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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ARTIGO DE OPINIÃO: CONSTRUINDO SABERES
Gilson Possobam1 Cristiane Malinoski Pianaro Angelo2
Resumo: O presente estudo propõe-se a expor as atividades organizadas em sequências didáticas sobre artigo de opinião, visando à leitura, à compreensão e à produção escrita de alunos da 1ª série do Ensino Médio. Para que o trabalho se tornasse mais produtivo, foram abordadas temáticas relacionadas às redes sociais, pois os alunos envolvidos na atividade as utilizam com frequência e muitas vezes sem reflexão alguma sobre suas ações. É importante estabelecer relação entre o conteúdo estudado na escola e sua aplicação fora dela, a fim de que o aluno perceba a contribuição do ensino nas questões diárias, desenvolvendo olhares diferenciados e opiniões críticas sobre informações às quais têm acesso. O artigo de opinião é um gênero textual que possibilita uma sequência de atividades que abrangem análise dos elementos temáticos, estruturais, linguísticos, leitura, produção e circulação de acordo com suas características sócio-discursivas. Após produção inicial de artigo de opinião, foram constatados problemas de coerência, argumentação e estrutura textual. Com base nesses aspectos, desenvolveu-se um esquema de atividades, visando construir o conhecimento a partir de cada dificuldade encontrada; também foi analisado linguisticamente um artigo de opinião e, em seguida, foram escritos e reescritos alguns textos. Como proposta final, os alunos escreveram um artigo de opinião e gravaram os textos, em vídeo, para publicação por meio de rede social da internet. Os resultados apontam que o trabalho realizado por meio de sequência didática e com o auxílio de recursos tecnológicos possibilitou o conhecimento necessário referente à leitura, à produção escrita e à análise linguística do gênero artigo de opinião.
Palavras-chave: artigo de opinião; sequência didática; redes sociais. 1. Introdução
O presente artigo descreve uma prática que possibilita aos alunos
desenvolver a capacidade argumentativa e a competência linguística aliadas à
compreensão da estrutura do artigo de opinião via sequência didática. O trabalho foi
realizado por meio de leituras e pré-conhecimentos acerca de temas relacionados ao
uso das redes sociais, e desenvolveu-se com alunos do 1º ano do Ensino Médio do
Colégio Estadual Francisco Ramos, localizado na cidade de Guamiranga, Paraná.
Além dos conteúdos indispensáveis à formação, foi abordada uma temática que
muitos pensam dominar, mas que, em muitos casos, são leigos no assunto.
1 Professor PDE, licenciado em Letras - Português/Inglês, Especialista em Administração, Supervisão e Orientação Educacional pela UNOPAR e especialista em Língua portuguesa pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras – FACEL. [email protected] . 2 Professora Orientadora, Docente do Departamento de Letras, UNICENTRO. Mestre em Letras: Estudos Linguísticos.
Entende-se que cabe à escola desenvolver um estudo que dê condições para
que seus alunos saibam interagir com segurança e responsabilidade nas redes
sociais, capacitando-os por meio de letramento digital e desenvolvendo atividades
que oportunizem a reflexão sobre as formas de participar destes meios com a
criticidade e a ceticidade necessárias.
O artigo de opinião é um gênero discursivo que trata de questões polêmicas
que dividem a opinião da sociedade; geralmente é veiculado por jornais, revistas e
sites da internet. São várias situações que podem dar início a uma questão
polêmica: uma notícia de jornal, uma declaração em uma entrevista, uma lei
decretada, uma atitude, etc. – situações que acontecem no momento atual, com
temáticas atuais e que podem render muitas discussões em sala de aula, desde que
corretamente encaminhadas, para a construção do conhecimento.
Barros reflete sobre algumas especificidades do artigo de opinião. Segundo a
autora, o artigo de opinião trata de:
questões controversas, que despertem polêmica em determinados círculos sociais, constituem a razão de ser dos textos de opinião. Para isso, o autor deve antecipar as posições do interlocutor para poder refutá-las, uma vez que a compreensão responsiva ativa é prevista na atividade de produção. (BARROS apud MEURER; MOTTA-ROTH, 2002, p.212)
O gênero discursivo artigo de opinião foi a opção para este estudo, que
buscou inserir o aluno nas discussões sociais, referentes a questões polêmicas, de
forma consciente e responsável. Ao trazer tais discussões para a sala de aula,
oportuniza-se a troca de ideias e experiências entre os alunos; além disso, colabora-
se para formar membros atuantes nas diversas questões sociais que exigem uma
postura séria e reflexiva da sociedade, capazes de expressar sua opinião de
maneira responsável e usar os recursos linguísticos adequados.
Para trazer à sala de aula inúmeros assuntos referentes à sociedade sobre
diversos pontos de vista, é imprescindível que se inicie pela leitura e depois passe
pela compreensão até atingir a modalidade da produção. Rangel expõe que:
Ler para se municiar para a escrita é ler com objetivos, é ler com compreensão, criticamente. Portanto, aulas que ensinem a ler textos capazes de alimentar tematicamente a produção com certeza vão levar a bons resultados. Verbetes de enciclopédias, notícias, reportagens, depoimentos de escritores, matérias jornalísticas de divulgação científica – além, é claro, de outros textos do gênero em estudo – fornecerão aos
alunos subsídios que lhes permitam assumir o lugar que lhes cabe na produção escrita. (RANGEL, 2011, p.66)
O processo de conhecimento do gênero artigo de opinião começa pela leitura
de definições, das características e continua em outras tantas leituras que fazemos
para buscar entender melhor a estrutura como um todo.
A comunidade escolar tem o compromisso de organizar estratégias para a
formação dos alunos, oferecendo-lhes condições de compreensão crítica das
realidades sociais. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, doravante
PCNs:
À escola e ao professor cabe a tarefa de articular tais fatores, não apenas no sentido de planejar situações didáticas de aprendizagem, mas organizar a seqüenciação dos conteúdos que for, de um lado, possível a seus alunos e, de outro, necessária, em função do projeto educativo escolar. (BRASIL, 1998, p.39)
A diversidade de gêneros que fazem parte da tipologia argumentativa reforça
ainda mais o entendimento de que é necessário um trabalho mais aprofundado
sobre a produção textual, de maneira a ofertar contato com essa variedade e ampliar
os domínios discursivos dos alunos, habilitando-os a responder com segurança às
demandas sociais e escolares de produção de textos.
2. A importância do estudo via gêneros Os gêneros discursivos nos fornecem muitas possibilidades de uso,
considerando as inúmeras esferas sociais nas quais eles circulam. Cada esfera
social utiliza o discurso com características sócio-comunicativas próprias de acordo
com seu conteúdo, sua função, seu estilo e composição em conformidade ao gênero
discursivo a que pertence. É importante lembrar que os alunos estão em contato
direto com textos de diferentes gêneros fora do ambiente escolar, assim, tornou-se
interessante trazê-los para a sala de aula e estudá-los, tendo o cuidado de retomar o
seu contexto de circulação.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio:
O caráter sócio-interacionista da linguagem verbal aponta para uma opção metodológica de verificação do saber linguístico do aluno, como ponto de partida para a decisão daquilo que será desenvolvido, tendo como referência o valor da linguagem nas diferentes esferas sociais. (BRASIL, 2000, p. 18):
No momento em que se oportunizam ações de aprendizagem, de forma
concreta e contextualizada, é possível desenvolver o conhecimento, explorando os
saberes linguísticos presentes no texto a partir de situações e contextos de vivência
dos alunos. Desta forma, pode-se dar sustentabilidade aos conhecimentos
desenvolvidos sobre o gênero discursivo a fim de que o aluno seja capaz de
identificar, compreender e analisar linguisticamente por intermédio de reflexões de
estudos realizados.
O estudo via gênero envolve a leitura, a compreensão e a produção escrita,
tornando-se o caminho eficaz no ensino de Língua Portuguesa. Conforme
Marcuschi:
Compreender não é uma ação apenas linguística ou cognitiva. É muito mais uma forma de inserção no mundo e um modo de agir sobre o mundo na relação com o outro dentro de uma cultura e sociedade. Para se ter uma ideia da dificuldade de compreender bem basta considerar que em menos da metade dos casos as pessoas se saem a contento nos testes realizados em aula ou em concursos o que se repete em muitas situações da vida diária. (MARCUSCHI, 2008, p.230)
Na compreensão o aluno deve ir além dos aspectos linguísticos presentes no
texto e, para que isso ocorra, é necessário o conhecimento do gênero a que
pertence o texto, sua estrutura, a que público é destinado e sua função social. Desta
forma, fica evidente a necessidade de trabalhar com diversos gêneros a fim de situar
o aluno no mundo para que possa interagir com responsabilidade dentro da
sociedade em que está inserido.
Segundo Gagliardi (2008, p. 83), “A escola é responsável pelo ensino dos
gêneros formais. Essa aprendizagem amplia nossa competência linguística e
discursiva e nos dá mais possibilidade de participação social.” Os professores não
têm condições de trabalhar todos os gêneros existentes, mas devem mostrar aos
alunos os caminhos para que possam aprender sozinhos os gêneros que
necessitarem no futuro. Além disso, Gagliardi (2008, p. 84) afirma que o papel da
escola “[...] é garantir a todos os alunos os saberes linguísticos necessários para o
exercício da cidadania. Isso porque uma vida digna em sociedade pressupõe o
domínio das competências de ler, escrever e refletir sobre a língua escrita”.
Pinheiro, refletindo sobre a importância de se analisar textos e valendo-se de
teorias que permitem adequação ao contexto atual em que se trabalha, destaca que:
Para a análise de textos midiáticos, a concepção bakhtiniana parece ser a mais adequada, pois a flexibilidade de sua teoria permite a adequação e a transposição de seus fundamentos sobre a organização genérica às obras deste tempo, especialmente, os textos didáticos contemporâneos. (PINHEIRO apud MEURER; MOTTA-ROTH, 2002, p.267)
É importante, no trabalho com os gêneros textuais, identificar situações reais
de uso, a fim de que o texto trabalhado seja referência para uma comunicação que
se faz necessária no momento em que é estudado. Isso desperta no aluno maior
interesse, pois ele vê a possibilidade de uso imediato para resolver questões reais
na sociedade. Percebe o texto como uma ferramenta que facilitará a execução de
suas atividades. Para que isto ocorra, é de suma importância que o aluno aprenda
como é a ferramenta, como deve ser usada, em que situação, pois o resultado da
ação depende de seu manejo correto e, desta forma, a escola estará, de fato,
contribuindo para a aprendizagem dos alunos.
Considerando a sala de aula como um espaço de interação verbal e o texto
como unidade de ensino/aprendizagem, Chiappini (2004, p. 21) afirma que “ensinar
é criar espaços para fazer valerem estes saberes silenciados para confrontá-los com
os ‘conhecimentos’ sistemáticos, mas nem sempre capazes de explicar os fatos”.
A sala de aula deve ser um espaço de interação e trocas de experiências
com o intuito de confrontar os saberes vividos, tanto por professores quanto por
alunos, com os saberes historicamente constituídos, a fim de promover um momento
de reflexão por meio da dialogicidade de saberes na construção do conhecimento e
não na sua simples transmissão.
Neste contexto, a proposta de trabalho com artigo de opinião, vem contribuir
na construção crítica de opiniões sobre temáticas presentes no cotidiano dos alunos
e que podem polemizar discussões, trazendo maiores esclarecimentos a todos.
2.1 Gênero discursivo artigo de opinião O artigo de opinião é um gênero discursivo que trata de questões polêmicas
que dividem a opinião da sociedade. Geralmente é veiculado por jornais, revistas e
sites da internet. Segundo Gagliardi e Amaral:
Como o artigo de opinião não é a divulgação de um fato, mas uma resposta ao que já se disse sobre ele, os articulistas tomam aquilo que já foi dito como objeto de crítica, de questionamento ou de concordância. Eles emitem
seu ponto de vista e incorporam ao seu discurso a fala das outras pessoas que já se pronunciaram a respeito do tema, valorizando-a ou desqualificando-a (GAGLIARDI; AMARAL, 2004, p. 06).
A intenção dos articulistas é de persuadir e convencer os leitores, colocando
seu ponto de vista como verdadeiro em tom de convencimento. Por isso, os artigos
de opinião funcionam como instrumentos para a formação do cidadão que, ao
aprender na escola, desenvolve a capacidade de participação nas discussões sobre
questões locais, podendo contribuir para resolvê-las. No artigo de opinião, assim
como em outros textos, de diferentes gêneros, torna-se necessário um estudo de
análise linguística como uma prática didática complementar às práticas de leitura, de
oralidade e de escrita, para que haja uma aprendizagem mais efetiva e completa.
2.2 Aspectos linguísticos
Além da leitura e da escrita, é importante destacar alguns aspectos
linguísticos presentes no gênero discursivo artigo de opinião. Sendo assim, o
presente trabalho procurou mostrar de maneira sintetizada, a importância da coesão
e da coerência na produção de texto. Para tal, foram realizadas algumas leituras que
trazem opiniões de autores e informações esclarecedoras sobre o assunto proposto.
Sempre que ao escrevermos um texto precisamos estar atentos com a organização
das ideias, com a escolha das palavras e com as conexões a fim de estabelecer o
sentido desejado. Tais escolhas denotam características linguísticas que devem ser
levadas em consideração na produção de texto e discutidas em momento oportuno
na leitura e reestruturação.
Rangel afirma que:
Se puderem refletir sobre as operações linguísticas que deverão realizar, se puderem nomear adequadamente cada um de seus passos, manobras, estratégias, técnicas etc., os alunos poderão desenvolver um conjunto pertinente de conhecimentos teóricos sobre a língua e a escrita. (RANGEL, 2011, p.68)
Os conhecimentos linguísticos são explorados no momento da escrita,
principalmente quando se viabiliza a retomada e a antecipação de informações, a
reflexão quanto ao uso dos elementos articuladores, e as relações entre as partes
que formam o texto.
É importante que, na escola, o educando tenha acesso a diferentes gêneros
textuais e que possa entendê-los e identificar suas características por meio da
prática, da discussão e da leitura propiciada nas aulas de língua portuguesa. Os
aspectos responsáveis pela textualidade de um texto bem constituído começam pela
coerência, a qual nos permite entender que um texto precisa estabelecer diálogo
entre emissor, receptor e mundo, para então cumprir sua função.
Conforme as DCEs:
Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. [...] Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva diante deles. [...] Assim, o professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da sociedade. (PARANÁ, 2008, p.71)
Por meio da leitura, da escrita e da oralidade podemos refletir sobre os
fenômenos gramaticais e textual-discursivos presentes no texto. Ao ler um texto, o
aluno deve considerar hipóteses, fazer perguntas, questionar-se a fim de ampliar
sua capacidade linguística no uso da língua. O professor deve atuar como mediador
e provocar nos alunos a necessidade de realizarem leituras significativas para que
consigam compreender as informações implícitas e a temática de cada texto.
Além disso, é importante ressaltar o uso dos elementos coesivos, os quais
são observados nas partes do texto, nos seus mecanismos de construção. Segundo
Marcuschi (2008, p.96), alguns aspectos devem ser observados para que a
coerência se faça presente no texto: a intertextualidade, que exige do emissor e do
receptor conhecimento de dois ou mais textos, de épocas distintas, que dialogam
entre si por meio da mensagem, do contexto; a intencionalidade, a qual cuida que o
texto atinja seu objetivo quanto à intenção de quem o produz; a aceitabilidade, que
recai sobre o receptor, portanto o texto, mesmo com algumas falhas na qualidade,
não pode expressar vazios na comunicação, precisa transmitir a informação ao
receptor; a informatividade, que para ser expressa com êxito no texto, é necessário
que tenha informação na medida certa, a fim de que o receptor possa processá-las;
a situacionalidade, a qual nos mostra que, a forma como transmitimos uma
informação, pode variar de acordo com a situação comunicativa dos interlocutores,
para então ser mais eficaz, adequando-se ao interlocutor e ao ambiente.
Também, não se pode deixar de lado o tópico, que é o ponto de partida do
enunciado, aquilo que serve para a escolha de assunto que interessa ao interlocutor
tanto na fala quanto na escrita. O tópico pode ser classificado como a ideia núcleo, o
que ajuda a assegurar a coerência e a unidade no parágrafo, o que implica produzir
coerência semântica e lógica nos períodos que o constituem.
Conforme as DCEs sobre a prática de análise linguística:
Assim, o trabalho com a gramática deixa de ser visto a partir de exercícios tradicionais, e passa a implicar que o aluno compreenda o que seja um bom texto, como é organizado, como os elementos gramaticais ligam palavras, frases, parágrafos, retomando ou avançando ideias defendidas pelo autor, além disso, o aluno refletirá e analisará a adequação do discurso considerando o destinatário, o contexto de produção e os efeitos de sentidos provocados pelos recursos linguísticos utilizados no texto. (PARANÁ, 2008, p. 61)
O texto pode ser entendido como o entrelaçamento de ideias, de enunciados.
Nesse contexto, destaca-se a coesão como responsável pela correta ligação dos
termos, transmitindo assim um sentido adequado ao texto. As preposições,
conjunções e pronomes são usados a fim de garantir unidade entre as diversas
partes do texto contribuindo para a coesão textual.
A coesão também ocorre pela substituição ou pela elipse de termos, fazendo
referência a outros, sem prejudicar o entendimento e a clareza textual. Já a coesão
por conectores se efetiva na adequação do valor semântico expresso pelo mesmo
para ligar orações, cumprindo seu papel no texto. Além disso, é comum haver
coesão lexical que se caracteriza pela repetição de termos, pelo uso de sinônimos,
expressões especificadoras de gênero ou até mesmo expressões genéricas.
Segundo Marcuschi (2008, p.99), pode-se dizer que os mecanismos da
coesão conseguem dar conta da estruturação da sequência superficial do texto, seja
por conectivos ou referenciais e a coesão é um dos critérios mais importante da
textualidade. A coerência do texto é construída pelos receptores que processam e
relacionam as informações, baseados na estrutura e organização e nas inferências
sobre o material lido ou no conhecimento de mundo ativado pela leitura. A coerência
textual produz no leitor uma representação mental interpretativa daquilo que se lê,
pois por meio da clareza em que o texto está organizado proporciona tal
interpretação. Para fazer um comparativo entre coesão e coerência, diz-se da
coesão que é responsável pela organização e pela forma do texto enquanto a
coerência é responsável pelo sentido do texto.
Por fim, pode-se dizer que a coesão e a coerência não são conceitos simples
de serem assimilados, mas são essenciais para que o texto tenha estrutura e
significação tanto para quem produz quanto para quem recebe. Portanto, de maneira
um pouco vaga, pode-se dizer que a coesão está presente na estrutura e a
coerência no sentido total e global do texto e esta exige amplo conhecimento do
escritor e do receptor a fim de que se entenda a ideia, o sentido do texto. Para que o
estudo sobre gêneros discursivos ocorra de maneira satisfatória e que atinja o grau
de compreensão necessário é importante que se realize por meio de sequências
didáticas.
2.3 A sequência didática e o letramento no ensino de gêneros textuais
A utilização da sequência didática tem como função primordial a facilitação do
entendimento sobre os gêneros textuais, tendo como objetivo proporcionar um
conjunto de atividades que propiciem a transposição didática adequada de
conhecimentos sobre os gêneros, ao mesmo tempo em que explore a esfera de
circulação dos textos produzidos.
Dessa forma, pode-se trabalhar o gênero com a leitura, a esfera de
circulação, a estrutura, os aspectos linguísticos, a relação com outros textos, a
ideologia, a produção, a reestruturação e a divulgação. O conhecimento sobre o
gênero estudado é verificado no processo de estudo proposto, refletindo-se sobre as
etapas do trabalho com a oralidade e a escrita.
Trabalhar os diferentes gêneros requer mais do que produzir o texto dentro do
estilo esperado. É imprescindível que se compreenda aquilo que se produz e, mais
que isso, que se leia nas entrelinhas o que de fato este gênero quer apresentar. A
sequência didática é o método a ser usado e o letramento corresponde à
aprendizagem a ser atingida com a utilização do método. Somente por meio desta
concretização de conhecimentos adquiridos, será possível solidificar no educando, a
proposta concreta do letramento. Mais que produção e compreensão, letramento é
quando o sujeito domina a modalidade textual, conhecendo as particularidades e o
contexto social em que veicula, sendo capaz de interagir socialmente por meio
dessa modalidade textual.
Conforme Kleiman (1995, p. 19), letramento é “um conjunto de práticas
sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em
contextos específicos para objetivos específicos.” Também é válido ressaltar que as
estruturas de poder da sociedade influenciam nas práticas de letramento.
Dependendo do nível de escolarização dos pais e dos encaminhamentos onde
ocorre o evento de letramento, a criança terá mais ou menos facilidade na vida
escolar.
Segundo Kleiman, o contexto onde está inserido o aluno pode influenciar na
sua aprendizagem:
A concepção do modelo ideológico do letramento, que afirma que as práticas letradas são determinadas pelo contexto social, permitiria a relativização, por parte do professor, daquilo que ele considera universalmente confiável, ou válido, porque tem sua origem numa instituição de prestígio nos grupos de cultura letrada. (KLEIMAN, 1995, p.55)
Pode-se dizer que o modelo ideológico é um dos eventos de letramento que
ocorre desde muito cedo, quando as crianças começam a ter acesso na família, e
que tal condição é oportunizada de acordo com as possibilidades intelectuais dos
pais e das condições sociais a que estão expostos. E que na instituição escolar, está
associada aos diferentes contextos da leitura e escrita, valorizando a pluralidade e a
diferença, considerando a participação crítica nas práticas sociais.
Já no modelo autônomo, o qual é contrário ao ideológico, busca-se a
independência do contexto social; não há espaços para questionamentos; a leitura e
a escrita têm no ambiente escolar o desenvolvimento dos níveis de alfabetização
pela própria escrita, sem valorizar a oralidade e as experiências prévias dos alunos;
o ensino volta-se para a reprodução e não para a reflexão. Porém, é preciso priorizar
a participação crítica, respeitando e partindo de conhecimentos prévios, para que só
então, a instituição escolar dê sua contribuição.
3. Metodologia e estratégias de ação
O pesquisador confeccionou o material pedagógico com a finalidade de
trabalhar sua intervenção, aproximando a realidade vivenciada pelos alunos, por
meio do uso dos recursos tecnológicos na construção do saber do artigo de opinião.
Sabe-se a importância de se ter opinião e entender o ponto de vista dos outros, que
pode ser confrontado, desde que com fundamento e respeito. Para isso, a
intervenção realizada foi caracterizada como uma pesquisa-ação. Segundo Elliott
(1997), a pesquisa-ação permite superar as lacunas existentes entre a pesquisa
educativa e a prática docente, ou seja, entre a teoria e a prática, e os resultados
ampliam as capacidades de compreensão dos professores e suas práticas, por isso
favorecem amplamente as mudanças.
No início do ano 2014, durante a semana pedagógica, foi apresentada a
produção didático-pedagógica aos professores, equipe pedagógica e direção. O
gênero textual que norteou o trabalho foi o artigo de opinião que logo depois de ser
exposto na Semana de Estudos Pedagógicos foi apresentado à turma de 38 alunos,
matriculados no 1º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Francisco Ramos de
Guamiranga – Pr.
A pesquisa organizou-se com base em Marcuschi (2008) que orienta o ensino
por meio de sequência didática e segue os PNN’s, que oportunizam explorar os
saberes linguísticos presentes no texto a partir de situações e contextos de vivência
dos alunos.
Para desenvolver as propostas de trabalho docente em língua portuguesa
utilizando-se de recursos tecnológicos, optou-se por um gênero textual que exigisse
dos alunos: pesquisa, leitura e produção. Antes de iniciar o trabalho em sala de aula,
foi apresentado o plano de trabalho docente para acompanhamento da equipe
pedagógica da escola. Em seguida, foi exposto aos envolvidos na proposta de
trabalho, os quais utilizariam recursos tecnológicos para realizar o estudo do
conteúdo relativo ao gênero textual artigo de opinião. Por se tratar de um gênero que
veicula em jornais, revistas e na internet, foi proposto que ao final do trabalho se
produzisse um artigo para divulgação.
O início das atividades foi marcado pela busca da definição do termo que dá
nome ao assunto estudado. Para isso, os alunos procuraram auxílio com a
ferramenta de pesquisa Google, utilizando-se do laboratório de informática da escola
e da disponibilidade da rede wifi para acessarem de seus aparelhos celulares,
tablets e notebooks. Com isso, a aula despertou a curiosidade e a construção do
saber; realizou-se pelos próprios alunos, onde o professor fez a mediação,
orientando para que encaminhassem suas pesquisas na forma correta. Por estar
sempre conectados e fazendo uso de recursos tecnológicos diariamente, ficaram
mais interessados na proposta de trabalho apresentada pelo professor.
Além de pesquisarem a definição, alguns procuraram outras informações,
foram além, aprofundaram-se no assunto e leram artigos sobre temas relevantes
para eles naquele momento; enquanto outros, apenas conseguiram concluir a
pesquisa solicitada. E, para valorizar o estudo, foi proposto um momento para
compartilhar o que haviam lido.
Logo depois de apresentar a proposta e sem aprofundamento sobre o
assunto, conforme estudo baseado em Dolz e Schenewly, via Marcuschi (2008), foi
solicitado aos alunos a produção de um artigo, expressando a opinião sobre um
tema que julgassem interessante. Para atender a proposta de ensino por meio de
sequência didática, defendida pelos autores acima, em que os alunos produziram e
a partir das produções, o professor organizou sua intervenção, enfatizando as partes
em que as dificuldades eram mais acentuadas. Então, foi elaborado um esquema de
atividades que buscava o conhecimento e aperfeiçoamento sobre o gênero textual
estudado até chegar o momento da conclusão, em que o aluno novamente
produziria um artigo de opinião, contando com o conhecimento amplo sobre o
conteúdo estudado.
Em seguida, foi apresentado o jornal impresso, como meio de veiculação de
artigo de opinião e como fonte próxima para leitura, devido ao fato da escola manter
uma assinatura diária e os alunos e professores já desenvolverem atividades
utilizando-se dos mesmos.
A utilização da TV como canal de circulação de opiniões, expressas em
alguns momentos, em jornais, por alguns apresentadores, também serviu de base
para análise e comparativo referente à repercussão polêmica de fatos divulgados
pela TV e pela internet. Além disso, os alunos foram informados dos horários e
programas de TV que abordavam temas polêmicos e puderam acompanhar como
atividades extraclasse para retomar nas próximas aulas, tecendo seus comentários
a respeito do que fora divulgado.
Um dos momentos de reflexão consistiu no fato de que em um telejornal, uma
jornalista, ao expressar sua opinião sobre o carnaval, causou muita polêmica e um
telespectador gravou e publicou na internet. Assim, a repercussão de sua opinião foi
muito maior, pois nas redes sociais fica disponível aos usuários em todos os lugares
e a qualquer hora. O momento favoreceu um trabalho de reflexão sobre o poder e o
alcance das mídias, como também permitiu comparar o impacto de uma opinião
expressa no programa de TV e nas redes sociais.
Nesse momento, foi apresentado aos alunos o vídeo de conteúdo polêmico
da jornalista sobre o carnaval e realizada uma enquete para averiguar a aceitação e
a rejeição das opiniões expostas. Em seguida, abriu-se espaço para reflexão
discutida.
Para aprofundar a discussão sobre o conteúdo, foi disponibilizado material
impresso, contendo a transcrição do vídeo e algumas questões para leitura e análise
linguística, tais como:
1- Que gênero textual é esse? Qual a finalidade dele?
2- Para quem esse texto foi produzido?
3- Qual o lugar social da pessoa que construiu esse texto? Que autonomia ela tem
para falar sobre esse tema?
4- Pesquise e escreva o que significam as palavras em destaque nesta expressão:
“Milhões de reais são pagos a artistas da terra, e fora dela, para garantir o circo a
uma população miserável que não tem sequer o pão na mesa.”
5- Entre os tipos de argumentos estudados, qual deles a autora utiliza? Comprove
com um trecho do texto.
6- A autora cita duas falsas verdades sobre o carnaval, identifique-as e dê sua
opinião.
7- Para comprovar sua opinião diante do carnaval, a autora usa argumentos
voltados à questão financeira. Discorra justificando tal estratégia.
8- Após assistir ao vídeo da jornalista Rachel Sheherazade, publicado na internet e
analisar o texto veiculado pela TV, comente em qual das mídias ele repercutiu mais
e por quê.
Após minucioso estudo, foi apresentado aos alunos um texto sem os
elementos articuladores, que foram suprimidos, para que então pudessem empregá-
los, completando as lacunas, refletindo sobre a função e o sentido de cada um para
a coesão e coerência do texto.
A partir disso, foi indagado aos alunos envolvidos no trabalho, se utilizavam
as redes sociais de maneira consciente, com respeito e cuidado a sua imagem e a
dos colegas. Também foi proposto elaborar um questionário investigando como isso
se processa por todos os usuários do colégio. Para que houvesse sucesso, os
alunos do 1º ano foram divididos em grupos e pesquisaram todas as turmas de
alunos que frequentam o período matutino a fim de descobrir como eles agiam nas
redes sociais. Com o resultado da pesquisa elaboraram gráficos, por turma,
demonstrando a real situação de todos os alunos que estudam de manhã no colégio
em relação ao uso consciente das redes sociais. As perguntas buscavam
informações tais como: Quem utiliza redes sociais? Com que frequência? Já mentiu
na rede social? Conhece os riscos? Conhece as leis que regulamentam? Cometeu
ou foi vítima de bullying por meio da rede social? O objetivo desse trabalho foi
desenvolver a opinião sobre o uso consciente dos recursos midiáticos e expor por
meio de gráficos a porcentagem de alunos que utilizam e o modo como agem nas
redes sociais.
Procurou-se inserir o uso de recursos tecnológicos com a finalidade de
contribuir para a realização das atividades e divulgação dos trabalhos. Para isso, foi
pesquisada e analisada a opinião de uma jornalista que argumenta sobre o carnaval,
bem como a repercussão de seu comentário na TV e na Internet. Nesse momento,
foi explorado o alcance e o que mais repercutiu, se foi o comentário veiculado na TV,
ou o mesmo comentário veiculado pela internet. Além disso, foram pesquisadas
charges e produzidas outras com teor crítico com base nas pesquisas no google e,
posteriormente, foram produzidos textos no gênero argumentativo e gravados em
vídeos para postar no grupo criado e organizado na rede social facebook. Para que
o trabalho fosse divulgado, todos os alunos que ainda não possuíam uma conta na
rede social criaram e puderam postar seu vídeo e assistir aos dos colegas. Foram
utilizados computadores do laboratório da escola e os alunos contribuíram com
celulares e outros recursos tecnológicos próprios para auxiliar nas pesquisas,
gravação, postagem e acesso às postagens dos colegas.
À proporção que as aulas eram concluídas e surgiam novos desafios,
motivado pelo uso ou estudo relacionado às tecnologias, percebia-se que os alunos
sentiam-se bastante à vontade para desenvolver suas tarefas, pois passavam uma
ideia que estavam totalmente seguros daquilo que faziam. Mesmo assim, o
professor apresentava os riscos oriundos da internet e promovia um debate para
aprimorar o uso de argumentos em questões que causam polêmica.
As atividades que eram realizadas com as ferramentas tecnológicas
despertavam mais interesses nos alunos que as atividades produzidas sem o auxílio
desses recursos. Era perceptível por meio da intenção e da vontade dos alunos em
realizar as tarefas. Diante do fascínio que a maioria dos jovens tem em relação às
tecnologias, foi assistido ao filme sobre bullying e ciberbullying que apresenta uma
situação que revela como uma pessoa inocente ou descuidada pode acabar
sofrendo as consequências da sua falta de cuidado. Após assistir ao filme, os alunos
tiveram uma noção do que as redes sociais podem proporcionar tanto para quem
sofre bullying, quanto para quem pratica, e entender que as regras existem e as leis
também, e que crimes praticados nas redes sociais são passíveis de punição.
Na sequência, foi apresentado para a turma um documentário que trazia a
questão dos amigos reais e amigos virtuais e as relações estabelecidas entre os
termos “amigos”. Foi possível fazer uma discussão em torno do documentário e
apresentar opiniões a respeito do uso das redes sociais conscientemente. Abordou-
se também a influência dos termos que designam as diferentes redes sociais e a
presença deles nas letras de música.
Sabendo do alcance das redes sociais e conhecendo um pouco mais sobre
os riscos que oferecem, os alunos deveriam produzir um artigo de opinião para ser
divulgado no facebook. Para que a atividade se desenvolvesse com êxito, foi
sugerido que pesquisassem e escrevessem um texto de opinião a partir de um tema
polêmico; em seguida, após revisão das produções, foi gravado um vídeo onde os
próprios alunos, em duplas, fizeram a leitura de suas opiniões e postaram no
facebook. Com isso foi possível utilizar os recursos tecnológicos a serviço da
educação, por meio da rede social mais usada pelos alunos envolvidos no trabalho,
explorando a função social da rede, divulgando as opiniões a respeito de diversos
temas.
Os alunos puderam pesquisar e elaborar textos de opinião sobre a copa do
mundo no Brasil, a saúde pública, o sistema de cotas nas universidades, etc. Além
de escrever sobre o assunto que quisessem, tinham a certeza de que o resultado do
trabalho seria divulgado por meio da rede social facebook, em pequenos vídeos, em
que eles gravavam, postavam e aguardavam comentários. A maioria já possuía
acesso à rede social e usava diariamente para lazer. Com a proposta e
desenvolvimento do trabalho puderam aprofundar o conhecimento sobre as
vantagens e os riscos que as redes sociais podem oferecer, além de discernir de
que forma deve ser usada na escola.
4. Resultados e discussões
O estudo referente ao gênero textual artigo de opinião despertou o interesse
dos alunos em participar ativamente das questões polêmicas que dividem opiniões.
Mas é importante destacar que, no início, no momento da primeira produção, havia
pouco entusiasmo e isso começou a mudar quando foram apresentadas cópias de
artigos e análises das partes que os constituem, realizando diferentes exercícios de
aprimoramento e produção escrita. O interesse pelo assunto estudado foi crescendo
à medida que foram conhecendo melhor as características, a estrutura, a circulação
e a função social. Além disso, puderam desenvolver a criticidade, pois precisam
explorar argumentos favoráveis e contrários sobre as temáticas a serem estudadas.
Sem dúvida, a motivação para os estudos relacionados ao artigo de opinião,
foi a compreensão do passo a passo, das etapas e da circulação das opiniões nas
redes sociais e jornais impressos. Além disso, os alunos puderam analisar, discutir e
refletir a respeito de vários assuntos, pesquisando e formando opiniões com
sustentação por meio de argumentos.
O gênero textual artigo de opinião foi explorado por meio de estudo minucioso
das partes que o compõe, onde circula, quais características, função social, tipos de
argumentos, articuladores, coerência, coesão, etc. Foram lidos textos com opiniões
contrárias sobre um mesmo tema a fim de comparar a qualidade dos argumentos
utilizados pelos articulistas. Também houve intensa participação nas atividades
propostas para produção e reestruturação de textos, pois se partia de temáticas que
geram polêmica e dividem opiniões. Sabe-se que os jovens são participativos em
discussões que dividem opiniões e nada melhor que promover um debate entre eles
para utilizarem seus argumentos.
Sabendo que a escola, por meio dos professores, deve levar em
consideração os conhecimentos que os alunos trazem para a sala de aula e
relacionar os conteúdos escolares com a prática vivida, é importante que o aluno
perceba o uso na prática cotidiana daquilo que apreende na escola, a fim de
entender o porquê estudar tal conteúdo. Desta forma, foram trabalhadas questões
que interferem diretamente na vida escolar e que divide a opinião dos alunos, tais
como: o uso ou não de chicletes, celular e boné em sala de aula. Para isso,
buscaram informações e argumentos a fim de refletir e fundamentar suas opiniões,
percebendo também que podem interferir nas situações locais e globais, pois há
espaços em jornais, revistas e por meio da internet para a circulação de textos para
difundir suas ideias.
Para que o trabalho com artigo de opinião alcançasse seu objetivo de fazer
com que o aluno reconhecesse o gênero, utilizasse a linguagem adequada, fosse
capaz de produzir texto com coerência, argumentos, contra-argumento, entre outros
aspectos indispensáveis ao gênero em questão, era de suma importância esclarecer
de que maneira seu texto seria divulgado e para quem. Sabendo da facilidade com
que os jovens utilizam os recursos tecnológicos e do frequente uso, foi proposto
para efeito de circulação que o trabalho final fosse divulgado, por meio de vídeo, em
que os alunos gravavam lendo seu texto e postavam na rede social chamada
facebook, considerando que todos já utilizavam diariamente esse recurso.
Com isso, foi possível perceber significativa melhora dos aspectos linguísticos
nas produções escritas, principalmente no uso dos conectores, na organização das
informações nos parágrafos e no texto como um todo, nos procedimentos de
concordância e no cuidado maior com a escolha das palavras, a fim de assegurar
mais clareza e coerência às ideias apresentadas.
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