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OS DIREITOS DAS CRIAN Ç AS E DOS ADOLESCENTES E AS OBRIGA ÇÕ ES DO ESTADO E DOS MUNIC Í PIOS

OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES E AS

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OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES E AS OBRIGAÇÕES DO ESTADO E

DOS MUNICÍPIOS

Antônio Veloso Peleja Júnior Doutorando pela PUC-SP

Mestre em Direito pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor da UFMT

Membro do Corpo Docente da Esmagis e da EMAM

Diretor de Ensino da EMAM

Juiz Auxiliar da CGJ

Juiz de Direito

OBJETIVO DO CURSO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DA

CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

1 NORMAS E PRINCÍPIOS MENORISTAS

BRASIL COLÔNIA: De há muito a famíliacentrava-se na figura do pai como o provedor do larcom poder de castigar os filhos.

FASE IMPERIAL tem-se início a preocupaçãocom os menores infratores. A imputabilidadepenal era alcançada aos 7 anos de idade, sendo quedos 7 aos 17 o tratamento de quem estivesse nessafaixa etária era similar ao do adulto, com atenuaçãoda pena.

Dos 17 em diante eram considerados jovens adultose a eles poderia ser imposta a pena máxima: amorte por enforcamento.

BRASIL IMPÉRIO: o Código Penal de 1830introduziu o exame da capacidade dediscernimento para aplicação da pena. Osmenores de 14 anos eram inimputáveis mas sehouvesse discernimento para aqueles queestivessem na faixa etária dos 7 aos 14 anospoderiam ser encaminhados para casas de correçãoonde permaneciam até os 17 anos.

Proclamação da República, o primeiro CódigoPenal sob tal regime manteve a linha, sendo que osmenores de 9 anos eram inimputáveis e odiscernimento era necessário para a aplicação dapena àqueles entre 9 e 14 anos, sendo que até os 17eram apenados com 2/3 da pena do adulto.

A gênese da política de recolhimentono Brasil se deu em 1551 com afundação da primeira casa derecolhimento de crianças do Brasil,gerida pelos Jesuítas, para livrar ascrianças índias e negras da máinfluência dos pais.

Com a evolução do país e o crescimento dascidades, a mentalidade foi se modificando e nasceuo conflito entre garantir os direitos ou “sedefender dos menores”.

Casas de recolhimento foram inauguradas em 1906com a finalidade de prevenção de menores emabandono, escolas de reforma e colôniascorreicionais. Em 1912 houve projeto afastando odireito da criança e do adolescente da esfera penal ea proposição da especialização de juízes e tribunais.

O primeiro Código de Menores do Brasil foicriado em 1926 pelo Decreto n. 5.083, que foisubstituído em 12.10.1927 pelo Decreto n. 17.943-A(Código Mello Mattos).

Menores de 14 anos eram objeto de medidaspunitivas com finalidade educacional; entre 14 e 18havia a punição com responsabilidade atenuada.

O SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA A MENORES,criado em 1941 foi um dos primeiros serviçosprestados a adolescentes autores de atosinfracionais.

Elaborado como uma espécie de sistemapenitenciário para menores, baseado eminternatos e em escolas de aprendizagempara menores carentes e abandonados.

O CÓDIGO DE MENORES DE 1979: oadolescente era um problema.

Não se abordavam questões como o abandono,vulnerabilidade dos menores, drogadição,desestruturação familiar, despreparo dos pais.

CARÁTER REPRESSIVO E NÃO SE ABORDAVAMPARTICULARIDADES NO ATENDIMENTO.

“Abrigões” ou “reformatórios” imperavam.

“Cultura da internação” dos menores estavaimplantada.

Em 1944 o SAM contava com 33(trinta e três) educandários, sendo 04(quatro) governamentais destinadosao sexo masculino.

Já em 1954, o número foi para 300(trezentos) estabelecimentosparticulares, em sua maioriairregulares

Em razão de acusações de estímulos aodesenvolvimento de personalidades criminosas,abusos e maus tratos surgiram a FEBEM –Fundação do Bem Estar do Menor – e a FUNABEM– Fundação Nacional do Bem Estar do Menor –como os responsáveis pela política referente aosmenores

O resultado dessa química foraminstituições superlotadas, práticasdesumanas, baixos índices desuperação de estigmas.

De 1980 a 2000 a situações dosestabelecimentos era caótica, o quedemonstra que pouco ou quase nadase melhorou em termos dehumanização e tratamento doadolescente como titular de direitoshumanos.

No plano supranacional e nacional as normas visam ceder tal cenário.

No âmbito externo citamos:

Regras Mínimas das Nações Unidaspara a Administração da Justiça daInfância e da Juventude – Regras deBejing (1985);

Convenção Internacional sobre osDireitos da Criança (1989, queinstituiu a Doutrina da ProteçãoIntegral);

Diretrizes das Nações Unidas para aPrevenção da Delinquência Juvenil(Diretrizes de Riad, 1990);

Regras das Nações Unidas para aProteção dos Jovens Privados deLiberdade (1990).

No âmbito interno, a ConstituiçãoFederal patrocinou uma mudança deviés, notadamente pelos artigos 227 e228, no que foi seguida pelo Estatutoda Criança e do Adolescente (Lei8.069/90) e pelo reforço trazido pelalei do SINASE (Lei 12.594/12). Todospropugnam a Doutrina da ProteçãoIntegral.

A PROTEÇÃO NO ÂMBITOCONSTITUCIONAL:

Artigo 227, CF, é dever da família, da sociedade e doEstado assegurar à criança, ao adolescente e aojovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, aorespeito, à liberdade e à convivência familiar ecomunitária, além de colocá-los a salvo de todaforma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão.

Doutrina da Proteção Integral

O Estatuto da Criança e do Adolescente é umanorma bastante avançada com fulcro na proteção dafamília, do Estado e da Sociedade como um todopara crianças e adolescentes MAS....

Como já dizia..........

“Quando vou a um país, não observose há normas boas, pois normas boashá em todo o lugar, observo se asnormas são cumpridas”.

Temos boas normas, mas elas não são cumpridas.

É necessário efetivá-las. No mar de normas e direitos fundamentais violados, muitas disposições de tal estirpe insertas no Lei 8.069/90, não são efetivadas – deixam de ter eficácia social: são normas só no papel.

A FUNÇÃO DELEGADA AOS GESTORESMUNICIPAIS NA EFETIVAÇÃO DASMEDIDAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA EAO ADOLESCENTE É BASTANTEGRANDE:

CRIAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DOSCONSELHOS TUTELARES;

CRIAÇÃO DOS CONSELHOSMUNICIPAIS;

CRIAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DOS CREASE CRAS.

ARCABOUÇO NORMATIVO-PROTETIVO.

A doutrina da proteção integral e a prioridadeabsoluta podem ser extraídas da carga valorativa daConstituição Federal.

A doutrina da proteção integral, na legislaçãoinfraconstitucional, está inserta no artigo 1º, ECA,e se fundou na interpretação sistemática dosdispositivos constitucionais que elevaram ao nívelmáximo de validade e eficácia (?) as normasreferentes às crianças e aos adolescentes.

Lei 12.594/2012 (SINASE).

Necessário um alinhamento depráticas de aplicação e execução dasmedidas socioeducativas nas diversasUnidades da Federação.

Tendência oriunda do federalismo que asunidades federadas sejam mais equânimes.

Há de haver uma união entre os trêspoderes, um conjunto de açõesarticuladas, para viabilizar práticasinstitucionais que superem acultura punitiva através de umaresponsabilidade compartilhadae de uma aprendizagem coletiva.

A falta de alinhamento nas práticasde aplicação e execução das diferentesMedidas Socioeducativas pelasUnidades da Federação em seus trêspoderes se constitui como um primeirodesafio ao seu desenvolvimento.

Há a necessidade de uma política deatendimento e articulação entre osdiversos entes federativos.

Fortalecer a rede de atendimentoconstituinte do Sistema de Garantia deDireitos enquanto estratégia quepromova uma maior eficácia eresposta social das medidassocioeducativas.

Necessidade de viabilizar aconstrução de práticasinstitucionais que superem acultura punitiva, requisitando paratanto, a constituição de umaresponsabilidade compartilhada e deuma aprendizagem coletiva.

O artigo 127, CF/88, representa ometraprincípio da prioridade absoluta dosdireitos da criança e do adolescente e temtríplice destinatário: família, sociedade eEstado.

O artigo 100, ECA, dispõe acerca do postuladonormativo do INTERESSE SUPERIOR DACRIANÇA E DO ADOLESCENTE (previsto noinciso IV) e dos metaprincípios da PROTEÇÃOINTEGRAL E DA PRIORIDADE ABSOLUTA(inciso II).

PRINCÍPIOS DERIVADOS:

responsabilidade primária e solidária doPoder Público – envida à administraçãopública o dever de efetivação aos direitosassegurados a crianças e adolescentes noordenamento jurídico, o que abrange as trêsesferas de governo via responsabilidadeprimária e solidária.

INTERVENÇÃO PRECOCE – segundo a qual asautoridades devem agir tão logo a situação irregularseja conhecida, por exemplo, o encaminhamento aacolhimento institucional em caráter excepcionalsem prévia determinação judicial (art. 93, ECA);

INTERVENÇÃO MÍNIMA – segundo a qual aação deve guardar proporcionalidade com asituação de perigo, não se admitindo a adoçãode medidas desnecessárias, como porexemplo, a retirada da criança do lar, que émedida excepcional e somente terá lugar quandohouver uma situação que a justifique;

PROPORCIONALIDADE E ATUALIDADE –de acordo com o qual há de haver uma justa medidaentre o ato e a intervenção;

PREVALÊNCIA DA FAMÍLIA – de acordo coma qual na promoção de direitos e na proteção dacriança e dos adolescentes deve-se prevalecer areintegração à família natural e, somente se isto nãofor possível, deve haver a integração à famíliasubstituta;

RESPONSABILIDADE PARENTAL – os paisdevem assumir seus deveres e obrigações comrelação às crianças e adolescentes. Encontrasuporte no artigo 229, CF;

OBRIGATORIEDADE DA INFORMAÇÃO (art. 100, p. único, ECA) – de acordo com o qual a criança e o adolescente (respeitada a sua capacidade de compreensão) e seus pais ou responsáveis devem ser informados acerca dos motivos que justificaram a intervenção e a forma pela qual esta se processa;

OUVIDA OBRIGATÓRIA E PARTICIPAÇÃO– pelo qual os adolescentes têm direito a seremouvidos e participar nos atos e na definição damedida de promoção dos direitos e de proteção.

A INDAGAÇÃO QUE SE PÕE É:

Estamos preparados, em nossas Comarcas, para a garantia dos direitos da infância e adolescência?

Qual a situação do CREAS/CRAS em seu município?

Há CREAS/CRAS ou outro órgão com a incumbência?

NECESSIDADE DE ALINHAMENTO NAS

PRÁTICAS

É necessário um alinhamento nas práticas deaplicação e execução das medidassocioeducativas nas diversas Unidades daFederação.

a União tende a ser o ator primordial em talconceito no sentido de diminuir as diferençasregionais no trato ao adolescente.

Algumas unidades da Federação já deram inícioà mutação da doutrina do adolescente-problema para o adolescente titular dedireito.

Neste sentido:

Art. 86. A política de atendimento dos direitos dacriança e do adolescente far-se-á através de umCONJUNTO ARTICULADO DE AÇÕESGOVERNAMENTAIS E NÃO-GOVERNAMENTAIS, da União, dos estados, doDistrito Federal e dos municípios.

Necessário um esforço coletivo dos três poderes, umconjunto de ações articuladas, para viabilizarpráticas institucionais que superem acultura punitiva através de umaresponsabilidade compartilhada e de umaaprendizagem coletiva.

SINASE

A NORMA MAIS JOVEM DESSEPLANTEL PROTETIVO DAINFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ÉO SINASE

ELE DEU UM UPGRADE NO ECANO QUE CONCERNE AOCUMPRIMENTO DAS MEDIDASSOCIOEDUCATIVAS

Definido pela Resolução 119, de 11.12.2006, deforma plurissignificativa:

a) como uma política pública destinada àinclusão do adolescente em conflito com a leique se correlaciona e demanda iniciativas dosdiferentes campos das políticas públicas e sociais(art. 2º).

b) conjunto ordenado de princípios, regras ecritérios, de caráter jurídico, político, pedagógico,financeiro e administrativo, que envolve desde oprocesso de apuração de ato infracional até aexecução de medidas socioeducativas.

O SINASE É COORDENADO PELA UNIÃOE INTEGRADO PELOS SISTEMASESTADUAIS, DISTRITAL E MUNICIPAISRESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃODOS SEUS RESPECTIVOS PROGRAMASDE ATENDIMENTO A ADOLESCENTE AOQUAL SEJA APLICADA MEDIDASOCIOEDUCATIVA, COM LIBERDADE DEORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO,NOS TERMOS LEI Nº 12.594/2012, ART.4º.

O SINASE – SISTEMA NACIONAL DEATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO –ESTABELECE NORMAS GERAIS PARAO ATENDIMENTO DO ADOLESCENTE AQUE SE DETERMINOU JUDICIALMENTEO CUMPRIMENTO DE MEDIDAS LEGAIS– PROTETIVAS E SOCIOEDUCATIVAS.

HÁ UMA PROEMINÊNCIA DA UNIÃO,NOTADAMENTE NO ÂMBITO DOESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES ,MAS É INTEGRADO PELOS SISTEMASESTADUAIS E MUNICIPAIS.

ESTRUTURAÇÃO EPROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS.DETERMINA A ESTRUTURAÇÃO E OSPROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS NOÂMBITO O SEU ACOMPANHAMENTOSOCIOPEDAGÓGICO.

A NORMA FOCA A EXECUÇÃODAS MEDIDAS PROTETIVAS ESOCIOEDUCATIVAS.

TRATA-SE DE “UM CONJUNTOORDENADO DE PRINCÍPIOS,REGRAS E CRITÉRIOS QUEENVOLVEM A EXECUÇÃO DEMEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS”

A MUDANÇA DE VIÉS

A CONCEPÇÃO DE INTERNAÇÃODO CÓDIGO DE MENORES ESTÁULTRAPASSADA, MAS PARECE QUEMUITOS DOS APLICADORES DODIREITO NÃO SE DERAM CONTADISSO.

OS CENTROS SOCIOEDUCATIVOS DEINTERNAÇÃO JÁ NÃO, AO MENOS NO PAPEL,SÃO MAIS OS VELHOS REFORMATÓRIOS – OUAO MENOS HÁ A MUDANÇA LEGISLATIVA QUEESTÁ SE CONCRETIZANDO AINDA QUELENTAMENTE.

APESAR DISSO, MUITOS PROFISSIONAIS DODIREITO VEEM A INTERNAÇÃO COMO A ÚNICASOLUÇÃO, AO INVÉS DE A ÚLTIMA SOLUÇÃO.

AS NOVAS NORMAS IMPÕEM UMREORDENAMENTO NO VIÉS, UMAREFORMA DE MENTALIDADE.

QUALQUER MOTIVO É O SUFICIENTE PARA AINTERNAÇÃO: TRÁFICO DE DROGAS (POUCASGRAMAS) REITERAÇÃO DE FURTOS, PORTE DEARMA. POR ISSO, É NECESSÁRIA A CONSTANTEINTERAÇÃO E A REALIZAÇÃO DE CURSOS AOSPROFISSIONAIS DO DIREITO – JUÍZES,PROMOTORES – QUE LIDAM DIRETAMENTECOM OS ADOLESCENTES EM CONFLITO COM ALEI.

O GRANDE CONFLITO ENTRE AS COMARCASQUE NÃO TÊM ESTABELECIMENTOSOCIOEDUCATIVO EM MEIO FECHADO E ASQUE POSSUEM:

POUCAS VAGAS E ALTA DEMANDA.

COMO RESOLVER?

SOMENTE PELA CONSTRUÇÃO DE “PRÉDIOS”?

UMA DAS SOLUÇÕES: O SINASE ENVIDA OCUMPRIMENTO DAS MEDIDASSOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO.

AVULTA-SE ARESPONSABILIDADEDO MUNICÍPIO.

NESTE CONTEXTO, É NECESSÁRIO:

APERFEIÇOAMENTO DOS CREAS –CENTRO DE REFERÊNCIA EASSISTÊNCIA SOCIAL/CRAS – CENTRODE REFERÊNCIA E ASSISTÊNCIASOCIAL

SEM O FUNCIONAMENTO EFETIVO DOSCREAS E CRAS, FRUSTRA-SE QUALQUERTENTATIVA DE RECUPERAÇÃO E MESMODE CUMPRIMENTO DE MEDIDAS NO MEIOABERTO – UM DOS ESCOPOS DA NORMADO SINASE.

PRINCIPALMENTE NO INTERIOR DOBRASIL, O PODER EXECUTIVOMUNICIPAL AINDA NÃO ESTRUTUROUOS SEUS SISTEMAS CREAS/CRAS, DEFORMA POR QUE POSSAM ATUAR DEFORMA EFICIENTE NA RECUPERAÇÃODOS ADOLESCENTES INFRATORES.

SERVIDORES CONCURSADOS PARAQUE A ATIVIDADE ESSENCIAL QUEDESENVOLVAM – ACOMPANHAMENTODAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EMMEIO ABERTO – NÃO VARIE AO SABORDAS INCONVENIÊNCIAS.

SERVIDORES CONCURSADOS SÃOGARANTIA DA CONTINUIDADE DE UMAPOLÍTICA PÚBLICA ESSENCIAL ÀCONCREÇÃO DA DOUTRINA DAPROTEÇÃO INTEGRAL.

Deve haver a prevalência das medidassocioeducativas em meio aberto como formade facilitar a inclusão social e ofortalecimento de vínculos familiares ecomunitários.

OS REGIMES DE INTERNAÇÃO ESEMILIBERDADE FICAM SOB ARESPONSABILIDADE DIRETA DOSESTADOS, AO PASSO QUE AS MEDIDASDE MEIO ABERTO – PRESTAÇÃO DESERVIÇOS À COMUNIDADE ELIBERDADE ASSISTIDA – FICAM SOB ATUTELA DOS MUNICÍPIOS.

A INTERNAÇÃO DEVE SER A ÚLTIMADAS MEDIDAS...

A INTERNAÇÃO É AMENOS PREFERÍVELDENTRE AS MEDIDASSOCIOEDUCATIVAS, DEVENDO-SEPREFERIR O REGIME DESEMILIBERDADE, A LIBERDADEASSISTIDA, A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOSÀ COMUNIDADE.

CRÍTICA: O ESTADO DE MATO GROSSO,QUE SEQUER POSSUEM INSTITUIÇÃODE SEMILIBERDADE.

O SER HUMANO ADOLESCENTE E A PRÁTICA DE ATO

INFRACIONAL

1 O ADOLESCENTE

ART. 2º, ECA, CONSIDERA-SE ADOLESCENTE APESSOA ENTRE DOZE E DEZOITO ANOS DEIDADE.

PARA A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE AADOLESCÊNCIA COMPREENDE A FASE DOSDEZ AOS DEZOITO ANOS

A MAIORIDADE PENAL VARIA CONFORME OS PAÍSES.

A ONU INDICA A IDADE DE DEZOITO ANOS, MAS NÃO IMPÕE.

DECISÃO DA SOCIEDADE? CLÁUSULA PÉTREA O LIMITE DE IDADE?

MAIORIDADE PENAL NO MUNDO:

Alemanha, Itália, Canadá, Colômbia, Chile: 18 anos

Índia: 16 anos

África do Sul, Japão: 14

França: 13

Reino Unido: 10

As medidas e o tempo variam.

O importante não é a redução, mas as condições para a imposição das medidas socioeducativas e o estado de nossas prisões: déficit de vagas.

PARA OS PROFISSIONAIS DEPEDIATRIA/PSICOLOGIA, AADOLESCÊNCIA É UMA FASE DETRANSIÇÃO ENTRE A FASE DAINFÂNCIA E A FASE ADULTA.

REVOLUÇÃO INTERNA, POIS ELE COMEÇA AENTENDER E PERCEBER COISAS QUE AINDANÃO HAVIA NOTADO.

INDAGAR QUANTO AO SEU PAPEL NASOCIEDADE.

MUDANÇAS...

PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS ADOLESCENTES EM

CONFLITO COM A LEI:

A FAMÍLIA DESESTRUTURADA – sequer conheceo pai, sua mãe às vezes é viciada em drogas, álcool,reside com os avós.

SEUS AMIGOS ESTÃO NA MARGINALIDADE E ASOCIEDADE COM ELES POUCO SE IMPORTA.

NO ASPECTO PSICOLÓGICO, BUSCA UMA NOVA IDENTIDADE E HÁ UMA CRISE DE IDENTIDADE EM “BUSCA DO EU”.

O DISTANCIAMENTO DA FAMÍLIA É NATURAL E O APEGO AOS AMIGOS IDEM. HÁ UMA MUDANÇA NO VÉRTICE: DA FAMÍLIA AOS AMIGOS.

NESSA CONDIÇÃO, É NATURAL QUE PASSEM A SE EXPOR A RISCOS.

FATORES QUE INFLUENCIAM NAPRÁTICA DE ATOS INFRACIONAIS

vivências de punição e extrema violência

Pobreza

Desemprego

família desajustada

uso de álcool e drogas

dificuldades na escola

ESTRUTURA FAMILIAR

Pesquisas demonstram que os adolescentes com vínculos pouco efetivos com a família têm maior probabilidade de se envolver em infrações.

AS SEGUINTES SITUAÇÕES PODEMCOMPROMETER A EFETIVIDADE DASFUNÇÕES PARENTAIS:

falta de estrutura e a ausência dos pais;

inadequação de atitudes parentais, como oenvolvimento com a criminalidade oucontravenções;

consumo excessivo de álcool e drogas;

maus-tratos e violência física, psicológica e sexualou até mesmo a presença de psicopatologiasseveras: a violência é cíclica e geracional.

A adolescente com famílias desajustadas têmmaior propensão à prática de atos infracionais.

Pesquisa realizada em 2004, com foco nosadolescentes em conflito com a lei, demonstra queem uma cidade de médio porte, 40,7% viviam comambos os pais, enquanto que 43,1% vivia sócom a mãe. O fator de risco relacionado àprática de atos infracionais cresce se osadolescentes vivem só com a mãe.

NÃO É INCOMUM QUE OCORRA VIOLÊNCIADOMÉSTICA PRATICADA PELOS PAIS DOSADOLESCENTES OU POR ELES MESMOS – FACEAO HISTÓRICO COM DROGA, A REVOLTA COMSUA CONDIÇÃO E A VIOLÊNCIA NA QUAL SEVEEM ENVOLTOS.

A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR E SEUSREFLEXOS NOS ADOLESCENTES: UMAPOSTURA QUE PODE SERSEGUIDA...

A VIOLÊNCIA É CÍCLICA EGERACIONAL.

“...presenciar a violência doméstica podeser entendido como um fator de risco paraa conduta infratora. A teoria daaprendizagem social postula que osvalores e as condutas agressivas dosadultos e companheiros servem comonormas a ser seguidas, que podemser imitadas pelos filhos.

Crianças que assistem a seus pais se agredirapresentam tolerância limitada àfrustração, pouco controle deimpulso, raiva internalizada eexternalizada.

Essas crianças quando chegam àadolescência tendem a usar a agressão comoforma predominante de resolução deproblemas, podendo também projetar culpaem outras pessoas e exibir um alto grau deansiedade”.

ESTILOS PARENTAIS E OUTROS FATORESQUE INFLUENCIAM NA PRÁTICA DE ATOSINFRACIONAIS

CRIAÇÃO DOS FILHOS. A criação dos filhostem especial influência na vida do adolescente. Peloque se observa, a maioria deles reside ou com amãe ou com os avós, tios, etc., sem a presença dopai.

IDENTIFICAM-SE TRÊS TIPOS DE ESTILOSPARENTAIS:

O AUTORITÁRIO

O PERMISSIVO

O COMPETENTE.

AS CONSEQUÊNCIAS NA CRIAÇÃO DOS FILHOS,CONFORME CADA ESTILO É ASSIMDEMONSTRADA:

ACERCA DOS ESTILOS PARENTAIS:

A) ESTILO PARENTAL AUTORITÁRIO:PADRÃO CARACTERIZADO PELO EXCESSO DEREGRAS, AS QUAIS DEVEM SER OBEDECIDASPELAS CRIANÇAS, SEM MUITAS EXPLICAÇÕESPOR PARTE DOS PAIS.

UTILIZAÇÃO FREQUENTE AS PUNIÇÕES, AFORÇA E O PODER PARA CONSEGUIREM AOBEDIÊNCIA DAS CRIANÇAS E NÃO SEMOSTRAM SENSÍVEIS AS SUASNECESSIDADES.

B) ESTILO PARENTAL PERMISSIVO: Os paisque adotam esse padrão raramente fazemexigências aos filhos e não monitoram suasatividades, deixando-os agir livremente e nãoexercendo nenhuma forma de controle.

C) ESTILO PARENTAL COMPETENTE: É oestilo adotado por pais que controlam, mas sãoflexíveis nas suas regras e fazem exigênciasrazoáveis. São também sempre cuidadosos aoexplicar as suas razões, buscando a compreensãodas crianças. Esses pais permitem a participaçãodas crianças nas decisões, exercendo o controlede modo racional e democrático”.

RESULTADO:

AS DIFERENTES FORMAS DE CRIAÇÃORESULTARAM EM CRIANÇAS COMCARACTERÍSTICAS DISTINTAS.

OS FILHOS DE PAIS COMPETENTES ERAMMAIS ALEGRES,AUTOCONFIANTES ERESPONSÁVEIS.

JÁ, EM CONTRASTE, OS FILHOS DE PAISAUTORITÁRIOS TENDIAM A SER MAL-HUMORADOS, MUITAS VEZES PERTURBADOSE DESAGRADÁVEIS.

ENQUANTO QUE OS FILHOS DE PAISPERMISSIVOS ERAM IMPULSIVOS EAGRESSIVOS, TENDENDO A SER MANDÕES EPOUCO INDEPENDENTES E REALIZADORES.

NA ADOLESCÊNCIA, OBSERVOU-SE QUE OSFILHOS DE PAIS COMPETENTESAPRESENTAVAM AUTOESTIMA ALTA,HABILIDADES SOCIAIS, FORTEPREOCUPAÇÃO MORAL E BOACONQUISTA ACADÊMICA.

OS FILHOS DE PAIS AUTORITÁRIOS SEAPRESENTAVAM MAIS CONFORMADOS ESUAS HABILIDADES SOCIAIS ECOMPETÊNCIAS ACADÊMICAS ERAMMEDIANAS.

FILHOS DE PAIS PERMISSIVOS EVIDENCIARAMAUTOCONTROLE POBRE E BAIXAPERFORMANCE ACADÊMICA.

O uso de drogas também mostrou-se maispresente nesses últimos, diferentemente dos filhosde pais competentes que não tinham tendências aproblemas de comportamento.

NOS ESTUDOS REALIZADOS TENDO PORPARÂMETRO O ESTILO PARENTALAUSENTE OU SEM ENVOLVIMENTO, que secaracteriza por atitudes de rejeição, de negligênciaou de abandono, atitudes demonstradas quando ospais estão tão envolvidos com seus própriosproblemas que não têm tempo nem energia paracuidar dos filhos.

OS RESULTADOS DESSES ESTUDOSDEMONSTRARAM QUE ESSE ESTILOPARENTAL TORNA OS ADOLESCENTES HOSTIS,EGOÍSTAS E REBELDES.

Esses adolescentes são mais propensos a cometeratos antisociais, tais como o abuso de álcool edrogas, má conduta sexual, vadiagem ecomportamentos criminosos.

AS PRÁTICAS PARENTAIS NEGATIVAS LEVAMAO DESENVOLVIMENTO DECOMPORTAMENTOS ANTI-SOCIAIS, TAISCOMO FURTAR, MENTIR, GAZEAR AULAS,AGREDIR, PICHAR MUROS, USAR DROGAS,ETC.

ENTRE ELAS, PODE-SE INCLUIR O HUMORINSTÁVEL E O ABUSO FÍSICO, PSICOLÓGICOOU SEXUAL

Contexto social

Assim, o contexto social que envolve o adolescentefavorece que eles sejam mais propensos a cometeratos antisociais, tais como o abuso de álcool edrogas, má conduta sexual, vadiagem ecomportamentos criminosos.

VIOLÊNCIA E MEIO AMBIENTE. A violênciano meio social também é fator que impulsiona aprática de atos infracionais.

O meio ambiente de tráfico, principalmente face àdisseminação do crack, é influência extremamentenegativo.

O tráfico trabalha ativamente a cooptação dosmenores – pela própria facilidade em se eximir dealguma punição – porque não são denunciados – eporque fazem seus “exércitos” de soldadinhos ouaviõezinhos do tráfico, facilmente cooptáveis.

Os bairros periféricos das cidades de médio egrande porte têm a química perfeita porque reúnempobreza, marginalização, ausência de direitossociais básicos.

CRESCER EM COMUNIDADES POBRES TEMSIDO IDENTIFICADO COMO UM FATOR DERISCO PARA A PRÁTICA DE ATOSINFRACIONAIS.

Segundo Hawkins e outros (2000), assaltos eroubos são duas vezes mais prováveis entreadolescentes pobres do que entre adolescentesinfratores de classe média.

Além disso, 53% dos adolescentes autores de atoinfracional nos Estados Unidos estão abaixo dalinha da pobreza (KAMRADT, 2000).

No Complexo Pomeri, entre os adolescentesinternado provisoriamente, 6% tem a renda familiarmenor de um salário mínimo, 44% entre 01 e 02salários e 50 mais de dois salários, segundo oslevantamentos estatísticos realizados em 2013.Justificam tais parâmetros os programas oficiais detransferência de renda.

POBREZA NÃO É O FATOR PREPONDERANTEPARA A PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL.POBREZA NÃO É IGUAL A VIOLÊNCIA. AOCONTRÁRIO, É UM CONJUNTO DE FATORESQUE PROPORCIONAM A VIOLÊNCIA.

OS BAIXOS NÍVEIS DE ESCOLARIDADE TEMLIGAÇÃO UMBILICAL COM A PRÁTICA DE ATOSINFRACIONAIS.

A dificuldade de expressão verbal e os problemasde aprendizagem, associados a um baixo nívelintelectual podem contribuir para a condutainfracional, pois quando tais dificuldades estãopresentes, surgem dificuldades de adaptaçãoescolar e, por sua vez, tais dificuldades podemdesencadear uma série de problemas escolares,culminando em comportamentos reativos e anti-sociais.

A BAIXA ESCOLARIDADE IMPÕE UMAEXCLUSÃO SOCIAL, QUE CONDUZ AOSENTIMENTO DE INFERIORIDADE DOADOLESCENTE.

DE ORDINÁRIO, OS ADOLESCENTES EMCONFLITO COM A LEI CARACTERIZAM-SE,COMO PESSOAS:

COM SÉRIAS DEFICIÊNCIAS EM HABILIDADESSOCIAIS E EM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

QUE SOFREM DE SENTIMENTO DEINFERIORIDADE, MANTENDO-SE FIÉIS APADRÕES DE COMPORTAMENTO BASTANTEDIVERGENTES DOS ADOTADOS PELOSCIDADÃOS QUE RESPEITAM A LEI.

TEMA IIO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI

Quem é o adolescente em conflito com a lei?

Carentes – moram nas periferias, notadamente dos grandes centros

Baixa Escolaridade

A quem são renegados direitos humanos

Baixa autoestima

Adolescente: o estigmatizado não-cidadão

BAIXA AUTOESTIMA

Vive em uma situação deinferioridade social e cultural, embairros periféricos e perigosos –geralmente nos grandes centrosurbanos –, onde predominam aviolência e o tráfico, tem baixaescolaridade, baixa renda, quegeralmente não conhece o pai e a mãetrabalha o dia inteiro, quando não sãoalcoólatras, viciados em droga.

Cometem crimes para comprar drogas, sãomembros de gangues, consomem drogas. Enfim, oadolescente em conflito com a lei é um ser órfão deatendimento estatal, de afeto familiar e deorientação especializada. Órfãos do Estado e dafamília.

DROGAS: o crack ainda é o grande mal

Ele não pode mais ser visto como umnúmero, um infrator ou um empecilho,mas como um sujeito titular dedireitos humanos

NÃO TEM A ABSOLUTA PRIORIDADE DOARTIGO 227, CF/88

Art. 227. É dever da família, da sociedade e doEstado assegurar à criança, ao adolescente e aojovem, com absoluta prioridade, o direito àvida, à saúde, à alimentação, à educação,ao lazer, à profissionalização, à cultura, àdignidade, ao respeito, à liberdade e àconvivência familiar e comunitária, alémde colocá-los a salvo de toda forma denegligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão.

SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

NEGROS E PARDOS

PROBLEMAS FAMILIARES

ENFIM: UM EXCLUÍDO.

A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENALRESOLVE?

BRASIL: RIQUEZA ECONÔMICA EPOBREZA SOCIAL. POR ISSO, É NECESSÁRIOQUE O PODER PÚBLICO ELABORE POLÍTICASPÚBLICAS PARA GARANTIR OS DIREITOS DACRIANÇA E DO ADOLESCENTE,PRINCIPALMENTE A EDUCAÇÃO E APROFISSIONALIZAÇÃO, PARA QUE SE POSSACONSTRUIR UMA NOVA REALIDADE SOCIAL.

CREAS E CRAS

EM AMBOS OS ENTES, CREAS E CRAS, NOTA-SEUMA DESCENTRALIZAÇÃOADMINISTRATIVA COM O “REPASSE” DEFUNÇÕES AOS MUNICÍPIOS.

CREAS É O CENTRO DEREFERÊNCIA ESPECIALIZADADE ASSISTÊNCIA SOCIAL

INTEGRANTE DO SISTEMA ÚNICO DEASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)

CONSTITUI-SE EM UMA UNIDADE PÚBLICAESTATAL, RESPONSÁVEL PELA OFERTA DEATENÇÕES ESPECIALIZADAS DE APOIO,ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO AINDIVÍDUOS E FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DEAMEAÇA OU VIOLAÇÃO DE DIREITOS.

SEU ÂMBITO É MUNICIPAL E DEVEMSER ESTRUTURADOS PELASPREFEITURAS.

SUA IMPLANTAÇÃO FOI EM 2005.

ÓRGÃO ARTICULADOR DOS SERVIÇOSDE PROTEÇÃO ESPECIAL DE MÉDIACOMPLEXIDADE COM A REDE DESERVIÇOS SÓCIO-ASSISTENCIAIS DAPROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, COM ASDEMAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DOMUNICÍPIO.

A IMPLANTAÇÃO DOS CREAS É DERESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS,COM O AUXÍLIO DO ESTADO.

NA ÁREA DA INFÂNCIA E ADOLESCENTE,SUA FUNÇÃO ESPECÍFICA É OACOMPANHAMENTO DE MEDIDAS EMMEIO ABERTO – PRESTAÇÃO DESERVIÇOS À COMUNIDADE E LIBERDADEASSISTIDA.

PELA DEFINIÇÃO ELE ATENDE TAMBÉM DEFORMA GRADATIVA SITUAÇÕES DE RISCO OUVIOLAÇÕES DE DIREITOS (ÀS PESSOASIDOSAS, PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA,POPULAÇÃO DE RUAS ENTRE OUTRAS).

ATUA COMO O ÓRGÃO COMPETENTE NOMUNICÍPIO PARA FAZER A BUSCA PROATIVANAS RUAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

PARA O BOM DESENVOLVIMENTO DE SUASATIVIDADES, A EQUIPE DO CREAS DEVE SERCOMPOSTA POR:

GERENTES, ASSISTENTES SOCIAIS,PSICÓLOGOS, MONITORES, PEDAGOGOS,AGENTES ADMINISTRATIVOS E MOTORISTAS.

DENTRE AS AÇÕES OFERTADAS ESTÃO:

ACOLHIDA, ESCUTA, ESTUDO SOCIAL,DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO,MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SERVIÇO,ORIENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTO PARA AREDE DE SERVIÇOS LOCAIS, CONSTRUÇÃO DEPLANO INDIVIDUAL OU FAMILIAR DEATENDIMENTO,

ORIENTAÇÃO SOCIOFAMILIAR, ATENDIMENTOPSICOSSOCIAL, ORIENTAÇÃO JURÍDICO-SOCIAL, INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO EDEFESA DE DIREITOS, APOIO À FAMÍLIA EFUNÇÃO PROTETIVA, ARTICULAÇÃO DE REDEDE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

ARTICULAÇÃO COM SERVIÇOS DE OUTRASPOLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS,ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONALCOM OS DEMAIS ÓRGÃOS DO SISTEMA DEGARANTIA DE DIREITOS, MOBILIZAÇÃO PARAO EXERCÍCIO DA CIDADANIA, TRABALHOINTERDISCIPLINAR, ELABORAÇÃO DERELATÓRIOS E OU PRONTUÁRIOS, ESTÍMULOAO CONVÍVIO FAMILIAR, GRUPAL E SOCIAL,MOBILIZAÇÃO E FORTALECIMENTO DOCONVÍVIO DE REDES SOCIAIS DE APOIO,PRODUÇÃO DE ORIENTAÇÕES TÉCNICAS EMATERIAIS INFORMATIVOS.

LEVANTAMENTO DE DADOS REFERENTES ÀOFERTA DO SERVIÇO DE MSE EM MEIOABERTO NOS MUNICÍPIOS QUE POSSUEMCREAS NO ESTADO DE MATO GROSSO,RESSALTA-SE QUE TODOS OS MUNICÍPIOSPOSSUEM O CRAS

Dados remetidos pela servidora do Socioeducativode Cuiabá: Vilma Cecilia de Oliveira.

PARA O EFETIVO CUMPRIMENTO DASMEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIOABERTO É NECESSÁRIO QUE HAJA AIMPLANTAÇÃO DOS CREAS EM TODAS ASCIDADES DO ESTADO DE MATO GROSSO.

PARA ISSO, NECESSÁRIA UMA INTERCESSÃOJUNTO ÀS PREFEITURAS LOCAIS NO INTUITODE “SENSIBILIZÁ-LAS” AO CUMPRIMENTO DETAL MEDIDA.

EM CASOS DE EXTREMA OMISSÃO, ACOMUNICAÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICOPARA O AJUIZAMENTO DA COMPETENTEAÇÃO CIVIL PÚBLICA OU PACTUAÇÃO DE UMTAC – TERMO DE AJUSTAMENTO DECONDUTA.

CRAS

O CRAS – CENTRO DE REFERÊNCIA DEASSISTÊNCIA SOCIAL É UMA UNIDADEPÚBLICA ESTATAL DESCENTRALIZADA DAPOLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.

O CRAS É O PRINCIPAL INSTRUMENTO DOSUAS – SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIASOCIAL E, FACE À SUA CAPILARIDADE NASREGIÕES É O RESPONSÁVEL PELAORGANIZAÇÃO E PELA OFERTA DESERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICANAS ÁREAS DE VULNERABILIDADE E DERISCO SOCIAL.

OFERECEM SERVIÇOS E AÇÕES DE PROTEÇÃO BÁSICA

REALIZAM A FUNÇÃO DE GESTÃOTERRITORIAL DA REDE DE ASSISTÊNCIABÁSICA, PROMOVENDO A ARTICULAÇÃO DASUNIDADES A ELE REFERENCIADAS E OGERENCIAMENTO DOS PROCESSOS NELEENVOLVIDOS.

O PRINCIPAL SERVIÇO DO CRAS É OSERVIÇO DE PROTEÇÃO EATENDIMENTO INTEGRAL ÀFAMÍLIA (PAIF), CUJA EXECUÇÃO ÉOBRIGATÓRIA E CONCLUSIVA.

VISA FORTALECER A FUNÇÃOPROTETIVA DAS FAMÍLIAS,PREVENINDO A RUPTURA DEVÍNCULOS, PROMOVENDO O ACESSO EUSUFRUTO DE DIREITOS ECONTRIBUINDO PARA A MELHORIA DAQUALIDADE DE VIDA

OS CRAS REALIZAM TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO SERVIÇO:

ACOLHIDA;

ESTUDO SOCIAL;

VISITA DOMICILIAR;

ORIENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTOS;

ACOMPANHAMENTO FAMILIAR;

ATIVIDADES COMUNITÁRIAS;

CAMPANHAS SOCIOEDUCATIVAS;

INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E DEFESA DE DIREITOS;

PROMOÇÃO AO ACESSO À DOCUMENTAÇÃO PESSOAL;

MOBILIZAÇÃO E FORTALECIMENTO DE REDES SOCIAIS DE APOIO;

O CONSELHO TUTELAR

O CONSELHO TUTELAR É CRIAÇÃO DO ECAQUE BUSCOU A AMPLIAÇÃO DOS ENTESPARTICIPATIVOS DA DEFESA DOS DIREITOSDA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

É UM ÓRGÃO NÃO-JURISDICIONAL QUESEGUE A TENDÊNCIA DA DEMOCRACIAPARTICIPATIVA (ART. 227, § 7º, CF/88).

BUSCA A EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

Art. 131 e ss., ECAC

TÊM CARÁTER PERMANENTE E GOZAM DEAUTONOMIA HIERÁRQUICA NOCUMPRIMENTO DE SUAS COMPETÊNCIAS EATRIBUIÇÕES, OU SEJA, NÃO ESTÃOVINCULADOS NEM AOS CONSELHOS DEDIREITOS NEM À SECRETARIA DEGOVERNO A QUE PERTENCEM.

O CONSELHO TUTELAR É ÓRGÃO PÚBLICOMUNICIPAL, PREVISTO NO ECA, CUJAMISSÃO INSTITUCIONAL É ZELAR PELOCUMPRIMENTO DOS DIREITOS DECRIANÇAS E ADOLESCENTES.

A INCUMBÊNCIA DE SUA CRIAÇÃO EESTRUTURAÇÃO É DO MUNICÍPIO.

FUNÇÃO EXECUTIVA

O Conselho Tutelar e os CRAS devem dar totalatenção aos conflitos existentes de modo que nãoredundem em consequências mais gravosas, como aprática de ato infracional ou a colocação de criançasou adolescente em abrigo. A prevenção é semprepreferível. Demais disso, questões de menorimporte que possam ser resolvidas sem a atuaçãodo Judiciário devem ser solucionadas pelos atorescompetentes (Ministério Público, Conselho Tutelar,v.g.).

ATRIBUIÇÕES

É inquestionável a importância do conselho tutelarno atendimento às crianças e adolescentes nashipóteses de ameaça ou violação de direitos poração ou omissão da sociedade ou do Estado; porfalta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; emrazão de sua conduta; bem como na hipótese deprática de ato infracional aplicação as medidasprotetivas cabíveis.

OBRIGATORIEDADE DE UM CONSELHOTUTELAR EM CADA MUNICÍPIO.

O CONSELHEIRO É UM AGENTE PÚBLICO DOPODER EXECUTIVO MUNICIPAL

MANDATO: 4 ANOS, UMA RECONDUÇÃO

CADA CONSELHO TEM 5 MEMBROS,ESCOLHIDOS PELA POPULAÇÃO LOCAL

A DISCRICIONARIEDADEADMINISTRATIVA E AS NORMASPROTETIVAS DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE

Ao contrário do particular, a Administração deve fazer o que está prescrito em lei.

A discricionariedade administrativa não é absoluta, mas é norteada pelo mérito do ato administrativo –motivo e objeto.

Há casos em que a discricionariedade deve cederante o importe dos interesses em jogo – como nashipóteses de efetivação dos direitos protetivos dascrianças e dos adolescentes.

O Administrador deve perseguir as políticaspúblicas prioritárias e sua mora dá azo àintervenção judicial. Como se vê, está-se na seara deum tema de impacto que é a judicialização dapolítica, rendendo ensejo à avaliação judicial.

Posicionamentos dos STF favoráveis à efetivaçãoà doutrina da proteção integral e efetivadorasdos direitos fundamentais da infância eadolescência

“...a norma que oferece faculdades ao administrador (...)não pode ser concebida como imune à avaliação judicialde modo absoluto, pois sempre caberá discutir apresença do interesse público e da obediência aosprincípios constitucionais. Não se trata, aqui, de decidirqual seria, entre a s atitudes, a que o agente deveria teradotado, mas de verificar se aquela preferida por eleatendeu ao interesse público e se está de acordo com arazoabilidade e proporcionalidade que o caso concretorequeira”.

Com foco no princípio da razoabilidade ou daproporcionalidade, admite-se a atuação doJudiciário para verificar a discricionariedadeadministrativa.

ANTE A OMISSÃO ESTATAL, ADMITE-SE OAJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA EMFACE DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL

O STF TEM POSICIONAMENTO favoráveL àefetivação à doutrina da proteção integral eefetivadoras dos direitos fundamentais da infância eadolescência

Determinação de Construção de ConselhosTutelares pelo Município (RecursoExtraordinário nº 488208, Santa Catarina)

EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS V. RESERVA DO POSSÍVEL

No Recurso Extraordinário nº 488208, SC, o objetoera a discussão da determinação da Construção dedois novos conselhos tutelares pelo município.

O STF entendeu que a omissão erainconstitucional e transgredia a ConstituiçãoFederal e acerca da impossibilidade deinvocação, pelo poder público, da cláusula dareserva do possível sempre que puderresultar, de sua aplicação, comprometimentodo núcleo básico que qualifica o mínimoexistencial (RTJ 200/191-197).

TENDÊNCIA DA PROATIVIDADE DO PODERJUDICIÁRIO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICASPÚBLICAS INSTITUÍDAS PELA CONSTITUIÇÃO ENÃO EFETIVADAS PELO PODER PÚBLICO, DEFORMA A DELIMITAR A FÓRMULA DA RESERVADO POSSÍVEL NA PERSPECTIVA DA TEORIA DOSCUSTOS DOS DIREITOS, PARA QUE NÃO SEJAINVOCADA PARA LEGITIMAR O INJUSTOINADIMPLEMENTO DE DEVERES ESTATAIS DEPRESTAÇÃO CONSTITUCIONALMENTEIMPOSTOS AO ESTADO. TEM APLICAÇÃO ATEORIA DA “RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES” (OUDA “LIMITAÇÃO DAS LIMITAÇÕES”).

SALIENTA-SE O CARÁTER COGENTE EVINCULANTE DAS NORMASCONSTITUCIONAIS, INCLUSIVE DAQUELAS DECONTEÚDO PROGRAMÁTICO, QUE VEICULAMDIRETRIZES DE POLÍTICAS PÚBLICAS, DO QUESÃO EXEMPLO, AS NORMAS DA DOUTRINA DAPROTEÇÃO INTEGRAL (CF, ART. 227).

De acordo com o STF deve haver uma atuaçãoproativa dos juízes, mesmo em sede de uma positivacriação jurisprudencial do direito, para acolmatação de omissões inconstitucionais.

Nesta seara, POSSÍVEL O CONTROLEJURISDICIONAL DE LEGITIMIDADESOBRE A OMISSÃO DO ESTADO: atividade defiscalização judicial que se justifica pela necessidadede observância de certos parâmetrosconstitucionais, dentre os quais a proibição deretrocesso social, proteção ao mínimo existencial,vedação da proibição insuficiente e proibição deexcesso.

Desse modo, entendeu a Suprema Corte que, emtema de implementação de políticas públicasdelineadas na Constituição da República (RTJ174/687 – RTJ 175/1212-1213 – RTJ 199/1219-1220), há possibilidade jurídico-processual deutilização das “astreintes” (CPC, ART. 461, § 5º)como meio coercitivo indireto.

O caso em pauta é a implementação de ConselhosTutelares e ADVERTE A CORTE QUE ASENTIDADES POLÍTICAS NÃO PODERÃOFECHAR OS OLHOS AO MANDATOCONSTITUCIONAL, JURIDICAMENTEVINCULANTE, outorgado pelo art. 227 daConstituição Federal, que constitui um fator delimitação da discricionariedade político-administrativa do Poder Público, “cujas opções,tratando-se de proteção à criança e ao adolescente,não podem ser exercidas de modo a comprometer,com apoio em juízo discricionário de simplesconveniência ou de mera oportunidade, a eficáciadesse direito básico de índole social”

CONSELHOS MUNICIPAIS DOS DIREITOS DA CRIANÇA

E DO ADOLESCENTE

Artigo 88, II, ECA: SÃO ÓRGÃOS DELIBERATIVOS E CONTROLADORES DAS AÇÕES EM TODOS OS NÍVEIS, ASSEGURADA A PARTICIPAÇÃO POPULAR PARITÁRIA, POR MEIO D EORGANIZAÇÕES REPRESENTATIVAS.

BUSCAM A PROTEÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

SÃO ÓRGÃOS PÚBLICOSQUE EXERCEM AS OPÇÕES RELACIONADAS {A POLÍTICA DO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO INFANTOJUVENIL

AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA

DEVEM SER CRIADOS POR LEI DE INICIATIVA DO EXECUTIVO E ESTAR INSERTOS NA ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

A ESCOLHA E COMPOSIÇÃO DOS MEMBROS –SOCIEDADE CIVIL E MEMBROS DE GOVERNO –DEVE SER PREVISTA EM LEI.

FORMULAR A POLÍTICA MUNICIPAL DOSDIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;

DEFINIR PRIORIDADES E CONTROLAR ASAÇÕES DE EXECUÇÃO;

OPINAR NA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICASSOCIAIS BÁSICAS;

A DEFINIÇÃO QUANTO À UTILIZAÇÃO DOSRECURSOS DOS FUNDOS DO DIREITSO DASCRIANÇA E DO ADOLESCENTE;

DENTRE OUTROS

A RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES, OPERADORES E

ENTIDADES DE ATENDIMENTO: A CONFIGURAÇÃO DA IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA

FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA

DE ACORDO COM O ECA, AS ENTIDADESGOVERNAMENTAIS E NÃO-GOVERNAMENTAIS ESUAS RESPECTIVAS UNIDADES, SERÃOFISCALIZADAS PELO JUDICIÁRIO, PELOMINISTÉRIO PÚBLICO E PELOS CONSELHOSTUTELARES (ART. 95).

APESAR DO SILÊNCIO DA LEI, ENTENDEMOS QUE ADEFENSORIA PÚBLICA TEM PAPEL FUNDAMENTALNA ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA, INCLUSIVE COMOAUTORA DE REPRESENTAÇÃO COM O OBJETIVODA IMPUTAÇÃO DE PENALIDADE CÍVEL OUADMINISTRATIVA.

DESRESPEITO, MESMO QUE PARCIAL, OU DONÃO CUMPRIMENTO INTEGRAL ÀSDIRETRIZES E DETERMINAÇÕES DESTA LEI,EM TODAS AS ESFERAS, SÃO SUJEITOS (ART.28, LEI 12.594/2012):

gestores, operadores e seus prepostos e entidades governamentais às medidas previstas no inciso I e no § 1o do art. 97 da Lei no 8.069/90, que são: advertência; afastamento provisório de seus dirigentes; afastamento definitivo de seus dirigentes; fechamento de unidade ou interdição de programa;

entidades não governamentais, seusgestores, operadores e prepostos às medidasprevistas no inciso II e no § 1o do art. 97da Lei no 8.069/90, que são: advertência;suspensão total ou parcial do repasse deverbas públicas; interdição de unidades oususpensão de programa; cassação doregistro.

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOCIRCUNSTANCIADO DASAVALIAÇÕES. PARA HAVER AAPLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVISTASDEVERÁ HAVER UM RELATÓRIOCIRCUNSTANCIADO ELABORADO APÓSAS AVALIAÇÕES

RESPONSABILIZAÇÃO DOS AGENTESPÚBLICOS OU NÃO. A NORMARESPONSABILIZADORA É EXTENSIVAÀQUELES QUE, MESMO NÃO SENDO AGENTESPÚBLICOS, INDUZAM OU CONCORRAM, SOBQUALQUER FORMA, DIRETA OU INDIRETA,PARA O NÃO CUMPRIMENTO DA LEI DOSINASE, APLICANDO-SE, NO QUE COUBER, ASPENALIDADES DISPOSTAS NA LEI NO 8.429/92,LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA(ART. 29, SINASE).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

ARTIGO 29: NOVA POSSIBILIDADE DE“TIPIFICAÇÃO”, CONSISTENTE NA OMISSÃOPARA O CUMPRIMENTO DA LEI DO SINASE EDIRIGE-SE ÀQUELES QUE, MESMO NÃO SENDOAGENTES PÚBLICOS, INDUZAM OUCONCORRAM, SOB QUALQUER FORMA,DIRETA OU INDIRETA, PARA O NÃOCUMPRIMENTO DA LEI.

Art. 29. Àqueles que, mesmo não sendoagentes públicos, induzam ou concorram, sobqualquer forma, direta ou indireta, para o nãocumprimento desta Lei, aplicam-se, no quecouber, as penalidades dispostas na Lei no

8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobreas sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casosde enriquecimento ilícito no exercício de mandato,cargo, emprego ou função na administração públicadireta, indireta ou fundacional e dá outrasprovidências (Lei de Improbidade Administrativa).

DIFERENTEMENTE DA LEI DE IMPROBIDADEADMINISTRATIVA QUE IMPÕE COMO SUAS CAUSAS, DENTREOUTRAS, O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NO EXERCÍCIO DOCARGO, MANDATO, FUNÇÃO OU EMPREGO NAADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL, ALEI DO SINASE REPRESENTOU UM EXTRA POIS, ALÉMDESSA POSSIBILIDADE ELENCOU COMO CAUSA

CONFIGURADORA DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA AAÇÃO OU OMISSÃO PRATICADA PORAGENTE PÚBLICO QUE INDUZAM OUCONCORRAM, DE QUALQUER MANEIRA,DIRETA OU INDIRETAMENTE, PARA ONÃO CUMPRIMENTO INTEGRAL OUPARCIAL DAS REGRASREGULAMENTADORAS DO SINASE.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Asegunda hipótese de responsabilidade administrativaprevista na lei do SINASE é a mencionada no artigo85 em conjugação com os artigos 83 e 84, da mesmalei. Estes dois últimos artigos impõem que no prazode um ano, a partir da publicação da lei, que se deuem 19.01.2012, com vacatio legis de 90 (noventa)dias (art. 90), haja a transferência dos programas deatendimento socioeducativo sob a responsabilidadedo Poder Judiciário ao Poder Executivo; bem comoque haja a transferência dos programas de internaçãoe semiliberdade sob a responsabilidade dosmunicípios para o Poder Executivo do Estado

COORDENADORIA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Conselho Nacional de Justiça, Resolução 94/2009

Ela deverá ser consultada acerca dos programas, investimentos, elaboração de orçamentos no que se relacionar com a infância e juventude no âmbito nos tribunais – tais como criação de varas especializadas, elaboração de programas, cursos, palestras, encontros para o aperfeiçoamento de servidores e magistrados.

2 Atribuições

Dentre as atribuições das CIJ’s elencam-se, de acordo com o artigo 2º da norma:

elaborar sugestões para o aprimoramento da estrutura do Judiciário na área da infância e da juventude;

dar suporte aos magistrados, aos servidores e às equipes multiprofissionais visando à melhoria da prestação jurisdicional;

promover a articulação interna e externa da Justiça da Infância e da Juventude com outros órgãos governamentais e não-governamentais;

colaborar para a formação inicial, continuada e especializada de magistrados e servidores na área da infância e da juventude.

exercer as atribuições da gestão estadual dos Cadastros Nacionais da Infância e Juventude.

As Coordenadorias serão dirigidas por um magistrado, com competência jurisdicional, ou seja, titular de Vara da Infância e Adolescente ou com reconhecida experiência na área.

Poderá contar com a colaboração ou assessoria de outros magistrados: “juiz colaborador”

1.1 Composição

A composição da Coordenadoria da Infância e da Juventude, varia conforme o Tribunal. De ordinário, tem a seguinte:

Coordenador;

Equipe multiprofissional;

Apoio administrativo.

CIJ – TJMT

A Coordenadoria da Infância e da Juventude do Estado de Mato Grosso – CIJ/MT, foi instituída pela Resolução nº. 005/2011 do Tribunal Pleno em 31 de maio de 2011, com a finalidade de cumprir o disposto na Resolução nº. 94, de 27 de outubro de 2009, do Conselho Nacional de Justiça, que determinou a criação de Coordenadorias da Infância e da Juventude no âmbito dos Tribunais de Justiça dos Estados e Distrito Federal.

O seu objetivo é prestar assessoria aos juízes e técnicos da infância e da juventude nos procedimentos relativos à matéria, promovendo o aprimoramento da atuação jurisdicional e o fomento a uma melhor articulação entre os magistrados e servidores e, sobretudo, com os demais agentes do Sistema de Garantia de Direito das Crianças e dos Adolescentes.

Atribuições

Ver Regimento Interno

Membros:

Dr. José Antônio Bezerra Filho

Coordenador da CIJ-MT

Dr. Michell Lotfi Rocha da Silva

Juiz Colaborador da CIJ-MT

Dra. Leilamar Aparecida Rodrigues

Juíza Colaboradora da CIJ-MT

Dr. João Thiago de França Guerra

Juiz Colaborador da CIJ-MT

Equipe Multiprofissional:

Aretuza Wanessa de Deus Aburad Carvalhosa

Psicóloga

Nadir dos Santos Nadaf

Assistente Social

Apoio Administrativo:

Débora Regina Tavares

Representante da CIJ

Nilva Gonçalves Ferreira

Representante da CIJ

Tiago Perussi Lima Rodrigues

Representante da CIJ

1.4 Contato

Coordenadoria da Infância e da Juventude - CIJ

Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso - Centro Político Administrativo - CEP 78050-970

Caixa Postal - 1071 - Cuiabá - MT

Telefone: (65) 3617-3322

Celular: (65) 9212-2532

E-mail: [email protected]