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Diversidade e Gestão 3(1): 71-81. 2019 e-ISSN: 2527-0044 http://itr.ufrrj.br/diversidadeegestao/ 71 OS HERBÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DA BOTÂNICA: UM ESTUDO SOBRE AS VIVÊNCIAS DISCENTES Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho 1,2 , Geysiane Costa e Silva 1,3 , Breno Ricardo Serrão da Silva 1,4 , Leidy Alves dos Santos 1,5 , Juliana Livian Lima de Abreu 1,6 , Maria Laura Araujo Gonçalves 7 , Ana Cristina Andrade de Aguiar-Dias 1,8 Resumo: Herbários são instituições essenciais para a realização de pesquisa em Botânica e compreensão da diversidade vegetal, mas também podem ser usados como ferramentas de ensino, abrangendo desde o nível básico até o superior. Esse trabalho investigou a percepção dos discentes de graduação e pós-graduação sobre o uso de herbários como espaço de ensino de Botânica. Os entrevistados foram selecionados por amostragem não probabilística convencional e um questionário foi utilizado para verificar suas percepções sobre espaços formais e não formais de ensino, dificuldades na aprendizagem de Botânica e entendimento sobre herbários. Foram 113 entrevistados, deste total 88% conhecia herbários e 66% tinha acesso a eles em suas instituições de ensino. Apesar da maioria dos entrevistados gostar de estudar Botânica (61%), apenas 4% deles não reportaram dificuldades relacionadas a sua aprendizagem, sendo a maior parte dos problemas referentes a estratégias didáticas e excesso de terminologias. Apenas 22% dos entrevistados relacionou a função dos herbários ao ensino, o que é um reflexo da forma como esse espaço é apresentado aos alunos e utilizado pelos docentes. Embora haja uma necessidade de renovação de estratégias do ensino de Botânica, o herbário ainda não é enxergado pelos alunos e professores como uma ferramenta para tal fim. Palavras-chave: Coleções biológicas; espaço não-formal de educação; processo ensino-aprendizagem; prática docente. Abstract: Herbaria are essential for botanic research and provide data to understand biodiversity, but they can also be used as a teaching tool from middle school to higher education. This work investigated the perception of undergraduate and graduate students about the use of herbaria as a space to teach botany. The interviewees were selected through a conventional non-probabilistic sampling and their perceptions were checked by a questionnaire. They were questioned about formal and non-formal education spaces, their difficulties in learning botany and their understanding about herbaria. There were 113 interviewees and most of them knew herbaria (88%) and had access to their university herbarium (66%). Even though most of them liked studying botany (61%), only 4% of the interviewee didn’t report difficulties in the learning process. The reported problems focused on didactic strategies and excessive terminology. When questioned about the herbaria main function, only 22% of the answers were related to educational purposes which is an outcome of the way the herbaria are presented to the students and used by the teachers. Even though there is an urgent need of botany teaching strategies renovation, the herbaria are not seen by higher education students as tool to achieve this goal. Keywords: Biological collection; non-formal education space; teaching-learning process; teaching. Introdução Os herbários são espaços intimamente ligados aos botânicos e a áreas que necessitam da Botânica como Farmácia, Agronomia, Engenharias Agronômica e Florestal, Ciências Biológicas e Ambientais a citar, por isso são essenciais para pesquisas na área. São espaços 1 Museu Paraense Emílio Goeldi, Programa de Pós-Graduação em Botânica Tropical (PPGBOT). Av. Perimetral 1901, Terra Firme, Belém (PA), Brasil, CEP 66077-530. 2 ORCID: 0000-0001-5175-2104 3 ORCID: 0000-0002-7617-0765 4 ORCID: 0000-0002-5736-0475 5 ORCID: 0000-0001-9613-1424 6 ORCID: 0000-0001-7295-7889 7 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biociências. Av. Pasteur 438, Urca, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, CEP 22290-250. ORCID: 0000-0003-4741-7121 8 Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas - Campus Básico. Rua Augusto Corrêa 01, Guamá, Belém (PA), Brasil, CEP 66075-110. ORCID: 0000-0001-8779-3557. Autor de correspondência: [email protected] Recebido em 04 de julho de 2019. Aceito em 14 de agosto de 2019. Publicado em 23 de setembro de 2019.

OS HERBÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DA BOTÂNICA: … · Resumo: Herbários são instituições essenciais para a realização de pesquisa em Botânica e compreensão da diversidade

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OS HERBÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DA BOTÂNICA: UM ESTUDO SOBRE AS VIVÊNCIAS DISCENTES

Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho1,2, Geysiane Costa e Silva1,3, Breno Ricardo Serrão da Silva1,4, Leidy Alves dos Santos1,5, Juliana Livian Lima de Abreu1,6, Maria Laura Araujo

Gonçalves7, Ana Cristina Andrade de Aguiar-Dias1,8

Resumo: Herbários são instituições essenciais para a realização de pesquisa em Botânica e compreensão da diversidade vegetal, mas também podem ser usados como ferramentas de ensino, abrangendo desde o nível básico até o superior. Esse trabalho investigou a percepção dos discentes de graduação e pós-graduação sobre o uso de herbários como espaço de ensino de Botânica. Os entrevistados foram selecionados por amostragem não probabilística convencional e um questionário foi utilizado para verificar suas percepções sobre espaços formais e não formais de ensino, dificuldades na aprendizagem de Botânica e entendimento sobre herbários. Foram 113 entrevistados, deste total 88% conhecia herbários e 66% tinha acesso a eles em suas instituições de ensino. Apesar da maioria dos entrevistados gostar de estudar Botânica (61%), apenas 4% deles não reportaram dificuldades relacionadas a sua aprendizagem, sendo a maior parte dos problemas referentes a estratégias didáticas e excesso de terminologias. Apenas 22% dos entrevistados relacionou a função dos herbários ao ensino, o que é um reflexo da forma como esse espaço é apresentado aos alunos e utilizado pelos docentes. Embora haja uma necessidade de renovação de estratégias do ensino de Botânica, o herbário ainda não é enxergado pelos alunos e professores como uma ferramenta para tal fim. Palavras-chave: Coleções biológicas; espaço não-formal de educação; processo ensino-aprendizagem; prática docente. Abstract: Herbaria are essential for botanic research and provide data to understand biodiversity, but they can also be used as a teaching tool from middle school to higher education. This work investigated the perception of undergraduate and graduate students about the use of herbaria as a space to teach botany. The interviewees were selected through a conventional non-probabilistic sampling and their perceptions were checked by a questionnaire. They were questioned about formal and non-formal education spaces, their difficulties in learning botany and their understanding about herbaria. There were 113 interviewees and most of them knew herbaria (88%) and had access to their university herbarium (66%). Even though most of them liked studying botany (61%), only 4% of the interviewee didn’t report difficulties in the learning process. The reported problems focused on didactic strategies and excessive terminology. When questioned about the herbaria main function, only 22% of the answers were related to educational purposes which is an outcome of the way the herbaria are presented to the students and used by the teachers. Even though there is an urgent need of botany teaching strategies renovation, the herbaria are not seen by higher education students as tool to achieve this goal. Keywords: Biological collection; non-formal education space; teaching-learning process; teaching. Introdução

Os herbários são espaços intimamente ligados aos botânicos e a áreas que necessitam da Botânica como Farmácia, Agronomia, Engenharias Agronômica e Florestal, Ciências Biológicas e Ambientais a citar, por isso são essenciais para pesquisas na área. São espaços 1Museu Paraense Emílio Goeldi, Programa de Pós-Graduação em Botânica Tropical (PPGBOT). Av. Perimetral 1901, Terra Firme, Belém (PA), Brasil, CEP 66077-530. 2ORCID: 0000-0001-5175-2104 3ORCID: 0000-0002-7617-0765 4ORCID: 0000-0002-5736-0475 5ORCID: 0000-0001-9613-1424 6ORCID: 0000-0001-7295-7889 7Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biociências. Av. Pasteur 438, Urca, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, CEP 22290-250. ORCID: 0000-0003-4741-7121 8Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas - Campus Básico. Rua Augusto Corrêa 01, Guamá, Belém (PA), Brasil, CEP 66075-110. ORCID: 0000-0001-8779-3557. Autor de correspondência: [email protected] Recebido em 04 de julho de 2019. Aceito em 14 de agosto de 2019. Publicado em 23 de setembro de 2019.

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institucionais que armazenam, conservam e organizam coleções botânicas na forma de vegetais desidratados (exsicatas), mas também podem abranger conteúdo armazenado em meio liquido, xilotecas, carpotecas, material histológico e também coleções associadas àsplantas como registros de fungos (Funk 2003). Tais acervos não são mantidos apenas como um fim em si mesmos ou por propósitos expositivos: é creditado às coleções biológicas como herbários a maior parte do conhecimento existente sobre biodiversidade e história natural (Schatz 2002).

Um dos principais motivos pelo qual herbários são fundamentais para os pesquisadores é sua função de armazenamento de material testemunho, de maneira que essas instituições funcionam como um banco de provas científicas nas quais se pautam produções intelectuais monográficas como dissertações, teses e artigo, além de garantir princípios de reprodutibilidade na área da taxonomia (Funk 2005, Piccini et al. 2016). Herbários atuam também como agentes de documentação histórica e espacial da flora, permitem a confirmação da identidade de espécimes, a recuperação de informações genéticas, a criação de redes de colaboração entre pesquisadores, facilitando a troca de materiais entre eles, entre outras funções já listadas na literatura (Funk 2003). Não são instituições utilizadas exclusivamente por taxonomistas, de forma que permitem a realização de estudos de sistemática, ecologia, anatomia e biomoleculares.

Enquanto não restam dúvidas sobre a relevância das coleções botânicas para a comunidade científica, o seu retorno direto e prático para a sociedade pode não ser tão óbvio. Os herbários são aliados da conservação da biodiversidade uma vez que a perda de espécies e alterações na composição florística só podem ser avaliadas se as mesmas forem previamente conhecidas. Visto que os herbários contêm registros da presença de indivíduos em determinados locais e períodos de tempo, é possível aferir a distribuição de determinadas espécies, cruzar novos dados de coletas com dados pretéritos contidos nos herbários e aferir o desaparecimento ou chegada de espécies, gerando dados sobre riscos de extinção e avanço de espécies invasoras (Schatz 2002, Pirani 2005).

Os registros em herbário permitem localizar regiões cuja diversidade vegetal ainda é desconhecida, otimizando a escolha de áreas para esforços de campo e levantamento florístico. Também é possível cruzar informações e definir locais onde há sobreposição de espécies endêmicas ou em risco, fundamentando a escolha de áreas prioritárias para conservação ou para o estabelecimento de unidades de conservação (Funk 2003, Pirani 2005, Schatz 2005). Em síntese, os dados de herbários podem contribuir para tomadas de decisão, manejos de recursos, estabelecimento de áreas críticas de conservação assim como programas de manutenção e recuperação ambiental (Peixoto et al. 2006).

Além de desempenhar um papel fundamental para os esforços globais de mitigar a perda da biodiversidade, os herbários também são ferramentas de ensino. Os herbários constituem-se uma excelente alternativa para abordar o conteúdo por meio do conhecimento prático, de modo a permitir a vivência da teoria de forma contextualizada, o que propicia uma aprendizagem significativa (Krasilchik 2008). As coleções botânicas possuem espécimes com diferentes características morfológicas, anatômicas e fisiológicas, presentes em ambientes diversos, e, por isso, podem ser um instrumento didático para o aprendizado de estudantes do ensino superior ou do ensino básico, configurando-se como espaços não formais de educação científica (Garcia 2006).

Entende-se por ensino não formal qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino (Bianconi & Caruso 2005). Tais espaços não formais reelaboram os conhecimentos científicos de forma a atingir um fim específico, de modo mais compreensivo e interativo, para que se forme uma nova significação de ciências, cientistas e ensino de Biologia (Ferreira 2012). Nesse sentido, os herbários se configuram como um instrumento em potencial para o ensino, não somente para

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pesquisa e extensão, todavia, muitas vezes não são percebidos sob esta perspectiva. O Brasil conta com a presença de herbários desde 1831 com a fundação do Herbário

do Museu Nacional (R) e hoje possui cerca de 260 herbários cadastrados na Rede Brasileira de Herbários (Peixoto et al. 2007, Sociedade Botânica do Brasil 2018). Além dos desafios tradicionais envolvendo a administração de coleções biológicas, os herbários brasileiros têm enfrentado o processo de informatização dos seus acervos (Barbosa et al. 2005). Esse é um passo importante para que seja eliminada à barreira física que limita o acesso às informações sobre a flora nacional, permitindo uma integração plena do conhecimento botânico em um território de dimensões continentais e grande variação de perfis florísticos.

Considerando a importância dos herbários para a pesquisa científica e para a conservação da biodiversidade, bem como seu potencial como ferramenta de ensino, esse artigo investigou a percepção dos estudantes de graduação e pós-graduação sobre os herbários como espaços de ensino de Botânica. Foi avaliada a hipótese de que discentes do ensino superior percebem os herbários como um espaço de conservação de amostras vegetais voltado apenas para a pesquisa científica e não para o ensino.

Material e Métodos

A pesquisa foi realizada conforme os pressupostos da abordagem qualitativa de Minayo (2001) que trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Os dados foram coletados através de um questionário padronizado com um total de 12 questões, abertas e fechadas, elaborado no software Google Forms (Figura 1). A amostragem foi do tipo não probabilística convencional (Albuquerque et al. 2010) e realizada através da divulgação dos formulários nas redes sociais Whatsapp e Facebook. O público alvo foi graduandos e pós-graduandos de ciências biológicas, florestais, agrárias e demais áreas correlatas que abordem conteúdos de Botânica.

Os questionários abordaram informações sócio demográficas como identidade de gênero, sexo biológico, local de residência, nível escolaridade, área de formação e faixa etária. Havia também questões a respeito do entendimento do entrevistado sobre espaços formais e não formais de educação, afinidades e dificuldades com a Botânica, bem como as percepções sobre o ensino da Botânica, os herbários e o seu potencial para o ensino.

Os dados foram organizados e analisados, buscando a identificação de pontos relevantes para a discussão através da técnica da análise de conteúdo cumprindo às seguintes fases estabelecidas por Bardin (2010): pré-análise; exploração do material; tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Foi adotado critério semântico para a categorização dos dados, dada à intenção de definir categorias temáticas de acordo com as informações coletadas (Moraes 1999). Resultados e Discussão Caracterização dos participantes

Participaram da pesquisa um total de 113 pessoas entre graduandos (65%) e pós-graduandos (35%), dos cursos Ciências Biológicas (43%), Engenharia Florestal (22%), Agronomia (12%), Engenharia Ambiental (3%) e outros não especificados (20%). A maior parte dos entrevistados estava na faixa etária entre 21 a 25 anos (46%), seguido de pessoas entre 16 e 20 anos (21%), 26 a 30 anos (21%), 31 a 35 anos (7%) e mais de 35 anos (5%). Quanto à localização, predominaram residentes do estado do Pará (69%), mas incluiu também os estados do Rio de Janeiro (23%), Rio Grande do Sul (3%), Rondônia (2%), Minas Gerais (2%), Santa Catarina (1%) e Paraná (1%).

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Entendimentos sobre espaços de educação Quando indagados sobre a definição de espaço formal de ensino, a maioria dos

discentes relacionou o conceito à sala de aula (43%) e às instituições escolares ou acadêmicas (34%), associando também ao currículo. Para essas definições uma das respostas dos entrevistados que sumariza o espaço formal seria “um espaço institucionalizado destinado a aulas planejadas por professor (es) que seguem o currículo de determinada disciplina e série”. Alguns entrevistados (8%) definiram como local onde prevalece o ensino tradicional e onde há transmissão de conhecimentos, sendo possível ilustrar esse conceito com as seguintes respostas: “Espaço com uso de ferramentas tradicionais, como lousa e giz, projetores, com ensino unidirecional (professor fala e aluno recebe a informação) ”; “Sala de aula habitual, com um professor dando aula no quadro e alunos sentados nas cadeiras”.

Figura 1. Questionário utilizado para entrevistar os participantes da pesquisa composto por questões abertas e fechadas, sendo essa última categoria acompanhada das alternativas possíveis. As questões 1 a 6 são voltadas para a caracterização dos entrevistados enquanto as questões seguintes exploram o entendimento e opinião deles sobre espaços formais de ensino (7 e 8), ensino de botânica (9 e 10) e função dos herbários (11 a 19).

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De acordo com Jacobucci (2008), o espaço formal de educação é a escola e todas as suas dependências como salas de aula, laboratórios, quadras de esportes, biblioteca, pátio e refeitório, sendo necessário que ela siga uma organização de acordo com uma padronização nacional, o currículo. As três categorias de respostas obtidas pelas percepções dos entrevistados estão associadas ao ambiente físico. Especificamente o último padrão de respostas (8%) não limita um local específico como o do ensino formal, preferindo frisar o aspecto tradicional e conteudista que seria característico desse espaço. Nessas respostas como um todo há uma associação entre o formal e um modelo de ensino clássico, sendo esse geralmente centrado na sala de aula e no professor, que é figura limitada à um agente de transmissão dos conteúdos curriculares (Cachapuz et al. 2005). Ao entender que o espaço formal está associado ao modelo tradicional de ensino e aprendizagem perde-se a oportunidade de explorar outras ferramentas e possibilidades pedagógicas, uma vez que o formal conceitualmente não está limitado a uma metodologia de ensino específica (Jacobucci 2008).

Quando questionados sobre os espaços não formais, 33% dos entrevistados ressaltaram os ambientes simultaneamente não escolares e não institucionalizados, enquanto que 19% também relacionaram aos espaços não pertencentes a escola, mas que poderiam ser institucionalizados ou não. Essas respostas vão de encontro com a definição de Jacobucci (2008) que estabeleceu espaços não formais como instituições cuja funcionalidade principal não é a educação formal, incluindo lugares não-institucionalizados. Tais locais podem ser museus, centros de ciências, ou qualquer outro ambiente que possibilite a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal e o desenvolvimento de atividades de forma direcionada com um objetivo definido (Vieira 2005). Os resultados estão sumarizados na Tabela 1. Tabela 1. A definições de espaços de ensino formal e não formal de acordo com as percepções dos entrevistados. As respostas individuais foram agrupadas em categorias de acordo com suas similaridades e aquelas que não puderam ser associadas foram categorizadas como “Definições variadas’.

Nas respostas, observou-se o termo “não formal” relacionado ao método

contextualizado, como se o termo fosse sinônimo de modelo de educação não tradicional. O espaço ser ou não formal não é a característica que determina se o ensino é tradicional, conteudista ou contextualizado, contrariando algumas percepções dos entrevistados. Também é importante ressaltar que realizar uma aula em ambiente diferente da escola não assegura uma aprendizagem significativa, sendo essencial papel do professor como organizador das dinâmicas e mediador do conhecimento nesses espaços (Rocha & Fachín-Terán 2010). Afinidades e dificuldades com a botânica

Quando questionados a respeito da afinidade pela Botânica, 61% afirmaram gostar de

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estudar o tema, 33% gostam “as vezes” e 6% não gostam. As dificuldades enfrentadas no processo de ensino e aprendizagem de Botânica estão demonstradas na Tabela 2.

Tabela 2. As dificuldades relatadas pelos entrevistados no processo de aprendizado de Botânica. As respostas individuais foram agrupadas em categorias de acordo com suas similaridades e aquelas que não apresentaram relação direta à métodos de ensino ou conteúdo programáticos foram categorizadas como “Problemas não específicos”. Uma parte dos entrevistados não relatou dificuldades (5%).

Dentre as questões relatadas pelos entrevistados, é possível identificar duas dificuldades gerais: o conteúdo em si e as estratégias de ensino, sendo que o segundo fator pode influenciar diretamente na dificuldade do primeiro. Tanto pela percepção dos entrevistados quanto pelos relatos da literatura sabe-se que as aulas de Botânica em geral caracterizam-se como essencialmente teóricas, desestimulante para alunos, com ênfase na repetição e não no questionamento (Towata et al. 2010). Os professores também enfrentam dificuldades em preparar aulas práticas de forma a aproximar os assuntos à realidade dos discentes e essas dificuldades desestimulam os docentes a ensinar Botânica, sendo esse tema postergado para o fim do período letivo quando possível (Matos et al. 2015).

Percepção sobre os herbários e a sua utilização no ensino

Quanto ao conhecimento sobre os herbários, 89% dos entrevistados afirmaram saber o que é esse local, 8% não tinham certeza e 3% o desconhecem (Figura 2). Dentre as pessoas que nunca visitaram este espaço, as principais justificativas apontadas foram falta de oportunidade (42%), falta de interesse (11%), não conhecem (11%), não foi necessário (11%), não sabem onde encontrar (11%) ou não existe na cidade (5%). A maioria dos entrevistados estuda em instituições com herbário (62%), mas alguns não têm acesso aos mesmos (21%) e parte dos entrevistados não tem certeza se suas instituições possuem herbário (17%).

A maioria dos discentes (63%) já tiveram professores na universidade que proporcionaram visitação a herbários, principalmente nas disciplinas que envolvem biologia vegetal. Os entrevistados relataram ainda as estratégias didático-pedagógicas exploradas nos herbários durante a visitação (Tabela 3), sendo a principal delas a apresentação geral do espaço e sua importância, assim como a organização do acervo e explicações sobre o preparo de exsicatas.

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Figura 2. Gráfico de barras representando a proporção de entrevistados que conhecem herbários (esquerda) e a relação de entrevistados com acesso à herbários em suas instituições de ensino (direita). Tabela 3. A forma como o espaço dos herbários foi apresentado aos entrevistados está ilustrado na Tabela 3. Os relatos individuais sobre as estratégias de apresentação dos herbários foram agrupados em categorias de acordo com suas similaridades e aqueles cujo teor não pode ser associado a outros relatos foi categorizado como “Outros”.

Quanto à função do herbário, 83% responderam que é um local de preservação de material vegetal, 5% associaram à catalogação de amostra vegetal e 4% ao ensino. A tabela 4 apresenta as percepções dos discentes a respeito das atribuições do herbário. Dentre os que responderam que a principal função é a preservação de material vegetal, 37% citou apenas este uso, contudo, 23% também indicaram o herbário como um local para pesquisa, 12% para pesquisa e ensino, 6% para consulta pública e 5% agregaram a pesquisa e o ensino ao valor histórico, como demonstrou o seguinte relato: “Local onde são depositados e preservados espécimes vegetais a serem empregados em estudos científicos e didáticos. Além de ser um local onde são preservados parte da memória histórica e científica de uma região.”.

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Tabela 4. As percepções dos discentes sobre a função principal do herbário. As respostas individuais foram agrupadas em categorias de acordo com suas similaridades e aquelas que não puderam ser associadas foram categorizadas como “Outros” (1%). A maior parte dos relatos (83%) se referiu a preservação do material botânico, sendo essa categoria subdividida em cinco outras classes de respostas dependendo das outras funções associadas ou não a preservação do material. Uma pequena parte dos entrevistados não soube definir a função do herbário (4%).

Conhecer e ter facilidade de acesso a herbários não é uma garantia de que os mesmos serão aproveitados em todo o seu potencial, como ilustrado pelas respostas. Embora a maioria dos entrevistados conheçam o espaço, eles percebem os herbários fundamentalmente como repositórios de material vegetal fazendo pouca associação ao seu uso como ferramenta de pesquisa e principalmente de ensino. Essa é uma consequência da maneira que os herbários são introduzidos aos alunos, uma vez que eles são apresentados como depósitos de plantas sem que ocorram explicações ou ênfase no seu uso para além do armazenamento, os discentes enxergam essa como sua única função. Considerando que 63% dos entrevistados participou de visitas a herbários promovidas por professores é possível entender que os próprios docentes não enxergam as coleções como espaços de ensino ou não as utilizam com essa finalidade. De maneira cíclica, os professores ao não utilizar o herbário como ferramenta para o aprendizado formam novos profissionais que reproduzem essa lógica.

A visão dos entrevistados a respeito de espaços formais e não formais de ensino também indica a reprodução de um padrão clássico de ensino. Os espaços formais serem associado ao tradicional e conteudista enquanto os não formais serem associados ao contextualizado, embora esses conceitos não estejam atrelados em sua essência, indica que o padrão de ensino que os entrevistados conhecem é esse. Não há nem por parte dos entrevistados nem por parte das instituições uma percepção das possibilidades pedagógicas que existem tanto nos espaços formais quanto nos espaços não formais o que gera um subaproveitamento dos recursos potenciais que os locais oferecem.

São necessárias novas estratégias para que o ensino de Botânicas se renove e evite os

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vícios transmitidos de professores para alunos que culminam nas dificuldades aqui relatadas. Dentre as alternativas já adotadas por docentes destacam-se aulas práticas (Krasilchik 2008, Silva et al. 2015, Nascimento et al. 2017), o uso de recursos didáticos (Matos et al. 2015) e visitas à espaços não formais de ensino (Faria et al. 2011). Seja qual for a estratégia adotada, é importante orientar propostas metodológicas que extrapolem o conteúdo teórico e gerem compreensão do contexto em que as plantas se inserem como sua importância ecológica, econômica e sua presença no cotidiano do aluno (Melo et al. 2012).

O herbário, além de ser um aliado da pesquisa, pode ser um instrumento para o ensino em diferentes níveis de formação acadêmica e ser usado para alcançar objetivos diferentes, sendo versátil uma vez que o espaço e a didática escolhida são passíveis de adaptações para suprir as necessidades do professor e do conteúdo (Fagundes & Gonzalez 2009). As coleções podem ser usadas para apresentar a diversidade vegetal e despertar interesse sobre a flora e seu potencial devido à riqueza de materiais que elas contêm, proporcionando aos alunos contato com organismos e uma maior interação pelo manuseio (Bessa 2011, Gullich 2014).

As coleções botânicas permitem também a abordagem de temas considerados conteudistas e tradicionais como nomenclaturas e organografia de maneira mais ilustrada e contextualizada, possibilitando que esses tópicos sejam relacionados a outros como distribuição, usos e conservação vegetal (Figueiredo 2009, Costa et al. 2016). Os herbários já são considerados essenciais para taxonomistas e sistematas por seu papel na pesquisa, mas podem ser usados no processo de formação de base desses profissionais. O uso do espaço e seus recursos permitem ilustrar conceitos que por vezes acabam se restringindo ao campo teórico e contextualizando os termos Botânicos. As coleções permitem também que sejam trabalhados as nomenclaturas científicas e suas mudanças ao longo do tempo, bem como a importância de revisões taxonômicas.

Uma vez que seu uso como instrumento didático propicia a contextualização do conteúdo teórico, é possível driblar justamente as dificuldades relatadas pelos entrevistados a respeito do excesso de memorização e de nomes, bem como a desconexão da teoria botânica com a realidade. A inserção de atividades práticas pode ser um caminho para a construção de conhecimentos, aprendizagem, curiosidade, motivação e interesse pela aquisição de novos saberes por parte dos alunos (Seniciato et al. 2018).

Cabe aos docentes, curadores das coleções e às instituições envolvidas incentivarem as visitações a esses ambientes, seja presencial ou nos diretórios online, e promover cursos de formação continuada para que possam aproveitar as oportunidades que os herbários oferecem (Gullich 2014). É preciso atribuir objetivos de ensino multidisciplinar aos acervos e jardins botânicos, bem como investir nestes espaços, divulgar suas ações e formar pessoal especializado para utilizá-lo no ensino. Faz-se necessário cuidado para que os herbários não se restrinjam a atividades de pesquisa, o que pode proporcionar um abismo entre o conhecimento científico produzido nesse espaço e a sociedade (Almeida Jr. et al. 2017).

Conclusão

Ainda que os discentes consultados já tenham vivenciado visitas a herbários e tenham meios de acesso aos mesmos, estes espaços ainda são subutilizados quanto seu potencial de ferramenta de ensino de Botânica e são considerados predominantemente espaços de pesquisa. O entendimento dos entrevistados reflete as vivências dos mesmos, de forma que eles não visualizam todas as possibilidades que os herbários oferecem porque não foram apresentados a elas.

Os alunos tendem a reproduzir as práticas dos seus professores e as percepções dos entrevistados mostram que o que se perpetua é o ensino clássico de Botânica com foco em memorização, sem que haja contextualização dos temas ou inovações didáticas. Nesse contexto, os herbários são limitados a espaços de armazenamento de exsicatas e não são

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