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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e) contratação de professores de Educação Física, de competência reconhecida, na Suécia, Saxônia e Suíça; f) instituição

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2013

Título: AS POSSIBILIDADES DE ARTICULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR EM

EDUCAÇÃO FÍSICA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA

Autor José Carlos Winkler

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

Educação Física

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves

Município da escola Palmeira

Núcleo Regional de Educação

Ponta Grossa

Professor Orientador Dr. Miguel Arcanjo de Freitas Jr.

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar

Resumo

O presente trabalho pretende discutir, refletir e apontar sugestões sobre a importância da organização dos conteúdos, do espaço e dos materiais disponíveis na disciplina de educação física. A simples prática dessas atividades não caracteriza a existência de Educação Física.” Entretanto, a regulamentação da prática da atividade física escolar mais conhecida como Disciplina de Educação Física, no âmbito nacional sofreu várias mudanças com o passar dos anos, desde a promulgação do Decreto Lei 4.244 de 9 de abril de 1942, denominada Lei Orgânica do Ensino Secundário, sendo que a educação física tornou-se obrigatória nos estabelecimentos de ensino porém na prática isso demorou muitas décadas para se concretizar, primeiro pela falta de profissionais habilitados e segundo pela oneração do sistema educacional. Segundo as DCEs “O conceito de Cultura Corporal tem como suporte a idéia de seleção, organização e sistematização do conhecimento acumulado historicamente, acerca do movimento humano, para ser transformado em saber escolar” (DCEs

Educação Física, Paraná 2008), as Diretrizes fundamentaram um grande avanço da educação como um todo no Estado do Paraná, principalmente para a educação física através da elaboração dos conteúdos estruturantes por série/ano organizando através dos conteúdos básicos uma sequência pedagógica na qual o profissional tivesse um ponto de apoio para modelar seu planejamento de acordo com as características culturais da sua região.

Palavras-chave Educação Física, planejamento, coletivo

Formato do Material Didático

Caderno Pedagógico

Público Alvo Professores de Educação Física

AS POSSIBILIDADES DE ARTICULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR

EM EDUCAÇÃO FÍSICA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA

José Carlos Winkler

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

JOSÉ CARLOS WINKLER

AS POSSIBILIDADES DE ARTICULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR

EM EDUCAÇÃO FÍSICA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA

PONTA GROSSA 2013

JOSÉ CARLOS WINKLER

AS POSSIBILIDADES DE ARTICULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESCOLAR

EM EDUCAÇÃO FÍSICA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA

Caderno Pedagógico elaborado como atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional, da Secretaria de estado da Educação do Paraná, em colaboração com a Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Orientador: Miguel Arcanjo de Freitas Jr.

PONTA GROSSA 2013

COLÉGIO ESTADUAL DOM ALBERTO GONÇALVES – PALMEIRA PARANÁ

Winkler, José Carlos; CEDAG, 2013

“O educador democrático não pode

negar-se o dever de, na sua prática

docente, reforçar a capacidade crítica

do educando, sua curiosidade, sua

insubmissão.”

Paulo Freire, 1996.

SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................

Introdução ..................................................................................................

Unidade 1 - Uma Reflexão sobre o Currículo Escolar ...............................

Unidade 2 - A Importância do Planejamento .............................................

2.1 A Educação Física como Cultura Corporal .........................................

2.2 A organização do Conhecimento .........................................................

Unidade 3 – A finalidade da Educação Física ...........................................

Unidade 4 - Considerando o material e os espaços ..................................

4.1 Outros fatores relevantes a prática da atividade física ........................

Referencias ................................................................................................

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APRESENTAÇÃO

Este material tem por objetivo auxiliar na organização do planejamento

escolar através da socialização das experiências adquiridas durante o exercício

da docência, bem como com os conhecimentos adquiridos durante a formação

inicial. Os conhecimentos adquiridos no exercício da profissão e os

conhecimentos adquiridos na formação inicial, quando confrontados, podem

servir como ferramenta para firmar de vez o reconhecimento da Educação

Física como disciplina relevante no currículo escolar e fazer com que o

profissional desta disciplina tenha a certeza de que seus objetivos foram

alcançados. Assim, o professor da disciplina de Educação Física estará

cumprindo com seu papel de educador por meio do planejamento de aulas que

despertam o interesse e auxiliem a construção do conhecimento dos alunos.

Partindo deste princípio, foi elaborado este Caderno Pedagógico com a

finalidade principal de auxiliar e orientar o planejamento para que possa ser

realizado coletivamente no Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves, em

Palmeira, Paraná. Esta produção didático-pedagógica também tem como

objetivo fornecer elementos teóricos e metodológicos para uma melhor

compreensão acerca das condições existentes na escola, ou seja, espaço

físico e material didático disponível e referencial teórico para a elaboração de

um planejamento escolar que atenda a realidade da comunidade. Para tanto,

tem como base principal o livro Metodologia do Ensino da Educação Física

escrito por um Coletivo de Autores, o qual nos traz um ponto de apoio de

extrema relevância a docência, pois trata de temas fundamentais para a

construção de um processo pedagógico que atenda as necessidades da nossa

sociedade, dando a autonomia que o professor necessita em suas aulas, os

conhecimentos necessários para o desenvolvimento integral do aluno com

ênfase à cultura corporal. Na expectativa de nortear a prática docente da

disciplina de educação física na escola de tal forma que os professores da

disciplina possam a partir do planejamento anual alcançar os objetivos

propostos sem a preocupação com fatores externos a disciplina que

atualmente afligem o professor antes mesmo de iniciar a sua aula, ou seja, as

condições para executar o seu trabalho a partir do planejamento proposto

alcançando os objetivos desejados.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende discutir, refletir e apontar sugestões sobre

a importância da organização dos conteúdos, do espaço e dos materiais

disponíveis na disciplina de educação física. Esta disciplina, por muitas

décadas, vem por meio de inúmeros caminhos tentando se firmar no ambiente

escolar como conteúdo relevante para o crescimento e desenvolvimento do

indivíduo em nossa sociedade. Considerando ainda, que todas as disciplinas

componentes do currículo escolar tem um discurso baseado na sua prática

diária de sala de aula, onde exaltam a sua importância para o desenvolvimento

intelectual do indivíduo em nossa sociedade.

Neste sentido, prioriza-se a discussão do coletivo de docentes que

trabalham com a disciplina de Educação Física juntamente com a equipe

pedagógica do estabelecimento de ensino, busca compartilhar experiências e

socializar conhecimentos. Desta maneira, espera-se alcançar harmonia no

trabalho desenvolvido entre os professores, sincronizando a utilização do

material e do espaço disponível no estabelecimento de ensino, haja visto que

alguns dos problemas que encontramos no dia a dia são devido ao número

reduzido de material didático e o espaço necessário para a utilização. Concorre

ainda, o fato onde mais de um professor utiliza estes materiais no mesmo

horário, muitas vezes disputando também o espaço com turmas que estejam

sem professor.

No entanto não podemos deixar de mencionar a função social da

disciplina que tem extrema importância nos dias de hoje, bem com o fator de

desportivização da educação física, outro fator que vem preocupando os

educadores.

Este caderno esta organizado em quatro unidades, cada unidade aborda

um tema pertinente a elaboração do planejamento escolar. Sendo que as

temáticas serão desenvolvidas ao longo de 8 encontros, reunindo os

professores de educação física do Colégio Dom Alberto Gonçalves, Palmeira

Paraná. Cada unidade será estudada em um primeiro encontro e no seguinte

será feito uma reflexão e um debate sobre o tema.

O primeiro te a abordado é o currículo escolar, onde podemos visualizar

um breve histórico da educação física como disciplina escolar e também da

legislação que regulamenta a educação física na escola.

A segunda unidade aborda a importância do planejamento sob o olhar

dos PCNs principalmente no que diz respeito a cultura corporal confrontando

com a questão da desportivização do ensino da educação física.

A unidade três aborda a importância da educação física na escola

enquanto disciplina formadora de um individuo critico, que conhece o seu papel

na sociedade cumprindo com os seus direitos e deveres nessa sociedade.

E por fim a unidade quatro procura estabelecer parâmetros relacionando

o espaço ao material disponível na escola, para que os objetivos propostos

pela disciplinam sejam cumpridos durante o ano letivo.

UNIDADE 1 – Uma Reflexão sobre o Currículo Escolar

Um grande passo para qualquer atividade é a sua regulamentação,

sendo assim um grande marco para a educação física no Brasil não poderia

deixar de ser o parecer de Rui Barbosa no. 224 de 1882, sugerindo a

obrigatoriedade da educação física nas escolas. Entretanto, as dificuldades de

implantação como disciplina se estenderam até a promulgação do Decreto Lei

4.244 de 9 de abril de 1942, denominada Lei Orgânica do Ensino Secundário,

na qual a educação física tornou-se obrigatória nos estabelecimentos de

ensino, porém, na prática isso demorou muitas décadas para se concretizar. A

demora deu-se devido a teoria sofrer várias influências as quais traziam

divergências e indagações no que diz respeito aos conteúdos e a sua prática,

como por exemplo a influência militarista que tinha objetivos obviamente

militares e a influência higienista que visava a saúde do indivíduo. “Contudo,

observa-se na história da Educação Física uma distância entre as concepções

teóricas e a prática real nas escolas” (BRASIL, 1998, p. 21).

Ainda houve outras influências que vieram a se desenvolver durante as

décadas e algumas que deixaram grandes contribuições para a disciplina e

outras nem tanto, mas todas contribuíram em algum aspecto para a construção

dos conceitos que utilizamos atualmente.

Na Europa, em fins do século XIX, foi introduzida nas escolas em função dos benefícios que o exercício físico pode trazer para a saúde. Mas será o professor de Educação Física uma espécie de médico? Ou um auxiliar do médico? Qual o perfil que a sociedade traça desse profissional e o que dele espera? A evidente identificação com a Medicina foi o que, sem dúvida, deu status à profissão mas, lamentavelmente, afastou-a da sua verdadeira missão.”(OLIVEIRA, 1983, p. 5).

Na Europa, a educação física, no final do século XIX, era considerada

uma disciplina não tinha uma identidade definida, haja vista que estava

engatinhando ainda, o que fica claro é a importância da disciplina para a saúde.

Passada mais de quatro décadas, tornou-se obrigatória nas instituições

escolares no Brasil, e o começo da escalada rumo a sua afirmação enquanto

disciplina integrante do currículo escolar. Caminhada esta que já dura

aproximadamente um século de descobertas e mudanças de paradigmas, e

que ainda busca adaptar-se aos nossos padrões de sociedade. Atualmente

procura-se equilibrar todo o potencial de conhecimentos, raciocínio, mental,

com um bom potencial físico, uma qualidade de vida que dê melhores

condições de serem desenvolvidas as demais áreas de atuação na vida diária.

SAIBA MAIS

Embora não julgasse merecer um lugar de destaque no setor educacional, a intelectualidade brasileira já demonstrava preocupação com a Educação Física. A maior dessas manifestações aconteceu por intermédio de Rui Barbosa. Os seus pareceres (1882) sobre a Reforma de Ensino Leôncio de Carvalho (1879) constituíram num pequeno tratado sobre Educação Física. Baseado numa rigorosa e exaustiva análise da história da Educação Física, Rui Barbosa adianta-se, em muitos anos, aos que pensavam sobre o assunto no Brasil. Numa época em que os professores de Educação Física ainda usavam paletó e gravata, ministrando suas aulas dentro das salas e por entre as carteiras, as recomendações de Rui soaram como uma verdadeira utopia. Entre as citadas recomendações destacamos:

a) obrigatoriedade de Educação Física no jardim de infância e nas escolas primária e secundária, como matéria de estudos em horas distintas das do recreio e depois das aulas;

b) distinção entre os exercícios físicos para os alunos (ginástica sueca) e para as alunas (calistenia);

c) prática de exercícios físicos pelo menos quatro vezes por semana, durante 30 minutos, sem caráter acrobático;

d) valorização do professor de Educação Física, dando-lhe paridade, em direitos e vencimentos, categoria e autoridade, aos demais professores;

e) contratação de professores de Educação Física, de competência reconhecida, na Suécia, Saxônia e Suíça;

f) instituição de um curso de emergência em cada escola normal para habilitar os professores atuais de primeiras letras ao ensino da ginástica. OLIVEIRA, Vitor Marinho de. O que é educação física?. São Paulo:

Brasiliense, 2004. p. 25. Assista o documentário Pro Dia Nascer Feliz de João Jardim, que retrata o dia-a-dia de alunos em seis escolas brasileiras, testemunhando a complexidade

dos desafios do ensino brasileiro. [http://www.youtube.com/watch?v=g5W7mfOvqmU]

Contudo a obra enfatiza a escola como um ambiente democrático e isso

torna-se importante na construção do planejamento escolar que se concretiza a

partir da participação dos professores do estabelecimento de ensino

juntamente com a equipe pedagógica desde a elaboração do Projeto Político

Pedagógico até a construção do planejamento anual, na tentativa de organizar

os conteúdos trabalhados a cada aula por todos os professores do

estabelecimento, confrontando os PCNs com as DCEs, extraindo o melhor de

cada um para a realidade da escola na qual trabalhamos.

A participação do professor na elaboração do Projeto Político-

pedagógico da escola, em todas as suas fases, e com garantias de livre

expressão e comunicação entre os diferentes grupos, pode oferecer melhores

condições para a elaboração do seu plano de ensino e provavelmente

contribuirá no desenvolvimento de uma prática articulada com as finalidades

educacionais definidas pelo coletivo.

Podemos crer que a educação é um meio de pelo qual as classes

sociais afirmam seus interesses, ou seja, a luta pelo direito de suprir suas

necessidades básicas indispensáveis para a sobrevivência dentro de condições

dignas de existência, pois os interesses das classes sociais são diferentes e

principalmente vão em sentidos opostos (OLIVEIRA, 2004). É coerente afirmar

que existe ai um conflito, e que é este conflito quando se torna acirrado da

origem a novas pedagogias, e isso ocorre quando a pedagogia utilizada não

corresponde aos interesses das classes.

Um projeto político-pedagógico representa uma intenção, ação deliberada, estratégia. É político porque expressa uma intervenção em determinada direção e é pedagógico porque realiza uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade explicando suas determinações.” (CASTELLANI FILHO

1, 1993, p. 25).

Desta forma, afirmando categoricamente que o projeto político

pedagógico bem elaborado, com objetivos claros e bem definidos é obrigação

de todo educador, pois a sua prática pedagógica estará delimitada pelos

preceitos da ética e da moral.

1 Coletivo de Autores é a denominação dada aos seis autores do livro Metodologia do Ensino de

Educação Física, publicado em 1992, pela Editora Cortez. Esta obra é referência importante no campo da produção do conhecimento em Educação Física.

Reconhecemos as inúmeras dificuldades que o espaço escolar

apresenta, vale apontar, como exemplos, a diversidade cultural e dificuldades

no processo ensino-aprendizagem. Exatamente por tais motivos, evidenciamos

a necessidade da construção do Projeto Político-pedagógico e a importância de

uma organização coletiva onde as comunidades educativas, por meio do

diálogo, examinem e questionem as relações de poder, construam

democraticamente o currículo da escola e articulem-se num movimento de

ação-reflexão-ação de modo a serem respeitados como sujeitos, autores de

sua própria prática.

Portanto não podemos deixar de citar a importância da “Concepção de

currículo ampliado” assunto tratado no Item 2 do primeiro capitulo do Coletivo

de Autores (1993), onde a idéia principal nos remete a função do currículo na

sociedade, ou seja, que pela ótica do aluno o currículo deve propiciar a sua

reflexão diante a realidade social, onde: “[...] a amplitude da qualidade dessa

reflexão é determinada pela natureza do conhecimento selecionado e

apresentado pela escola, bem como perspectiva epistemológica, filosófica e

ideológica adotada.” (Coletivo de Autores,1993 p. 84) Nesse sentido, é

importante salientar que as disciplinas escolares formam um conjunto o qual

expressa uma dimensão da realidade e não a sua totalidade, e que a

associação dos conteúdos curriculares combinados com a vivência na

sociedade, suas referencias fora do ambiente escolar irão moldar o cidadão,

desenvolvendo no ser humano a capacidade de refletir sobre o seu papel na

sociedade.

Por tanto, se faz necessário refletir a historia da educação física, porém

vale lembrar que essa necessidade não é uma particularidade da educação

física, mas de todas as disciplinas, haja visto que os erros cometidos no

passado referentes as práticas exercidas na docência com a intenção de

alcançar os objetivos propostos pela disciplina.

SUGESTÃO DE LEITURA

Texto: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO FRENTE À SOCIEDADE COMTEMPORÃNEA, Pedro Ferreira Reis, Ms. Educação Física e Saúde – Ms. Ergonomia, Professor da SEED – Paraná. RESUMO: O artigo procura mostrar um estudo da atual realidade da Educação Física escolar no Ensino Médio e as novas vertentes emergentes na área da Educação Física. Verifica-se hoje, um alto índice de esportivação nos ambientes escolares, oriundos principalmente da falta de identidade enquanto disciplina curricular da Educação Física Escolar. O avanço tecnológico, através da mídia e informática, alterou significativamente o comportamento dos adolescentes. Neste sentido, se torna indispensável uma nova metodologia no campo da Educação Física Escolar amparada pela nova Lei de Diretrizes e Bases de nº9394 de, 20 de dezembro de 1996, frente às novas metodologias, aberta, crítico-superadora, construtivista e crítico-emancipadora, as quais, com suas peculiaridades e similaridades, emergem como o melhor caminho a ser seguido para que a Educação Física Escolar tenha sua própria identidade, formando uma disciplina compromissada com a transmissão e produção de conhecimentos em todos os níveis de ensino, principalmente no Ensino Médio.

ATIVIDADES

Questões para reflexão

01 – No seu entendimento a Educação Física escolar vem cumprindo com os objetivos propostos no PPP consecutivamente PTD? 02 – No dia a dia da escola você já foi questionado sobre a importância da educação física dentro do currículo escolar? Relate: 03- Os momentos destinados a planejamento e replanejamento dentro da escola são suficientes para elaborar e adequar o seu planejamento?

ANOTAÇÕES

UNIDADE 2 – A Importância do Planejamento

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os critérios de

seleção e organização de conteúdos a serem ministrados no ambiente escolar

devem levar em consideração os seguintes aspectos: relevância social, a

características dos alunos e a característica da própria área.

Podemos perceber que a escolha dos conteúdos a serem aplicados nas

aulas de educação física, além de facilitar o planejamento das aulas, torna-se

importante no processo de ensino aprendizagem, pois é por meio desta

escolha feita após a análise do perfil da turma, que o professor de educação

física consegue despertar o interesse dos alunos, além de obter melhores

índices de participação em suas aulas.

2.1 A Educação Física como Cultura Corporal

O ser humano desde suas origens produziu cultura. É preciso considerar

que não se trata do sentido mais usual do termo cultura, empregado para

definir certo saber. Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas foram

incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a

dança, a ginástica e a luta. A Educação Física escolar pode sistematizar

situações de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a

conhecimentos práticos e conceituais. É fundamental também que se faça uma

clara distinção entre os objetivos da Educação Física escolar e os objetivos do

esporte, da dança, da ginástica e da luta profissionais, pois, embora seja uma

referência, o profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola.

É tarefa da Educação Física escolar, portanto, é garantir o acesso dos

alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo

pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de

apreciá-las criticamente.

Para Makarenko a educação se faz pelo coletivo, a função do professor

é de mediador do conhecimento definindo a educação como um processo

social de tomada de consciência de si próprio, onde o discente participa

ativamente do processo, esse valor é destacado na pedagogia de Freinet

defendida por Paulo Feire através de uma concepção humanista da educação,

condenando a passividade do aluno na transmissão do conhecimento como

mero expectador (pedagogia tradicional).

[...} não imagino como se poderia educar um coletivo, pelo menos um coletivo infantil, se não houver um coletivo de pedagogos. Não resta dúvidas de que não se poderia fazê-lo se cada um dos pedagogos de uma escola realiza, separadamente, o seu trabalho segundo o seu próprio entendimento e desejo.” (Makarenko, 1981, p.65)

O ato de ensinar requer algumas reflexões, pois simples fato de expor

um conteúdo a um indivíduo não exprime a ação pedagógica de ensinar. Para

Nadal e Papi (2007, p. 18), “Diferente do que se pensa, ensinar não é algo

natural, uma tarefa simples. Ao contrario, o trabalho de ensinar é complexo,

pois envolve o elemento humano em situações únicas, imprevisíveis”.

Neste sentido, enfatizo a necessidade de uma discussão coletiva

quando da elaboração do planejamento escolar, pois identificar e discutir a

realidade em que cada estabelecimento de ensino esta inserido é um fator

importante no processo de construção do conhecimento. Segundo Freire

(1996, p.68), na docência o professor precisa mover-se com muita clareza em

sua prática, sendo necessário: “[...] conhecer as diferentes dimensões que

caracterizam a essência da prática, o que pode me tornar mais seguro no meu

próprio desempenho”.

O Planejamento é o momento em que o professor coloca no papel todo

o processo pedagógico da sua disciplina com o objetivo de organizar os

conteúdos de tal forma que aluno consiga captar o conhecimento necessário

para seu desenvolvimento enquanto ser social, e para que isto se concretize

não podemos esquecer-nos das palavras de Freire, (1996, p 23) “Não há

docência sem discência”. Ou seja, o verdadeiro educador é aquele que ao

ensinar oportuniza a discussão e a reflexão entre os docentes, destacando a

importância do papel do professor como articulador e mediador do

conhecimento e não apenas um repassador de conteúdos.

O fato de iniciar o ano letivo sabendo que no decorrer deste por

inúmeras vezes o professor vai encontrar durante suas aulas outro colega

professor ocupando o mesmo espaço e o mesmo material no mesmo horário

de sua aula, faz com que se sinta desmotivado já na elaboração do

planejamento. Considerando que os horários elaborados pela equipe

pedagógica não priorizam a utilização dos espaços nem o material disponível

para a disciplina de educação física. E ainda existe a possibilidade de um ou

mais professores precisarem faltar, um planejamento feito antecipadamente

poderá auxiliar a equipe pedagógica no sentido de qual local esta disponível

para adequar a turma ou as turmas da melhor forma possível.

SAIBA MAIS

Na área de Educação Física Escolar há muitas discussões sobre os conteúdos que devem ser trabalhados pelos professores, as abordagens e áreas de conhecimentos que ela abrange, além disso, estudamos o movimento, com técnicas sofisticadas buscando a perfeição e adotamos como nossos conteúdos das áreas mais diversas como as médicas, as biológicas e humanas entre outras, por muitas vezes como docentes esquecemos, o nosso ponto chave que é o ser humano historicamente criado e culturalmente desenvolvido de uma maneira integral e única, destacado pelo Coletivo de Autores (1998).

Como podemos ver a formação profissional do profissional de Educação Física sempre foi muito precária DAOLIO (2004) ressalta, os profissionais formados por volta de 1980 tinham como formação a predominância de conhecimentos voltados para a área biológica, tais profissionais não tiveram acesso às discussões socioculturais e ainda o mesmo autor, o corpo era visto como um conjunto de sistemas e não como cultura, o esporte era de alto rendimento ou passa tempo, não lidava com os fenômenos políticos e culturais da época, a Educação Física não tinha o caráter cultural, essa concepção nos chama atenção para as atuais dificuldades que encontramos ainda nos dias atuais.

O Coletivo de Autores vem reforçar a citação acima e nos mostrar uma nova tentativa de inovar e buscar uma nova reflexão para a Educação Física quando destaca, no passado a perspectiva da Educação Física, tinha como objetivo o desenvolvimento da aptidão física do homem, onde a contribuição histórica é relativa aos interesses da classe dominante, mantendo uma estrutura capitalista, mas hoje nossa área começou a ter uma nova reflexão, sob um aspecto lúdico buscando investigar a criatividade humana e à adoção de uma postura investigativa e produtora de cultura. Artigo:Tatiana Cortez Nunes;Yara Aparecida Couto: Educação Física Escolar e Cultura Corporal de Movimento no Processo Educacional.

2.2 A organização do Conhecimento

Quando falamos em organização do conhecimento em educação física o

primeiro ponto que devemos considerar é a cultura corporal, segundo o

Coletivo de Autores “O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua

intencionalidade para o lúdico, o artístico, o agonísticoi, o estético ou outros,

que são representações, idéias, conceitos produzidos pela consciência social”.

(CASTELLANI FILHO, 1993, p. 62)

Sendo assim podemos afirmar que o professor tem um objetivo ao

trabalhar um conteúdo, por exemplo, aperfeiçoar uma determinada técnica em

um determinado esporte. Já o aluno durante esta prática da um sentido

pessoal, exemplo a auto estima, etc. Desta forma o professor ao trabalhar um

conteúdo precisa estabelecer um significado entre os objetivos do homem e os

objetivos da sociedade, estabelecendo uma reflexão sobre as relações de

interdependência que o jogo, o esporte, a ginástica, a dança, etc... tem com os

problemas sócio-politicos atuais, sejam eles ecológicos, de saúde pública, de

preconceito ou distribuição de renda.

“A educação não vira política por causa da decisão deste ou

daquele educador. Ela é política.” (Paulo Freire)

SUGESTÃO DE LEITURA

Texto: Retrato dos professores de Educação Física das escolas estaduais do

estado de São Paulo; Coletivo de autores USP – São Paulo – publicado na revista Motriz, Rio Claro, v.14 n.4, p.418-428, out./dez. 2008 RESUMO: Com base em um questionário que abrangeu 2700 professores de Educação Física da rede estadual de ensino de São Paulo, buscou-se construir um perfil do professor e obter um retrato das condições disponíveis para a prática profissional. Entre outros resultados, encontrou-se que os professores têm entre 30 e 40 anos de idade, 77% se formaram em instituições privadas, 64,69% têm mais de 10 anos de experiência, 61,32% ministram mais de 30 h/semana de aulas, 53,47% trocaram de escola ao menos três vezes nos últimos cinco anos e, para 87% deles, o material didático é o principal problema.

ATIVIDADES

Questões para reflexão

01 – O que você entende por cultura corporal? 02 – Você considera importante a organização dos conhecimentos? explique:

ANOTAÇÕES

UNIDADE 3 – A finalidade da Educação Física

A reflexão a sobre o conhecimento a ser produzido em Educação Física

é ponto culminante na elaboração do planejamento, ou seja: os profissionais da

área dominam os conhecimentos a serem produzidos? Que segundo Castellani

1993, a formação do docente esta embasada em princípios higienistas,

voltados para o rendimento físico esportivo sofrendo influencias dos processos

de automação da força de trabalho em nossa sociedade, com parte das

atenções voltadas para o corpo. Ou seja, a formação acadêmica pode levar o

profissional por vários caminhos, mas a preocupação com a saúde e a

competitividade estão muito evidentes em nossa sociedade, levado pelos

padrões capitalistas de consumo, estabelecendo uma relação entre o trabalhar

muito e consumir bastante por um longo período de tempo.

Muitas e variadas seriam as maneiras pelas quais poderíamos exemplificar – para trocarmos em miúdos – o até aqui aludido

ii. No

entanto, optamos por fazê-lo através do esporte e, em particular, do futebol, enquanto manifestação cultural corporal de natureza esportiva.” (CASTELLANI, 1993, p 42).

Para estabelecer um parâmetro basta indagar a nossas crianças qual

gostaria de ser um jogador de futebol famoso, em considerar quantos pais

plantam esse sonho na vida dos filhos, a chance de uma vida cheia de riquezas

e muita fama.

A Educação Física precisa assumir na escola, a responsabilidade de

formar cidadãos capazes de se posicionar criticamente diante de novas formas

de cultura corporal de movimento. Formando o cidadão que vai produzir,

reproduzir e transformar essa cultura corporal.

[...] ao buscar o desenvolvimento e aprimoramento da Competência Social na formação educativa escolar, procura-se que o aluno adquira a qualificação sóciohistórico-cultural necessária para promover o desenvolvimento de uma racionalidade crítica, autônoma e dialeticamente participativa nos mundos produtivo, sócio-político e simbolizador, como dimensões complexas da realidade que refletem, dentre outros aspectos, as contradições e as desigualdades da vida social.” (MUÑOZ PALAFOX, G. et. al. 2011, p.13)

A Educação Física enquanto área de conhecimento deve, em primeiro

lugar, assim como o nome diz, ter um conhecimento a ser estudado. Dessa

maneira, esse conhecimento deve ser ensinado em todas as séries da

educação, tendo uma contribuição para a vida cotidiana do cidadão por meio

dos saberes pertencentes à área.

A prática da atividade física é importante para a promoção da saúde dos

indivíduos, ao ser aplicado na escola tal prática vai além desse benefício, pois

é possível trabalhar os inúmeros aspectos relacionados ao desenvolvimento,

crescimento, características motoras, cultura corporal, questões de

sociabilidade, afetividade, cooperação, aptidões físicas, formação do cidadão e

outros.

Sendo assim, a Educação Física, como um componente curricular

pertencente a escola, também compõe o quadro da formação para a cidadania

e para a aquisição de subsídios para o cidadão usufruir, conhecer e desfrutar

da Cultura Corporal de Movimento, consciente de seus direitos ao lazer, a

alimentação saudável, ao hábito de práticas corporais com respeito aos

próprios limites e aos dos outros.

De acordo com a LDB 9.394/96 a educação física possui as seguintes

finalidades específicas: consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos

no ensino fundamental; possibilitar o prosseguimento dos estudos; preparar

para o trabalho e cidadania desenvolver habilidades como continuar a prender,

capacidade de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação e

aperfeiçoamento; aprimorar o educando como ser humano, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento

crítico; e compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando teoria e prática.

SAIBA MAIS

Os objetivos da Educação Física (saúde, performance, etc.) variam de acordo com diversos fatores que influenciam os professores e as instituições de ensino. Esta pesquisa possibilitou a compreensão do papel da Educação Física atualmente na escola e a reflexão da prática docente que poderá auxiliar na elaboração de novas propostas pedagógicas para a disciplina. Com a realização desta, podemos constatar que para a maioria dos entrevistados o

maior objetivo da Educação Física escolar é o desenvolvimento humano, consequentemente o motor; para os investigados a Educação Física na escola não está sendo bem trabalhada e associam este fato aos dilemas e contradições que existem na formação dos professores. Além das práticas vazias, sem reflexões para os alunos; falta de saberes adquiridos na formação acadêmica há também a falta de reflexão do professor sobre suas práticas e sobre a disciplina; portanto, a sugestão para reversão deste quadro é a associação da teoria e prática, mudança no comportamento e atitude do professor e a utilização concreta da ação pedagógica voltada para a Educação Física. Para compreendermos de forma mais crítica a importância da Educação Física escolar, busca-se normalmente ferramentas que possam auxiliar no processo, uma delas é a reflexão da sua própria prática. Muitos dos profissionais que hoje atuam na área da Educação Física não possuem tempo, ou até mesmo interesse, em refletir sobre o papel que possuem na sociedade. O que se percebe é uma grande quantidade de profissionais que dizem compreender o papel fundamental da profissão, mas que sequer têm argumentos para convencer seus alunos dessa importância. SORATO, Maurício; HUF, Tânia; MIRANDA, Simone de; A importância da educação física escolar – Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3484_2122.pdf - ultimo acesso em 21/11/2013

SUGESTÃO DE LEITURA

Portal da Educação Física: http://www.educacaofisica.com.br/; NISHIIYE, Érika; PALMA, Ângela P. T. V.; Educação Física e o Processo De Ensino-Aprendizagem: Relações Indissociáveis – UEL – 4º. COMPEF – Disponivel em: http://www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigocomoral26.pdf ; MELLES, Carlos; Educação Física Escolar: em entrevista para o Jornal

ESTADO DE MINAS, do dia 18 de agosto de 2000. Caderno de Esportes.

Disponível em: http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3457 .

ATIVIDADES

01 – Na sua visão, a educação física enquanto disciplina escolar tem cumprido

com o seu papel social?

02 – Existem ações dentro da disciplina que podem ajudar a melhorar as

chances de alcançar os objetivos propostos no planejamento de maneira mais

ampla? Se acha que sim cite quais acções.

ANOTAÇÕES

UNIDADE 4 - Considerando o material e os espaços

Considerando a disponibilidade de material com o espaço oferecido pela

escola de tal forma que a autonomia do professor não seja afetada,

aumentando as possibilidades de alcançar os objetivos buscados na disciplina

de educação física. Dentro desta perspectiva temos a função social da

Educação Física dentro da escola que segundo Saviani, “[...] a relação

pedagógica tem na sua prática social o seu ponto de partida e o seu ponto de

chegada, resulta inevitável concluir que o critério para se aferir o grau de

democratização atingido no interior das escolas deve ser buscado na prática

social.” (SAVIANI, 1983, p. 86).

Ao dar a necessária atenção ao espaço físico escolar, teremos uma

melhora significativa no ensino da Educação Física, pois serão nesses espaços

em que a elaboração do conhecimento, a criatividade, a formação crítica e os

objetivos traçados pelo professor tomarão formas. Caso contrário, a Educação

Física, enquanto educação, tenderá a reproduzir modelos técnicos e

mecânicos, como vemos atualmente, "[...] uma neurótica luta contra segundos

e a favor dos centímetros" (OLIVEIRA, 2004, p. 105).

Tomando como o exemplo do Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves,

onde temos uma quadra coberta com aproximadamente 200 m2, onde existe a

possibilidade de ser utilizado o espaço para a prática de exercícios de

aquecimento, alongamento, exercícios individuais e em grupos, com ou sem

bola, de uma maneira confortável por até dois professores, sendo metade da

quadra para cada um. Ainda há a possibilidade do professor trabalhar a

fundamentação do voleibol, existem 4 quadras de mini vôlei ao lado da quadra

coberta que podem ser utilizadas simultaneamente. Ainda existe uma quadra

alternativa sem cobertura que possui aproximadamente 160 m2, que conta com

um par de traves para futsal, possui suporte para tabelas de basquete e os

furos no piso para suporte de rede do vôlei, e ao fundo uma pista para

atletismo com caixa de areia para saltos. E ainda temos o salão, que

normalmente é utilizado para reuniões e eventos culturais, mas também pode

ser utilizado com ambiente coberto e protegido do frio para exercícios sem

bola, laboratório de informática que pode ser utilizado como ferramenta de

pesquisa durante as aulas, bem como a biblioteca do colégio.

Entretanto, é necessário um planejamento prévio e bem elaborado feito

coletivamente, de tal forma que quando cada professor for construir o seu

planejamento no inicio do ano letivo que o faça considerando os conteúdos a

serem trabalhados de forma que a modalidade a ser desenvolvida durante os

bimestres não coincida com as modalidades trabalhadas pelos outros colegas

nos espaços que poderão ser utilizados além da sala de aula.

Exemplo:

1º. BIMESTRE

Professor A: Basquetebol

Professor B: Voleibol

Professor C: Futsal

Professor D: Handebol

Professor E: Atletismo

Quadra

coberta

Quadra

descoberta

Mini

vôlei

salão biblioteca Lab. de

info

Pista de

atletismo

Professor A X x

Professor B x x

Professor C X x

Professor D x x

Professor E x x

Figura 01 Figura 02

Acervo do autor

4.1 Outros fatores relevantes a prática da atividade física

Considerando ainda podemos pensar nas condições climáticas da

região, março como um mês de muita chuva, atrapalhando muitas vezes a

utilização quadra coberta porém esta aberta nas laterais, caso a chuva seja

com ventos é grande a possibilidade de molhar todo o piso, tornando-o

escorregadio e os meses de junho, julho e agosto onde as temperaturas

costumam ser baixas principalmente nos primeiros horários da manhã e nos

últimos da tarde.

Desta forma o material utilizado pelos professores também estará

disponível integralmente por modalidade para um único professor sem a

necessidade de dividir com outra turma que eventualmente esteja com aula no

mesmo horário.

Existe também a questão da disponibilidade de banheiros com vestiário

e bebedouros. A prática da atividade física requer uma vestimenta adequada,

ou seja: tênis, calça de agasalho ou calção e camiseta, dependendo dos

fatores climáticos, econômicos e sociais de cada região no turno em que ocorre

a aula podendo fazer com alunos do noturno que trabalham precisem trocar de

roupa para realizar a aula, bem como alunos do período da manhã vierem

vestindo roupas para frio e ao realizarem uma aula perto do meio dia precisem

trocar de roupa, colocar uma roupa mais leve, da mesma forma alunos que por

ventura tiverem aula logo após as 13:00 horas no verão, e posterior precisem

assistir aula outras aulas, o suor é inevitável na prática da atividade física

mesmo que leve sob uma temperatura média de 21 a 30º. C que seria a

temperatura de verão média na região segundo o site da Secretaria de Turismo

do Estado do Paraná: Durante o verão, a temperatura média é em torno de 21

°C, mas pode subir acima de 30 °C em dias mais quentes. Ondas de calor

durante o inverno e ondas de frio no verão não são incomuns e mesmo dentro

de um único dia pode haver uma grande variação, uma característica típica do

clima subtropical.

Ainda a questão da hidratação é bastante importante principalmente da

atividade física no verão, ou seja a presença de bebedouros próximo aos locais

da pratica de educação física na escola são de extrema importância.

A quadra coberta é fator preponderante para a pratica da atividade

física, pois, a exposição ao sol é fator de risco tanto para os alunos quanto para

os professores, bem com a chuva, vento e frio.

A ausência de linhas demarcatórias nas quadras também influencia a

qualidade do ensino, podemos observar que muitas das escolas estaduais têm

suas linhas demarcatórias confeccionadas fora das medidas oficiais e em

péssimo estado de conservação quando não estão totalmente apagadas.

A existência ou não de telas de proteção ao redor da quadra também

deve ser considerado como fator importante para o local da prática pois a

segurança das pessoas que transitam ao redor desse espaço deve ser

assegurada, bem como o patrimônio do estabelecimento no que diz respeito a

vidraças e telhas que eventualmente podem se quebrar com o impacto de uma

bola chutada ou arremessada involuntariamente.

O piso normalmente de cimento não pode estar com rachaduras,

irregularidades, desníveis etc. podendo também comprometer tanto a

segurança dos alunos como a dos professores que a utilizam.

Os espaços para a realização das aulas de educação física devem ser

afastados de outros ambientes como: biblioteca, salas de aula, secretaria,

salas de estudo, onde o barulho normal da aula possa causar desconforto aos

outros estudantes devido à interferência sonora.

Outra questão importante é a existência de turmas com horários vagos

disputando o mesmo espaço das aulas de educação física, proporcionando

interferências no trabalho pedagógico do professor. No entanto os ambientes

planejados para momentos de lazer devem ser bem sinalizados e delimitados.

Deve se pensar também na iluminação do espaço disponível para as

praticas, pois na existência do ensino noturno esta deve ser de boa qualidade.

Local adequado para se guardar os matérias de educação física também

deve ser considerado, haja visto que o professor de educação física tem

prioridade sobre esses materiais, bem como a conservação desse material se

da pelo correto armazenamento.

A ausência e a pouca qualidade de espaço físico e de instalações para o

ensino da educação física podem ser entendido como a desvalorização social

desta disciplina e o descaso das autoridades para com a educação destinada

às camadas populares.

Figura 03 Figura 04

Acervo do Autor

SAIBA MAIS

O espaço físico escolar possui grande importância para o corpo discente, uma vez que este será cenário diário de estudo, discussões, debates, reflexões, convívios sociais e lazer. Deve ser convidativo para os alunos, representando relações de intimidade e afetividade, que pode se manifestar através de apreciação visual ou estética e pelos sentidos a partir de uma longa vivência.

Há um potencial para criar vínculos afetivos e possibilitar um ambiente facilitador para o desenvolvimento social, além de estabelecer ou restabelecer valores como preservação e valorização de um espaço público.

Enfim, numa perspectiva escolar, o espaço físico é analisado por Escolano (1998):

"Os espaços educativos, como lugares que abrigam a liturgia acadêmica, estão dotados de significados e transmitem uma importante quantidade de estímulos, conteúdos e valores (...), ao mesmo tempo em que impõem suas leis como organizações disciplinares" (p.27).

Numa escola alguns itens aparecem como necessários para um bom funcionamento e desenvolvimento da instituição como um todo.

Nessa perspectiva, pensar, planejar e organizar espacialmente de maneira correta a infra-estrutura de uma escola pode contribuir para um aprendizado diferenciado. Segundo a LDB, lei 9.394 de 1996, de diretrizes e bases da educação brasileira, o Estado tem o dever de garantir "padrões mínimos de qualidade de ensino definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem" (Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999, p.40).

É sabido que escola é uma organização de prestação de serviços educacionais; que todo e qualquer aluno tem direito aos mesmo

os serviços, no mesmo padrão de qualidade, independentemente da localização ou do tamanho da instituição de ensino que freqüentem; que o tratamento do ambiente escolar com base na idéia de prestação de serviços deve privilegiar os fins e não os meios.

A Educação Física encontra-se atrelado a esta problemática. Mesmo com uma área inadequada de trabalho, nenhuma disciplina deve diminuir a sua qualidade ou ausentar certos conteúdos por questões estruturais e todos os alunos têm que possuir uma aprendizagem igualitária com o mesmo lidar pedagógico.

Por: Marcelo da Cunha Matos – disponível em:

http://cev.org.br/biblioteca/espaco-fisico-escolar-objeto-indispensavel-para-

educacao-fisica/

SUGESTÃO DE LEITURA

FALCO, Fernanda de; KOK, Maria da Gloria Porto: A importância do espaço

na educação infantil

ATIVIDADES

01 – Discuta com seu colegas e elaborem um modelo de organização de

conteúdos e espaço que possa ser aplicado no colégio.

ANOTAÇÕES

REFERENCIAS:

BBC BRASIL. Sedentarismo mata tanto quanto cigarro, diz estudo. , 2013.

Disponível em: <http://http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/sedentarismo-mata-tanto-quanto-cigarro-diz-estudo,d88fb8496b998310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 24 jun. 2013.

BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: Educaçãoo Física. Brasilia - Df: Mec/sef, 1998.

CARMEN LUCIA SOARES. Metodologia do ensino de educação física:

Coletivo de Autores. São Paulo: Cortez, 1993.

CASTELLANI FILHO, L. et al. Politica educacional e educação física. Campinas, SP; Autores Associados, 1998.

CORRÊA, Ivan Livido de Senna e MORO, Roque Luiz. Educação Física Escola: reflexãoe ação curricular. Ijuí, RS; Ed. Unijui, 2004.

EMÍLIO G. MÉDICI. Lei de diretrizes e bases da educação nacional : LEI N. 5.692, de 11 de agosto de 1971.. , 1971. Disponível em: <http:// www.jusbrasil.com.br/legislacao/115100/decreto-69450-71>. Acesso em: 30 may. 2013.

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2003.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Diretrizes gerais para a educação física / desportos 1980/85. Brasilia - Df: Ufg, 1981.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças ligadas á obesidade custam r$ 488 milhões. , 2013. Disponível em:

<http://http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/9905/162/doencas-ligadas-a-obesidade-custam-r$-488-milhoes.html>. Acesso em: 24 jun. 2013.

MUÑOZ PALAFOX, G. et. al.., EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Conceito e Fundamentos Filosófico-Pedagógicos Para o Pctp/Ef1. , disponível em: http://www.nepecc.faefi.ufu.br/PDF/321_conceito_ef.pdf, ultimo acesso em 21/11/2013.

NADAL, B.G.;PAPI, S.O.G. O trabalho de ensinar: desafios contemporâneos. In: NADAL,B.G.(Org) Práticas Pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2007. NISHIIYE, Érika; PALMA, Ângela P. T. V.; Educação Física e o Processo De Ensino-Aprendizagem: Relações Indissociáveis – UEL – 4º. COMPEF – Disponivel

em:

http://www.uel.br/eventos/conpef/conpef4/trabalhos/comunicacaooralartigo/artigocomoral26.pdf último acesso em 20/11/2013

PAULO FREIRE. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários para a prática educativa. São Paulo: Paz E Terra, 1996. (Coleção leitura).

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. 25.ª ed. São Paulo, Cortez: Autores Associados, 1991.

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica educação física. Curitiba-pr: Imprensa Oficial do Estado, 2008.

VITOR MARINHO DE OLIVEIRA. O que é educação física?. São Paulo: Brasiliense, 2004.

i Significado de agonístico: adj (gr agonistikós) Que se refere aos combates atléticos da antiga Grécia.

ii Significado de Aludido: Citado, mencionado e referido.