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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · os enunciados para as produções textuais, ... cruzadinha, bingo, significado das palavras parábolas e solidariedade com os símbolos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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PARÁBOLAS CONTEXTUALIZADAS: uma prática comunicativa eficiente

dentro do ensino da língua inglesa

Rosemari Lopes dos Santos1

RESUMO

Este artigo apresenta a síntese do projeto de intervenção intitulado “Parábolas Contextualizadas” desenvolvido no 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Cidália Rebello Gomes – Paranaguá, PR. O projeto tem como objetivo o uso do gênero parábolas como recurso pedagógico de leitura, produção oral e escrita em língua Inglesa, os quais contribuem para a formação ética dos alunos tornando as relações mais humanas e solidárias no contexto escolar. Para o trabalho aqui apresentado, o corpus é constituído da análise feita das atividades desenvolvidas durante a aplicação do projeto. Como metodologia de pesquisa elegeu-se a pesquisa qualitativa (OLIVEIRA, 2002), a pesquisa etnográfica (GIL, 1987) e a pesquisa-ação (ANDALOUSSI, 2004). O nosso olhar sobre o que foi apresentado pautou-se nas considerações e reflexões dos seguintes autores: Bakhtin, 2006; Marcuschi, 2005; Bazerman, 2002; Garcia, 1999 e Vygotsky, 1988 no que se refere à língua como discurso. Ao término da aplicação de projeto constatou-se a relevância do ensino da língua inglesa por meio da melhoria das relações sociais, prática de leitura do gênero parábolas, prática de produção de texto individual e coletivo, uso dos verbos no passado, reconhecimento de novos vocabulários e prática de oralidade.

PALAVRAS CHAVE: parábola, ética, discurso, estratégia pedagógica e prática comunicativa.

INTRODUÇÃO

Os diferentes grupos sociais possuem valores e referências culturais

distintas e a linguagem é o meio pelo qual os indivíduos se caracterizam, se

organizam, se constituem ideologicamente, se interagem no ambiente em que

vivem e se tornam cidadãos. Nessa relação cotidiana entre os indivíduos é a

palavra que determina e registra as possíveis transformações e mudanças sociais.

A maneira de agregar o discurso do outro no contexto narrativo demonstra a

necessidade da interação verbal numa determinada época e num determinado

grupo regido pelas mesmas normas e tradições sociais. Para Bakhtin (2006, p.

33):

É fundamental que esses dois indivíduos estejam socialmente organizados, que formem um grupo (uma unidade social): só assim um sistema de signos pode constituir-se. A consciência individual não só nada pode explicar, mas, ao contrário, deve ela própria ser explicada a partir do meio ideológico e social.

O ambiente escolar é o espaço onde, apesar das manifestações culturais

diversificadas, criam-se experiências e relações sociais com o outro, e a

linguagem é o meio pelo qual essa interação se efetiva. Contudo, a comunicação

entre os alunos não se efetiva adequadamente quando o grupo social é intolerante

e agressivo. Assim sendo, a escola é um lugar adequado para abordar os

diferentes gêneros textuais com suas diferentes configurações e estilos que

circulam na sociedade como práticas comunicativas sociais, cuja variedade e

riqueza são ilimitadas, pois as manifestações humanas são inesgotáveis.

1 Professora da Rede Estadual de Educação do Paraná, NRE de Paranaguá. Integrante do

Programa de Desenvolvimento Educacional PDE. E-mail: [email protected]

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O Plano Político Pedagógico do Colégio Cidália Rebello Gomes tem como

um dos seus objetivos incentivar e apoiar a prática da leitura, interpretação e

elaboração de textos em todas as disciplinas de forma prazerosa por meio de

exercícios de lógica, de raciocínio, compreensão e crítica textual, argumentações

e resoluções de problemas. Porém, tal prática no primeiro ano do Ensino Médio

está centrada na disciplina de Língua Portuguesa, num percentual que nunca é

muito certeiro ou objetivo e depende da organização curricular e do conhecimento

pedagógico do professor. Além disso, o tempo escolar é todo fragmentado e não

sobra muito tempo para a leitura de diferentes gêneros textuais e a prioridade no

ensino é dada às matérias que mais diretamente correspondem à lógica da razão

instrumental que preparem os estudantes para o mercado de trabalho. Nessa

perspectiva, o gênero parábolas pode ser introduzido como estratégia de ensino

da língua inglesa por meio da prática de leitura.

De acordo com os Princípios e Fins da Educação Nacional nas leis de

Diretrizes e Bases (2006) no artigo 2º, a educação é dever da família e do Estado

e deve ser inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade

humana. No artigo 3º, o ensino deve ter como base princípios de pluralidade de

idéias e de concepções pedagógicas, e ainda o apreço à tolerância. Na seção III,

com respeito ao Ensino Fundamental, itens: III e IV, o desenvolvimento da

capacidade de aprendizagem deve ter em vista a aquisição de conhecimentos e

habilidades, a formação de atitudes e valores, o fortalecimento dos vínculos de

família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se

assenta a vida social. Na seção IV, com respeito ao Ensino Médio, no item III, o

aprimoramento do educando como pessoa humana inclui a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

Abordar o uso do gênero parábolas como estratégia pedagógica de ensino

no 1º ano do Ensino Médio no estabelecimento em questão é uma forma de

familiarizar os alunos com os elementos que lhes são comuns no cotidiano. Isso

pode tornar a aprendizagem de temas que abordem questões morais e éticas

mais eficientes porque o aluno se identifica com o que é apresentado e fica sob

sua responsabilidade o desfecho final, o qual geralmente demanda reações

concretas e imediatas de atitudes mais humanas solidárias e tolerantes.

O objetivo do trabalho pode contribuir com a formação moral e ética dos

alunos através da leitura, reflexão e interação de temas contidos nas parábolas,

além de desenvolver neles a capacidade de Identificar o uso de figuras de

linguagem, analisar as características estruturais e simbólicas do gênero

parábolas, entender a finalidade dos símbolos fonéticos, desenvolver a

competência em leitura, organização textual, inferência lexical, produção oral e

escrita em língua inglesa, e ainda, discutir a maneira distinta de agir dos indivíduos

diante de situações que requerem ações concretas de solidariedade e respeito

mútuo.

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O projeto inicial resultou em uma Unidade Didática, a qual está dividida em

12 lições e foi implementada no 1º Semestre de 2014, em duas turmas de 1º ano

do Ensino Médio, turmas A e B, no período matutino e com uma média de 35

alunos por turma. Não foi possível aplicar em contraturno devido ao grande fluxo

de alunos na escola e à falta de salas para acomodar todas as turmas. O trabalho

foi apresentado aos alunos, esclarecendo suas propostas, os objetivos que se

pretendiam alcançar, as estratégias pedagógicas e avaliativas que seriam usadas

no decorrer da intervenção nas aulas de Língua Inglesa, sempre ressaltando o

tema Solidariedade e o gênero Parábolas.

Foi preparada uma versão condensada do trabalho em forma de apostila e

cada aluno pode ter a sua. Nela constavam os textos, os links dos vídeos e do

teste virtual, as imagens, as histórias em quadrinhos, os tópicos para os debates,

os enunciados para as produções textuais, os exercícios de análise de gênero, de

vocabulário, de análise dos personagens, figuras de linguagens, cruzadinha,

bingo, significado das palavras parábolas e solidariedade com os símbolos

fonéticos, dentre outros. As produções textuais dos alunos foram feitas de forma

contextualizada, sobre situações de solidariedade vividas em suas famílias, ações

solidárias que eles próprios haviam realizados, como isso poderia influenciar no

bom desempenho escolar e o que eles esperam de um professor ideal, uma

família ideal e uma escola ideal.

Algumas produções dos alunos foram compartilhadas com os professores

de GTR2, os quais puderam apoiar a aplicação dando sugestões de atividades e

de outras parábolas que não tinham sido contempladas no trabalho. Alguns

professores confessaram que nunca tinham pensado em usar tal gênero e se

sentiram estimulados com o tema.

Todas as atividades contidas na apostila da Unidade Didática foram

realizadas, apesar de ter coincidido com a época da Copa do Mundo no Brasil, e

as escolas de Paranaguá ficaram sem aula por alguns dias, o que atrapalhou na

continuidade e retomada do tema depois do recesso. A atividade da qual mais os

alunos participaram euforicamente, para a minha surpresa, foi o Bingo, momento

em que percebi como os alunos gostam de atividades competitivas. Quando os

alunos desta região produzem algo sobre suas próprias histórias de vida, eles

sentem-se envergonhados de ler para os outros, acham que vão ser

ridicularizados e essa foi uma dificuldade que encontrei em virtude de os alunos

não quererem ler suas produções em voz alta.

1 APRENDIZAGEM POR MEIO DE PARÁBOLAS

Tenho exercido a função de professora desde 2004, e percebo nesses anos

como os comportamentos agressivos entre os alunos têm piorado a cada ano que

2 Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Espaço Virtual onde professores da Rede Estadual de Ensino do Paraná interagem discutindo questões dos Projetos de Intervenção Pedagógica na Escola Pública.

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passa. É sempre um desafio para mim selecionar um conteúdo que possa

contribuir para discussões de temas que possam desafiar os alunos a fazerem

sempre as escolhas certas. O estabelecimento no qual atuo e em que foi

desenvolvido o projeto está localizado em uma região que tem crescido muito,

recebendo moradores que vêm de muitas partes do Brasil. Apesar de ser uma

Ilha, percebem-se construções bem elaboradas e aumento crescente de trânsito

de automóveis na região. Com essas mudanças, também cresce a criminalidade,

a evasão escolar, o uso de drogas, sexualidade e maternidade precoce entre os

adolescentes. Muitos alunos não demonstram interesse pelos estudos, não

possuem perspectiva de futuro e são poucos os que pensam em fazer uma

faculdade.

Nesse contexto, como fazer os alunos se interessarem por leitura e

aprendizagem em Língua Inglesa? Algumas experiências anteriores para acalmar

os alunos e fazer com que se respeitem foi o uso, por exemplo, de leitura de

Provérbios e vídeos motivacionais, os quais funcionaram como estratégias

pedagógicas para, primeiramente acalmá-los e chamá-los para reflexões sobre

bons relacionamentos e para o ensino da língua inglesa. Nessa perspectiva,

selecionar Parábolas foi mais uma tentativa bem-sucedida para alcançar esses

fins.

Apesar dos grandes avanços tecnológicos, a sociedade está carente de

modelos éticos que possam influenciar na formação do caráter das crianças e

adolescentes na fase escolar. A família também se encontra omissa e impotente

diante da responsabilidade de educar, impor limites e motivar seus filhos nos

estudos. Pesquisar sobre este tema foi um desafio de total relevância acadêmica,

porque tem contribuído com informações sobre o gênero parábolas e apresenta

sugestões de como conduzir o seu uso na sala de aula. Para isso, o professor

deve estar disposto para tratar os alunos com respeito e estar interessado em

ouvir suas histórias.

As parábolas contêm lições que podem ser consideradas atuais, atemporais

e transpassam gerações. Pode-se destacar sua importância na construção do

conhecimento e na elaboração de atividades educacionais que promovam

estratégias de aprendizagem por meio da leitura usando modelos antigos. A

análise do enredo, do ambiente e das atitudes dos personagens envolvidos na

narrativa das parábolas e suas relações sociais e linguísticas contribuem para

avaliar o contexto no qual a parábola está inserida. Isto permite que o aluno reflita

sobre a sua condição de indivíduo em formação, o qual também está inserido em

um determinado grupo social e precisa assumir o seu papel como cidadão

consciente, solidário e atuante, cujas qualidades podem se tornar extraordinárias.

1.1 A linguagem na comunicação social

Os gêneros textuais possuem denominações diferentes e formas

linguísticas próprias, cujas características, organizações e objetivos correspondem

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a situações de comunicação social específica. Desta forma, “quando dominamos

um gênero textual, não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de

realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares”

(MARCUSHI, 2005, p. 29).

Desse modo, entende-se a linguagem dos símbolos como a forma mais

intensa e duradoura de processar e armazenar informações, muito mais que

somente exposições teóricas. Além do mais, a linguagem sofre transformações de

significado e de grafia ao longo da história, já os símbolos naturais e humanos

permanecem por toda a vida. Mesmo que as crenças e formações sejam

totalmente diferentes e controversos, as necessidades se equiparam, porque os

dilemas humanos são praticamente os mesmos.

O público do estabelecimento em que o projeto foi implementado possui um

modo peculiar de se comunicar, uma vez que, por questões regionais (TOLEDO,

1998), eles geralmente mudam as estruturas das frases colocando o pronome

geralmente no final das frases e omitindo as preposições. Algumas vezes o

pronome aparece no começo e no final da sentença, exemplo: “Vou lá eu...”; “Fiz

eu...”; “Eu já vou eu...”; “Eu fiz eu...”. Por isso, trabalhar primeiramente imagens e

símbolos é importante para expor os objetivos textuais, vindo depois a

compreensão e decodificação linguística dos alunos, como eles recebem e

entendem a narrativa.

As parábolas são conhecidas pela naturalidade e qualidades da vida

comum de diferentes tipos de pessoas. Para se obter resultados satisfatórios no

uso de parábolas como forma de ensino, o professor deve se interessar pela

natureza humana, por saber quais são os interesses comuns do seu público, como

se relacionam entre si, como se comportam socialmente, quais são suas

expectativas e necessidades pessoais, como julgam os valores que lhes são

impostos, que linguagem usam para se comunicar, como reagem diante de

situações de conflito e como respondem as intervenções.

O ensino criativo por parábolas facilita a memorização da narrativa, envolve

e diverte o ouvinte, estimula o raciocínio, promove parceria, permite que o

ensinamento ganhe vida, despertando nos ouvintes imagens mentais nos quais

eles são a razão da história, os protagonistas do enredo. O ambiente, os detalhes

e as relações entre os personagens das parábolas devem ser analisados

detalhadamente para tirar do enredo o máximo de possibilidades avaliativas.

Nas Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna (2008, p. 56) o

ensino da língua inglesa deve induzir o aluno ao uso da língua em situações de

comunicação oral e escrita, a compreensão de diferentes formas de participar e

estabelecer relações entre ações individuais e coletivas, a compreender que os

significados são sociais, historicamente construídos e passíveis de transformação

na prática, a se conscientizar sobre o papel da língua inglesa na sociedade,

reconhecendo e compreendendo a diversidade linguística e cultural, bem como

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seus benefícios para o seu desenvolvimento. Essas ações resultam na ampliação

da competência comunicativa do aluno.

A aula de língua inglesa deve abrir espaço para a discussão de temas

contemporâneos que estimulem o uso da linguagem interativa do aluno com o

texto, os quais possam criar significados coerentes com a sua realidade em seu

contexto. Isto deve resultar em uma compreensão ativa e responsiva que estimule

o aluno à leitura, à pesquisa, à discussão e à produção textual.

O sujeito, no quadro epistemológico de Bakhtin (2006), é um sujeito que

dialoga com os outros interlocutores e com os outros textos sempre com uma

intenção, por isso, o professor deve propor um ensino da língua de forma

interativa, dialogando com o aluno, conduzindo a compreensão, dando pistas

linguísticas, comparativas e interpretativas, e ainda explicando a ele a importância

e a finalidade de cada atividade, para que ele entenda o que se pretende com o

que está sendo apresentado.

1.2 Desenvolvimento Comunicativo por meio da linguagem

A linguagem não aparece de repente, ela vai se construindo gradativamente

e se desenvolvendo a partir de modelos e experiências já vivenciadas. Ela é a

base fundamental do desenvolvimento comunicativo do indivíduo e a forma de se

estabelecer e organizar as experiências que orientam a interação e o

comportamento social dinâmico. É por meio da palavra que se tem acesso ao

mundo dos símbolos e a apropriação de conhecimentos e experiências já vividas

pelas gerações antecedentes. É uma atividade puramente humana que só existe

dentro de um contexto social.

A estrutura da enunciação e da atividade mental a exprimir são de natureza social. A elaboração estilística da enunciação é de natureza sociológica e a própria cadeia verbal, à qual se reduz em última análise a realidade da língua, é social. Cada elo dessa cadeia é social, assim como toda a dinâmica da sua evolução (BAKHTIN, 2006, p. 124).

A comunicação efetiva só acontece quando o que se fala tem relação com

os padrões e códigos já conhecidos pelo grupo ou pela pessoa que ouve. Isto

também envolve o comportamento gestual, motor e expressivo dos envolvidos na

interação comunicativa, cujo significado depende das relações afetivas e

relacionais com o outro.

Quando o falante de uma determinada língua materna já constituída e

interiorizada se depara com a aquisição de uma língua estrangeira já pronta, que

só lhe resta assimilar, ele passa a compreender, comparar e aproximar diferentes

signos com signos já conhecidos, dando assim significações fundamentadas em

suas experiências e conhecimentos históricos e sociais. Para o locutor o

importante é que o discurso tenha sentido concreto na sua vivência cotidiana,

determinando assim que o signo linguístico, conforme Bakhtin (2006, p. 16), não

seja estável, mas variável e flexível.

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A forma linguística é sempre percebida como um signo mutável. A entonação expressiva, a modalidade apreciativa sem a qual não haveria enunciação, o conteúdo ideológico, o relacionamento com uma situação social determinada, afetam a significação. [...] A variação é inerente à língua e reflete variações sociais; se, efetivamente, a evolução, por um lado, obedece a leis internas (reconstrução analógica, economia), ela é, sobretudo, regida por leis externas, de natureza social.

A natureza e a aprendizagem de uma linguagem, segundo Vygotsky (1988),

são de caráter sociointeracionista. O aluno assimila, a princípio, conhecimentos

sociais e históricos da sociedade da qual faz parte, os quais são internalizados e

transformados por meio da interação ou trocas sociais com os indivíduos que com

eles convivem. Neste processo a linguagem desempenha ao longo do

desenvolvimento do aluno, uma função de formação e organização de um

pensamento gradativamente mais complexo.

O momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento, convergem (VYGOTSKY, 1988, p. 27).

O professor que deseja facilitar a aprendizagem se preocupa em selecionar

conteúdos inovadores, utilizar metodologias eficientes, e acima de tudo, em

comunicar de forma criativa e contextualizada, envolvendo no processo educativo

o pensamento, o emocional e a vontade. Gêneros Textuais são representações da

vida, foram construídos e elaborados dentro de contextos e padrões que

representam o modo de ser e de falar de um determinado grupo social. O sentido

deve ser construído para que a aprendizagem se efetive. De acordo com esta

concepção, o uso de diferentes gêneros textuais orais ou escritos, pode ser

classificado como objeto de ensino para o desenvolvimento crítico do aluno.

Para se atribuir sentido ao texto o professor deve associar a leitura a

conhecimentos já adquiridos, entendendo que há um sujeito por trás da narrativa,

cuja história, ideologia e valores particulares e culturais são próprios da

comunidade em que está inserido. As idéias e experiências prévias dos

estudantes devem ser consideradas ao eleger sentido ao texto, e estes por sua

vez, devem estar sistematizadas conforme os conceitos que estruturam a

disciplina de Língua Estrangeira. As palavras possuem significados variados cuja

utilização e entendimento adequado, dependem da experiência cotidiana da

linguagem do falante. Conforme Garcia:

É o contexto que, a despeito da variedade de sentidos a que a palavra seja suscetível, lhe impõe um valor “singular”, é o contexto também que liberta de todas as representações passadas, nela acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor “atual”. Mas, independentemente do emprego que dela se faça, a palavra existe no espírito com todos os seus significados latentes e virtuais, prontos a surgir e a se adaptarem às circunstâncias que a evoquem (GARCIA, 1999, p. 158).

A análise do ambiente, da fala e das características dos personagens

envolvidos no enredo permite compreender o que não foi dito no texto, mas está

embutido de forma subliminar. O leitor pode refletir sobre o comportamento

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humano, sobre as situações que requerem interferência e como as mensagens

implícitas podem influenciar no relacionamento humano.

Os sistemas ideológicos constituídos da moral social, da ciência, da arte e da religião cristalizam-se a partir da ideologia do cotidiano, exercem por sua vez sobre esta, em retorno, uma forte influência e dão assim normalmente o tom a essa ideologia (BAKHTIN, 2006, p. 121).

O método indutivo da provocação, cujas perguntas são respondidas com

outras perguntas, pode ser uma forma eficiente de entender os textos das

Parábolas, porque além de ensinar aquilo que o aluno pode aprender por si

mesmo através da reflexão, ainda induz o ouvinte a buscar dentro de si a resposta

através do exercício mental. O essencial é que o aluno comece o processo de

aprendizagem do nível onde se encontra e possa ser levado a outros

conhecimentos que o professor deseja que eles adquiram. Não se poder apenas

colocar idéias na cabeça do aluno, as palavras do professor são símbolos, os

quais devem ser interpretados para, com isso, construir novas idéias.

1.3 Produção Textual sobre Solidariedade

Os textos são produzidos socialmente por pessoas, como resultados das

suas histórias e das suas convenções sociais, às quais sempre possuem um

interlocutor, mesmo que em potencial. Não se pode, portanto, estabelecer gostos

ou verdades linguísticas. A língua é um reflexo de constantes relações entre os

falantes que variam de formas conforme o contexto e o objetivo de uso, e ainda

provocam reações quando o conteúdo ideológico do discurso tem relação com as

crenças e vivências do ouvinte.

O ato da fala sob a forma de livro é sempre orientado em função das intervenções anteriores na mesma esfera de atividade, tanto as do próprio autor como as de outros autores: ele decorre portanto da situação particular de um problema científico ou de um estilo de produção literária (BAKHTIN, 2006, p. 126).

De acordo com Motta-Roth (2008, p. 371-372) o ensino como prática social

deve estimular a autoria, o dialogismo e a intertextualidade. Tal exercício pode

estimular o aluno à produção textual como forma de “estar no mundo, de agir com

um objetivo e com um motivo”. Se o aluno for estimulado adequadamente por

meio das leituras das parábolas e da produção textual, ele vai perceber que pode

e é capaz de escrever um texto, isto vai intensificar sua prática de leitura.

Cabe ao professor a tarefa de abrir portas dentro do ensino da língua

inglesa para a uma prática comunicativa eficiente, onde possa haver trocas

simbólicas entre educador e educando, de modo que possibilite o

desenvolvimento da produção textual de forma planejada e revisada pelo

professor e que, ao final, possa até mesmo ser publicado e circular no meio

escolar e social do aluno. Segundo Motta-Roth (2006, p. 373):

É importante que alunos e professores conheçam (ou aprendam a conhecer) a situação social dos gêneros relevantes para sua vida nas comunidades-alvo. Para tanto, é fundamental fazer questionamentos tais como: Para que serve esse gênero? Como funciona? Onde se

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manifesta? Como se organiza? Quem participa e com que papéis (quem pode ou deve escrever e quem pode ou deve ler)?

Usar como estratégia de ensino elementos familiares dos alunos torna a

aprendizagem mais eficiente porque os alunos se identificam com o que está

sendo apresentado, uma vez que as pessoas são o alvo principal do ensino e não

meramente registros escritos.

Baseado nas parábolas apresentadas, os alunos produziram textos

individuais e em grupos de relatos de suas experiências pessoais sobre

Solidariedade. O professor foi importante para conduzir e orientar as produções, já

que eles não estão acostumados a produzir textos que lhes são comuns. Fazer

relatos de fatos verídicos fez com que os alunos dialogassem entre si e contassem

suas experiências uns aos outros, a partir de então puderam decidir qual delas

iriam escrever. Houve ajuda mútua e se estabeleceu um diálogo comunicativo

contextualizado do tema proposto.

2 PROJETO DE INTERVENÇÃO

Para a elaboração deste trabalho elegeu-se as seguintes metodologias de

pesquisa: pesquisa qualitativa, pesquisa etnográfica e pesquisa-ação.

No método qualitativo foi possível pensar e explorar o tema

antecipadamente para atingir objetivos implícitos e explícitos, disponibilizando

modelos do gênero e percebendo a sua aceitabilidade. Nesse método o ambiente

é entendido como fonte direta dos dados, o pesquisador é o instrumento principal,

o caráter é descritivo e o processo é o foco principal da abordagem. Para Oliveira

(2002, p. 155), esse método de quantificar dados, fatos e opiniões por meio de

coleta de informações é bastante usado no desenvolvimento de pesquisas no

campo social, por meio da opinião e comunicação, dentre outros. Ainda possibilita

a facilidade de descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou

problema, analisar a intenção de certas variáveis, compreender e classificar

processos dinâmicos experimentados por grupos sociais e apresentar

contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de

determinado grupo e permitir a interpretação das particularidades dos

comportamentos e atitudes dos Indivíduos.

No método etnográfico, por meio da observação foi possível descrever os

costumes, as tradições culturais e sociais do ambiente onde a escola está

inserida. Por estar em contato direto com o povo da região lecionando já por

alguns anos, perceberam-se suas necessidades, costumes e formas apropriadas

de agir com eles, assumindo assim um papel ativo e participante na comunidade.

Segundo Gil (1987, p. 42) este método tem como propósito o estudo das pessoas

em seu próprio ambiente mediante entrevista e observação do participante,

voltado par o estudo das múltiplas manifestações de uma comunidade ao longo do

tempo e do espaço, cujo processo permite a obtenção de novos conhecimentos no

campo da realidade social.

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Na pesquisa-ação, o enfoque é dado na resolução de um problema coletivo,

onde pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo e

participativo, “nessa ótica, os participantes da pesquisa-ação, são ao mesmo

tempo atores e sujeitos de influência e de ação” (ANDALOUSSI, 2004, p. 145).

Quando o conhecimento prévio do aluno e o seu vocabulário são considerados

relevantes na construção de saberes, ele se torna parceiro do professor, o qual se

encarrega da elaboração científica para garantir o bom desempenho do trabalho e

impulsionar a ação. O aluno, por sua vez, pode formular as dificuldades e outro de

refletir com o professor sobre suas técnicas e estratégias da pesquisa, é uma

forma de aprimorar a prática e consequentemente o aprendizado.

2.1 Desenvolvimento do projeto

O projeto de Intervenção Pedagógica foi desenvolvido no primeiro semestre

de 2014 com alunos da primeira série do Ensino Médio no período matutino.

Foram destinadas duas aulas geminadas semanais para o seu desenvolvimento.

O trabalho foi apresentado aos alunos, esclarecendo os objetivos que se

pretendem alcançar e as estratégias pedagógicas e avaliativas que serão usadas

no decorrer da intervenção nas aulas de Língua Inglesa, as quais foram

preparadas em sequências didáticas divididas em 12 lições e as atividades

desenvolvidas abrangem: leitura, escrita e oralidade.

Foram apresentadas as características do gênero, sua esfera de circulação

e seu uso como instrumento norteador para a prática de reflexão crítica e

transformadora na aprendizagem aliadas a experiência particular e aos

conhecimentos e competências dos educandos de forma contextualizada.

Durante a Intervenção, foram realizados debates, apresentado um desenho

animado, textos escritos, exercícios de vocabulário e de figuras de linguagem,

análises das características dos personagens, teste virtual, trabalho em grupo,

música, intertextos e produção de texto.

Apresento, no Quadro 1 a descrição das ações desenvolvidas na aplicação

da do projeto de acordo com suas etapas:

EETTAAPPAASS DDeessccrriiççããoo ddaass aaççõõeess ddeesseennvvoollvviiddaass

AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO Apresentação do tema, do gênero escolhido, esclarecendo os objetivos que se pretendem alcançar, as estratégias pedagógicas e avaliativas que serão usadas no decorrer da intervenção nas aulas de Língua Inglesa.

11ªª LLiiççããoo QQuueessttõõeess iinnttrroodduuttóórriiaass ssoobbrree SSoolliiddaarriieeddaaddee::

Tabela sobre: Que nota você daria as pessoas relacionadas abaixo sobre o nível de solidariedade de cada uma delas?

Significado e pronúncia da palavra Solidarity (Solidariedade).

Leitura do texto de Rosana Faria de Freitas ”Quem só pensa em si mesmo é visto com desconfiança”. Comentar o que achou importante ser destacado.

Questão objetiva sobre ações que podem ser desenvolvidas para que uma pessoa se torne mais solidária e elaboração de outras que achar convenientes:

Lista de problemas da sua comunidade, os quais podem ser oportunidades para demonstrar compaixão, solidariedade e respeito.

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22ªª LLiiççããoo TTeessttee vviirrttuuaall ssoobbrree oo nníívveell ddee SSoolliiddaarriieeddaaddee..

Descubra se você é uma pessoa solidária. Acessar o link e fazer o teste: “Você se preocupa com o próximo?”

Registrar o resultado do teste.

Comentar por escrito o que achou do resultado.

Fazer uma lista das características de uma pessoa solidária.

Atividade em grupo: Relacionar ações solidárias que já realizaram.

33ªª LLiiççããoo DDeesseennhhoo aanniimmaaddoo:: ““PPaarráábboollaa ddaa OOvveellhhaa ppeerrddiiddaa””..

Apresentação do vídeo

Fazer a descrição do vídeo usando: There is / There are.

Dar uma interpretação para o vídeo iniciando com: I think that / I imagine that / In my opinion / I would say that.

Significado e pronúncia da palavra: Parable (Parábola).

Apresentação da versão escrita da Parábola da Ovelha perdida.

Análise do gênero Parábolas. (Apresentar as características do gênero, sua esfera

de circulação, funcionalidade e prática de reflexão). Produção textual: Baseado na Parábola da Ovelha perdida, escrever uma

estória curta usando fatos da vida real descrevendo uma ação solidária que tenha feito para ajudar alguém.

44ªª LLiiççããoo DDeesseennhhoo aanniimmaaddoo:: ““PPaarráábboollaa ddoo BBoomm SSaammaarriittaannoo””..

Descrição oral sobre a Parábola

Ler a versão escrita da Parábola do Bom Samaritano e completar com as palavras que faltam.

Análise da Parábola na versão escrita.

55ªª LLiiççããoo CCoonntteexxttuuaalliizzaannddoo

Tabela sobre comportamento dos personagens.

Identificar lugares perigosos para andar sozinho na região onde moram.

Questões: Quem é você nesta parábola / Por que você chegou a esta conclusão?

66ªª LLiiççããoo AAnnáálliissee ddaass CCaarraacctteerrííssttiiccaass ddooss ppeerrssoonnaaggeennss::

Identificar as informações verdadeiras sobre os personagens mencionados.

Relacionar os adjetivos com os personagens.

77ªª LLiiççããoo EExxeerrccíícciiooss ddee VVooccaabbuulláárriioo::

Identificar as palavras que não pertencem ao grupo.

Encontrar 10 verbos na cobra de palavras.

Palavras cruzadas.

Bingo sobre verbos no passado Irregular

88ªª LLiiççããoo VVaammooss pprraattiiccaarr nnaa EEssccoollaa

Responder a questão: Você acha que a Solidariedade pode melhorar o seu desempenho escolar? De que modo?

Atividade em grupo sobre “Minha Escola Ideal”: Inventar uma lista de instruções mencionando o que os amigos, professores e pais devem e não devem fazer na “Minha Escola Ideal”.

Escrever uma lista de 5 desafios para fazer na sala de aula para que a escola melhore usando “Can” / “Can’t”.

99ªª LLiiççããoo TTeexxttoo ““AA eexxcceellêênncciiaa ddoo aammoorr””..

Intertexto: Debate baseado no texto de Coríntios 13. Usando o transcript como auxílio, completar os espaços que faltam com as palavras

que estão embaralhadas. Mencionar qual frase do texto que mais gostou e justificar a escolha. Retirar do texto ações sobre Solidariedade. Enfoque gramatical: Figuras de Linguagem Reconhecer nas frases quais figuras de linguagens foram usadas.

1100ªª LLiiççããoo MMúússiiccaa:: ““LLoovvee”” ((bbyy PPeettrraa))

Ouvir a música uma vez e mencionar quais palavras entendeu o significado.

Identificar o estilo da música.

Ouvir a música de novo e descrever com no máximo 10 palavras que imagens vieram à mente enquanto ouvia a canção.

Ticar quais afirmações estão corretas de acordo com a letra da música.

Encontrar adjetivos para as definições dadas.

Dar outro título para a canção.

Usando a criatividade escreva três finais diferentes para as frases começando com a palavra Love:

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Descrever o que entendeu com as seguintes frases: “Love knows when to let go... Love knows when to say no...”

1111ªª LLiiççããoo DDeesseennhhoo:: ““OO ffiillhhoo pprróóddiiggoo””..

Distribuir uma cópia do desenho para cada aluno só com as imagens.

Pedir para os alunos olharem as imagens e dizer o que eles acham que está acontecendo e o que os personagens estão falando.

Escrever uma relação de verbos no quadro com os seus significados e pedir para os alunos decidirem quais deles eles acham que vai aparecer no texto escrito.

Distribuir o texto escrito de forma que as frases de cada quadrinho estejam embaralhadas e pedir para que eles relacionem cada frase com a sua respectiva imagem.

Tabela de verbos de acordo com as suas pronúncias: /d/ /id/ /t/

Produção de texto em grupo: escrever um e-mail ou carta para o pai do filho pródigo pedindo para voltar para casa. Depois recolher e distribuir de forma aleatória pedindo que cada grupo escreva a resposta. Usar as seguintes frases como sugestão: Sorry… I would like to … I promise … I sinned … I was wrong …. You were right ….

1122ªª LLiiççããoo DDeesseennhhoo:: ““OO sseerrvvoo iinnffiieell””..

Distribuir uma cópia do desenho para cada aluno só com as imagens.

Distribuir uma cópia do desenho com as frases fora de ordem, as quais o aluno deverá colocar em ordem numerando de 1 a 9 de acordo a sequência de acontecimentos.

Relacionar as colunas das palavras sinônimas.

Identificar os balões de diálogo com os seus devidos personagens.

Produzir um final diferente para a Parábola do Servo Infiel.

Quadro 1 - Descrição das ações desenvolvidas durante o projeto de intervenção

Os resultados foram satisfatórios, pois uma vez que os alunos tiveram

acesso à leitura das parábolas puderam, a partir de então, refletir a respeito de

seu próprio comportamento familiar e social em que estão inseridos com relação

às ações solidárias e como isso reflete no seu comportamento escolar.

Por meio do trabalho foi possível também levantar hipóteses de como eles

poderiam melhorar a si mesmos como cidadãos, momento em que os alunos

conseguiram identificar suas necessidades enquanto jovens, transformando assim

o relacionamento entre alunos com os alunos e professores.

Os alunos também aprenderam satisfatoriamente a identificar as

características do gênero Parábolas, figuras de linguagens, verbos no passado

regular e irregular, aquisição de novos vocabulários, uso do dicionário, a produzir

textos descritivos, interpretativos e relatos contextualizados de suas vivências no

contexto no qual estão inseridos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O professor deve lutar para transmitir padrões éticos elevados que

transformem o caráter do aluno, o que é algo que a sociedade carece tanto. Deve

também, acima de tudo, viver o que ensina, para que o seu discurso realmente

seja algo que se deva acreditar e não se torne apenas um discurso retórico sem

profundidade.

Que o olhar humano no ensino através das lentes de uma parábola

enxergue as situações concretas do cotidiano e inspirem reflexões sobre a

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situação humana de forma geral. A regeneração da raça humana soa como algo

inalcançável, porém pequenos e significativos esforços podem melhorar a

sociedade e induzir os indivíduos a manterem boas relações entre si.

Por meio das parábolas o professor pode criar estratégias de ensino que

desenvolvam nos alunos habilidades de memória, cognitivas, metacognitivas,

afetivas, os quais possam auxiliar na organização textual, na apropriação de

novos vocabulários e conteúdos gramaticais a partir do texto, na competência de

leitura e no uso das estratégias de leitura em língua inglesa.

A apresentação do gênero textual selecionado deve se adequado à

proposta pedagógica do trabalho, deve ainda considerar os conteúdos, os

elementos estruturais do texto, as fontes e o contexto de produção, sua

intencionalidade, o meio de circulação, o destinatário, a posição do enunciador, a

organização e os aspectos linguísticos discursivos, sua aplicabilidade e relações

intertextuais com outros gêneros.

Por meio das parábolas, mensagens de tolerância e amor podem se tornar

significativas e contextualizadas, quando os marginalizados não são somente

aqueles dos relatos históricos e bíblicos, mas também aqueles que aparecem nos

noticiários de TV, nas páginas do jornal diário, ou ainda aqueles que se vêem nas

ruas e frequentam o mesmo ambiente escolar.

REFERÊNCIAS

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BAKHTIN, Mikhail. Maxismo e Filosofia da Linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

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GARCIA, O. A comunicação em prosa moderna: aprender a escrever. 17. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1987.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.; MACHADO, A.; BEZERRA, M. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

MOTTA-ROTH, Désirée. Análise crítica de gêneros: Contribuições para o ensino e pesquisa de linguagem. In: SIGET – SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE GÊNEROS TEXTUAIS, 4., 2007, Tubarão, SC. Anais DELTA, 24:2. Tubarão, SC: UNISUL, 2007. p. 341–383. Disponível em: www.scielo.br/pdf/delta/v24n2/v24n2a07.pdf. Acesso em: 30 jun. 2013.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica. São Paulo: Pioneira, 2002.

PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica de língua estrangeira moderna. Curitiba: SEED, 2008.

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TOLEDO, A. de O. Sistema Pronominal Possessivo em uso na Ilha de Valadares. Dissertação de mestrado. Curitiba: 1998.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.