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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Novas palavras: Língua portuguesa: ensino médio/ Emília Amaral ... FTD,2005.- (coleção Novas Palavras) 1º Encontro Neste

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

Título: O conto , nosso ponto de encontro na sociedade contemporânea

Autor Iliedes Mendes Salles

Disciplina/Área Língua Portuguesa.

Escola de Implementação

Colégio Estadual Professor Aídes Nunes da Silva – Ensino Fundamental e Médio.

Município da escola Congonhinhas.

Núcleo Regional de Educação

Cornélio Procópio

Professora Orientadora

Profª Doutora Maria Aparecida Miguel

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Norte do Paraná.

Relação Interdisciplinar

História.

Resumo Tendo em vista a ''Desigualdade Social'' que assola nosso

país e consequentemente refletindo em nossos educandos, venho

desenvolver este trabalho, partindo de imagens que provoquem a

criticidade sobre o tema, abrindo assim discussões que descortinem

a realidade social brasileira que embora, afligindo a tantos vem de

forma mascarada. Em seguida realizaremos a abordagem de letras

de músicas e trechos de filmes que ajudarão a compreender melhor

as consequências da ''pobreza'' em seu mais amplo aspecto,

lembrando que a ''pobreza cultural'' é uma venda nos olhos de

nossos alunos e que esta tem impedido a sociedade de se tornar

mais justa e igualitária.

Apoiando – se no Método Recepcional, através do qual

embasei este trabalho no sentido de ampliar horizontes de

expectativas, serão explorados poemas e posteriormente contos que

trazem à tona o tema, com o objetivo de desenvolver a criticidade e

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o movimentar – se do lugar comum para uma mudança de postura,

abandonando a acomodação.

Já na última etapa do método citado e percebendo a

maturidade dos educandos em relação à realidade que afeta a

grande maioria da população, será oferecido o gênero conto, como

―ponto de encontro'' para as discussões sobre a desigualdade social

na a sociedade contemporânea.

Palavras-chave Leitura; conto; desigualdade; pobreza; sociedade.

Formato do Material Didático

Unidade Didática.

Público Alvo Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental.

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1- Apresentação

Esta Unidade Didático - Pedagógica está embasada no Método

Recepcional, contemplando alunos do 9º ano do Colégio Estadual Professor

Aídes Nunes da Silva - Ensino Fundamental, partindo de imagens que instigam

sobre o tema ''Desigualdade Social'', objetivando a ampliação do horizonte de

expectativas, uma das etapas do método escolhido para a realização deste

trabalho.

Com base nos pressupostos da Estética da Recepção postulados por

Hans Robert Yauss e Iser, concluímos que a leitura pressupõe interpretações

diferentes que variam de acordo com a recepção do leitor. Para a realização

deste trabalho priorizaremos o uso do Método Recepcional, idealizado pelas

Professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar e que se

fundamenta na Estética da Recepção. O referencial teórico norteará nosso

encaminhamento metodológico, pois possibilita ao educando ampliação do

conhecimento através de debates, reflexões, tornando-o um sujeito ativo no

processo da leitura. Segundo Bordini e Aguiar o objetivo do método é a

efetivação de leitura crítica e transformação de horizontes e expectativas,

atingindo positivamente professores, escola e comunidade.

A concretização do trabalho vem de encontro com a necessidade de

''acordar'' nossos educandos para compreender, repensar e posicionar– se

perante o problema apontado pelo tema , sendo este agravador da ''pobreza'',

situação em que se encontram a maioria dos nossos educandos,

''adormecidos'' , pela falta de tudo , inclusive de uma escola que venha mostrar

– lhes um caminho em que se possa conquistar uma vida melhor em que a

''pobreza'' em seu mais amplo aspecto dê lugar a cultura, criticidade, mudança

de postura, valorização do ser humano, conhecimento, qualidade de vida.

Cito aqui, as DCEs do Estado do Paraná de Língua Portuguesa, 2008

instruindo – nos para que enquanto professores possamos, através da

Literatura levar nossos alunos a se distanciar do senso comum, ampliando

dessa forma o seu horizonte de expectativa, considerando o conteúdo

estruturante de Língua Portuguesa '' O discurso como prática social. ''

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''... dar ênfase a escola como lugar de socialização do

conhecimento, pois essa função da instituição escolar é

especialmente importante para os estudantes das classes

menos favorecidas, que têm nela uma oportunidade, algumas

vezes única de acesso ao mundo letrado, do conhecimento...''

(DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS , Língua

Portuguesa, Estado do Paraná, 2008 p.14)

Este material tem como objetivo nos aproximar da necessidade de

enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, apoiando dessa

forma uma educação na qual o espaço de conhecimento, sendo este a escola,

organize- se em favor de uma formação humanista e tecnológica, de confronto

e diálogo de conhecimentos do cotidiano, de formação de sujeitos e, que

construam sentidos para o mundo, compreendendo criticamente o contexto

social e histórico do qual são frutos, sendo pelo acesso ao conhecimento,

tornando -se capazes de exercer uma cidadania plena e transformadora da

realidade.

2- Material Didático- Pedagógico

Aos professores:

Inicio este trabalho chamando a atenção dos professores para a leitura

de uma reportagem, a qual nos leva a refletir sobre a ''Pobreza'' , assunto que

foco neste trabalho, pretendendo desenvolver em sala de aula uma prática que

venha assegurar a retomada de consciência, a mudança de postura, a

sensibilização e mobilização em relação a esta questão, entendendo que a

mudança começa a partir de nós no momento que tirarmos a venda dos olhos

e encaramos a situação como uma realidade que precisa ser transformada.

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Abaixo alguns fragmentos da reportagem que pode ser lida na íntegra

buscando no referencial abaixo, nos levando a refletir sobre o tema:

''Desigualdade Social: pobreza.''

Mitos do combate à pobreza

ODED GRAJEW

Elenco a seguir alguns mitos que circulam sobre a pobreza.

Primeiro mito: A erradicação da pobreza é um processo lento.

A maioria das pessoas, mesmo aquelas que têm uma real preocupação com a

pobreza, suspiram diante dos terríveis indicadores brasileiros e se confortam (e/ou se

alienam) afirmando: "Mudar esta situação é um lento processo".

Imaginemos uma pessoa pobre que venha a mim pedindo para deixar de ser pobre.

Eu poderia lhe dizer que isso é, infelizmente, um processo lento e complicado, que

depende de muitas variáveis e que o Brasil não conseguiu resolver esse drama em

500 anos e não vai ser agora, num minuto, que o solucionará.

Mas também eu poderia pesquisar qual a renda mensal de que essa pessoa

necessitaria para deixar de ser pobre e, dependendo de minhas possibilidades

financeiras, garantiria a ela essa renda, desembolsando imediatamente a primeira

parcela. Instantaneamente essa pessoa deixaria de ser pobre.

[...]

Segundo mito: Não se deve dar o peixe aos pobres, mas ensiná-los a pescar.

As duas posturas -dar o peixe e ensinar a pescar- são tidas como mutuamente

excludentes, o que conforta (e/ou aliena) todos que se sentem impotentes diante da

miséria brasileira. Deve-se "dar o peixe" e, concomitantemente, ensinar a pescar!

Quem tem fome não consegue levantar a vara nem entender as instruções para a

pesca.

Tenho certeza de que a maioria dos leitores deste artigo chegou aonde chegou porque

seus pais assim agiram com eles. A todos foi assegurado o peixe nos primeiros (e a

muitos privilegiados nem os tão primeiros) anos de suas vidas, enquanto lhes foi

ensinada a pesca.

[...]

Ao governo caberá oferecer as condições para a concretização dessas atividades,

estimular as empresas a contratar as pessoas como aprendizes de uma profissão,

emprego definitivo, apoio aos projetos filantrópicos etc.; empregar essas pessoas nos

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programas de obras de serviços essenciais, estimular empreendimentos através da

reforma agrária, do crédito rural, do microcrédito etc. O beneficiário da renda mínima

sairá do programa no momento em que não cumprir as suas obrigações ou conseguir

auferir por conta própria uma renda equivalente ou maior.

Terceiro mito: Não há recursos para erradicar a pobreza no Brasil.

Todos os estudos mostram que há recursos de sobra para acabar com a pobreza. O

que falta é vontade política. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas informa que R$

15 mensais arrecadados dos não-pobres seriam suficientes para acabar com a fome

dos 50 milhões de pobres brasileiros.

[...]

Uma pesquisa do Banco Mundial revela que, excluindo a Previdência Social (de cujos

recursos apenas 8% beneficiam os 20 % mais pobres!), só 19% do gasto social federal

atinge os 20% mais pobres! Quem analisar nossos orçamentos públicos ficará

horrorizado com o desperdício de recursos causado por corrupção, corporativismo,

incompetência e clientelismo.

Nossos governantes e legisladores não usam os serviços públicos pelos quais têm a

responsabilidade de zelar. No momento em que nossas elites políticas fizessem uso

da educação primária e secundária, saúde, segurança e transporte públicos, tenho a

certeza de que haveria muito mais vontade política para direcionar recursos a fim de

melhorar esses serviços. A maioria usa o orçamento para políticas clientelistas,

devolver favores ou formar fundos de campanha.

Os mitos que sustentam a ideia de que o combate à pobreza no Brasil é lento,

complicado e inviável financeiramente reforçam a posição dos mal-intencionados,

insensíveis e incompetentes. Servem de consolo, mas também de alienação aos que

estão com a consciência pesada ou mal informados. Jogam no desespero e na

marginalidade milhões de cidadãos brasileiros.

Aproximadamente 500 crianças abaixo de 5 anos morrem diariamente no Brasil, de

pobreza. Essas crianças não podem esperar e aguardam que as pessoas de bem

deste país terminem rapidamente com essa vergonha.

Oded Grajew, 57, diretor-presidente do Instituto Ethos de Empresas e

Responsabilidade Social, é presidente do Conselho de Administração da

Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente e membro do

Conselho Deliberativo da Transparência Brasil .

Novas palavras: Língua portuguesa: ensino médio/ Emília Amaral...- 2ª ed. renov.- SÃO Paulo:

FTD,2005.- (coleção Novas Palavras)

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1º Encontro

Neste primeiro encontro, utilizando a primeira etapa do Método

Recepcional de Bordini e Aguiar, fundamentado na Estética da Recepção,

serão apresentadas imagens para abrir uma discussão sobre o que é pobreza

e quais os tipos de pobreza que existem.

Sugestões de imagens:

https://www.google.com.br/webhpsource=search_app&gws_rd=cr&ei=3hc7UuHrAo7Y

8gSNhoGQCA#q=imagem+sobr

Possíveis questionamentos com a turma:

1-Como podemos classificar que uma pessoa, uma família ou região é

pobre?

2-Será que há mais pobres ou ricos no mundo?

3-É possível acabar com a pobreza?

4- O que é pobreza? Liste o que um ser humano não tem para ser

considerado realmente pobre.

5- E você? Considera-se pobre ou não? Justifique sua resposta.

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Apresentação do vídeo ''Ilha das flores''.

Caro professor:

O curta – metragem ilha das Flores, escrito por Jorge Furtado, em 1989,

mostra como a economia desigual entre os seres humanos, gera a miséria, sendo a

relação entre as pessoas um fator que influencia no aumento do nível de pobreza em

todos os aspectos.

Após assistirem ao filme pela primeira vez apenas questionar oralmente o que

mais chamou atenção, levando os a observarem que muitos aspectos não ficaram claros,

o que permite que assistam pela segunda vez.

A partir do filme podemos questionar:

1-A realidade do filme é comum somente em Porto Alegre e naquele momento?

2- Qual a importância do dinheiro nesse processo?

3- Qual o percurso do lixo?

4- Por que os judeus são exemplos de Seres humanos no filme?

5- Por que o porco é colocado como protagonista no filme?

6- Há diferença entre a realidade do filme e a realidade apresentada pelas

imagens atuais?

7- Produção de texto a partir dos questionamentos abaixo e uma reflexão sobre

liberdade descrita no fragmento abaixo:

''Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra

que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém

que não entenda." (parte do fragmento do Romanceiro da Inconfidência de

Cecília Meireles)

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8- Qual o seu conceito de liberdade?

9- Para os seres humanos de ''Ilha das flores'' há liberdade?

10- Se a liberdade diferencia o ser humano do animal, então como podemos

definir os moradores de ''Ilha das flores'', metaforicamente?

Aos professores:

O objetivo desta prática é instigar nossos educandos a desenvolver o senso

crítico, através da observação da realidade social, liderada pelo capitalismo, visando

mudança de postura frente à realidade e busca de alternativas que venham diminuir a

desigualdade social geradora de pobreza.

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2º encontro

Neste segundo momento e de acordo com o Método Recepcional já

citado anteriormente, estaremos na próxima etapa do mesmo, já com materiais

que venham instigar a curiosidade sobre o tema de foram agradável e de

encontro com os anseios dos alunos, ouviremos a música de Arnaldo Antunes

Comida e seguiremos para as questões abaixo:

COMIDA (TITÃS)

Bebida é água

Comida é pasto

Você tem sede de quê?

Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida

A gente quer comida, diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída para qualquer parte

A gente não quer só comida

A gente quer bebida, diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida como a vida quer

Bebida é água

Comida é pasto

Você tem sede de quê?...(..)

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito)

Trecho da letra da música que pode ser encontrada no site:

http://www.sandralamego.com/literatura/interpretacao-da-musica-comida-

gabarito/#ixzz2fMZeBgXN

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Questões pertinentes para a aula:

1- Pensando nas imagens anteriores e no vídeo Ilha das flores, podemos dizer

que o povo brasileiro tem fome de quê?

2- Quais as fomes humanas e quais as causas dessas fomes?

3- Somente o dinheiro assegura a diminuição da desigualdade social?

4-A pobreza cultural pode ajudar a aumentar a desigualdade social em que

sentido?

5-Segundo a letra da música, a gente não quer só comida, então de que mais

precisamos pra que não sejamos considerados'' pobres''?

Em seguida será realizada a produção de paródias a partir da

letra da música, as quais serão apresentadas em sala de aula pelos

alunos.

Aos professores:

Podemos nessa etapa pedir aos educandos que pesquisem letras de músicas

de suas preferências, abordando o tema, ''Desigualdade social'' e tragam para serem

ouvidas na aula, durante a produção e organização de um mural de poesia, a partir deste

tema.

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3º encontro

Essa etapa terá início com a apresentação do livro Meu pé de Laranja

lima através do qual selecionarei trechos para leitura em sala de aula,

instigando aos alunos a lerem a obra no decorrer do trabalho a ser

desenvolvidas, durante as 32 horas.

Sobre o livro Meu pé de laranja lima de

José Mauro de Vasconcelos:

Este livro é um romance juvenil, escrito

por José Mauro de Vasconcellos e publicado em

1968 e foi adotado nas escolas e logo depois

adaptado para o cinema, teatro e a televisão.

Resumidamente, o livro fala de um

rapazinho chamado Zezé que pertencia a uma

família grande e bem pobrezinha. Eles eram em

muitos irmãos, sua mãe trabalhava e o seu pai

estava desempregado e com isso acabavam

passando muitas dificuldades e como de costume

os irmãos mais velhos cuidavam dos mais novos.

http://lounge.obviousmag.org/o_arteiro/2013/06/m

eu-pe-de-laranja-lima-uma-reflexao-literaria-sobre-a-

importancia-e-a-ause

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Sobre o autor:

José Mauro de Vasconcelos nasceu em 26 de fevereiro de 1920, no Rio de Janeiro.

Passou a infância em Natal, RN. Sua família era muito pobre e José Mauro passou por

muitas dificuldades. Seu grande sonho de infância era ser nadador profissional e chegou

a ganhar alguns prêmios em campeonatos que participava.

O objetivo nesta etapa é a abordagem do tema explorando o filme Meu

pé de laranja lima. Ainda nesta etapa os alunos, devem trazer para

apresentação em sala de aula os trechos mais comoventes e que mais lhes

tem chamado a atenção durante a leitura, para socialização com os demais.

Sugestão de site pra baixar o filme: http://youtu.be/1rIdvI-18uk

Sobre o filme: O filme Meu pé de laranja lima de Marcos Berstein com João

Guilherme Ávila, José de Abreu, apresenta a história do menino Zezé, que se descobre e

quem será na vida, um ponto crucial para nossos educandos '' o que quero da vida ''.

Elenco: João Guilherme Ávila, José de Abreu, Caco Ciocler

Direção: Marcos Bernstein

Gênero: Drama

Nome Original: Meu pé de laranja-lima

Ano: 2012

Duração: 97 minutos

País: Brasil

Classificação: 10 anos

Após a apresentação do filme será trabalhado o gênero textual

sinopse de filme, produzida pelos alunos.

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4º encontro

Neste encontro, referente à terceira etapa do Método Recepcional

iniciaremos com atividades que exigem um estágio mais crítico por parte dos

educandos, acreditando – se que estes já estão preparados para analisar e

refletir sobre a desigualdade social , focando nas mais variadas formas de

pobreza.

O ponto de encontro dessa etapa será com a abordagem do poema

de Manuel Bandeira Bicho, iniciando com a leitura e em seguida atividades

que exploram o texto.

O bicho

Vi ontem um bicho

Na imundice do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa;

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade[...]

Manuel Bandeira. Rio, 27 de dezembro de 1947

O poema acima pode ser encontrado no

site:http://artedelecionar.blogspot.com.br/2011/02/interpretacao-de-poema-o-bicho-de.html

Postado por Evelyn Cordeiro em 6/29/2012 05:23:00 PM

Sugestão de atividade para abordagem do poema:

1. O que significa para nós a expressão '' Meu deus''?

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2. Porque nos admiramos com a poesia?

3. Assinale e justificando sua escolha:

Essa admiração nos dá o sentimento de:

a) prazer.

b) admiração.

c) pena.

d) desprezo.

4-Qual seria, em sua opinião a intenção do autor ao usar a palavra ―bicho''?

5. O que motivou o bicho a catar restos foi: (Assinale e justifique)

a) a própria fome.

b) a imundice do pátio.

c) o cheiro da comida.

d) a amizade pelo cão.

6. Podemos dizer que o assunto do texto é:

a) a imundice de um pátio.

b) um bicho faminto.

c) a comida que as pessoas jogam fora.

d) a triste situação de um homem.

9. Esse texto apresenta:

A) fato.

b) opinião.

c) descrição.

Assistiremos ao vídeo Os miseráveis Clássico francês adaptação de

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um musical da Broadway, Direcionando para o tema como um paralelo entre o

poema e o filme, instigando uma discussão sobre pobreza, que atravessa

séculos.

O vídeo pode ser encontrado no site abaixo:

Acessado em 18/09/13 http://youtu.be/RNzD_78J8Dg

Após o vídeo questionar com os alunos:

1- Qual a relação entre o vídeo assistido e o poema analisado?

2- em qual dos materiais utilizados podemos perceber a pobreza estrema?

3- O que mais lhe comoveu: O poema ou o filme?

4- Os materiais nos apresentam situações reais ou não?

5- essa situação apresentada é atual ou podemos detectá- la em outros

momentos histórico?

NOTA AOS PROFESSORES:

Sugiro aqui uma explanação do contexto histórico Revolução francesa, do século

XIX, através de um vídeo encontrado em www.youtube.com/watch?v=Sazarzpfxgu e

posteriormente a pesquisa realizada pelos alunos, através da qual poderão socializar em

sala de aula demonstrando a ligação entre o contexto, o filme e o poema.

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5º encontro

Ainda dentro da terceira etapa do Método Recepcional, levaremos

para a sala de aula o poema O açúcar de Ferreira Gullar para analisarmos,

destacando questões relacionadas a desigualdade econômica do país.

O açúcar

Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café

nesta manhã de Ipanema

não foi produzido por mim

nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

[...]

Este açúcar veio

da mercearia da esquina

e tampouco o fez o Oliveira,

dono da mercearia.

Este açúcar veio

de uma usina de açúcar em Pernambuco

ou no Estado do Rio

e tampouco o fez o dono da usina.

[...]

Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura

produziram este açúcar branco e puro

com que adoço meu café esta manha em Ipanema.

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Sugestão de atividade para o texto:

1- Explique a palavra '' amarga'' dentro do texto:

2-Qual o significado da palavra dura, no texto?

3--A que elementos o açúcar é comparado?

4-Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.

5-Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar?

6-Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida

amarga?

7-Escreva com as suas palavras a mensagem que abstraiu do texto, pensando

no tema ''Desigualdade social e suas consequências na sociedade atual.''

8- Repensando sobre o poema O bicho podemos dizer que este homem que

produz o açúcar está sofrendo as mesmas consequências da '' pobreza '' que o

homem do poema O bicho? Justifique.

9- Quais as necessidades dos homens dos dois poemas?

10-Quais são as nossas necessidades?

11- Produção de paráfrases a partir dos temas sugeridos:

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6º encontro

Para reforçar a ideia de que temos que enxergar que há

desvalorização do ser humano e que esta tem que ser descoberta para que a

sociedade repense seus valores, será explorada a letra e música Construção

de Chico Buarque de Holanda, a qual vem nos chocar ao observarmos que

aquele que constrói, na maioria das vezes se torna invisível perante a

sociedade.

Leitura e apreciação da música.

Construção

(Chico Buarque, 1971)

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

[...]

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido

Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

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Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego [...]

Sugestão de questionamentos em sala de aula:

1- Que história a música conta?

2- Que sentimentos ela desperta?

3- O que lembra o formato do poema?

4-Por que as coisas aconteceram daquela maneira?

5-Podemos aqui trabalhar a estrutura do texto.

Podemos encontrar a letra da música no site abaixo:

http://anagabrielavieira.blogspot.com.br/2009/10/oficina-chico-buarque.html

Sugestão de Análise crítica:

Qual a relação entre o poema O açúcar de Ferreira Gullar e

Construção de Chico Buarque, em relação ao tema Desigualdade social?

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7º encontro

Nesta etapa exploraremos o filme Entre o amor e a razão de Cicero

Filho, o qual faz uma crítica a dura vida de quem sai de sua terra, em busca de

dias melhores, retratando o êxodo rural, o trabalho infantil, a fé, as

desigualdades sociais e valores familiares, a partir do Norte do Nordeste.

Aos professores:

Cabe aqui uma pesquisa sobre o êxodo rural, incluindo a realidade de

desigualdade social nordestina. Podemos utilizar vídeos para mostrar essa dura

realidade e apresentar a música Asa branca de Luis Gonzaga.

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8º encontro

O oitavo encontro é o momento de introduzir a quarta etapa do Método

Recepcional, com o filme Central do Brasil, compreendendo que os educandos

estarão em um nível de maior criticidade a respeito do tema. A partir do filme

abriremos uma discussão sobre a pobreza cultural, geradora de maior

desigualdade social, falaremos de poder, sendo que este em mão de pessoas

sem escrúpulos e voltados para pessoas pobres culturalmente concretizam o

dominador e o dominado, gerando a injustiça.

Novamente faremos a prática da produção de sinopse de filme.

Como atividade de casa, pediremos que os alunos tragam recortes de

revistas, jornais, imagens e vídeos sobre a desigualdade social para socializar

em sala de aula.

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9º encontro

Neste encontro estaremos implementando a quinta e última etapa do

Método Recepcional, no qual trabalharemos com contos, abrindo um leque, a

partir das experiências anteriores para discussão em relação ao tema

''Desigualdade social ''.

Iniciaremos essa etapa com o conto Uma vela pra Dario de Dalton

Trevisan, conto que trata da desvalorização do ser humano, retornando a

leitura da música Construção com o mesmo foco.

Leitura do texto

Uma Vela para Dario

Dalton Trevisan

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou

a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa.

Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e

descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia

bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor

gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o

cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se

afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e

a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de

espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o

pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as

crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo

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repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do

cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-

chuva ou cachimbo ao seu lado.

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um

grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo,

protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a

ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede – não tinha os

sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além

da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi

largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem

que fizesse um gesto para espantá-las.

[...]

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados – com

vários objetos – de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram

sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de

outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora,

ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a

multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado

dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os

bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio

quando vivo – só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que

o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se

dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que

estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

[...]

Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág.20.

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Sugestão de atividades:

1- Qual a relação do conto com a letra da música Construção de Chico

Buarque?

2- Em sua opinião, qual seria a melhor atitude das pessoas em relação a

Dario?

3- Esse conto traz fatos da nossa realidade ou é apenas uma história

imaginária, fantasiosa, impossível de acontecer com alguém o que aconteceu

com Dario?

4- O que o conto denuncia sobre desigualdade social?

5 – Coisificação e relegação do ser humano estão relacionadas só conto de

que forma?

Dramatização do conto.

Solicitaremos que um grupo de alunos que gostem de dramatizar cumpra

essa tarefa, apresentando o conto dramatizado para a sala.

Sugestão de leitura aos professores: Para o trabalho com contos, é preciso

conhecer bem a sua estrutura, portanto indico a bibliografia abaixo com formação.

Bibliografia indicada para o Professor: MASSAUD Moisés, A criação Literária,

ed. Cultrix , São Paulo, 1986

Após a explicação do professor sobre a estrutura de um conto, pedir

a produção, que será digitada para encadernação final em uma coletânea de

contos produzidos pelos alunos, através do tema ''Desigualdade social:

pobreza.''

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10º encontro

Neste encontro que contempla também a quinta etapa do Método

Recepcional, faremos a leitura do conto Muribeca de Marcelino Freire, conto

este que revela personagens que se assemelham com pessoas conhecidos

pelos educandos na sociedade.

Muribeca

Marcelino Freire

Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra

pôr uns pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama,

colchão. Até televisão. É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem

tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais

brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história, livro, desenho?

E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas,

sem as latas, sem as caixas? Vai perambular pela rua, roubar pra comer?E o

que eu vou cozinhar agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que

dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou inventar farofa? Fale, fale.

Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a gente vai fazer da

vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu tenho. Como

vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira, uma

caganeira? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto

remédio bom? E esparadrapo e band-aid e seringa? O povo do governo devia

pensar três vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão

de olho nessa merda aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma

coisa. É. Se perderam, a gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até

bilhete de loteria, lembro, teve gente que achou. Vai ver que é isso, coisa da

Caixa Econômica. Vai ver que é isso, descobriram que lixo dá lucro, que pode

dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor. Por exemplo, onde a gente vai morar,

é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo ali em volta do lixão, quem

é que vai levantar? Você, o governador? Não. Esse negócio de prometer casa

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que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles jogam a

gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o

cachorro? Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele

alvoroço, pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já

conhece o que é bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm

direto de supermercado, açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne

tão barato? Bisteca, filé, chã-de-dentro - o moço tá servido? A moça? Os

motoristas já conhecem a gente. Têm uns que até guardam com eles a melhor

parte.[...]

Disponível em: http://eraodito.blogspot.com

Após a leitura do conto será passado um trecho da novela Avenida

Brasil que podemos encontrar no site: https://www.youtube.com/watch?v=NIA1l48cObA

e https://www.youtube.com/watch?v=KxA4Tsk6PbE para que os alunos façam um

paralelo entre ambos, destacando as semelhanças dos trechos com o conto.

Questionamentos possíveis:

1- Na novela, a protagonista tem um desejo de vingança, o que na vida real

não traz nada de positivo para o ser humano nem muda a situação de

desigualdade social. A partir da afirmação que tipo de ações podemos citar

como atitudes positivas perante a sociedade que venha diminuir a

desigualdade social?

2- O lixão pode ser transformado em fonte de renda de que forma?

3- Leia o trecho abaixo:

O conto trata-se do desabafo de uma mulher inconformada em perder

sua moradia, que é o lixão Muribeca, localizado na cidade de Recife, capital do

Pernambuco, local esse onde mora há muito tempo com sua família e vizinhos.

4-Que hipóteses podemos levantar sobre o fato de a mulher se sentir

inconformada em perder a ''moradia''?

5-Essa é um tipo de moradia adequado?

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6-Em Muribeca, vemos vítimas da inclusão perversa que acontece quando, no

caso do conto, o governo cria projetos para incluí-los na sociedade de forma

que não oferece estabilidade para que eles se sintam incluídos e consigam

sobreviver nessa inserção.

7-O que podemos sugerir como estabilidade e inclusão para os então

marginalizados?

5- No conto podemos ver claramente que as pessoas são forçadas, por não

terem emprego, casa própria ou até mesmo oportunidades, a sobreviver no

lixão.

6-Que outra situação parecida pode citar em que pessoas se acomodam com a

situação e veem perspectiva de mudança positiva em sua vida, em seu bairro,

em sua cidade?

Produção de texto: produzir um conto com base no texto Muribeca

Após releitura do conto Muribeca e vídeos sobre pessoas que estão na

mesma situação e com base no conto, nas cenas assistidas e nas reflexões

acerca do tema, produza um conto que relate a história de pessoas que

marginalizadas, não aceitaram tal situação de miséria e encontraram

alternativas de uma vida melhor.

Esse conto fará parte da coletânea final de contos.

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11º encontro

Convite ao responsável pela coleta de lixo do município para

explicação sobre o destino desse lixo, a importância da reciclagem do lixo, a

maneira adequada de separação do lixo em seguida visita ao lixão do

município e ao barracão de reciclagem.

Realização de uma campanha de separação do lixo na escola, com

panfletos confeccionados pelos alunos e distribuídos com o objetivo de levar a

informação ás famílias.

Vídeo sugerido pra enriquecer essa etapa: http://www.tvcultura.com.br/zoom,

sendo um programa da Tv Cultura que tem um projeto inspirador a partir da

reciclagem.

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12º encontro

Ler e analisar o texto de Fernando Sabino Protesto tímido juntamente

com os alunos, comentando as características do texto e abrindo uma

discussão com os alunos acerca do tema '' Desigualdade social‖, conduzindo

para a percepção de uma intertextualidade implícita com o poema O bicho de

Manuel Bandeira , só que neste texto, o bicho seria uma criança.

Protesto Tímido

Fernando Sabino

Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam

dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o

lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma trouxa

de roupa, um saco de lixo. Algum passo mais pôde ver que era um menino.

Escurinho de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado,

braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os

gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa esburacada, para se

defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Os

outros, como eu, iam passando sem tomar conhecimento de sua existência.

Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste

inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado.

[...]

Segundo as estatísticas, como eles existem nada mais nada menos

que 25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se

eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o

seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?

―A injustiça não se resolve/ À sombra do mundo errado/ Murmuraste

um protesto tímido/...‖ (Versos de Carlos Drummond de Andrade- Consolo na

praia )

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[...]

Vinte e cinco milhões de menores ___ um dado abstrato, que a

imaginação não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem sequer o que

comer nem onde dormir ___ isto é um menor abandonado. Para entender, só

mesmo imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito, dez anos de

idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a ser

um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e

lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve ___ gesto que nos

desperta mal contida irritação ___ para nos pedir uns trocados. Não temos

disposição [...]

Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,

exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi com

um monte de lixo.

(Fernando Sabino)

http://odemartins.blogspot.com.br/2013/06/avaliacao-texto.html

Analisando o texto em sala de aula:

1- O texto relata um fato bem comum nos dias de hoje: crianças abandonadas

na rua, sem nenhum apoio físico ou moral. Algumas pessoas preferem

simplesmente fechar os olhos e fingir que nada esta acontecendo, segundo

estatísticas existe mais de 25 milhões de crianças abandonadas no Brasil.

Qual a relação desta análise com o tema proposto ―Desigualdade Social‖?

2- Para as pessoas, o menino parece um bicho, um saco de lixo, um traste inútil, abandonado na calçada. Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões de menores no Brasil. Nas ruas ele imagina o filho dele no lugar dessas crianças abandonadas.

Essa cena é comum em nosso município? Justifique sua resposta.

3- Qual a descrição do menino, no texto?

4-Comovido com o menino que ele viu na rua mostrou estar indignado om as pessoas porque ninguém percebeu o que estava acontecendo.

O que nos leva a pensar que as pessoas nem davam importância para o que estava acontecendo?

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13º encontro

Sugestão aos professores: Seria interessante passar o vídeo do poema Consolo na praia de Carlos Drummond de Andrade, que encontramos no site http://letras.mus.br/carlos-

drummond-de-andrade/460646/

Leitura do texto: Consolo Na Praia, levando aos educandos a compreensão da

intertextualidade e contextualização que há nos dois textos.

Consolo Na Praia

Carlos Drummond de Andrade

[...]

em voz mansa, te golpearam.

Nunca, nunca cicatrizam.

Mas, e o humor?

A injustiça não se resolve.

À sombra do mundo errado

murmuraste um protesto tímido.

Mas virão outros.

Tudo somado devias

precipitar-te, de vez, nas águas.

Estás nu na areia, no vento...

Dorme meu filho.

https://www.google.com.br/searchq=consolo+na+praia+carlos+drummond+de+andrade+analise

&rlz=1C1AVSA_enBR

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Possíveis questionamentos:

1- Em sua opinião, qual o motivo do autor do texto Protesto tímido citar os

versos do poema consolo na praia?

2- Que relação você pode ver entre os entre os dois textos?

3- Mesmo sendo textos de tipologia diferentes, podemos dizer que tem o

mesmo objetivo, ou não? Qual emociona mais?

4- no verso: ―A injustiça não se resolve…‖ podemos dizer que há uma

sensação de impotência diante de todos os episódios de injustiça que faz parte

do meio em que vivemos.

Como poderíamos lutar contra as injustiças sociais?

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14º encontro

Organização e convite para uma Palestra com representante do Conselho Tutelar.

Convidar um conselheiro Tutelar para falar, pautado na ECA sobre os direitos da criança e do adolescente, perante a sociedade e o governo.

Atividade: Formulação de questões sobre os direitos da Criança e do Adolescente, sobre o atendimento para as crianças que se encontram como o personagem do texto, as quais serão colocadas em um envelope e enviadas ao palestrante para que possa sanar as dúvidas dos educandos sobre o assunto.

Aos professores: Para esta palestra, os alunos devem ser preparados previamente, formulando questões que serão colocadas em uma caixa e entregues ao palestrante para que se prepare para sanar as dúvidas dos alunos.

Produção de um conto a partir do texto Protesto tímido de Fernando

Sabino. Neste momento será abordada a questão conto e crônica em relação

as suas características, lembrando que o texto a ser explorado é o conto.

Aos professores:

Levar o conhecimento aos alunos sobre o contexto do surgimento das "favelas",

e suas diversas imagens, na cidade do Rio de Janeiro, relacionando-o com a questão

migratória e a condição de vida de seus habitantes. O fato de focar a aula na cidade do

Rio de Janeiro dará aos alunos de outras cidades repertório para analisar as

especificidades de sua cidade.

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15º encontro

Pesquisa realizada pelos educandos sobre a história da favela. Esta

atividade é importante para apresentação sendo uma atividade mais livre e

pode ser realizada no laboratório de informática da escola.

Sugestão aos professores: E seguida em sala de aula para abrir uma discussão

sobre a desigualdade social e suas consequências na sociedade atual , utilizaremos a

música do grupo de rap Facção Central,‘ O que os olhos não veem disponível em :

http://www.4shared.com/audio/05FlMSli/Fao_Central_-04-_o_que_os_olho.htm

O professor poderá escolher outro rap de sua preferência, ou pedir que os alunos

tragam raps que conheçam , abordando o tema proposto.

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16º encontro

Neste encontro ouviremos novamente a letra do rap O que os olhos

não veem para realizarmos uma produção escrita de raps que serão

apresentados em sala de aula.

Letra: O que os olhos não veem

O retrato da favela tem só uma imagem, mais cada olho tem sua

interpretação pra essa imagem meus olhos vêem quando eu olho pra favela

almas tristes, sonhos frustrados, esperanças destruídas, crianças sem futuro,

vejo apenas vítimas e dor.

Os olhos do gambé vêem traficantes com AR-15 e lançador de

granada, vagabundas drogadas, mães solteiras desempregados embreagados

no balcão do bar adolescentes viciados, pivetes com pipa com rojão avisando

que os homi tão chegando.

[...]

Vêem o mar de peixes cegos que sempre mordem o mesmo anzol, os

olhos do boy esses ai esses não vêem nada, nenhum problema os aviões com

droga, o trafico de arma, as escolas sem telhado, lousa, professor, segurança o

jovem sem acesso a livro, quadra esportiva, centro cultural; não vêem os ossos

no cemitério clandestino as vitimas da brutalidade da policia, o povo esquecido

e desassistido os olhos do boy só são capazes de enxergar na imagem da

favela, o medo o medo em forma de HK na ponta do seu nariz, e você truta o

que seus olhos vêem quando olham pra favela?

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=33447

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CONCRETIZAÇÃO DO TRABALHO

A concretização deste trabalho se dará com a digitação dos contos

produzidos, formando uma coletânea, apresentação de Raps e dramatização

de contos escolhidos pelos educandos, observando a mudança de postura dos

alunos em relação ao tema ‗‘Desigualdade social‘‘.

Este trabalho vem contestar a desigualdade social que impera em

nossa sociedade, esperando que nossos alunos, com outro olhar, acreditem na

igualdade, que um novo mundo é possível, mais justo e igualitário, onde

cidadãos atuem com responsabilidade e participem ativamente para que nossa

sociedade deixe de ser hierárquica e desigual, o que será um indicador de uma

educação de qualidade.

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