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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

TÊNIS DE CAMPO NA ESCOLA. OPORTUNIZANDO ALUNOS DA ESCOLA PÚBLICA A PRATICAR UM

ESPORTE ELITIZADO

CURITIBA

2014

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LUCIANE UKACHENSKI

Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação (SEED) e Superintendência da Educação (SUED) sob a orientação do Professor MS Carlos Eduardo da Costa Schneider como requisito parcial para a obtenção de titulação.

CURITIBA

2014

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IDENTIFICAÇÃO

ARTIGO FINAL . Área PDE: Educação Física. . Professora PDE: Luciane Ukachenski . Professor Orientador IES: Carlos Eduardo da Costa Schneider . IES Vinculada: UTFPR . Escola de Implementação: Escola Estadual Divina Pastora . Município: Campo Magro. . NRE: Área Norte

. Público objeto da intervenção: Alunos do Ensino Fundamental – 6 Ano D . Linha de Estudo: Cultura Corporal Ponte de Análises

. TÍTULO: Tênis de Campo Na Escola. Oportunizando Alunos da Escola Pública a

Praticar Um Esporte Elitizado

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SUMÁRIO.

TÊNIS DE CAMPO NA ESCOLA. ............................................................................... 1 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 8 3. PROBLEMA /PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................ 9 4. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10

4.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 10 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 10

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11 5.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DO TÊNIS ........................................................... 11 5.2 TÊNIS NO BRASIL.......................................................................................... 12 5.3 REGRAS E NOMENCLATURAS CARACTERISTICAS DO ESPORTE.........13 5.3.1 NO JOGO ..................................................................................................... 14 5.3.2 O PONTO ..................................................................................................... 14 5.3.3 O GAME ....................................................................................................... 14 5.3.4 O SET .......................................................................................................... 14 5.3.5 CONTAGEM JOGO DE DUPLAS ................................................................ 15 5.4 NOMENCLATURA .......................................................................................... 16 5.5 TORNEIOS ...................................................................................................... 16 5.6 EMPUNHADURAS E FUNDAMENTOS .......................................................... 17 5.7 O TENIS DE CAMPO COMO UM MEIO DE SOCIALIZAÇÃO. ...................... 17 5.8 MOTIVAÇÃO PARA O ENSINO DO TENIS DE CAMPO NA ESCOLA PÚBLICA. .............................................................................................................. 19 5.9 AS DIRETRIZES CURRICULARES E O ESPORTE. ...................................... 20

6.0 METODOLOGIA .................................................................................................. 21 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................ 21 6.2 INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 22 6.3 UNIVERSO DA PESQUISA ............................................................................ 22

7.0 RESULTADO E DISCUSSÕES .......................................................................... 23 7.1 TABELA 01 QUESTÃO 01.............................................................................. 23 7.2 TABELA 02 QUESTÃO 02.............................................................................. 25 7.3 TABELA 03 QUESTÃO 03.............................................................................. 26 7.4 TABELA 04 QUESTÃO 04............................................................................. 26 8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 28 9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 30

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1. INTRODUÇÃO.

A Educação Física escolar tem valor inestimável no processo educativo ao

oferecer a oportunidade de vivenciar diferentes atividades esportivas que

possibilitam a socialização, o desenvolvimento físico e a coordenação motora.

(GALLARDO, OLIVEIRA E AVARENGA, 1998, p. 25). Consideramos essa questão

demasiadamente relevante pela possibilidade de agregar novas opções e valores

humanos nas aulas de educação física escolar e oportunamente difundir a cultura do

esporte tênis de campo em benefício da sociedade, no sentido de proporcionar a

sua prática para um maior número de pessoas e atingir distintas classes sociais,

especialmente para contribuir na formação e desenvolvimento integral do aluno.

Diante da diversidade de conteúdos propostos para a Educação Física

Escolar, é notável que a inserção do tênis de campo na grade curricular constitui um

importante meio educacional, pois propicia um desenvolvimento integral e dinâmico

nas áreas cognitiva, afetiva, linguística, social, cultural e motora dos alunos.

A Educação Física no decorrer dos anos passou de um mero instrumento de

preparação do corpo do homem para um dos processos mais coerentes de formação

psico-motor-sócio-cultural, ou seja, ela é considerada hoje, uma das disciplinas mais

importantes do currículo educacional, sendo responsável não só pela formação do

homem propriamente dito, mas, também, introdutor desse mesmo homem como ser

social, integrando-o na sociedade como um cidadão (SANTOS et al., 2006).

As aulas de educação física, permitem aos alunos vivenciarem diferentes

práticas corporais oriundas das mais diversas manifestações culturais e das mais

variadas combinações de influencias presentes na vida cotidiana dos indivíduos.

Estas influências podem ser evidenciadas nas danças, nos esportes, nas lutas, nos

jogos e nas ginásticas que compõem um vasto patrimônio cultural a ser valorizado,

conhecido e desfrutado por todos.

As DCE (2008) relatam que ao olhar para a experiência docente, verifica-se à

manifestação de formas de atuação diversas e em lugares diversos, porém é preciso

a articulação de pluralidade de experiências ao ensino cotidiano do professor.

Estas diretrizes também evidenciam que nesta diversidade podem ser

incluídos às origens dos diferentes esportes e suas mudanças na história, os

princípios básicos, táticas e regras destes e os elementos que constituem os

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mesmos, tais como: arremessos, deslocamentos, passes, fintas, receber e rebater,

as práticas esportivas dos esportes com e sem materiais e equipamentos.

Observa-se um interesse crescente em relação ao Tênis de Campo, seja em

virtude do aumento de locais disponíveis para a sua prática, seja pelo espaço cada

vez maior dedicado pela mídia a esta atividade.

Amplia-se, portanto, o mercado do profissional de Educação Física que pode

trabalhar com o ensino básico do Tênis de Campo não apenas nos clubes e

academias como ocorria até pouco tempo atrás. A quadra de dimensões oficiais e a

aula tradicionalmente individualizada não se constituem mais em requisitos

fundamentais para a prática elementar deste esporte.

O tênis é considerado pela maioria das pessoas como um esporte elitizado,

porém, muitos desconhecem que este é praticado por mais de oito milhões de

pessoas em mais de duzentos países ( CRESPO, 1999 ).

Atualmente são comuns os professores de Educação Física, catalogarem o

tênis como um esporte individualista, tecnicamente difícil, caro e pouco atraente aos

alunos.

O tênis no âmbito escolar deve sempre buscar o lúdico e o desenvolvimento

geral do aluno deixando de lado o espírito agonístico do desporto, prevalecendo

assim os aspectos de cooperação e socialização característicos do ensino

fundamental. Ele propicia ao aluno o desenvolvimento de algumas potencialidades

como concentração e cooperação, que são importantes para o seu desenvolvimento

geral e que também são necessárias para a aprendizagem em outras disciplinas.

Nesta perspectiva, autores como Alexander e Luckmann (2001) e Graça

(2004) apud BALBINOTTI (et al. 2009 p. 36), referem que:

Por meio do esporte, o indivíduo pode melhorar a qualidade de

vida, exercer o convívio social, ampliar as relações de amizade,

vivenciar o trabalho em equipe, gerar resoluções de problemas

na prática de jogos, desenvolver condutas esportivas

apropriadas por meio do jogo e o respeito às regras. Assumir

papéis de liderança e experimentar o prazer e o divertimento.

A prática do tênis de campo para estudantes da escola pública proporcionará

o conhecimento e a vivência de um esporte elitizado, convivência do novo e

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diferente, a vivência em um ambiente de classes diferente, a integração desinibição

e socialização.

A proposta apresenta uma nova ideia para que novos educandos tenham a

oportunidade de praticar o tênis de campo, vivenciando em lugares e com

educandos diferentes, obtendo a socialização com uma realidade não muito

vivenciada.

O desafio será propiciar ao educando a satisfação em praticar e obtendo

gosto pelo tênis de campo, assim como por outro esporte já praticado.

Relembrando citações das DCEs Diretrizes Curriculares Estaduais os

elementos como preconceito, cor, sexo, de classe, entre outros, de forma direta ou

indireta inscrevem-se na corporeidade, entendida a expressão criativa e consciente

do conjunto das manifestações corporais historicamente produzida, que pretende

possibilitar a comunicação e interação de diferentes indivíduos com eles mesmo,

com os outros, com seu meio social e natural.

A Educação Física é uma prática pedagógica que assume o papel de resgatar

os valores humanos que verdadeiramente possam socializar, privilegiar o coletivo

sobre o individual, garantir a solidariedade e o respeito humano e levar a

compreensão de que a brincadeira se faz com o outro e não contra o outro . (ASSIS,

2005). Esta modalidade pode exercer importante função educativa, muita alegria,

positividade e a ludicidade a partir do momento em que se percebe a possibilidade

de sua prática.

A escola deve buscar uma aproximação com a comunidade com

procedimentos extraclasses e extraescolares, intercâmbios, convênios, jogos,

torneios, festivais além de promover atividade para as quais a comunidade seja

convidada a participar, para que os alunos não sintam a diferença entre a prática

ministrada na escola com aquela praticada e desenvolvida na comunidade.

(MARTINS JUNIOR, 2004 p 77).

Os alunos entendem que os esportes e demais atividades corporais não

devem ser privilégios apenas dos esportistas ou das pessoas em condições de

pagar por academias e clubes. Assim é que, os conteúdos das aulas de educação

física deveriam conter a maior diversidade de possibilidades motoras como correr,

saltar, arremessar, receber, equilibrar objetos, equilibrar-se, desequilibrar-se, quicar

bolas, bater e rebater, além de ter acesso aos objetos como bolas, cordas, alvos,

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bastões, raquetes sendo vivenciados em situações que garantam espaço e tempo

para o trabalho individual.

O tênis de campo, pelas suas características poderia ser um excelente

instrumento para ser utilizado nas escolas, cujos reflexos se estenderiam

diretamente na sua formação como cidadão, onde todos podem jogar juntos,

independente do biótipo, sexo, idade, é um esporte passível de ser praticado durante

a aula toda, fato que contribui pra tornar o praticante uma pessoa saudável.

2. JUSTIFICATIVA.

Como uma conquista cultural, o esporte é uma aquisição que pertence ao

patrimônio da humanidade, como tal, deve ser transmitido ao estudante, como

conteúdo das aulas de Educação Física. (GONÇALVES, 1940).

A Educação Física muitas vezes sem perceber, ao trabalhar com jogos

brincadeiras e o esporte escolar tem reforçado que é preciso enfatizar valores

humanos na sua prática pedagógica. Prática esta que está ligado ao modelo que se

pauta na prática esportiva e aptidão física, onde o enfoque pedagógico está centrado

na competição e na performance do aluno. Ao mesmo tempo, sentimos que está

passando por transformações e grandes mudanças na sua prática. Está buscando

através de vários estudos “descobrir e reforçar” a sua identidade, dentro do contexto

escolar.

Vemos que o estudante procura pelo diferente, pelo novo, praticar novos

esportes, obter novas experiências nos quais não se pratica no seu convívio escolar

e comunidade. Ele sabe que têm possibilidade de aprender e é a partir do que se

aprende e da forma que se ensina é que o estudante toma gosto pela atividade ou

por determinado esporte.

O professor deve trazer para dentro de suas aulas novidades que possa

despertar o interesse aos estudantes, através do diferente e do novo.

Nesta perspectiva, Silva (2007) refere que o histórico do tênis carrega consigo

algumas qualidades do velho e bom espírito esportivo tais como o cavalheirismo,

elegância, respeito às regras, sociabilidade entre os sexos, longevidade, embate de

estilos e personalidades, glamour, alta competitividade, diversão ao lar livre,

responsabilidade social e bom humor, estes que estão presentes até hoje em clubes,

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academias e parques.

As expectativas de prazer e satisfação são vividos e expressos de maneira

intensa e muitas vezes, inéditas pelos alunos.

Ferraz e Knijnik (2007), propõem que o tênis não é mais um esporte de elite,

sendo praticado hoje em toda parte, seja em quadras oficias ou através da

adaptação dos espaços disponíveis. Reforça que, para isso, é necessária a

elaboração de projetos, nos quais, a escola poderia perfeitamente ser aproveitada

para tal.

Na escola é onde o estudante apresenta maior autonomia e atividade social,

sendo assim, pode vivenciar o tênis de campo de uma forma lúdica e recreativa

enriquecendo seu repertório motor, além de lhe ajudar no seu processo de

socialização, sendo facilitador do processo de aprendizagem especifica ou para vida

toda.

Esta proposta será realizada na Escola Estadual Divina Pastora com os

estudantes do 6º Ano, no município de Campo Magro no ano de 2015. Os

estudantes sempre praticam os esportes já conhecidos, como basquetebol, voleibol,

futebol de campo e handebol, tendo a socialização somente com classes e com a

comunidade de sua realidade. Um dos objetivos da proposta é iniciar um esporte

diferenciado, mesmo que este seja elitizado, pois cremos que com novas

experiências e novos convívios de socialização, contribuiremos para uma integração

de culturas diferentes. Sendo uma atividade voltada para a formação do cidadão,

considerando a vivência dos educandos da escola pública com educandos de outras

classes sociais.

3. PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO.

A oportunidade dos alunos da escola pública de praticar um esporte elitizado

como o tênis de campo, proporcionará mais que o prazer de ser praticar um esporte

de elite, mostrará que esses estudantes poderão sim realizar atividades desse

gênero mesmo não tendo condições financeiras.

Acreditamos que o processo ensino-aprendizagem na escola, necessita gerar

a apropriação da competência social, entendendo e refletindo a constituição das

normas das relações sociais e culturais e também o reconhecimento e respeito às

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diferenças, identificando e combatendo as discriminações, buscando também a

aprendizagem para o social e solidário, participativo e cooperativo, que é próprio da

cidadania emancipada. (PIRES, 2002).

Segundo as DCEs: A Educação Física tem o objetivo de promover

experiências significativas de modo que o lazer se torne um dos elementos

articuladores do trabalho pedagógico, por meio deles os estudantes refletirão sobre

as diferentes formas de lazer e práticas esportivas, em diferentes grupos sociais, em

suas vidas, na vida das suas famílias, das comunidades culturais e a maneira de

que cada um deseja ocupar seu tempo disponível.

Porque não trazer um esporte diferente e elitizado para essa comunidade e

para os estudantes dessa escola pública, a fim de socializar através desse esporte

diferentes classes sociais?

Quais seriam os benefícios de uma intervenção prática desta natureza na

escola?

4. OBJETIVOS.

4.1 OBJETIVO GERAL.

Oportunizar a prática do tênis de campo, para estudantes em uma escola

pública em uma área metropolitana, promovendo a socialização, integração de

diferentes classes sociais.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.

• Propor uma reflexão acerca da inclusão do Tênis de Campo nos assuntos

dentro dos conteúdos tratados pela Educação Física Escolar.

• Desenvolver, através do Tênis de Campo a prática consciente e crítica das

ações por parte dos alunos nas aulas de Educação Física na Escola.

• Conhecer a história do Tênis de Campo.

• Vivenciar através de atividades lúdicas, a iniciação da prática do Tênis de

Campo nas aulas de Educação Física.

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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DO TÊNIS.

A Confederação Brasileira de Tênis (2004) afirma que, o tênis é considerado

um esporte para as camadas mais altas da sociedade, sua origem está remontada

desde o Império Romano. A Escócia se considerava o primeiro país que jogou tênis,

mas na realidade o esporte surgiu do jogo do balão (harpastum) praticado pelos

romanos, que o levaram para todas as regiões do mundo. O Harpastum foi adaptado

no País Basco e recebeu o nome de jeu de paume, porque a bola era batida com a

palma da mão contra um muro, mais ou menos o que ocorre hoje com a Pelota

Basca.

No século XII, o "jeu de paume" difundiu-se por toda a França, com muitas

modificações, tanto nas regras quanto na configuração dos campos. Ele deixou de

ser jogado com a bola contra o muro, passando a ser praticado em um retângulo

dividido ao meio por uma corda. Surgiu, assim, o "longue-paume", que permitia a

participação de até seis jogadores de cada lado.

Mais tarde surgiu o "court-paume", jogo similar, jogado em recinto fechado,

mas de técnica mais complexa e exigindo uma superfície menor para sua prática. As

partidas eram disputadas em melhor de 11 jogos, saindo vencedora a equipe que

fizesse primeiro os seis jogos. Eis porque, no tênis, os seis jogos (games) definem,

em regra, uma partida (set).

Somente no século XIV apareceu a raquete, invenção italiana, que tornou o

jogo de "paume" menos violento e mais interessante, facilitando sua prática pelo

resto da França. O esporte logo atravessou o Canal da Mancha e, já neste século,

era muito conhecido em toda a Inglaterra, tendo o Rei Henrique VIII como um de

seus praticantes mais habilidosos.

Com o aparecimento da bola de borracha, em meados do século XIX, surgiu na Grã-

Bretanha o tênis ao ar livre, ou "real tennis", bastante semelhante ao "court-paume",

mas sem paredes laterais e de serviço.

Em 1874, um major inglês chamado Walter Clopton Wingfielduqe propôs como

jogo novo o sphairistike, que em grego significa jogo de bola, conservando-se por

pouco tempo esse nome, serviria como diversão para seus convidados antes do real

propósito da visita que era a caça ao faisão, sendo no gramado de sua mansão a

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disputa das primeiras partidas de tênis. O jogo era praticado dividindo-se em duas

quadras, a vanguarda e a retaguarda, distinguindo-se a primeira por um losango

marcado no centro onde está o lugar em que se deve efetuar os saques

(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS, 2004).

Em 1875, no dia 25 de maio, houve em Londres, uma reunião publica, onde

foi aprovado o Código do "Lana Tênis", inclusive a discutida pontuação do saque,

em fração de 15 polegadas. O tênis (chamado nessa época de "tennis-in-lawn" por

ser jogado em quadras de grama). Logo se expandiu por toda a Índia, impulsionado

pelo entusiasmo das senhoras e logo chegou à Inglaterra, desbancando o "cricket",

maior sucesso da época em terras britânicas. A partir daí, o tênis teve suas regras

modificadas e uniformizadas para ser praticado em todo o mundo.

A Copa Davis que é um dos torneios mais importantes do mundo do tênis

surgiu, como um duelo entre britânicos e norte-americanos, em 1899. Sua história

pode ser dividida em várias fases. Primeiro, o torneio se limitava ao confronto entre

EUA e Inglaterra. Em 1906, belgas e franceses entraram na disputa. O número de

participantes, a partir daí, cresceu tanto que, em 1923, os organizadores precisaram

dividir os jogadores em zonas (HISTÓRIA... 2004).

Passou a fazer parte da programação dos Jogos Olímpicos de 1896 a 1924 e

foi suprimindo nesse ano. A partir de 1900, foi iniciada a disputa da Davis Cup,

equivalente ao campeonato mundial de equipes, repartidas por zonas geográficas

(americana, européia e oriental).

5.2 TÊNIS NO BRASIL.

O tênis chegou ao Brasil em 1888, trazido principalmente por engenheiros

britânicos que vieram ao país para construir estradas de ferro. (BALBINOTTI, 2009).

As primeiras quadras foram construídas em 1892, no São Paulo Athletic Club,

fundado pelos ingleses. Mas o esporte no país só era praticado como lazer e

convívio social. O primeiro torneio só foi acontecer em 1904, um interclubes entre o

São Paulo, o Tennis Club de Santos e o Paulistano.

Em 1924, foi fundada a Federação Paulista de Tênis (FPT), tendo na década de

30 um número recorde de 30 filiados. Em 1932, o Brasil estreava na Copa Davis

com o melhor tenista brasileiro da época, Nelson Cruz, acompanhado de Ricardo

Pernambucano, outro atleta de destaque na época.Em 1938, o tenista brasileiro,

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Alcides Procópio, estreava em Wimbledon, na Inglaterra, marcando a primeira

participação do Brasil nesta competição. Foi ele também o primeiro campeão

brasileiro, em 1943, derrotando na final seu rival, Maneco Fernandes. De Esther

Bueno A Guga Kuerten

Até o ano de 1955, o tênis era membro junto com mais outros esportes da

Confederação Brasileira de Desporto (CBD), nesse ano o tênis passou a ser cargo

da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) criada no governo de Juscelino

Kubitschek.

Em 1996, um catarinense, alto, desengonçado e de cabelos longos

chamado, Gustavo Kuerten, começava a aparecer no cenário mundial. Em 1997,

Guga, como é chamado, conquistou e entrou para a história do tênis brasileiro e

mundial ao conquistar o Grand Slam de Roland Garros, na França. Esta façanha se

repetiria nos anos de 2000 e 2001, o que o tornou tri campeão da competição.

Depois de Guga, o Brasil ainda procura um outro grande ídolo. Porém, enquanto

ainda não aparece este tenista, o país continua crescendo como esporte e cada vez

mais ele vem sendo praticado por novos jovens (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA

DE TÊNIS, 2004).

Perde-se o ponto quando: a bola não ultrapassa a rede; a bola pinga fora dos limites

da quadra; a bola pinga duas vezes dentro de um dos lados da quadra. Somente a

raquete pode tocar a bola (exceto no saque, onde o lançamento da bola é feito com

as mãos).

5.3 REGRAS E NOMENCLATURAS CARACTERÍSTICAS DO ESPORTE.

O tênis é um esporte praticado em todo o mundo, de acordo com as regras

estabelecidas pela ITF (Internacional Tennis Federation). American Sport Education

Program (1999). Basicamente são disputadas partidas de melhor de 3 ou 5 set’s

com ou sem vantagem de 2 pontos para definição da partida. O início bem como o

lado da partida é definido por sorteio, o serviço como é chamado ocorre durante a

disputa do “GAME” e só passa a ser do outro jogador com a conclusão do mesmo,

quando a soma dos games for ímpar os jogadores trocam de lado na quadra. Para

iniciar a partida o jogador deve acertar o saque no lado contrário do qual está

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sacando, caso erre tem mais uma tentativa acertando tem início a partida caso erre

novamente comete uma dupla falta e seu adversário marca ponto. Para marcar

ponto é necessário desenvolver uma jogada que não possibilite devolução de seu

adversário ou caso ele erre

5.3.1 NO JOGO.

As partidas de tênis possuem um sistema de pontuação, que subdivide o jogo

em pontos, games e sets.

5.3.2 O PONTO.

Começa a ser disputado quando o jogador que está sacando joga a bola para

o outro lado da rede, de modo que ela caia dentro da área de serviço. Quando o

jogador saca e a bola bate na rede conseguindo atingir o quadrado onde deveria,

acontece o famoso “let” e ele tem a chance de sacar novamente. São duas

tentativas para se iniciar o ponto, se em ambas as tentativas resultar em faltas, uma

dupla falta é chamada, e o oponente vence o ponto. Perde-se o ponto quando: a

bola não ultrapassa a rede; a bola pinga fora dos limites da quadra; a bola pinga

duas vezes dentro de um dos lados da quadra. Somente a raquete pode tocar a bola

(exceto no saque, onde o lançamento da bola é feito com as mãos).

5.3.3 O GAME.

É um conjunto de pontos, onde no mínimo quatro pontos são disputados no

game. A contagem é feita por 15-30-40-game. Caso chegue-se a uma contagem de

40-40, o jogador que vencer dois pontos seguidos vence o game. Cada game tem

um jogador responsável por recolocar a bola em jogo: serviço ou saque.

5.3.4 O SET

É a divisão de uma partida de tênis, composta por vários games. Um conjunto

de games forma o Set (1-2-3-4-5-set).

No tênis de alto rendimento, é comum que o jogador que serve fature o game, já que

tem a vantagem do ataque e dita o ritmo do jogo. Desta forma, uma das estratégias

de jogo é tentar inverter esta vantagem durante a troca de bola ou durante a defesa

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fazer com que o adversário, através de erros, perca os games em que está sacando.

Ganha o jogo aquele que atingir um número de sets pré-definido – geralmente em

melhor de três, quem vencer 2 sets, e se for uma partida masculina de Grand Slam,

em melhor de cinco sets, quem vence 3 sets, ganha.

Caso ambos os tenistas cheguem a seis games (sem que nenhum deles abra dois

games de diferença para o adversário), joga-se um tiebreak, ou desempate. Aí,

quem vencer sete pontos (sempre pensando que é preciso estar, no mínimo, a dois

de vantagem do oponente para vencer), ganha o set.

Pode-se também, em casos especiais pré-definidos (sempre no último set do

jogo), jogar-se um Super Tie-Break, onde aquele que atingir 10 pontos, com uma

diferença de dois para o adversário, ganha.

Quando dois tenistas empatam em 40, geralmente diz-se 40 iguais, ou somente

iguais. Caso o sacador faça o ponto seguinte, diz-se “vantagem a favor”. A favor de

quem? Do sacador. Se quem ganha o ponto seguinte é o recebedor, diz-se:

“vantagem contra”. Contra quem? O sacador. Todos os pontos são “cantados” em

relação ao sacador. Então, se você estiver sacando e fizer o primeiro ponto, diz-se:

15 a 0, ou 15/0. Se quem fez o ponto foi o adversário que está recebendo, diz-se: 0

a 15, ou 0/15. Da mesma maneira em relação aos games. Caso você esteja

sacando e esteja perdendo por 3 games a 2, dirá: 2 a 3, ou 2/3.

5.3.5 CONTAGEM JOGO DE DUPLAS.

Atualmente, os jogos de duplas da ATP possuem um formato de contagem

um pouco diferente do convencional. São dois os pontos divergentes:

1.Quando as duas duplas estão empatadas em 40 em um game, a dupla que está

recebendo o saque escolhe qual jogador receberá. Aí, quem fizer esse ponto ganha

o game.

2.Caso as duplas empatem em 1 set a 1, joga-se – ao invés de um novo set – um

match-tiebreak, que nada mais é do que um tiebreak até 10 pontos. A dupla que fizer

10 pontos primeiro (sempre com dois de vantagem), ganha a partida.

3. Em duplas mistas, o jogador do mesmo sexo do sacador deve receber o ponto

decisivo. Os jogadores da dupla que estiver recebendo não podem mudar de

posições para receber o ponto decisivo.

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5.4 NOMENCLATURA. Segunda a Confederação Brasileira de Tênis(2004), os termos mais utilizados

no tênis são:

Ace -- Saque bem colocado, sem dar tempo ao adversário de pegar a bola.

Approach - Golpe que oferece ao tenista executor e aproximar da rede para tentar

um voleio.

Backhand - Jogada de esquerda ou direita, feita com as costas da mão viradas

para a frente.

Break Ganhar o game em que foi o adversário quem sacou.

Deuce - Significa igualdade no placar de um game depois atingir 40/40.

Drive Golpe efetuado no fundo da quadra.

Drop shot - Jogada com efeito cortado (underspin) ou lateral (sidespin).

Forehand - Jogada de direita ou esquerda, batida com a palma da mão virada para

fora.

Net/Let - Jogada na qual a bola toca a fita da rede (net) e cai dentro da área de

saque.

Match point Saque que permite encerrar a partida.

Overhead - Saque sobre a cabeça depois da bola tocar a quadra.

Passing Shot - Saque sobre o adversário quando este está próximo da rede.

Set point -Saque que permite encerrar um set.

Slice - Jogada com a raquete quase na horizontal, como que "fatiando" a bola.

Topspin - Jogada na qual a bola passa sobre a rede rapidamente.

5.5 TORNEIOS.

O Grand Slam é a sequência dos quatro principais torneios do mundo: Roland

Garros (França), Wimbledon (Inglaterra), Aberto dos EUA (Estados Unidos) e Aberto

da Austrália.

Masters 1000

O ATP World Tour Masters 1000 é um grupo de nove torneios anuais do

segundo escalão do tênis masculino. É dado esse nome por causa da premiação em

1000 pontos no ranking profissional para o vencedor.

ATP 500 e 250

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O ATP International Series é divido em duas categorias: 500 e 250. Eles são

nomeados assim pelas respectivas premiações de 500 e 250 pontos no ranking ao

vencedor.

Challenge Tour e Futures

O Challenge Tour é o nível mais baixo dos torneios da ATP. Ele é composto

por cerca de 160 torneios em diversos países. Os tenistas iniciantes usam esses

torneios para se adaptarem ao nível do tênis profissional.

Premier

Os torneios Premier são o maior nível dos torneios femininos (abaixo dos

Grand Slam). Dentro da categoria Premier existem os torneios Premier Obrigatórios,

Premier 5 e Premier..

5.6 EMPUNHADURAS E FUNDAMENTOS EMPUNHAURAS

• Continental

• Eastern

• Semi- Western

• Western Extrema

FUNDAMENTOS

• Saque

• Forehand

• Backhand

• Smash

• Voleio

5.7 O TENIS DE CAMPO COMO UM MEIO DE SOCIALIZAÇÃO.

Para que haja uma socialização entre classes baixa/média para a classe mais

elitizada, o tênis de campo pode ser uma das alternativas para que isso aconteça,

considerada uma modalidade restrita à elite, quase sempre é visto como um ensino-

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aprendizado inviabilizado pelos custo atribuídos ao material esportivo, o tênis de

campo até então é um esporte menos presente no espaço da cultura da escola

pública. Considerando essa questão demasiadamente relevante pela possibilidade

de agregar novas opções e valores nas aulas de educação física, a escola

oportunamente difundiu a cultura do esporte do tênis de campo em benefício da

sociedade, no sentido de proporcionar a sua prática para um maior número de

pessoas e atingir distintas classes sociais, especialmente para contribuir na

formação e desenvolvimento integral do ser humano.

A educação física é a disciplina responsável para integrar o aluno na cultura

corporal do movimento instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes,

das danças, das lutas e das ginásticas em favor do exercício crítico da cidadania e

da melhoria da qualidade de vida.

Segundo BALBINOTTI, Carlos (2009)

“O tênis por ser um esporte democrático onde todos podem jogar independente do biótipo, sexo e idade, é possível de ser praticado durante a vida inteira, fato que contribui para tornar o praticante uma pessoa saudável. O mini-tênis representa uma maneira ativa e divertida de promover a iniciação desportiva principalmente de crianças. No jogo de tênis um método adaptado as suas necessidades e reais capacidades, são quadras menores, redes mais baixa, redes menores, raquetes menores, mais leves, mais macias, mais lentas, bolas mais macias, mais lentas, jogos mais curtos, contagem simples. Além da principal finalidade educacional , uma das principais vantagens dessa metodologia fundamental nos pequenos jogos aplicado na escola é devido ao aproveitamento, das possibilidades de inovações e adaptações nos materiais utilizados “.

As atividades desportivas são aproveitadas como instrumento educacional no

sentido de causar uma transformação social positiva através da formação e melhoria

do caráter dos adeptos.

Relata BALBINOTTI, Carlos (2009):

“Assim como as escolas possuem sua cultura escolar o esporte têm a cultura esportiva que lhe é característica nos padrões convencionalmente reconhecidos. Desse modo quando uma proposta esportiva é inserida em determinada escola, não se deve prescindir de referência a aspectos da cultura escolar da sua inserção”.

Ao se buscar compreender tal dinâmica da cultura escolar, ela é tomada como

um contexto apropriado á inserção da cultura do esporte por meio a iniciação do

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esporte á modalidade do tênis, sendo inserido na busca de uma adequação que

popularize como um jogo e que dê benefícios sociais de lazer, ampliando assim a

perspectiva da inclusão social na cultura escolar.

O novo esporte no ambiente escolar como tênis, pode trazer contribuição para

com as atividades extracurriculares como: Educação e respeito entre os estudantes,

melhoria do desenvolvimento cognitivo e motor, melhor socialização entre classes

sociais, ocupar o tempo ocioso do aluno, descoberta de novos talentos, motivação

para o novo esporte na disciplina para a escola.

Balbinotti afirma, o jogo de tênis vai sendo apreendido para lidar com aspectos da

relação social, cognição e afetividade conforme irão se familiarizando com os

matérias do esporte ao longo das sessões vão sendo crescentes às mudanças de

fases que integram a proposta pedagógica.

Portanto, o tênis de campo na escola pública pode abranger ao estudante a

socialização com estudantes de escolas e clubes privados, enriquecendo valores de

humildade, solidariedade, socialização para ambas as classes.

O tênis de campo vai sendo apreendido como uma ferramenta relevante na

unidade de ensino para lidar com os aspectos da relação social. (Balbinotti, 1990)

5.8 MOTIVAÇÃO PARA O ENSINO DO TÊNIS DE CAMPO NA ESCOLA PÚBLICA. O jogo de tênis vai sendo apreendido para lidar com aspectos da relação

social, ao mesmo tempo, que se familiarizam com os materiais próprios do esporte:

a bola, a raquete, a rede e o jogo.

Ao longo das sessões vão sendo crescentes às mudanças de fases que

integram a proposta pedagógica. Desde os primeiros exercícios do jogo de tênis, o

estudante é convertido rapidamente em jogador, isso ocorre pela adequação do

material e pela possibilidade de realizar ações como trocas de bola com os

companheiros desde as primeiras sessões da unidade. Todos esses exercícios com

as raquetes e bolas, desenha ao estudante uma condição de aprendizagem

animadora, produzindo o interesse do estudante, além de abrir uma receptividade e

uma estima social importante no relacionamento entre os mesmos.

A influencia de materiais adaptados para a iniciação do exercícios é

fundamental para o aprendizado dos estudantes, sendo assim uma evolução para os

próprios materiais do esporte diante da cultura da escola .

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Com a simplificação dos materiais e a apropriação metodológica combinam-

se em um processo de ensino- aprendizagem para uma boa iniciação do tênis de

campo. Tendo em respeito o respeito pelo gosto esportivo, da oferta e do interesse

despertado da modalidade do tênis, valoriza e respeita o ambiente contextual, a

cultura escolar e da responsabilidade da socialização das classes sociais .

Essa simplificação propicia a popularização e acesso ao tênis na escola

publica, segundo Stucchi (1993, p33 appud Balbinotti 1990). “[...] um esporte não

pode ser considerado popular, se na verdade a maioria da população não têm

acesso a ele.”

Para Rodrigues 2007, appud Balbinotti 1990: O tênis representa um saber

cultural pertinente ao esporte e a educação física. Esse conteúdo cultural, de fácil

identificação no cotidiano dos alunos corresponde a um conhecimento significativo e

relevante da cultura da escola. Ainda relata Ryan; Deci 2000 apud Balbinotti 2009:

“Um individuo intrinsecamente motivado é aquele que ingressa em uma atividade

por vontade própria, isto é pelo prazer e pela satisfação do processo de uma

atividade”.

Através da motivação de determinados exercícios simples para os mais

complexos na atividade do tênis de campo o estudante mostrará alegria , o interesse

e disposição em relação à atividade. Com isso, quando se explora as atividades com

o propósito de aprender, naturalmente as sensações de interesse e sensações

positivas nos trarão bons resultados para o conhecimento desses estudantes.

Realizar as atividades pelo próprio prazer para executá-las com simples exercícios,

teremos muito mais facilidade de tomarmos gosto pelo esporte diferenciado

5.9 AS DIRETRIZES CURRICULARES E O ESPORTE.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008):

“O esporte é entendido como uma atividade teórico–prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizagem para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar o sujeito em suas relações sociais.”

O esporte na escola proporcionará o vínculo de socialização com outras

classes sociais, momentos de lazer e alegria, permitindo aos estudantes múltiplas

experiências com o novo e o desenvolvimento de uma atitude critica. Por isso o

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esporte na escola deve sim oportunizar ao estudante a novos esportes e não

somente os quais estão acostumados a realizar, os valores que isso pode ocorrer

para a formação do ser humano o que se propõem compromisso com a

solidariedade e o respeito, uma leitura de sua complexidade social, histórica e

politica. O professor deve sim organizar em suas aulas estratégias que possibilitem

a análise critica de inúmeras modalidades esportivas e do fenômeno esportivo que ,

sem duvida , é bastante presente na sociedade atual.

6.0 METODOLOGIA.

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.

O presente estudo caracteriza-se numa abordagem qualitativa

descritiva e interpretativa com a estratégia de estudo de caso. Basicamente, a

metodologia qualitativa busca entender uma realidade que não deve ser

quantificada, trabalhando no campo dos valores e significados (Minayo,

2008). Sendo assim:

[...] a metodologia qualitativa, pelo fato de trabalhar em

profundidade, possibilita que se compreenda a forma de vida das

pessoas, não sendo apenas um inventário sobre a vida de um

grupo. As técnicas utilizadas permitem, entre outras coisas, o

registro do comportamento não verbal e o recebimento de

informações não esperadas, porque não seguem necessariamente

um roteiro fechado, percebendo como bem-vindos os dados novos,

não previstos anteriormente. (VICTORA, 2000).

Segundo Netto (2006), o modelo de pesquisa descritiva é aquele que

enfoca o seu trabalho na identificação, registro e análise de características

que se relacionam com o mundo físico e seus fenômenos. Pode ser

considerado um estudo de caso, onde após a coleta de dados, é realizada

uma análise das relações entre as variáveis, sem qualquer interferência do

por parte do pesquisador.

Ainda para justificar a escolha dessa abordagem cito Cauduro (2004,

p.20) quando afirma que na pesquisa qualitativa, são explorados “a fundo

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conceitos, atitudes, comportamentos, opiniões e atributos do universo

pesquisado, avaliando aspectos emocionais e intencionais, implícitos nas

opiniões dos sujeitos da pesquisa”, possibilitando, assim, analisar todas as

questões que envolvem a participação da família e escola no projeto social

esportivo.

6.2 INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS.

O instrumento metodológico utilizado para coletar informações foi o

questionário desenvolvido pelo autor deste projeto de pesquisa, adaptado de

ALMEIDA; Junior, (2008), com perguntas fechadas e abertas e o Diário de

Bordo, ferramenta de observação onde coletou informações diárias das

atitudes e processos dentro do ambiente trabalhado, orientado dentro do

contexto pesquisado.

Segundo Bogdan e Biklen (1994), o Diário de Bordo é utilizado

relativamente às notas de campo. O diário de bordo tem como objetivo ser um

instrumento em que o investigador vai registando as notas retiradas das suas

observações no campo. Bogdan e Bilken (1994:150) referem que essas notas

são “ o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiência e pensa

no decurso da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo”.

No caso de o investigador ser um observador participante, alguns autores

(Yin, 1994:88; Merriam, 1995:11), alertam para esse risco, mas também para

as excelentes oportunidades que esse papel pode proporcionar. O diário de

bordo representa, não só, uma fonte importante de dados, mas também pode

apoiar o investigador a acompanhar o desenvolvimento do estudo.

6.3 UNIVERSO DE PESQUISA.

O universo da pesquisa é composto por 28 adolescentes da cidade de

Campo Magro, com faixa etária de 10 a 12 anos da Escola Estadual Divina

Pastora, situada neste município.

A amostra analisada foi especificamente de 28 estudantes o que

corresponde a um índice de 22% do universo da amostra. Utilizou-se o

gênero masculino e feminino como critério de inclusão, participantes ativos

das atividades esportivas do projeto por no mínimo 3 meses.

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Dentro da amostra, obteve-se informações específicas de 12 indivíduos

de 10 anos, 3 indivíduos de 12 anos, 13 indivíduos de 11 anos .

7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após o período de coleta de dados das entrevistas semiestruturadas e

das observações realizadas através do diário de bordo, as respostas foram

digitalizadas e analisadas. Diante dessas questões, optou-se por trabalhar

com uma análise de conteúdo, onde, caracterizou-se o retorno da coleta de

dados para melhor compreensão do pesquisador (BARDIN, 2002).

Diante das similaridades das respostas foi possível relatar através de

tabelas, o número (N) e a porcentagem (%) de respostas similares para cada

questionamento, separando as discussões dos resultados por cada questão

analisada, utilizando o diário de bordo para complementar a análise.

Tabela 01- Questão 01

Já havia tido a oportunidade de praticar o tênis de Campo N %

Sim 2 2%

Não 28 98%

O tênis de campo apareceu como um novo esporte na escola sendo de

grande fator motivacional para os estudantes. Este esporte era muito distante

para os nossos estudantes, pois como podemos notar que 95% nunca haviam

praticado.

Relato de um aluno do projeto de 11 anos durante as observações.

Este esporte é um esporte para ricos, uma aula de tênis é muito cara. Outro

fator que podemos destacar sobre o Tênis seria a questão de tantos

benefícios que o adolescente pode adquirir praticando-o tanto físico como

psíquico sendo um esporte que requer muita atenção e habilidades.

Outro fato que foi observado durante a aplicação do projeto foi a

questão dos alunos comentarem com seus pais e este adquirirem raquetes

mesmo sendo de materiais alternativos ( plásticos , frescobol , confecção de

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madeiras ou outros materiais )

Segundo BALBINOTTI, Carlos (2009):

“O tênis por ser um esporte democrático onde todos

podem jogar independente do biótipo, sexo e idade, é

possível de ser praticado durante a vida inteira, fato que

contribui para tornar o praticante uma pessoa saudável.

O mini-tênis representa uma maneira ativa e divertida de

promover a iniciação desportiva principalmente de

crianças. No jogo de tênis um método adaptado as suas

necessidades e reais capacidades, são quadras

menores, redes mais baixas, redes menores, raquetes

menores, mais leves, mais macias, mais lentas, bolas

mais macias, mais lentas, jogos mais curtos, contagem

simples. Além da principal finalidade educacional, uma

das principais vantagens dessa metodologia fundamental

nos pequenos jogos aplicado na escola é devido ao

aproveitamento, das possibilidades de inovações e

adaptações nos materiais utilizados “.

O que e foi observado também durante a aplicação é que muitas

meninas que não gostavam de praticar outro esporte como, por exemplo, o

futebol e o vôlei, apresentaram com o tênis de campo uma grande motivação

para a prática da atividade física. Acredito por ser um esporte individual onde

não há á cobrança de colegas em erros ou acertos em uma partida.

Relata BALBINOTTI, Carlos (2009);

¨A motivação é um estado motivacional que pode ser

encontrado em um indivíduo que não está

suficientemente apto a identificar bons motivos para

realizar uma determinada atividade, ou seja, não está

disposto a agir naquela direção, a realizar aquela ação.’

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Tabela 02- Questão 02

Já tinha ouvido falar sobre o Tênis De Campo. N %

Sim 28 100%

Não 00 00

Devemos oportunizar nossos estudantes para a prática de um novo esporte

no ambiente escolar. Todos os estudantes do, 6º ano D, já de alguma forma: t v,

jornal, praças, amigos, internet, já ouviam falar sobre o tênis de campo, mas nunca

tinham a oportunidade de vivenciar.

Segundo Delors, apud BALBINOTTI, Carlos (2009), p. 114:

“A oportunidade de usufruir de atividades que promovam a

aquisição de novas habilidades tendo suas ações básicas

tendo suas ações básicas inspiradas nos quatro pilares da

educação definidos pela UNESCO : aprender a ser, aprender a

conviver, aprender a conhecer e aprender a fazer , que

procuram fortalecer o processo educacional na sua plenitude,

ou seja, na realização da pessoa , que aprende a ser na sua

totalidade “.

Tendo o esporte como a formação integral do adolescente, incluem vivenciar

diversas atividades para o desenvolvimento das competências motoras diversificada,

a autoestima, a socialização e a capacitação dos adolescentes participantes deste

projeto, em um ambiente estimulante, lúdico e motivado

.

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Tabela 03- Questão

Apresentam interesse em praticar o Tênis DE Campo . N %

Sim 26 93%

Não 02 7%

Notou-se, que, a maioria dos estudantes apresentavam , interesse em praticar o

Tênis de campo, mas ainda não haviam tido oportunidade.

Quando começou o projeto, alguns alunos que ainda não sabiam como pegar numa

raquete, achando o esporte fora da sua realidade, apresentaram um pouco de

constrangimento, foi aí que as atividades lúdicas fizeram com que o entusiasmo pelo

novo esporte, motivassem, esses adolescentes á pratica do Tênis.

Diz BALBINOTTI, Carlos (2009):

“As propostas desenvolvidas são cuidadosamente planejadas

e adequadamente aplicadas com o fim de potencializar as

características pedagógicas da atividade física e do esporte,.

Espera-se que, ao praticar de propostas esportivas que

promovam o seu envolvimento , a criança absorva os valores

do esporte, desenvolva a auto confiança e vivencie o prazer

nas suas relações pessoais”.

Tabela 04-Questão 04

Com a oportunidade de praticar o Tênis DE Campo na

escola, obteve benefícios com a vivência deste novo

esporte na escola?

N %

Sim 28 100%

Não 00 00%

Segundo relatos dos estudantes, muitos não praticavam o tênis de campo por

diversos motivos, como: na sua escola anterior o professor não ensinava; material

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caro; achavam que era um esporte para pessoas da alta sociedade; fora do seu

ambiente; esporte difícil de praticar. Temos que oportunizar nossos estudantes á

conhecer novas vivências, mesmo que essa pareça ser fora de sua realidade. Os

nossos estudantes não gostam somente dos esportes populares como futebol e

vôlei, eles gostam daquilo que o professor apresenta à ele , e como ministra essas

novas atividades à eles . O professor deve ser criativo, fazendo com que suas aulas

sejam interessantes e criativas de suas aulas.

Segundo BALBINOTTI, Carlos (2009), p. 104 “... o prazer de se praticar o

tênis está intimamente ligado á motivação.” Este esporte vem recebendo uma

grande aceitação entre crianças e adolescentes.

Relata autores Ryan; Deci (2001), apud BALBINOTTI, Carlos (2009) p.104:

“Essa maior aceitação se deve à relação entre a prática

de esportes e o aumentos dos níveis da qualidade física,

bem-estar e oportunidade de interação social

proporcionada por essa prática. A sensação de bem-estar

provêm do prazer que o indivíduo sente ao realizar as

atividades que atendem às suas necessidades. Além da

prática, essa sensação origina-se também do ambiente e

das condições em quem a atividade é realizada “.

Ainda Wankel, (1993) apud BALBINOTTI, Carlos (2009), p. 105:

“....o maior prazer de se praticar um determinado esporte

se leva, de como os estudantes estão sendo motivados a

praticar este esporte, onde o prazer proporcionado para

essa prática esportiva é responsável pela manutenção da

prática, possibilitando consequentemente obtenção dos

benefícios físicos e psicológicos dessa prática”.

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8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Quero ressaltar nesse momento de conclusão do artigo alguns pontos

importantes dentro do processo de construção e análise do mesmo.

Primeiramente, um dos fatores que mais chamou a atenção foi o interesse

dos estudantes em vivenciar e conhecer um novo esporte como o Tênis De

Campo.

A implementação desse novo esporte na Escola Estadual Divina

Pastora com os estudantes da turma do 6 ano D, ofereceu uma satisfação

muito grande . Muitas das atividades no início foram realizadas com materiais

alternativos, mais tarde com ao passar das aulas, foi colocado o material

propriamente dito. Mesmo assim, desde o começo das atividades o interesse

pela parte dos estudantes foi muito satisfatório.

Durante a aplicação, estudantes de turmas que não estavam

participando do projeto de tênis de campo, demonstravam um olhar de

encantamento com a atividade, querendo aprender e participar. Este esporte

trouxe para essa comunidade, ou seja, para este ambiente escolar uma

vivência que antes era muito distante, isso se transforma em um grande

aprendizado, pois nos mostra que as pessoas mais vulneráveis não merecem

qualquer tipo de atendimento ou aula por serem de um nível social menor,

mas que com toda certeza merecem todo o nosso esforço e a melhor aula

que podemos oferecer.

Outro aspecto importante na implementação desse projeto, foi

observado que em um mundo de Futebol, ao apresentar um esporte novo,

como o Tênis De Campo Na escola Pública, somente dois alunos

mencionaram em ter aula de futebol durante a aplicação do projeto.

Muitos estudantes começaram a pedir para os pais comprarem

raquetes de tênis outros indo para escola com raquetes para participarem das

aulas, a confecção de raquetes teve muito envolvimento com pais e

comunidade, realmente este esporte ficou muito popular na escola.

Outro ponto importante, foi que relatos de estudantes que finais de semana,

estavam com a família, jogando Tênis em praças e parques da cidade vizinha,

em Curitiba. Também, estiveram, realizando visitas em academias de tênis a

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procura de aulas.

Durante a aplicação das aulas o interesse foi aumentando cada vez

mais conforme o aprendizado. Para alguns, era mais difícil, mas com diversas

atividades lúdicas aplicadas, o esporte logo foi se tornando prazeroso e

acontecendo de forma natural.

Através desse estudo pode-se fortalecer a ideia de que valores como:

cooperação, respeito, educação, amizade, entre outros, são capazes de

transformar a vida dos alunos. Relacionar-se com eles, mostrando atitudes

práticas dentro do contexto esportivo e fora dele é a melhor ferramenta de

abordagem que os educadores podem usar, pois transmitem algo além da

teoria e mudam a concepção de mundo dos indivíduos atendidos. O esporte

em geral pode ser ensinado utilizando os valores que o mesmo tem como

filosofia e essa pratica proporcionará um desenvolvimento integral da nova

geração brasileira, formando atletas e principalmente cidadãos. Também teve

muitos relatos dos estudantes após essa vivência esportiva como:

Serem jogadoras profissionais; por ser um esporte individual; por estar ficando

esperta; se tornou uma atividade fácil, após as aulas lúdicas; por não ter uma

equipe em cobrança.

Concluindo essa pesquisa, espero que esse estudo possa cooperar

com os profissionais de Educação Física que atuam em escolas públicas,

dando uma ideia concreta daquilo que um novo esporte pode trazer para um

ambiente escolar, a vivência e oportunidade que estes estudantes merecem

ter.

Acredito que com a participação na nova vivência do tênis de campo os

estudantes têm apresentado ganhos nas habilidades motoras e cognitivas e

com a abordagem motivacional favoreceu o aprendizado sendo a única

oportunidade de familiarização com o tênis de campo oportunizando assim a

socialização de diversas classes sociais.

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9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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