Os Discursos Sobre a Crise Nos Jornais Teresinenses Com Vozes Governamentais o Paradoxo Da Falta e Da Oferta de Recursos

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    OS DISCURSOS SOBRE A CRISE NOS JORNAIS TERESINENSESCOM VOZES GOVERNAMENTAIS: O PARADOXO DA FALTA E DA

    OFERTA DE RECURSOS1

    Carlos Augus o !" Fra#$a Ro%&a J'#(or)

    RESUMO

    O noticiário está recoberto de reportagens a respeito de uma crise nas finanças públicas. Contudo, no

    noticiário local piauiense as notícias que tratam da necessidade de recursos dividem espaço com outrasnotícias que abordam a chegada de recursos externos como contraponto discursivo. A partir da Análisede iscurso Crítica, busca!se compreender, tomando por amostra os "ornais #eio $orte e iário do%ovo entre &' e '& de (evereiro de )&'*, a abordagem que os "ornais impressos fa+em considerandoreportagens que mencionam um cenário de crise econ mica e a chegada de recursos. A escolha daAnálise de iscurso Crítica deve!se ao interesse de sair do texto para um estudo centrado na teoria das práticas sociais de produç-o das notícias com conceitos chaves para a A C poder, hist/ria eideologia. Com base em 0oda1 2)&&34, (airclough 2)&&'4, 2)&'&4 e 2)&'54, 6amalho e 6esende2)&''4 e 2)&')4, s-o analisadas abordagens a fim de compreender as disputas ideol/gicas no campo político.

    Pala*ras+%&a*": Análise de iscurso Crítica7 8ornal #eio $orte7 8ornal iário do %ovo do

    %iauí7 %iauí.

    INTRODU,-O

    9m mesmo tema pode ganhar representaç:es completamente diferentes a partir doveículo de comunicaç-o que o retrata. ;ucessos e fracassos do grupo hegem nico s-oapresentados de modo diversos, demonstrando afinidade ou distanciamento por parte dasempresas de comunicaç-o em relaç-o a este grupo. A abund

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    de )&'*, período selecionado para a pesquisa em curso. A necessidade de compreens-o arespeito destas coberturas resulta da necessidade de observar os movimentos ideol/gicos afavor ou contra a ideologia dominante do grupo hegem nico.

    %ara compreender as reportagens utili+a!se como mGtodo a Análise de iscursoCrítica a partir da compreens-o da necessidade de analisar as relaç:es de poder expressas nas páginas dos dois "ornais. O filtro metodol/gico G uma oportunidade para compreender melhor os posicionamentos das publicaç:es em suas coberturas noticiosas e observar tambGm os posicionamentos em relaç-o ao grupo dominante.

    AN.LISE DE DISCURSO CR/TICA: FERRAMENTA PARA COMPREENS-O DEPROCESSOS E ESTRUTURAS SOCIAIS

    A escolha da Análise de iscurso Crítica para o estudo G "ustificada pelo interesse desair do texto para um estudo centrado na teori+aç-o dos processos sociais envolvidos na produç-o do texto, assim como os processos e estruturas sociais. A Análise de iscursoCrítica G apresentada como ferramenta para o estudo de relaç:es dialGticas envolvendo

    discurso e elementos das práticas sociais. =stes elementos incluem n-o somente a linguagemverbal, mas a linguagem corporal e as imagens visuais como formas de semiose.Considerando a perspectiva de 0oda1 a A C trata da linguagem como prática social

    com interesse na relaç-o entre linguagem e poder. Há uma busca por tornar visível o que estáinterligado. I=ssas pesquisas se voltam especificamente para os discursos institucional, político, de gJnero social, e da mídia 2no sentido mais amplo4, que materiali+am relaç:es maisou menos explícitas de luta e conflitoK 20O AL, )&&3, p. ))34. O interesse G de aplicar umaferramenta metodol/gica a partir da qual estas lutas possam ser melhores evidenciadasconsiderando que por muitos modos elas ficam escamoteadas na cobertura midiática diária.

    MN a AC está especialmente voltada para as mudanças radicais na vidasocial contempor

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    $a compreens-o sobre o discurso na vida social contempor

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    Opini-o, %olítica Qocal, @eral, =conomia e %olícia7 Cidade, com as editorias de Cidade, @erale =sporte7 @aleria, com a editoria de Cultura e colunas sociais.

    (ig. ' iário do %ovo de &R de (evereiro de )&'*

    $as segundas!feiras o caderno @aleria passa a ser apenas uma parte do CadernoCidade e o iário do %ovo do %iauí tem tamanho redu+ido. A cobertura do "ornal G ancorada principalmente na %olítica Qocal com as duas páginas e duas colunas do %rimeiro Caderno euma coluna no caderno Cidade, com o "ornalista V/+imo ?avares. A cobertura de cidadestambGm conta com destaque no "ornal a partir das páginas da editoria @eral e do pr/priocaderno Cidade.

    O "ornal #eio $orte data de '> de "aneiro de ' 5 a partir da compra do extinto "ornalO =stado pelo empresário %aulo @uimar-es. O maquinário do "ornal anterior foi comprado pelo empresário que fundou o novo título de mesmo nome que outras empresas de umconglomerado de comunicaç-o. O "ornal possui trJs cadernos regulares %rimeiro Cadernocom as editorias, %olítica W 8ustiça, %iauí, $acional, #undo e OlG7 ?heresina, com a editoria?heresina, Xairros e %olícia7 Arte W (est, com a cobertura de cultura.

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    (igura ) #eio $orte de &R de (evereiro de )&'* $as segundas!feiras #eio $orte tem um suplemento especial para a economia e

    concursos, chamado $eg/cios, que absorve o Arte W (est. O 8ornal #eio $orte foi o primeirodo =stado a circular nas segundas!feiras fa+endo com que os concorrentes, O ia e iário do%ovo do %iauí trilhassem o mesmo caminho. A cobertura política de #eio $orte G restrita Ss páginas do %rimeiro Caderno em que está a editoria %olítica W 8ustiça e Ss colunas que est-otambGm no %rimeiro Caderno tratando o assunto.

    %ara o estudo ser-o utili+ados exemplares dos dois "ornais entre os dias '> e '& defevereiro de )&'* das editorias responsáveis pela cobertura política estadual nas duas publicaç:es. O foco da análise está sobre as reportagens de #eio $orte e iário do %ovo do

    %iauí que tratam de aç:es do governo do =stado do %iauí, ent-o publicadas nas páginas R e 3dos dois "ornais durante o período mencionado.

    CONTRAPONTO E ASSOCIA,-O NAS COBERTURAS DI.RIAS DE DI.RIO DOPOVO E MEIO NORTE

    O "ornal iário do %ovo adota em relaç-o ao governo uma linha de contraposiç-o emque busca situar!se contrário ideologicamente a tendJncia política dominante. A publicaç-oem seus textos contrap:e o governo nos momentos em que s-o apresentados acontecimentos

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    considerados positivos e realça as dificuldades enfrentadas pelos governantes atravGs dasnotícias publicadas no período selecionado para análise. Com vo+es do pr/prio governo o "ornal traça avaliaç:es negativas sobre os temas abordados.

    A principal identificaç-o promovida pelo "ornal G dos representantes do governo. Xemdemarcados, eles s-o identificados na relaç-o que tem uns com os outros quando se trata daresponsabilidade que eles tem em relaç-o ao governo. ;-o secretários, como 6afael (onteles e(rancisco 8osG ;ilva7 representante do poder Qegislativo, como ?hemístocles (ilho ou ogovernador 0ellington ias.

    =les compartilham a identificaç-o relacional como integrantes de um governo emdificuldades e que G dúbio =m I(ran+G di+ que n-o tem como devolver dinheiroK 2 Y6 O

    O %OZO, &RP&)P'*, p. R4 tanto o secretário de Administraç-o e %revidJncia, (ran+G ;ilva Gapresentado como inflexível e o governador 0ellington ias como indeciso em que eles est-oem conflito, diante da situaç-o de devolver recursos que teriam sido retidos indevidamente deservidores do governo, uma gratificaç-o por insalubridade.

    O secretário estadual de Administraç-o e %revidJncia, (ran+G ;ilva, afirmou

    ontem que o =stado n-o tem dinheiro nem base legal para devolver agratificaç-o de insalubridade retirada em "aneiro de cerca de '& milservidores da ;aúde, =ducaç-o, AssistJncia ;ocial e outras pastas. Adeclaraç-o de (ran+G contraria determinaç-o do governador 0ellington ias para que os valores descontados dos contracheques dos servidores se"amdevolvidos. 2 Y6 O O %OZO, &RP&)P'*, p. R4

    A identificaç-o relacional com a crítica em relaç-o ao governo "á começa na ediç-oanterior com a matGria I@overno volta atrás e manda pagar insalubridade integralK 2 Y6 O

    O %OZO, &)P&)P'*, p. R4 em que se destaca o movimento do governo de voltar atrás ap/s a press-o de servidores. IO governo voltou atrás depois da insatisfaç-o dos servidores e daocupaç-o do gabinete do secretário de governo, #erlong ;olanoK 2 Y6 O O %OZO,&)P&)P'*, p. R4

    A avaliaç-o da publicaç-o a respeito do governo G eminentemente negativa. Asapreciaç:es do locutor s-o voltadas para apontar os problemas envolvendo o governo comrealce nas dificuldades e em determinados momentos esmaecendo temas que poderiam ser considerados como positivos. =m I?esouro $acional aprova 6[ )'B milh:es para o metr K

    2 Y6 O O %OZO, &*P&)P'*, p. 34 a notícia positiva da chegada de recursos G diminuída

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    com o título do box em seguida que informa I6ecursos ser-o liberados de acordo com aexecuç-o da obraK, dando a entender que o =stado n-o tem acesso imediato aos recursos.

    $o texto há o contraponto entre as declaraç:es do secretário de (a+enda, 6afael(onteles com a hist/ria do #etr de ?eresina, IMN. inaugurado em novembro de ' &, masainda funciona com estrutura deficienteK2 Y6 O O %OZO, &*P&)P'*, p. 34. O box auxiliano contraponto das declaraç:es animadas por parte do governo, mesmo que para isso utili+ecomo fonte o pr/prio secretário de (a+enda. I6afael (onteles destaca tambGm que nesse tipode operaç-o os recursos s-o liberados de acordo com a execuç-o da obraK. 2 Y6 O O%OZO, &*P&)P'*, p. 34

    A avaliaç-o negativa G feita em vários aspectos explícitos como na matGria I%iauígastou menos que arrecadou em )&'5K 2 Y6 O O %OZO, '&P&)P'*, p. R4. O pr/prio títuloG uma afirmaç-o avaliativa "á que realça primeiro o gasto ao invGs da arrecadaç-o. Com issouma notícia possivelmente positiva, em que a arrecadaç-o G maior do que o gasto, Gapresentada quase de forma negativa com foco no gasto e n-o na arrecadaç-o. A apresentaç-odo resultado da balança comercial acontece com mais termos tGcnicos sem conferir maisdestaque para o balanço positivo do =stado.

    $a prática, isso significa que o %iauí teve superavit primário, ou se"a, o=stado gastou menos do que arrecadou, tendo em vista que o ;uperavit%rimário nada mais G do que o dinheiro que o governo consegue economi+ar.\uanto maior o ;uperavit %rimário, maior G a capacidade que o @overno possui de arcar com seus compromissos financeiros. 2 Y6 O O %OZO,'&P&)P'*, p. 34

    A principal matGria deste dia no iário do %ovo G "ustamente uma avaliaç-o negativa

    por parte do "ornal em relaç-o ao governo. I;ecretário di+ que arrecadaç-o de C#; ficouabaixo da inflaç-oK 2 Y6 O O %OZO, '&P&)P'*, p. 34 G uma matGria em que o destaqucabe para a frustraç-o de receita por parte do governo em que os dados negativos s-oenfati+ados. $úmeros e declaraç:es do secretário de (a+enda, 6afael (onteles s-oapresentadas com a finalidade de corroborar a avaliaç-o negativa do "ornal em torno das políticas governamentais, neste caso voltadas para a economia.

    Apesar da previs-o de aumento, 6afael lembra que esse percentual n-osuperou o %CA, que G o índice de %reços ao Consumidor Amplo MN. Aindade acordo com instituto, a tendJncia G que a inflaç-o continue aumentando

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    MN. %or isso, o secretário da (a+enda olha com cautela o aumento naarrecadaç-o.2 Y6 O O %OZO, '&P&)P'*, p. 34

    O "ornal promove a articulaç-o de vo+es particulares a fim de corroborar a teseapontada em suas matGrias. %ara isso s-o utili+adas vo+es em conflito dentro do pr/priogoverno, como tambGm vo+es que apontam conflito entre governo e populaç-o. A notíciaI(ran+G di+ que n-o tem como devolver dinheiroK 2 Y6 O O %OZO, &RP&)P'*, p. R4 G uexemplo do conflito das vo+es dentro do pr/prio governo, quando o secretário deAdministraç-o e o governador s-o apresentados dando declaraç:es contrárias.

    Os boxes I@overno prop:e rea"uste parcelado a professorK e I#=C nega pedido dea"uda para pagar pisoK, que fa+em parte da matGria I@overno enviará S Assembleia pro"eto para pagar insalubridadeK 2 Y6 O O %OZO, &5P&)P'*, p. R4 exp:em o conflito entregoverno e ;indicato dos ?rabalhadores em =ducaç-o do %iauí 2;inte!% 4 em que o governo Gquestionado sobre a sua capacidade de atender ao pleito dos servidores. =nquanto por um ladoa vo+ dos sindicalistas exp:e a insatisfaç-o "unto ao governo, a vo+ do secretário Gapresentada por outro lado como incapa+ de atender ao pleito apresentado.

    A presidente do ;inte!% , professora Odeni ;ilva, afirmou que ninguGmficou satisfeito com a proposta do governo. ;egundo ela, alGm de a propostade aumento parcelado n-o agradar aos professores, n-o há nenhuma previs-ode rea"uste salarial para os demais trabalhadores em educaç-o. MN ICom anegativa por parte do #inistGrio da (a+enda, a orientaç-o do governador 0ellington ias G a de apertar os cintos, contingenciar despesas, redu+ir ocusteio da máquina para honrar o compromisso do magistGrioK, revela(ran+G ;ilva. 2 Y6 O O %OZO, &5P&)P'*, p. R4

    ?ratam!se de vo+es articuladas para a avaliaç-o promovida pelo "ornal em que as

    vo+es particulares acionada confirmam o que a publicaç-o apresenta estabelecendo umfechamento da diferença. ;ecretários, governador e sindicalistas atravGs de suas falas diretaou indiretamente corroboram com a vis-o do "ornal de que há problemas no =stado. $a lutade poder entre a publicaç-o e o governo, as declaraç:es do pr/prio governo s-o utili+adas para questionar a hegemonia que envolve o discurso da tendJncia dominante.

    O "ornal #eio $orte apresenta durante o período selecionado para o estudo outraavaliaç-o em torno das aç:es envolvendo o governo do =stado. ?rata!se de uma abordagem

    positiva, colaboracionista em relaç-o a ideologia dominante a fim de reforçar o pensamento

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    hegem nico que ocupa o poder. A identificaç-o dos personagens das matGrias destaca arelaç-o pr/xima entre veículo de comunicaç-o como empresa e o grupo que chefia o governocom destaque principalmente para as vo+es de representantes governistas nas reportagensapresentadas pelo "ornal.

    =sta avaliaç-o positiva G representada principalmente atravGs do governador 0ellington ias. =le será a principal vo+ acionada no sentido de conferir legitimidade Savaliaç-o positiva do "ornal a respeito do governo. $o texto I@overno vai investir 6[ ',5 bilh-o, prevJ iasK 28O6$AQ #= O $O6?=, &)P&)P'*, p. R4 a imagem do governador Gapresentada do modo positivo tanto quanto o pr/prio governo com a associaç-o feita pelo "ornal entre o governo e valores como compromisso e transparJncia.

    %ara 0ellington, a explanaç-o G importante para fortalecer o compromissocom a transparJncia, visto que o documento G produ+ido a partir de dadosfornecidos pelos /rg-os oficiais da Administraç-o ireta e ndireta. MN =mum ano de crise econ mica em todo o país, o @overno do =stado garantiu o pagamento dos servidores públicos estaduais, remodelou a %revidJncia eAssistJncia ;ocial e assegurou recursos para investimentos em áreasessenciais. 28O6$AQ #= O $O6?=, &)P&)P'*, p. R4

    Como no texto destacado atG aspectos ruins, S semelhança de crises econ micas, s-oesmaecidos na cobertura reali+ada pelo "ornal #eio $orte. A crise econ mica G apresentadaatG mesmo como um aspecto positivo em que se sobressai diante da falta de recursos aIcompetJnciaK do governo para garantir os recursos para pagar o funcionalismo. A valoraç-o positiva sobre o governo chamando a atenç-o para o que associado como competJncia Gdestacado tambGm em I=mpresa norueguesa compra duas usinas de energia no %iauíK

    28O6$AQ #= O $O6?=, &)P&)P'*, p. 34, mais especificamente no box I nvestimentos seestendem a outras matri+es em )&'*K.

    $o texto governo e =stado s-o apresentados pelo "ornal #eio $orte de modomisturado, propositalmente associados. IO potencial do %iauí na produç-o de energiasrenováveis continuará a se desenvolver MN prospecç-o feita ao se observar o plane"amentode obras no =stado e o potencial revelados por iniciativas como o Complexo =/lico Chapadado %iauí M... K 28O6$AQ #= O $O6?=, &)P&)P'*, p. 34 =ssa associaç-o G voltada

    principalmente para destacar a força do discurso hegem nico por parte do grupo no poder arespeito das aç:es governamentais.

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    =sta associaç-o em prol da avaliaç-o positiva destaca!se em outros momentos dacobertura de #eio $orte como na leitura da mensagem do governador ao legislativo emI;egurança G prioridade este ano, di+ 0ellingtonK 28O6$AQ #= O $O6?=, &RP&)P'*, p. R4em que repete!se a estratGgia de valori+ar as aç:es desenvolvidas pelo governo e minimi+ar asdificuldades enfrentadas pelo =stado. IO gestor declarou que )&'5 foi um ano difícil e mesmoassim o %iauí tem conseguido avançar. MN o %iauí trabalhou em duas frentes reduç-o dedespesas e a melhoria da receita tributáriaK 28O6$AQ #= O $O6?=, &RP&)P'*, p. R4

    A identificaç-o relacional dos atores sociais presentes nos textos do "ornal #eio $orteG feita com o destaque para a posiç-o que ocupam em relaç-o ao governo. AlGm dogovernador e seus secretários ganham destaque outras figuras de algum modo associadas aogoverno, como o líder do governo na Assembleia Qegislativa, deputado estadual 8o-o de eus2%?4. 9m exemplo neste aspecto está na matGria IQíder do governo prevJ liberaç-o de 6[ ',5 bi atG maioK 28O6$AQ #= O $O6?=, &3P&)P'*, p. R4 em que o parlamentar G apresentadocomo a vo+ legítima para falar dos recursos que est-o para chegar para o governo.

    MN a atenç-o do governo do %iauí "á se volta para a liberaç-o do

    emprGstimo de 9;[ R)& milh:es feita ao Xanco #undial para o =stado MNA preocupaç-o do =xecutivo G que o montante chegue no menor pra+o possível para que os pro"etos possam ser desenvolvidos com maior celeridade tra+endo benefícios intrínsecos S populaç-o em geral. 28O6$AQ#= O $O6?=, &3P&)P'*, p. R4

    AtG mesmo a identificaç-o de outros poderes G feita a partir da relaç-o com o governo.=m I%oderes buscam recuperaç-o de atG 6[ R bilh:es em crGditosK 28O6$AQ #= O $O6?=, &3P&)P'*, p. 34 a referJncia para tratar do assunto G o poder =xecutivo. I?anto a

    Assembleia como o =xecutivo trabalham em avanços no que tange a recuperaç-o de crGditostributários MN. K 28O6$AQ #= O $O6?=, &3P&)P'*, p. 34. $o exemplo a abertura do anolegislativo para tratar da criaç-o de uma vara voltada para a cobrança de tributos atrasados,que envolve o 8udiciário e o Qegislativo G apresentada tomando como referencial o =xecutivo,que conhece os valores a serem cobrados.

    =m situaç:es de conflito n-o há apresentaç-o de vo+es dissonantes. Aintertextualidade no "ornal #eio $orte G restrita Ss vo+es do governo, com a repetiç-o de

    aspectos semelhantes "á mencionados anteriormente. =m I@overno prop:em parcelar rea"uste

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    dos professoresK 28O6$AQ #= O $O6?=, &5P&)P'*, p. R4 lembra!se que houve uma reuni-oentre governo e professores, mas n-o G sonegada a vo+ dos sindicalistas na reportagem. A vo+de destaque G conferida ao governo, representada pelo secretário de Administraç-o, (ran+G;ilva.

    O secretário estadual de Administraç-o e %revidJncia, (ran+G ;ilva, dissenesta quinta!feira, dia &3, durante reuni-o com representantes do ;indicatodos ?rabalhadores em =ducaç-o 2;inte4 que apesar do @overno do =stado "á pagar acima do %iso $acional do #agistGrio os professores da rede estadualde ensino, será concedido o pagamento do rea"uste do piso da categoria.

    28O6$AQ #= O $O6?=, &5P&)P'*, p. R4

    $-o há da parte do "ornal #eio $orte o contraponto S vers-o apresentada pelogoverno, de que segue o piso regulamentado pelo #inistGrio da =ducaç-o. $a cobertura Gapenas referendada a vers-o governista com Jnfase na impossibilidade de pagamento do %isodos %rofessores, como defendida pelo pr/prio governo. O "ornal, nesta ediç-o, tenta diminuir a negatividade em torno do pagamento do rea"uste parcelado com a vo+ apenas do governocom um box I;ervidores estaduais poder-o receber '3> salárioK28O6$AQ #= O $O6?=,&5P&)P'*, p. R4. $ele a vo+ do mesmo secretário G acionada para destacar que os servidoresser-o melhor remunerados, mesmo com o parcelamento do rea"uste.

    Apenas quando se trata da liberaç-o de recursos o "ornal #eio $orte tra+ vários atoressociais se manifestando, mas defendendo o mesmo ponto de vista o =stado está recebendorecursos ou com uma gest-o financeira!fiscal positiva. $este aspecto destacam!se tanto achegada de recursos externos como I?esouro $acional aprova 6[ )'B milh:es para #etr K28O6$AQ #= O $O6?=, &*P&)P'*, p. R4, com a vo+ do ;uperintendente do ?esouro, =mílio

    8únior7 como na gest-o interna, por exemplo em I@overno arrecadou 6[ 5,B bilh:es em)&'5K 28O6$AQ #= O $O6?=, &BP&)P'*, p. R4, em que quem fala G o secretário de(a+enda, 6afael (onteles.

    O "ornal por diversos momentos acaba encampando o discurso do grupo hegem nico afim de legitimá!lo como em I%iauí tem superavit de 6[ R,U bi em )&'5K 28O6$AQ #= O $O6?=, &BP&)P'*, p. R4, um box da matGria anteriormente mencionada. Assim como nos boxes seguintes7 I=stado pagou 6[ *&& mi de exercícios anterioresK 28O6$AQ #= O

    $O6?=, &BP&)P'*, p. R4 e I6eceitas tributárias cresceram '&,&U], há uma busca por

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    legitimar o discurso do grupo no poder de que há sucesso na administraç-o estadual,gerenciada por este grupo.

    #esmo com todas as dificuldades o governo tem feito todo esforço paramanter o equilíbrio das contas públicas e temos conseguido superar desafios,graças ao apoio que tivemos do governador, no sentido de garantir um maior controle das finanças. ^ tambGm importante agradecer o empenho da equipeecon mica do @overno e a contribuiç-o dos servidores da ;ecretaria de(a+enda no sentido de melhorar a nossa arrecadaç-o pr/priaK, enfati+a osecretário estadual de (a+enda, 6afael 2sic4. 28O6$AQ #= O $O6?=,&BP&)P'*, p. R4

    Com a Jnfase nas declaraç:es positivas dos governistas, assim como apresentando!secomo pr/ximo do grupo dominante, o "ornal #eio $orte constr/i seu relato no períodoselecionado com uma associaç-o clara ao discurso hegem nico. ?rata!se de uma escolha por n-o estabelecer contraposiç-o e em muitos momentos encampar o que G defendido por estegrupo como estratGgia ideol/gica associada Ss ideias deste grupo que setá no poder.

    CONSIDERA, ES FINAIS

    Os "ornais #eio $orte e iário do %ovo debruçam!se durante o período analisadosobre temas semelhantes. _ uma cobertura que abrange assuntos como a leitura da mensagemdo governador 0ellington ias ao Qegislativo =stadual, a criaç-o de uma vara especiali+adaem cobrar dGbitos atrasados de contribuintes do fisco estadual, a chegada de recursos etambGm o parcelamento do rea"uste para o salário dos professores. Os mesmos temas,entretanto, s-o abordados de maneiras diferentes entre os dois "ornais selecionados.

    e t-o diferentes as coberturas de iário do %ovo e #eio $orte chegam a ser diametralmente opostas nos dias selecionados para o estudo. iário do %ovo aborda os temasselecionados em um viGs negativo com críticas em relaç-o ao governo do =stado. A avaliaç-onegativa trata as diversas iniciativas do discurso governista com desconfiança e sobquestionamento. %or outro lado #eio $orte endossa a ideologia dominante e associa!se aogrupo que está no poder fornecendo!lhe suporte para a divulgaç-o das aç:es governamentais.A avaliaç-o positiva do veículo G feita do modo que #eio $orte encampa o discurso propagando pelo governo.

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    A pr/pria relaç-o entre os dois "ornais com o governo G diferenciada. A identificaç-odos atores sociais denota uma proximidade entre #eio $orte e os representantes do governo,os que tem vo+ nas matGrias publicadas. A relaç-o pr/xima G representada por diversasreportagens em que o "ornal fala em nome do pr/prio governo. 8á o iário do %ovo tra+ nasnotícias publicadas um distanciamento com a identificaç-o relacional calcada no conflitoentre atores sociais no governo e entre governo e outros setores, como sindicatos.

    =stas relaç:es se refletem nas vo+es presentes nas reportagens. iário do %ovodestaca!se pela intertextualidade com reportagens construídas com mais vo+es, que est-o emconfronto. %rincipalmente nas reportagens relacionadas ao parlamento do salário dos professores, há uma disputa entre sindicalistas e governo, representadas pelas vo+es nasmatGrias. #eio $orte, por sua ve+, minimi+a estas vo+es com as declaraç:es do governo sobreo assunto. Os professores s-o apresentados como atores sociais, mas sem direito a vo+ nasreportagens que reprodu+em o discurso governista.

    ;-o coberturas diferentes que recorrem a estratGgias contrárias para traçar representaç:es do mesmo assunto. 6ecursos para o =stado s-o tratados de modo praticamenteinverso pelos dois "ornais. esconfiança pauta a cobertura por parte de iário do %ovo e

    apoio marca as reportagens publicadas por #eio $orte. As posturas diferentes ancoramdiferentes representaç:es sobre o =stado, assim como do grupo hegem nico.

    REFER2NCIAS

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