novas formas de
trabalho.
As primeiras atividades do projeto, portanto, tinham por finalidade situar os
estudantes a respeito da temática do projeto e conscientizá-los sobre a importância
do adequado manejo florestal e da necessidade da preservação do meio ambiente.
Conforme aponta a Professora Eliane, participante do GTR, “a escola não ensina
tudo, mas pode oferecer as ferramentas para que seus alunos busquem novos
caminhos para direcionar o empreendimento científico dos fatores econômicos,
políticos, sociais e culturais no período histórico em que vivem”.
Na sequência do projeto foram trabalhados conceitos matemáticos utilizados
na atividade madeireira e tópicos de Matemática vistos em séries do ensino
fundamental, como medidas padronizadas e não padronizadas, medições na
circunferência - diâmetro, raio, área, comprimento - e o cálculo do número π. As
atividades foram trabalhadas por meio de pesquisa junto a membros da família e na
internet, apresentação de slides, exercícios práticos - com medições e cálculos em
pequenas toras de madeira e troncos de árvores do pátio da escola - e situações
problemas.
Foi desenvolvida também uma atividade para medir a altura de uma árvore
pela sombra, contextualizada historicamente a partir de vídeo e texto sobre Tales de
Mileto e a altura da Pirâmide de Quéops. Esta atividade foi desenvolvida em grupos,
sendo que cada grupo escolheu uma árvore de um local próximo à escola e,
estabelecendo proporções, obteve a altura da mesma.
Os alunos participaram ativamente das atividades, medindo a altura de
diversas árvores num clima de descontração e comprometimento. Em sala de aula,
apresentaram resultados, socializando suas experiências. Como enfatizam Ponte et
al. (2013.p. 23), “na disciplina de Matemática, como em qualquer outra disciplina
escolar, o envolvimento ativo do aluno e uma condição fundamental da
aprendizagem”.
Interessante destacar uma forma peculiar de medir a distância segura que um
trabalhador deve ficar de uma árvore a ser derrubada. Segundo um dos alunos
participantes do projeto, procede-se da seguinte maneira: “o trabalhador deve se
afastar da árvore alguns passos, virar as costas para ela, se abaixar e olhar por
entre as pernas em direção a copa da árvore. Deve calcular, então,
aproximadamente um ângulo de 45º. Se conseguir ver a copa da árvore, esta é a
distância segura que o trabalhador estará para não ser atingido pela queda da
árvore”.
Esse é, portanto, um exemplo de como os alunos possuem um elevado
número de experiências provenientes de situações cotidianas e que fazem sentido
para eles. A Etnomatemática procura trazer uma nova visão para o ensino e
aprendizagem da Matemática, uma visão mais social e política, onde as atividades
humanas são determinadas socioculturalmente pelo contexto em que são realizadas
(FIORENTINI, 1994).
A etapa seguinte do desenvolvimento do projeto foi a realização de cálculos
para a cubagem de madeira, envolvendo métodos populares e científicos. Cubar,
segundo o Minidicionário Escolar (2007), é procurar o volume de um corpo, ou seja,
medir em unidades cúbicas. Foram trabalhados nas aulas quatro métodos de
cubagem: dois aplicados por madeireiros da região de Inácio Martins, a fórmula de
Smalian utilizada pelo IBAMA e o método de Xilômetro ou deslocamento da água.
Para tanto, foram levados para a sala de aula pequenas toras de madeiras e latas
cilíndricas para a realização da cubagem.
Foram explicados primeiramente os dois primeiros métodos, utilizados por
madeireiros. O primeiro método considera a ponta mais fina da tora. O volume é
obtido “multiplicando-se o raio da ponta mais fina por ele mesmo, depois pelo
comprimento do tronco da árvore e, por fim, por 3,1416”. Já o segundo método
considera as duas pontas do tronco. “Primeiramente determina-se o raio das duas
pontas do tronco, somam-se as duas medidas e divide-se o resultado por 2. Depois
o resultado é multiplicado pelo comprimento do tronco da arvore e por 3,1416”.
Após a apresentação dos métodos, os alunos mediram o raio e o
comprimento das toras de madeira e determinaram o volume pelos dois processos,
comparando os resultados. Em seguida aplicaram os conhecimentos obtidos na
resolução de outros problemas propostos sobre a cubagem de madeira. Também
fizeram a comparação dos dois processos de cubagem com o processo utilizado
para o volume de cilindros, ou seja, V = π .r² . h.
Vários alunos conheciam e sabiam fazer os cálculos de cubagem pelos
métodos trabalhados, pois têm sua vida cotidiana ligada a esses conhecimentos.
Mesmo os que não conheciam, demonstraram bastante interesse, por ser um
trabalho prático, ligado à região que residem. Para eles, os cálculos usados fora da
escola são muito fáceis e até então não haviam percebido a relação com os cálculos
feitos na sala de aula sobre o volume.
Para Scandiuzzi (2009, p. 17), “o saber vem da experiência feita, construída e
acumulada por meio de teorias elaboradas por um grupo de humanos e da prática
vivenciadas por elas”. A Etnomatemática busca apreciar os saberes elaborados por
diferentes grupos socioculturais, propondo também “uma maior valorização dos
conceitos matemáticos informais construídos pelos alunos através de suas
experiências, fora do contexto da escola” (SCANDIUZZI, 2003, p. 5).
Na sequência da implementação do projeto foi apresentado aos alunos um
texto sobre a famosa história de “Arquimedes e a coroa do rei”, na qual o
matemático grego Arquimedes de Siracusa, por volta de 250 a. C, descobre se a
coroa do rei Hierão II era de ouro puro ou não. Esta história serviu de pretexto para a
apresentação do método de cubagem conhecido como xilômetro, obtido a partir do
seguinte processo: “Coloca-se certa quantia de água em um recipiente e mede-se o
volume. Em seguida, mergulha-se o tronco da árvore nesse recipiente e novamente
calcula-se o volume. A diferença entre o volume da primeira medida com o volume
da segunda será o volume do tronco da árvore”.
Para a demonstração do método do xilômetro na prática, foi utilizada uma
piscina retangular de 2000 litros, que foi montada no pátio da escola e enchida com
água até aproximadamente a metade de sua altura. Inicialmente, os alunos,
divididos em grupos, calcularam o volume de água que a piscina continha e, em
seguida, mergulharam um tronco de árvore. Mediram a altura atingida pela água e
calcularam o novo volume, fazendo a diferença entre os dois volumes. Foi uma
experiência bastante enriquecedora, que despertou a curiosidade da turma e se
mostrou bastante produtiva para o aprimoramento do conteúdo medidas de volume.
A etapa seguinte foi a realização da cubagem da madeira pelo método
utilizado pelo IBAMA, conhecido como fórmula de Smalian. Tal método é realizado a
partir dos seguintes passos:
1º ) Determina-se a área da ponta (secção) mais fina do tronco (A1) e na área
da ponta (secção) mais grossa do tronco (A2), por meio da fórmula:
A = (d)2 . (π/4), onde d é o diâmetro da secção.
2º) Calcula-se a média aritmética das áreas da ponta mais fina e da ponta
mais grossa e multiplica-se o resultado pelo comprimento do tronco (h). Ou
seja, o volume é dado por:
V = [(A1 + A2): 2] . h
Após a explicação do método, os alunos, dispostos em grupos, realizaram a
cubagem de pequenos troncos de árvores pela fórmula de Smalian. Depois de
medirem os diâmetros e o comprimento e realizarem os cálculos, socializaram os
resultados com os demais colegas. Também resolveram algumas situações
problemas por meio da fórmula.
Na aula seguinte, foi proposto que os alunos comparassem os métodos de
cubagem trabalhados. Para isso, de posse de um pequeno tronco de árvore, fizeram
as medidas e realizaram os cálculos. A figura a seguir mostra o trabalho realizado
por um dos grupos.
Na comparação entre os métodos os alunos entendem que para quem vende
a madeira o melhor é o método do Xilômetro, porém se trata de um método
complicado de se fazer na prática, com uma tora, por exemplo, de 5m. O primeiro
método é mais vantajoso para quem compra a madeira, pois gera mais lucro. De
forma geral os alunos elegeram o método do IBAMA e o segundo método, como
mais adequados, pois a diferença entre eles é menor.
Na aula seguinte, os alunos, também em grupos, fizeram na prática a
comparação entre os volumes pelos três métodos de cubagem de uma árvore em
pé, não sendo realizado o método de Xilômetro. A atividade foi realizada em um
local próximo à escola, onde os alunos escolheram uma árvore e fizeram a cubagem
da mesma.
Após medirem a circunferência do tronco, para a determinação do diâmetro e
do raio do tronco, os alunos calcularam a altura aproximada da árvore pela sombra e
depois o volume do tronco, descontando 15% da medida da altura, ou seja, o
desconto dos galhos. Ficou a critério de cada grupo a escolha de um dos três
primeiros métodos estudados. Os grupos realizaram o trabalho com bastante
empenho e interesse e socializaram o resultado em sala de aula.
As atividades de cubagem da madeira realizadas possibilitaram a melhor
compreensão pelos alunos do “mundo dos madeireiros” e a percepção de que tal
profissão está permeada por saberes matemáticos, que muito se aproximam dos
conhecimentos acadêmicos. Conforme enfatiza Knijnik (2004, p.3), “olhar para essa
particular etnomatemática a partir das práticas populares, [...], abre possibilidades
para melhor compreender a matemática na qual fomos educados e aquelas
silenciadas no currículo escolar”.
A Etnomatemática, nessa perspectiva, volta seu interesse às culturas, às
narrativas, às práticas sociais dos indivíduos, porém não tem a intenção de
supervalorizar a matemática popular, mas de destacar que todos os grupos
produzem conhecimentos matemáticos a partir de suas práticas sociais. Como
destaca a Professora Iozodara, participante do GTR, “a Matemática é fundamental
em qualquer sociedade e não existe nenhuma atividade humana em que a
matemática não seja útil, ela responde as inquietudes do homem”.
Outras atividades trabalhadas no projeto, que buscaram enfatizar saberes
populares dos madeireiros foram: a cubagem da carga de madeira, a
transformação de toras em tábuas e a produção de carvão.
O transporte das toras de madeira em Inácio Martins é feito essencialmente
por caminhões do tipo torreiro, ou seja, aqueles que têm sua carroceria adaptada
para o transporte das toras. O volume da carga pode ser medido em metros
estéreos, cúbicos (m3) ou em peso cubado.
Os madeireiros calculam o volume da carga em metros cúbicos a partir do
seguinte processo: (1) faz-se primeiramente o cálculo da altura média da carga
(ex.: mede a altura em três partes e divide por três); (2) multiplica-se a altura média
pela largura da carga e pelo comprimento da carga, obtendo o volume em metros
estéreo (st); (3) multiplica-se o volume por 0,70, que significa 70% para desconto
da irregularidade da carga, obtendo-se, então, o volume em metros cúbicos.
Exemplo: Vamos supor que as medidas das três alturas da carga sejam
respectivamente 2,20m; 2,10m e 2 m; o comprimento da carga seja 8 m e a largura
2m. O volume da carga é dado por
2,20 + 2,10 + 2,00 = 6,30m/3 = 2,1 (média da altura da carga)
2,1 x 8 x 2 = 33,6 metros estéreo (st)
33,6. 0,70 = 23,5 m3
A cubagem pelo peso é feita pelo produto: altura x largura x comprimento
x300 (fator de cubagem). O valor de 300 kg/m3 é equivalente ao 1 m³/300 kg e
corresponde a um fator padrão para o transporte rodoviário.
Os alunos revelaram que não conheciam os processos de cubagem da carga,
sabiam somente que não é permitido ultrapassar um determinado peso ao passarem
pela balança. Foram resolvidos outros problemas sobre peso cubado para maior
compreensão e foi montada uma carga com pequenos troncos de tora para os
alunos terem uma experiência prática desses cálculos. Com a atividade
contextualizada entenderam e desenvolveram a atividade com êxito.
Com relação à transformação das toras de madeira em tábua, foram
apresentados dois vídeos em sala de aula que mostram como é feito este processo,
pois não é aconselhável levar os estudantes para conhecer o beneficiamento da
madeira em serrarias. Para o cálculo do volume, a espessura da tábua é dada em
polegadas e o volume da tábua é calculado de forma similar ao volume do
paralelepípedo (V = a. b. c).
Todos os alunos afirmaram que conheciam o trabalho de uma serraria, mas
não sabiam que há um padrão de medidas para transformar as toras em tábuas.
Entendem que o trabalho nas madeireiras é perigoso, pois têm familiares ou amigos
que já sofreram acidente nesta atividade. Eles demonstraram que não se interessam
por esse trabalho, porém, como disse um aluno, “infelizmente é o que tem na
cidade”.
Com relação à atividade carvoeira, primeiramente foram apresentados alguns
vídeos sobre a produção de carvão e sobre a mão-de-obra necessária para o
trabalho nas minas carvoeiras. Em seguida, foi proposto um debate sobre os riscos
e as dificuldades do trabalho, as vantagens e desvantagem da produção de carvão
mineral em relação à produção de carvão vegetal e sobre os danos que esta
atividade pode causar para o meio ambiente.
Todos os alunos afirmaram que conhecem o trabalho realizado nas
carvoarias, pois se não trabalharam nesta atividade, alguém da família está ligado a
ela. Para eles, é um trabalho difícil e que pode fazer mal a saúde, devido o calor e o
pó do carvão. Os alunos que trabalham nas carvoarias da família preferem estudar
pela manhã e ir à tarde trabalhar nesta atividade, conciliando o trabalho como
estudo. Eles percebem o estudo como um meio de sair da atividade florestal e
conseguir outro emprego que lhes proporcione um futuro melhor.
Após o debate, foram propostas atividades matemáticas sobre a construção
de fornos para a produção de carvão. Os alunos pesquisaram o preço da lenha e do
carvão na região e realizaram ainda o levantamento do custo para produzir o
produto e o seu preço de venda, com o intuito de verificar o lucro de um pequeno
produtor por forno de carvão. Realizaram as atividades com bastante empenho e
consideraram surpreendente estudar Matemática a partir da realidade do município.
Foi possível perceber, conforme destaca a professora Ana Cláudia,
participante do GTR, que “o contexto escolar é diverso, plural e rico de experiências,
por isso, partir de algo que é relevante para o aluno corrobora para o sucesso do
aprendizado” Também que ao se trabalhar os conteúdos sob a perspectiva da
Etnomatemática, “o ensino de matemática deixa de ser o único foco da aula. O aluno
preocupa-se com a sua própria aprendizagem e os conteúdos passam a ser mais
significativos” (Professora Elenice, GTR, 2014).
5- Considerações Finais
Este estudo, realizado no âmbito do PDE/2013, buscou dar ênfase à
Etnomatemática enquanto importante metodologia de ensino que busca valorizar o
contexto sociocultural dos estudantes, a matemática presente em seu cotidiano, bem
como as relações de produção e de trabalho, neste caso concernente às atividades
nas madeireiras e carvoarias de Inácio Martins.
É possível inferir a partir do trabalho realizado que contextualizar a
Matemática escolar com a realidade do aluno representou uma importante ação
pedagógica, pois além de trazer mais dinamismo à prática docente, possibilitou
maior participação e envolvimento dos estudantes nas atividades, que de uma
postura passiva e receptiva nas aulas, passaram a uma postura mais ativa, crítica e
investigadora, engajando-se na tarefa de buscar o conhecimento. Por meio do
projeto, os alunos puderam compreender aspectos práticos das atividades
madeireira e carvoeira da região e refletir realidade econômica do município, bem
como sobre a questão ambiental e possibilidades futuras de trabalho.
O interesse e o envolvimento dos alunos na realização das atividades
demonstram a importância de se trazer para a sala de aula saberes matemáticos
praticados na comunidade e as formas peculiares de cálculos utilizados na vida
cotidiana, relacionando-os aos conteúdos formais trabalhados na disciplina. Essa
abordagem possibilita ao professor dar maior sentido à aprendizagem dos
conteúdos e estimula o gosto pela Matemática e pelo estudo de uma forma ampla.
A Etnomatemática mostrou-se uma metodologia que provoca, certamente,
uma mudança também na postura do professor que ao mesmo tempo em que
ensina Matemática, aprende Matemática. O professor, nessa concepção de ensino,
deixa de ser um transmissor de conteúdos e passa a exercer o papel de orientador
da aprendizagem e um pesquisador em sala de aula, pois busca na vivência do
aluno o que ele tem para oferecer e explora essa vivência em sala de aula.
Concluo este trabalho com a certeza de que precisamos sempre inovar em
nossa prática docente e proporcionar aos alunos novas formas de aprender. Espero
que esse trabalho sirva de inspiração para outros professores em suas práticas e
também que abra perspectivas para novas pesquisas sobre as especificidades
matemáticas de outras atividades econômicas, características de diferentes espaços
geográficos.
6- REFERÊNCIAS
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