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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
TITULO: LUTA DO KICIBOXING NA EDUCAÇAO FISICA ESCOLAR
AUTOR: LUIZ ANTONIO DA COSTA1
ORIENTADOR: JORGE BOTH2
RESUMO
Atualmente nas aulas de educação física escolar a luta ainda é pouco difundida, em função de vários fatores: falta conhecimento do professor de educação física, falta de vestimenta adequada e matérias. Assim, o artigo buscou desenvolver uma unidade didática nas aulas de educação física, abordando a luta do kickboxing como referência, para a aprendizagem das lutas de contato, no ambiente escolar. Para isto, foi necessário conhecer, a estrutura da luta do kickboxing, desde a sua origem, o histórico e sua evolução, as modalidades, categorias e como é o ensino da luta. Então, foi realizada uma unidade didática para alunos do 6° ano do ensino fundamental composta de 13 aulas da luta do kickboxing ao conteúdo, sendo estas, registradas em forma de relatórios, dos quais demonstraram o processo do desenvolvimento da aprendizagem da luta nas aulas de educação física, em forma de vivência prática/teórica. Percebeu-se um bom envolvimento dos alunos em todas as atividades realizadas durante a implementação, dando a certeza da aceitação, a necessidade e a importância da luta com conteúdo da educação física. Nesse sentido, favoreceu-se o enriquecimento do repertório motor do aluno.
Palavras-chave; Educação física. conteúdos. lutas. kickboxing.
1 Autor: Luiz Antonio da Costa, professor da disciplina de Educação Física da Rede Pública do
Estado do Paraná. 2 Orientador Prof. Dr Jorge Both, professor no Departamento de Educação Física da UEL. Londrina
PR.
1. INTRODUÇÃO
A educação física escolar nos últimos anos passou por mudanças importantes
como disciplina, embora perdendo espaço na sua grade curricular, está incluída no
projeto político pedagógico (PARANÁ, 2008, p. 50). Esta conquista vem por meio de
vários acontecimentos, entre eles a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
de 20 de dezembro de 1996, onde descreve que, “a educação física integrada á
proposta pedagógica da escola é componente curricular da educação básica,
ajustando-se as faixas etárias e às condições da população escolar, sendo
facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, 1997, p. 24.). Assim, observa-se que a
educação física escolar está amparada por meios legais, dando a possibilidade ao
professor de Educação Física ser um ser agente educacional, podendo atuar na
prática de sua autonomia.
Diante desta breve reflexão a respeito do conhecimento das situações de
mudanças que contribuíram, para que a educação física escolar tenha sua
identidade como conteúdo disciplinar educacional, há também que conhecer sua
estrutura como disciplina. Observa-se que a disciplina educação física desenvolve a
ação educacional por meio dos Conteúdos Estruturantes (esporte, jogos e
brincadeiras, dança, ginástica e lutas), Conteúdos Básicos, Abordagem Teórico-
Metodológica e Avaliação (Paraná, 2008). Observa-se que as lutas, faz parte dos
conteúdos estruturantes da educação física, junto aos demais. A luta também
conhecida com artes marciais apresenta alguns obstáculos que dificultam a prática
no dia a dia das aulas nas escolas.
Rufino e Darido (2013) descrevem “O conteúdo lutas, com é pouco estudado
pelos professores de educação física, comparando aos demais esportes,
comumente praticados nas aulas de educação física escolar”. De fato, ainda existem
argumentos que demonstram resistência por parte dos professores, sendo os
seguintes: falta de espaço, falta de material, falta de vestimenta adequada,
associação às questões de violência escolar, desconhecimento dos conteúdos
relacionados às lutas, falta de formação do profissional de educação física.
Neste sentido, Ferreira (2006, p.36) relata que “é mais cômodo ao professor
ministrar aulas de futebol, de voleibol ou de qualquer outra atividade com bola, do
que preparar aulas envolvendo um tema tão complexo como as lutas”. Assim,
percebe-se que o conteúdo luta pode ser aplicado na aula pelo professor de
educação física. Entretanto, na sua prática, o docente se restringe apenas as aos
esportes com bola, e demonstra pouco interesse em tratar de outros conteúdos, que
não seja de seu domínio ou de costume.
Neste sentido, constata-se a necessidade de curso de capacitação aos
docentes de Educação Física sobre o conteúdo lutas. Além disso, estes cursos de
capacitação podem remover a visão deturpada do conteúdo lutas, o qual esta
relacionando, muitas vezes, com violência e com agressividade, atitude oposta à
educação física e a filosofia das lutas (FERREIRA, 2006).
Diante das colocações abordadas anteriormente, o objetivo do estudo foi de
desenvolver uma unidade didática que abordará o conteúdo lutas na educação física
escolar. Considerando as dificuldades de abordar o tema lutas na escola, a
intervenção buscou abordar a arte marcial Kickboxing, por ser uma luta que é
desenvolvida em pé e não necessitando de uma área de combate especifica para o
seu desenvolvimento no ambiente educacional.
Portanto, o objetivo deste estudo foi desenvolver uma unidade didática nas
aulas de Educação Física que abordem a prática da luta, sendo o kickboxing a arte
marcial utilizada. Considerando os seguintes aspectos:
Conhecer a origem e o histórico do kickboxing e do kickboxing no Brasil;
Conhecer a estrutura do kickboxing, modalidades, categorias, regras e
graduações;
Adaptar os métodos de treinamento e ensino e aprendizagem do kickboxing
às aulas de educação física escolar;
Adaptar uma metodologia didática pedagógica do ensino da luta kickboxing
nas aulas de educação física escolar.
A intenção em desenvolver uma unidade didática sobre as lutas justifica-se
pela reflexão e análise, a respeito da dificuldade encontrada nas aulas de educação
física, acima citados, bem como a experiência do autor fora do ambiente escolar.
Assim, o ensino da luta nas aulas de educação física escolar pode ser visto como
uma possibilidade de proporcionar ao aluno, o conhecimento e a vivência da luta
kickboxing no cotidiano dos conteúdos aplicados nas aulas de Educação Física
(RUFINO e DARIDO, 2013; FERREIRA, 2006).
2. METODOLOGIA
Este estudo utilizou uma abordagem qualitativa do tipo pesquisa ação, no
qual buscou aplicar uma unidade didática, a qual teve o objetivo de repassar os
conhecimentos e vivências elementares da luta do kickboxing no ambiente escolar.
Inicialmente, foi feito um diagnostico, partindo do referencial do
estabelecimento de ensino e da luta kickboxing. Bem como, a estrutura do ambiente
escolar quanto aos recursos materiais, espaço, ambiente, materiais e humano,
relativo á direção, equipe pedagógica, professores funcionários e os alunos,
principalmente os envolvidos as ações da unidade didática.
O diagnostico foi realizado junto aos alunos envolvidos, nas atividades da
unidade didática, por meio de debate, diálogos sobre a vivência prática. Além disso,
buscou-se verificar o conhecimento que os alunos possuíam sobre lutas e ver as
expectativas dos alunos em relação á aprendizagem do conhecimento sobre lutas
nas aulas de educação física.
A população foi constituída por 26 alunos do ensino fundamental, sendo que a
amostra da investigação foram os alunos de ambos os gêneros, do 6º ano do ensino
fundamental do Colégio Estadual Vicente Machado – Ensino Fundamental e Médio.
A unidade didática foi realizada em 13 aulas, sendo que as atividades
iniciaram no começo do mês de março de 2014, e terminaram, na primeira quinzena
do mês de junho. Os materiais que foram utilizados para a aplicação do projeto são:
Textos, livros, revistas, artigos de jornais e revistas, conteúdo eletrônico
(internet), entre outros materiais que auxiliarão no repasse de informações
sobre o conhecimento teórico da luta kickboxing.
Aparador de socos e de chutes, protetores de mão e de pernas, sacos de
pancada. Destaca-se que os equipamentos serão confeccionados durante a
unidade didática
Recursos áudio visuais, (vídeos educativos, filmes, documentários, musicas
relacionadas ás lutas).
Quadra esportiva da escola, onde ocorrerá a simulação e demarcação do
tamanho do tatame e do ringue.
Materiais alternativos como corda, bola, rede entre outros, para desenvolver
as atividades de ensino.
Os instrumentos de análise foram questionários, e anotações dos diários de
campo que relataram as atividades que ocorreu durante as aulas, câmeras
fotográficas e filmadoras que foram utilizadas no registro das atividades.
As atividades foram registradas, bem como, as aulas nos relatórios transcritas
e após estes procedimentos serão trianguladas as informações em conjunto com os
registros das atividades as trocas de experiências do GTR (Grupo de Estudo em
Rede) que foram fotografadas e filmadas. As analises terão como base a análise do
conteúdo, segundo a proposta metodológica de Bardin (2010) sendo utilizadas as
dimensões da aprendizagem Conceitual, Procedimental e Atitudinal (Coll apud
Rufino e Darido, 2000) dos alunos como categorias a priori.
3. FATORES QUE INFLUENCIAM NA APRENDIZAGEM DA LUTA.
Em relação à aprendizagem, a dimensão conceitual relativo ás lutas
envolveram aspectos como: conceitos sobre as modalidades categorias, regras,
estudos e análises sobre as formas corretas de realizar os movimentos. Os
exemplos de aplicação o ensino das lutas na escola o ensino dos diversos tipos de
modalidades existentes, formas e classificação das modalidades, diferentes origens
e práticas, regras destas modalidades, conceitos biométricos e fisiológicos formas
de treinar dentre outras possibilidades.
Na dimensão procedimental do ensino das lutas relacionam-se aos
movimentos, procedimentos gestos técnicos realizados nas modalidades,
individualmente em dupla ou em grupo. Os da aplicação procedimental: vivências
relativas a questões de oposição, ganho, ou perda de espaço, quedas, atividades
individuais como simulação de técnicas de chutes e socos, atividades em duplas, em
grupos, realização de brincadeiras e jogos pré-desportivos relacionados ás lutas
entre outros.
Quanto à dimensão atitudinal corresponde às atitudes, valores que devem ser
ensinados em relação às lutas, com condutas éticas, valores e princípios
orientadores das práticas que envolvem o respeito mútuo, a solidariedade enfim. Os
exemplos dessa dimensão foram: respeito ao companheiro, diferenciação entre
briga e luta, discussão sobre termos como: “porrada”, guerra, violência, massacre,
também diz respeito ás hierarquias e graduações nas modalidades de luta, respeito
aos limites do próprio corpo quanto execução e na aplicação dos golpes, posições
básicas, a ética ao uso dos conhecimentos aprendidos, respeito ao ambiente e ou
loca de treino e demais possibilidades.
Embora as dimensões sejam estas três, na aplicação prática durante o
ensino-aprendizagem elas estavam entrelaçadas uma a outra, não sendo possível
aplicar no ensino das lutas em cada dimensão de forma isolada e sim as interagindo
entre si, tendo assim uma ampliação da visão na aprendizagem desta prática.
(COLL. 2000 apud. RUFINO e DARIDO, 2013).
Estas três dimensões apresentadas são oportunas no esclarecimento do
processo de aprendizagem da luta do kickboxing realizada nesta unidade didática, a
qual engloba os processos pelos quais foram realizadas as aulas deste estudo
(Quadro 1).
Conhecimento/Aprendizagem Envolvem os seguintes aspectos:
Dimensão Conceitual: Educação Física Escolar: Diretrizes curriculares, Disciplina Educação Física, Conteúdos Estruturantes (esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, dança e lutas), Conteúdo do período, esporte, jogos e brincadeira, ginástica e luta, teoria e prática da educação física;
Dimensão Procedimental: Artes Marciais/Lutas/Kickboxing: Histórico/Origem das artes marciais e do kickboxing, a luta do kickboxing – modalidades, categorias, aprendizagem dos movimentos básicos da luta, fundamentos do ataque e da defesa, técnicas de soco (boxe), e de chutes, tática de luta, sequencia e combinações de golpes, programa de treinamento da faixa branca à amarela e aprendizagem da luta do kickboxing como vivência;
Cultura Corporal e as Qualidades Físicas: conhecimento e aprendizagem de uma luta, jogos pré-desportivos e brincadeiras, ginástica, relativos a pratica da luta, coordenação motora, lateralidade, noção de espaço e tempo, resistência aeróbica e anaeróbica e localizada, flexibilidade, força, agilidade, destreza, equilíbrio;
Dimensão Atitudinal: Filosofia das Artes Marciais – dialogar sobre os valores, princípios da filosofia das artes marciais, como o respeito ao próximo, diferenciar briga e luta, artes marciais e violência, a contribuição que a pratica da luta nas aulas de educação física escolar atribui ás aulas.
Quadro 1. conhecimentos relativos á aprendizagem da luta kickboxing
4. APLICAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA, CONSIDERANDO AS
DIMENSÕES CONCEITUAL, PROCEDIMENTAL E ATITUDINAL.
Ao iniciar as aulas da unidade didática, foi apresentado aos alunos o
conteúdo programático da disciplina, segundo a proposta pedagógica do colégio e
as diretrizes curriculares da educação física; esporte, jogos e brincadeiras, ginástica,
dança e lutas, (Paraná, 2008). Foi Informado aos alunos, que iria ter duas aulas
semanais de educação física, destas, os conteúdos seriam distribuídos em uma aula
prática e ou teórica contemplando os esportes, jogos e brincadeiras e outra a luta.
4.1 . IMPLEMENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA SEGUNDO A DIMENSÃO
CONCEITUAL. (O que os alunos devem saber).
Na primeira aula da unidade didática foi apresentado aos alunos o projeto
lutas na educação física escolar, levando ao conhecimento dos alunos, os conceitos
de luta, ou seja, artes marciais. Por meio de um texto apresentado aos alunos, o
qual explicava conceitos e significados como: o que são as artes marciais e de como
a luta faz parte da evolução e origem do homem desde a antiguidade até nos dias
de hoje, durante o conhecimento do histórico da luta. Também, informou-se aos
alunos a existência de vários tipos de lutas e as características mais marcantes de
cada uma, sendo também que é bem distinta as lutas de origem ocidental e oriental.
Foi relatada a questão entre luta e briga e da relação entre estas expressões com a
violência, destacando que a luta e ou as artes marciais, coíbe a violência e que
quem briga na realidade não tem conhecimento e nem pratica nenhum tipo de arte
marcial, pois o praticante de uma luta marcial tem princípios filosóficos próprio das
artes marciais que distanciam da briga ou violência.
Ao considerar a violência escolar, constatou-se que a aprendizagem da luta
na escola também pode ser considerada como um fator que pode ser restritivo, na
primeira impressão, quando se da o início ás praticas como os alunos, podendo ser
incompatível a abordagem no ambiente escolar e se não bem acompanhado pelo
professor. De fato, Nascimento e Almeida (2007) constataram durante a aplicação
da vivência em atividades de luta que alunos de 4ª série do ensino fundamental
apresentavam grau elevado de dificuldade no manejo de suas emoções, e assim,
apresentavam comportamentos agressivos, tanto físicos como verbalmente. No final
da intervenção concluiu-se que o tema lutas deve ser conduzido nas aulas de
educação física relativizando a questão da violência escolar. Além disso, Ferreira
(2006), descreve que alguns professores ainda possuem uma visão deturpada a
respeito da luta e de sua aplicação na educação física escolar quando relaciona a
aprendizagem da luta com a violência e a agressividade, pois estes comportamentos
são opostos á filosofia da luta.
O conhecimento da luta/artes marciais, também foi marcante, pois o que os
alunos traziam como conhecimento sobre este tema demonstrou ser escasso e mal
informado. Quando estudaram a respeito das artes marciais, e as variedades de
tipos de lutas existentes e suas características, no qual ficaram claro aos alunos a
compreenderam entre as diferenças e particularidades da luta, facilitando melhor na
compreensão da luta do kickboxing, que é o tema deste trabalho.
Quanto ao conhecimento do kickboxing, foi apresentando aos alunos a origem
e a evolução histórica da luta, as modalidades e as categorias, identificando assim o
tipo de luta á faixa etária, o peso, nos quais os alunos estavam. Este conhecimento
foi significativo na aprendizagem do kickboxing para que os alunos se situassem na
categoria em que se encontrava e da modalidade relativos á turma. Estas categorias
e modalidades são pertinentes às competições da luta e os conteúdos aprendidos
por eles eram relativos ao conhecimento da primeira graduação do kickboxing, ou
seja, da faixa branca á amarela. A respeito da competição foi apenas informativo aos
alunos, pois a meta da aprendizagem foi a vivencia prática do programa de
aprendizagem do conteúdo apreendido pelo iniciante – faixa branca até a faixa
amarela, isto é, os fundamentos de ataque e defesa do kickboxing.
4.2. UNIDADE DIDÁTICA SEGUNDO A DIMENSÃO PROCEDIMENTAL (o
que os alunos devem fazer).
Os fundamentos de ataque e defesa do kickboxing foram aplicados aos
alunos com o intuito de ofertar a vivência envolvendo o desenvolvimento das
capacidades físicas, habilidades motoras presentes nas lutas, o conhecimento
técnico e tático individual do ataque e da defesa de maneira formal. Ou seja,
semelhante aos métodos utilizados nas aulas em academia e de maneira recreativa,
buscou-se no ensino da luta uma adaptação na metodologia de aprendizagem que
seja possível transmitir o conhecimento prático da luta no meio escolar (Darido e
Rufino, 2013). Para apresentar a luta aos alunos foram realizadas atividades pré-
desportivas que demonstrem situações que possam ser relacionadas ás lutas, como
por exemplo: cabo de guerra, briga de galo e fortaleza, atividade estas que foram
utilizadas numa das aulas da unidade didática, com a finalidade de levar ao
conhecimento dos alunos conceitos de estratégias, aplicação da força, trabalho em
equipe, noção de defesa e ataque, neutralizar a ação do adversário, contato físico
com atenção a diferença de peso, sexo, tamanho dos braços e pernas,
(envergadura), lateralidade, coordenação motora. Ou seja, conceitos aplicados nas
atividades que levaram os alunos relacionar as vivências práticas da luta e que são
comuns durante as aulas de luta do kickboxing.
Na continuidade da aprendizagem direcionada para a luta do kickboxing, foi
apresentado aos alunos, a origem e historia do kickboxing e as modalidades
existentes na luta: (musical, forms, point figth, ligth contact, full contact, low kick e
K1), e que algumas desta modalidades são praticas em tatames outras em ringue,
as categorias de idade e peso, frisando neste ponto aos alunos em quais categorias
e modalidades eles estariam incluídos (point figth e ligth contact, modalidades de
tatame).
Após transmitir estes conceitos básicos na teoria, atividades práticas foram
realizadas iniciando pelo posicionamento básico utilizado na luta, movimentos de
ataque com soco (boxe) e chute, demonstrado inicialmente pelo professor e
realizados logo após pelos alunos, considerando pontos como: o soco tem que
acertar o alvo com força ou de leve, e onde acertar o chute, tem que ser alto, baixo,
forte ou fraco, entre ouras questões e curiosidades. As dúvidas expostas pelos
alunos foram dialogadas e explicadas pelo professor.
Na continuidade das aulas, apresentaram-se aos alunos os equipamentos
utilizados nos treinos de kickboxing, para a aprendizagem e aperfeiçoamento dos
golpes técnicos e os de segurança e proteção durante a luta. Os equipamentos
foram utilizados na aplicação dos golpes de soco e chute, na altura, distância e força
adequada para a execução dos movimentos de ataque. Os discentes também
aprenderam como utilizar estes equipamentos (aparador de soco - manopla o
aparador de chute – escudo e tai ped, luva de boxe, protetor de cabeça e de tórax,
caneleiras, saco de pancada, faixa de mão protetor bucal e os uniformes utilizado
nos treinos – camiseta calça e shorts) durante a vivência prática da aprendizagem
do kickboxing.
Além disso, os alunos foram instigados a confeccionar alguns destes
equipamentos de treino e de proteção com materiais alternativos e reciclados.
Sendo escolhidos para serem feitos por eles os seguintes equipamentos: o saco de
pancada, o aparador de chute - escudo, as faixas de mão, o teto solo e a caneleira.
Para confeccionar estes equipamentos os alunos trouxeram os materiais
reciclados e alternativos como: lona plástica – corvin, garrafa pet, espuma, câmara
de ar de pneu de carro, jornal, elástico, corda, retalho de tecido. Destaca-se que
essa atividade esta sob a orientação e acompanhamento do professor. Ao terminar a
confecção dos equipamentos os materiais foram utilizados na aplicação dos golpes
de socos e de chutes em grupos, como: socos (jab, direto, cruzado, gancho baixo,
gancho médio e alto e o upper cut) e chutes (chute frontal, circular, lateral).
Destaca-se que também foram ensinadas aos alunos as respectivas defesas
dos golpes de soco (defesa com o antebraço, mãos e esquivas – pendulo e esquiva
completa), de dos chutes (defesa com o antebraço bloqueios e esquivas). Partindo
da aprendizagem na aplicação dos socos e chutes e da defesa destes, na posição
básica da luta, foi transmitida aos alunos a execução de combinação entre socos e
chutes
Com o conhecimento prático da defesa, do ataque, na posição básica da luta,
iniciou-se a aprendizagem da luta kickboxing (combate), na modalidade do ligth
contact, após um breve aquecimento com exercícios físicos característicos das aulas
feitas na academia, com a finalidade de transmitir como é a dinâmica de uma aula
como segue: no inicio, (aquecimento, exercícios de corrida, coordenação força
resistência localizada – flexões e abdominais, e flexibilidade), desenvolvimento,
(execução das técnicas de ataque e defesa, combinações de golpes, aplicação
tática, e o combate) e final da aula (série de alongamento, flexibilidade e
descontração muscular, feedback – comentário sobre a aula aplicada).
A aprendizagem da luta iniciou-se com o esclarecimento de como é o ligth
contact, a maneira de lutar segundo as regras da modalidade (golpes permitidos e
não permitidos, restringindo apenas ao ligth contatc) executando a formação de
grupos de alunos em circulo, nos quais dois em cada grupo nos círculos iniciavam
as lutas, um contra o outro (os movimento eram feitos em uma distância em que os
alunos não tivessem contato físico) simulando os movimentos de ataque e defesa,
num tempo de 1 minuto para cada combate e logo iam se revezando em seus
respectivos grupos, tendo objetivo principal a vivência da luta de forma segura para
todos.
Ao dar inicio na vivência prática do kickboxing ligth contact, direcionou a
atenção dos alunos ao conhecimento mais detalhado das regras, por meio de textos
resumidos com os pontos principais e por meio de cartazes informativos sobre o ligth
contact, como o referencial teórico, passando logo prática do combate em si. Foi
demarcado dois espaços de competição, segundo as regras oficiais, para os alunos
de localizarem e posteriormente iniciou os combates com tempo de 2 minutos cada
(tempo utilizado em uma competição do ligth contact).
Na busca de explorar ainda mais o conhecimento do kickboxing, foi passado
em vídeo aos alunos, as demais modalidades do kickboxing, as de tatame e as de
ringue, e as características de cada um delas (musical forms, point figth, ligth
contact, - tatame – e full contact, low kick e k1, ringue), mostrando formas de
combate e de treinamento, bem com as competições de cada modalidade com a
intenção de na próxima aula realizar um festival na escola apresentando a projeto, a
luta nas aulas de educação física, a aprendizagem dos alunos sobre o kickboxing,
finalizando esta aula aberta em debate com os alunos a respeito do que eles haviam
aprendido até aquele momento.
Na finalidade de fazer um fechamento das aulas de luta, foi feito um festival
da luta do kickboxing na aula de educação física, com a participação de alunos
praticantes da luta. Para isto foram convidadas as pessoas da comunidade escolar
para assistir o festival, professores alunos, equipe pedagógica, direção e
funcionários, todos na quadra do colégio para ver o festival.
Durante a apresentação alunos convidados (praticantes de kickboxing) no
primeiro momento apresentaram combinações técnicas mais avançadas e combate
das demais modalidades do kickboxing. Logo os alunos da turma se juntaram a eles
a fim de demonstrar o que aprenderam, ou seja, as técnicas de ataque e defesa,
combinações de golpes nos equipamentos de luta (aparadores de chute e de soco,
com luvas de boxe), e combate com os alunos mais avançados. Foram convidados
os alunos e professores que estavam assistindo para participar das atividades, com
aplicação de golpes nos equipamentos, tendo boa participação tanto dos alunos
professores, direção e funcionários executando os golpes da luta. O festival foi
finalizado com orientações e informações a respeito da luta na educação física
escolar e de sua importância como conteúdo a ser trabalhado nas aulas de
educação física e também nas demais disciplinas escolares.
Ao terminar a unidade didática com a turma foi feito na aula uma retrospectiva
por meio de imagens e vídeos, de toda a unidade didática, levando á reflexão dos
alunos á luta com conteúdo da educação física escolar e de as mais variadas formas
de trabalhar este conhecimento nas aulas de educação física, não apenas em
função das diretrizes que pregam sua pratica, mas também da importância aos
alunos e o direito deles em ter este conhecimento em sua formação junto à
contribuição de sua aprendizagem, desenvolvimento, e formação. Também foram
debatidos com os alunos os aspectos morais e disciplinar que as lutas possuem
como o respeito ao companheiro ao se praticar uma luta, diferenciar luta e briga,
distinguindo a luta com a violência e demais cuidados quanto à saúde bem com os
benefícios e os possíveis erros que podem ser cometido se mal orientados quando
se pratica uma luta. Os alunos além de contribuir durante o processo de
aprendizagem também deram opiniões significativas em relação da prática da luta
nas aulas de educação física, que foram consideradas de grande importância para
melhorar ainda mais nas futuras aulas de educação física quando o tema for á luta.
(COSTA, 2014).
4.3. DIMENSÃO ATITUDINAL (o que os alunos devem ser).
Após o termino das aulas, durante o debate com os alunos sobre o projeto
realizado, foi reforçado com os alunos sobre os aspectos relativos á filosofia das
artes marciais, e o que ficou de marcante com a aprendizagem da luta do kickboxing
considerando o que os alunos conheciam da luta e o que eles aprenderam. Durante
o diálogo com os alunos algumas impressões ficaram destacadas, segundo o relato
dos alunos, de acordo com os seguintes pontos:
Que a luta não prega a violência e ajuda a desenvolver a calma e o
controle;
Assim como outros esportes para lutar é preciso ficar atento para
aprender e não se machucar;
Com a luta você, aprende a melhorar os reflexos e a coordenação das
mãos e das pernas;
Que os meninos são mais fortes que as meninas, e que devem ir
devagar e por pouca força pra não bater nas meninas;
Na luta a gente tem que saber quando atacar e defender porque se
fizer isso errado pode se dar mal;
Que existem vários tipos de lutas e que agora a gente tem como ver
melhor cada tipo de luta;
Nas aulas de educação física a aprendizagem da luta ajuda a melhorar
o nosso corpo e respeitar os colegas mais fracos e ser respeitados
pelos mais fortes;
A luta não é pra apanhar ou bater, mas pra saber se defender e se
controlar e não ser agressivo;
Com a aprendizagem da luta do kickboxing, nós aprendemos como
lutar e que não é difícil, mas é preciso de tempo pra aprender porque
tem muita coisa, como vários tipos de socos e chutes, e quando vem á
luta a gente não sabe o que fazer se não tiver boa orientação;
Quando a gente faz os golpes nos equipamentos como, os aparadores
de soco e de chutes tem que ser feito igual ao que o professor ensinou
senão machuca o pé ou a mão;
Mesmo quem nunca lutou consegue fazer os movimentos da luta;
A luta é boa para a gente, pois cansa e emagrecer;
É mais fácil lutar com pessoas que já sabem lutar. Entretanto, os
discentes conseguiram lutar entre si.
Estas colocações feitas pelos alunos demonstraram como foram ás relações
entre os alunos durante a implementação da unidade didática. Foram percebidos
que no inicio da aplicação da unidade didática, o conhecimento dos alunos em
relação á luta eram apenas de impressões do que poderia ser a luta, e o
comportamento dos alunos quanto neste sentido, ainda era ainda vago e sem uma
opinião formada. Após a vivência prática notou-se que houve mudança de
comportamento diante da luta, que para eles esta já houve varias impressões, agora
bem definidas como: quanto á aprendizagem da luta, controle do corpo, relação com
a não violência, respeito ao companheiro, uso da força, é possível praticar a luta na
aula de educação física, preocupação com a segurança, execução das técnicas de
chute e soco, defesa e ataque, bem como a vivência prática do combate da luta do
kickboxing, identificação da luta como conteúdo da educação física na escola,
noções de estratégias de ataque e defesa, entre outras maneiras de reconhecer a
luta, entre os conteúdos disciplinar da educação física escolar.
As contribuições feitas pelos alunos nos faz perceber que houve a
aprendizagem numa característica de vivencia, onde os alunos passam a ter um
contato prático e teórico, obtendo um novo comportamento e visão mais ampla
sobre a luta quanto conteúdo disciplinar, e da possibilidade de ter a luta nas aulas de
educação física, assim como outros conteúdos (esporte, jogos, brincadeira ginástica,
dança) que já fazem parte do cotidiano das durante as aulas de educação física
escolar.
5. CONCLUSÃO
A educação física escolar teve grande avanço ao ter como organização os
conteúdos estruturantes, específicos e básicos como prega as diretrizes curriculares
da educação física básica, considerando que a partir daí, os professores tenham
melhor direcionamento ao elaborar o plano de trabalho docente e a proposta
pedagógica no estabelecimento de ensino ao qual está vinculado. Neste sentido,
vem á luta como um destes conteúdos, aqui tratado neste estudo, a luta do
kickboxing, como meio de configurar a representação dentre as lutas existentes.
Na implementação da unidade didática a luta foi identificada pelos alunos
como conteúdo tangível, no sentido de se aprender a lutar em uma aula de
educação física escolar, assim como se aprende os demais conteúdos como se
aprende a jogar, futsal, voleibol, basquete, handebol, entre outros. Ou seja,
aprendem uma parcela de cada um, não como se faz um atleta ou um especialista,
mas sim, como um aluno que tem nas aulas de educação física a possibilidade de
vivenciar um pouco de cada conhecimento.
Assim, como este trabalho buscou levar a prática da luta nas aulas de
educação física escolar faz-se necessário que este conhecimento seja mais
explorado entre os professores de educação física, na sua prática. Nesta
perspectiva, sugere-se que novos estudo sobre a temática sejam realizados para
que a prática da luta seja mais uma opção efetiva de intervenção com os alunos.
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