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Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das angiospermas pois, protegem suas sementes em seu interior e auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário amadurecido, o que geralmente ocorre após a fecundação. Nos casos em que o ovário origina os frutos sem que tenha havido a fecundação , não há formação de sementes e o fruto chama-se patenocárpico. A parede desenvolvida do ovário é denominada de pericarpo. Os frutos são divididos em pseudofrutos , frutos propriamente ditos, infrutescência entre outros. Os frutos também possuem grande importância na nutrição de vários animais (onívoros e herbíbiros) heterotrófico. DESENVOLVIMENTO Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das angiospermas pois, protegem suas sementes em seu interior e auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário amadurecido, o que geralmente ocorre após a fecundação. Os frutos, resultam do desenvolvimento de folhas carpelares fechadas, encontrando-se os óvulos encerrados dentro de um ovário. No caso em que o ovário origina o “fruto” sem que tenha ocorrido a fecundação, não há formação de sementes e o “fruto” chama-se partenocárpico, caso da banana e da laranja-da –baia.

Os frutos

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Page 1: Os frutos

Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das

angiospermas pois, protegem suas sementes em seu interior e

auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário

amadurecido, o que geralmente ocorre após a fecundação.

Nos casos em que o ovário origina os frutos sem que tenha havido

a fecundação , não há formação de sementes e o fruto chama-se

patenocárpico. A parede desenvolvida do ovário é denominada de

pericarpo. Os frutos são divididos em pseudofrutos , frutos

propriamente ditos, infrutescência entre outros. Os frutos também

possuem grande importância na nutrição de vários animais

(onívoros e herbíbiros) heterotrófico.

DESENVOLVIMENTO

Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das

angiospermas pois, protegem suas sementes em seu interior e

auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário

amadurecido, o que geralmente ocorre após a fecundação.

Os frutos, resultam do desenvolvimento de folhas carpelares

fechadas, encontrando-se os óvulos encerrados dentro de um

ovário.

No caso em que o ovário origina o “fruto” sem que tenha ocorrido a

fecundação, não há formação de sementes e o “fruto” chama-se

partenocárpico, caso da banana e da laranja-da –baia.

A parte desenvolvida do ovário passa a ser denominada pericarpo,

que corresponde ao fruto propriamente dito.

Podemos classificar os frutos em: Carnosos Ex: Baga (Em geral

possui várias sementes, facilmente separáveis [uva, laranja,

mamão, melancia, goiaba melão entre outros]), Drupa (o tegumento

da semente é fundido à parede interna do pericarpo formando um

caroço; o pericarpo pode ser também coriáceo ou fibroso.

Geralmente apresenta uma só semente [ ameixa, azeitona, manga

entre outros.]), Deiscentes (Abrem-se naturalmente quando

maduros [legumes ou vargens que ocorre na maioria das plantas

leguminosas, como feijão e ervilha.]); e Secos (não se abrem

quando maduros) Ex: Cariopse ou grão ( com uma só semente

ligada a parede do fruto por toda a sua extensão [ milho, arroz.]),

Aquênio ( com uma só semente ligada a parede do fruto por um só

Page 2: Os frutos

ponto [ fruto do girassol.]), Sâmara ( com a parede do ovário

formando expansões aladas [ Cabreúva, Tipuana.]).

Ou seja:

FRUTOS SIMPLES, SECOS E DEISCENTES

Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo

seco e que libertam as sementes quando maduros. * Vagem: fruto

monocarpelar, normalmente polispérmico, deiscente por duas

fendas longitudinais (característico das espécies da família

Leguminosae ou Fabaceae).

SILÍQUA

Fruto dicarpelar paracárpico, separado em dois lóculos por um falso

septo e deiscente por quatro fendas longitudinais (característico das

espécies da família Cruciferae).

SILÍCULA

Tipo de silíqua isodiamétrica, em que a razão comprimento/largura é

inferior a 3,5.

CÁPSULA

Fruto polispérmico, proveniente de um gineceu unipistilado

cenocárpico.

FRUTOS SIMPLES E CARNUDOS

Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar e de pericarpo

carnudo

BAGA

Page 3: Os frutos

Fruto sincárpico e polispérmico, possuindo um epicarpo

membranáceo, mesocarpo carnudo e mais ou menos sucoso e

endocarpo muito ténue.

HESPERÍDEO

Fruto resultante de ovário sincárpico, pluriovulado, com epicarpo

provido de bolsas secretoras de óleo essencial, mesocarpo branco e

subcoriáceo. O endocarpo tem uma estrutura membranosa,

compacta e é revestido internamente por pêlos multicelulares de

origem subepidérmica cheios de suco (característico dos citrinos,

família Rutaceae).

DRUPA

Fruto proveniente de gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui

epicarpo membranáceo, mesocarpo carnudo e endocarpo

esclerificado (frequente nas espécies da sub-família Prunoideae das

Rosaceae).

Os pseudofrutos são estruturas suculentas que contém reservas

nutritivas, más que não se desenvolvem a partir de um ovário.

Os pseudofrutos podem ser:

SIMPLES

Proveniente do desenvolvimento do pendúculo ou do receptáculo de

uma só flor. Ex: maçã, pêra,em que a parte suculenta origina-se do

receptáculo da flor, e caju, em que a parte suculenta origina-se do

pendúculo e do receptáculo floral e o fruto verdadeiro corresponde

à estrutura que contém a semente comestível, conhecida como

castanha de caju, {que por sinal é uma delícia}.

AGREGADOS OU COMPOSTOS

São provenientes do desenvolvimento do receptáculo de uma única

flor, com muitos ovários. Ex: morango, em que vários aquênios

ficam associados a uma parte carnosa correspondente ao

receptáculo da flor.

Page 4: Os frutos

MÚLTIPLOS OU INFRUTESCÊNCIA

Proveniente do desenvolvimento de ovários de muitas flores de uma

inflorescência, que crescem juntas em uma estrutura única. Ex:

amora, abacaxi, figo.

Se formos mais a fundo poderíamos subdividir os pseudofrutos

em:

Pseudofrutos (ou pseudocarpos ) secos, carnudos, múltiplos,

frutos esquizocárpicos e infrutescência.

Vejamos cada um individualmente:

PSEUDOFRUTOS (OU PSEUDOCARPOS)

SECOS

Frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo seco.

CIPSELA

Pseudofruto monospérmico proveniente de um pistilo dicarpelar,

paracárpico, unilocular e uniovulado. Frquentemente está coroado

por um papilho de escamas, cerdas, aristas ou pêlos (característico

da família Compositae, como é o caso do girassol).

GLANDE

Pseudofruto proveniente de ovário ínfero pluricarpelar e

pluriovulado, em que, nalguns casos, apenas um dos óvulos

frutifica. A glande apresenta um pericarpo coriáceo e está envolvida

por uma "cúpula" que tem origem a partir do desenvolvimento de

brácteas, como na aveleira, incluíndo ainda, por vezes, o pedúnculo,

como nos carvalhos.

PSEUDOFRUTOS CARNUDOS

Frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo carnudo.

Page 5: Os frutos

PEPÓNIO

Pseudofruto sincárpico, indeiscente, proveniente de um gineceu

com 3 a 5 carpelos. O endocarpo é pouco consistente e no fruto

maduro, fica frequentemente, liquefeito (característico das espécies

da família Cucurbitaceae como é o caso do melão, melancia, etc.)

POMO

Pseudofruto sincárpico proveniente de um gineceu geralmente com

5 carpelos. Na sua constituição entram os tecidos do hipanto

(úrnula) que envolvia o pistilo (característico da sub-família

Maloideae, família Rosaceae, como é o caso da macieira, pereira e

marmeleiro)

TRIMA

Pseudofruto drupáceo que possui, após a maturação, um

endocarpo esclerificado e deiscente por fendas irregulares (é o fruto

da nogueira).

FRUTOS MÚLTIPLOS

Frutos provenientes de um gineceu multipistilado ou apocárpico de

uma só flor e que se mantém preso ao carpóforo na maturação.

MÚLTIPLO DE AQUÉNIOS

É o caso do fruto do morangueiro, em que o carpóforo se tornou

carnudo e sobre ele encontram-se inseridos os numerosos

aquénios.

MÚLTIPLO DE DRUPAS OU PLURIDRUPA

Fruto múltiplo em que cada carpelo se transforma numa drupa,

como é o caso da amora das silvas (Rubus spp.)

Page 6: Os frutos

CINORRODO

Fruto múltiplo de ovário ínfero, sendo constituído pelo hipanto em

forma de taça (úrnula), dentro da qual se encontram diversos pistilos

uniovulados.

FRUTOS ESQUIZOCÁRPICOS

São frutos múltiplos que se separam naturalmente, na maturação,

nos mericarpos componentes.

SAMARÍDEO

Fruto esquizocárpico de sâmaras. No caso do género Acer spp.

trata-se de uma dissâmara (2 mericarpos).

CLUSA

Fruto esquizocárpico indeiscente mono ou polispérmico,

proveniente da divisão de um gineceu sincárpico em duas ou mais

partes (característico das espécies das famílias Boraginaceae e

Labiateae)

PSEUDOESQUIZOCÁRPICOS

Semelhantes aos esquizocárpicos mas provenientes de um gineceu

de ovários ínferos

CREMOCARPO

É constituído por dois mericarpos que, quando se separam na

maturação, ficam suspensos pela parte superior ao carpóforo,

acabando posteriormente por se separarem completamente. É o

fruto característico da família das Umbeliferae ou Apiaceae.

INFRUTESCÊNCIAS

Page 7: Os frutos

Formados a partir de ovários mais ou menos concrescentes das

flores de uma inflorescência. Para a sua formação contribuêm,

muitas vezes, outras peças das inflorescências externas aos

ovários.

SOROSE

Resulta das flores concrescentes de uma inflorescência e em que se

tornam igualmente carnudos o próprio eixo da inflorescência, as

brácteas e outras peças florais. É o fruto das amoreiras (Morus

spp.) e do ananás.

SÍCONE

É formado por um receptáculo piriforme ou sub-globoso, oco e com

uma abertura apical em volta da qual se localizam as flores

masculinas. As flores femininas estão inseridas na parte interna do

receptáculo. É o fruto da figueira (Ficus carica L.).

Além dos frutos, dos pseudofrutos e das infrutescências, também

existem as frutificações que consistem em estruturas que contém as

sementes nas Angiospermas, resultando de folhas carpelares

(macrosporófilos) abertas. São genericamente designadas de cone

pelos autores norte-americanos.

Exemplos

PINHA

Resulta da maturação dos macrosporófilos que se inserem

espiraladamente sobre um eixo central (ráquis). Cada

macrosporófilo apresenta 2 escamas, sendo a superior ovulífera (2

óvulos) e a inferior estéril, de protecção. Após a maturação,

apresenta escamas lenhosas providas de um escudo, podendo

estas abrirem-se ou serem caducas para libertarem as sementes.

Apresenta forma de ovada a oblonga. É a frutificação das Pinaceae

(ex. pinheiros, cedro, abetos)

ESTRÓBILO

Page 8: Os frutos

Semelhante à pinha, mas com forma globosa ou sub-globosa e de

escamas planas ou sub-peltadas. As escamas férteis têm de 2 a 8

sementes na face superior. É a frutificação das Taxodiaceae (ex.

criptoméria, sequóia).

GÁLBULO

Semelhante ao estróbilo mas as escamas são peltadas e com maior

grau de lenhificação. É a frutificação da sub-família Cupressoideae

das Cupressaceae (ex. ciprestes).

FALSO GÁLBULO

Semelhante ao gálbulo mas com escamas desiguais e dispostas

num eixo central muito curto. É a frutificação da subfamília

Tuioideae das Cupressaceae (ex. tuia).

GÁLBULO BACIFORME

Gálbulo de escamas carnudas e indeiscente. É a frutificação da sub-

família Juniperoideae (ex. zimbro, sabina das praias)

CONCLUSÃO

Concluindo, os frutos surgem da estrutura do ovário da flor. A

função do fruto é proteger a semente e facilitas a dispersão.

Enquanto o embrião se desenvolve, produz hormânios, as outras

partes florais involuem e o ovário se desenvolve. A semente será

formada pelo embrião, endosperma, e tegumento.

O fruto geralmente terá origem da parede do ovário, que forma o

pericarpo.

Esse é dividido em três partes: epicarpo, mesocarpo e endocarpo.

São observadas muitas diferenças.

Podemos ter vários tipos de frutos:

CARNOSOS

Page 9: Os frutos

O pericarpo é suculento. Atrai animais, que realizarão a dispersão

da semente; Secos: o pericarpo é seco. Normalmente a semente é

dispersa pelo vento. Além desses tipos, há frutos que não se

desenvolvem da parede do ovário. A esses, chamamos

pseudofrutos.

Desta forma, podemos perceber a importância dos frutos par a

manutenção das espécies de angiospermas bem como, no caso dos

Frutos, pseudofrutos, infrutescências, frutos esquizocárpicos, frutos

múltiplos entre outros são utilizados na nutrição de algumas formas

de animais onívoros e vegetarianos. A inter-relação de suas

nomenclaturas comparando-as com sua anatomia, funcionalidade e

características gerais e nutritivas foram mais bem detalhadas no

corpo do texto acima

O fruto é o resultado do amadurecimento do ovário, garantindo a proteção e auxiliando a dispersão das

sementes surgidas após a fecundação. Ocorre exclusivamente nas Angiospermas.

No sentido morfológico, não apenas aquelas estruturas conhecidas como "frutas" (maçã, laranja, etc.),

mas também as conhecidas como "legumes"(feijão, ervilha, etc.) e "cereais"(arroz, milho, etc.) são frutos.

Os frutos são importantes na classificação botânica por possuírem uma estrutura muito constante.

FORMAÇÃO

A partir da fecundação, inicia-se o desenvolvimento da semente, através de uma série de transformações

no saco embrionário e outros tecidos do óvulo. A parede do ovário desenvolve-se em PERICARPO, o

qual é formado por 3 camadas : exocarpo (epicarpo), mesocarpo e endocarpo. Alguns frutos, como a

banana (Musa) e o abacaxi (Ananas comosus) podem formar-se sem fecundação prévia e portanto,

nesse caso, não possuem sementes. São chamados frutos PARTENOCÁRPICOS.

CLASSIFICAÇÃO

Page 10: Os frutos

Frutos Simples

Derivados de um único ovário de uma flor. Podem ser secos ou carnosos, uni a multicarpelares,

deiscentes ou indeiscentes.

A.1- Frutos simples carnosos

Possuem pericarpo suculento.

Existem dois tipos:

1 - Baga

1 ou mais carpelos; 1 ou mais sementes livres.

Exemplos.: tomate, uva, laranja, abóbora.

2 - Drupa

Geralmente um só carpelo; 1 só semente, concrescida com o endocarpo.

Exemplos.: ameixa, azeitona, pêssego.

A.2- Frutos simples secos

Possuem pericarpo seco. Estão divididos em:

I- DEISCENTES: ABREM NA MATURIDADE

A. Folículo

Derivado de ovário 1-carpelar, abre através de uma fenda longitudinal (esporinha; chichá).

Page 11: Os frutos

B. Legume

Derivado de ovário 1-carpelar, abre através de 2 fendas longitudinais (leguminosas, como o feijão e a

vagem).

C. Síliqua

Derivado de ovário 2-carpelar. Na abertura persiste um septo mediano (deiscência septífraga :couve,

mostarda).

D. Esquizocarpo

Derivado de gineceu sincárpico multicarpelar, cujos carpelos separam-se inteiramente na maturidade em

mericarpos (frutículos) geralmente deiscentes, livres. Ex.: mamona (Ricinus), cenoura (Daucus).

E. Lomento

Derivado de ovário unicarpelar, fragmenta-se transversalmente em segmentos unisseminados. Ex.:

carrapicho (Desmodium).

F. Craspédio

Derivado de ovário 1-carpelar, fragmenta-se transversalmente em segmentos, mas após a queda desses,

uma armação formada pela nervura e sutura do carpelo permanece presa ao receptáculo. Ex.: sensitiva

(Mimosa).

G. Cápsula

Derivado de ovário 2 a multicarpelar, possui diferentes modos de deiscência:

TIPOS DE CÁPSULA

Septicida: abre pela linha de união dos carpelos (azaléa)

Loculicida: abre pelo meio de cada carpelo (algodão)

Pixidiária: abre por uma linha transversal (castanha-do-Pará; sapucaia)

Poricida: abre através de poros (papoula, quaresmeira)

II- INDEISCENTES: NÃO ABREM NA MATURIDADE

A. Aquênio

Page 12: Os frutos

Possui 1 semente, ligada à parede do fruto num único ponto. Ex.: girassol (Helianthus annus); não

apresenta cálice modificado em papus

B. Cipsela

Idem ao aquênio, mas apresentando cálice modificado em papus; Cariopse: possui 1 semente, ligada à

parede do fruto em toda sua extensão (gramíneas - trigo, milho, arroz)

C. Sâmara

Possui, em geral, 1 semente; a parede do ovário apresenta expansões aliformes (várias leguminosas,

Sapindáceas, Malpiguiáceas)

D. Noz

Geralmente 1 carpelo, 1 só semente livre do endocarpo (noz-moscada).

PSEUDOFRUTOS

FRUTOS AGREGADOS

Derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu apocárpico multicarpelar), mais ou menos

concrescidos. Exs.: morango, fruta-do-conde, framboesa.

Page 13: Os frutos

FRUTOS MÚLTIPLOS

Formados por muitos ovários amadurecidos, pertencentes à uma inflorescência, que crescem juntos,

formando uma infrutescência. Exs.: amora, abacaxi, figo.

Observação

Futos agregados e frutos mútiplos são um conjunto de frutos simples, que podem ser identificados

individualmente, de acordo com suas características.

Os frutos que não se originam do crescimento do ovário, mas derivam do desenvolvimento de estruturas

como o hipanto (maçã), bem como o conjunto de frutos que forma os frutos múltiplos e os agregados,

costumam ser chamados de pseudofrutos.

Anatomia do Fruto

Anatomia da Pimenta

ORIGEM

Os frutos derivam-se do ovário das flores. Após a fecundação dos óvulos em seu interior, o ovário inicia

um crescimento, acompanhado de uma modificação de seus tecidos provocada pela influência de

hormônios vegetais, que interferem na estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto.

Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando

as sementes estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir, liberando as

Page 14: Os frutos

sementes ao solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais, que depositarão as sementes após

estas passarem por seu aparelho digestivo.

Segundo registros fósseis, os primeiros frutos não passavam de folhas carpelares, como as encontradas

em Gimnospermas, porém fechadas sobre as sementes, formando folículos.

Os frutos mais simples nas espécies atuais possuem estrutura similar, foliculares, mas os mais comuns

são frutos formados pela combinação de vários carpelos unidos entre si.

FUNÇÃO

A função primordial dos frutos é a proteção da semente em desenvolvimento, e é a principal razão

atribuída pelos estudiosos ao fechamento dos carpelos nas primeiras Angiospermas. Ao longo de sua

evolução, as plantas com flores e frutos desenvolveram novos tipos de frutos, e novas estratégias para a

dispersão das sementes contidas neles, de forma que nas espécies atuais há uma variedade imensa de

cores, formas, estruturas assessórias e sabores, cada qual especializada em uma forma diferente de

dispersão de sementes.

Há frutos que secam e abrem-se na maturação, simplesmente liberando as sementes sobre o solo.

Outros, ao se abrir, expelem as sementes de forma explosiva, arremessando-as a grandes distâncias.

Os frutos carnosos normalmente dependem de animais, que carregam os frutos para outros lugares, ou

os ingerem, e carregam suas sementes no trato digestivo para serem liberadas longe do local de origem.

Certos frutos armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou penugem de aves, e assim

percorrem grandes distâncias. Há ainda frutos providos de alas e pelos, que permitem que flutuem por

alguns momentos antes de atingir o solo.

ESTRUTURA

Os frutos dividem-se basicamente em 3 camadas:

Epicarpo

Camada externa, normalmente uma camada membranácea e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou

espinosa

Mosocarpo

Camada imediatamente abaixo do epicarpo, suculenta

Endocarpo

Camada mais interna, normalmente a camada mais rigida que envolve as sementes.

Page 15: Os frutos

Há muitas variações na aparência e na consistência destas camadas. Em frutos capsulares, secos, é

comum o mesocarpo ou o epicarpo estarem suprimidos, enquanto a camada restante assume

consistência lenhosa. Já em alguns frutos, como ameixas e pêssegos, o mesocarpo é grande e suculento,

enquanto o "caroço" corresponde ao endocarpo lenhoso envolvendo a semente, ou amêndoa. Nas

melancias, o mesocarpo e uma camada espessa e resistente, e o endocarpo corresponde à polpa

vermelha em seu interior. Enfim, todos os frutos partem do mesmo plano básico de 3 camadas, cada um

derivando-se de uma maneira ou de outra em direção a características próprias.

Classificação

Os tipos de frutos são vários, e podem ser classificados de diversas maneiras, seguindo diferentes

critérios.

QUANTO À COMPOSIÇÃO

Frutos simples

Quando os carpelos são unidos entre si, ao menos nos primeiros estágios de desenvolvimento.

Exemplo: a maior parte dos frutos conhecidos apresentam-se desta forma, como limões, pêras,

maracujás, mamões, pepinos e goiabas.

Frutos compostos

Os carpelos são separados desde a flor, e desenvolvem-se separadamente.

Exemplo: morango, magnólia.

Existem infrutescências, como o abacaxi, consideradas pelos leigos como um único fruto, ou um fruto

composto. Na verdade, cada "gomo" do abacaxi corresponde a um fruto, originado de um ovário de uma

flor.

Estas flores são agrupadas de forma compressa em um eixo, de forma que seus ovários aderem-se uns

aos outros, formando uma estrutura compacta.

QUANTO À ABERTURA

Frutos deiscentes

Frutos que abrem-se na maturação, normalmente secos.

Exemplo: castanha e a maior parte das leguminosas.

Frutos indeiscentes

Frutos que não se abrem espontaneamente. Podem ser secos, lenhosos, ou carnosos.

Exemplo: maçãs, laranjas, melões.

Page 16: Os frutos

QUANTO AO TIPO

Baga Drupa Folículo Cápsula Legume Aquênio Sâmara Síliqua Noz Cariopse Pixídio

Os tipos são muito variáveis, e há várias sub-categorias para cada um deles, que são pormenorizadas em

artigos próprios.

"FRUTOS" E "FRUTAS"

Há uma certa confusão entre os termos "fruto" e "fruta". Nem todos os alimentos conhecidos como frutas

são frutos, e muitos frutos não são reconhecidos pelo leigo como frutas.

Exemplos de frutos rotulados como "legumes" são a abobrinha, o tomate, e o quiabo, que são frutos por

terem se desenvolvido a partir de ovários fecundados, e por apresentarem sementes em seu interior.

Morfologia do fruto

O ovário de uma flor que contém sementes. O pistilo dos carpelos componentes do mesmo costuma

desaparecer durante o amadurecimento, após a polinização.

A casca dos frutos é constituída pela parede dos carpelos. Frutos existem somente nas angiospermas e

não nas gimnospermas. Muitos frutos abrem-se depois de certo tempo, largando as sementes através de

aberturas especialmente produzidas para tal fim: são os frutos deiscentes. Outros não liberam as

sementes, a não ser por apodrecimento do ovário, são os frutos indeiscentes.

Tanto os frutos deiscentes como os indeiscentes são classificados pela consistência da casca e o

número de carpelos componentes.

Os frutos com casca carnosa, coriácea ou fibrosa chamam-se frutos carnosos.

Frutos com casca lenhosa, paleácea chamam-se frutos secos. A deiscência, a consistência da casca e o

número de carpelos componentes são os característicos nos quais se baseia a descrição e classificação

dos frutos. A forma externa, isto é, seus contornos, somente poucas vezes entra em consideração neste

assunto

Os principais tipos de frutos secos são:

Page 17: Os frutos

AQUÊNIO

Fruto indeiscente formado por um único carpelo com uma só semente. A casca é geralmente dura, lisa e

dotada, às vezes, de excrescências em formas de espinho, etc.

BOLOTA

Aquênio dotado duma cúpula, pode ser originado do cálice ou do eixo floral.

CARIOPSE

Aquênio especial, em que a casca da semente se encontra concrescida com a casca do fruto, formando

uma unidade que não se separa.

FOLÍCULO

Fruto seco deiscente, oriundo de um gineceu apocarpo. Cada carpelo forma um fruto isolado que se abre

por uma fenda ventral e contém uma ou várias sementes.

Page 18: Os frutos

CÁPSULA

Fruto seco deiscente, formado por vários carpelos sincarpados. Abre-se por fendas externas ou por

fendas entre os septos separadores ou por ruptura dos septos. Há também as que se abrem por um poro

em cada carpelo. A cada pode ser unilocular ou plurilocular.

LEGUME OU VAGEM

Fruto seco deiscente. Consta de um único carpelo com uma ou várias sementes. Abre-se por duas fendas

que seguem as suturas dorsal e ventral. A casca do fruto dividi-se em duas valvas.

SÍLIQUA

Difere da vagem por ser formada por dois carpelos, separados por um septo, no qual estão as sementes.

Page 19: Os frutos

PIXÍDIO

Cápsula de tipo especial, cujos carpelos se abrem por uma tampa comum

SÂMARA

Fruto seco deiscente ou indeiscente, munido de uma ou várias asas membranáceas. Pode ser derivado

duma cápsula ou duma vagem.

LOMENTO

Vagens e síliquas articuladas que se destacam em pedaços monospérmicos em vez de se abrirem de

maneira normal. Também se denominam vagens lomentáceas ou síliquas lomentáceas respectivamente.

Os frutos carnosos podem ser

BAGAS

Formadas por um ou vários carpelos sincarpados com vários caroços que contém uma semente.

Deiscentes ou indeiscentes.

DRUPAS

Page 20: Os frutos

Formadas por um ou mais carpelos sincarpados que contém uma única semente dentro de seu único

caroço duro.

Geralmente a casca apresenta três camadas:

epicárpio mesocárpo endocárpio

É o ovário desenvolvido, após a fertilização dos óvulos, e que

contem em seu interior as sementes.

A formação do fruto depende da polinização e da atividade de

hormônios, tais como ácido indolilacético (AIA), ácido giberélico

(GA), etc.

FRUTO PARTENOCÁRPICO

Quando há o desenvolvimento do ovário sem a fecundação dos

óvulos, não havendo, portanto, sementes.

FRUTO DE ABACATEIRO

Page 21: Os frutos

FORMAÇÃO DO FRUTO

Clique para Ampliar

Page 22: Os frutos

FRUTOS SIMPLES

São derivados de um único ovário de uma flor

FRUTOS AGREGADOS

São derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu

apocarpico multicarpelar), mais ou menos concrescidos

FRUTOS MÚLTIPLOS

Consistem em ovários amadurecidos de muitas flores de uma inflorescência que concrescem mais ou

menos juntas numa só massa, forma do uma infrutescência

Page 23: Os frutos

FRUTOS SECOS DEISCENTES

Folículo

Univalvo, derivado de 1 carpelo, abrindo-se por uma só fenda

Page 24: Os frutos

Legume

Bivalvo, com duas deiscências longitudinais, monocarpico,geralmente poliespermico

São as estruturas que contém as sementes nas Angiospérmicas. Resultam do desenvolvimento de folhas

carpelares fechadas, encontrando-se os óvulos encerrados dentro de um ovário.

O termo fruto é utilizado para designar as estruturas que contém as sementes provenientes de um ovário

súpero, utilizando-se o termo pseudofruto, ou pseudocarpo, para designar aquelas provenientes de um

ovário ínfero.

Page 25: Os frutos

FRUTOS SIMPLES, SECOS E INDEISCENTES

Frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo seco e que não libertam as sementes

quando maduros.

Aquénio

Fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente (monospérmico) que

não está aderente ao pericarpo

Exemplo: Castanha de caju

Cariopse

Avena Sativa L

Page 26: Os frutos

Triticum Aestivum L

Fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente, estando esta

aderente ao pericarpo (característico das espécies da família Gramineae ou Poaceae)

Exemplos: trigo, milho, centeio.

Sâmara

Fraxinus Angustifolia Vahl

Proveniente de um gineceu bi a policarpelar, com o pericarpo prolongado em asa membranosa

Exemplo: fruto do freixo.

Bilomento

Page 27: Os frutos

Fruto polispérmico articulado, que evolui a partir de um gineceu bicarpelar paracárpico. possui um septo

que o divide dois lóculos

Exemplo: Fruto do saramago

Lomento

De aspecto semelhante a uma vagem mas divisível em artículos (cada um com uma semente) ao longo

das linhas de sutura transversais

Exemplo: Fruto da serradela

Page 28: Os frutos

DESENVOLVIMENTO DO FRUTO

O fruto é uma estrutura auxiliar no cicio sexual da vida das

Angiospérmicas. O seu desenvolvimento é um factor inquestionável

no sucesso da sua evolução, uma vez que protege as sementes,

permitindo a sua maturação e ajuda na sua disseminação.

O fruto resulta do desenvolvimento das paredes do ovário, podendo

incluir outras peças florais.

Considerando a cereja (fig.1), por exemplo, encontra-se nela a

casca, o epicarpo, a parte carnuda e suculenta, o mesocarpo, e o

caroço, não comestível, o endocarpo. O conjunto destas três partes

designa-se por pericarpo.

Figura 1 - Da flor da cerejeira à cereja

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Os frutos podem classificar-se atendendo:

à sua proveniência em: simples, múltiplos e infrutescências (figura 2)

ao grau de suculência em: secos e carnudos

ao número de sementes em: monospérmicos (uma só semente) e polispérmicos (mais do que uma

semente)

à deiscência em: deiscentes (abrem naturalmente deixando sair as sementes) e indeiscentes

(conservam-se fechados após a maturação)

Na figura 3 estão descritas algumas características dos principais frutos secos indeiscentes e deiscentes e no figura 4

dos principais frutos carnudos indeiscentes.

Page 29: Os frutos

Figura 2 - Tipos de Fruto

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Figura 3 - Características dos principais frutos secos

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Figura 4 - Frutos Indeiscentes

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O fruto múltiplo toma a designação dos frutos seus constituintes

(fig.5). A infrutescência recebe o nome da inflorescência que lhe deu

origem. Acrescentando -se-lhe a designação dos frutos por que é

formada (fig.6).

Page 30: Os frutos

Figura 5 - Frutos múltiplos

Frutos múltiplos; fruto múltiplode aquegónios de morango(A);

fruto múltiplo de drupas da amora da silva(B); fruto múltiplo de

flículos de peónia(C); fruto múltiplo de sâmaras do plátano(D)

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Figura 6 - Infrutescências:

espiga de cariopses(milho)(A); cacho de bagas(uvas)(B);

capítulo de aquénios(girassol)(C)

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DISSEMINAÇÃO DE SEMENTES

Em muitas plantas, os frutos e as sementes estão de tal modo

adaptados que são disperses para bem longe da planta-mãe. Isto

evita uma competição por luz e água entre plantas da mesma

espécie e aumenta a colonização de novas áreas. As principais

adaptações são as que favorecem a dispersão pelo vento ou por

animais.

Page 31: Os frutos

Figura 7 - Disseminação de Sementes

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Fruto e sementes mostrando variadas adaptações à sua

disseminação: adaptações à dispersão pelo vento(A, B, C, D, e E);

adaptações à dispersão pelos animais(F); fruto explosivo(as

sementes são espalhadas para longe)(G)

A grande diversidade na organização das flores das angiospermas, especialmente a variação do número,

arranjo, grau de fusão e estrutura dos pistilos que formam o gineceu, propicia uma ampla gama de

variação no tamanho, forma, textura e anatomia dos frutos.

Biologicamente o fruto funciona como envoltório protetor da semente (ou sementes), assegurando a

propagação e perpetuação das espécies.

Fruto, segundo a definição clássica, é o ovário desenvolvido e com sementes maduras. Também pode

ser conceituado como um órgão formado por um ou mais ovários desenvolvidos, aos quais podem se

associar outras estruturas acessórias.

Após a polinização e posterior fecundação da oosfera, ocorre um brusco aumento no conteúdo da auxina

no ovário (hormônio do crescimento) que estimula o crescimento de suas paredes e, em alguns casos, de

tecidos associados ao receptáculo.

Durante o processo de amadurecimento, frutos de muitas espécies adquirem cores chamativas e aromas

agradáveis, ou se tornam suculentos, sendo seu sabor apreciado por animais que, ao se alimentarem

deles, espalham suas sementes a certa distância da planta produtora. Outros, ao contrário, tornam-se

secos e sua abertura, às vezes explosiva, permite a liberação das sementes que podem ser lançadas a

distâncias relativamente grandes.

Page 32: Os frutos

Certos frutos apresentam características morfológicas que os torna elementos ativos na disseminação de

sementes.

É bastante comum a ocorrência de frutos sem sementes. Tais frutos são chamados partenocárpicos,

sendo produzidos por partenocarpia (processo responsável pela formação de frutos sem fecundação).

O desenvolvimento do fruto partenocárpico pode ocorrer sem que a flor seja polinizada. Exemplos:

tomate (Lycopersicum sp. - Solanaceae), pimenta (Piper sp. - Piperaceae) e banana (Musa paradisiaca -

Musaceae). Em outros casos, ocorre a polinização, mas os tubos polínicos não se desenvolvem

completamente e não fecundam os óvulos. Outro modo de ocorrer a partenocarpia consiste no aborto do

embrião, antes que o fruto atinja a maturidade.

Exemplos:

Cereja (Prunus avium - Rosaceae), uva (Vitis sp. - Vitaceae) e pêssego (Prunus pérsica - Rosaceae).

Além de reguladores de crescimento, também estão envolvidos na partenocarpia as condições do meio

ambiente, tais como baixas temperaturas, altas intensidades luminosas e fotoperíodo (duração do dia).

PARTES DO FRUTO

O fruto é constituído por duas partes fundamentais: o fruto propriamente dito, ou pericarpo (originado da

parede do ovário) e a semente. De um modo geral, três camadas podem ser distinguidas num fruto: o

epicarpo que o reveste externamente, o mesocarpo que é a parte mais desenvolvida dos frutos carnosos

(geralmente é a porção comestível), e o endocarpo, a camada que reveste a cavidade do fruto, sendo

geralmente pouco desenvolvida e, muitas vezes, de difícil separação (fig. 1).

Figura 1 – Partes do fruto

CLASSIFICAÇÃO DOS FRUTOS

De acordo com a origem, os frutos são classificados em três categorias: simples, agregado ou múltiplo.

Page 33: Os frutos

FRUTOS SIMPLES

São frutos derivados de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma única flor. Podem ser secos ou

carnosos, uni a multicarpelares, mas neste caso sincárpicos, deiscentes ou indeiscentes na maturidade

(fig. 2). Exemplos: cereja (Prunus avium - Rosaceae) e tomate (Lycopersicum sp. - Solanaceae).

Figura 2 – Fruto simples

FRUTOS AGREGADOS

São aqueles frutos que derivam de um gineceu dialicarpelar (apocárpico) de uma só flor. Todos os

pistilos estão reunidos por partes acessórias de natureza receptacular ou apendicular. Cada pistilo forma

um fruto separado, geralmente do tipo folículo. Em geral, são também denominados frutos apocárpicos

(fig 3).

Exemplo: magnólia (Magnolia sp. - Magnoliaceae).

Figura 3 – Fruto agregado

FRUTOS MÚLTIPLOS

Consistem em ovários amadurecidos de muitas flores de uma inflorescência, que concrescem mais ou

menos juntas num mesmo receptáculo, formando uma infrutescência (fig. 4).

Page 34: Os frutos

Exemplos: amora (Morus nigra - Moraceae), abacaxi (Ananas comosus - Bromeliaceae) e figo (Ficus

carica - Moraceae).

Figura 4 – Fruto múltiplo

Os principais tipos de frutos simples são:

FRUTOS SECOS DEISCENTES

Abrem-se espontaneamente para liberarem as sementes. Apresentam o pericarpo pouco desenvolvido,

contendo pequena quantidade de água.

FOLÍCULO

Derivado de um único pistilo, apresentando apenas uma linha de deiscência longitudinal. (fig. 5).

Exemplo: chichá (Sterculia chichá - Sterculiaceae).

LEGUME

Também derivado de um único pistilo, porém a deiscência se faz por duas linhas longitudinais, a da

sutura do carpelo e a da nervura mediana da folha carpelar (fig. 6). Característico da maioria das

Fabaceae, como feijão (Phaseolus vulgaris).

CÁPSULA

Derivada de gineceu sincárpico com dois a muitos carpelos fundidos, ficando seca na maturidade e

abrindo de vários modos: por poros no ápice (cápsula poricida) como em papoula (Papaver bracteatum -

Papaveraceae) (fig. 7); por deiscência transversal que delimita um opérculo ou tampa (pixídio) como no

jequitibá (Cariniana legalis - Lecythidaceae) e na onze-horas (Portulaca grandiflora - Portulacaceae) (fig.

8); por septos que separam os lóculos (cápsula septicida) como em papo-de-peru (Aristolochia clematitis -

Aristolochiaceae) (fig. 9); por abertura mediana dos carpelos (cápsula loculicida) como no lírio (Lilium sp -

Page 35: Os frutos

Liliaceae) e açucena amarela (Hemerocallis sp. - Liliaceae) (fig. 10); ou ao abrir deixando parte dos

septos presos no centro do receptáculo (cápsula septífraga) (fig. 11), ocorrendo por exemplo em cedro

(Cedrela odorat - Meliaceae).

Figura 5 – Folículo

Figura 6 – Legume

Fruto

Figura 7 – Cápsula poricida

Page 36: Os frutos

Figura 8 – Pixídio

Figura 9 – Cápsula septicida

Figura 10 – Cápsula loculicida

Fig. 11 – cápsula septífraga

Page 37: Os frutos

SÍLIQUA

Fruto característico das Brassicaceae, derivado de ovário bicarpelar, cujo pericarpo seco separa-se em 2

valvas laterais deixando um eixo central (replo), ao qual ficam presas as sementes (fig. 12). Exemplos:

agrião (Nasturtium officinale - Brassicaceae) e ipê (Tabebuia sp. - Bignoniaceae).

Figura 12 – Síliqua

FRUTOS SECOS INDEISCENTES

São frutos que não se abrem espontaneamente para liberarem as sementes.

SÂMARA

Fruto alado, com expansões da parede do pericarpo em forma de asas (fig. 13).

Exemplo: tipuana (Tipuana tipu - Fabaceae).

Figura 13 – Sâmara

CARIOPSE OU GRÃO

Page 38: Os frutos

Fruto não alado, originado de um ovário unicarpelar. A única semente que ele apresenta está unida, em

toda a extensão, às paredes do fruto.

Exemplos

Espécies de Poaceae em geral, tais como milho (Zea mays) e arroz (Oryza sativa).

AQUÊNIO

Fruto não alado, no qual a semente une-se à parede do fruto (pericarpo coriáceo) por apenas um ponto

(fig. 14). Exemplos: espécies da família Asteraceae em geral, tais como girassol (Helianthus sp.) e

margarida (Chrysanthemum sp.).

Figura 14 – Aquênio

FRUTOS CARNOSOS

São aqueles, nos quais a parede do ovário aumenta em espessura após a polinização e a subseqüente

fertilização. Nesses frutos os pericarpos são bem desenvolvidos e, pelo menos em parte,

parenquimatosos e suculentos.

Os frutos carnosos são agrupados em:

BAGA

Epicarpo em geral delgado, mesocarpo e endocarpo carnoso não sendo diferenciados entre si. É derivado

de um gineceu pluricarpelar, geralmente polispérmico.

Exemplo: uva (Vitis sp. - Vitaceae) e tomate (Lycopersicum sp. - Solanaceae).

Podem ser encontrados ainda dois tipos especiais de baga:

Page 39: Os frutos

HESPERÍDIO

O epicarpo é coriáceo com numerosas glândulas oleíferas e o endocarpo é membranáceo e dividido em

gomos, revestidos de pêlos sucosos na porção interna (fig. 15).

Exemplo: laranja (Citrus sp. - Rutaceae).

Figura 15 – Baga do tipo hesperídio

PEPÔNIO

O fruto não apresenta septos e a camada externa (epicarpo) apresenta-se de coriácea até lenhosa. Este

fruto origina-se de um ovário ínfero, com placentação parietal constituída de três placentas bifurcadas,

que avançam para o espaço central. O pericarpo é carnoso e as sementes são embebidas em polpa

sucosa.

Exemplos: melancia (Citrullus lanatus - Cucurbitaceae) e abóbora (Cucurbita pepo - Cucurbitaceae).

DRUPA

Apresenta o pericarpo com uma camada externa carnosa e uma pétrea. Geralmente é oriundo de ovário

unicarpelar e monospérmico. O epicarpo é delgado, o mesocarpo carnoso e o endocarpo lenhoso. Este

envolve a semente, estando fortemente aderido a ela, formando o chamado "caroço" (fig. 16).

Exemplos: azeitona (Olea europaea - Oleaceae), manga (Mangifera indica, Anacardiaceae) e coco

(Cocos nucifera - Arecaceae).

Page 40: Os frutos

Figura 16 - Drupa

Partes acessórias carnosas:

POMO

Derivado de um hipanto que envolve os carpelos (dois ou mais) e de ovário ínfero. O hipanto forma a

porção carnosa e comestível (fig. 17). Exemplos: maçã (Malus domestica - Rosaceae) e pêra (Pirus

communis - Rosaceae).

Figura 17 – Pomo

PSEUDO-FRUTO

O pistilo é composto de dois ou mais carpelos, o ovário é súpero e o receptáculo ou o pedúnculo tornam-

se carnosos (fig. 18). Exemplo: caju (Anacardium occidentale - Anacardiaceae).

Page 41: Os frutos

Figura 18 – Pseudo-fruto

Nota: o fruto carnoso, excepcionalmente pode ser deiscente. Um exemplo típico é o melão-de-São-

Caetano (Momordica charantia - Cucurbitaceae) em que o fruto é de cor alaranjada, com sementes

vermelho vivo.

FRUTOS AGREGADOS

Nos frutos agregados os frutículos podem estar unidos diretamente por suas paredes, ou indiretamente

pelo tecido do receptáculo.

Os frutículos derivam de um ovário com apenas um óvulo, logo, são monospérmicos, como por exemplo,

framboesa (Rubus sp. - Rosaceae), onde o fruto agregado formase diretamente pela união das paredes

das drupazinhas. Por outro lado, no morango (Fragaria sp. - Rosaceae) e no fruto da roseira (Rosa sp. -

Rosaceae), o receptáculo é que une os frutículos. Tanto na rosa como no morango, os frutículos são do

tipo aquênios (fig. 19).

Figura 19 – Fruto agregado

FRUTOS MÚLTIPLOS

Page 42: Os frutos

Um exemplo bem conhecido é o abacaxi (Ananas comosus - Bromeliaceae), que consiste de uma

quantidade de bagas partenocárpicas, acrescidas das brácteas suculentas e do eixo da inflorescência (fig.

20). O fruto do abacaxi recebe o nome especial de sorose.

Outro exemplo comum é o figo, que na verdade é um receptáculo desenvolvido e suculento. As flores são

muito pequenas e presas à parede interna do receptáculo. Os figos comestíveis são partenocárpicos, isto

é, desenvolvem-se sem que haja fecundação. Este tipo de fruto recebe o nome de sicônio.

Figura 20 – Fruto múltiplo

Fruto

Fruto de Camellia sinensis.

Em termos botânicos, o fruto é uma estrutura presente em todas as Angiospermas onde as sementes

são protegidas enquanto amadurecem. De forma prática, os frutos são quaisquer estruturas das

Angiospermas que contém sementes.

Page 43: Os frutos

ORIGEM

Os frutos derivam-se do ovário das flores. Após a fecundação dos óvulos em seu interior, o ovário inicia

um crescimento, acompanhado de uma modificação de seus tecidos provocada pela influência de

hormônios vegetais, que interferem na estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto.

Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando

as sementes estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir, liberando as

sementes ao solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais, que depositarão as sementes após

estas passarem por seu aparelho digestivo.

Segundo registros fósseis, os primeiros frutos não passavam de folhas carpelares, como as encontradas

em Gimnospermas, porém fechadas sobre as sementes, formando folículos. Os frutos mais simples nas

espécies atuais possuem estrutura similar, foliculares, mas os mais comuns são frutos formados pela

combinação de vários carpelos unidos entre si.

FUNÇÃO

A função primordial dos frutos é a proteção da semente em desenvolvimento, e é a principal razão

atribuída pelos estudiosos ao fechamento dos carpelos nas primeiras Angiospermas. Ao longo de sua

evolução, as plantas com flores e frutos desenvolveram novos tipos de frutos, e novas estratégias para a

dispersão das sementes contidas neles, de forma que nas espécies atuais há uma variedade imensa de

cores, formas, estruturas acessórias e sabores, cada qual especializada em uma forma diferente de

dispersão de sementes.

Há frutos que secam e abrem-se na maturação, simplesmente liberando as sementes sobre o solo.

Outros, ao se abrir, expelem as sementes de forma explosiva, arremessando-as a grandes distâncias. Os

frutos carnosos normalmente dependem de animais, que carregam os frutos para outros lugares, ou os

ingerem, e carregam suas sementes no trato digestivo para serem liberadas longe do local de origem.

Certos frutos armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou penugem de aves, e assim

percorrem grandes distâncias. Há ainda frutos providos de alas e pelos, que permitem que flutuem por

alguns momentos antes de atingir o solo.

ESTRUTURA BÁSICA DOS FRUTOS

Os frutos dividem-se basicamente em 3 camadas: Epicarpo ou exocarpo: camada externa, normalmente

uma camada membranácea e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou espinosa, e é popularmente

conhecida como casca, camada mais externa do fruto, se origina da epiderme do carpelo. Mesocarpo:

camada imediatamente abaixo do epicarpo, suculenta,que pode ou não armazenar substâncias de

reserva. Provém do mesofilo carpelar. Endocarpo: camada mais interna, normalmente a camada mais

rígida que envolve as sementes. Origina-se da epiderme interna da folha carpelar.

Page 44: Os frutos

Em certos tipos de frutos, o endocarpo apresenta-se espessado e muito resistente. Há muitas variações

na aparência e na consistência destas camadas.

Em frutos capsulares, secos, é comum o mesocarpo ou o epicarpo estarem suprimidos, enquanto a

camada restante assume consistência lenhosa. Já em alguns frutos, como ameixas e pêssegos, o

mesocarpo é grande e suculento, enquanto o "caroço" corresponde ao endocarpo lenhoso envolvendo a

semente, ou amêndoa.

Nas melancias, o mesocarpo e uma camada espessa e resistente, e o endocarpo corresponde à polpa

vermelha em seu interior. Enfim, todos os frutos partem do mesmo plano básico de três camadas, cada

um derivando-se de uma maneira ou de outra em direção a características próprias.

CLASSIFICAÇÃO

Os tipos de frutos são vários, e podem ser classificados de diversas maneiras, seguindo diferentes

critérios.

Quanto à composição

FRUTOS SIMPLES

Quando os carpelos são unidos entre si, ao menos nos primeiros estágios de desenvolvimento.

Ex.: a maior parte dos frutos conhecidos apresentam-se desta forma, como limões, pêras, maracujás,

mamões, pepinos e goiabas.

FRUTOS COMPOSTOS

Os carpelos são separados desde a flor, e desenvolvem-se separadamente.

Ex.: morango, magnólia.

Existem infrutescências, como o abacaxi, consideradas pelos leigos como um único fruto, ou um fruto

composto. Na verdade, cada "gomo" do abacaxi corresponde a um fruto, originado de um ovário de uma

flor. Estas flores são agrupadas de forma compressa em um eixo, de forma que seus ovários aderem-se

uns aos outros, formando uma estrutura compacta.

QUANTO À ABERTURA

Frutos deiscentes:

Page 45: Os frutos

Frutos que abrem-se na maturação, normalmente secos.

Ex.: castanha e a maior parte das leguminosas. Frutos indeiscentes: frutos que não se abrem

espontaneamente. Podem ser secos, lenhosos, ou carnosos.

QUANTO AO TIPO

Fruto carnoso (apresenta pericarpo suculento):

Baga: o ovário uni ou multicarpelar com sementes livres, por exemplo: tomate, limão, abóbora, uva, etc.

Drupa: o ovário unicarpelar, com semente aderida ao endocarpo duro (caroço), por exemplo: pêssego,

ameixa, azeitona, etc.

Ex.: laranjas, melões.

Folículo Cápsula Legume Aquênio Sâmara Síliqua Noz Cariopse Pixídio

Os tipos são muito variáveis, e há várias sub-categorias para cada um deles, que são pormenorizadas em

artigos próprios.

Há uma certa confusão entre os termos "fruto" e "fruta".

Nem todos os alimentos conhecidos como frutas são frutos, e muitos frutos não são reconhecidos pelo

leigo como frutas.

Exemplos de frutos rotulados como "legumes" são a abobrinha, o tomate, e o quiabo, que são frutos por

terem se desenvolvido a partir de ovários fecundados, e por apresentarem sementes em seu interior.