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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – TURMA PDE 2014
1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
Título: CRÔNICAS A SERVIÇO DA FORMAÇÃO DE LEITORES
Autora: Rosângela Ap. Scaloni Vendramini
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto:
Colégio Estadual Júlia Wanderley – Ensino Fundamental e Médio
Município: Prado Ferreira
Núcleo Regional de Educação: Londrina
Professora Orientadora: Lidia Maria Gonçalves
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Relação Interdisciplinar: Artes
Resumo: Esta Produção Didático-Pedagógica tem o objetivo dedesenvolver estratégias de leitura, conforme proposta deIsabel Solé (1998), visando contribuir para a formação deleitores competentes no uso da língua, que compreendam oque leem e possam se posicionar de forma crítica perante aleitura. Para a escola, é um desafio constante formar leitoreseficientes, visto que muitos alunos dizem não gostar de ler ounão entendem o que leem, ou, ainda, compreendem apenasinformações explícitas, o que está longe da prática deletramento esperada de um aluno da educação básica. Dessemodo, essa produção também está pautada nos estudos deBakhtin (2003) e Marcuschi (2008), acerca dos gênerostextuais. O trabalho será realizado por meio do gênero textualcrônica. Esse gênero discursivo costuma apresentarlinguagem mais leve, abordar temas do cotidiano e cenas dehumor, o que gera uma certa aproximação com o leitor,facilitando o despertar do interesse dos alunos. Esperamos,assim, possibilitar aos alunos meios adequados na conquistade uma maior proficiência enquanto leitores.
Palavras-chave: Leitura; estratégias; crônicas
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental
2. APRESENTAÇÃO
Esta unidade didática tem o objetivo de contribuir para o ensino e a
aprendizagem na área da leitura, visamos o desenvolvimento de estratégias para
uma melhor compreensão do que é lido pelos alunos e, assim, cooperar para a
formação efetiva deles enquanto leitores.
A unidade será implementada no Colégio Estadual Júlia Wanderley, no
município de Prado Ferreira/ PR, com alunos do 9º ano, tendo em vista o propósito
de sanar ou diminuir as dificuldades apresentadas por esses alunos na
compreensão e na interpretação de textos.
Para a escola, é um desafio constante formar leitores eficientes nas variadas
situações de comunicação em que estão expostos. Em geral, nossos alunos
mostram-se desmotivados e desinteressados com a leitura, ou dizem não gostar de
ler. Em contrapartida, sabemos que o domínio da leitura contribui para a formação
da cidadania. Lendo com proficiência podemos conhecer um pouco mais de nossos
deveres, bem como nos sentir aptos para reivindicar direitos, e atuar criticamente na
sociedade em que estamos inseridos.
As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa concebem a língua como
instrumento de poder e orientam que o trabalho com os gêneros discursivos deve
possibilitar o acesso aos direitos de todos os cidadãos (PARANÁ, 2008).
Nesse sentido, os gêneros textuais têm sido considerados a ferramenta ideal
para desenvolver e aprimorar a capacidade leitora, entendida como capacidade de
interpretação de textos. Afinal, nos comunicamos por meio deles, fontes autênticas
de interação verbal, ou seja, são eles os instrumentos mediadores das práticas de
interação social.
Segundo Bakhtin (2003, p. 262), esses “tipos de enunciados relativamente
estáveis” denominados “gêneros do discurso” apresentam diversidade infinita porque
a atividade humana é multiforme e inesgotável, portanto, mais uma razão para
utilizá-los em um ensino voltado para a formação cidadã.
O estudo alicerçado em gêneros textuais justifica- se pelo fato de que “...toda
a manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum
gênero” (MARCUSCHI, 2008, p. 154). Isso significa dizer que nos comunicamos e
interagimos socialmente por intermédio dos gêneros textuais, ou seja, o domínio
efetivo dos gêneros discursivos possibilita ao aluno uma melhor inserção na
sociedade em que vive, instrumentalizando-o para atuar de forma mais produtiva
nesse contexto.
Para desencadear o desenvolvimento da leitura, recorremos à apreciação de
textos do gênero crônica. Acreditamos que o ensino de leitura por meio desse
gênero contribui para uma aprendizagem voltada para a vida em sociedade, visto
que esta se comunica, interage, se insere e age socialmente por meio dos gêneros
discursivos e, dentre eles, a crônica, por ser um tipo de texto que circula na esfera
jornalística e na literária, tematizando fatos da vida cotidiana. Desse modo,
esperamos que o estudo do gênero textual crônica possa provocar leituras
significativas aos alunos.
O trabalho com a crônica nos diversos níveis do ensino (fundamental,médio e superior) é algo que não deve ser descartado. O fato de sera crônica um texto curto já constitui um trunfo para diversas situaçõespedagógicas em que o professor não dispõe de tempo para recorrera textos mais longos. Além disso, não se trata meramente e apenasde um texto curto. Os assuntos abordados nas crônicas são muitovariados: mulher, amor, cidade, infância, política são alguns dostemas usados e abusados pelos cronistas. Há, ainda, uma fartaprodução de textos que tratam do próprio fazer poético, do cotidianodo escritor e da ambiguidade experimentada pelo cronista entre omeio jornalístico e o universo literário (SIMON, 2011, p.54).
A inspiração dos cronistas nos acontecimentos diários, o uso da linguagem
mais informal, da leveza, do humor gera uma certa aproximação com o leitor e pode
despertar o interesse dos alunos, o gosto pela leitura. E, também, levá-los a ler
outros textos, contribuindo, assim, no seu avanço como leitores, uma vez que esse
gênero híbrido, que oscila entre o jornalismo e a literatura, também proporciona
reflexão sobre fatos e ideias, comportamentos e atitudes, além de apresentar
diversificados recursos linguísticos e literários que enriquecem a elaboração da
linguagem. Assim, vários autores enfatizam a importância do uso da crônica como
elemento humanizador, uma necessidade nos dias atuais.
No entanto, geralmente, muitos alunos dizem não gostar de ler ou não
entendem o que leem, ou, ainda, compreendem apenas informações explícitas, o
que está longe da prática de letramento esperada de um aluno da educação básica.
Para Marcuschi (2008, p.229), “compreender bem um texto não é uma atividade
natural nem uma herança genética; nem uma ação individual isolada do meio e da
sociedade em que vive. Compreender exige habilidade, interação e trabalho.”
Como podemos perceber, formar um leitor competente demanda esforço,
envolvimento e muito trabalho para desenvolver habilidades leitoras. Portanto, cabe
a nós professores estimularmos essa formação, sendo mediadores no processo,
instrumentalizando os alunos com práticas de sala de aula que vão ao encontro dos
objetivos propostos. É importante, também, abordar temas do interesse dos alunos,
para tornar o estudo mais agradável e produtivo.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Promover a valorização da leitura como atividade de interação social.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Propor situações de práticas leitoras com o gênero textual crônica.
Desenvolver estratégias de leitura que favoreçam a atividade de interpretação de
textos.
Aprimorar a prática da leitura responsiva.
4. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
A implementação do projeto de intervenção na escola ocorrerá por meio da
elaboração de unidade didática sobre o gênero crônica, contemplando estratégias
de leitura baseadas na proposta da autora Isabel Solé (1998).
O material didático a ser proposto busca a formação de leitores competentes
no uso da língua, que compreendam o que leem e possam se posicionar de forma
crítica perante o lido.
Segundo Solé (1998), as estratégias propostas por ela são procedimentos
que envolvem objetivos claros, ações e avaliação planejadas, bem como possível
mudança no percurso.
Se as estratégias de leitura são procedimentos e os procedimentossão conteúdos de ensino, então é preciso ensinar estratégias para acompreensão dos textos. Estas não amadurecem, nem sedesenvolvem, nem emergem, nem aparecem. Ensinam-se – ou nãose ensinam – e se aprendem – ou não se aprendem (SOLÉ, 1988, p.70).
A autora ressalta que as estratégias de leitura devem acompanhar todo o
processo, ou seja, devem estar presentes antes, durante e depois da leitura.
Para antes da leitura, os procedimentos indicados pela pesquisadora são: a
motivação, apresentação dos objetivos da leitura (obter informação, seguir
instruções, aprender, revisar, ler por prazer, etc), ativação dos conhecimentos
prévios dos alunos, estabelecimento de previsões sobre o texto e formulação de
perguntas sobre ele.
Durante a leitura ocorre a construção da compreensão do texto pelo leitor.
Nesse momento, ocorre a confirmação ou não das previsões feitas anteriormente. O
professor pode abordar o texto com os alunos de maneira individual, silenciosa, em
pequenos grupos, de forma dirigida ou compartilhada e fazer novas previsões.
Também é o momento de esclarecer palavras desconhecidas, por meio de
inferências ou consulta ao dicionário e incentivar o autoquestionamento do aluno,
a fim de que ele aprenda a formular perguntas pertinentes. As atividades
desenvolvidas auxiliam na construção do sentido global do texto.
Depois da leitura, a autora apresenta como estratégia, a identificação da ideia
principal do texto, a elaboração de resumo e a formulação de perguntas e respostas.
Segundo Solé (1998), é importante ficar claro a distinção entre tema e ideia
principal, a primeira diz respeito aquilo que o texto trata, a segunda corresponde ao
que se diz sobre o tema. O resumo consiste na concretização da identificação do
tema e das ideias principais pela forma escrita. Já a formulação de perguntas e
respostas, normalmente utilizada para verificar a compreensão do texto, é uma
etapa que propicia ao leitor maior capacidade para gerenciar seu processo de
leitura, tornando-o mais eficiente.
Por meio desse referencial teórico, esperamos possibilitar aos alunos meios
adequados na conquista de uma maior proficiência enquanto leitores.
Para dar início ao projeto, trabalharemos o conceito de crônica oralmente,
deixando que os alunos exponham seus conhecimentos sobre o gênero em questão.
Utilizaremos as seguintes questões, a fim de promover discussão coletiva:
1- Você sabe o que é uma crônica?
2- Já ouviu falar sobre esse tipo de texto?
3- Você já leu crônica? Onde estava escrita? Qual era o autor?
4- O que você achou desse tipo de texto?
Em seguida, apresentaremos a eles crônicas recortadas do Jornal Folha de
Londrina para que possam ir percebendo algumas características próprias do gênero
presentes nesses textos. Aproveitaremos o momento para informá-los de que temos
o jornal como o berço da crônica, seu veículo de origem, mas que ela está presente
tanto na esfera jornalística como na literária. Lidos os textos, será o momento deles
exporem comentários sobre o lido, o que mais gostaram, o que mais chamou
atenção. Na sequência, solicitaremos aos alunos uma pesquisa na biblioteca ou na
internet sobre crônica, a fim de que confirmem seus levantamentos ou esclareçam
suas dúvidas acerca do gênero e conheçam, ainda mais, suas características. Logo
após, para sistematizar a pesquisa, apresentaremos um vídeo sobre o gênero
crônica, ele está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=rjHJT2WwVtg
(acesso em 27/10/2014). Depois disso, os alunos deverão confeccionar cartazes
sintetizando a pesquisa e expô-los em um painel a ser montado fora da sala de aula,
em um espaço de convivência coletivo para dar publicidade ao trabalho.
O projeto terá continuidade com a leitura e interpretação de textos de autores
consagrados como Moacyr Scliar, Luis Fernando Veríssimo, Martha Medeiros,
Domingos Pellegrini, entre outros. Serão feitas cópias dos textos para os alunos,
mas levaremos livros de crônicas para a sala a fim de que eles possam manuseá-los
e emprestá-los para a leitura além dos muros da escola, estabelecendo contato
direto com o suporte de onde alguns foram retirados.
A escolha dos autores citados ocorre em razão de oportunizar aos alunos o
conhecimento da produção intelectual de escritores renomados. E, por meio deste
projeto, faremos a leitura mais sistematizada do texto elaborado por personalidades
especialistas em crônica, visto que é comum verificarmos dificuldade de
interpretação por parte dos nossos adolescentes com relação a esse tipo de texto. E
também porque, nessa faixa etária, normalmente, começa um certo desinteresse por
literatura. Desse modo, a crônica é uma oportunidade riquíssima para atrair esse
jovem leitor, por ser um texto mais curto, com temas próximos do cotidiano e de
linguagem mais leve. Além disso, esses autores utilizam a linguagem com maestria
para expor sentimentos, emoções, refletir, fazer rir e encantar, ou seja, com arte. E
este valor artístico resulta da capacidade criadora do cronista ao expressar vivências
de maneira a explorar e caráter estético da linguagem, oque pode suscitar nos
leitores o desejo de consumir os bens culturais de modo frequente, desenvolvendo o
perfil de leitor.
5. TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
5.1. TEXTO 1 - Crônica: COBRANÇA - Moacyr Scliar
Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para
outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: “Aqui
mora uma devedora inadimplente”.
- Você não pode fazer isso comigo -protestou ela.
- Claro que posso -replicou ele.- Você comprou, não pagou. Você é uma devedora
inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não
pagou.
- Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...
- Já sei -ironizou ele.- Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova
York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu
problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.
- Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...
- Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei,
avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha
paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui,
carregando este cartaz, até você saldar sua dívida.
Neste momento começou a chuviscar.
- Você vai se molhar -advertiu ela.- Vai acabar ficando doente.
Ele riu, amargo:
- E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.
- Posso lhe dar um guarda-chuva...
- Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva.
Ela agora estava irritada:
- Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você
mora aqui.
- Sou seu marido -retrucou ele- e você é minha mulher, mas eu sou cobrador
profissional e você é devedora. Eu a avisei: não compre essa geladeira, eu não
ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora
o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu
faça? Que perca o meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir
sua obrigação.
Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco
importava: continuava andando de um lado para o outro, diante da casa,
carregando o seu cartaz.
Fonte: SCLIAR, M. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2ª ed., 2002, p.175-176.
5.1.2. ANÁLISE TEXTUAL
Podemos iniciar escrevendo no quadro apenas o título da crônica e o nome
do autor. É o momento de resgatar o conhecimento prévio dos alunos, levantar
hipóteses sobre o possível assunto e motivá-los para a leitura. As questões
sugeridas são as seguintes:
Sobre o autor:
1- Você já ouviu falar sobre esse autor?
2- Já leu algum texto/obra dele?
3- O que achou?
4- Se não leu, gostaria de ter lido? Por quê?
A professora aproveita esse momento para apresentar oralmente a biografia
do autor, porque conhecer a história de vida do autor pode funcionar como um
recurso de motivação para conhecer também as obras desse intelectual.
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hojereúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Suamãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola deEducação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se,em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica. Em 1955, passou a cursar afaculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre(RS), onde se formou em 1962. Em 1963, inicia sua vida como médico, fazendoresidência em clínica médica. Trabalhou junto ao Serviço de Assistência MédicaDomiciliar e de Urgência (SAMDU), daquela capital.
Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. Apartir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, oconto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários.
Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário fantástico e pela investigação datradição judaico-cristã. Algumas delas foram publicadas na Inglaterra, Rússia, RepúblicaTcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Israel, Estados Unidos,Holanda e Espanha e em Portugal, entre outros países.
Em 1965, casa-se com Judith Vivien Oliven.Em 1968, publica o livro de contos “O Carnaval dos Animais”, que o autor
considera de fato sua primeira obra.Especializa-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Inicia os
trabalhos nessa área em 1969.Em 1970, frequenta curso de pós-graduação em medicina em Israel, sendo
aprovado. Posteriormente, torna-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de SaúdePública.
Seu filho, Roberto, nasce em 1979.A convite, torna-se professor visitante na Brown University (Departament of
Portuguese and Brazilian Studies), em 1993, e na Universidade do Texas, em Austin.Colabora com diversos dos principais meios de comunicação da mídia impressa (Folhade São Paulo e Zero Hora). Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema,teatro e tevê.
Nos anos de 1993 e 1997, vai aos EUA como professor visitante no Departamentode Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University.
Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto,para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 porGeraldo França de Lima. Tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebidopelo poeta gaúcho Carlos Nejar.
O escritor faleceu no dia 27/02/2011, em Porto Alegre (RS), vítima de falênciamúltipla de órgãos.
Fonte:http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp – acesso em 18/11/14
Os alunos serão orientados a aprofundar um pouco mais os conhecimentos
acerca do autor. Para isso deverão realizar uma pesquisa na biblioteca da escola ou
na internet e condensá-la de acordo com os seguintes questionamentos:
1- Quem é o autor pesquisado, onde viveu e em que época?
2- Qual seu estilo na escrita de crônicas? Quais são suas principais obras?
3- Escolha um texto desse autor que mais chamou sua atenção. Faça uma
leitura prévia, leve-o para a sala de aula, comente o enredo com a turma e leia o
trecho de que mais gostou, provocando nos colegas o desejo de ler o texto
completo.
Para melhor compreensão dos alunos quanto ao estilo do autor e, também,
para motivá-los para a leitura, será apresentado um vídeo na TV pendrive, em que o
autor expõe sua relação com a leitura, a medicina e a literatura, material disponível
em http://www.youtube.com/watch?v=d5NA7Sd5QRA – acesso em 19/11/14.
Após maior conhecimento da vida e da obra desse autor, focaremos nossa
atenção na análise do título da crônica em pauta. Sobre o título, questionaremos:
1- O que o título da crônica sugere para você?
2- O título chama sua atenção? Por quê?
3- A que tipo de cobrança você imagina que o título pode se referir?
4- Você já recebeu ou fez alguma cobrança?
5- Se já foi cobrado, como se sentiu?
6- Se efetuou uma cobrança, de que se tratava, como se sentiu?
O próximo passo será a leitura silenciosa do texto, seguida da leitura oral pela
professora. Os alunos terão a oportunidade de confirmar ou não suas hipóteses. Em
seguida, eles farão a leitura oral do texto e o esclarecimento das palavras que
geraram dúvidas. Lembrando sempre de voltar ao contexto em que as palavras se
encontram, o que, muitas vezes, dispensa a ida ao dicionário. O texto poderá ser
lido em partes por vários alunos, com paradas para comentários e questões
envolvendo suas previsões anteriores ou formar grupos de alunos representando o
narrador e os personagens. Oportunizaremos que os alunos falem o que
entenderam da história. Sugestões de questões para serem respondidas oralmente:
1- Após a leitura suas previsões se confirmaram ou mudaram totalmente?
2- Qual é a ideia principal do texto?
3- Quais são as personagens envolvidas na história?
4- Onde acontecem os fatos narrados?
Depois da leitura, o professor pode conduzir uma interpretação mais
aprofundada do texto. Com esta intenção, fornecemos sugestões de questões para
serem respondidas por escrito:
1- Como as personagens são apresentadas pelo narrador? Como lidam com o
dinheiro?
2- Os fatos apresentados na crônica são ficcionais. Eles poderiam acontecer na vida
real? Justifique.
3- Sabemos que a crônica surge a partir da observação de um fato do cotidiano.
Qual fato motivou o autor a escrever essa crônica?
4- Essa crônica apresenta como característica marcante o humor. Que fato gera o
humor no texto?
5- O narrador presente na crônica pode ser do tipo observador ou personagem.
Como é o narrador da crônica analisada?
6- Analise a linguagem utilizada na crônica. Trata-se de uma linguagem
predominantemente formal ou informal? Exemplifique com um trecho do texto.
7- Explique o significado da frase: “Aqui mora uma devedora inadimplente”.
8- Mesmo sendo advertida pelo marido de que não tinha condições de pagar as
prestações da geladeira, a mulher efetuou a compra. Qual seria a razão dessa
atitude da esposa? O que você pensa sobre isso?
9- Qual era o objetivo do marido com o cartaz em frente da casa? Você considera
essa atitude uma boa escolha? Justifique.
10- Coloque-se no lugar de uma das personagens. Como você resolveria o
problema apresentado no texto?
11- O texto mostra o constrangimento de uma personagem sofrido pela
inadimplência. O consumismo exagerado tem levado muitas pessoas a enfrentar
situações embaraçosas como essa. Você se considera uma pessoa consumista? Em
que situação? O pode levar alguém a agir dessa forma?
12- O quadro abaixo apresenta alguns tipos de consumidores. Analise a opções e
aponte com qual deles você se identifica. Se não se identifica com nenhum deles,
qual tipo seria o seu? Comente.
TIPO DE CONSUMIDOR DESCRIÇÃO
Alienado Tenta seguir todas as tendências emodismos apresentados pela mídia,acabando por se tornar um escravo doconsumo, ficando sempre frustrado.
Exibido Compra com a finalidade de mostrarpara os outros. Paga financiamentosaltíssimos para adquirir um carro novo,por exemplo.
Consumidor de grife Só usa coisas de marca. Não importa ovalor, não pensa no amanhã, mas simem mostrar que seu poder é o dinheiro,já que tem condições de pagar pelasgrifes.
Compulsivo Não pode parar diante de uma vitrineque as mãos pulam para dentro dobolso, saindo com a carteira, pronto parapagar, perdem o controle. Em muitoscasos, precisam de ajuda de terapeutas,pois vão se endividando sem perceber,chegando a gastar mais do que ganham.
Indeciso Normalmente são pessoas inseguras,que gastam horas e horas para tomaruma decisão.
Consumidor duro Entra em tudo quanto é loja, mas nãoadquire nada. Isso acontece por não terdinheiro ou por ser “pão-duro”. Fazem osatendentes descerem as prateleiras daloja, dizendo ao final que não gostou denada.
Fonte: http://educador.brasilescola.com/orientacoes/tipos-consumidores.htm – Acesso em 21/11/14
13- Individualmente, elabore um pequeno texto, nele você deve sintetizar a história
narrada na crônica Cobrança e apresentá-la por meio de um outro gênero textual,
pode ser notícia jornalística, charge, paródia ou dramatização. A seguir, reúna-se em
grupo de no máximo quatro alunos. Cada componente do grupo apresenta a sua
produção textual para os outros elementos da equipe. Na sequência, vocês elegem
um dos trabalhos para representar o time e o apresentam para toda a sala. Por fim,
a classe escolhe a produção a ser exposta em um contexto maior da unidade
escolar ( para outra turma, por exemplo).
5.2. TEXTO 2 - Crônica: Tiamo - Domingos Pellegrini
Tiamo quando tropeço em teu sapato no quarto escuro, e me pergunto porquesempre tem sapato teu no meu caminho, aí sempre penso também que deve serpara lembrar quanto devo a você, que me desviou de tantos descaminhos, eagradeço ao tropeço.
Tiamo quando você mais uma vez perde a chave do carro, e me pergunta sevi a chave, e como sempre digo que não sei, pois é a tua chave do teu carro, evocê zanza para lá e para cá procurando, e eu evito dizer que você devia colocar achave sempre no mesmo lugar, por exemplo pendurada na alça da bolsa, aí nãoperderia tanto tempo procurando todo dia, às vezes várias vezes por dia, eenquanto isso você continua procurando, então começo a dizer que, se vocêcolocasse a chave sempre no mesmo lugar... Mas você diz que quem não ajudanão deve atrapalhar, e calo a boca, penalizado de ver pessoa tão inteligente sedesgastar tanto tantas vezes por causa de uma bobagem, mas aí você acha achave e me beija antes de desfilar triunfalmente até o carro, e acena e se vai, feliz,e eu penso que também deve ser por isso que tiamo, fênix sempre renascendo, eesquecer a chave serve para isso.
Tiamo quando você, de repente, diz que vamos viajar, como se eu fosseapenas um acessório que você levasse a tiracolo, e eu nem pergunto para onde,digo que estarei muito ocupado com isso ou aquilo, mas você já começa a reservarhotéis ou comprar passagens, e eu fico bravo feito criança em banho frio, mas vocênem tium. Digo que não vou, mas você diz que me conhece, quantas vezes járefuguei viagem e, depois, voltei feliz e agradecido, e é por isso que tiamo também,mas não pense que será diferente da próxima vez, é como sempre te digo, tenhouma reputação a manter comigo mesmo, e que você chama de teimosia.
Tiamo ainda por me dar camisas de que não gosto inicialmente e depois setornam preferidas.
Tiamo igualmente por me fazer gostar de serralha cozida, quem diria,cozinhar uma verdura me parecia bobice, argumentei que se perdem a crocância eo frescor, sacrificando a qualidade nutritiva, mas você comia com tanto gosto queum dia provei e gostei, símbolo de tantas coisas que com você aprendi a gostar.
E tiamei mais desde você contar que come serralha cozida desde ameninice, quando morava na roça e era comum o povo roceiro comer essa verduraque dava nos cafezais, daí me contando como pegou em enxada desde menina,começou a trabalhar como ajudante de açougue aos treze e, aos dezesseis comocomerciária, chegando a gerente já aos dezoito; e eu, puxa, que só comecei atrabalhar aos dezoito, e que gosto de contar histórias, me sinto grato por Deus medar alguém com tanta história.
Lembro também que tiamo sempre que você tem pesadelos, que cessamquando passo a mão na tua cabeça e, no dia seguinte, quando pergunto se vocêlembra qual era o pesadelo, você pergunta: que pesadelo?
Tiamo quando te vejo contar historinhas para os netos, os três na cama, oabajur do lado, eles com os olhinhos acesos olhando a escuridão povoada depersonagens e bichos e encantamento.
Tiamo quando, conversando com alguém, dou algum fora por falar demais,como sempre, e você apenas me olha sorrindo e sei que falei demais, e me calo, evocê fala por mim, sempre sorrindo, como quem fala menos com a cabeça e mais
com a alma.Tiamo porque, sempre que brinco dizendo que estou começando a gostar de
você, você sempre responde do mesmo jeito: – Que bom, né, seria chato se só eugostasse de mim, mas você eu amo...
E tiamo porque, com você e para você, criei o verbo tiamar.
Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1249164&tit=Tiamo Acesso em 17/11/14.
5.2.1 ANÁLISE TEXTUAL
Vamos resgatar o conhecimento prévio, a partir do fornecimento do título e do
nome do autor. Nesse momento, o nome do autor da crônica deve ser escrito no
quadro e explorado a partir das seguintes questões:
1- O que vocês sabem a respeito do autor Domingos Pellegrini?
2- Já leram algum texto do autor? Exponham para a turma.
Depois da exposição oral pela turma, a professora apresenta a biografia do
autor, para ampliar o possível conhecimento prévio dos alunos, considerando a
importância de que conhecer a história de vida do autor pode funcionar como um
recurso de motivação para conhecer também as obras desse intelectual.
Domingos Pellegrini Jr. (Londrina PR 1949). Romancista, contista, cronista,poeta, jornalista e publicitário. Passa a maior parte de sua vida em Londrina,Paraná, onde mora. As narrativas de tropeiros, mascates e viajantes quepassam pela barbearia de seu pai e pela pensão comandada por sua mãe são abase de seus contos e de seu universo romanesco. Conduzido pelo permanentedesejo de desenvolvimento da escrita a partir de uma linguagem cada vez maissimples e direta, Domingos Pellegrini Jr. dedicou-se progressivamente a produçãode textos destinados ao público infanto-juvenil, principal interlocutor de sua obra.
Estuda letras e publicidade na Universidade Estadual de Londrina - UEL,entre 1967 e 1975, e mais tarde vai para Assis, São Paulo, estudar na UniversidadeEstadual Paulista - Unesp, onde se especializa em teoria literária.
Trabalha como redator de agências de propaganda e escreve para jornais erevistas, especialmente para o Jornal de Londrina.
Depois de seu primeiro livro, O Homem Vermelho, escreve mais de umadezena de outras coletâneas de contos, novelas e romances. Seu primeiro livroinfanto-juvenil, A Árvore que Dava Dinheiro, de 1981, tem mais de 3 milhões deexemplares publicados, 2 milhões deles para o Plano Nacional de Bibliotecas do
Ministério da Educação. Entre 1989 e 1992, assume a Secretaria de Cultura do município de
Londrina. Lança seu primeiro livro de poesias, Gaiola Aberta, em 2005, com versosescritos no decorrer dos últimos 40 anos.
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa390086/domingos-pellegrini –Acesso em 18/11/14
Os alunos serão orientados a aprofundar um pouco mais os conhecimentos
acerca do autor. Para isso deverão realizar uma pesquisa na biblioteca da escola ou
na internet e condensá-la de acordo com os seguintes questionamentos:
1- Quem é o autor pesquisado, onde viveu e em que época?
2- Qual seu estilo na escrita de crônicas? Quais são suas principais obras?
3- Escolha um texto desse autor que mais chamou sua atenção. Faça leitura
prévia, leve para a sala de aula, comente o enredo com a turma e leia o trecho de
que mais gostou, esta é uma estratégia para despertar nos colegas a vontade de ler
a obra por completo.
Para melhor compreensão dos alunos a respeito do estilo do autor e, também,
para motivá-los para a leitura, será apresentado um vídeo na TV pendrive, em que o
autor aborda a sua relação com a leitura e a escrita. Tal fonte está disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=HC7-pt8lwyI – Acesso em 19/11/14.
Na sequência, a professora dará continuidade aos questionamentos que,
agora, se referem ao título.
1- O título dessa crônica chama a atenção do leitor?
2- O que ele sugere, ou seja, pelo título do que você imagina o texto tratar?
3- Normalmente, a quem dizemos “Tiamo”?
4- Quem utilizaria a expressão “Tiamo”? Qual a razão?
5- A quem estaria sendo dito? Com que intenção?
Os alunos são orientados à leitura silenciosa do texto, seguida da leitura oral.
É o momento de voltar às hipóteses levantadas por eles antes da leitura, com as
seguintes questões orais:
1- As expectativas em relação ao texto se confirmaram ou mudaram totalmente?
2- De que trata o texto, ou seja, que situação essa crônica retrata?
3- Quais são as personagens envolvidas na história?
4- Onde acontecem os fatos narrados?
5- Quem diz a expressão “Tiamo”? A quem?
6- Qual a intenção do narrador com essa expressão?
7- A que tipo de amor o cronista se refere?
Depois dos questionamentos orais coletivos, propomos questões para serem
respondidas individualmente e por escrito.
1- Os fatos apresentados na crônica são ficcionais. Eles poderiam acontecer na vida
real? Justifique.
2- Faça uma pequena descrição das personagens, como são, como se comportam.
3- Sabemos que a crônica surge a partir da observação de um fato do cotidiano.
Que fato motivou o autor a escrever a crônica?
4- O narrador presente na crônica pode ser do tipo observador ou personagem.
Como é o narrador da crônica analisada?
5- Analise a linguagem utilizada na crônica. Trata-se de uma linguagem
predominantemente formal ou informal? Exemplifique com trechos do texto.
6- Qual é o efeito de sentido da escolha desse tipo de linguagem na crônica
estudada?
7- Qual seria a razão do autor na escolha do título “Tiamo”? Essa forma de escrita
está de acordo com a norma culta da língua? Se considerar que não, como seria a
forma padrão? E qual seria o propósito do cronista ao desviar-se da norma?
8- Explique o significado das expressões no contexto da crônica:
a) zanza para lá e para cá
b) nem tium
c) puxa
d) dou algum fora
e) né
9- Na crônica, o narrador expressa abertamente o seu amor pela pessoa amada. Na
vida real, muitas vezes, não conseguimos expor nosso sentimento às pessoas que
queremos bem (pais, amigos, parentes, etc). Você concorda com essa afirmação?
Comente.
10- Podemos dizer que o amor declarado no texto é correspondido? Justifique.
11- Você costuma utilizar a expressão “Tiamo” com frequência? Em que situação?
12- Quando alguém diz “Tiamo” para você, como se sente?
13- De acordo com o texto, a expressão “Tiamo” é utilizada de forma descontraída e
natural no cotidiano dos personagens. Podemos dizer que essa forma de lidar com
os sentimentos contribui para o bom relacionamento entre as pessoas? Comente.
14- É possível uma pessoa viver um amor intenso e não expressar esse sentimento,
utilizando expressões como essa? Em que situação?
15- Em dupla, elabore um pequeno texto, ele deve condensar a história narrada na
crônica e apresentá-la por meio de outro gênero textual, pode ser um poema, uma
história em quadrinhos ou uma música. A apresentação do trabalho da dupla poderá
ser realizada em grupo de no máximo cinco alunos. Eles elegerão uma das três
tarefas para ser apreciada por toda a classe. A atividade eleita como a mais criativa
será divulgada em toda escola.
O tema amor, também, pode ser explorado na crônica “Te amo” de Domingos
Pellegrini. Nesse texto, o cronista aborda em linguagem leve, descontraída, poética,
o amor em uma situação familiar, relacionando-o com a mudança de comportamento
entre gerações. Transcrevemos abaixo um trecho da crônica; nosso objetivo é
despertar o interesse na leitura do texto completo e em ler mais e mais:
Esse cofre de emoções reprimidas, que carregamos pesadamente tanto tempo, fica
mais leve, e até gostoso de carregar, quando ouvimos “te amo”; e, quando devolvemos “te
amo também”, vai-se todo peso, o cofre vira balão.
Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?id=1302523&tit=Te-amo -
Acesso em 18/11/14
5.3. TEXTO 3 – Crônica: O Homem trocado - Luis Fernando Veríssimo
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação.Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.- Eu estava com medo desta operação...- Por quê? Não havia risco nenhum.- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... E
conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca debebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, quenunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descobertoo erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, poiso pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento deum bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.- Seu nome não é Lírio?- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não
fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade.O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mêspassado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?- Eu não tenho telefone!Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram
felizes.- Por quê?- Ela me enganava.Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas
que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:- O senhor está desenganado.Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma
simples apendicite.- Se você diz que a operação foi bem...A enfermeira parou de sorrir.- Apendicite? - perguntou hesitante.- É. A operação era para tirar o apêndice.- Não era para trocar de sexo?
Fonte: Veríssimo, Luis Fernando. Comédias da vida privada: 101 crônicas escolhidas.p. 192/193. Porto Alegre: LP&M, 1996.
5.3.1 ANÁLISE TEXTUAL
Resgataremos o conhecimento prévio, a partir do fornecimento do título e do
nome do autor. Iniciaremos pelo autor. O nome do autor da crônica deve ser escrito
no quadro e explorado a partir das seguintes questões:
1- Vocês já ouviram falar sobre Luiz Fernando Veríssimo?
2- Já leram algum texto do autor? Exponham para a turma.
Nesse momento, a professora apresenta a biografia do autor, porque
conhecer a história de vida do autor pode funcionar como um recurso de motivação
para conhecer também as obras desse intelectual.
Luis Fernando Verissimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto
Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seusestudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidosquando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade daCalifórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendocursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música,sendo até hoje inseparável de seu saxofone.
É casado com Lúcia e tem três filhos.Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins
de 1966, onde começou como copydesk mas trabalhou em diversas seções (“editorde frescuras”, redator, editor nacional e internacional). Além disso, sobreviveu umtempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrevermatéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, epassou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua colunagarantiu o lançamento, naquele ano, do livro “A Grande Mulher Nua”, umacoletânea de seus textos.
Participou também da televisão, criando quadros para o programa “Planetados Homens”, na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para asérie “Comédias da Vida Privada”, baseada em livro homônimo.
Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A GrandeMulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras eOutros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em “Procurando o Silva”, Ed Mort em“Disneyworld Blues”, Ed Mort em “Com a Mão no Milhão”, Ed Mort em “A ConexãoNazista”, Ed Mort em “O Seqüestro do Zagueiro Central”, Ed Mort e OutrasHistórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Íntimas, O Santinho,Zoeira, Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão DoFreud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista deBagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher
do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A MesaVoadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios. Além disso, temtextos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (doJornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal doBrasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.
Extremamente tímido, foi homenageado por uma escola de samba de suaterra natal no carnaval de 2.000.
Adaptado de http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp – Acesso em 18/11/14
Os alunos serão orientados a aprofundar um pouco mais os conhecimentos
acerca do autor. Para isso deverão realizar uma pesquisa na biblioteca da escola ou
na internet e condensá-la de acordo com os seguintes questionamentos:
1- Quem é o autor pesquisado, onde viveu e em que época?
2- Qual seu estilo na escrita de crônicas? Quais são suas principais obras?
3- Escolha um texto desse autor que mais chamou sua atenção. Faça leitura
prévia, leve para a sala de aula, comente o enredo com a turma e leia o trecho de
que mais gostou de modo a instigar o desejo de conhecê-lo por completo.
Para melhor compreensão dos alunos a respeito do estilo do autor e, também,
buscando motivá-los para a leitura, será apresentado um vídeo na TV pendrive, em
que o autor aborda a sua relação com a leitura e a escrita. Está disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=6S_WkMk1f7U – Acesso em 19/11/14
Na sequência, a professora dará continuidade aos questionamentos que,
agora, se referem ao título.
1- O título dessa crônica chama a sua atenção? O que ele sugere, ou seja, pelo
título podemos imaginar o assunto da crônica?
2- Como um homem poderia ser trocado? Em que circunstância?
Os alunos são orientados à leitura silenciosa do texto, seguida da leitura oral.
Na sequência, voltamos às hipóteses levantadas por eles antes da leitura, com as
seguintes questões orais:
1- As expectativas em relação ao texto se confirmaram ou mudaram totalmente?
2- De que trata o texto, ou seja, que situação essa crônica retrata?
3- Quais são as personagens envolvidas na história?
4- Onde acontecem os fatos narrados?
Depois da leitura e dos questionamentos orais coletivos, o professor pode
conduzir uma interpretação mais aprofundada do texto. Para tanto, apresentamos
sugestões de questões para serem respondidas individualmente e por escrito:
1- Os fatos apresentados na crônica são ficcionais. Eles poderiam acontecer na vida
real? Justifique.
2- Faça uma pequena descrição da personagem principal.
3- Sabemos que a crônica surge a partir da observação de um fato do cotidiano.
Que fato motivou o autor a escrever a crônica?
4- O narrador presente na crônica pode ser do tipo observador ou personagem.
Como é o narrador da crônica analisada? Justifique a sua resposta.
5- Analise a linguagem utilizada na crônica. Trata-se de uma linguagem
predominantemente formal ou informal? Exemplifique com trechos do texto.
6- Que fato gera humor no texto?
7- No início do texto a enfermeira afirma que a operação não representava nenhum
risco. No entanto, o operado diz que com ele sempre há risco. O que o leva a pensar
desse modo?
8- Releia o trecho a seguir e explique o sentido do termo destacado:
“- O senhor está desenganado.”
9- Por que o personagem se sentiu feliz com a notícia dada pelo médico?
10- A crônica “O homem trocado” se desenvolve em torno do que o título sugere.
Destaque do texto as “trocas” pelas quais o personagem passou ao longo da vida.
12- O que a sucessão de enganos pode ter causado na vida desse homem?
13- Comente o desfecho da crônica. Que elemento foi utilizado pelo cronista para
gerar humor?
14- Muitas vezes, a crônica nasce de uma notícia de jornal. Elabore um pequeno
texto, condensando a história narrada na crônica por meio do gênero textual notícia
e apresente para a turma. A apresentação poderá ser realizada em grupo de no
máximo seis alunos. Cada sexteto escolherá a notícia que considera melhor redigida
para ser exposta no mural da classe ou em outro espaço de circulação de pessoas
para que o trabalho seja divulgado e resulte na apreciação de um público maior.
Para finalizar as atividades com a crônica O Homem trocado,
apresentaremos o texto em outro formato, uma adaptação em vídeo disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=1pHZ7ceQYgA#t=210, com acesso em 17/11/14.
Os alunos serão conduzidos a analisar as relações existentes entre o texto original e
a adaptação para o vídeo, visto que se trata de suportes diferentes e, portanto,
apresentam linguagem e objetivos distintos. Consideramos que este procedimento é
uma forma a mais de incentivar os alunos para a leitura e, talvez, até para a
elaboração de seus próprios vídeos.
Outra sugestão de motivação para futuras leituras do autor é a apresentação
da crônica “Sexa” parte do livro “Comédias para se ler na escola” na versão
animada, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=-puBCk8pkZs – acessado
em 19/11/14. Trata-se de um vídeo divertido que, possivelmente, despertará
interesse nos alunos.
5.4. TEXTO 4 – Crônica: Crônica de um amor anunciado – Martha Medeiros
Toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial. Não anunciacigarros, hidratantes ou máquinas de lavar, mas anuncia seu amor, como se vivê-loem segredo diminuísse sua intensidade. O hábito começa na escola. O caderno abarrotado de regras gramaticais,fórmulas matemáticas e lições de geografia, e lá, na última página, centenas decorações desenhados com caneta vermelha. Parece aula de ciências, mas éintrodução à publicidade. Em breve estará desenhando corações em árvores,escrevendo atrás da porta do banheiro e grafitando a parede do corredor: Suzanaama João. A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta.Já não anunciamos nossa paixão em muros e bancos de jardim. Dispensa-se amídia de massa e parte-se para o telemarketing. Contamos por telefone mesmo,para um público selecionado, as últimas notícias da nossa vida afetiva. Mas algunsnão resistem em seguir propagando com alarde o seu amor. Colocam anúncios deverdade no jornal, geralmente nos classificados: Kika, te amo. Beto, volta pra mim.Everaldo, não me deixe por essa loira de farmácia. Joana, foi bom pra vocêtambém?
O grau máximo de profissionalismo é atingido quando o apaixonado mandacolocar sua mensagem num outdoor em frente a casa da pessoa amada. O recadoé para ela, mas a cidade inteira fica sabendo que alguém está tentando recuperarseu amor. Em grau menor de assiduidade, há casos em que apaixonados mandam
despejar de um helicóptero pétalas de rosas no endereço do namorado, ou gastamuma fortuna para que a fumaça de um avião desenhe as iniciais do casal no céu. Acriatividade dos amantes é infinita.
O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lopúblico. É a nossa vitória contra a solidão. Assim como as torcidas de futebolcomemoram seus títulos com buzinaços, foguetório e cantorias, queremos tambémalardear nossa conquista pessoal, dividir a alegria de ter alguém que faz nossocoração bater mais forte. É por isso que, mesmo não sendo adepta doestardalhaço, me consterno por aqueles que amam escondido, amam em silêncio,amam clandestinamente. Mesmo que funcione como fetiche, priva o prazer de terum amor compartilhado.
Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/MzA1OTc0/ - Acesso em 17/11/14
5.4.1 ANÁLISE TEXTUAL
Resgatamos o conhecimento prévio, a partir do fornecimento do título e do
nome do autor. Iniciaremos pela autora. A professora escreve o nome da autora no
quadro e direciona as seguintes questões aos alunos:
1- O que vocês sabem a respeito da autora Martha Medeiros?
2- Já leram algum texto dessa autora? Exponham para a turma.
Nesse momento, a professora apresenta a biografia da autora, para ampliar o
possível conhecimento prévio dos alunos. Acreditamos que conhecer a história de
vida do autor pode funcionar como um recurso de motivação para conhecer também
as obras desse intelectual.
Martha Medeiros (1961) é uma escritora, jornalista e cronista brasileira. Écolaboradora do jornal Zero Hora e da revista ÉpocaMartha Medeiros nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 20 de agostode 1961. É filha de José Bernardo Barreto de Medeiros e Isabel Mattos deMedeiros. Casou-se com publicitário Luiz Telmo de Oliveira Ramos, com quem teveduas filhas. Estudou e teve uma formação tradicional no colégio Nossa Senhora doBom Conselho, em Porto Alegre.
Martha Medeiros fez carreira na área de publicidade e propaganda, trabalhounessa profissão em diversas agências de propaganda em setores de criação eredação. Em 1993, foi morar no Chile e abandonou a carreira publicitária para sededicar à poesia. Nessa época, já tinha publicado três livros. Ficou naquele paíspor nove meses.
No Brasil, Martha Medeiros escreveu crônicas para o jornal Zero Hora, ondepossui uma coluna também no segundo caderno. Também colabora para a revistaÉpoca.
Publicou seu primeiro livro em 1985, o “Strip Tease”. Depois vieram “MeiaNoite e um Quarto” (1987), “Persona Non Grata” (1991), “De Cara Lavada” (1995),“Poesia Reunida” (1998), “Geração Bivolt” (1995), “Topless” (1997) e “Santiago doChile” (1996). O seu livro “Trem Bala”, lançado em 1999, foi grande sucesso e jáalcançou a 9° edição. Também foi adaptado para o teatro.
Podemos destacar, entre outros trabalhos, “Divã”, (2002) romance queoriginou um filme e uma série de TV, estrelado pela atriz Lília Cabral.
Fonte: http://www.e-biografias.net/martha_medeiros/ - Acesso em 17/11/14
Os alunos serão orientados a aprofundar um pouco mais os conhecimentos
acerca da autora. Para isso deverão realizar uma pesquisa na biblioteca da escola
ou na internet e condensá-la de acordo com os seguintes questionamentos:
1- Quem é a autora pesquisada, onde vive ou viveu e em que época?
2- Qual seu estilo na escrita de crônicas? Quais são suas principais obras?
3- Escolha um texto dessa autora que mais chamou sua atenção. Faça leitura
prévia, leve para a sala de aula, comente o enredo com a turma e leia o trecho de
que mais gostou a fim de gerar a intenção de ler todo o produto.
Para melhor compreensão dos alunos quanto ao estilo da autora e, também,
para motivá-los para a leitura, será apresentado um vídeo na TV pendrive com uma
entrevista da autora, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=8E2m2m4RiD4
– com acesso em 17/11/14.
Na sequência, a professora dará continuidade aos questionamentos que,
agora, se referem ao título.
1- O título dessa crônica chama a atenção do leitor?
2- O que ele sugere, ou seja, pelo título podemos imaginar o assunto da crônica?
3- De que maneira um amor poderia ser anunciado?
4- Você já anunciou um amor? De que forma? De que se tratava?
Os alunos são orientados à leitura silenciosa do texto, seguida da leitura oral.
É o momento de voltar às hipóteses levantadas por eles antes da leitura, com as
seguintes questões orais:
1- As expectativas em relação ao texto se confirmaram ou mudaram totalmente?
2- De que trata o texto, ou seja, que situação essa crônica retrata?
Depois dos questionamentos orais coletivos, propomos uma interpretação
mais aprofundada do texto. Sugerimos questões para serem respondidas
individualmente e por escrito:
1- Por que esse texto pode ser considerado uma crônica?
2- Que tipo de narrador aparece na crônica? Exemplifique com trechos do texto.
3- Como é a linguagem da crônica em análise, formal, informal? Justifique.
4- Explique a primeira oração do texto: “Toda pessoa apaixonada é um publicitário
em potencial.”.
5- Releia o segundo parágrafo e comente a que fase da vida se refere a cronista.
Você concorda? Justifique.
6- Releia o trecho a seguir e explique o que a cronista quis dizer:
“A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta.”
7- De acordo com a cronista, o comportamento dos apaixonados vai mudando com o
passar da idade. Descreva como essas mudanças ocorrem.
8- Como a autora define o amor? Você concorda com as ideias dela? Justifique.
9- Nessa época de intenso uso de redes sociais na internet, é comum pessoas
declararem seu amor a outras, utilizando esse recurso tecnológico. O que você
pensa sobre essa atitude? Você tem esse hábito? Comente.
10- A cronista finaliza o texto afirmando não ser adepta do estardalhaço, mas que se
consterna pelos que amam clandestinamente. Releia as três linhas finais da crônica
e explique o que ela quis dizer com aquelas palavras.
11- O anúncio publicitário tem o objetivo principal de persuadir, ou seja, convencer o
leitor a comprar um produto, uma ideia, um serviço. Imagine que você esteja muito
apaixonado (a) por uma causa e quer declarar esse amor a esta causa, utilizando
esse recurso. Elabore um anúncio publicitário em parceria com três colegas de sala,
apresente-o para a turma e o exponha no mural escola. Lembre-se: um anúncio
pode ser feito para divulgar um amor (correspondido ou não) por uma pessoa, mas
também para veicular ideias, como fazem os anúncios institucionais. Explore sua
criatividade, leia anúncios institucionais e crie uma campanha de conscientização
acerca de um tema que você considera socialmente relevante.
13- Produção final.
Chegamos ao final desta unidade e por intermédio dela, lemos várias crônicas
e produzimos intertextos de outra ordem discursiva, ou seja, inspirados na temática
da crônica redigimos textos de outros gêneros discursivos. Mas, todo o estudo sobre
as características das crônicas e a leitura de vários exemplares desse gênero
textual, quis capacitar-nos como potenciais cronistas. Portanto, ao concluirmos esta
unidade, convidamos nossos parceiros de jornada a redigirem uma crônica. Este
texto deve ser criado a partir de uma notícia de jornal ou revista. No espaço
jornalístico são publicados textos atuais e de interesse público. Leia jornais e/ou
revistas, escolha qualquer publicação veiculada na esfera jornalística e faça a
transposição daquele conteúdo discursivo para um texto do gênero crônica.
Manuel Bandeira publicou “Poema tirado de uma notícia de jornal”, leia a
história de João Gostoso:
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Fonte:http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira04.html – Acesso em 02/02/15
Agora é a sua vez de selecionar um texto divulgado na mídia impressa e
inspirar-se nele para produzir uma crônica. Ela pode ter teor político, esportivo,
gastronômico... A escolha é livre e pessoal. Para finalizar esta jornada, todas as
crônicas serão publicadas na escola ou em um espaço virtual.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Introdução e tradução do russoPaulo Bezerra. Prefácio à edicção francesa Tzvetan Todorov. 4ª edição. São Paulo.Martins Fontes, 2003 (Coleção Biblioteca Universal).
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de textos e compreensão.São Paulo, Parábola Editorial, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2008.
PELLEGRINI, Domingos. Tiamo. http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1249164&tit=Tiamo Acesso em 17/11/14.
PELLEGRINI, Domingos. Te amo. http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?id=1302523&tit=Te-amo– Acesso em 18/11/14
SCLIAR, Moacir. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2ª ed., 2002
SIMON, Luiz Carlos. Duas ou três páginas despretensiosas: a crônica Rubem Braga e outros cronistas. Londrina/ Pr, EDUEL, 2011.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias da vida privada: 101 crônicasescolhidas. Porto Alegre: LP&M, 1996.
SITES PESQUISADOS
http://www.e-biografias.net/martha_medeiros/ - Acesso em 17/11/14
http://educador.brasilescola.com/orientacoes/tipos-consumidores.htm – Acesso em21/11/14http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa390086/domingos-pellegrini – Acessoem 18/11/14
http://pensador.uol.com.br/frase/MzA1OTc0 - Acesso em 17/11/14
http://www.releituras.com/Ifverissimo_bioasp - Acesso em 18/11/14
http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp – Acesso em 18/11/14
http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira04.html – Acesso em 02/02/15
VÍDEOS
http://www.youtube.com/watch?v=rjHJT2WwVtg - Acesso em 27/10/2014
http://www.youtube.com/watch?v=d5NA7Sd5QRA – Acesso em 19/11/14.
http://www.youtube.com/watch?v=HC7-pt8lwyI – Acesso em 19/11/14.
http://www.youtube.com/watch?v=6S_WkMk1f7U – Acesso em 19/11/14
http://www.youtube.com/watch?v=8E2m2m4RiD4 – Acesso em 17/11/14.
h ttp://www.youtube.com/watch?v=1pHZ7ceQYgA#t=210 - Acesso em 17/11/14
h ttp://www.youtube.com/watch?v=puBCk8pkZs - Acesso em 19/11/14