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III Congresso Consad de Gestão Pública OS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE COMO PARTE DA ESTRATÉGIA DE GOVERNO ELETRÔNICO EM MINAS GERAIS Daniel Araújo Castro

OS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE … CONSAD/paineis... · são formas de organizações virtuais, criadas pelos governos, com o objetivo de ampliar a

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III Congresso Consad de Gestão Pública

OS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DA

SOCIEDADE COMO PARTE DA ESTRATÉGIA DE

GOVERNO ELETRÔNICO EM MINAS GERAIS

Daniel Araújo Castro

Painel 17/065 O uso das tecnologias de informação e comunicação para a criação de espaços de participação da sociedade

OS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE COMO PARTE DA

ESTRATÉGIA DE GOVERNO ELETRÔNICO EM MINAS GERAIS

Daniel Araújo Castro

RESUMO O Governo do Estado de Minas Gerais estabeleceu projetos estruturadores que traduzem as prioridades governamentais do segundo governo de Aécio Neves. Os projetos estruturadores nasceram do planejamento estratégico do atual Governo de Minas Gerais e consistem em ações prioritárias dentro do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e do Plano Plurianual (PPA) de Ação Governamental. Neste sentido, merecem destaque entre os objetivos estratégicos do PMDI: Ampliar a transparência e o controle social das ações de governo, implementando a governança social; Aumentar a utilização do governo eletrônico, dando ênfase à prestação de serviços ao público; Efetivar política de prestação de contas à sociedade. Entre os 57 Projetos Estruturadores que fazem parte do PPA, o projeto estruturador Governo Eletrônico (e-Gov) tem como um dos seus objetivos aprimorar a governança eletrônica e aprofundar as relações entre o governo e a sociedade, com ênfase na abertura de novos espaços de interlocução e participação. A participação da sociedade nas ações da administração pública é também um dos pressupostos da Constituição Federal de 1988, a “Constituição Cidadã”, permeando diversos pontos do seu texto, em particular, o Art. 37, inciso XXII, parágrafo 3o: “A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta”. A participação eletrônica, e a sua combinação com a participação presencial, têm sido apontadas como potencializadoras de novas formas de governança, típicas da Sociedade da Informação. Neste contexto, o Participa-MG tem como objetivo a definição de um modelo de relacionamento governo-sociedade para 5 (cinco) ações componentes dos Projetos Estruturadores do Governo de Minas e a especificação de um ambiente virtual para a operação dessas ações na Internet. A seguir descrevemos o modelo referencial para 5 (cinco) primeiros processos de participação. O modelo inclui a descrição dos processos, as regras de funcionamento, a especificação dos requisitos tecnológicos e de navegação. A criação de espaços virtuais de participação da sociedade nas ações do governo, busca a melhor forma de integrar elementos presenciaise virtuais para produzir experiênciasbem sucedidas e duradouras de engajamento cidadão.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 03

VISÃO GERAL........................................................................................................... 05

ESCOLHA DAS AÇÕES PARTICIPANTES.............................................................. 06

RECOMENDAÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO........................................ 08

AÇÕES DA SEPLAG................................................................................................. 09

IMPLEMENTANDO OS ESPAÇOS VIRTUAIS.......................................................... 11

REGRAS DE PARTICIPAÇÃO.................................................................................. 14

ANEXOS.....................................................................................................................16

3

INTRODUÇÃO

Na Sociedade da Informação, cada cidadão deve ter acesso a um

conjunto básico de ferramentas computacionais e de telecomunicações, associado a

conhecimento de utilização, que lhe permita receber, produzir e transmitir

informação e usufruir de serviços eletrônicos. As tecnologias de informação e

comunicação são usualmente encaradas como instrumentos potenciais para uma

melhor adoção de políticas de governança, bem como para a intensificação da

democracia, melhoria da prática de cidadania e de relacionamento entre as

autoridades públicas e a população em geral. Os espaços virtuais de participação

são formas de organizações virtuais, criadas pelos governos, com o objetivo de

ampliar a participação da sociedade nos seus processos decisórios. Esses espaços

de participação são novas formas de relacionamento entre o governo e os cidadãos

e sua organização típica são as redes de participação voluntária que utilizam a

Internet como meio para o relacionamento com o governo. Sua criação e

funcionamento são facilitados pelo desenvolvimento de novas tecnologias na

Internet que permitem comunicação multidirecional fácil e instantânea, assim como

diversas formas de interação e colaboração independentemente das distâncias

geográficas. O uso da Internet permite colocar o governo mais próximo do cidadão,

oferecendo serviços que atendem às expectativas de conveniência, acessibilidade e

oportunidade. E “estar mais próximo” não se refere apenas a pessoas, mas também

aos diversos tipos de organizações da sociedade civil e às empresas.

Não se deve imaginar que a tecnologia é, por si mesma, um mecanismo

de ampliação da participação da vida pública. Mas há razoável concordância nas

possibilidades de aumento de participação do cidadão e algumas propostas de uso

da tecnologia da informação para essa participação são tecnologicamente viáveis.

As novas tecnologias contribuem para a ação coletiva e estruturam os processos

pelos quais a mobilização social é inspirada, como por exemplo, reduzindo custos

dos atores coletivos, fazendo com que pequenos grupos ativistas que seriam

marginalizados se tornem relevantes no discurso público, reduzindo custos

individuais de engajamento e participação (tempo e espaço não mais restringem a

participação), reduzindo hierarquias intraorganizacionais dos movimentos sociais,

facilitando a formação de identidade coletiva e sendo efetivas na sugestão da força

4

de um ator coletivo – o fato de estar na rede dá a impressão às pessoas que são

parte de uma rede virtual global.

O contexto tecnológico de ampliação da participação na Internet é a “Web

2.0”. Esse termo, Web 2.0, foi criado no início dos anos 2000 para designar uma

nova geração de comunidades e serviços na rede, tendo como conceito a "Web

como plataforma", envolvendo aplicações baseadas em redes sociais e tecnologia

da informação. Embora o termo tenha uma conotação de uma nova versão para a

Web, ele não se refere a uma nova geração técnica de aplicações, mas a uma

mudança na forma como ela é encarada por usuários e desenvolvedores – um

ambiente de interação que engloba múltiplas linguagens e motivações. É comum o

uso de ferramentas que reforçam o conceito de troca de informações e colaboração

dos internautas com sites e serviços virtuais, tais como wikis, blogs, vídeos,

podcasts, RSS, fóruns e chats. Os usuários colaboram para a construção do

conteúdo que utilizam.

Por associação com o conceito Web 2.0, está se popularizando o conceito

Governo 2.0. Não se trata de uma “nova versão” do governo, mas de um governo

que se utiliza das ferramentas de colaboração e interação para facilitar e ampliar a

participação da sociedade. Ferramentas da Web 2.0 permitem a comunicação de

maneira fácil e direta entre governo e população. Como a população está se

utilizando destas ferramentas cada vez mais à-vontade, e principalmente os jovens,

não há esforço de desenvolvimento de novas habilidades entre os cidadãos. No

mundo, há exemplos do uso destas ferramentas em governos nacionais, sub-

nacionais e locais. Busca-se a ampliação da prática democrática, o desenvolvimento

e suporte a redes sociais, a ampliação e melhoria da qualidade dos serviços

públicos, a promoção do desenvolvimento social e econômico de regiões ou

localidades, o uso em práticas de gestão internas ao governo e de relacionamento

com o servidor público.

5

VISÃO GERAL

Experiências de ampliação de participação bem sucedidas sucedem-se

nos setores público e privado. No setor público, a busca pela ampliação da

participação está associada a permitir escolha de prioridades pelos cidadãos, a usar

cidadãos para coletar fatos/informações, a gerar comprometimento multipartite, a

combinar participação presencial e online, ajudar a interação de cidadãos e

especialistas e promover solução de problemas locais.

O governo do Estado de Minas Gerais escolheu cinco aplicações a

serem desenvolvidas inicialmente no projeto ParticipaMG para avançar na

experimentação de espaços de participação na Internet. Para isso, o projeto foi

desenhado em cinco fases.

6

ESCOLHA DAS AÇÕES PARTICIPANTES

Primeiro, foram pré-selecionados 22 entre os 57 Projetos Estruturadores.

Em seguida, a pré-seleção foi apresentada à SEPLAG, resultando na escolha de 11

projetos. Após, houve a realização de reuniões com os gestores dos 11 projetos,

que resultaram na decisão pela SEPLAG de 5 ações (Tabela 1).

5 A5 Açções de participaões de participaççãoão

Entrevistas com gestoresEntrevistas com gestoresdos projetos e definidos projetos e definiççãoão

com a SEPLAGcom a SEPLAG

11 Projetos escolhidos11 Projetos escolhidos

SeleSeleçção em reunião ão em reunião executiva com a SEPLAG executiva com a SEPLAG

22 Projetos pr22 Projetos préé--selecionadosselecionados

PrPréé--seleseleçção a partir de ão a partir de critcritéérios de prios de púúblicoblico--alvo alvo

e pole polííticotico--organizacionais organizacionais

57 Projetos estruturadores57 Projetos estruturadores

5 A5 Açções de participaões de participaççãoão

Entrevistas com gestoresEntrevistas com gestoresdos projetos e definidos projetos e definiççãoão

com a SEPLAGcom a SEPLAG

11 Projetos escolhidos11 Projetos escolhidos

SeleSeleçção em reunião ão em reunião executiva com a SEPLAG executiva com a SEPLAG

22 Projetos pr22 Projetos préé--selecionadosselecionados

PrPréé--seleseleçção a partir de ão a partir de critcritéérios de prios de púúblicoblico--alvo alvo

e pole polííticotico--organizacionais organizacionais

57 Projetos estruturadores57 Projetos estruturadores

Figura 1 : Etapas de seleção das ações de Projetos Estruturadores para o projeto ParticipaMG

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Tabela 1: Ações escolhidas e aplicações propostas para o ParticipaMG

Projeto Estruturador Ação de Participação Aplicações Propostas

Projeto Consolidação da Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas

Conclusão da criação e estruturação dos Comitês de Bacia Hidrográfica

Plataforma (Ning) da rede de Comitês de Bacias – permite a comunicação entre os diversos atores, a discussão de temas por meio de fóruns virtuais, a publicação de documentos e a criação coletiva.

Uma plataforma de comunicação onde cada Comitê terá sua “rede” e todos participarão da rede macro

Projeto Destinos Turísticos Estratégicos

Desenvolvimento e promoção dos demais destinos turísticos estratégicos

Publicação de experiências de viagem em MG, incluindo textos, comentários, publicação de fotos e vídeos.

Projeto Poupança Jovem

Realização das atividades complementares – Ação protagônica juvenil

Utilização de ferramentas tipo Wiki, Blog e Rede social para a promoção e divulgação das ações de protagonismo dos grupos de jovens participantes. Treinamento e inclusão dos jovens na ‘Rede TeiaMG’;

Projeto Rede de Inovação Tecnológica

Fomento da cultura empreendedora – Capacitação de jovens empreendedores

Troca de experiências entre professores e construção coletiva de conteúdos (apostilas, cursos, projetos etc.); rede social de atores envolvidos.

Projeto Projovem Trabalhador N.A.

Criação de comunidade virtual de participantes – comunicação, estímulo positivo, criação de identidade. Podem ser criadas comunidades por eixos de capacitação;

Criação de um “banco de idéias” construído no modelo Wiki

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RECOMENDAÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

O Governo de Minas tem se caracterizado por seu modelo de gestão

inovador e de reconhecido sucesso. De forma coerente, ao desenvolver o projeto de

criação dos espaços de participação, partiu dos seus projetos estruturadores, que

materializam as estratégias de governo, escolhendo entre eles, aqueles que

apresentam grande ‘vocação’ para a implementação de processos participativos na

Internet. Os recursos técnicos da Web 2.0 não substituem os canais tradicionais de

comunicação do Governo com a sociedade, mas abrem novas possibilidades de

interação, com grande potencial para aproximar ainda mais o governo do cidadão.

O Projeto ParticipaMG, que utiliza os recursos da Internet para a

implementação de cinco ações de participação no Governo de Minas Gerais é o

início de um processo que, certamente, terá inúmeros desdobramentos. Ao longo da

seleção dessas cinco ações para inclusão no projeto, diversas outras oportunidades

de participação foram identificadas e seus responsáveis demonstraram preparo e

vontade para impulsionar novos projetos como este.

O objetivo desta seção é chamar a atenção para alguns pontos

importantes que podem auxiliar o andamento das próximas etapas deste projeto,

assim como apresentar um conjunto de recomendações para apoiar o

desenvolvimento de outros projetos semelhantes.

É característica do desenvolvimento de aplicações no ambiente

tecnológico da Web 2.0, a implementação de um conjunto básico de

funcionalidades, utilizando-se, em geral, de plataformas semi-prontas ou

customizáveis que permitem colocá-las em funcionamento em um prazo curto.

Depois, em função das necessidades que surgem no uso, novas funcionalidades

são acrescentadas, por meio da agregação de novos programas ou serviços Web.

Este documento segue esta filosofia de desenvolvimento e a sua implementação

deverá ser executada de forma a permitir este modelo evolucionário.

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AÇÕES DA SEPLAG

Algumas ações deverão ser realizadas pela SEPLAG com o objetivo de

viabilizar o desenvolvimento das aplicações especificadas e de minimizar os riscos

relacionados aos processos de desenvolvimento e implantação das ações de

participação na Internet.

Desenvolvimento das aplicações

Há ações a serem desenvolvidas pela SEPLAG no desenvolvimento das

aplicações propostas, que possuem impacto no resultado da implementação. Estas

ações dizem respeito à contratação do desenvolvimento, ao armazenamento da

aplicação e sua manutenção.

a) Contratação do desenvolvimento – a SEPLAG deverá realizar os

processos de apresentação, negociação e contratação dos termos de

referência.

b) Armazenamento e manutenção – a SEPLAG deverá definir as

responsabilidades pela hospedagem e pela manutenção das

aplicações.

Estruturação da rede de espaços virtuais de participação

Cada espaço virtual possui suas características próprias, principalmente

em função da área de atuação e do modelo de participação. Entretanto, é de

fundamental importância para a institucionalização e disseminação das práticas de

participação, que haja grande troca de experiências entre as cinco iniciativas e

aquelas que virão a ser implementadas futuramente. É papel da SEPLAG criar

condições favoráveis a essa troca de experiências. Neste sentido, a SEPLAG deve

atuar junto às áreas responsáveis para:

a) Definir coordenadores de cada ação de participação;

b) Apoiar os coordenadores na seleção e definição dos animadores das

redes de participação;

c) Apoiar os coordenadores no treinamento e orientação dos animadores,

com base neste Relatório, para a efetiva implementação e operação

das Ações de Participação.

10

d) Monitorar e acompanhar periodicamente as ações de participação

avaliando seus resultados, fomentando a troca de experiências e

propondo ajustes.

e) Agendar encontros formais de trocas de experiências (reunião,

seminário, oficina etc.) entre os responsáveis e participantes dos vários

projetos em implementação.

Inclusão nos acordos de resultados

A SEPLAG deverá incluir nos acordos de resultados de cada área

participante do projeto, as metas de implantação e operação das ações de

participação.

Institucionalização das ações de participação

A institucionalização das ações de participação é fundamental para que

as aplicações propostas tenham o resultado esperado. É necessário estabelecer o

marco normativo e garantir recursos para a sua implementação no orçamento de

2010 e seguintes.

a) Marco normativo – elaboração e aprovação no Comitê de Informática

de instrumento normativo para orientação e estímulo à criação de

novas ações de participação.

b) Inclusão no orçamento – desenvolver as iniciativas necessárias à

inclusão no orçamento do ano de 2010 e seguintes, dos recursos

necessários à implantação e operação das Ações de Participação.

11

IMPLEMENTANDO OS ESPAÇOS VIRTUAIS

Desenvolvidas as aplicações que vão dotar os espaços virtuais de

participação da infraestrutura técnica que permite o seu funcionamento, resta a

tarefa mais árdua que é a de atrair e conquistar pessoas interessadas em participar.

Primeiro, é preciso atrair pessoas para que elas visitem o site. Em segundo lugar, é

preciso interessá-las para que elas se cadastrem (nos casos das ações de

participação dos projetos Poupança Jovem, Projovem Trabalhador e Redes de

Inovação, estas duas etapas estão em parte resolvidas por terem um público alvo

bem definido, que será cadastrado previamente). Terceiro, é preciso mobilizar essas

pessoas para que participem ativamente postando suas contribuições. Depois, o

desafio é conquistar a fidelidade dos participantes, de forma a que eles contribuam

sistematicamente. E o processo é contínuo – atrair, conquistar, mobilizar, fidelizar.

Neste processo, o papel dos moderadores é fundamental.

A Internet é uma poderosa ferramenta para juntar pessoas com interesses

semelhantes, ou opiniões semelhantes. Existem experimentos promissores que

colocam pessoas com diferentes visões juntas em fóruns na Internet para discutir

temas específicos. Mas essas experiências raramente parecem ocorrer

naturalmente, do modo que as comunidades de afinidade se desenvolvem

espontaneamente. Assim, alcançar resultados em grupos díspares exige grande

esforço, comprometimento e recursos. Além dos custos da tecnologia adequada,

esses experimentos requerem planejamento cuidadoso e moderação consistente.

O sucesso do diálogo online depende de vários elementos-chave. É

recomendável abrir e estimular o processo de inscrição para os participantes, muito

antes da data prevista para começar o diálogo. Isto pode ser realizado através de

uma página inicial para o pré-registro, que contém informações sobre o diálogo

programado, um formulário para informar o nome e endereço de e-mail, para

receber notificações, incluindo ainda um lugar para apresentar as suas observações

iniciais. Desta forma é possível reunir o apoio e comprometimento para a

participação no diálogo, antes que este realmente comece.

12

Algumas estratégias são importantes para obter a participação ativa de

maior número de cidadãos na discussão. Todos os membros da equipe, incluindo os

organizadores e coordenadores, devem se comunicar ativamente com os

participantes. O uso de moderadores, utilizando abordagens de facilitação passiva

(mobilizar sem interferir), contribui para estabelecer regras básicas e manter uma

área segura para discutir as questões. Os moderadores podem (e devem) utilizar o

e-mail com freqüência para manter os participantes informados sobre o que está

acontecendo no diálogo. Aplicar uma estratégia de mídia social que inclua canais

como o Twitter, juntamente com a divulgação para blogs e até mesmo o YouTube, é

útil para ampliar as possibilidades de participação. Vídeos no YouTube são valiosas

ferramentas de baixo custo para iniciar e orientar a participação do público nessas

iniciativas. A combinação de todas estas estratégias amplia as possibilidades de

sucesso desse esforço.

Entretanto, uma característica persistente é a participação ativa apenas

de uma pequena parcela do grupo. Geralmente, os esforços de construção de

comunidades online mostraram que apenas um por cento (1%) dos visitantes

compõem o núcleo que consistentemente posta, pergunta e responde a

perguntas e atua como o motor da rede. Outros nove por cento (9%) envolvem-se

menos freqüentemente, mas postam seus comentários no fórum e contribuem de

acordo com uma agenda própria, enquanto os demais são, na sua maioria,

leitores passivos.

Outra das críticas persistentes à participação online tem sido a sua,

muitas vezes tênue, relação com o mundo real. Existem evidências crescentes de

que as aplicações melhor sucedidas combinam interação em linha e face a face,

mudando continuamente de um para o outro. Pesquisas mostram que, apesar da

evolução e do amadurecimento dos métodos de participação pela Internet nos

últimos anos, a Web não substitui os meios tradicionais de engajamento e

participação – ela complementa e expande o ferramental disponível para promover a

participação da sociedade. Os instrumentos de participação online, assim como a

sua combinação e integração com processos presenciais devem ser aperfeiçoados

pela prática. Com exceção da aplicação de Destinos Turísticos (que vai utilizar

meios presenciais para estimular a postagem de relatos), os demais projetos reúnem

essas características de mesclar ações presenciais e online.

13

Além das tarefas de atração, animação e mobilização, os moderadores

dos espaços de participação, principalmente daqueles com características de

diálogo online, têm a importante responsabilidade de construir uma imagem de

neutralidade e garantir espaço de participação para as duas ou mais visões em

confronto em cada tema em discussão. O responsável pelo fórum deve agir no

sentido de caracterizar claramente a origem dos posts, principalmente quando

originários de grupos de interesse. O objetivo é evitar que a credibilidade do

fórum seja abalada por grupos que tentam influenciar o debate, sem revelar a sua

real agenda.

14

REGRAS DE PARTICIPAÇÃO

No ANEXOS

ANEXO 1 – Espaços Virtuais de Participação do Governo do Estado de

Minas Gerais – Regras básicas de participação apresentamos um conjunto de

regras sugeridas para orientar a participação das pessoas e suas relações. Essas

regras são sugeridas como apoio aos moderadores dos sites e devem ser tomadas

apenas como uma referência para o estabelecimento de um regulamento ajustado

às características de cada aplicação e de cada grupo de participantes.

Roadmap para a implementação de projetos de participação

O ANEXO 2 – Espaços Virtuais de Participação do Governo do Estado de

Minas Gerais – Roadmap para a Implementação de Projetos de Participação

apresenta um roadmap preparado pela equipe de consultores, que tem como

objetivo apresentar um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de

novos projetos de participação. Foi elaborado com base na experiência da equipe e

em referências documentadas de outros projetos. Trata-se de um roadmap e como

tal, é uma referência para orientar as ações dos gerentes e das equipes de projeto,

mas que deve ser enriquecida com novas experiências e conhecimentos adquiridos

no processo, assim como deve ser ajustado às peculiaridades de cada projeto.

15

___________________________________________________________________

AUTORIA

Daniel Araújo Castro – Diretor da Superintendência Central de Governança Eletrônica. Subsecretaria de Gestão da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected] [email protected]

16

ANEXOS

ANEXO 1 – Espaços Virtuais de Participação do Governo do Estado de Minas

Gerais – Regras básicas de participação

Este conjunto básico de regras foi elaborado para apoiar a implementação das cinco

ações de participação do Projeto ParticipaMG. São regras sugeridas com base na

experiência de outros projetos, no Brasil e no exterior, devendo ser adequadas a

cada caso e aperfeiçoadas na medida em que forem praticadas. Estas são regras

que se aplicam, em princípio, aos diversos espaços de participação (blogs, fóruns

etc.), que aqui serão designados como ‘redes’. Este conjunto básico de regras pode

ser utilizado como referência para a elaboração da carta que contém as regras de

funcionamento de cada uma das redes.

1. Posts são ‘assinados’ – Todos os conteúdos postados devem ser ‘assinados’.

O sistema identificará os conteúdos a partir dos dados cadastrados do autor.

2. Foco da rede – É vedada aos participantes a postagem de conteúdos que não

se enquadrem no tema foco da rede. Posts fora do tema definido poderão ser

objeto de advertência por parte dos coordenadores. A reincidência poderá levar a

penalidades como suspensão e exclusão.

3. Limites para postagem – Se for observada excessiva polarização nas

contribuições de um, ou entre poucos autores, os coordenadores poderão

estabelecer um limite de número de posts por participante, por dia.

4. Civilidade – Ser educado e gentil com os demais participantes. Não são aceitos

insultos ou discursos agressivos. Desavenças ou conflitos de personalidade não

são adequados ao ambiente de discussão da rede. Questionar e discutir idéias –

não fazer ataques pessoais nem agredir ou ofender outros participantes. Cada

participante tem todo o direito de participar e de expor suas opiniões, mas os

demais têm o mesmo direito. Os coordenadores devem orientar os participantes

sobre o que é ou não permitido.

5. Limite da Rede – Ameaças ou agressões ocorridas fora do ambiente da rede

não são da responsabilidade desta e não serão tratadas pelos coordenadores.

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Fatos externos à rede devem ser tratados pelas autoridades competentes.

Entretanto, se for identificado que as atitudes de determinados participantes, fora

do ambiente da rede, podem estar constrangendo ou impedindo a participação

de outros, os mesmos poderão ser penalizados com suspensão ou exclusão.

6. Privacidade – não é permitida a veiculação de mensagens privadas na rede,

sem a autorização expressa do autor original. Isso inclui respostas privadas para

postagens públicas, ou de mensagens privadas ou pessoais, incluindo e-mail.

7. Evitar informações falsas – As postagens devem ser acuradas, baseadas em

no efetivo conhecimento do autor e jamais conter intencionalmente conteúdo

falso. Informações não confirmadas são inapropriadas ao ambiente da rede. Em

caso de dúvida, verificar previamente com o coordenador da rede antes de

postar. Caso seja identificado um equívoco, procurar corrigi-lo imediatamente na

rede. Os participantes podem ser responsabilizados individualmente pelos

conteúdos que postarem na rede.

8. Direito de participar – todos os membros da rede têm o direito de postar

conteúdos, de acordo com as suas atribuições. Este direito só é perdido nos

casos previstos de suspensão ou exclusão por violação destas regras. Somente

participantes regularmente registrados na rede podem realizar postagens.

Qualquer pessoa ou organização que for citada publicamente na rede tem o

direito de resposta, exceto nos casos previstos de suspensão ou exclusão. Para

exercer o direito de resposta, o indivíduo, ou o representante da organização,

deve tornar-se membro registrado da rede.

9. Itens vetados – Propaganda comercial, ‘correntes’ de qualquer natureza,

anúncios de venda de produtos e serviços não são permitidos. Questões

relacionadas à coordenação da rede devem ser encaminhadas diretamente ao

coordenador, nunca postadas na rede. São aceitos: promoção de eventos

públicos e links para conteúdos online, desde que relacionados ao tema da rede.

10. Uso de conteúdos públicos – Ao postar um conteúdo original (documento,

mensagem, comentário etc.) os autores concordam em autorizar o Governo de

Minas Gerais a distribuir este conteúdo via Internet e a incluí-lo em um repositório

de acesso público por tempo indeterminado. Embora mantendo todos os direitos

18

legais de propriedade intelectual, os autores autorizam a reprodução total ou

parcial desses conteúdos, desde que citada a fonte.

Conteúdos protegidos por copyright, como artigos de jornais e revistas, poderão

ser postados, respeitada a legislação que trata do assunto.

19

ANEXO 2 – Espaços Virtuais de Participação do Governo do Estado de Minas

Gerais – Roadmap para a Implementação de Projetos de Participação1

Implementar espaços virtuais de participação na Internet é uma atividade que

oferece algumas dificuldades pela pouca experiência local e internacional neste

campo. Acompanhamos um grande número de projetos e fóruns de discussão nesta

área, e os relatos reconhecem que precisamos continuar exercitando e aprendendo

com as experiências bem sucedidas.

Este documento tem como objetivo apresentar um conjunto de recomendações para

apoiar o desenvolvimento de novos projetos de participação. Foi elaborado com

base na experiência da equipe de consultores e em referências documentadas de

outros projetos. Trata-se de um roadmap e como tal, é uma referência para orientar

as ações dos gerentes e das equipes de projeto, mas que deve ser enriquecido com

novas experiências e conhecimentos adquiridos no processo, assim como deve ser

ajustado às peculiaridades de cada projeto. O documento está organizado em 9

(nove) passos: 1) Identificar e definir a audiência; 2) Definir os objetivos do espaço

virtual; 3) Estabelecer os processos; 4) Definir uma estratégia de canal; 5) Plano de

Engajamento; 6) Publicidade de lançamento; 7) Recrutamento; 8) Abordagem de

Comunidade; 9) Facilitar e gerenciar.

1. Identificar e definir a audiência

O primeiro passo é identificar o público-alvo do projeto. Qual o segmento ou

segmentos da sociedade que queremos buscar a participação? Quais as suas

características (distribuição geográfica, perfil sócio-econômico-cultural, nível de

inclusão digital, cultura de participação etc.)? Muitas vezes é difícil identificar um

público-alvo em projetos de participação da sociedade. O público-alvo poderia ser

simplesmente o grande público, especialmente se estamos tentando engajar um

grupo diversificado que representa a nossa comunidade. No entanto, precisamos

considerar os diferentes segmentos de pessoas que estamos tentando alcançar. Por

exemplo, se um grande grupo que se pretende incluir é afetado pela exclusão digital,

então parte da nossa estratégia deve ser a de encontrar na comunidade, pontos de

1 Adaptado de: Promise and Problems of E-Democracy: Challenges of Online Citizen Engagement. OECD e e-democracy.org

20

contato presenciais para trazê-los ao processo facilitando a aproximação do público

com o projeto. Por outro lado, adolescentes, pais, ou uma grande parte dos

indivíduos que trabalham em ambientes de escritório, já utilizam essas novas

tecnologias de informação e comunicação em seu dia-a-dia e podem preferir a

participação pela Internet no lugar de participar de reuniões presenciais. Entretanto,

mesmo dentro desses grupos, o uso de ferramentas online varia. Enquanto os

usuários mais velhos ainda preferem o e-mail como principal canal de comunicação

online, os jovens preferem, de longe, as redes sociais e mensagens instantâneas.

Assim, da mesma forma que em um encontro face-a-face, os usuários mais ativos

contribuirão mais, enquanto outros que utilizam a Internet de forma mais passiva são

mais propensos a participar como observadores ou participar através de

mecanismos mais simples, como avaliação ou classificação.

Estas considerações devem orientar posteriormente a estratégia de

facilitação/promoção da participação, bem como as decisões sobre a plataforma

online de engajamento e suas características. O quanto uma iniciativa pode atender

as preferências de comunicação de seus diferentes públicos, obviamente, depende

do seu ambiente específico e de questões clássicas como relutância de certos

grupos na comunidade em participar. Essas questões não desaparecem pela

simples oferta de opções para o envolvimento online da comunidade. Mas uma coisa

é clara, cada vez é mais importante oferecer uma combinação de diferentes opções

de canais para a participação.

2. Definir os objetivos do espaço virtual

Quais são objetivos do projeto? Não faz sentido escolher ferramentas online ou falar

sobre o seu processo online se você não tem uma resposta clara a esta questão. Os

objetivos podem variar dependendo do estágio atual e da amplitude do projeto, mas

são importantes neste momento para identificar medidas de sucesso. Mais tarde,

vão ajudar a identificar as melhores ferramentas para apoiar cada objetivo. Ser

honesto sobre os objetivos é fundamental para a construção de uma relação positiva

com os participantes. Ser claro sobre como serão tratados os resultados é também

fundamental para criar relação de confiança.

21

3. Estabelecer os processos

Em geral, qualquer projeto de participação na Internet é constituído de estágios ou

fases. Após definir os objetivos, é necessário traduzi-los em um processo.

Dependendo da complexidade do tema, o projeto pode ter uma fase de

sensibilização, seguida de um componente de educação e uma fase de geração de

idéias. As idéias são analisadas e, em seguida, os participantes colaboram para

finalizar os resultados. A pergunta é: como envolver os participantes em cada etapa

e como podemos estimulá-los a ficar envolvidos ao longo de todo o processo?

Em um nível básico, o registro de correio eletrônico deve ser uma das primeiras

funcionalidades logo no início do projeto. Uma lista de endereços de e-mail pode ser

usada para manter informados os possíveis participantes e enviar chamadas para a

ação quando chegar a hora. Estas medidas proporcionam pontes entre as diferentes

fases e podem ser usadas para orientar os participantes para possibilidades de

engajamento nas quais estejam mais interessados. Identificar um processo geral é

mais importante em um cenário complexo, com múltiplos canais de participação.

4. Definir uma estratégia de canal

Oferecer participação online e offline no mesmo projeto, faz sentido, principalmente

quando se lida com uma grande área geográfica ou diferentes visões de tempo.

Alguns passos intermediários ou posteriores são por vezes necessários para

combinar resultados e viabilizar o processo de deliberação através de múltiplos

canais (um exemplo é publicar os resultados de um workshop presencial no site para

subsidiar as discussões nos fóruns, ou programar um painel para apresentar os

resultados das discussões dos fóruns virtuais para a platéia de um encontro

presencial). Para implementar um processo de participação, com pleno sucesso, é

fundamental que todos os canais estejam conectados. Frequentemente os

elementos online são add-ons, acoplados aos processos no lugar de integrações

efetivas.

A utilização de canais adequados vai além da simples opção técnica entre usar a

Internet ou encontros presenciais. Muitos outros detalhes devem ser analisados.

Uma página para fornecer informações sobre o projeto é um canal diferente do

diálogo online hospedado no mesmo site. A primeira é um canal que oferece uma

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forma de informação, a segunda é um diálogo multidirecional entre os participantes.

Mensagens de texto podem fazer sentido como um ponto de entrada para o

processo, mas não são eficazes mais tarde, no processo de deliberação das

questões. Um diálogo online pode acompanhar uma série de diálogos face-a-face,

mas como estruturar esses diálogos de forma a garantir que os resultados são

comparáveis? E se esperamos que os diferentes grupos demográficos utilizem

diferentes canais de participação, como podemos garantir que eles consideram as

opiniões uns dos outros e deliberam através dos canais?

Boas respostas para estas perguntas são difíceis de encontrar e ainda não foram

testadas o suficiente. Algumas experiências bem sucedidas têm utilizado o Website

para hospedar os resultados de diferentes canais, um grupo de participantes pode

garantir que todos os resultados são levados em consideração e uma abordagem

por fases pode assegurar que os resultados são devolvidos a todos os participantes.

Encadear ações em diferentes canais (por exemplo, realizar uma fase presencial

com continuidade online) exige que os tempos estejam bem ajustados para evitar

que se perca a mobilização.

5. Plano de Engajamento

A decisão sobre ferramentas online parece ser uma decisão basicamente

tecnológica, mas é realmente a estratégia de implementação que vai determinar o

resultado. Recomendamos que você experimente, mas tenha em mente que, na

Internet, a idéia de que “vamos-construir-o-site-que-eles-virão” não funciona. A

construção de comunidades, seja como um esforço temporário através de um

diálogo específico online, ou como um esforço de longo prazo em uma rede social

de nicho, requer muita energia e empenho dos organizadores. Seu esforço não só

compete com outras causas em todo o mundo, mas também com opções de

entretenimento e outros sites de comunidades. Esteja atento às contribuições que

está solicitando aos seus participantes e forneça os incentivos adequados para

mantê-los engajados.

6. Publicidade de lançamento

Faça um esforço de divulgação voltado para o público-alvo, antes do lançamento. O

objetivo é criar expectativa e mobilização inicial para a participação. Solicite para

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alguns membros, recrutados antecipadamente, a criação de alguns conteúdos ou

comunicações básicos. Use todos os meios disponíveis (e-mail, boletins

informativos, telefone etc.) para informar e mobilizar o público-alvo e não deixe de

incluir sempre as instruções claras de como participar. Proponha

discussões/consultas iniciais para gerar publicidade, expectativa e notoriedade para

o projeto.

7. Recrutamento

Convide individualmente os membros da rede para que participem das atividades

online. Dependendo do tamanho desse grupo, isto pode ser feito por contato direto

da própria rede de coordenação já existente, ou por telefone ou e-mail. As pessoas

precisam ser chamadas e estimuladas para participar. Identifique lideranças no

grupo e faça contato pessoal com elas. No caso das redes que buscam a

participação da comunidade mais ampla, utilizar todos os meios de comunicação

(jornal, rádio etc.) para promover a participação. Disponibilizar formulários para

manifestação de interesse de participação, com espaço para o preenchimento do

endereço de e-mail, em lugares ou eventos onde os possíveis interessados possam

preenchê-los. Encaminhar posteriormente e-mail com link para cadastramento.

Quanto mais participantes já no lançamento da rede, para postagem, mais amplo e

profundo será o sentimento de propriedade comunitária.

8. Abordagem de Comunidade

A ênfase dos espaços virtuais de participação é trazer pessoas com pontos de vista

diversos, para uma discussão cidadã, em conjunto. É importante que se consiga um

ajuste certo do tom dessa discussão. Um espaço público efetivo, online, trata a

todos os membros como cidadãos iguais, sejam eles funcionários públicos,

jornalistas, líderes de bairro, ou os cidadãos comuns. É preciso criar valor e

relevância nas discussões para atrair pessoas ocupadas da comunidade alvo. Se

aqueles que são reconhecidos como formadores de opinião, não aparecem neste

fórum, os outros cidadãos, particularmente aqueles de grupos menos emancipados,

terão a percepção de falta de interesse e dificilmente irão expor seus pontos de

vista.

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Lembre-se também de que a responsabilidade pelo sucesso do fórum deve ser

compartilhada por todos; não a coloque sobre os ombros apenas de alguns

membros designados. Pessoas com atividade ou maior posicionamento estratégico

e político serão mais participativas porque vêem a discussão como uma ferramenta

efetiva para o estabelecimento de uma agenda. Embora somente uma pequena

parcela dos membros irá postar regularmente as suas contribuições, quanto mais

leitores (ou observadores), melhor. Além de postar eventualmente suas

contribuições, esses participantes ‘passivos’ têm importante papel de divulgação

para a sua rede de relacionamentos.

9. Facilitar e gerenciar

Todos os novos membros devem sentir-se bem-vindos, portanto, devem

ser saudados ao se inscrever. Estimule outros membros da rede a enviar incentivos

individuais ocasionais para membros menos ativos ou para os que estão se

iniciando na participação. Reforçar periodicamente as regras de participação. Elas

são pontos fundamentais para a manutenção do ambiente e da relação de confiança

na rede.

Proponha temas novos para manter o interesse na discussão, ou desviar

a atenção de uma discussão que se tornou negativa. Em raras ocasiões você

precisará pedir publicamente às pessoas que parem uma discussão, ou a levem

para outro fórum. O coordenador de um grupo deve emitir notas de ‘ajuste de

conduta’ para coibir excessos, mas deve evitar, sempre que possível, personalizá-

las. Seja firme, seja justo, coloque sempre os interesses da rede como um todo

sobre o de grupos menores. O conjunto de regras básicas de participação na rede

deve ser seguido por todos, obrigatoriamente. Lembre-se: as pessoas, em geral

reagem negativamente aos desvios do foco de discussão e às agressões ou

desrespeito, afastando-se do grupo. Por fim, envie periodicamente lembretes sobre

as regras de participação na rede e incentive os membros a recrutar mais

participantes.