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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
NAIS JAQUELINE CORDEIRO CONSULIN
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: Quando a oralidade encanta
LONDRINA - PR
2015
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
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NAIS JAQUELINE CORDEIRO CONSULIN
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: Quando a oralidade encanta
Artigo Final apresentado a UEL -
Universidade Estadual de Londrina
como requisito parcial ao Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE)
Turma 2013.
Orientador(a): Rosângela Aparecida
Volpato
LONDRINA - PR
2015
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1 INTRODUÇÃO
Numa tarde de outono, sentado numa cadeira de balanço, com olhar
ao longe..., fixo, como se estivesse lembrando-se de alguém querido ou de uma
história que marcou sua vida com veemência e emoção e, sem pedir atenção ou
silêncio, sem desejar aplausos, começa a contar causos e histórias que ninguém
sabe se são verdadeiros ou inventados. Mas, o que se nota é que os netos,
bisnetos, parentes e amigos vão se achegando e, como num passe de mágica,
cenários deslumbrantes, aconchegantes, fascinantes vão sendo construídos e
envolvendo os meros mortais, levando-os a fazer parte do conto, da ação, gerando a
sensação de sentir-se herói, santo, bruxa, fada, lobisomem ou saci pererê.
O mundo revelado através dos contos e das histórias expressados
na fala do meu avô, que nunca precisa pedir licença e nem silêncio para começar
uma contação de histórias e, muito menos ao terminar, pois todos ficam sempre com
um gostinho de “quero mais” que inebria, diverte e desenvolve a imaginação e acaba
por enriquecer a criatividade e, até mesmo, o vocabulário.
Esta contação trabalha a oralidade, estimula a afetividade e desperta
o interesse pela literatura.
Nessa hora é só soltar a imaginação e se deixar levar pelas belas e
emocionantes histórias e causos contados entusiasticamente pelos mais velhos, em
belas tardes de primavera ou, até mesmo, nas demais estações do ano, guardando-
se é claro, as características de cada uma, sendo que no verão sempre todos ficam
mais à vontade. No inverno, todos juntinhos, ao lado de uma fogueira ou de um
fogão a lenha para se esquentar e, no outono, saboreando frutas na varanda ou
área de lazer.
Um dos pontos que nos levou ao estudo e abordagem do tema
contação de histórias foi o de pensar que todo educador é dotado de uma oralidade
repleta de significados e significâncias e tem sempre a sua disposição um público
que preenche suas salas de aula todos os dias. No entanto, este público não é
seduzido por esta oralidade, ou seja, nós educadores fomos esquecendo este
recurso.
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Então, onde está a diferença entre o professor licenciado que está
diante de seus alunos e visa encantá-los e o velho avô, contador de histórias, que
sem pedir licença ou sem embasamento teórico ou base científica, inebria, seduz e
encanta a todos que os ouvem.
Conforme afirma SILVA (2014, p. 1):
Da vida para a escola, esse microcosmo social, o contar histórias têm sido utilizado como estratégia pedagógica para formar leitores no meio escolar [...]. A história auxilia o amadurecimento psicológico da criança, ajuda-a na compreensão de suas emoções e, portanto, a lidar melhor com elas e com o meio que a rodeia.
Hoje, contar histórias não é mais passar e resgatar ensinamentos de
uma geração para outra. A contação de histórias vem ganhando espaço, agradando
a todos pelo simples prazer de ouvir, por aguçar a curiosidade, desafiando o
imaginário das pessoas, não havendo um tipo único de ouvinte ou um estereótipo de
contador. Esta arte ganhou espaço como valioso instrumento pedagógico, sendo
uma possibilidade rica nas escolas, já que conforme Busatto (2006, p. 21) nos
coloca:
As histórias são verdadeiras fontes de sabedoria, que têm papel formador da identidade. Há pouco tempo, elas foram redescobertas como fonte de conhecimento de vida, tornando-se também grande recurso para educadores. Com o advento da comunicação, ampliação dos seus recursos e a globalização das informações, a linguagem falada tende a definhar, porém, concomitante a esse desenvolvimento, surgiu uma necessidade de resgatar os valores tradicionais e a própria natureza humana. A tradição oral dos contos, não só reapareceu, como está ganhando força nos últimos tempos.
A linguagem é um instrumento mediador entre as relações sociais do
educando com o ambiente em que vive, tornando-o um ser social, histórico e
cultural. Quando este educando ao ouvir estórias é tocado pelo desejo de ler
estórias, se torna um leitor. Portanto, é perceptível na colocação de Busatto (2006),
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que a leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, é um dos meios mais eficazes
do desenvolvimento sistêmico da linguagem e da personalidade.
O contar histórias ou lê-las é o impulso inicial que mais tarde atrairá
o aluno para a leitura, tanto que Abramovich (2001, p. 16) ensina:
Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo.
Há muitas maneiras diferentes de contar e encantar através das
histórias. Vale lembrar que, ler e contar histórias são atividades muito importantes.
Porém, há diferenças entre ler e contar. Neste sentido, Oliveira (2006, p. 04) nos
indica que:
As histórias contadas oralmente têm uma força de transmissão oral, isto é: a voz, o olhar e o gesto vivo do contador de histórias, que alegra ou entristece a sua platéia. Na “contação” usam-se as próprias palavras, há variações nas versões de cada história, permite-se o uso de recursos e está mais próxima da oralidade. A criança aprende mais sobre a língua que se fala, amplia seu repertório e seu universo imaginário, percebe que as histórias podem ser mudadas e começa a criar suas próprias histórias. Ao ler o professor apresenta aos alunos o universo letrado, instigam a curiosidade pelos livros e seus conteúdos. Neste caso a história é sempre a mesma, independente de quem a lê. Podemos modificar a entonação, a altura ou o timbre da voz, mas o texto é sempre o mesmo. A leitura traz consigo marcas específicas da língua escrita e que não utilizamos cotidianamente ao falar.
A busca incessante dos educadores é formar leitores e produtores
de textos interessados em suas aulas, enriquecendo o seu vocabulário, estimulando
a sua inteligência, alargando os horizontes e aumentando a aquisição de
conhecimento nas mais variadas áreas, além de socializar o aluno recém-chegado à
turma e, também, formar hábitos e atitudes sociais e morais, estimulando os bons
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sentimentos e cultuando a sensibilidade e a imaginação criativa, essencial para o
desenvolvimento deste educando.
E, pensando em todos os aspectos acima citados, deu-se início a
nossa implementação pedagógica, desenvolvida em três etapas:
A implementação do projeto de intervenção, o grupo de trabalho em
rede e a elaboração do artigo, sendo que este representa a análise e a observação
de dados relevantes e resultados obtido durante a realização do Curso de Contação
de Histórias.
2 DO CONTAR AO IMPLEMENTAR NA ESCOLA
Com a proposta pronta em formato de projeto de pesquisa e o curso
elaborado a partir do nosso artigo “Contação de Histórias: Oralidade e
Aprendizagem”, utilizamos a semana pedagógica de fevereiro de 2014, para
apresenta-la aos professores do Colégio Estadual Marques de Caravelas, da cidade
de Arapongas, Estado do Paraná, os quais seriam nossos futuros cursistas A fim de
encantá-los e seduzi-los, realizamos o convite do nosso curso que teria a duração de
oito semanas, por meio da Contação de Histórias de um conto africano intitulado
“Samô e seu guarda chuva”,
Nestes encontros, que seriam realizados conforme cronograma,
sempre as quintas-feiras, em que traríamos o embasamento teórico e as mais
diversas técnicas de contar e encantar com histórias e, mais que isso, o curso se
daria no encontro da velha oralidade com o prazer de se escutar histórias.
O objetivo principal estabelecido para tais encontros seria o de
auxiliar os professores a despertar nos alunos o desejo da leitura e, em consonância
com o curso, se daria os ensinamentos de SISTO (2005, p. 2) que aconteceria:
“Num ato de entrega coletiva, em um ato agregador de pessoas, em um exercício de
encontro quer consigo mesmo, quer com os outros, quer com o universo imaginário,
quer com a realidade”.
O público aproximado de outras implementações do PDE, neste
nosso Colégio, historicamente varia entre sete e doze participantes. Sem esperar e
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surpresa pelo número de participantes inscrito no curso de Contação de Histórias:
Oralidade e Aprendizagem, iniciou-se em abril de 2014 e findou-se em maio do
mesmo ano com quarenta e sete participantes.
Houve registro de participações de professores de outros
estabelecimentos de ensino, inclusive do Curso de Formação de Docentes, onde
ficou indicado o convite para realização do mesmo curso para as alunas de tal curso,
diante de relevância atribuída a ele.
Finalizado o curso de quarenta horas, demos continuidade ao
projeto e realizamos várias contações de histórias nas salas de aulas do Colégio
Estadual Marques de Caravelas, no pátio do Colégio Estadual Antonio Garcez
Novaes, na sala de apoio do Colégio Estadual Walfredo Silveira Correa, todos na
cidade de Arapongas, uma apresentação no Encontro de Agentes Educacionais II no
Colégio Estadual Nilo Cairo da cidade de Apucarana, Estado do Paraná, realizado
pelo NRE desta localidade e outra no FEIPAR1 realizado na cidade de Rolândia,
Estado do Paraná e organizado pelo MEC/NRE Londrina. E, ainda, fomos palestrar
na Semana de Pedagogia da UNOPAR, na cidade de Arapongas para alunas do
Curso de Pedagogia desta Instituição Superior de Ensino.
Concomitantemente à implementação do Projeto de Intervenção, foi
desenvolvido o GTR2, ofertado exclusivamente na modalidade à distância,
apresentado na plataforma modle e que é uma das atividades realizadas pelos
professores selecionados para o PDE. Este grupo nos oportunizou a apresentação
do projeto a um público de educadores num espaço geográfico mais amplo,
atingindo várias partes do Estado do Paraná.
Dele participaram professores pedagogos que fizeram a escolha
desse curso com base no resumo publicado no site em ambiente de GTR
disponibilizado pela SEED3 no primeiro semestre do ano de 2014. O GTR foi
trabalhado em três temáticas, sendo a primeira sobre a apresentação e discussão
sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica. A segunda Temática foi sobre o artigo
Contação de Histórias: Oralidade e Aprendizagem, elaborado para a implementação
do projeto. A terceira e última Temática foi sobre as Ações de Implementação do
Projeto.
1 FEIPAR – Fórum de Educação Infantil do Paraná.
2 GTR – Grupo de Trabalho em Rede.
3 SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
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Ainda constou do GTR a avaliação das atividades apresentadas,
momento em que foi avaliado o percurso realizado com o grupo de cursistas
inscritos.
Apresentamos a seguir, algumas contribuições de professores
cursistas que fizeram parte deste GTR:
Na Temática 1 – E. de M. G. (Última edição: quarta, 19 março 2014, 09:02):
O motivo pelo qual me interessei por esta temática foi justamente um dos problemas abordados no projeto: a falha na comunicação. Enquanto lia o projeto me reportei a dois momentos em minha profissão de pedagoga. O 1º, por ocasião de um projeto realizado na escola, onde sugeri que os professores contassem uma história relacionada com o tema africanidade e somente após realizassem as atividades propostas. A história foi disponibilizada em pen drive e livro. No entanto fui surpreendida com a resposta: “eu não vou contar história. Eu não gosto disso”. Quando você, Nais, relata que é professora de História e que as histórias da mãe conduziu, de certa forma, seu trabalho, me fez reforçar minha surpresa, pois este profissional também leciona a disciplina de história. O 2º momento foi nesta semana. Por problemas de saúde uma professora se ausentou da escola e turmas do 6º ano ficariam sem aula. Optei por ficar com eles e contar uma história, simples, mas profunda, sobre a família, pois a situação familiar tem apontado momentos críticos dentro da escola. Refletimos e deixei que “desabafassem”. Ao retornar para a sala de aula me pediram: “Pedagoga, dá aula pra gente”. O que quero focar aqui é a contradição de uma necessidade e uma negação do profissional que está com eles todas as semanas. Ao mesmo tempo quanta contribuição para aprendizagem a partir de uma história. Como citou que “esta forma de aprendizado onde a memória é estimulada através de implicações emocionais, pois ficam envolvidos com esta técnica e a memorização a longo prazo é firmada (LEVY, 1993)” acredito que não seja uma perda de tempo, mas uma forma de ter a certeza do envolvimento e conseqüentemente da aprendizagem. Deixar marcas positivas (Francisco Otaviano – “eu não passei em brancas nuvens e em plácido repouso, eu passei pela vida e vivi”.), desenvolver uma boa comunicação, despertar o gosto pela leitura e escrita, aprender com as histórias já escritas e por que não escrever novas histórias. Pois a cada dia fazemos histórias. Acredito que vou amar este GTR.
Fórum 1:
Objetivo da atividade: socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica possibilitando
a troca de ideias e dos fundamentos teóricos relacionados à Temática proposta.
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Encaminhamentos: Após leitura do Projeto de Intervenção Pedagógica, disponível
nessa temática, analise e comente a pertinência do mesmo na sua escola de
atuação. Em seguida socialize no mínimo com dois colegas.
Resposta ao Fórum 1, por N. M. dos S. – sábado, 22 março 2014, 21:18:
Olá Gisele e Franciola! Concordo plenamente com o posicionamento de vocês, pois hoje em dia o uso da tecnologia de forma inadequada por parte de nossos alunos é que acarretou a questão da defasagem da leitura e escrita. Lê-se pouco e escreve-se menos ainda e o que escrevem ainda com muitos erros ortográficos, utilizam muitos códigos ficando cada vez mais desestimulados para ler e escrever com propriedade e autonomia um texto por mais simples que seja. Acredito que um bom trabalho de contação de história explorando a oralidade e aliado à tecnologia, porém que incentivem os alunos a participarem ativamente das atividades lúdicas de comunicação, de interação, possa reverter esse quadro de defasagem e de desinteresse pela leitura e pela escrita.
Resposta no Fórum 1, por N. M. dos S. – sábado, 22 março 2014, 21:41:
Boa noite, Antoninha! Achei bacana encontrar no GTR uma companheira de trabalho do mesmo programa de Estimulação Essencial (0 a 3 anos). O nosso PTD está voltado para a linguagem, além das outras áreas, porém a comunicação oral é fundamental nesse período de aquisição da linguagem oral. Utilizo como recurso didático todos os dias uma história para trabalhar o conteúdo do dia e uma vez por semana tenho no cronograma atividade na biblioteca com meus alunos. Acredito muito no conto de histórias, acho que é um recurso muito poderoso, com a história você pode alcançar muitos objetivos desde uma simples lição de vida à formação ética e moral. Como a Nais nos contou, também tive uma infância e uma adolescência regada de histórias, contadas pelos meus pais, avós, primos... Contavam histórias sempre que nos reuníamos. Acredito também que este projeto vai contribuir muito para a nossa prática pedagógica.
Resposta no Fórum 1, por G. J. F. da S. – quinta, 20 março 2014, 13:09:
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Olá Vera!!! O lúdico é a maneira mais eficaz que temos para envolver os alunos quando se trata em leitura de histórias, o saber envolver os alunos durante as leituras realizadas em sala de aula pode ajudar com a indisciplina que é a grande vilã da sala de aula e que dificulta o trabalho dos professores.
Resposta no Fórum 1, por E. dos S. G. G. – quinta, 27 março 2014, 20:13:
Boa Noite! A estória é contada para desenvolver a imaginação, e estabelecer uma ligação entre a fantasia e a realidade. Na escola que trabalho, é uma escola de campo de pequeno porte. Foi desenvolvido um projeto: Concurso de Contos, com premiação para os melhores contos. Após o Concurso todos os alunos apresentaram seus textos para os colegas da escola. Uma vez por semana somente dez alunos apresentavam seus contos, para não ficar cansativo. No início eles ficavam envergonhados, mas com o passar do tempo já estavam bem desinibidos. É preciso resgatar o hábito de contar histórias e leitura para que nossos jovens aprendam a escrever e aumentar seu vocabulário.
F. O. C. resposta à última edição: sexta, 4 abril 2014, 20:12
Posso iniciar meu diário com um trecho do livro de Fanny Abramovich, Literatura Infantil – Gostosuras e Bobices onde diz: É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as histórias provocam em quem as ouve – com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário! No Colégio em que trabalho, aos poucos tentamos esclarecer aos professores sobre a importância da leitura, interpretação e oralidade, pois percebemos muitas dificuldades em tais itens em nossos educandos. Hoje, com o auxílio do Ensino Médio Inovador, com o empenho de nossa equipe para que esse quadro se modifique, aos poucos percebemos mudanças, de ambos, professores e alunos. Alunos freqüentando, professores discutindo e tentando descobrir um melhor método para ensinar, ainda mais se tratando do período noturno, no qual trabalho. As idéias aqui tratadas, são muito interessantes e simples que poderão sim, trazer os alunos a um interesse bem maior no ensino aprendizado.
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Resposta no Fórum 2, por G. F. R. C. – terça, 15 abril 2014, 13:31:
Adorei sua produção didática, a levarei para análise dos professores de Língua Portuguesa da minha escola, para que possamos implementá-la aqui também. O uso desta metodologia aproxima os professores do universo das crianças e também dos adolescentes e adultos, pois em cada faixa etária os interesses podem ser trabalhados através da contação de histórias.
Resposta no Fórum 2, por A. P. W. – quarta, 16 abril 2014, 21:55:
O projeto é excelente e eu o utilizaria com certeza em minhas aulas, penso que qualquer tipo de público se encanta com as histórias que lhes são transmitidas desta forma, tudo que se dramatiza, se dá ênfase, gera maiores resultados, pois estimula o visual e o oral, trabalha com diferentes habilidades. Esta é uma proposta que se destaca pois a partir do momento que trabalhamos de forma diferenciada conquistamos mais a atenção resultando em nosso objetivo principal que é o de oferecer conhecimento de qualidade aos nossos alunos.
Fórum 3:
Objetivo da atividade:
Encaminhamentos:
A fim de apresentarmos algumas avaliações feitas pelos
professores que frequentaram nosso curso, elencaremos algumas respostas
presentes no Fórum 3, bem como, apresentaremos algumas falas presentes em
outros Fóruns.
Resposta do Fórum 3, por M. G. de F. – quarta, 23 abril 2014, 20:55:
Gostei demais do curso de implementação que você ministrou. Foi interessante, divertido, construtivo e empolgante. A sua contação me fez retornar ao tempo que fui professora alfabetizadora e relembrar o
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quanto e importante à leitura e contato com os livros para formação de leitores e escritores.
Resposta do Fórum 3, por V. L. X. da S. – sábado, 26 abril 2014, 00:01
Olá Keilah A Nais realmente conseguiu reunir os diferentes segmentos da Escola, alguns empolgados com o tema, divulgado na Semana Pedagógica, outros curiosos para saberem como seria esse método, outros ainda para alcançar a pontuação para elevação, sem saber, no entanto que seriam surpreendidas pela excelente apresentação de uma proposta plenamente possível de implementação em sala de aula, desmistificando a contação de história do contexto infantil para utilização em todas as séries da Educação Básica.
Resposta do Fórum 3, por J. B. S. – terça, 29 abril 2014, 19:47:
Querida Nais Adorei fazer seu GTR, até o momento tenho utilizado suas dicas para melhorar a contação de histórias com os alunos da formação de docentes, curso que sou coordenadora. Fizemos contações nas escolas e centros de educação infantil, com diversos recursos, sobre as histórias de páscoa. Foi fantástico.
Resposta do Fórum 3, por G. P. T. – sexta, 25 abril 2014, 15:33:
Olá Nais! Puxa! Adoraria ter presenciado isso ao vivo e a cores! Já me encantei com sua proposta, imagina então assistir à sua apresentação! Por vezes, ao ver como as coisas se desenvolvem em sala de aula, desanimamos, faltam idéias ou sugestões para oferecer aos nossos professores e então surge você com um tema de GTR tão encantador. Espero seus professores abracem esta idéia e transformem suas aulas em momentos mais divertidos. Eu tentarei fazer o mesmo nas minhas aulas no curso de Formação de Docentes. Sucesso!
Resposta do Fórum 3, por E. dos S. G. G. – segunda, 28 abril 2014, 13:36
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Nais! Foi contagiante a sua implementação. Quando me inscrevi no GTR, achei que seria somente mais um. Mas foi muito interessante e criativo. Comentei sobre seu projeto com os professores da minha escola e eles ficaram bem empolgados, é uma técnica que está meio esquecida nas escolas, mas vamos relembrar e desenvolver um projeto de contar histórias. Um Abraço!
Resposta do Fórum 3, por E. dos S. G. G.– segunda, 28 abril 2014, 13:45:
Olá Vera! Realmente a Nais, conseguiu despertar e fazer com que sentíssemos vontade de implementar um projeto deste na escola. Agora é só usar a criatividade e os talentos.
Resposta do Fórum 3, por V. L. X. da S. – sábado, 26 abril 2014, 00:15:
Oi Nais Parabéns por oportunizar aos participantes um novo olhar sobre a contação de história e suas possibilidades e, que a mudança requer a quebra de paradigmas, não precisa ser de forma abrupta, mas suscita disposição para iniciar. A semente foi plantada nos corações daqueles que estiveram presentes, os frutos virão, tenho certeza.
Resposta do Fórum 2, por L. de F. C. G. – sábado, 12 abril 2014, 22:31:
Lendo a sua Produção Didático-Pedágógica, tive até uma boa pitada de ciúmes pela forma como você conduz suas aulas, pois eu não consegui ter essa desenvoltura quando tento contar uma história dentro da disciplina que trabalho. Mas agora tenho novas idéias e novas contribuições para tentar usar essa metodologia. Como trabalho com o curso de Formação de Docentes, a metodologia de contação de história será de grande valia para os mesmos, pois além de melhor compreender os conteúdos, poderão utilizar a técnica futuramente, assim vamos formando uma corrente. A contação de história sem dúvida se destaca, pois quem é que não brilha os olhos, presta atenção diante de uma história? Ao invés de ficarmos tentando falar sobre determinado assunto o ideal seria tentar historiarmos.
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Eu uso com uma certa freqüência data show em sala, vou tentar fazer algumas gravações em forma de história, pois meus alunos adoram histórias. A sua contribuição na Produção Didática está sendo valiosíssima para o meu trabalho em sala de aula.
Resposta do Fórum 2, por L. de F. C. G. – sábado, 12 abril 2014, 22:58:
Nais! Parabéns pela forma como você trabalha em sala. Fiquei imaginando como essas aulas tornam interessante e que aprendizado!! Os alunos não vão esquecer mais esse conteúdo. Eu raramente vejo algo parecido. Na minha escola tem uma professora de Língua Portuguesa que de vez em quando ela se transforma para as aulas de leituras e contos. é um sucesso !!! Vamos nos organizar para a sua oficina com os alunos do Curso de Formação de Docentes. Assim que tiver algo entro em contato.
Resposta do Fórum 3, por G. de R. B. – sábado, 26 abril 2014, 12:40:
Oi Maria Eunice, Eu também concordo com você sobre a importância desse tema para o dia a dia do trabalho pedagógico desenvolvido nas instituições de ensino, pois, infelizmente, temos mais preocupação em "dar conta do conteúdo", dentro dos prazos estipulados, do que usar algo tão comum (quando bem utilizado) e tão motivador para resultados positivos na aprendizagem. Para mim também conhecer a professora Nais Jaqueline, mesmo que através de um curso on line, me deu vontade de estudar mais sobre este tema para utilizá-lo melhor no meu cotidiano da escola.
Resposta do Fórum 3, por F. O. C. – quinta, 24 abril 2014, 12:02:
Me deu um gostinho, um ponto de inveja (nada de mais gente), gostaria muito de ter participado desse seu trabalho, FIQUEI ENCANTADA COM TUDO...amo trabalhar com crianças também, os olhinhos brilham, mas nossos adolescentes também se encanta com uma história bem contada. Muitas vezes professores acham que por nossos alunos serem maiores isso não traria interesse, o que aqui
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pode ser mais que comprovado que não é verdade. Parabéns por tudo!!!
Resposta do Fórum 3, por G. F. R. C. – quinta, 24 abril 2014, 22:01:
Minha opinião se parece com a sua Franciola, acredito que nossos alunos possam se beneficiar da metodologia proposta neste GTR, temos que tentar implementá-la. Abraços.
Resposta do Fórum 3, por K. C. R. de D. – quinta, 24 abril 2014, 13:23:
Oi Nais !! Você fez um trabalho ótimo!! Você fez a união entre todos os seus convidados que participaram do seu curso. A união faz a força.
Em conversas informais no decorrer desta pesquisa com a
pedagoga do período vespertino do Colégio Estadual Antonio Garcez Novaes, onde
foi feita uma tarde de Contação de Histórias, ela afirmou que em linhas gerais
registra-se de dezessete a vinte ocorrências, tais como atrasos para entrada em sala
de aula de alunos, brigas e ausências de aula mesmo estando na escola, mas, que
no dia em que realizamos nosso curso, não houve sequer um registro. Nenhum
aluno apresentou atraso nos horários de entradas das aulas ou indisciplina em sala
de aula e, ainda, a pedagoga salientou que após o intervalo do lanche, as conversas
entre alunos nas salas de aula geralmente aumentam e que nesta tarde, a escola
parecia estar vazia. Os alunos estavam mais calmos e prontos para ouvir os
conteúdos que os professores de cada disciplina haviam preparados para repassar.
Ou seja, estavam preparados para ouvir e aprender.
Dos dez professores que assistiram a Contação de Histórias no
Colégio acima referido, três deles relataram que estão fazendo uso desta técnica em
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suas aulas com constância e já perceberam uma maior concentração e interesse por
parte dos alunos quando iniciam suas aulas com esta técnica.
Um destes professores é a da disciplina de Língua Portuguesa que
relatou o aumento de interesse também pela leitura do mesmo tipo da história que é
contada pela professora Nais, o que também foi confirmado pela bibliotecária do
Colégio, conforme o quadro que se segue:
TURMAS
Nº DE ALUNOS QUE RETIRAM LIVROS
ANTES DA CONTAÇÃO
EM 10/09/2014
DEPOIS DA CONTAÇÃO
EM 12/09/2014
6º ANOS 47 121
7º ANOS 32 94
8º ANOS 52 87
Um outro relato veio da professora da sala de apoio do Colégio
Estadual Walfredo Silveira Correa informando que após a Contação de Histórias os
alunos sempre solicitam que ela conte histórias para o grupo, e quando isso ocorre,
percebe-se uma maior concentração e sensível melhora nas produções de textos,
onde vários destes alunos já avançaram e foram desligados da sala de apoio.
3 CONSIDERAÇÕES POSSÍVEIS
Quando proposto em 2013, o projeto de pesquisa tinha o objetivo de
atender as exigências do PDE, que se traduzia no desejo de melhorar a própria
autora enquanto profissional da educação, e, a oportunidade acabou por vir com a
possibilidade de desenvolvimento do mesmo e não foi desperdiçada. Pois, como
Heráclito nos ensina: “Um homem nunca se banha duas vezes no mesmo rio”, visto
que este homem já não é mais o mesmo e nem o rio.
Com este olhar é que nos propusemos inicialmente os trabalhos
sobre a Contração de Histórias, relacionados com a oralidade e a aprendizagem,
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que foi o tema abordado desde sempre para a realização deste estudo, que se vê
traduzido neste artigo.
Muitas atitudes, técnicas, trejeitos, maneiras de se contar histórias
ficaram para trás, e com eles, o senso comum, mesmo com um apego grande. Mas,
aos poucos foi sendo dado espaço para a pesquisa científica e ao saber acadêmico.
Além disto, restou o aprendizado de que a escola, sendo a principal
promotora da formação de leitores (SILVA, 2014), possui uma demanda relevante da
metodologia de Contação de Histórias. Salienta-se, ainda, que esta não dever estar
ligada somente à sala de aula, mas à toda estrutura escolar.
Portanto, cabe à escola oportunizar ao aluno momentos orientados e
livres em que se tenha tempo para buscar a leitura de maneira espontânea e desta
forma, fazer com que os alunos tornem-se leitores por desejo próprio e que com os
resultados obtidos em ações desenvolvidas por este trabalho tem atingido êxitos que
foram para além das nossas expectativas.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 2001; BUSATTO, Cléo. A Arte de Contar Histórias no Século XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis: Vozes, 2006; OLIVEIRA, Cristiane Madanêlo de. Livros e Infância. [on line]. Disponível em: http://www.graudez.com.br/litinf/livros.htm. Acesso em: 10 maio 014; SILVA, Rovilson José. Contar histórias na escola. Disponível em: http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=836. Acesso em 08 maio 2014. SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. 2ª ed. Curitiba: Editora Positivo, Séries Educativas, 2005.